Reunião da Amagávea de 25/03/2014 Aos vinte e cinco dias do mês de novembro de dois mil e quatorze, às vinte horas, no Colégio Stockler, situado à Rua General Rabelo, 51, na Gávea, teve início a reunião da Associação de Moradores e Amigos da Gávea - Amagávea, presidida por Bruno Belchior e pelo diretor de Divulgação e Relação Pública, Nelson de Franco. A reunião foi amplamente divulgada pela internet, no site da Associação e por e-mails, constando como ordem do dia a segurança no bairro, ações para o Carnaval 2015 e o futuro da Amagávea. Bruno abriu a reunião, que teve a participação de cinquenta e cinco moradores, sócios e pessoas interessadas, agradecendo a presença do delegado titular da 15ª Delegacia da Polícia Civil, Antonio Ricardo, para discutir questões referentes a estratégia de segurança para o bairro. Informou também aos presentes que foi convidado um representante do 23º Batalhão da Polícia Militar, que tinha confirmado presença, mas até aquele momento na tinha aparecido. Iniciou dizendo que são preocupantes os inúmeros relatos da onda de insegurança que se alastra no outrora tranquilo bairro. A sensação de medo toma conta de muitos moradores, que vivem agora em permanente estado de alerta, sem saber o que fazer para garantir a segurança pessoal e da sua família. Bruno convidou a todos que compareçam nas reuniões do Conselho Comunitário de Segurança - CCS informando ela que ocorre uma vez ao mês e as datas são sempre divulgadas no site da Amagávea. Ele explicou resumidamente o que são as reuniões do CCS-AISP23: canais de participação popular em assuntos ligados à Segurança Pública, de caráter consultivo. Os gestores das organizações policiais devem ouvir as questões apresentadas, adotar as providências necessárias para a solução dentro da sua esfera de competência ou encaminhar a quem possa resolvê-las, além de apresentar os resultados das ações. Nelson de Franco apresentou o convidado e passou a palavra. O delegado Antonio Ricardo relatou as ações que sua equipe tem realizado para prender a quadrilha que assalta residências na Gávea e que foi bastante divulgada em gravações pelo programa RJTV. No vídeo aparecem dois homens e duas mulheres caminhando pela rua João Borges esquina com a rua Frederico Eyer, circulando tranquilamente como se estivessem passeando ou voltando da praia, vestidos de short, chapéus e boné. Eles costumam parar em frente às casas ou edifício sem porteiro e um dos homens abre a fechadura. Depois o grupo furta objetos de dentro do imóvel. O delegado informou que foram identificadas as pessoas que participam da quadrilha, que é de origem de Santa Catarina, mas ainda não foram presos. Nelson de Franco solicitou ao delegado, em nome da Amagávea, mais ações de repressão aos flanelinhas e ambulantes do Baixo Gávea, em especial nas noites de quintas-feiras e domingos, que apresentam um movimento excepcional de frequentadores. Disse que estas ações devem ter a participação coordenada da Guarda Municipal, PM e 15ª DP. Os frequentadores fecham o acesso aos condomínios, impedindo a passagem dos moradores a suas residências. Ele insistiu que a repressão aos ambulantes deve ser acompanhada de outra ação para inibir a permissão dos clientes dos bares do Baixo Gávea de saírem com garrafas para a rua. Relatou que nas manhãs seguintes, a rua está coalhada de garrafas, muitas quebradas, oferecendo risco à integridade dos moradores do bairro e seus animais. Outro problema, relatado por um morador e considerado de alta gravidade, é a venda de drogas por pessoas que fingem ser flanelinhas ou que ficam no entorno do chafariz da Praça Santos Dumont. O delegado informou que tem realizado algumas ações para inibir esta atividade e que naquela semana tinha identificado e prendido um deles, que tinha mandato de prisão. Um morador relatou que foi muito mal atendido na delegacia ao pedir ajuda para que policiais resolvessem uma briga de moradores de rua que estava acontecendo na Praça. Segundo o relato um morador de rua ameaçou outro de morte. O delegado pediu desculpa pelo tratamento de seus subordinados e convidou-o para que comparecesse novamente a Delegacia e tirasse a má impressão. Com relação ao fato de várias pessoas estarem morando na praça ele informou que irá enviar ofício à Secretaria de Assistência Social solicitando providências. Sugestão de um morador foi a instalações de câmeras espalhadas pelo bairro com o objetivo é dar mais segurança a população e diminuir a criminalidade na região. O delegado Antonio Ricardo informou que o baixo efetivo de policiais dificulta ações mais eficazes de segurança. A situação de carência de policiais civis e militares não é nova e agravou com a implantação das UPPs. Ele citou a imagem do cobertor curto. A 15ª Delegacia já teve um efetivo de 80 policiais, hoje tem apenas 30. O 23º BPM, no Leblon, já teve cerca de 800 homens, atualmente tem 350. Nelson de Franco comentou que isso integra o complexo de pontos históricos na questão da segurança pública que precisam ser resolvidos e que demandam ações de médio e longo prazo, as quais envolvem diversos atores sociais. Quando questionado, por um dos moradores, sobre o que poderia ser realizado pelos próprios moradores, para auxiliar na redução da criminalidade no bairro, o delegado Antonio Ricardo informou as seguintes ações: − Preservar cenas de crimes para auxiliar as investigações por parte da Polícia Civil; − Instalação de câmeras de vídeo em locais apropriados; − Manter a calma, observar possíveis características dos marginais para facilitar elaboração de retrato-falado, e − Utilização de aplicativos de rastreabilidade em aparelhos celulares. Bruno informou que participou naquele dia, junto com Nelson de Franco e Alvaro Albuquerque (sócio da Amagávea e coordenador em anos anteriores de um grupo de trabalho do carnaval), de reunião com o Secretário municipal de Turismo, Antônio Pedro Figueira de Mello, para debater de que forma o impacto do Carnaval de 2015 pode ser minimizado para os moradores da Gávea. Informou também que serão realizadas reuniões com representantes de diversos blocos que desfilam no bairro... O terceiro item discutido na reunião foi o futuro da Amagávea, abordando a dificuldade encontrada pela Diretoria em realizar suas atividades básicas e cumprir com suas atribuições sem uma efetiva participação dos próprios moradores. Participação tanto financeira como voluntária em forma de trabalho e dedicação em prol da manutenção da qualidade de vida no bairro. Alguns problemas recorrentes foram apresentados, como por exemplo, a necessidade de voluntários para auxiliar: − Atividades rotineiras financeiras (cobrança, contabilidade, atualização de certificados, etc); − Atividades ligadas à área de segurança pública; − Atividades relacionadas à desordem urbana na Praça Santos Dumont e região do Baixo Gávea; − Atividades de marketing e divulgação ligadas à Amagávea. O presidente Bruno Belchior foi bastante enfático ao afirmar que, sem a ajuda e maior participação dos moradores, a Amagávea iria terminar num futuro próximo. Ressaltanto o lema da associação “A Amagávea somos todos nós!” Alguns moradores se oferecem como voluntários para algumas das questões apresentadas e ficou acordado que estes seriam convocados para as reuniões de Diretoria, para contribuir na solução dos problemas do bairro. E como mais nenhum assunto foi tratado, a reunião foi dada como encerrada, às 22 horas e 15 minutos.