UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO” FACULDADE DE MEDICINA Simone Cristina Paixão Dias Baptista Qualidade da atenção ao usuário acometido por AVC, antes e após a implantação de uma unidade de AVC. Botucatu 2014 Simone Cristina Paixão Dias Baptista Qualidade da atenção ao usuário acometido por AVC, antes e após a implantação de uma unidade de AVC. Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Câmpus de Botucatu, para obtenção do título de Mestra em Enfermagem. Orientador (a):Prof(a).Dr(a).Carmen Maria Casquel Monti Juliani Coorientador(a):Prof(a).Dr(a).Sandra Regina Leite Rosa Olbrich Botucatu 2014 FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉC. AQUIS. TRATAMENTO DA INFORM. DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CÂMPUS DE BOTUCATU - UNESP BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: ROSEMEIRE APARECIDA VICENTE-CRB 8/5651 Baptista, Simone Cristina Paixão Dias. Qualidade da atenção ao usuário acometido por AVC, antes e após a implantação de uma unidade de AVC / Simone Cristina Paixão Dias Baptista. - Botucatu, 2014 Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Medicina de Botucatu Orientador: Carmen Maria Casquel Monti Juliani Coorientador: Sandra Regina Leite Rosa Olbrich Capes: 40406008 1. Acidente vascular cerebral - Pacientes. 2. Serviços de saúde - Administração. 3. Enfermagem. 4. Satisfação do paciente. Palavras-chave: Acidente vascular cerebral; Administração de serviços de saúde; Avaliação em saúde; Enfermagem; Indicadores. DEDICATÓRIA A Deus, em primeiro lugar por guiar em todos os meus caminhos. Ao meu esposo, César, que me apóia e apoiou desde o início da inscrição no Mestrado. Que viveu comigo todas as fases desse processo. Obrigada pelo amor, pelo carinho, pela dedicação, pela orientação, obrigada por tudo, por você existir. Essa conquista é nossa. Te amo muito. Dedico ao meu filho, Giovani, a quem Deus me deu a honra de ser sua mãe, desculpa às vezes que você quis brincar e a mamãe não pode. Quando você crescer, você vai entender. Logo, logo vou poder brincar muito com você. Te amo. Aos meus pais, que se dedicaram a vida toda para poder dar o melhor para nós. Ao meu pai, Moacir, a quem Deus levou tão cedo para junto dele, não podendo estar aqui junto de nós para se orgulhar de mais uma meta alcançada. A minha mãe, Glória, a mãe protetora, e sempre presente, que me ajudou bastante nessa fase de minha vida, que junto do meu pai ensinou a ser honesta, e me deu a educação. Obrigada por tudo mãe, do fundo do meu coração. Aos meus irmãos, Rodrigo e Rafael, que me sinto mãe de vocês, que me incentivaram bastante e se orgulham da irmanzinha. Obrigada por tudo. César e Giovani, vocês são tudo na minha vida, obrigada por vocês existirem. Agradecimentos À Profª Dra. Carmen Maria Casquel Monti Juliani os meus agradecimentos pela orientação, pela dedicação, competência e oportunidade. À Profª Dra. Sandra Regina Leite Rosa Olbrich, muito obrigada por ter me orientado com muita paciência, competência e me impulsionando nos momentos difíceis. Aos Profs José Eduardo e Heloisa pela contribuição com as análises estatísticas. Aos Profs Drs. Marco A. Zanini e Wilza Carla pela grande colaboração no Exame de Qualificação. À Gerente de Enfermagem Karen Aline Batista pelo companherismo. E as demais gerentes de enfermagem: Regina, Nilza, Débora, Liriane, Andrezza e Fátima. E às secretárias da gerência: Mara e Cristina, por compartilharem esse momento. Ao Dr Gabriel Pereira Braga muito obrigada pelo apoio e ajuda. Aos enfermeiros supervisores do Pronto Socorro, Carla, Solene e Natanel, por estarem presentes nesse momento. À Prof Dra Maria José Trevisani pela ajuda do início. Às bibliotecárias Darcila, Diva, Rose e Meire, vocês me ajudaram muito. A todos os docentes e funcionários do departamento de Enfermagem da Faculdade de Medicina de Botucatu pelo apoio a formação acadêmica. Ao Fernando da secretaria do departamento de Enfermagem pela grande ajuda na formatação do texto. À Maria Carolina Salomé Marquesin obrigada pela ajuda, mesmo estando longe. E as colegas do Mestrado onde foi possível trocar experiências durante todo esse tempo. A todos que fizeram parte desse momento meu muito obrigada! RESUMO: Qualidade da atenção ao usuário acometido por AVC, antes e após a implantação de uma Unidade de AVC Introdução: As doenças crônicas estão no centro das atenções devido ao envelhecimento da população. Entre essas doenças está o Acidente Vascular Cerebral (AVC) que é considerado uma doença de grande impacto social e é a primeira causa de morte no país. Objetivos: Avaliar o resultado da assistência prestada em relação aos pacientes portadores de AVC, antes e após a implantação da Unidade de AVC através de indicadores. Método: Estudo epidemiológico de avaliação de serviços, quantitativo, exploratório, descritivo, transversal e retrospectivo. O campo do estudo foi o Hospital das Clínicas de Botucatu, estado de São Paulo, no qual foi criada em 2011, uma Unidade de AVC no Pronto Socorro, sendo referência na região de saúde de Bauru. Resultados: Foram analisados 245 prontuários no período em dois períodos, 6 meses antes (29 de janeiro de 2011 a 28 de julho de 2011 - 63 pacientes) e seis meses após a implantação da Unidade.(29 de julho de 2011 a 28 de janeiro de 2012 - 182 pacientes) Não houve diferença estatística no perfil de pacientes nos dois momentos do estudo ( idade, dias de internação, gravidade na admissão). Predominou o sexo masculino, baixa escolaridade e união estável; 49,39% dos pacientes são procedentes de Botucatu; 29,49% vieram pela Central Reguladora de Vagas. Houve predomínio do tempo do ICTUS no período da manhã com 39,15%. Quanto aos sinais e sintomas 59,84% apresentaram alteração da força. O AVC isquêmico esteve presente em 87,3% dos casos. Como fator de risco mais prevalente aparece Hipertensão Arterial com 75,92%. O tempo médio de internação foi de 5 a 9 dias. O tratamento conservador foi representou 74,49%. A taxa de mortalidade foi de 20,69% antes da implantação e 12,73% com a Unidade especializada. Conclusão: Os indicadores demonstram redução da taxa de mortalidade e do grau de incapacidade dos pacientes na Unidade de AVC após da implantação da Unidade especializada, indicando que a mesma agregou benefícios aos pacientes. Descritores: Acidente Vascular Cerebral, Avaliação em Saúde, Indicadores, Enfermagem e Administração de Serviços de Saúde. ABSTRACT: Quality care to user stricken by stroke, before and after the establishment of a Unit AVC Introduction: Chronic diseases are in the center of attention among the aging population. Among these diseases is the Stroke (CVA), which is considered a disease of great social impact and is the leading cause of death in the country. Objectives: The objective is to evaluate the assistance provided to patients with CVA before and after being placed in the CVA Unit, through indicators. Methods: This is an epidemiological study of service evaluation that is quantitative, explorative, descriptive, cross-sectional and retrospective. This study was done at the University Hospital of Botucatu in the state of São Paulo where a CVA Unit was created in the ER in 2011 to serve the region of Bauru. Results: 245 records were analyzed during two periods: six months before (January 29, 2011 to July 28, 2011-63 patients) and six months after the use of the Unit (July 29, 2011 to January 28, 2012 - 182 patients). There was no statistical difference between the profile of patients in the two study time points (age, length of stay, severity at admission). Male patients, patients of low education and patients with stable marriages dominated the population studied. 49.39% of patients came from Botucatu while 29.49% came from Central Regulatory vacancy. The ICTUS time predominated in the morning with 39.15%. 59.84% showed changes in strength in relation to the signs and symptoms. Ischemic CVA was present in 87.3% of cases. Hypertension was the most prevalent risk factor with 75.92%. The mean hospital stay was 5-9 days. Conservative treatment represented 74.49%. The mortality rate was 20.69% before using the Unit and 12.73% after using the Unit. Conclusion: The indicators show a reduction in the mortality rate and degree of disability of patients in the CVA Unit after implementation of the specialized Unit, indicating that the specialized Unit has added benefits to patients. Keywords: Stroke, Administration. Health Evaluation, Indicators, Nursing and Health Services SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................14 2. OBJETIVOS .................................................................................................23 3. POPULAÇÃO E MÉTODOS......................................................................24 4. RESULTADOS.............................................................................................32 5. DISCUSSÃO .................................................................................................54 6. CONCLUSÕES ............................................................................................67 7. REFERÊNCIAS ...........................................................................................69 APÊNDICE APÊNDICE 1 - Instrumento de coleta de dados.............................................77 ANEXO ANEXO 1 - Parecer do CEP.............................................................................78 ANEXO 2 - Escalas National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS)…..81 ANEXO 3 - Classificação do Rankin Modificado.........................……..........87 ANEXO 4 - Protocolo de Atendimento............................................................88 LISTA DE ABREVIATURAS AIT Ataque Isquêmico Transitório AVC Acidente Vascular Cerebral CEP Comitê de Ética em Pesquisa CFM Conselho Federal de Medicina CRM Conselho Regional de Medicina DCNT Doenças Crônicas Não Transmissíveis ECG EV FMB HC Eletrocardiograma Endovenoso Faculdade de Medicina de Botucatu Hospital das Clínicas HCFMB Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu ISSO International Standards Organization JCAH Joint Commission on Accreditation of Hospital JCAHO MEC Joint Commission on Accreditation of Healthcare Organization Ministério da Educação NIHSS National Institute of Health Stroke Scale PCDT Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas OS Pronto Socorro RM Ressonância Magnética RRAS Redes Regionais de Atenção a Saúde SAMU Serviço de Atendimento Médico de Urgência SUS Sistema Único de Saúde TC Tomografia computadorizada TOAST Trial of Org 10172 in Acute Stroke Treatment UBS Unidade Básica de Saúde UTI Unidade de Terapia Intensiva LISTA DE FIGURAS Figura 1- Distribuição percentual dos pacientes segundo sexo e momento. Botucatu,2014. Figura 2– Distribuição dos pacientes segundo estado civil e momento. Botucatu,2014 Figura 3– Distribuição dos pacientes segundo cor e momento. Botucatu, 2014 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Distribuição das variáveis segundo medidas de tendência central e momento. Botucatu, 2014. Tabela 2 Distribuição dos pacientes segundo faixa etária e momento. Botucatu,2014. Tabela 3 Distribuição dos pacientes segundo escolaridade e momento. Botucatu,2014. Tabela 4 Distribuição dos pacientes segundo modo de chegada e momento. Botucatu,2014. Tabela 5 Distribuição dos pacientes segundo horário de chegada no Pronto Socorro. Botucatu, 2014. Tabela 6 Distribuição dos pacientes segundo horário em que os pacientes tiveram os sintomas de Ictus. Botucatu,2014. Tabela 7 Distribuição dos pacientes, segundo intervalo de tempo do ictus até a chegada no Pronto Socorro e momento. Botucatu,2014 Tabela8 Distribuição dos sinais e sintomas observadas no momento da admissão no HC e momento.Botucatu,2014. Tabela 9 Distribuição dos pacientes segundo tipo de AVC e momento. Botucatu,2014. Tabela 10 Distribuição quanto a presença de fatores de risco e momento. Botucatu, 2014. Tabela 11 Distribuição dos principais fatores de risco. Botucatu, 2014. Tabela 12 Distribuição dos pacientes segundo tempo de internação e momento. Botucatu,2014. Tabela 13 Distribuição dos pacientes segundo tipo de tratamento no Momento A e D. Botucatu, 2014. Tabela 14 Distribuição numérica entre Intervalo do início dos sintomas até a chegada ao hospital com o tipo de tratamento realizado nos pacientes nos dois momentos. Botucatu, 2014. Tabela 15 Distribuição dos pacientes trombolisados, segundo complicações ocorridas durante ou após o procedimento. Botucatu, 2014. Tabela 16 Distribuição dos pacientes segundo classificação da etiologia do AVC, conforme critérios da classificação fisiopatológica TOAST . Botucatu, 2014. Tabela 17 Distribuição dos pacientes com severidade clínica aferida pelo NIHSS na admissão, segundo os dois momentos. Botucatu ,2014. Tabela 18 Distribuição numérica entre severidade aferida pelo NIHSS no momento da entrada e o tempo de internação dos pacientes nos momentos. Botucatu, 2014. Tabela 19 Distribuição dos pacientes com severidade clínica aferida pelo NIHSS no momento da alta, segundo momento. Botucatu, 2014. Tabela 20 Distribuição numérica entre o intervalo do ictus até a chegada no Pronto Socorro com o grau de severidade aferida pelo NIHSS no ato da admissão nos momentos. Botucatu, 2014. Tabela 21 Distribuição numérica dos pacientes entre o intervalo do ictus até a chegada ao Pronto Socorro com o grau de severidade aferida pelo NIHSS, no momento da alta. Botucatu, 2014. Tabela 22 Distribuição dos pacientes segundo grau de comprometimento do AVC- Escala de Rankin Modificada na alta, segundo Momentos. Botucatu, 2014. Tabela 23 Distribuição numérica entre o NIHSS de alta e o tempo de internação dos pacientes nos Momentos. Botucatu, 2014. Tabela 24 Distribuição numérica dos óbitos ocorridos nos Momentos pela faixa etária, NIHSS na admissão do paciente, tempo de internação e intervalo do ICTUS até a chegada ao hospital. Botucatu,2014. Tabela 25 Indicadores segundo Momentos e Risco. Botucatu, 2014. INTRODUÇÃO 14 1. INTRODUÇÃO A transição demográfica e epidemiológica, que se apresenta hoje no Brasil, coloca as doenças crônicas no centro das atenções, por significar importante fatia na mobilização de recursos frente às necessidades de atenção à saúde a uma população que passa pelo processo de envelhecimento, aliada à presença doenças crônicas, que requerem um cuidado contínuo. Mendes(1,2) faz uma análise dos sistemas de atenção à saúde, em maior ou menor grau, em todos os países do mundo, apontando a incoerência entre o modo como se estruturam as respostas e a situação de saúde que envolve a transição demográfica e epidemiológica e tripla carga de doenças nos países em desenvolvimento, se considerado o acréscimo da violência e causas externas. Neste estudo o foco da atenção situa-se em relação às conseqüências e agravamento de doenças crônicas, neste caso o Acidente Vascular Cerebral (AVC). O sistema de saúde vem organizando a atenção especializada para essa doença, como é o caso da Unidade de Tratamento de