64º Congresso Nacional de Botânica
Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013
ANATOMIA FOLIAR DE Herpetacanthus chalarostachyus E H.
pauciflorus (ACANTHACEAE)
1*
Elisa M. Aoyama , Alexandre Indriunas
1
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Centro Universitário Norte do Espírito Santo, Universidade Federal do Espírito Santo. Senac/ Santo Amaro-SP
*[email protected]
Herpetacanthus Nees (Acanthaceae) compreende cerca
de 25 espécies, ocorrendo na América Central, região
Amazônica e florestas tropicais da região Atlântica do
Brasil. Recentemente foram descritas três espécies para o
estado de São Paulo: Herpetacanthus chalarostachyus
Indriunas & Kameyama, H. pauciflorus Indriunas &
Kameyama e H. neesianus Indriunas & Kameyama, sendo
as duas primeiras endêmicas do estado [1].
Estudos sobre a morfoanatomia foliar podem fornecer
dados adicionais às características morfológicas externas
auxiliando em problemas taxonômicos [2]. Em
Acanthaceae diversos trabalhos apontam para a
relevância da anatomia como ferramenta taxonômica
[3,4,5]. Informações sobre a anatomia de espécies de
Herpetacanthus são inexistentes.
O trabalho teve como objetivo realizar um estudo sobre a
anatomia foliar de Herpetacanthus chalarostachyus e H.
pauciflorus.
epidérmicas têm diâmetro reduzido, sob a epiderme
ocorre colênquima angular, sendo em H. pauciflorus com
mais camadas, dessa forma, nesta espécie o aspecto
convexo da face abaxial é mais acentuado que em H.
chalarostachyus. O sistema vascular tem forma de um
arco central com dois pequenos feixes laterais.
O mesofilo é dorsiventral disposto em um único estrato de
parênquima paliçádico e 3 camadas de lacunoso, este
tipo é comum em várias espécies da família [2 e 9].
O pecíolo possui em secção transversal forma biconvexa,
com duas pequenas projeções laterais, como o observado
em Andrographis [5]. A epiderme é uniestratificada, os
litocistos com cistólitos tem posição subepidérmica ou no
colênquima. Em H. chalarostachyus ocorrem tricomas
tectores com 4 células. Em posição subepidérmica
apresentam colênquima angular, sendo que em H.
pauciflorus ocorrem mais camadas. Abaixo ocorre
parênquima clorofiliano propriamente dito, com idioblastos
com cristais do tipo ráfides. O sistema vascular está
organizado na forma de um arco central com dois
pequenos feixes laterais.
Metodologia
Conclusões
Foram
coletadas
folhas
de
Herpetacanthus
chalarostachyus, Estação Ecológica Juréia-Itatins em
Peruíbe, e H. pauciflorus, Parque Estadual Xivová-Japuí,
São Vicente, SP. Foram utilizadas folhas do 2º nó, fixadas
em FAA [6], e armazenadas em álcool 70%, e
seccionadas no sentido transversal a mão livre (limbo e
pecíolo). As lâminas foram confeccionadas segundo
técnicas usuais de anatomia vegetal [7]. Para os estudos
das superfícies foliares, secções paradérmicas foram
obtidas de ambas as faces e preparadas de acordo com a
metodologia já descrita.
As espécies estudadas apresentam características
semelhantes a da família, porém, principalmente o
formato da nervura central é distinto quando comparado
com outros estudos, evidenciando a necessidade de
pesquisas com as demais espécies do gênero, a fim de
determinar se tal característica pode contribuir para a
delimitação do gênero e das relações com os demais da
família.
Introdução
Resultados e Discussão
Os resultados mostraram que as folhas das espécies
estudadas apresentam epiderme uniestratificada. As
folhas são hipoestomáticas, característica comum em
espécies de Acanthaceae [2, 8 e 9]. Em vista frontal, as
células epidérmicas apresentam paredes celulares
sinuosas, os litocistos alongados e os estômatos
diacíticos.
Foram
observados
esparsos
tricomas
tectores
unicelulares em H. chalarostachyus (face abaxial). Os
tricomas glandulares subsésseis foram observados em
ambas as espécies, a presença é comum nas espécies da
família [2 e 3]. Em relação aos tectores, a variação do
formato, número de células, ornamentação e espessura
da parede celular podem ser empregados para a
identificação [3 e 10].
Quando observados em vista transversal, os litocistos
estão dispostos nas células epidérmicas em ambas as
faces. Os cistólitos são estruturas restritas a poucas
famílias [2], podendo variar nas Acanthaceae, sendo os
cistólitos solitários os mais comuns [5].
A nervura central se apresenta biconvexa, ao nível do
terço médio, em secção transversal. As células
Referências Bibliográficas
[1] Indriunas, A. & Kameyama, C. 2012. New species of
Herpetacanthus (Acanthaceae) from the Atlantic Forest and
neighboring areas (Brazil). Systematic Botany, v. 37, n.4, p.
1006-1022.
[2] Metcalfe, C. R. & Chalk, L. 1983. Anatomy of the
dicotiledons. Clarendon Press, Oxford, UK, 297pp.
[3] Patil, A. M. & Patil, D. A. 2009. Studies on foliar trichomes in
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[4] Patil, A. M. & Patil, D. A. 2011. Occurrence and significance of
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[6] Johansen, D.A. 1940. Plant Microtechnique. McGraw- Hill,
New York.
[7] Bukatsch, F. 1972. Bemerkungen zum Doppelfarbung
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[8] Inamdar, J.A., Bhatt, D.C. & Chaudhari, G.S. 1983. Structure
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[9] Tavares, E. S. & Neves, L. J. 1993. Anatomia foliar de Justicia
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[10] Ahmad, K.J. 1978. Epidermal hairs of Acanthaceae. Blumea,
v. 24, p. 101-117.
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Resumo - Sociedade Botânica do Brasil