Manuscrito de viagem de campo
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ÍNDICE
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RESUMO
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1. GEOLOGIA REGIONAL
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2. GEOLOGIA LOCAL
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2.1 Brumado – Magnesita S.A.
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2.2 Caetité
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2.2.1 INB
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2.2.2 BAMIN
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3. CONCLUSÃO
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Referências
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Manuscrito de viagem de campo
Autor: Leonardo Estevam Pimentel Lima
RESUMO
Este relatório descreve as características geológicas de duas cidades do estado da Bahia e três
minerações e também os trabalhos de prospecção que foram utilizados, as cidades foram Brumado e
Caetité e as minerações são a Magnesita S.A., Indústria Nuclear Brasileira e Bahia Mineração. Estas
cidades e minerações foram percorridas durante viagem de campo da disciplina Pesquisa Mineral
Geo-158 no período entre 01 e 05 de Junho de 2009. Onde três minerações foram visitadas, duas no
município de Caetité, a INB cujo bem mineral é a uraninita, uranofano e a pechblenda tendo como
minério o urânio. A outra é a BAMIN cujo bem mineral é a hematita, itabirito rico e itabirito
intermediário tendo como minério o ferro. E a outra está no município de Brumado, a Magnesita
S.A. cujo bem mineral é a magnesita e o talco, tendo como minério os mesmos.
Das cidades e minerações percorridas pode-se verificar que algumas de suas características
geológicas são similares entre si. Isto se deve ao fato de algumas destas cidades e minerações
pertencerem a um mesmo domínio geológico e ainda serem do mesmo Bloco possuindo assim
características similares.
A seguir são descritas as características geológicas no âmbito regional e local.
1. GEOLOGIA REGIONAL
Os municípios fazem parte do Sistema de Dobramentos do Espinhaço, e estão dentro do Bloco
do Gavião. Onde neste Bloco, as rochas arqueanas foram transformadas no Transamazônico e em
parte no ciclo Brasiliano e também são, na maior parte, plutonitos félsicos junto ou sobre os quais
estão os complexos tidos como vulcano-sedimentares de Licínio de Almeida, Ibitira-Brumado e em
parte, o Complexo de Contendas-Mirante.
2. GEOLOGIA LOCAL
2.1 Brumado – Magnesita S.A.
O município de Brumado está dentro do Complexo Ibitira-Brumao. A denominação dupla deste
Complexo dá a idéia do prolongamento para oeste do Complexo Brumado (Pedreira et alii, 1975),
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passando por Ibitira onde toma a direção sul, possivelmente ligando-se ao Complexo de Licínio de
Almeida por sob a cobertura Cenozóica.
As rochas pertencentes ao Complexo Brumado afloram na extremidade meridional da Chapada
Diamantina, em três conjuntos a Sul de D. Basílio, a noroeste de Brumado e ao redor da localidade
de Umburanas. Esse complexo compreende quartzitos, xistos, filitos, calcários, dolomitos,
mármores, itabiritos, anfibolitos e ganaisses interestratificados, além de camadas de Magnesita que
ocorrem na Serra das Éguas, a nordeste de Brumado, sendo introduzidos localmente por corpos
graníticos. Apenas os quartzitos são distinguíveis nas fotos aéreas e nas imagens de radar, não
sendo possível a separação das demais litologias sem um mapeamento detalhado. Associadas as
partes basais desta sequência, encontram-se rochas básicas e ultrabásicas.
Por volta de 1938, técnicos do DNPM haviam identificado a Magnesita como matriz das
esmeraldas do Pirajá. Com as indicações aí obtidas e auxiliadas por garimpeiros da região,
conseguiram identificar as ocorrências de Magnesita da Serra das Éguas. Constituíram eles a
Companhia Magnesita Ltda, passando a adquirir propriedades que as englobavam. Mais tarde
tornou-se Magnesita S.A. depois de associar-se com um grupo de Belo Horizonte.