AVC, como parte do enfrentamento do problema, dentro da organização da linha de cuidado, para que se possa garantir essa retaguarda de maior complexidade. A Unidade de AVC é definida em Portaria como unidade de cuidados clínicos multiprofissional, coordenada por neurologista, dedicada ao cuidado dos pacientes acometidos pelo Acidente Vascular Cerebral até quinze dias da internação hospitalar, com a atribuição de dar continuidade ao tratamento da fase aguda, reabilitação precoce e investigação etiológica completa(3). A presente dissertação compara dois momentos de pacientes acometidos por Acidente Vascular Cerebral (AVC) e os possíveis benefícios à sua saúde com a criação da Unidade de Tratamento do AVC no Pronto Socorro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu por meio do uso de indicadores de qualidade do serviço prestado. Atualmente discute-se muito a qualidade das organizações de saúde para a melhoria dos serviços prestados(4). Com a mudança no comportamento dos usuários que estão mais exigentes e entendem a importância de um serviço mais qualificado, houve um aumento da competitividade das organizações hospitalares, principalmente devido às transformações políticas e novas tecnologias(5). Para contextualizar essa problemática apresentaremos, em primeiro lugar, a relevância da doença e posteriormente a importância da avaliação de indicadores INTRODUÇÃO 15 continuamente e, em especial, quando se implanta um novo serviço. O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é considerado uma doença de grande impacto individual e familiar, causada por uma lesão cerebral em decorrência de falha na circulação sanguínea cerebral, que tem um déficit neurológico no seu início(6,7)e é considerado uma doença geradora de seqüelas e perdas na qualidade de vida, com altas taxas de prevalência, incidência e recidivas, o que torna preocupante em nosso meio e evidencia a necessidade de se estabelecer medidas preventivas(6 ). No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde- DATASUS, foram registrados 160.621 internações por doenças cerebrovasculares em 2009. A taxa de mortalidade foi de 51,8 para cada grupo de 100.000 habitantes. O grupo acima de 80 anos representou quase 35% dos 99.174 óbitos(8). A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, com base nos dados de 2010, mostrou que ocorreram 38,9 mil internações de pacientes vítimas da doença, via Sistema Único de Saúde (SUS). Dados similares foram registrados em 2011, quando houve 39 mil internações, com21,2 mil mortes decorrentes de AVC no Estado de São Paulo. No Brasil, o número de vítimas fatais por AVC chega a quase 100 mil pessoas; passou de 84.713 em 2000, para 99.726 em 2010 (9) . A taxa de mortalidade por AVC na faixa etária em que se consideram esses óbitos como mais evitáveis, isto é, até os 70 anos de idade, foi reduzida em 32,6% entre 2000 e 2010. Nesta faixa, o índice caiu de 27,3 para 18,4 mortes para cada 100 mil habitantes, o que representa uma redução média anual de 3,2%. Em 2010, foram registrados 33.369 óbitos de pessoas com até 70 anos, por AVC (9). A taxa de mortalidade no país mostra as condições e hábitos de vida da população e a qualidade dos serviços de saúde prestados (10) . A diminuição da ocorrência de AVC pode se dar por melhorias na qualidade da prevenção primária e melhores condições sócio-econômicas e com campanhas governamentais para controle dos riscos. Não existem informações a respeito da sobrevida após o AVC(8). O AVC é uma doença cerebral vascular que se apresenta como a primeira causa de mortes registradas no país(11). Assim, o Ministério da Saúde previu investir até 2014, R$ 437 milhões para ampliar a assistência às vítimas de AVC. Do total de recursos, R$ 370 milhões vão financiar leitos hospitalares. Outra parcela, R$ 96 milhões, será aplicada na oferta do tratamento medicamentoso com o uso de alteplase um ativador de plasminogênio tecidual humano recombinante(11,12,13). Esta patologia causa danos a uma ou mais regiões do cérebro, com um quadro agudo INTRODUÇÃO 16 (7) que se apresenta com um déficit neurológico focal de instalação súbita. Pode ser dividido em hemorrágico e isquêmico, sendo o segundo responsável por 80% dos casos(11). O Ataque Isquêmico Transitório(AIT),também se enquadra nos 80% e seus sinais e sintomas melhoram em 24horas(10). O AVC isquêmico é causado pela diminuição do fluxo sanguíneo em uma ou mais regiões do encéfalo e é resultante de obstrução arterial por um trombo ou embolo (14) . Sendo assim, a sobrevivência do tecido em risco depende da intensidade e duração da isquemia e da disponibilidade da circulação colateral (11) . É uma emergência médica e a avaliação e tratamento devem ser feito em unidades de saúde capacitadas o mais rapidamente possível(13). Os fatores de riscos podem ser divididos em: não modificáveis ou não tratáveis idade, raça, sexo e história familiar e, em modificáveis ou tratáveis-hipertensão arterial, diabetes mellitus, ataques isquêmicos transitórios, doenças cardíacas, anormalidades lipoproteicas, aumento do fibrinogênio, consumo de bebidas alcoólicas, fumo, contraceptivos orais e obesidade(9). A incidência da doença cresce com o avançar da idade. Em pacientes com idades entre 70 a 79 anos a taxa de mortalidade é duas vezes maior em relação aos pacientes 20 anos mais jovem(7). Quanto a raça, é duas vezes maior na raça negra (7) . Dentre os fatores de risco modificáveis (tratáveis), a hipertensão arterial é a mais comum e representa um risco de seis a sete vezes maior em relação aos não hipertensos. Os antecedentes familiares são também importantes fatores. A hiperlipidemia está associada com a progressão à aterosclerose (7), e o diabetes mellitus e o nível elevado de glicemia aumentam a incidência. Alterações cardíacas, sobressaindo as insuficiências cardíacas congestivas e coronariopatias, o etilismo, o uso de anticoncepcionais orais, fumo(7). Para um melhor prognóstico o atendimento do paciente com AVC deve ser sincronizado e ágil. O ganho de tempo é crucial para o tratamento, pois é uma emergência neurológica. Perda de tempo para a abordagem destes pacientes significa uma pior evolução. Alguns dos sinais e sintomas mais importantes são: déficits motor, visual, linguagem, sensibilidade e gnosia(13). O momento do início dos sinais e sintomas é denominado de ictus e é muito importante para a definição do tratamento, uma vez que o uso de trombolítico intravenoso (ativador do plasminogênio tecidual (rt-PA) (7) deve ser indicado, quando os sintomas se apresentam com 3 horas do ictus ou até 4hs e 30minutos e o uso do trombolítico intra-arterial até 6 horas (11,15). A utilização desse medicamento deve ser criteriosa, uma vez que expõe os pacientes a riscos de hemorragias (13) . O tratamento pode reduzir as chances de morte e INTRODUÇÃO 17 invalidez após o AVC (16), porém poucas pessoas se beneficiam desse medicamento devido às dificuldades no reconhecimento dos sintomas de AVC, atraso na procura de um serviço de emergência adequado, demora na obtenção de exames de imagens, como a tomografia e demora na avaliação e no tratamento adequados(16). Para obter um atendimento com qualidade e eficiência, faz-se necessária a utilização de tecnologias. A realização da tomografia computadorizada (TC) deve ser feita na admissão(12) e repetida em 24 ou 48 horas, caso o primeiro exame não tenha alterações ou a evolução seja insatisfatória(12). Esse exame tem alta especificidade para diferenciar um AVC isquêmico de um hemorrágico(11). No ano de 2012, foi realizada avaliação, referente ao período de um ano, dos pacientes vítimas de AVC. Foram identificados através dos registros do Pronto Socorro, 342 pacientes que tiveram AVC em fase aguda, 93,7% deles do Pólo Cuesta (Anhembi, Areiópolis, Avaré, Bofete, Botucatu, Conchas, Itatinga, Paranapanema, Pardinho, Pratânia e São Manuel). É importante destacar que o Polo Cuesta reúne os municípios mais próximos ao entorno do HC e corresponde a uma das cinco micro-regiões de saúde existentes no DRS VI, constituindo uma Comissão Intergestores Regional (CIR).O modo de chegada em 36,5% foi por meio da Central de vagas, seguida pela procura direta (26,1%), Serviço Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi de 21,2%, Pronto Socorro Adulto de Botucatu foi de 15,6% e intra-hospitalar foi de 0,6%. Quanto ao horário de entrada no serviço do Hospital das Clinicas, a maior procura ocorreu no período da tarde- 12: 00 as 17:59 horas (33,5%), diferentemente do horário da ocorrência de ictus, (34,3%) ocorreu no período da manhã. O percentual de mortalidade foi de 10,4%, quanto ao tipo de AVC a maior prevalência foi do AVC isquêmico (73,7%), 33% dos pacientes tiveram algum tipo de complicação, sendo a infecção mais prevalente (38,6%), seguida do infarto agudo do miocárdio (4,4%) e de parada cardiorrespiratória (3,5%) (18). Apesar das limitações inerentes ao tipo de estudo, nomeadamente a sua natureza retrospectiva, a não disponibilidade de muitas informações nos prontuários e a possibilidade de viés de dados, este estudo forneceu informações importantes sobre o prognóstico dos doentes com AVC e perspectivas para reorganização do serviço, considerando a importância da organização das Redes Regionais de Atenção a Saúde (RRAS), conforme preconizado no Pacto pela Saúde (19)e no decreto 7508 de 2011(20) que regulamenta a lei orgânica da saúde nº 8080 de 1990(21). O Ministério da Saúde define RRAS como “arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de INTRODUÇÃO 18 sistemas técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado”(2). O HC é credenciado como referência dentro da RRAS 9, uma das redes de atenção do estado de São Paulo para atendimento de AVC. No caso da região estudada a RRAS 9 é geograficamente coincidente com o DRS VI, o que pode ser considerada uma facilidade. Com o aprimoramento de toda a rede de atendimento no SUS, o governo federal quer acelerar a redução da taxa de mortalidade por esta doença. Assim o Ministério da Saúde instituiu a Linha do Cuidado do AVC , a qual orienta que o tratamento deve incluir, necessariamente, a rede básica de saúde, o SAMU (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), as unidades hospitalares de emergência e os leitos de retaguarda, a reabilitação ambulatorial, o ambulatório especializado e os programas de atenção domiciliar, entre outras estratégias de atendimento à população. A assistência preconizada pelo Ministério prevê o uso do medicamento ativador de plaminogênio tecidual humano recombinante – alteplase, somente nestes centros. Isso significa a possibilidade de recuperação do quadro neurológico com redução em 30% da morbidade(22). O Ministério da Saúde institui em 12 de abril de 2012 a Portaria n° 664 que aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes terapêuticas que prevê a Trombólise no Acidente Vascular Cerebral Isquêmico Agudo(23). A Portaria n° 665/2012 (3) cria os Centros de Atendimento de Urgência aos pacientes com Acidente Vascular Cerebral, classificados em três tipos, dependendo do porte e da capacidade de atendimento. Estes centros desempenham um papel de referência no tratamento aos pacientes com AVC e são articulados entre governo federal, estadual e municipal. A meta do Ministério da Saúde é fortalecer a política de atenção às vítimas de AVC, com o propósito de assegurar a todos os brasileiros que tenham um hospital de referência para o seu atendimento, demonstrando assim a importância do tratamento de forma eficaz. Existem três tipos de Centro de Atendimento de Urgência aos pacientes com Acidente Vascular Cerebral. Tipo I, II e III, de acordo com a Portaria nº665/2012(3). Na Unidade de Cuidado ao AVC do Tipo I realizam-se procedimentos com o uso de trombolítico, conforme Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) específico. Devem cumprir os seguintes requisitos: atendimento de urgência vinte e quatro horas por dia, todos os dias da semana; realizar tomografia computadorizada de crânio nas vinte e quatro horas do dia; equipe treinada em urgência para atendimento aos pacientes com AVC, composta por médico, enfermeiro, técnicos de enfermagem e coordenada por neurologista com título de especialista em neurologia reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) ou Conselho Regional de Medicina (CRM) ou residência médica em Neurologia INTRODUÇÃO 19 reconhecida pelo Ministério da Educação (MEC); protocolos clínicos e assistenciais; cobertura de atendimento neurológico disponível em até trinta minutos da admissão do paciente (plantão presencial ou sobreaviso à distância ou suporte neurológico especializado por meio da telemedicina); possuir UTI Tipo II ou III; serviço de laboratório clínico em tempo integral; serviço de hemoterapia (3) . Na Unidade de Cuidado Tipo II deverá possuir área física com no mínimo cinco leitos; atender o paciente com AVC agudo até 72 horas, permitir o uso do trombolítico endovenoso; e proporcionar tratamento coordenado pelo neurologista; dispor dos seguintes exames: ECG, laboratório, serviço de radiologia e hemoterapia; exame de doppler das artérias; ecocardiografia e angiografia; angiotomografia, ressonância magnética. Quanto aos recursos humanos nas 24 horas, deverá contar com responsável técnico neurologista com título de especialista, médico, enfermeiro, um técnico de enfermagem para cada quatro leitos, suporte de fonoaudiologia e fisioterapia. Quanto aos recursos materiais, um estetoscópio por leito, camas hospitalares com grades laterais, duas bombas de infusão por leito e reserva operacional; pontos de oxigênio e ar comprimido com válvulas reguladoras de pressão para cada leito, materiais para aspiração e kits para atendimento de emergência com medicamentos e matérias; um desfibrilador e um aparelho de ECG por unidade, um aparelho para aferição de glicemia capilar, uma maca de transporte com grades laterais e cilindro de oxigênio para transporte, uma máscara facial com diferentes concentrações de oxigênio para cada cinco leitos, um monitor completo para cada leito (3) . A Unidade de Cuidado Tipo III deverá seguir as exigências para Tipo I e Tipo II e ainda dispor de, no mínimo, dez leitos para atendimento até quinze dias de internação hospitalar; atendimento da totalidade dos casos de AVC agudo admitidos na instituição, exceto aqueles que necessitarem de terapia intensiva e aqueles para os quais for definido por suporte com cuidados paliativos; ambulatório especializado, preferencialmente próprio, podendo também ser referenciado, angioressonância; e neuroradiologia intervencionista. Aos recursos humanos acrescenta-se uma terapeuta ocupacional por seis horas ao dia; um assistente social por seis horas de segunda a sexta feira, suporte psicológico, nutricionista e farmacêutico na Instituição e um neurocirurgião por 24 horas(3). Na América Latina, de acordo com a Iniciativa CARMEM, que trata de um guia de avaliação e definição de indicadores, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são a primeira causa de morte em pessoas com menos de 70 