Universidade Federal do Espírito Santo Centro de Ciências Exatas Departamento de Física Introduç Introdução ao Estudo dos Fenômenos Fí Físicos Aula 03 O método científico em física Ciência versus pseudociência: Mitos, lendas, pseudociência. A navalha de Ockham. IEFF – 2009/01 Prof. Jair C. C. Freitas Ciência versus pseudociência “Assim como casas são feitas de pedras, a ciência é feita de fatos. Mas uma pilha de pedras não é uma casa e uma coleção de fatos não é, necessariamente, ciência.” [Jules H. Poincaré] Pseudociência é um termo que se aplica a qualquer teoria, metodologia, crença ou prática que se diz científica, ou que é feita parecer científica, mas que não se enquadra no método científico, carece de evidências ou plausibilidade suficientes, ou que de alguma outra forma não possua o status científico. [Wikipedia] Pseudociência é qualquer assunto que pareça superficialmente ser científico, ou cujos proponentes alegam ser científico, mas que não satisfaz a exigência de ser verificável ou que se desvia substancialmente de outros aspectos fundamentais do método científico. [Wikipedia] IEFF – 2009/01 Prof. Jair C. C. Freitas Ciência versus pseudociência Algumas características comuns a teorias pseudocientíficas: Uso de afirmações vagas, exageradas ou não verificáveis. Aceitação de verdades sem confirmação experimental. Suporte exageradamente concentrado em confirmações e não em possíveis refutações. Ausência de abertura a testes efetuados por pesquisadores independentes. Evolução limitada e ausência de correções com o passar do tempo. Personalização dos debates e das discussões. Uso de linguagem enganosa (em muitos casos artificialmente sofisticada). “Pseudociências são distinguíveis de filosofias,revelações, teologias ou espiritualidade pois elas dizem revelar a verdade do mundo físico por meios científicos. Sistemas de pensamento que se baseiam em pensamentos de origem "filosófica","divina" ou "inspirados" não são considerados pseudociência se eles não afirmam serem científicos ou não vão contra a ciência.” [Wikipédia] IEFF – 2009/01 Prof. Jair C. C. Freitas Ciência versus pseudociência Alguns exemplos de teorias pseudocientíficas: •Astrologia. •Criacionismo. •Ufologia. •Design inteligente. •Misticismo quântico. •Telepatia. •Terapia magnética. •Regressão hipnótica. •Terapia com uso de cristais. •Homeopatia. •Racismo científico. Alguns exemplos de temas antigamente considerados pseudocientíficos (e que hoje são reconhecidos como de fato científicos): •Existência de meteoritos. •Movimento dos continentes. •Fenômenos elétricos na atmosfera. IEFF – 2009/01 Prof. Jair C. C. Freitas A navalha de Ockham Guilherme de Ockham (1288-1348): frade inglês e filósofo escolástico, com contribuições em lógica, física e teologia. Navalha de Ockham ou Princípio da Parcimônia: “Entidades não devem ser multiplicadas além do necessário.” Se em tudo mais forem idênticas as explicações sobre um fenômeno, então a mais simples é a que deve ser escolhida. Ideia central: eliminação de conceitos supérfluos. A resposta mais simples não é necessariamente a mais fácil de ser compreendida. Normalmente é aquela que contém o menor número de hipóteses ou elucubrações. IEFF – 2009/01 Prof. Jair C. C. Freitas A navalha de Ockham IEFF – 2009/01 Prof. Jair C. C. Freitas Projeto Ockham, www.projetoockham.org. Aula 03 O método científico em física Projeto Ockham, www.projetoockham.org. IEFF – 2009/01 Prof. Jair C. C. Freitas Projeto Ockham, www.projetoockham.org. Aula 03 O método científico em física Projeto Ockham, www.projetoockham.org. IEFF – 2009/01 Prof. Jair C. C. Freitas IEFF – 2009/01 http://www.dhmo.org/ Prof. Jair C. C. Freitas Aula 03 Modelos em física O que são modelos. Tipos e exemplos de modelos: Modelos mecânicos. Modelos físicos e matemáticos. Idealizações e aproximações. Modelagem computacional. Exemplos e aplicações. IEFF – 2009/01 Prof. Jair C. C. Freitas Modelos científicos O que são modelos. Um modelo científico é uma representação física, matemática ou lógica de um sistema de entidades, fenômenos ou processos. O modelo é uma estrutura artificial simplificada que serve de analogia para um fenômeno natural. É mais simples, de melhor compreensão e, como a maquete de um navio, de mais fácil manuseio do que o original. Pode ser adaptado e aprimorado até que suas propriedades passem a refletir as observações empíricas com exatidão suficiente para gerar confiança no seu poder de predizer. H. C. von Baeyer. A física e o nosso mundo, 2004 IEFF – 2009/01 Prof. Jair C. C. Freitas Modelos mecânicos Os modelos mecânicos desempenharam importante papel na física do