É uma Unidade Média do Grupo Serra das Éguas que ocorrem os depósitos de Magnesita,
pertencente ao pré-Cambriano inferior a médio. Litologicamente esta unidade possui dois fácies
bem característicos, sendo um carbonato e outro sílico-carbonatado, com mármores magnesíticos e
actinolita-mármores subordinados, no primeiro, e calcissilicáticas, com diopsiditos, quartzodiopsiditos, e epidotitos no segundo. Esta mudança é lateralmente gradativa, processando-se de
leste oeste, a partir de mármores magnesíticos bastante puros, até os diopsiditos. Os mármores
possuem fortes contaminações de óxido de ferro, óxido de manganês, sílica, cal e alumina na porção
basal, gradando no centro das camadas para material mais puro e com contaminação de cal e sílica
em direção ao topo.
Devido ao fato de o mineral Magnesita ser o constituinte predominante e essencial de todo um
fácies carbonático, há uma tendência para confundir-se a rocha com o minério. Por este motivo,
torna-se importante a adoção de um nome petrográfico para a rocha, no caso, mármore magnesítico,
ficando o nome magnesita, do mineral, para designar-se o minério de magnesita.
Esta unidade pode atingir uma espessura máxima da ordem de 500m, ou mesmo não existir
localmente. Repousa concordantemente sobre os actinolititos e mármores dolomíticos da Unidade
Inferior, em contato estreito, onde aparecem talco-clorita-xisto. O contato com a Unidade Superior é
também concordante e nitidamente gradacional. A par das intergradações entre as unidades, as
mesmas se interdigitam extensamente, tornando difícil uma apreciação das formas das camadas
envolventes.
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Níveis de actinolititos muito persistentes aparecem intercalados nesta unidade, podendo
representar uma continuidade dos fenômenos vulcânicos durante sua deposição.
A Magnesita S.A., por seu turno, vem mantendo estudos permanentes de geologia e pesquisa na
Serra das Éguas. A partir de 1967, iniciou-se um programa de sondagem amplo nas diferentes
minas, que continua de maneira intensa até hoje. Estas sondagens são dirigidas para quatro
finalidades principais:
1. Sondagens de avaliação, objetivando o conhecimento dos limites dos corpos de minério.
2. Sondagens de detalhe da lavra.
3. Sondagem objetivando encontrar tipos mais nobres de minério, para atender as novas
exigências do mercado.
4. Sondagem dirigida para extração de talco.
A Magnesita S.A. possui como mineral de minério a magnesita e o talco, tendo como produtos a
magnesita com um teor de 95% , e o talco.
2.2 Caetité
O Município de Caetité é pertencente ao Arqueano e está unidade é bem característica na
planície de Guanambi, onde forma morfologia de pães de açúcar numa planície arrasada. Outra
área de ocorrência fica a leste da Serra do Espinhaço, onde constitui um planalto elevado,
divisor das bacias do Paramirm e Gavião. A composição dominante é de granitos, granodioritos
e tonalitos com algum sienito monzonito subordinados.
Quando não foi possível separar unidades litológicas nas áreas consideradas como de idade
arqueana, as litologias ai existentes foram englobadas num conjunto não dividido de rochas
metamorfiicas diversas, de migmatitos variados e intrusivas em geral.
2.2.1
INB
O inicio efetivo dos trabalhos de prospecção de urânio na parte central do cráton do São
Francisco pode ser considerado a partir do levantamento do Projeto Aerogeofísico Espinhaço
Setentrional realizados pela NUCLEBRÁS em 1974, onde foram feitos quatros levantamentos
aerogamaespectométricos. Nos anos seguintes foram feitos levantamentos aerofotogramétrico numa
área de 1.150 km², com fotos na escala de 1:25.000. Mapeamento geológico em uma área de 1.200
km², com mapas em escala de 1:25000. Furos de sondadgem totalizando 955 perfazendo um total de
120.000 metros perfurado (858 relativos à sondagem diamantada, com recuperação de cerca de
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117.000 metros de testemunho e 97 relativos a 3.000 m de sondagem tipo rock, com recuperação de
pó). Perfilagem/Reperfilagem radiométrica com 780 furos, totalizando da ordem de 117.000 metros
de perfis gama. Análises químicas em 105.000 determinações. Caracterização Ambiental Préoperacional com amostragem do ar, solo, água (superficial e subterrânea) e biomatéria.