anos e as doenças cardiovasculares, os cânceres e o diabetes mellitus são de maior importância(24). O AVC é a doença mais frequente em mortalidade, junto com as doenças isquêmicas do coração e a hipertensão arterial INTRODUÇÃO 20 sistêmica. A Iniciativa CARMEM tem como objetivo reduzir os fatores de risco das doenças crônicas não Transmissíveis através de ações para melhoria da saúde da população nas Américas, reduzindo as desigualdades. Tem a preocupação de melhorar a articulação entre os países da América. Utilizam como estratégias a prevenção e promoção equidade da saúde (24). Aliada à importância das doenças crônicas na atualidade, assume grande relevância a avaliação da qualidade da assistência e dos serviços. A qualidade da assistência, definida por BERWICK (1994), como a satisfação das necessidades do cliente, deverá ser o centro do processo da busca da qualidade e,por meio do tratamento recebido irá avaliar as atitudes dos profissionais de saúde(25) . Diante da busca pela qualidade dos serviços de saúde, surgiu a avaliação dos serviços de saúde, através da utilização de indicadores de atenção. Avaliar significa estimar, apreciar ou julgar alguma coisa, relacionando-a com critérios e valores semelhantes que possam servir de parâmetros(26). Para a evolução efetiva da avaliação da gestão dos serviços de saúde, utiliza-se indicadores para comparação com referenciais internos e externos(27).Conceitua-se indicador como“ uma unidade de medida de uma atividade, com a qual se está relacionado, ou ainda, uma medida quantitativa que pode ser empregada como um guia para monitorar e avaliar a assistência e as atividades de um serviço’’(28). Ao se falar em qualidade faz-se uma retrospectiva histórica da qualidade em saúde. Deve-se lembrar da enfermeira Florence Nightingale, que implantou a melhoria da qualidade, reduzindo as taxas de mortalidade durante a Guerra da Criméia, com intervenções rígidas de padrões sanitários e de cuidados de enfermagem(5) . No início do século XX, a qualidade foi tratada pelo Colégio Americano de Cirurgiões, nos Estados Unidos. Em 1927 Edwards Deming e Walter Shewhart, estatísticos norte-americanos utilizaram a estatística e elaboraram um método de controle de qualidade. Na década de 50, Deming foi convidado pelo governo japonês para introduzir e treinar gerentes japoneses no controle estatístico de qualidade (5). Já na década de 1950, foi criada a Joint Commission on Accreditation of Hospital (JCAH) para controle de qualidade por meio de auditorias, que em 1980, passa a chamar Joint Commission on Accreditation of Health care Organization (JCAHO)(5). Em 1980, com Avedis Donabedian apresentou vários trabalhos com o tema de qualidade nos serviços de saúde e, no final desta década, surge a International Standards Organization (ISO)(5). Já na década de 90, Donald Berwick envolveu-se com o gerenciamento da qualidade com a publicação do livro “Melhorando a qualidade dos serviços médicos, hospitalares e da saúde” por meio do qual introduziu os conceitos de qualidade para os profissionais de saúde. Na América Latina e Caribe, surgiu um movimento para a implantação de um modelo de Acreditação, promovido INTRODUÇÃO 21 pela Organização Pan- Americana de Saúde e Federação Latino Americana de Hospitais(5). Avedis Donabedian (29) contribuiu com o referencial teórico para a avaliação de serviços, organizando-se por meio da análise dentro da clássica tríade: estrutura, processo e resultado. A estrutura compreende os atributos em que ocorre o cuidado em seu contexto. Ela envolve recursos materiais (instalações, equipamentos e recursos financeiros) e a estrutura organizacional (pessoal, organograma, métodos, rotinas, protocolos, normas e a forma de pagamento)(29) . O processo envolve as atividades dos profissionais de saúde e o paciente, como se desenvolve o cuidado, seus protocolos e a implementação do tratamento do paciente(29) . O resultado é a eficácia do tratamento do paciente, a conseqüência da assistência realizada refletindo as mudanças observadas em seu estado de saúde e envolve o grau de satisfação do paciente e da família(29) . O mesmo autor estabelece uma avaliação, os sete Pilares da qualidade (30) . São eles:1) eficácia- o melhor que se pode fazer, a capacidade do atendimento; 2) efetividade melhoria da saúde alcançada; 3) eficiência- de alcançar a maior melhoria da saúde, a menor custo; 4) otimização-relação entre custo e benefício mais favorável; 5) aceitação- adaptação dos cuidados aos desejos do paciente, envolvendo a relação entre profissionais de saúde, o paciente e o hospital; 6) legitimidade- conformidade do cuidado com as preferências sociais; 7) equidade- distribuição justa do cuidado e de seus benefícios entre os membros de uma população(30) . Assim, este estudo se justifica pela importância do tema quanto à elevada morbimortalidade, custos hospitalares e pessoais, além das conseqüências econômicas para a sociedade e, ainda pela relevância e necessidade da avaliação da unidade de AVC após a sua implantação no pronto socorro do Hospital das Clínicas de Botucatu, com a finalidade de detectarmos se as medidas adotadas proporcionaram uma diminuição do tempo de internação, um atendimento mais rápido e eficaz e uma diminuição dos agravos decorrentes desta doença, como forma de melhorar a qualidade de vida aos pacientes e seus familiares, bem como adequar o serviço no que for necessário. Atualmente, foi instalada, neste ano de 2014, uma nova Unidade de AVC (tipo III) em um local mais adequado, com disponibilidade de 10 leitos exclusivos para atendimento dos pacientes com Acidente Vascular Cerebral, fato que consideramos relevante informar, em função do aprimoramento da estrutura que vem ocorrendo nos últimos anos, embora esta pesquisa se refere ao período em que a Unidade era do Tipo II. INTRODUÇÃO 22 Diante do contexto exposto, esta investigação pretendeu responder às seguintes questões: qual o perfil dos usuários atendidos nos dois momentos, e houve melhoria nos indicadores assistenciais, após a implantação de um serviço especializado para atender cidadãos acometidos pelo AVC? OBJETIVOS 23 2. OBJETIVOS Geral Comparar o perfil de usuário e a qualidade da assistência prestada aos pacientes portadores de AVC, antes e após a implantação da Unidade de AVC do HCFMB. x Específicos 1- Avaliar os aspectos epidemiológicos (demográficos e clínicos) dos pacientes quanto à idade, escolaridade, sexo, hora do ictus e da chegada ao atendimento, fisiopatologia do AVC, grau de gravidade e sua evolução; 2- Identificar e avaliar os indicadores de resultados antes e após a implantação da Unidade. POPULAÇÃO E MÉTODOS 24 3. POPULAÇÃO E MÉTODOS 3.1. Tipo de estudo Trata-se este de um estudo epidemiológico de avaliação de serviços, que é quantitativo, exploratório, descritivo, transversal e retrospectivo. 3.2. Local do Estudo O estudo foi realizado no Hospital das Clínicas (HCFMB), situado no município de Botucatu-São Paulo, é um serviço regional de saúde que teve origem no antigo hospital escola da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), e foi autarquizado em 01/06/2010 – lei n° 1124. Ele é vinculado à Secretaria do Estado da Saúde, para fins administrativos e à FMBUNESP para atividades de ensino, pesquisa e extensão. Constitui-se na maior instituição pública vinculada ao SUS na região. Pertence ao Departamento de Saúde VI (DRS VI) do estado, com abrangência populacional de atendimento estimado de 1,5 milhões de pessoas oriundas de 68 municípios(17). O Pronto Socorro é referência para todas as cidades pertencentes a esta DRS, para procedimentos de alta complexidade em urgência e emergência. São atendidos aproximadamente 300 pacientes dia e, em meados de 2010 foi transferido para um novo prédio, onde neste local foi instalada, em 2011, uma Unidade de AVC com quatro leitos. O estudo foi realizado nesta Unidade de AVC do Pronto Socorro do Hospital das Clínicas de Botucatu, que foi inaugurada em 28 de julho de 2011. No período anterior à inauguração, os pacientes eram admitidos no Pronto Socorro por demanda espontânea, central reguladora de vagas, resgate e pelo intra hospitalar(Pronto Socorro Adulto a partir do mês de abril de 2011 quando foi inaugurado). Os pacientes eram atendidos na sala de emergência pelo médico plantonista, que, após diagnosticar o AVC, acionava a equipe da Neurologia. Ela fornecia um atendimento no Pronto Socorro não dedicado ao AVC. Quando chegavam ao Pronto Socorro, iniciavam o Protocolo de Atendimento ao AVC. A equipe de enfermagem era composta por um enfermeiro, que prestava assistência às três salas de emergência, à sala de medicação e à de observação. Havia um auxiliar ou técnico de enfermagem que prestava assistência a esses pacientes, porém a escala era rotativa nos pontos de trabalho durante o mês. Cada sala de emergência era composta por quatro leitos, sendo que, na maioria das POPULAÇÃO E MÉTODOS 25 vezes, eram ocupadas por seis pacientes. Quanto aos equipamentos, somente em alguns era realizada a monitorização cardíaca. Com a inauguração da Unidade de AVC, a admissão dos pacientes pelo serviço ocorria da mesma maneira anteriormente relatada. Na mesma época da implantação dessa Unidade também ocorreu o início das atividades pelo SAMU na cidade de Botucatu. A Unidade foi inaugurada como Unidade de cuidado de AVC Tipo II e possui quatro leitos, com médico neurologista responsável nas 24 horas que permanece na Unidade. O fluxo de entrada dos pacientes ainda se dá pela sala de emergência, porém o neurologista é acionado imediatamente quando da admissão do paciente. O Protocolo de Atendimento é realizado, o usuário era encaminhado à Unidade de AVC. A Unidade fica localizada no Pronto Socorro, na Ala Verde juntamente com mais quatro leitos clínicos ou cirúrgicos. A Ala Verde é composta por uma equipe de enfermagem contendo um enfermeiro, que presta assistência às salas de emergência e às duas alas de internação com dois ou três auxiliares ou técnicos de enfermagem, e esse esquema ocorre num período de 24 horas. Todos os funcionários recebem treinamento anualmente sobre a patologia e os sinais e sintomas do AVC e sobre os cuidados de enfermagem necessários para esse tipo de paciente. Todos os leitos possuem monitor multiparâmetros. 3.3 População e amostra Os dados foram obtidos a partir de um banco que os médicos pesquisadores da disciplina de Neurologia armazenavam e que continha os registros 344 pacientes. Foram excluídos desse banco todos os pacientes que estavam fora do período do estudo, os com prontuários incompletos e os que não foram encontrados, totalizando 99 pacientes excluídos. Para complementação dos dados, foram utilizados também os registros de enfermagem no momento da admissão dos pacientes à Unidade de AVC e solicitada lista ao Departamento de Gestão de Atividades Acadêmicas relativa aos pacientes que ficaram internados no período estabelecido com diagnóstico de AVC. Os critérios de inclusão para o estudo foram: pacientes adultos com idade superior a 18 anos, ter diagnóstico de acidente vascular cerebral, e estar dentro do período do estudo. Os critérios de exclusão foram idade inferior a 18 anos, outros diagnósticos que não sejam de Acidente Vascular Cerebral, prontuários incompletos e não encontrados. POPULAÇÃO E MÉTODOS 26 Os dados necessários foram transferidos para o instrumento elaborado para esse fim (APENDICE 1). Foi organizado um novo banco de dados para responder aos objetivos deste estudo. A amostra, estatisticamente definida e estratificada, foi constituída por 245 pacientes admitidos no Pronto Socorro por um período de um ano sendo seis meses antes da inauguração da Unidade de AVC totalizando 63 pacientes, e seis meses após a data de inauguração da Unidade, período este que se completou a amostra com mais 182 pacientes. A Unidade de AVC do Hospital das Clínicas de Botucatu iniciou suas atividades em 28 de julho de 2011, e atende especificamente pessoas adultas com diagnóstico de AVC em fase aguda. 3.4. Coleta de dados A coleta de dados foi realizada no primeiro semestre de 2014 e referente ao período de 29 de janeiro de 2011 a 28 janeiro de 2012, dividido em dois momentos, o primeiro, denominado momento A do dia 29 de janeiro de 2011 a 28 de julho de 2011 (6 meses anteriores à inauguração da Unidade de AVC) e o segundo, denominado momento D de 29 de julho de 2011 a 28 de janeiro de 2012 (6 meses após o início das atividades da referida Unidade). As letras escolhidas para denominação fazem referência às palavras antes (A) e depois (D). Para classificar a gravidade da doença, utilizou-se do protocolo de avaliação dos pacientes denomina do Escalas National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS), por meio de avaliações clínicas envolvendo o nível de consciência, melhor olhar conjugado, visual, paralisia facial, motor para os braços e pernas, ataxia de membros, sensibilidade, melhor linguagem, disartria, extinção ou desatenção, através do exame físico e do uso de figuras e frases. Após esta avaliação são aferidas pontuações que vão de 0 a 3. O escore varia de 0 a 42 pontos: NIHSS leve (0 a 4 pontos),NIHSS moderado (5 a 12 pontos), NIHSS grave (13-17 pontos), NIHSS muito grave (≥ 18 pontos) de acordo com ANEXO2 (31 ) . Para a mensuração do grau de incapacidade do AVC foi utilizada a Escala de Rankin Modificada no momento da alta, onde 0 = sem sintomas; 1 = nenhuma incapacidade significativa; 2 = leve incapacidade; 3 = incapacidade moderada; 4 = incapacidade moderadamente severa; 5 = deficiência grave; 6 = óbito. (ANEXO3) Para a classificação da etiologia utilizou-se os Critérios fisiopatológicos de TOAST(Trial of Org 10172 in Acute Stroke Treatment) os quais seguem uma subdivisão dos infartos cerebrais em cinco grupos principais de acordo com a sua etiologia, e são POPULAÇÃO E MÉTODOS 27 classificados como (31 ) : 1. Aterosclerose de Grandes Artérias - Nos infartos de grandes artérias por aterosclerose, os exames são Doppler de carótidas, Doppler transcraniano, angiorressonância ou angiotomografia dos vasos cranianos, demonstram estenose maior que 50% ou oclusão de grandes ramos arteriais. A tomografia do crânio (TC) ou Ressonância magnética do crânio (RM), em geral, demonstram lesões cerebrais maiores que 1,5 cm de diâmetro(31 ) . 2. Cardioembolismo - Os infartos cardioembólicos devem-se à oclusão de vaso cerebral por êmbolos provenientes do coração(31 ) . 3. Oclusão de Pequenas Artérias (lacunas)- A TC ou RM mostra lesões pequenas (lacunas) no território de artérias perfurantes, ou seja, núcleos da base, tálamo, tronco cerebral, coroa radiada e cápsulas interna e externa menores que 1,5 cm de diâmetro. O diabetes mellitus e a hipertensão arterial crônica degeneram os pequenos vasos e arteríolas perfurantes(31 ) . 4. Infartos por Outras Etiologias - Infartos com outras etiologias englobam outras causas, por exemplo: vasculopatias não ateroscleróticas (Moyamoya, dissecção arterial), desordens hematológicas (anemia falciforme), coagulopatias (deficiência de fatores fibrinolíticos), vasculites (varicela, lupus, meningite)(31 ). 