Periodicidade: Diária
Temática:
Saúde
i
Classe:
Informação Geral
Dimensão:
570
03­07­2014
Âmbito:
Nacional
Imagem:
S/Cor
Tiragem:
80000
Página (s):
12
100 REMÉDIOS SEM CONTRA INDICAÇÕES
Síndrome de negação
ou morte súbita
Se há evidências de que já se ultrapassou o limite na redução da despesa devemos
reivindicar não um retrocesso ao que já foi mas exigir mais investimento
o grau de realização do plano nacio
nal de saúde assim como a sua qua
lidade
de saúde o que permitiu acumularem
Ora trata se de elementar justiça
sublinhar que o discurso político aliás
como referido no próprio relatório do
mesmo quando o país não aparenta
Observatório tem sido consentâneo
Ema Paulino
com os eixos de actuação preconiza
dos por profissionais de saúde e demais
atores do sistema de saúde O investi
O mais recente relatório de primave
ra do Observatório Português dos Sis
temas de Saúde OPSS divulgado na
passada segunda feira pretende expor
o impacto da crise económica e finan
ceira sobre a prestação de cuidados e
na saúde dos portugueses o qual diz
mento nos cuidados primários a apos
ta na promoção da saúde e na preven
ção da doença a garantia de equida
de no acesso aos serviços e
medicamentos
todos estes eixos estra
ter sido silenciado pelo governo e pela
União Europeia No documento com
tégicos são apoiados em uníssono A
discrepância verifica se antes entre
o que é proferido e os resultados do
que é implementado Porque se a cri
indicadores associados ao bem estar
de das pessoas também não é menos
verdade que teve efeitos na saúde das
instituições e por essa via novamen
o título Saúde síndrome de negação
o OPSS reporta a sua análise aos últi
mos quatro anos concluindo que vários
do indivíduo e das populações se têm
degradado mas que em vez de um
reconhecimento por parte das autori
dades nacionais e internacionais exis
tem antes sinais de que se tem feito
um esforço por negar evidências
Paulo Macedo já veio entretanto a
público refutar estas afirmações garan
tindo que muito recentemente assu
miu que a crise tem de facto conse
quências na saúde E que a fim de
monitorizar a situação terá solicitado
estudos à Organização Mundial de
Saúde e à OCDE no sentido de avaliar
Ao longo de várias legislaturas hou
ve um subfinanciamento do sistema
se teve efectivamente efeitos na saú
te nos cidadãos
O ideal seria que prevendo uma saú
de individual mais precária se refor
çasse a saúde das instituições que a
se dívidas avultadas aos fornecedores
va ter dificuldades financeiras e havia
crescimento económico Os serviços
e produtos de saúde foram disponibi
lizados à população sem rigorosa aná
lise à nossa capacidade de os pagar
Chegados à situação de crise instala
da em todos os sectores como recuar
agora na despesa quando as necessi
dades até são maiores
Este é o desafio que se apresenta aos
responsáveis pelo nosso país para o
qual todos somos chamados a contri
buir positivamente Se há evidências
de que já se ultrapassou o limite na
redução da despesa e parecem sub
sistir poucas dúvidas de que já se ultra
passou de facto devemos reivindicar
não um retrocesso ao que já foi mas
exigir sobre a eficiência gerada mais
investimento para um futuro dife
rente
Com um financiamento adequado
sustentam Mas a margem de mani da
é menor quando o próprio sistema de
às expectativas e necessidades mas
dor para a crise em que nos encontra
todos nós
saúde é identificado como contribui
mos O SNS esteve em risco de morte
súbita sem que houvesse profissio
nais que o tivessem previsto atempa
damente Afinal provavelmente já
vivíamos com síndrome de negação
de outra etiologia há vários anos
também às possibilidades de quem
paga a saúde de um país que somos
Cortar na despesa hoje significa como
vimos ter de gastar muito mais ama
nhã Vamos portanto investir o que
temos num futuro mais sustentável
para todos
Farmacêutica Escreve à quinta feira