No âmbito restrito das anomalias uraníferas de Lagoa Real, afloram rochas metamórficometassomáticas do embasamento cristalino, com estrutura cataclástica, notadamente granitóides,
microlina-plagioclásio-augen-gnaisses e albititos, parcialmente sob cobertura de sedimentos
terciário-quaternário.
Os microclima-plagioclásio-augen-gnaisses são rochas metamórficas quartzo-feldspáticas
bandadas, geralmente encaixantes dos albititos portadores de mineralizações uranífera.
Os albititos, hospedeiros da mineralização uranífera, ocorrem sob a forma de corpos tabulares
descontínuos, encaixados concordantemente e com contatos bruscos nos gnaisses do embasamento.
Os corpos de minério são produtos de um metassomatismo hidrotermal sobre faixas das
encaixantes formando corpos tabulares que, a “grosso modo” são concordantes com uma foliação
de direção N-S. São rochas faneríticas de granulação fina a média, cuja textura, mesoscopicamente,
é semelhante à das rochas encaixantes. A coloração é geralmente esbranquiçada, podendo
localmente apresentar tons róseos.
Além da presença indiscutível de um controle estrutural, a mineralização uranífera obedece
também e com o mesmo grau de importância a um controle litológico, uma vez que está restrita aos
corpos albititos. Até agora não foram encontradas, na região, rochas não albitizadas, que
contivessem o mesmo tipo de enriquecimento em urânio. Isso, de imediato, sugere que o processo
global de metassomatismo sódico controlou o processo de deposição de urânio.
Por outro lado, albititos puros também não contêm mineralização. Os albititos ou rochas
albitizadas, que constituem o minério de Lagoa Real, normalmente contêm, pelo menos um dos
seguintes máficos e/ou opacos: aegirina-augita, anfibólio, biotita, granada, epidoto, magnetita e
hemtita.
A uraninita geralmente ocorre disseminada nas faixas máficas dos albititos. Nessas faixas ela
ocorre na forma de diminutas inclusões ou grânulos intersticiais (20 a 200µ) nos minerais máficos,
principalmente na aegirina-augita, aparecendo também frequentemente no interior dos cristais de
albita. Petrograficamente essas inclusões são identificadas como uraninita, por apresentarem halos
pleocróicos e/ou auréola de alteração, onde há queda na birrefringência no hospedeiro (fuzikawa er
alii, 1982).
Os minerais de urânio são uraninita, pechblenda e uranofano, e o teor médio a longo prazo é de
3200ppm, e a curto prazo é de 2605ppm. E tem como produto final o urânio.
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2.2.2
BAMIN
A Bahia Mineração está dentro do Complexo de Licínio de Almeida, que se aloja ao longo de
uma faixa larga e descontinua na borda leste do Espinhaço Setentrional, entre Mortugaba e Caetité,
sendo mais conhecido nas imediações de Licínio de Almeida, pois nas suas proximidades é que se
encontram importantes mineralizações de manganês. O conjunto de suas rochas limita-se a oeste
com rochas do Supergrupo Espinhaço através de um jogo de falhas inversas com vergência para
oeste. Os contatos na parte a leste de suas rochas é feito com rochas arqueanas, nã o estando ainda
bem determinado o tipo deste contato.
São rochas fortemente deformadas, com foliações N-S com mergulho médio para leste. Esta
intensa deformação foi acompanhada por fenômenos de metamorfismo regressivo generalizado no
conjunto. As litologias dominantes são sericita e clorita xistos, muscovita, e biotita xistos e fuchsita
xistos, associados com quartzitos (cherts) e quartzitos ferruginosos, localmente itabiritos. São
comuns associações de formações ferríferas e ferromanganesíferas com gonditos e protogonditos
em meio a gnaisses claros. Ocorrem ainda talco-xisto, actinolita-xisto, calcoxistos e flogopita xistos
associados muitas vezes com lentes de anfibolitos e cummingtonita-quartzitos.