5. Infartos de Origem Indeterminada - Os infartos de causa indeterminada são aqueles que têm investigação completa, porém não se enquadram nas outras classificações(31 ) . 3.5 Construções dos indicadores de qualidade Os indicadores propostos para o estudo foram: 3.5.1-Estrutura Quanto à estrutura física das salas onde os pacientes foram atendidos anteriormente a Unidade de AVC possuíam iluminação e ventilação artificiais. Após a inauguração da Unidade de AVC, os pacientes iam para a Ala Verde do Pronto Socorro, que conta com iluminação natural e artificial e tem ventilação natural. A entrada dos pacientes se dá pela sala de emergência, e após diagnóstico de AVC, é acionado o médico neurologista, que fica na Unidade de AVC e imediatamente vai à sala de emergência. Após o primeiro atendimento, o paciente é conduzido à Unidade de AVC, onde POPULAÇÃO E MÉTODOS 28 permanece por toda a fase aguda, em torno de 48 horas, e quando há leito no hospital vai para enfermaria, de preferência para a enfermaria de Neurologia ou permanece na Unidade. 3.5.2-Processo Para essa fase, no ANEXO 4, está o Protocolo de Atendimento ao paciente portador de AVC utilizado pela equipe médica. Fluxograma de atendimento dos pacientes POPULAÇÃO E MÉTODOS 29 Fluxograma de Atendimentos do Paciente com Acidente Vascular Cerebral (AVC) AVC Regulação Central de Vagas Resgate / SAMU Procura Direta Intra Hospitalar Pronto Socorro Adulto Pronto Socorro Intra Hospitalar Ambulatório Unidade de AVC Enfermaria da Rede de A i Reabilitação e Profilaxia Secundária em Unidade Básica de Saúde (UBS) Enfermaria Ambulatório Unidade de Terapia Intensiva (UTI) POPULAÇÃO E MÉTODOS 30 3.5.3-Resultado a) Intervalo de tempo da ocorrência do ictus até a chegada no Pronto Socorro (até 4hs 30 min) em cada Momento ICTUS Momento A= n°pac que chegaram até 4hs 30min no Momento A x 100 n°pac atendidos Momento A ICTUS Momento D= n°pac que chegaram até 4hs 30min no Momento D x 100 n°pac atendidos Momento D b) Gravidade medida pela escalado NIHSS na admissão Gravidade na admissão Momento A=n°pac graves e muito grave no Momento A x100 n°pac atendidos no Momento A Gravidade na admissão Momento D=n°pac graves e muito grave no Momento D x100 n°pac atendidos no Momento D c) Utilização de terapia apropriada com o tempo da ocorrência do ictus até a chegada do paciente (trombólise EV) Pac trombolisados no Momento A= n°pac submetidos a trombólise EVno Momento A x100 total de pacientes atendidos no Momento A Pac trombolisados EV no Momento D= n°pac submetidos a trombólise EVno Momento D x100 total de pacientes atendidos no Momento D POPULAÇÃO E MÉTODOS 31 d) Gravidade medida pela escala do NIHSS na alta Gravidade na alta Momento A= n°pac graves e muito graves na alta no Momento A x100 Total de pac. Atendidos no Momento A Gravidade na alta Momento D= n°pac graves e muito graves na alta no Momento D x100 Total de pac. Atendidos no Momento D e) Grau de comprometimento medido pela escala Rankin modificado Momento A= n°pac com Rankin de alta com sequelas no Momento A x100 n°pac atendidos com Rankin no Momento A Momento D= n°pac com Rankin de alta com sequelas no Momento n°pac atendidos com Rankin no Momento D Sequelas=incapacidade moderada severa e deficiência grave f) Evolução (óbito) Óbito no Momento A= n°pac óbito no Momento A x100 n°total pac atendidos no Momento A Óbito no Momento D= n°pac óbito no Momento D n°total pac atendidos no Momento D x100 x100 POPULAÇÃO E MÉTODOS 32 3.6. Análise Estatística Para a análise dos dados, foi utilizado o Programa do SAS for Windows versão 9.3. realizou-se análise descritiva inicial com cálculo de média, desvio padrão, mediana, quartis para variáveis quantitativas, freqüências e percentuais para variáveis categorizadas. Comparações entre as variáveis quantitativas foram feitas, utilizando Wilcoxon pareado, caso a distribuição tenha sido simétrica ou não. Para as associações entre variáveis categorizadas, foi utilizado o teste qui-quadrado de tendência e o Mantel-Haenszel. Em todos os testes, foi aplicado o nível de significância de 5% ou o p-valor correspondente. Para verificar se havia influência entre fatores de risco e ocorrência do AVC, foi realizada uma Regressão Logística. 3.7 Aspectos Éticos do Estudo O estudo foi aprovado pelo Conselho de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Botucatu por meio do parecer 477.648, no dia 02 de dezembro de 2013. Está em consonância com a Resolução CONEP 466/2012 e dispensou aplicação de Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. RESULTADOS 33 4. RESULTADOS 4.1-Fatores Epidemiológicos Foram avaliados 245 pacientes, sendo 63 (25,71%) antes da inauguração da Unidade de AVC (Momento A) e 182 ( 74,29%) após a inauguração (Momento D). Tabela 1- Distribuição das variáveis segundo medidas de tendência central e momentos. Botucatu, 2014. Variáveis Momento A Momento D p-valor Mediana (quartis) Mediana (quartis) Idade 69 (57-76) 67 (57-77) 0,6213 NIHSS do dia de entrada 7(3-13) 6(2-13) 0,7241 NIHSS do dia da alta 3(1-14) 3(1-16) 0,3169 Rankindo dia da alta 2(1-4) 2(1-3) 0,1247 NIHSS após 30dias 2(1-12) 1(0-3) 0,1259 Rankin após 30 dias 1,5(1-2) 1(0-2) 0,2147 NIHSS após90 dias da alta 0,50(0-3) 1(0-3) 0,8023 Rankin após90 dias 1(1-1) 1(0-2) 0,4305 Dias de internação 7,50(3-11) 6(4-11) 0,6015 Intervalo em horas do ictus até o momento da chegada 4(3-5) 5(3-5) 0,6091 MomentoA= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração RESULTADOS 34 Com relação ao sexo, houve predomínio do sexo feminino no Momento A e do sexo masculino no Momento D, como podemos observar na figura 1. Porém não houve diferença significativa entre os dois momentos.(p valor=0,1429) Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração Figura 1- Distribuição percentual dos pacientes segundo sexo e momento. Botucatu, 2014. Tabela 2 : Distribuição dos pacientes segundo faixa etária e momento. Botucatu, 2014. Faixa Etária Momento A Momento D TOTAL (anos) N(%) N(%) N(%) < 40 2(0,82) 8(3,28) 10(4,10) 0,9757 41 a50 5(2,05) 10(4,10) 15(6,15) 0,6734 51 a60 13(5,33) 42(17,21) 55(22,54) 0,8671 61 a 70 14(5,74) 47(19,26) 61(25,00) 0,7342 71 a 80 19(7,79) 47(19,26) 66(27,05) 0,5172 9(3,69) 28(11,48) 37(15,16) 1,0 62(25,41) 182(74,59) 244(100,00) >81 TOTAL P valor Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração RESULTADOS 35 Quando comparamos as medianas de idades, os pacientes com menos de 70 anos foram os que tiveram mais AVC, quando comparados com os com idade superior aos 70 anos (p=0,0008) . Não houve diferença entre as faixas etárias e o tipo de unidade. Tabela 3: Distribuição dos pacientes segundo escolaridade e momento. Botucatu, 2014. ESCOLARIDADE Analfabeto Primeiro grau incompleto Primeiro grau completo Segundograu incompleto Segundo grau completo Superior completo TOTAL Momento A N(%) 7(2,87) 42(17,21) Momento D N(%) 23(9,43) 123(50,41) TOTAL N(%) 30(12,30) 165(67,62) P valor 5(2,05) 16(6,56) 21(8,61) 1,000 4(1,64) 2(0,82) 6(2,46) 0,065 4(1,64) 7(2,87) 11(4,51) 0,6418 1(0,41) 63(25,82) 10(4,10) 181(74,18) 11(4,51) 244(100) 0,3447 0,9128 0,9744 Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração Em relação a escolaridade mostrada pela tabela 3,observa-se que nos dois momentos houve predomínio do primeiro grau incompleto (67,62%) dos pacientes. Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração Figura 2- Distribuição dos pacientes segundo estado civil e momento. Botucatu, 2014 Em relação ao estado civil, figura 3, os pacientes casados ou em união estável foram mais frequentes, quando comparados com as demais categorias (p<0,0001), RESULTADOS 36 apresentando predomínio para o AVC no grupo estudado. Verificamos na figura 3 que 88,9% dos pacientes eram brancos, como podemos observar abaixo. Os pacientes da cor branca tiveram uma chance maior de terem AVC, quando comparados aos não brancos ( P<0,0001). Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração Figura 3: Distribuição dos pacientes segundo cor e momento. Botucatu, 2014 Das cidades pertencentes ao Pólo Cuesta, o percentual maior de paciente foi da cidade de Botucatu (49,39%), seguida de São Manuel (10,2%), Itatinga (5,71%) e Laranjal Paulista e Areiopólis (4,49% cada). As não pertencentes a este Pólo somaram 11,02%, estes percentuais foram semelhantes nos dois momentos do estudo. Tabela 4: Distribuição dos pacientes segundo modo de chegada e momento. Botucatu,2014. Chegada Procura Espontânea SAMU Central de Vagas P S Adulto Intra Hospitalar Resgate TOTAL Momento A N(%) 23(9,83%) Momento D N(%) 43(18,38%) TOTAL N(%) 66(28,21%) P valor 1(0,43%) 24(10,26%) 39(16,67%) 45(19,23%) 40(17,09%) 69(29,49%) 0,0004 0,07 9(3,85%) 1(0,43%) 44(18,80%) 2(0,85%) 53(22,65%) 3(1,28%) 0,1246 1,0 3(1,28%) 61(26,07%) 0(0,0%) 173(73,93%) 3(1,28%) 234(100,0%) - 0,08 Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração; SAMU= Serviço de atendimento médico de urgência; Central de Vagas = Centro Reguladora de Vagas ;PSA=Pronto Socorro Adulto de Botucatu; Intra hospitalar = Hospital Sorocabano e Hospital Misericórdia Botucatuense. RESULTADOS 37 Podemos observar na tabela 4 que quando comparamos os Momentos A e D e os meios de chegada, o SAMU foi estatisticamente (p=0,0004) diferente, porém este momento coincide com o inicio das atividades deste serviço. Portanto era um dado esperado. Tabela 5: Distribuição dos pacientes segundo horário de chegada no Pronto Socorro. Botucatu, 2014. HORÁRIO DE CHEGADA 6 às 11:59hs 12às 17:59hs 18às23:59hs 0 às5:59hs TOTAL Momento A N(%) 10(4,35%) 17(7,39%) 18(7,83%) 13(5,65%) 58(25,22%) Momento D N(%) 35(15,22%) 65(28,26%) 55(23,91%) 17(7,39%) 172(74,78%) TOTAL N(%) 45(19,57%) 82(35,65%) 73(31,74%) 30(13,04%) 230(100,0%) Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração Quanto ao horário de chegada, conforme tabela 5 que foi estabelecido o horário que o paciente deu entrada na sala de emergência do Pronto Socorro, 35,65% chegaram no período compreendido entre 12:00 às 17:59 horas, seguido do período das 18:00 às 23:59 horas, 31,74% e do período da manhã 19,57%. Não havendo diferença quando comparamos os momentos A e D. Tabela 6: Distribuição dos pacientes segundo horário em que os pacientes tiveram os sintomas de Ictus. Botucatu,2014. HORÁRIO DE ICTUS 6 às 11:59hs 12às 17:59hs 18às23:59hs 0 às5:59hs TOTAL Momento A N(%) 20(9,42%) 10(4,72%) 8(3,77%) 12(5,66%) 50(23,58%) Momento D N(%) 63(29,72%) 44(20,75%) 32(15,09%) 23(10,85%) 162(76,42%) TOTAL N(%) 83(39,15%) 54(25,47%) 40(18,87%) 35(16,51%) 212(100,0%) Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração Em relação a ocorrência dos primeiros sinais e sintomas, conforme a tabela 6 – horário do ictus, diferentemente do horário da chegada à unidade , este ocorreu com maior freqüência no horário da manhã (6 as 11:59) em 39,15%, seguido do período da tarde (12 às 17:59hs) em 25,47% e início da noite (18 às 23:59hs) em 18,87%. RESULTADOS 38 Tabela 7: Distribuição dos pacientes, segundo intervalo de tempo do ictus até a chegada no Pronto Socorro e momento. Botucatu,2014 Intervalo entre o horário da ocorrência do ictus e chegada à unidade Momento A Momento D TOTAL N(%) N(%) N(%) 0a1h 2(0,95) 17(8,06) 19(9,00) 0,2398 1h1min a 2hs 7(3,32) 13(6,16) 20(9,48) 0,3684 2h1min a 3hs 7(3,32) 16(7,58) 23(10,90) 0.6274 10(4,74) 24(11,37) 34(16,11) 0,5750 >4hs e 31min 25(11,85) 90(42,65) 115(54,50) 0,4584 TOTAL 51(24,17) 160(75,83) 211(100,00) - 3hs1min a P valor 4hs30min Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração De acordo com a tabela 7, no momento A predominou 26 pacientes (12,32%) que chegaram até 4hs 30min, enquanto no momento D, predominou os pacientes que chegaram após 4 hs e 31min, foram 90 pacientes (42,65%). Com relação aos sinais e sintomas, houve predomínio da alteração muscular dos pacientes (59,84%), em ambas as unidades, seguido da disartria (43,03%) e afasia (25,82%). Não houve diferença estatística entre os momentos. RESULTADOS 39 Tabela 8-Distribuição dos sinais e sintomas observadas no momento da admissão no HC e momento. Botucatu,2014. Sinais e sintomas Momento A Momento D TOTAL P valor N(%) N(%) N(%) Afasia 17(6,97) 46(18,85) 63(25,82) 0,86 Alteração muscular 41(16,80) 105(43,03) 146(59,84) 0,37 Alteração sensibilidade 15(6,15) 26(10,66) 41(16,80) 0,11 Cefaleia 3(1,23) 17(6,97) 20(8,20) 0,29 Confusão mental 7(2,87) 19(7,79) 26(10,66) 1,0 Convulsão 0(00,00) 7(2,87) 7(2,87) 0,19 Disartria 26(10,66) 79(32,38) 105(43,03) 0,76 Distúrbio do movimento 4(1,64) 20(8,20) 24(9,84) 0,33 Perda da consciência 6(2,46) 18(7,38) 24(9,84) 1,0 Sonolência 1(0,41) 12(4,92) 13(5,33) 0,19 Tontura 7(2,87) 24(9,84) 31(12,70) 0,82 Vômito 3(1,23) 17(6,97) 20(8,20) 0,29 Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração RESULTADOS 40 Tabela 9: Distribuição dos pacientes segundo tipo de AVC e momento. Botucatu,2014. Momento A Momento D TOTAL P valor N(%) N(%) N(%) Acidente Isquêmico Transitória 2(0,82) 10(4,10) 12(4,92) 0,6856 Acidente vascular cerebral isquêmico Hemorragia 59(24,18) 154(63,11) 213(87,30) 0,1238 0(0,0) 3(1,23) 3(1,23) - 0(0,0) 11(4,51) 11(4,51) - Trombose venosa 0(0,0) 1(0,41) 1(0,41) - cerebral Outro 2(0,82) 2(2,82) 4(1,64) 0,5904 TOTAL 63(25,82) 181(74,18) 244(100,00) Tipo de AVC intraparênquimatosa Hemorragia subaracnóidea Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração. Como podemos observar na tabela 9, o tipo de AVC mais freqüente em ambos os momentos foi o Acidente vascular cerebral isquêmico (87,3%). RESULTADOS 41 Tabela 10-Distribuição quanto a presença de fatores de risco e momento. Botucatu, 2014. FATORES DE RISCO Momento A Momento D TOTAL N(%) N(%) N(%) Acidente vascular isquêmico transitório prévio 4(1,63) 3(1,22) 7(2,86) 0,07 Acidente vascular cerebral prévio 18(7,35) 57(23,27) 75(30,61) 0,75 Chagas 0(0) 1(0,41) 1(0,41 0,68 Demência 1(0,41) 6(2,45) 7(2,86) 0,68 Diabetes 21(8,61) 54(22,13) 75(30,74) 0,52 Dislipidemia 24(9,88) 40(16,46) 64(26,34) 0,012 3(1,22) 12(4,90) 15(6,12) 0,76 Drogadição 0(00) 4(1,63) 4(1,63) 0,57 Estenose de carótida 2(0,82) 12(4,90) 14(5,71) 0,52 Epilepsia 2(0,82) 4(1,63) 6(2,45) 0,64 Etilismo 19(7,85) 36(14,88) 55(22,73) 0,11 Fibrilação atrial crônica 6(2,45) 8(3,27) 14(5,71) 0,2 Insuficiência Cardíaca 5(2,04) 18(7,35) 23(9,39) 0,8 Insuficiência arterial periférica crônica 0(0) 1(0,41) 1(0,41) 1,0 Lupus 0(0) 2(0,82) 2(0,82) 1,0 Hipertensão arterial sistêmica 49(20) 137(55,92) 186(75,92) 0,73 Obesidade 13(5,49) 10(4,22) 23(9,70) 0,0001 Outros 5(3,62) 15(10,87) 20(14,49) 1,0 Outras arritmias 4(1,63) 11(4,49) 15(6,12) 1,0 Parkinson 4(1,63) 2(0,82) 6(2,45) 0,03 Sífilis 0(0) 1(0,41) 1(0,41) 1,0 Tabagismo 30(12,30) 55(22,54) 85(34,84) 0,020 Trombofilia 0(0) 2(0,82) 2(0,82) 1,0 Uso de anticoncepcional oral 1(0,41) 6(2,47) 7(2,88) 0,68 Vasculite 0(0) 1(0,41) 1(0,41) 1,0 Doença Arterial Coronariana P valor RESULTADOS 42 Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração Na tabela 10, observamos que os fatores de risco mais freqüentes foram: hipertensão arterial (75,92%), tabagismo (34,84%), diabetes (30,74%),AVC prévio (30,61%), dislipidemia (26,34%), seguido de etilismo (22,73%). Quando comparamos os fatores de risco e os momentos, houve diferença estatística somente para a obesidade ( p<0,0001). Tabela 11- Distribuição dos principais fatores de risco. Botucatu, 2014. Fatores de risco P valor OR IC 95% AVC prévio 0,6835 - - Diabetes 0,5362 - - Dislipidemia 0,0114 2,226 (1,19-4,14) Etilismo 0,0867 - - Hipertensão 0,6890 - - Tabagismo 0.01 2,08 (1,16-3,7) Quando avaliamos o risco relativo, este foi significativo para dislipidemia e para o tabagismo. O risco dos pacientes com dislipidemia foi 2,22 vezes quando comparados com não dislipidemia. Observou-se o mesmo em relação ao tabagismo, sendo que os pacientes que fumantes apresentaram um risco de 2,08 vezes maior do que os não fumantes. Tabela12- Distribuição dos pacientes segundo tempo de internação e momento. Botucatu, 2014. Tempo de internação 0 a 4 dias Momento A N(%) 19(8,18%) Momento D N(%) 59(25,43%) TOTAL N(%) 78(33,61%) P valor 5 a 9 dias 18(7,75%) 65(28,01%) 83(35,76%) 0,636 10 a 14 dias 11(4,74%) 24(10,34%) 35(15,08%) 0,4585 15 dias ou mais 10(4,31%) 26(11,20%) 36(15,51%) 0,8342 TOTAL 58(25,00%) 174(75,00%) 232(100,00%) - 1,0 Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração RESULTADOS 43 Quanto ao tempo de internação mostrado na tabela 12,no momento A, 8,18% dos pacientes permaneceram internados até 4 dias e 7,75% de 5 a 9 dias. No momento D 28,01% permaneceram internados de 5 a 9 dias. Tabela13- Distribuição dos pacientes segundo tipo de tratamento no Momento A e D. Botucatu, 2014. Tratamento Momento A Momento D TOTAL P valor N(%) N(%) N(%) Conservador 37(17,70) 113(54,06) 150(71,77) 0,8471 TrombóliseEV 9(4,30) 14(6,69) 23(11,00) 0,2046 Trombólise mecânica Bridging 2(0,95) 26(12,44) 28(13,39) 0,0465 1(0,47) 3(1,43) 4(1,91) 1,0 Craniectomia 2(0,95) 2(0,95) 4(1,91) 0,5943 Total 51(24,40) 158(75,59) 209(100,00) Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração De acordo com a tabela 13 houve predomínio nos dois momentos do Tratamento Conservador, 17,70% no momento A e 54,06% no momento D. Tabela14- Distribuição numérica entre Intervalo do início dos sintomas até a chegada ao hospital com o tipo de tratamento realizado nos pacientes nos dois momentos. Botucatu, 2014. Intervalo Tratamento Conservador Trombólise Trombólise EV mecânica Bridging Craniecto- TOTAL mia A D A D A D A D A D A 16 41 9 14 1 10 1 3 0 1 26 70 Após 4hs31min 21 72 0 0 1 16 0 0 2 1 25 88 TOTAL 113 9 14 2 26 1 3 2 2 51 158 Até 4hs 30 min 37 D Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração Intervalo: 1=(0 a 1 h);2=(1h1min a 2hs);3=(2hs1min a 3hs);4=(3hs1min a 4hs 30min); 5=(>4hs 3 31 min) RESULTADOS 44 O tempo de chegada foi fator decisivo para o tipo de tratamento utilizado. Comparando o intervalo do ictus até a chegada no Pronto Socorro com o tratamento dispensado ao paciente no Momento A, 26 pacientes chegaram até 4 horas e 30 minutos. Destes, 16 pacientes (61,53%) receberam tratamento conservador, 9 pacientes (34,61%) foram submetidos a Trombólise EV, 1 paciente (3,84%) a Trombólise Mecânica,1 paciente (3,84%) ao Bridging. No Momento D 70 pacientes chegaram até 4 horas e 30 minutos desses, 41 pacientes (58,57%) receberam tratamento Conservador, 14 pacientes (20%) fizeram Trombólise EV, 10 pacientes (14,28%) fizeram Trombólise Mecânica, 3 pacientes (4,28%)fizeram Bridging, 1 paciente (1,42%) foi submetido a Craniectomia. No Momento A, 25 pacientes chegaram após 4 horas e 31 minutos desses, 21 pacientes (84,0%) receberam tratamento conservador, 1 paciente (4,0%) a Trombólise Mecânica, 2 pacientes (8,0%) foram submetido a Craniectomia. No Momento D 88 pacientes chegaram após 4 horas e 31 minutos. Destes, 72 pacientes (81,81%) receberam tratamento Conservador, 16 pacientes (18,18%) fizeram Trombólise Mecânica,1 paciente (1,13%) foi submetido a Craniectomia. Tabela15: Distribuição dos pacientes trombolisados, segundo complicações ocorridas durante ou após o procedimento. Botucatu, 2014. Complicações da Trombólise Unidade A Unidade D TOTAL N=9 N=14 N=23 Hemorragia - 1(7,14%) 1(7,14%) Perda de Acesso 1(11,1%) Vomito - 1(7,14%) 1(7,14%) Hipoglicemia - 1(7,14%) 1(7,14%) Crise epiléptica - 1(7,14%) 1(7,14%) 1(11,1%) Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração Dos 23 pacientes que realizaram o tratamento trombolítico intravenoso, ativador do plasminogênio tecidual (rt-PA), em 88,7% deles não se observaram complicações. Das complicações ocorridas, as mais freqüentes foram hemorragia, perda do acesso venoso e hipoglicemia. RESULTADOS 45 Tabela16- Distribuição dos pacientes segundo classificação da etiologia do AVC, conforme critérios da classificação fisiopatológica- TOAST. Botucatu, 2014. TOAST Momento A N(%) Momento D N(%) TOTAL N(%) P valor Pequenos vasos 2(6,66) 8(6,95) 10(6,89) 1.0 Grandes Vasos 5(16,66) 17(14,78) 22(15,17) 1.0 Cardioembólico 4(13,33) 21(18,26) 25(17,24) 0,7152 Outras causas 1(3,33) 4(3,47) 5(3,44) 1,0 Indeterminado 18(60,00) 65(56,52) 83(57,24) 0,892 TOTAL 30(100,00) 115(100,00) 145(100,00) - Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração Detectou-se que dos 245 pacientes em 100 (40,8%) deles, não existia nenhuma informação registrada no prontuário quanto a classificação fisiopatológica do AVC, segundo critério de TOAST. No momento A, 2 pacientes (6,66%) apresentaram TOAST de pequenos vasos, 5 (16,66%)TOAST grandes vasos , 4 (13,33%) TOAST cardio-embólico,1 (3,33%) outras causas e 18 (60,0%) TOAST Indeterminado. No Momento D 8 pacientes (6,95%) com TOAST de pequenos vasos, 17(14,78%) TOAST grandes vasos , 21 (18,26%) TOAST cardio-embólico, 4(3,47%) outra causas e 65(56,52%) TOAST indeterminado. Quando se comparou a fisiopatologia - TOAST e as faixas etárias, em ambos os momentos, não houve diferença significante (p=0,5290). RESULTADOS 46 Tabela 17: Distribuição dos pacientes com severidade clínica aferida pelo NIHSS na admissão, segundo os dois momentos. Botucatu ,2014. Momento A Momento D TOTAL P valor NIHSS na admissão N(%) N(%) N(%) Leve 16(33,33) 62(36,90) 78(70,23%) 0,7765 Moderada 20(41,67) 62(36,90) 82(78,57%) 0,6665 Grave 6(12,50) 25(14,88) 31(27,38%) 0,856 Muito grave 6(12,50) 19(11,31) 25(23,81%) 1,0 TOTAL 48(100,0) 168(100,0) 216(100%) Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração; NIHSS: leve (0 a 4 pontos), Moderada ( 5 a 12 pontos), Grave (13 a 17 pontos), Muito Grave(≥18 pontos) Na tabela 17,podemos observar que o NIHSS de admissão no momento A predominou o moderado com 41,67% e no momento D 36,90% leve e 36,90% moderado. Tabela18: Distribuição numérica entre severidade aferida pelo NIHSS no momento da entrada e o tempo de internação dos pacientes nos momentos. Botucatu, 2014. Tempo de internação NIHSS momento admissão no da ( dias) 0a4 5a9 10 a 14 Mais de 15 TOTAL A D A D A D A D A D Leve 5 23 8 27 3 5 0 7 16 62 Moderada 7 26 8 22 4 8 1 6 20 62 Grave 2 6 2 9 0 7 2 3 6 25 Muito grave 0 5 0 4 2 4 4 6 6 19 TOTAL 14 60 18 62 9 24 7 22 48 168 Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração NIHSS: leve (0 a 4 pontos), Moderada ( 5 a 12 pontos), Grave (13 a 17 pontos), Muito Grave(≥18 pontos) Na tabela 18, podemos observar que no Momento A, o mais freqüente foi o RESULTADOS 47 moderado por um período de internação de 5 a 9 dias (8 pacientes) e no Momento D foi leve e Moderado por um período de 5 a 9 dias de internação (27 pacientes leves)e (22 pacientes moderados). Houve associação (p=0,0007) entre a severidade aferida pelo NIHSS e o tempo de internação no momento da admissão em ambos Momentos. Tabela19: Distribuição dos pacientes com severidade clínica aferida pelo NIHSS no momento da alta, segundo momento. Botucatu,2014. Momento A Momento D TOTAL P valor N(%) N(%) N(%) Leve 15(57,69) 83(66,40) 98(124,09) 0,5349 Moderada 4(15,38) 31(24,80) 34(40,18) 0,4355 Grave 5(19,23) 6(4,80) 11(24,03) 0,03 Muito grave 2(7,69) 5(4,00) 7(11,69) 0,7625 TOTAL 26(100,0) 125(100,0) NIHSS Alta 151(100,0) Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração. NIHSS: leve (0 a 4 pontos), Moderada ( 5 a 12 pontos), Grave (13 a 17 pontos), Muito Grave(≥18 pontos) Quanto aos pacientes com severidade clínica aferida na alta pelo NIHSS, houve predomínio da severidade leve tanto no Momento A (57,69%) quanto no Momento D (66,4%), como podemos observar na tabela19. Não houve associação entre severidade aferida pelo NIHSS no momento da alta e as faixas etárias (p=0,8186). RESULTADOS 48 Tabela 20 - Distribuição numérica entre o intervalo do ictus até a chegada no Pronto Socorro como grau de severidade aferida pelo NIHSS no ato da admissão nos momentos. Botucatu, 2014. Intervalo NIHSS de admissão Do Ictus Leve Até a chegada Moderada Grave Muito grave TOTAL A D A D A D A D A D <4 hs 30 min 8 24 10 22 3 14 4 10 25 70 >4 hs 31min 6 33 9 32 3 10 2 7 20 82 TOTAL 14 57 19 54 6 24 6 17 45 152 Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração . NIHSS: leve (0 a 4 pontos), Moderada ( 5 a 12 pontos), Grave (13 a 17 pontos), Muito Grave(≥18 pontos) Houve diferença estatística entre o intervalo dos primeiros sinais e sintomas do AVC até o momento de chegada na Unidade e a gravidade do AVC aferida pelo NIHSS, neste mesmo momento (p = 0,002). Tabela 21- Distribuição numérica dos pacientes entre o intervalo do ictus até a chegada ao Pronto Socorro com o grau de severidade aferida pelo NIHSS, no momento da alta. Botucatu, 2014. Intervalo NIHSS ALTA Do Ictus Até a chegada Leve Moderada Grave Muito grave TOTAL A D A D A D A D A D Até 4hs e 30 min 8 35 4 12 3 3 1 1 16 51 Após 4hs 31min 6 37 0 17 2 2 1 3 9 59 TOTAL 14 72 4 29 5 5 2 4 25 110 Intervalo: 1=(0 a 1 h);2=(1h1min a 2hs);3=(2hs1min a 3hs);4=(3hs1min a 4hs 30min); 5=(>4hs 3 31 min); NIHSS: leve (0 a 4 pontos), Moderada ( 5 a 12 pontos), Grave (13 a 17 pontos), Muito Grave(≥18 pontos) RESULTADOS 49 Quanto às complicações, no Momento A foram em 20,63% dos pacientes e no D 21,43%. Em ambos os momentos as mais frequentes foram: infecções (33,33%) pneumonia, infecção do trato urinário e sepse, problemas cardiológicos (11,11%) - angina, arritmia (fibrilação atrial), parada cardiorespiratória. Quando comparamos os graus de severidades- NIHSS de entrada com os da alta, existe associação (p<0,0001) em ambos os momentos. No Momento A todos os pacientes que entraram com grau de severidade leve, 6 pacientes tiveram esta mesma severidade no momento da alta. Dos 11 pacientes com severidade moderada 63,64% no momento da alta tiveram severidade leve, 27,27% severidade moderada e 9,09% severidade grave. Para os 3 pacientes com severidade grave no momento da admissão , cada um deles se enquadrou em leve, moderada e grave; e para aqueles classificados com severidade muito grave, 60% deles no momento alta foram classificados como grave, e 40% muito grave. No Momento D de todos os pacientes que entraram com grau de severidade leve, 97,83% apresentaram essa mesma severidade no momento da alta e 2,17% foram classificados como muito grave. Dos 47 pacientes com severidade moderada 57,45% no momento da alta tiveram severidade leve, 40,43% severidade moderada e 2,13% severidade grave. Dos 22 pacientes com severidade grave no momento da admissão , 40,91% enquadraram-se em leve,31,82% moderada , 22,73% grave e 4,55% muito grave; e para aqueles classificados com severidade muito grave, 12,50% no momento da alta foram classificados em leve, 50,00% em moderado, 37,5% em muito grave. Comparando o intervalo do Ictus até a chegada ao Pronto Socorro com o Rankin Modificado dos pacientes na alta hospitalar, observou-se: Momento A – Dos 12 pacientes que chegaram com intervalo inferior a 4 horas e 30 minutos, 2 (16,66%) pacientes sem incapacidade na alta, 3 pacientes (25,0%) tiveram nenhuma incapacidade significativa, 4 pacientes (33,33%) tiveram leve incapacidade, 1 paciente (8,33%) teve incapacidade moderada, 1 (8,33%) incapacidade moderada severa e 1 (8,33%) foi a óbito. Momento D 47 pacientes que chegaram com intervalo inferior a 4 horas 30minutos, 10 (21,27%) sem incapacidade na alta, 10 (21,27%) tiveram nenhuma incapacidade significativa, 9 (19,14%) leve incapacidade, 7 (14,89%) incapacidade moderada, 3 (6,38%) incapacidade moderada severa , 1 (2,12%) deficiência grave e 7 pacientes (14,89%) foram a óbito. Com intervalo de ictus superior a 4 horas e 31 minutos até a chegada ao hospital, no Momento A- dos 13 pacientes, 1 paciente (7,69%) saiu de alta com nenhuma incapacidade significativa, 3 (23,07%) leve incapacidade, 5 (38,46%) incapacidade RESULTADOS 50 moderada severa, 1 (7,69%) teve deficiência grave e 3 (23,07%) foram a óbito. No Momento D – dos 52 pacientes, 6 (11,53%) saíram de alta sem incapacidade, 18 (34,61%) tiveram nenhuma incapacidade significativa, 11 (21,15%) leve incapacidade, 7 (13,46%) incapacidade moderada, 4 (7,69%) incapacidade moderada severa, 1 pacientes (1,92%) com deficiência grave e 5 pacientes (9,61%) foram a óbito. Tabela 22: Distribuição dos pacientes segundo grau de comprometimento do AVCEscala de Rankin modificada na alta, segundo Momento. Botucatu,2014. Rankin no dia da alta Momento A Momento D TOTAL P valor N(%) N(%) N(%) 0 4(3,36) 21(17,65) 25(21,01) 0,6972 1 4(3,36) 30(25,21) 34(28,57) 0,2079 2 7(5,88) 21(17,65) 28(23,53) 0,7319 3 1(0,84) 14(11,76) 15(12,61) 0,2730 4 6(5,04) 7(5,88) 13(10,92) 0,045 5 1(0,84) 3(2,52) 4(3,36) 1,0 6 6(20,69) 14(12,73) 20(14,39) 0,4299 TOTAL 29(19,33) 110(80,67) 139(100,00) - Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração; Rankin: 0 = sem sintomas;1 = nenhuma incapacidade significativa; 2 = leve incapacidade; 3 = incapacidade moderada;4 = incapacidade moderada severa; 5 = deficiência grave; 6 = óbito Quando se comparou o grau de comprometimento após o AVC – Escala de Rankin Modificada, no dia de alta entre os momentos, houve predomínio dos pacientes do momento A, com incapacidade leve (5,88%), enquanto no Momento D, o predomínio foi de nenhuma incapacidade significativa (25,21%). Houve associação entre o NIHSS no ato da admissão com o grau de comprometimento do AVC - Rankin de alta (p= 0,00001). No Momento A, dos 6 pacientes que entraram com grau de severidade leve, no momento da alta 2 (33,33 %) não apresentavam nenhum sintoma de incapacidade – Rankin de alta, 3 (50,0%) apresentaram nenhuma incapacidade significativa e 1 (16,66%) leve incapacidade ; dos 10 pacientes com RESULTADOS 51 severidade moderada 1 (10,0%) não apresentou nenhum sintoma, 1 (10,0%) foi classificado com nenhuma incapacidade significativa, 4 (40,0%) com leve incapacidade , 1(10,0%) com incapacidade moderada e 1 (10,0%) com incapacidade moderada severa e 1 (10,0%) com deficiência grave; e 1 (10,0%), morreu; dos 3 pacientes classificados no momento da admissão como graves, 2 (66,66%) apresentaram leve incapacidade e 1 (33,33%) foi a óbito; dos 4 classificados como muito graves , 3 (75,0%) apresentaram incapacidade moderada severa no momento da alta e 1 ( 25,0% ) foi a óbito. No Momento D, dos 40 pacientes que entraram com grau de severidade leve, na alta, 10 (25,0%) não apresentavam nenhum sintoma de incapacidade – Rankin de