século XIX, quando se imaginava que o universo funcionava como um enorme e primorosamente sincronizado mecanismo de relógio. A mecânica era considerada (e assim o fora por muito tempo) a grande teoria capaz de explicar todos os fenômenos físicos. Até os dias de hoje usamos a palavra mecanismo para descrever fenômenos químicos, elétricos, térmicos, etc. William Thomson (Lorde Kelvin) (1824-1907): “Eu nunca me satisfaço até que eu tenha construído um modelo mecânico do assunto que estou estudando. Se eu sou bem sucedido em construí-lo, eu entendo o assunto, senão eu não entendo.” IEFF – 2009/01 Prof. Jair C. C. Freitas Modelos mecânicos: alguns exemplos Modelos do sistema solar: IEFF – 2009/01 Prof. Jair C. C. Freitas Modelos mecânicos: alguns exemplos Na termodinâmica: o calórico. Na eletrodinâmica: o fluido elétrico. Ainda hoje usamos termos como corrente, fluxo, divergente, rotacional, etc. Na eletrostática e na magnetotástica: o conceito de linhas de força e linhas de indução. IEFF – 2009/01 Prof. Jair C. C. Freitas Modelos mecânicos: alguns exemplos Em ótica: o éter luminífero. A sucessão de resultados experimentais passou a exigir do éter algumas propriedades esdrúxulas e até contradiatórias... Navalha de Ockham: o éter luminífero simplesmente não existe! IEFF – 2009/01 Prof. Jair C. C. Freitas Modelos mecânicos: alguns exemplos Em física moderna: o modelo planetário de Bohr. IEFF – 2009/01 Prof. Jair C. C. Freitas Modelos físicos e matemáticos A função principal de um modelo é ajudar a explicar uma parte de uma teoria mais avançada, ou mais “abstrata”, em termos de uma teoria já conhecida e aceita. Algumas características principais do fenômeno a ser explicado são isoladas e uma situação mais ou menos artificial é construída, cujo princípio pode ser descrito pela nova teoria, embora essa descrição não possa, em um primeiro momento, ser completa ou na forma matemática requerida. A mesma situação artificialmente imaginada é, por sua vez, parcialmente descrita – ou interpretada – em termos da antiga teoria, por meio do modelo construído. Dessa forma, equações matemáticas são transferidas de uma teoria para a outra, embora a interpretação original do formalismo seja apenas parcialmente mantida: faz-se uso das similaridades e analogias na estrutura e no funcionamento descritos pelas equações. E. Hutten, The Ideas of Physics, 1967. IEFF – 2009/01 Prof. Jair C. C. Freitas Modelos físicos e matemáticos Para que um fenômeno possa ser tratado matematicamente, é necessário, em primeiro lugar, caracterizá-lo por um conjunto de parâmetros suscetíveis de medição: é a chamada construção do modelo físico. Esse modelo deve obedecer, segundo critérios estabelecidos pelo investigador, a certas leis, teorias e/ou hipóteses. O conjunto dessas leis, teorias e/ou hipóteses impostas ao modelo físico permite escrever certas equações (e/ou inequações) que constituem o modelo matemático do problema. P. Lucie, Física Básica, Vol. 1, 1979. IEFF – 2009/01 Prof. Jair C. C. Freitas Modelos físicos e matemáticos P. Lucie, Física Básica, Vol. 1, 1979. Alguns ingredientes típicos dos modelos físicos: Abstração. Idealizações. Formulação matemática. Aproximações e correções sucessivas. IEFF – 2009/01 Prof. Jair C. C. Freitas Exemplos de modelos – gás ideal Equação de van der Waals: IEFF – 2009/01 Prof. Jair C. C. Freitas Exemplos de modelos – movimento dos projéteis IEFF – 2009/01 Prof. Jair C. C. Freitas IEFF – 2009/01 Prof. Jair C. C. Freitas P. Lucie, Física Básica, Vol. 1, 1979. Leitura obrigatória: “Ciência e pseudociência”, M. Knobel. Física na Escola, 9(1), 6-9, 2008. “Astronomia versus astrologia”, C. A. Wuensche. Ciência Hoje, 43(256), 2429, 2009. “A modelagem científica de fenômenos físicos e o ensino de física”, R. V. Brandão, I. L. Araujo, E. A. Veit. Física na Escola, 9(1), 10-14, 2008. Bibliografia sugerida: Curso de Física Básica. Vol. 1 - Mecânica, Moisés Nussenzveig, Edgar Blücher, 1996. Física Básica. Primeiro Volume. Mecânica, Pierre Lucie, Editora Campus, 1979. The Ideas of Physics, Ernest H. Hutten, Oliver & Boyd, 1967. A Física e o nosso mundo, Hans Christian von Baeyer, Elsevier, 2004. Os Grandes Experimentos Científicos, Michel Rival, Editora Zahar, 1997. A Gênese do Método Científico, Pierre Lucie, Editora Campus, 1978. Scientific Methods. An online book, Richard D. Jarrard, 2001. Disponível para download livre em http://www.emotionalcompetency.com/sci/sm0.htm. Na internet: http://pt.wikipedia.org http://en.wikipedia.org http://www.projetoockham.org. http://www.sbfisica.org.br/fne http://www.pion.sbfisica.org.br/pdc/ http://www.explorelearning.com/