Os depósitos manganesíferos do distrito de Licínio de Almeida ocorrem em duas linhas
paralelas: uma relativamente perto do flanco leste do lineamento Espinhaço, aproximando-se
gradualmente no mesmo para norte e, a outra, variando de dois a dez quilômetros a leste da
primeira. São aproximadamente 50 pequenas e médias ocorrências espalhadas numa distância nortesul de cerca de 75 km, com Licínio de Almeida a aproximadamente dois terços dessa distância a
partir do extremo-norte.
Os depósitos do lineamento mais ocidental contém minério de alto teor de sílica e baixo teor de
ferro, enquanto que os do lineamento oriental contituem-se em depósitos de manganês com alto teor
de ferro e baixo de sílica. Duas exceções são conhecidas: a primeira diz respeito ao depósito onde
minério de ferro alto está intimamente associado a minério de ferro baixo, e a segunda ao único
depósito conhecido a oeste da serra do Espinhaço.
Os depósitos ricos em ferro estão associados, em sua maioria, a formações ferríferas bandadas
intemperizadas e friáveis, em alguns lugares aparentemente itabirito silicoso típico; encaixados em
paragnaisses, porém, ocorrem mais comumente associados a um tipo de limonita formada pelo
intemperismo sobre o itabirito dolomítico, localmente associada a solo ocre amarelo, quase que
certamente formado pelo intenso intemperismo sobre a formação ferrífera rica em dolomito,
indiferenciados. Por outro lado, os depósitos ricos em sílica associam-se a xistos, quartzitos e
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gonditos. Em ambas as zonas muitos depósitos associam-se a um material argiloso, de coloração
esverdeada, derivado do intemperismo sobre o anfibolito.
Antes da Bahia Mineração adquirir a jazida foram feitos trabalhos de pesquisa como trincheiras,
poços e sondagens para verificação do corpo. Com a aquisição da Bahia Mineração, realizou-se a
identificação, seleção e avaliação de novas áreas para pesquisa mineral. Em seguida executou a
aquisição de novas áreas. Onde posteriormente realizou sondagens baseado no mapa
geológico/estrutural de detalhe, com uma malha de 400x400m; 200x200m ou 100x100m. Onde
foram feitas as descrições dos testemunhos de sondagem.
Com o modelo geológico e o modelo de blocos foram feitas a cubagem da jazida, onde chegou o
valor de 360.000.000toneladas.
O minério é constituído principalmente de: itabirito compacto, itabirito friável e hematita
friável. Onde o produto final é o minério de ferro. O teor de ferro é:
Hematita≥63%, Itabirito rico entre 63% e 50%, Itabirito intermediário entre 50 e 35%, Itabirito
pobre 35 a 20%, rocha ferruginosa ≤20%.
3. CONCLUSÃO
Nas cidades e minerações visitadas foi descrita a geologia regional e a local e que métodos de
prospecção foram utilizados para identificação das anomalias existentes na região e assim fazer a
cubagem das jazidas existente para poder extrair o bem mineral. Percebe-se que os métodos de
prospecção e avaliação de jazida utilizados nas minerações são os mesmo aprendidos em sala de
aula. Desta forma as visitas são válidas para verificação das técnicas aplicadas nas minerações com
o que é aprendido na Universidade.
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Referências
Rocha, G. M. F.; Souza, S. L.; Garrido, I. A. A. (1998). Distrito manganesífero de UrandiLicínio de Almeida, Bahia: CBPM. 34 p.: il., mapa. - (Série Arquivos Abertos; 12)
Inda, H. A. V., Barbosa, J. F. (1978). Texto Explicativo para o Mapa Geológico do Estado da
Bahia, SME/ COM. 137p.
Schobbenhaus, C.; Coelho, C. E. S. (1991). Principais depósitos minerais do Brasil. Vol. VI - C.
Brasília, DF: DNPM/Cia Vale do Rio Doce, p. 219-234.
Cruz, S. C. P.; Miranda, L. L. F.; Veiga, P. M. O. (2008). Província Uranífera de Lagoa Real,
Bahia: CBPM. 68 p.; il., mapa. - (Série Arquivos Abertos; 29)
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