alta, 18 (45,0%) apresentaram nenhuma incapacidade significativa , 6 (15,0%) leve incapacidade 4 ( 10,0 %) com incapacidade moderada e 2 (5,0%) óbitos ; dos 34 pacientes com severidade moderada 8 (23,52%) não apresentaram nenhum sintoma, 6 (17,64%) foram classificados com nenhuma incapacidade significativa, 10 (29,41%) com leve incapacidade , 5 (14,70%) com incapacidade moderada , 2 (5,88%) com incapacidade moderada severa e 3 (8,82%) óbitos ; dos 20 pacientes classificados no momento da admissão como graves, 3 (15,0%) não apresentaram nenhum sintoma, 3(15,0%) nenhuma incapacidade significativa, 3 (15,0%) apresentaram leve incapacidade, 5 (25,0%) incapacidade moderada , 5(25,0%) incapacidade moderada severa e 1 (5,0%) deficiência grave; dos 9 classificados como muito graves , 1 (11,11%) com nenhuma incapacidade significativa, 1 (11,11%) incapacidade leve, 2 (22,22% ) deficiência grave e 5 (55,55% ) foram a óbito. Houve associação entre o Rankin de alta e o tempo de internação (p=0,0004). Quando comparamos o grau de comprometimento do AVC (Rankin de alta) dos pacientes com o tempo de internação observou- se que no Momento A dos 4 pacientes que não apresentaram nenhum sintoma do ato da alta , 1 (25,0%) o tempo de internação foi até 4 dias, 2 (50,0%) de 5 a 9 dias e 1 (25,0%) de 10 a 14 dias; dos 4 pacientes com nenhuma incapacidade significativa todos permaneceram internados de cinco a nove dias; dos 7 que permaneceram com leve incapacidade no momento da alta, 3 (42,85%) o tempo de internação foi menor que 4 dias, 3 (42,85%) de cinco a nove dias e um (14,28%) de 10 a 14 dia; um (14,28%), paciente com incapacidade moderada permaneceu por 10 a 14 dias na unidade, dos 6 com incapacidade moderada severa , 1(16,66%) permaneceu de 5 a 9 dias , e 5 (83,33%)com mais de 15 dias, um paciente com deficiência grave permaneceu internado de 5 a nove dias. No Momento D dos 21 pacientes que não apresentaram nenhum sintoma no ato da alta, 8 (38,09%) o tempo de internação foi até 4 dias, 9 (42,85%) de 5 a 9 dias , 2 (9,52%) de 10 a 14 dias e 2 (9,52%) por período superior a 15 dias; dos 30 RESULTADOS 52 pacientes com nenhuma incapacidade significativa 11 (36,66%) o tempo de internação foi até 4 dias, 15 (50,0%) de 5 a 9 dias, 4 (13,33%) de 10 a 14 dias; dos 21 com leve incapacidade, 8 (38,09%) o tempo de internação foi até 4 dias, 6 (28,57%) de 5 a 9 dias , 3 (14,28%) de 10 a 14 dias e 4 (19,04%) por período superior a 15 dias; dos 14 pacientes com incapacidade , 3 (21,42%) o tempo de internação foi até 4 dias, 9 (64,28%) de 5 a 9 dias , 1 (7,14%) de 10 a 14 dias e 1(7,14%) por período superior a 15 dias; dos 7 pacientes com incapacidade moderada severa, 1 (14,28%) o tempo de internação foi até 4 dias, 1 (14,28 ) de 5 a 9 dias , 4 (57,14% ) de 10 a 14 dias e 1(14,28%) por período superior a 15 dias; dos 3 pacientes com deficiência grave 1 (33,33%) de 10 a 14 dias e 2 (66,66%) por período superior a 15 dias. Tabela 23- Distribuição numérica entre o NIHSS de alta e o tempo de internação dos pacientes nos momentos. Botucatu, 2014. NIHSS no momento da alta Tempo de internação ( dias) 0a4 5a9 10 a 14 Mais de 15 TOTAL A D A D A D A D A D Leve 2 30 10 38 3 10 0 5 15 83 Moderada 2 11 2 11 0 4 0 5 4 31 Grave 1 0 0 3 2 3 2 0 5 6 Muito grave 0 2 0 0 0 1 2 2 2 5 TOTAL 5 43 12 52 5 18 4 12 26 125 Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração; NIHSS: leve (0 a 4 pontos), Moderada ( 5 a 12 pontos), Grave (13 a 17 pontos), Muito Grave(≥18 pontos) Observou-se diferença entre o NIHSS de alta com o tempo de internação (p = 0,0005), conforme tabela 21. Não houve associação entre o NIHSS no momento da admissão com a faixa etária (p = 0,3678). RESULTADOS 53 Tabela 24- Distribuição numérica dos óbitos ocorridos nos Momentos pela faixa etária, NIHSS na admissão do paciente, tempo de internação e intervalo do Ictus até a chegada ao hospital. Botucatu, 2014. Variáveis Faixa etária Momento A Momento D (N=6) (N=14) <40 anos 2(14,29%) 41 a 50 anos 2(14,29%) 51 a 60 anos 1(20%) 61 a 70 anos Dias de Internação 2(40%) 5(35,71%) >81 anos 2(40%) 1(7,14%) - 2(20,0%) Moderado 1(33,3) 3(30,0%) Grave 1(33,3) Muito grave 1(33,3) 5(50,0%) 6(100,0%) 14(100,0%) - 3(25,0%) 3hs1min a 4hs30min 1(25,0%) 4(33,3%) >4hs 30min 3(75,0%) 5(41,67%) 0 a 4 dias 2hs1min às 3hs Intervalo 2(14,29%) 71 a 80 anos Leve(0 a 4pts) NIHSS na Admissão 2(14,29%) Momento A= seis meses antes da inauguração; Momento D = seis meses depois da data de inauguração Intervalo=ocorrência do ictus até a chegada no Pronto socorro Em relação aos 20 óbitos ocorridos nos períodos estudados, o maior percentual se deu no Momento A (p=0,003) RESULTADOS 54 4.2-Resultado dos Indicadores Tabela 25- Indicadores segundo momentos e risco. Botucatu, 2014 RISCO Momento A Momento D % % ICTUS até4hs30min 50,98% 43,75% Severidade na admissão 25% 26,19% Trombólise 17,64% 8,8% Severidade na alta 26,92% 8,8% Grau de comprometimento 24,13% 9,09% Óbito 20,68% 12,72% DISCUSSÃO 55 5. DISCUSSÃO A análise e discussão serão realizadas de acordo com o referencial Teórico de Donabedian (29), categorizando os dados analisados em estrutura, processo e resultado. Além disso será considerado a legislação do SUS no que tange aos aspectos do acesso e qualidade do atendimento, aliada ao padrão de qualidade estabelecido pela especialidade em questão no que remete à adequação do tratamento oferecido ao usuário do SUS. Constatamos que as populações estudadas não diferenciaram nos dois momentos, uma vez que o único serviço de referência para esta doença sempre foi o Hospital das Clínicas (HC) e mesmo não tendo um lugar exclusivo para o atendimento, no Momento A, os pacientes eram atendidos juntamente com os demais pacientes que procuravam o Pronto Socorro do HC. Na literatura consultada não existe nenhum estudo que compare dois momentos distintos, onde ocorreu mudança estrutural. Em relação ao sexo apesar das diferenças percentuais existentes, não houve diferença entre os dois Momentos como nos estudos da literatura (6,32,33). A incidência da doença cresce com o avançar da idade(7), a mesma observação foi encontrada no presente estudo, porém encontramos um percentual bastante elevado de pacientes jovens menor de 40 anos (4,10 %) . A preocupação na literatura mostrado por Falcão(34), mostra que menos de 20% dos pacientes se recuperaram totalmente do AVC, os demais ficam com seqüelas motoras, na fala e depressão, essas sequelas trazem um grau de dependência dos pacientes, impedindo a volta ao trabalho. Teve um aumento no número de desempregados e aposentados por invalidez(34). Na população jovem vem aumentando o índice de aterosclerose devido a falta de controle dos fatores de risco o que leva ao acidente vascular cerebral(35). Quanto a escolaridade, houve predomínio da baixa escolaridade nos dois momentos, sendo mais frequente os analfabetos ou os que possuem primeiro grau incompleto. Quando comparamos os pacientes sem escolaridade com os com escolaridade, em ambos os momentos, houve predomínio de AVC naqueles com baixa escolaridade (p<0,0001), corroborando com o encontrado no estudo realizado no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo, com 355 pacientes sobreviventes de AVC isquêmico com mais de 35 anos admitidos de abril de 2006 até dezembro de 2009, 245 pacientes (69,0%) apresentavam período menor de 8 anos, ou seja com baixo nível de escolaridade(36), também revelado em outros estudo (37,38) . Sabe-se que a baixa escolaridade dificulta o entendimento para reconhecimento da doença e, assim tendem a não fazer o tratamento adequado para DISCUSSÃO 56 reduzir os fatores de risco modificáveis. Além disso, a baixa escolaridade geralmente está associada à condição social desfavorável para a garantia de promoção da saúde, prevenção da doença e melhor qualidade de vida, remetendo à determinação social do processo saúdedoença. Quanto ao estado civil, os pacientes casados ou em união estável, tiveram maior predomínio de terem AVC, quando comparados com os demais pacientes em outra condição, na população estudada. Um estudo em Fortaleza e em outros municípios com 180 pacientes também se observou um maior predomínio de pacientes que vivem com companheiro(39). Em 5 municípios de New Jersey foi estudado em 553 pacientes e houve predomínio de 49% de casados, 36% viúvos, 12% solteiros e 3% divorciados (40) . Em Florianópolis e Porto Alegre houve predomínio de casados (55,3% / 62,2%) (38). Pessoas da raça branca se mostraram mais freqüentes neste estudo, diferentemente dos achados da literatura onde a raça negra tem chance duas vezes maior de ter AVC(7), porém é sabido que, na nossa região há um predomínio de pessoas brancas(41). Existe a predominância da população de imigrantes europeus na construção histórica do município, daí a predominância dos brancos também em relação ao AVC. Esse dado nos leva novamente a refletir sobre a determinação social da doença. Neste sentido, uma hipótese aceitável é que, os estudos onde predomina a raça negra, podem ter associação às questões sociais e não apenas à raça, pois nem sempre esses fatores são isolados e/ou associados diretamente nas pesquisas. Quanto as cidades de origem dos pacientes a maioria destes vieram do Polo Cuesta, sendo predominante nos dois Momentos a cidade de Botucatu, com 49,39%, dados estes coincidentes com as demais patologias que chegam neste hospital(17). O modo de chegada na Unidade hospitalar teve um predomínio pela Central Reguladora de Vagas, seguido de procura espontânea; porém no momento D, período este em que se deu o inicio das atividades do SAMU e do PS Municipal, o modo de chegada teve modificação como vimos, revelando a importância deste tipo de serviço, bem como a falta que eles faziam até este momento. Diferentemente de nosso estudo, em São Paulo na Unidade de Emergência do Hospital Neurológico dos 59 pacientes atendidos demonstrou que a maioria dos pacientes chegaram de transporte privado, demonstrando a dificuldade de acesso aos serviços médicos e transporte no país (42). DISCUSSÃO 57 No nosso estudo, o horário da ocorrência dos primeiros sinais e sintomas foi diferente do horário da procura por assistência médica, revelando um maior percentual de ocorrência no período da manhã e uma maior procura no período da tarde, talvez porque as famílias entendiam que não se tratava de problema grave, que poderia ser resolvido de forma espontânea ou que não tivesse a necessidade de ser encaminhado para um serviço de referência. Este fato é extremamente grave, pois é sabido que o uso de tratamento apropriado - Rtpa está associado ao tempo de início dos sintomas com a chegada do paciente no hospital. Existem estudos que preconizam o tempo de Ictus com 3 horas (42)e até 4 horas e 30 minutos(15),que é o tempo utilizado em nosso estudo para a infusão do medicamento. A terapia trombolítica traz benefícios à saúde do paciente, melhorando seu prognóstico (42,43) . Além disso, muitas vezes as pessoas tendem a esperar algum tempo, para ver se ocorre melhora, o que leva muitas vezes a se perder um tempo precioso, fazendo com que o paciente chegue ao serviço após o tempo recomendado. Neste sentido, cabe trabalho educativo nos serviços e comunidade para otimizar o funcionamento da rede de atenção à saúde. Em um estudo realizado na Unidade de Emergência do Hospital Neurológico de São Paulo em um período de um ano dos 59 pacientes estudados o tempo médio de chegada foi de 18 horas e 46 minutos, 16 pacientes procuraram atendimento médico mais de 48 horas, 14 pacientes (23,72%) não sabiam o tempo do início dos sintomas, 17 (28,8%) chegaram até 3horas do início dos sintomas, 19 (32%) chegaram até 6 horas, 31 (52,5%) chegaram até 24 horas e 28 pacientes (47,5%) chegaram acima de 24 horas(42). Nesse estudo conclui-se que, a demora para procura de atendimento médico se deu pela falta de conscientização(44) da doença e deficiência de transporte aos serviços de saúde, pois esses pacientes na sua maioria chegaram por transporte próprio, e também pela demora da avaliação médica neurológica inicial(42). Em um estudo em Berna na Suíça, onde o nível de escolaridade foi maior e trata-se de um país desenvolvido, foram estudados 615 pacientes que analisou que 50% dos pacientes chegaram até 3 horas do Ictus, 25% chegaram dentro de 3 a 6 horas. Afirmam também que os pacientes com déficits neurológicos graves, de acordo com a escala do NIHSS, chegam mais cedo ao hospital ( 40,45). No nosso estudo, os dados mostram a evidência da falta de conhecimento dos familiares e pacientes. A dificuldade do acesso aos meios de transporte. Assim, a divulgação de informações na mídia e em unidades de saúde em relação aos sinais e sintomas do AVC e a necessidade de procura imediata são necessárias. DISCUSSÃO 58 Os sinais e sintomas mais frequentes, nos dois momentos, foram alteração motora (59,84%), disartria (43,03%) e afasia (25,82%); não havendo diferenças significativas entre os Momentos. Leopoldino et al.(2003), também encontrou uma prevalência maior de alteração motora, disartria, porém o terceiro sinal e sintoma foi a paralisia facial e alterações do nível de consciência. Os dados dessa pesquisa assemelha-se a nossa nas proporções de alteração motora que foi o principal sintoma na chegada nas duas pesquisas, seguido da disartria(42). Em um hospital em Florianópolis também houve predomínio da alteração motora em 89,4% dos pacientes (38). Na Alemanha foram estudadas e analisadas as chamadas telefônicas de urgência de 482 pacientes que foram internados em uma Unidade de AVC, os sintomas relatados e que motivaram a busca de ajuda pelo serviço de emergência foram, alteração da fala dos pacientes em 25,5% , 21,9% com alteração motora, seguido da alteração da consciência com 14,8% (43) . Os dados desse estudo diferem dos analisados nos dois momento de nosso estudo. Quanto ao tipo de AVC houve predomínio do Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (87,3%), os hemorrágicos somaram 14 pacientes (5,74%). Dado semelhante a literatura consultada que revelou 80% de pacientes com AVC isquêmico e 20% com hemorrágico 20%(11,38). Leopoldino et al.(2003), realizou pesquisa na cidade de São Paulo com 59 pacientes em 84,74% foram diagnosticados com Acidente Vascular Cerebral Isquêmico e 13,55% com Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico(42). Os fatores de risco mais frequentes foram: hipertensão arterial (75,92%), tabagismo (34,84%), diabetes (30,74%). Houve diferença estatística entre os dois momentos – A e D , somente para a obesidade ( p<0,0001) , uma vez que os demais fatores se assemelham nos dois momentos. A hipertensão arterial sistêmica é o principal fator de risco na maioria dos estudos(32,46) , sabe-se que o controle correto da pressão arterial reduz em até 7 vezes o risco de um AVC(32). Em um estudo com famílias cadastradas em Unidade Básica de Saúde em São Paulo, dos pacientes que sofreram AVC, 100% deles eram hipertensos(46) . O segundo fator de risco desse estudo (46) foi o Diabetes seguido do tabagismo, diferentemente de nosso estudo onde o tabagismo é o segundo fator de risco (46) . Estudo realizado no Hospital Albert Einstein em São Paulo, a prevalência de fatores de risco em idosos com mais de 80 anos, também foi a hipertensão arterial como principal fator de risco para AVC seguida do diabetes(33). Não houve diferença estatística no período de internação nos dois momentos estudados, a média foi de 7,5 dias para o momento A e 6,0 dias no momento D. Frederico et DISCUSSÃO 59 al, em 2013,na Argentina, identificou que o tempo médio de internação foi de 7 dias. Média semelhante ao nosso estudo(47). Porém vale salientar que, no momento D os pacientes chegaram na sua maioria com severidade segundo escala do NIHSS maior em relação ao momento A . Rocha et al. (2013), comparando uma enfermaria convencional com Unidade de AVC também observou que, não houve diferença no período de internação, para a enfermaria a média foi de 10,8 dias e Unidade foi de 10,2 dias(48). Já na Dinamarca houve redução de 30% no tempo de internação na Unidade de AVC(49). De acordo com Zhu et al.(2009), quando comparou uma enfermaria convencional com a Unidade de AVC observou-se que houve redução de quatro dias no tempo de internação da Unidade de AVC(50). O tipo de tratamento de escolha predominante foi o conservador nos dois momentos do estudo. Observa-se que 12,76% realizaram trombólise mecânica e 9,47% realizaram trombólise endovenosa. A literatura não mostra a porcentagem de pacientes que recebem tratamento conservador, porém esse é composto de uso de antiagregantes orais e manejo dos parâmetros dos sinais vitais(51). A trombólise endovenosa é o procedimento de escolha utilizado na fase aguda do AVC. Para a realização da trombólise utiliza-se o activador do plasminogênio recombinante (rt-PA) que restabelece a perfusão do fluxo sanguíneo do cérebro com redução da incapacidade funcional se administrado dentro da “janela terapêutica” de até 4 horas e 30 minutos do início dos sintomas até a chegada ao hospital(15,52). É um tratamento tempo dependente, e como a maioria dos pacientes deste estudo chegaram com um tempo superior ao estabelecido na literatura. Este tipo de tratamento foi utilizado em parcela mínima de pacientes, porém não somente o tempo é fator determinante para sua utilização, existem alguns critérios de inclusão e exclusão(53). O percentual de pacientes trombolisados, em nosso estudo foi maior quando comparado com estudo realizado na Argentina, onde menos de 1% dos pacientes se beneficiaram da terapia(47). Fato este devido a demora na assistência aos pacientes e falta de infraestrutura nos centros(47). Na Santa Casa de Fernadópolis no interior do Estado de São Paulo do total de 186 pacientes internados com diagnóstico de AVC, 14 deles (7,52%) receberam o trombolítico endovenoso(54). Dados semelhantes ao nosso estudo no Momento D. A complicação mais importante da trombólise é a hemorragia que pode ocorrer por até 24 horas do início da infusão(53), neste estudo dos 23 pacientes submetidos a trombólise apenas 1 (7,14%) do momento D apresentou hemorragia, as demais intercorrências foram: DISCUSSÃO 60 perda de acesso venoso, vômito, hipoglicemia e crise epiléptica; intercorrências estas previstas segundo a literatura(53) , durante a infusão do medicamento. Quanto ao critério de classificação etiológica, segundo TOAST, observa-se como um viés da amostra a falta de informação nos prontuários, como observado no estudo. Houve predomínio nos dois momentos estudados da fisiopatologia Indeterminado (A = 60,0% e D = 56,52%). Segundo Adams et al.(1993), a determinação da classificação dos subtipos se dá a partir dos dados clínicos e dos exames complementares, essa classificação passou a ser utilizada a partir de um estudo com 20 pacientes onde dois neurologistas utilizaram a clínica e exames complementares onde discordaram apenas da classificação de um paciente Porém a classificação apresenta uma limitação (55) (55) . e uma rigidez quanto ao agrupamento da fisiopatologia, sendo que em muitos casos não é possível a sua determinação etiológica ou o agrupamento dos pacientes com dois ou mais subtipos (55). Não houve diferença estatística quanto ao NIHSS de entrada, nos dois momentos estudados, com predomínio de severidade moderado. Corroborando com o estudo em um Hospital Público de São Paulo(48). Em Florianópolis tanto na admissão quanto na alta a severidade foi moderada(38). Em outro estudo realizado na Bahia com UTI geral em comparação com UTI Neurológica, diferentemente de nosso estudo não houve diferença estatística significante entre as duas unidades(56). Em um hospital em Santa Catarina 62,5% dos pacientes apresentaram NIHSS leve, quando analisaram esses dados com o tempo de Ictus, que foi de 5 horas e 23 minutos associou-se com a demora de procura médica (57). Quanto a alta, a severidade leve foi a predominante, seguida da moderada. Em Natal com pacientes pós AVC que chegam ao serviço de fisioterapia, em relação a severidade clínica dos pacientes observou-se predomínio da moderada, 57,5%, seguido pelo grave, 42,5%. Esses dados mostram a maior dependência dos pacientes (58). No nosso estudo mostra a boa qualidade do serviço prestado através da utilização de indicadores, equipe treinada e unidade equipada faz a diferença no tratamento. Quando analisamos a severidade de admissão com o tempo de internação, observou-se que, no momento A, aqueles que chegaram com severidade moderada permaneceram internados de 5 a 9 dias; no momento D os que chegaram com severidade leve a maioria permaneceu internado de 5 a 9 dias e com severidade moderado a maioria ficou internado até 4 dias. Outro fato que observamos foi nos pacientes com severidade muito grave ou grave, o tempo de internação foi menor, pois a maioria deles foram a óbito. Para Willams(59), o NIHSS inicial influencia no resultado do tempo de internação e na mortalidade. DISCUSSÃO 61 Quando comparou-se o tempo dos primeiros sinais e sintomas com a sua severidade de admissão, no momento A , aqueles que chegaram acima de 4 horas e 31 minutos, tiveram severidade moderada, já no momento D esse tempo não influenciou na sua gravidade, uma vez que aqueles admitidos após este período foram os de severidade leve . Houve diferença estatística entre o intervalo do Ictus até a chegada no Pronto Socorro com o NIHSS de admissão (p=0,002). Dados estes não citados na literatura. Já na alta o tempo de chegada não foi fator decisivo para a gravidade, onde a maioria dos pacientes saíram de alta com severidade leve. Este fato também foi observado em relação a severidade no momento da alta e o tempo de internação, com diferenças significativas entre eles. A maioria dos pacientes tiveram NIHSS leve na alta (A=15/D=83) . No Momento A, permaneceram internados por um período de 5 a 9 dias. Quanto as complicações, no momento A, 20,63% dos pacientes foram acometidos e, no D, 21,43%. As mais frequentes foram: infecções(33,33%) - pneumonia, infecção do trato urinário e sepse, problemas cardiológicos (11,11%) - angina, arritmia, fibrilação atrial, parada cardiorespiratório. Os pacientes com AVC são predispostos às complicações principalmente quando apresentam alguma comorbidade. Estas complicações podem aumentar o tempo de internação, bem como os custos hospitalares e, estão como a principal causa de morte na fase aguda prognóstico do tratamento (60,61) . As infecções após o AVC podem levar a um mau (61) . A literatura revê as infeccões pulmonares entre 11,2% a 22% e as infecções do trato urinário com 16% a 24% de prevalência. Nossos achados estão dentro do valor esperado para as infecções(61). Na literatura a pneumonia é a infecção mais frequente(60), a mortalidade ocorre em 15% a 25% dos pacientes(62), sendo que os fatores de risco associados são a broncoaspiração, a idade avançada, comprometimento da fala o comprometimento cognitivo, a disfagia e o nível de consciência diminuído(60). A disfagia grave aumenta em até onze vezes o risco de pneumonia(60), já a infecção do trato urinário se dá pela idade avançada, e uso de cateteres vesicais bem como a severidade do AVC(60). Em um estudo na Dinamarca com 3453 pacientes, semelhante ao nosso estudo também apresentou como maior complicação as causas infecciosas: infecção do trato urinário (15,4%) e pneumonia (9,0%) seguida da constipação (6,8%) (63). As complicações cardíacas em nosso estudo foram de 11,11% dos pacientes nos dois Momentos analisados. Os casos mais comuns foram: angina, arritmias (fibrilação atrial) e parada cardio-respiratória. As arritmias cardíacas podem levar a morte, e não existe estimativas da sua ocorrência em pacientes vítimas de AVC(60). DISCUSSÃO 62 A escala de Rankin Modificada foi elaborada para avaliar o grau de independência nas tarefas domiciliares, bem como a realização das atividades cotidianas de forma independente ou com ajuda (64,65) . Neste estudo o grau de comprometimento dos pacientes pós AVC no momento da alta revelou uma incapacidade maior nos pacientes do momento A (72,41%), já no momento D (53,63%), vale lembrar que no momento A, 20,69% deles morreram e no momento D, 12,73% . Em um estudo com 438 pacientes, seis meses após o AVC na Holanda, em 62% dos pacientes pontuaram como incapacidade moderada, 7% com deficiência grave e os demais foram distribuídos com incapacidade moderada e incapacidade moderada severa(66). O nosso estudo comparado ao da Holanda tanto no Momento A e D os pacientes saíram de alta em melhores condições, porém no Momento D, a maioria dos pacientes 25,21%, tiveram nenhuma incapacidade significativa, enquanto no A, 5,88% apresentaram leve incapacidade. Esses resultados mostram que o cuidado organizado na Unidade de AVC melhoram as condições de alta do paciente. Quanto à mortalidade, como mostrado acima, esta foi maior no momento A. No momento A eles ocorreram com maior freqüência nos pacientes acima de 71 anos, com severidade moderada, grave e muito grave, com período de internação até 4 dias e 75,0% deles chegaram ao serviço acima de 4 horas e 31 minutos. Diferentemente no momento D , houve um predomínio de severidade muito grave (50,0%) e a maioria chegou antes de 4 horas e 30 minutos (58,3%). Apesar de no momento D serem mais graves e terem chegado no momento adequado a mortalidade foi menor. Este fato reflete que a Unidade de AVC trouxe benefícios aos pacientes, contribuindo para a diminuição da taxa de mortalidade. Em um estudo realizado na Bahia com 250 pacientes, onde comparou-se 37 (14,8%) pacientes de uma UTI convencional com 213 (85,2%) de uma UTI Neurológica o número de óbitos na UTI convencional foi de 10,8% dos pacientes e na UTI Neurológica foi de 14,5%, diferentemente do nosso estudo não houve diferença estatística nos óbitos. Associou-se o maior predomínio dos óbitos com idades mais avançadas e a severidade do AVC através da escala do NIHSS(56). Em Berlin, uma pesquisa com14 Unidades de AVC por um período de 3 anos e com 20677 pacientes, a mortalidade foi de 5,4% (67) . A severidade encontrada foi de moderada a grave(67). Esse dado difere com a nossa realidade onde teve a presença de muito grave nos dois Momentos porém mais frequente no Momento D. Na Noruega um estudo mostrou os benefícios a longo prazo dos paciente tratados em Unidade de AVC(68). Já em Joinville(SC) onde comparou enfermaria geral com unidade de AVC, não houve benefícios significativos e sim uma diminuição da letalidade após 30 dias do AVC(69). DISCUSSÃO 63 Pesquisas Australianas afirmam que, o paciente se beneficia do cuidado de Unidades de AVC em relação a enfermarias gerais(70). Em um estudo semelhante ao nosso em Hospital Público onde se comparou pacientes internados em uma enfermaria de neurologia com unidade de AVC chegaram a conclusão que houve redução na taxa de mortalidade (48) ,para a enfermaria foi de 14,7% e para a Unidade foi 6,9%, os resultados foram semelhantes ao nosso estudo porém em proporções menores. Redução da mortalidade também ocorreu na Dinamarca(49) . Os estudos tem demonstrado que as Unidades de AVC reduzem as taxas de mortalidade(48) por serem um local apropriado para o tratamento adequado a esses pacientes e com organização do cuidado. Apesar de não se encontrar muitas literaturas no Brasil sobre Unidade de AVC, o nosso estudo mostra que apesar de não ter impacto nos dias de internação os paciente foram de alta com pouca incapacidade e independência para a execução das atividades diárias. Isso faz com que diminua o impacto social do retorno a casa. Quanto aos indicadores Para avaliação da qualidade e elaboração da análise dos dados, utilizou-se como base o referencial Teórico de Donabedian(29) que categoriza a análise em estrutura, processo e resultados. Estrutura refere-se a organização do cuidado, envolve os recursos materiais (instalação predial e equipamentos) e recursos humanos( como dimensionamento de pessoal e capacitações)(29) Processo envolve as atividades desenvolvidas entre os profissionais e pacientes que procuram pelo serviço (29). Resultados refere-se à consequência do cuidado prestado a saúde do indivíduo assistido tendo a possibilidade de comparar os indicadores(29) . A abordagem para avaliação da qualidade admite que os três aspectos estão interligados, de modo que o alcance de bons resultados requer boa estrutura e processo(29). Em nosso estudo vamos dar ênfase aos indicadores de resultados, pois estão mais intimamente relacionados ao objetivo maior do estudo. Com relação a Estrutura pudemos notar muitas diferenças em relação aos dois DISCUSSÃO 64 momentos do estudo. No momento A, antes da inauguração da unidade de AVC, os pacientes eram atendidos na sala de emergência do Pronto Socorro, estas em número de três, com suporte tecnológico para atender dois pacientes cada. Não havia possibilidade de monitorização contínua para todos os pacientes atendidos, pois a demanda era grande e com possibilidade de atendimento de até 6 pacientes por sala, além da sala de emergência coronariana que comportava 3 pacientes, com suporte de apenas um profissional de enfermagem para cada sala. Com a criação da Unidade de AVC (momento D), os pacientes eram primeiramente diagnosticados na Sala de Emergência e após avaliação do neurologista encaminhado a Unidade de AVC. Recebia na mesma, todo suporte tecnológico com monitorização cardíaca contínua com dois profissionais de enfermagem para atender os quatro leitos. A equipe dessa unidade passou por treinamento pelo menos uma vez ao ano sobre os cuidados ao paciente com AVC. Com a inauguração o médico neurologista passou a permanecer na Unidade dando suporte imediato aos pacientes que chegam na sala de emergência. Nos registros dos prontuários não nos foi possível determinar como indicador o tempo de atendimento da chegada ao serviço até o atendimento do médico especialista, por ausência desse registro. Como na situação anterior à organização da Unidade, dependia-se de solicitar uma guia de interconsulta para a especialidade, para que o especialista fosse acionado e chegasse ao pronto socorro, podemos inferir com base nesse processo, que o tempo de atendimento provavelmente era maior. Com relação ao Processo não selecionamos um indicador para essa fase. No processo podemos apontar o protocolo de atendimento. Este existia antes da inauguração da Unidade, porém hoje existe um fluxograma para atendimento do paciente e um Protocolo de Atendimento ao Paciente elaborado pela equipe médica, que é seguido de maneira mais completa, em função de se dispor de uma equipe exclusiva e melhor treinada para essa finalidade. Em nossa pesquisa tomamos como prioridade os indicadores de resultados para avaliar se houve benefícios aos pacientes com a implantação da Unidade de AVC. Utilizamos como indicadores: o tempo de ICTUS até a chegada do paciente ao Pronto Socorro, a severidade clinica do paciente medida pela escala do NIHSS na admissão e na alta hospitalar, o número de pacientes submetidos a trombólise endovenosa ou seja que chegaram até 4 horas e 30 minutos do ICTUS, o grau de incapacidade ou comprometimento medido pela escala de Rankin modificada e o número de óbitos ocorrido nos dois momentos. Com relação ao tempo de ocorrência do Ictus até a chegada no Pronto Socorro para DISCUSSÃO 65 o Momento A foi de 50,98% e para o Momento D foi de 43,75%. Ou seja, aproximadamente metade dos pacientes do momento A chegaram para atendimento até 4 horas e 30 min, dentro do tempo ideal ao passo que menos da metade conseguiu chegar nesse tempo ideal no momento D. Esse foi um dado que nos surpreendeu, uma vez que nesse período, o município contava com serviços pré-hospitalares melhor estruturados. Quanto ao risco de severidade clínica medido pelo NIHSS na admissão para os pacientes graves e muito graves, no Momento A foi de 25% e para o Momento D foi de 26,19%, os pacientes do momento D chegaram mais graves. Em relação aos pacientes submetidos a Trombólise que chegaram até 4 horas e 30 minutos, para o Momento A foi de 17,64% e para o Momento D foi de 8,8%. Os pacientes do momento A se beneficiaram com o tratamento trombolítico. Um dos indicadores de desempenho é o uso de trombolítico com um tempo de referência da chegada até a infusão de 60 minutos, evidências mostram que menos de 27% dos pacientes são tratados em 60 minutos(71). No nosso estudo, esses índices precisam melhorar e envolvem um trabalho de articulação em rede, uma vez que não depende da Unidade propriamente, mas do que acontece antes da chegada do paciente, ou seja a demora para procura de serviço médico de urgência ser acima de 4hs e 30 minutos. No Brasil, também há a preocupação com os indicadores de desempenho para tratamento do AVC, conforme apontado na Portaria 665(3) do Ministério da Saúde. Quanto ao risco de severidade clínica medido pelo NIHSS na alta para os pacientes graves e muito graves foi para o Momento A de 26,92% e para o Momento D foi de 8,8%. Os pacientes do Momento D saíram de alta em melhores condições. O Risco de comprometimento dos pacientes na Escala do Rankin Modificada, de alta, com incapacidade moderada severa, e deficiência grave para o Momento A foi de 24,13% e para o Momento D foi de 9,09%. Esse é um indicador de qualidade da assistência prestada. No momento D devido aos cuidados recebidos com a criação da Unidade de AVC os pacientes saíram com menos incapacidades. O Risco de óbito medido pelo Rankin de alta para os pacientes do Momento A foi de 20,68% e para o Momento D foi de 12,72%. Atualmente, as organizações de saúde estão cada vez mais em busca da qualidade dos atendimentos prestados aos usuários. Para a melhoria da qualidade é necessária contínua avaliação do serviço, da assistência dispensada ao paciente, através da análise da estrutura organizacional, do processo de trabalho e dos resultados alcançados (72). A gestão da qualidade deve ser mensurada através de dados e informações (73). Para DISCUSSÃO 66 a análise dos dados se faz necessário a utilização de indicadores (73) . No Brasil, para avaliação da qualidade da assistência foi criado o Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar de competência do Ministério da Saúde. Esse manual é dividido em níveis para acreditação hospitalar: nível 1(segurança e estrutura), nível 2 (organização) e nível 3 (práticas de gestão de qualidade)(74). O profissional enfermeiro é quem analisa os dados dos indicadores e propõe melhorias no processo de trabalho(75). Os indicadores de qualidade medem o desempenho dos hospitais(76) e mostram a evolução da qualidade da assistência, devem ser objetivos e claros e trazer melhoria a assistência(75). De acordo com Kluck, os indicadores devem ser úteis, viáveis, simples e éticos(77). No Brasil são poucos os estudos dos indicadores de saúde e AVC. A Portaria 665 de abril de 2012(3), cita que a Unidade de AVC integral deve monitorar e registrar os indicadores assistenciais e de processo. Dessa portaria em nosso estudo avaliamos o indicador para mortalidade hospitalar. Esse indicador é uma medida do resultado do cuidado. A melhoria do cuidado se dá com redução da mortalidade(14). Em nosso estudo o risco de óbito quando comparamos os dois momentos foi maior para o momento A com 20,68% dos pacientes e menor no Momento D, representando 12,72%. Em um estudo no Brasil com Sistema de Informação Hospitalar (SIH) a taxa de mortalidade bruta por AVC foi de 34,3%, por um período de 1 ano e 8 meses (14). Na Europa, foi realizada uma auditoria de qualidade para avaliação dos cuidados de pacientes com AVC agudo, nos seguintes países: Alemanha, Escócia, Suécia, Inglaterra, Países de Gales e Irlanda do Norte. Foram identificados 123 indicadores para o cuidado do AVC agudo(8 de estrutura, 91 de processo, 24 de resultado). A semelhança entre os países foi o indicador de anticoagulação em pacientes com fibrilação atrial. Os autores chegaram a conclusão que existe uma variedade de indicadores para medir desempenho, sendo necessária uma definição na Europa. Os indicadores de resultados são escassos com exceção do indicador de óbito(76). Na Alemanha foi iniciado um processo padronizado para implementação de indicadores baseado em evidências para a qualidade do atendimento hospitalar do AVC. Desenvolveram 24 indicadores com objetivos de reduzir a mortalidade e morbidade e foram utilizados os conceitos de Donabedian a partir da tríade: estrutura, processo e resultados(76) . Na Espanha investigou-se a mortalidade entre os pacientes com AVC em 30 dias, o resultado foi vinculado a não aderência aos protocolos de antitrombólicos e controle da hipertensão na alta. Os valores do NIHSS só foram avaliados em 37% dos pacientes, destes DISCUSSÃO 67 18,6% com grau de severidade leve e moderado e os demais graves. A taxa de letalidade foi de 11,4%, índice semelhante ao encontrado no momento D nesta pesquisa. Chegaram a conclusão que indicadores com antitrombóticos e anti hipertensivos na alta melhoram o desempenho clínico(78). A American Heart Association (AHA) e American Stroke Association (ASA) desenvolveram uma estratégia para melhorar a qualidade do atendimento de acidente vascular cerebral que são orientações aos profissionais sobre o cuidado baseado em evidências através de medidas de desempenho. A melhoria do cuidado reduz o impacto da saúde do paciente com AVC(71). O Canadá também tem a preocupação com a qualidade do cuidado ao paciente com AVC e elaborou indicadores de desempenho para orientar e avaliar a prática(79). Foram criados 23 indicadores para serem utilizados pelas Províncias a fim de dar melhoria contínua na qualidade. Os indicadores são(79):1) designar os pacientes com AVC agudo para uma unidade de AVC; 2) pacientes com AVC agudo serem avaliados para utilizar o rtPA; 3) critérios de inclusão e exclusão utilizados para seleção de pacientes ao uso do trombolítico; 4) protocolo de tratamento de rtPA para administração 5) todos os pacientes elegíveis devem receber o rtPA; 6) tomografia para pacientes elegíveis concluídas dentro de 25 minutos da chegada; 7) tomografia deve ser concluída no prazo de 24 horas para pacientes não ilegíveis para rtPA; 8) tomografia deve ser concluída antes da alta hospitalar para pacientes não inelegíveis para rtPA; 9) nível de glicose deve ser verificado na chegada e regularmente nas 24 horas; 10) níveis de glicose elevado devem ser tratados; 11) deve ser feito um ECG; 12) a febre deve ser tratada com antitérmicos; 13) os pacientes devem ser mobilizados dentro das primeiras 24 horas; 14) terapia aguda com anticoagulante deve ser iniciada o mais rápido possível; 15) disfagia deve ser avaliada; 16) deve-se evitar cateter vesical; 17) exames da carótida devem ser concluídos durante a internação ou ambulatorial; 18) os doentes devem usar a terapia antitrombótica; 19) os pacientes com fibrilação atrial devem ser tratados com varfarina; 20) os pacientes devem ser tratados com estatina; 21) os pacientes devem ser tratados com anti hipertensivo se necessário; 22) educação deve ser fornecido aos pacientes e cuidadores; 23) o tabagismo deve ser avaliado e documentado(79). CONCLUSÕES 68 6. CONCLUSÕES Em relação aos indicadores de estrutura, os registros disponíveis não apresentaram dados concretos para desenvolvê-los, como por exemplo, o tempo entre o atendimento geral no Pronto Socorro e o atendimento pelo especialista após a solicitação de sua presença. Porém com base na vivência dos serviços e percepção dos profissionais é possível inferir que a existência de uma unidade específica para o atendimento dos pacientes com AVC possui, além de uma estrutura física e de equipamentos diferenciada, bem como uma equipe especializada a estes casos, leva a um atendimento mais eficaz, mais rápido e especializado se compararmos à situação anterior, quando os atendimentos eram realizados no Pronto Socorro. Os indicadores de processo não foram alvo de quantificação da pesquisa, embora analisando os resultados certamente estes também reflitam na melhoria dos processos de trabalho, pelos mesmos motivos já apontados, ou seja, de se contar com equipes específicas para o atendimento em AVC, bem como pela ampliação das oportunidades de treinamentos específicos dessas equipes, presença de fluxos organizados e protocolo, que estão sendo observados para o atendimento. Quantificar tais avanços ainda constitui-se um desafio. Em relação a alguns resultados, existem dados concretos e quantificados, dos quais gostaríamos de destacar os mais importantes. As análises demonstraram que houve diferenças significativas do resultado do atendimento ao paciente com a implantação da Unidade de AVC com relação a mortalidade. O número de óbitos no Momento A foram 6 pacientes (20,69%) e no Momento D, 14 pacientes(12,73%). No Momento D (14,88%) os pacientes admitidos eram mais graves que no Momento A (12,50%). Na alta hospitalar os pacientes do Momento A (19,23%) saíram mais graves do que no Momento D(4,80%).Um indicador com repercussão negativa foi o tempo entre o ictus e o momento de chegada ao serviço . No Momento A, 11,85% dos pacientes chegaram com mais de 4 hora e 30 minutos e no Momento D, 42,65% dos pacientes. Pode-se concluir que com o atendimento na Unidade especializada ao usuário com AVC, houve diminuição da mortalidade e os pacientes que tiveram alta saíram em melhores condições, embora a condição de entrada apresentasse maior gravidade. A organização das redes com atendimento especializado é fundamental, no entanto, faz-se necessária a articulação, para que o atendimento pré-hospitalar também CONCLUSÕES 69 aconteça no tempo desejado para que se ofereça a melhor qualidade possível ao usuário do sistema de saúde. REFERÊNCIAS 70 7. REFERÊNCIAS 1. Mendes EV. As redes de atenção à saúde. CiêncSaúde Colet2010;(5):2297-2305. 2. Mendes EV. As redes de atenção a saúde. 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APÊNDICE 78 APÊNDICE 1 - Instrumento para coleta dos dados Nome : _______________________________________ RG:______________ Cidade de origem : Data da internação:___________________ horário:____________ Data saída : / / Sexo : ________________ idade:_________________ cor : ( ) branco ( ) negro ( ) pardo ( ) amarelo Escolaridade : ( ) analfabeto ( ) fundamental incompleto ( ) fundamental completo ( ) médio completo ( ) médio incompleto ( ) superior completo ( ) superior incompleto Renda :______________________ Estado civil : ( ) solteiro ( ) casado ( ) amasiado ( ) separado/divorciado ( ) viúvo Tipo deAVC: ( )Isquêmico ( ) hemorrágico ( ) outro : ____________ Diagnóstico etiológico : ( pequenos vasos ) infarto embólico ( ) infarto aterotrombólico de grandes vasos ( ) infarto ( ) hemorragia intra-parenquimatosa ( ) indeterminado ( ) outra etiologia determinada Gravidade entrada : NIHSS _______________ Inicio dos primeiros sintomas : Inicio do tratamento:/ Sinais e sintomas : ( ) cefaléia ( / / / as __________horas as _________horas ) diminuição de déficit de força ( ) diminuição de déficit de sensibilidade ( ) vômitos ( ) tontura ( ) vertigem ( ) perda da consciência ( ) confusão mental ) distúrbio de linguagem ( ) coma ( ) convulsão ( ( ) distúrbio motor ( ) outros :______________________ Indicadores de risco : ( ) hipertensão ( ) diabetes ( ) tabagismo ( ) etilismo ( ) dislipidemia ( ) obesidade ( ) sedentarismo ( ) coagulopatia ( ) arritmia ( ) uso de drogas ( ) síndrome de carótida - cardiopatia ( ) anticoncepcional ( ) hereditariedade ( ) outra:_____________________ Procedimentos realizados :( ) tomografia horário : __________ Resultado :________________ ( ) outros : ______________________________________________________________________ Tratamento : ( ) rTPA EV ( ) rTPAintra arterial ( ) rTPA combinada ( ) conservador Inicio da infusão : / / as _________horas Necessidade de UTI : ( ) sim ( ) não Complicações/ intercorrências : _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ Evolução : ( ) alta ( ) Internação ( ) transferência ( ) óbito Se óbito( causa da morte ) : _______________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ Cuidados de enfermagem e médicosconforme protocolo após uso de rTPA: Glicemia: ( )sim ( ) não , PA: ( )sim ( ) não , Temperatura: ( )sim ( ) não Realização do NIHSS conforme protocolo ( ) sim ( ) não OBSERVAÇÕES _________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ : ANEXO 79 Anexo = 1 ANEXO 80 ANEXO 81 ANEXO 82 ANEXO 2 Quadro I: Escala utilizada para determinação dos valores do NIHSS. Botucatu, 2014 Escala utilizada para determinação dos valores do NIHSS. continuação Fonte: Neurology, 1999, v. 53, p. 126-131. ANEXO 83 continuação Continuação ANEXO 84 ANEXO 85 ANEXO 86 continuação ANEXO 87 Fonte: Neurology, 1999, v. 53, p. 126-131. ANEXO 88 ANEXO 3 O Rankin foi classificado segundo escala contida no quadro abaixo: Quadro II: Classificação do Rankin modificado segundo grau de comprometimento do AVC. Fonte: Stroke, 2002, v. 33, p. 2243-2246. ANEXO 89 ANEXO 4 Protocolo de Atendimento ao Acidente Vascular Cerebral VERSÃO 2010 ANEXO 90 ANEXO 91 ANEXO 92 ANEXO 93 ANEXO 94 ANEXO 95 ANEXO 96 ANEXO 97 ANEXO 98 ANEXO 99 ANEXO 100 ANEXO 101 ANEXO 102 ANEXO 103 ANEXO 104 ANEXO 105 ANEXO 106 ANEXO 107 ANEXO 108 ANEXO 109 ANEXO 110 ANEXO 111 ANEXO 112