REVISTA PORTUGUESA DE COLOPROCTOLOGIA Artigo Original Original Article TRATAMENTO DE FÍSTULAS PERIANAIS COM "PLUG" DE COLAGÉNIO - ESTUDO RETROSPECTIVO Resumo A. JOSÉ REIS A. DIAS PEREIRA P. RODRIGUES M. NORA Introdução: O tratamento cirúrgico da doença fistulosa perianal constitui um forte desafio para o Cirurgião,não só pela alta taxa de falência que apresenta,mas também na escolha das múltiplas opções disponíveis:fistulotomia,fistulectomia,aplicação de "seton",retalho de avanço ou a injecção de cola de fibrina.Recentemente uma nova opção foi apresentada:a obturação do trajecto fistuloso com um "plug" de colagénio. Objectivos: A avaliação da eficácia do "plug" de colagénio - Surgisis® no tratamento da fístula perianal e revisão do estado da arte relativa a esta técnica. Material e Métodos: Estudo retrospectivo que englobou 12 doentes submetidos à aplicação de um "plug" de colagénio em fístulas perianais, segundo a metodologia recomendada pela casa produtora do produto. Resultados: A taxa de cura foi de 58,3%, sendo este valor concordante com os relatados na literatura médica actual. Conclusão: Os resultados permitem concluir que esta é uma opção cirúrgica válida e promissora no tratamento da fístula perianal. Abstract Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga Correspondência António José Reis Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga Rua Dr. Cândido Pinho 4520-211 Santa Maria da Feira Telefone: 256373819 Fax: 256373867 E-mail: [email protected] 14 Background: The surgical treatment of perianal fistulous disease is a strong challenge for the Surgeon, not only because of the high recurrence rate that it shows, but also because of the choice between multiple surgical procedures available: fistulotomy, fistulectomy, application of seton, mucosal flap advancement or injection of fibrin glue. Recently a new option has showed up: obturation of the fistulous tract with a biologic anal fistula plug. Objectives: Validation of efficacy of biologic plug - Surgisis® in the treatment of perianal fistula and revision of the state of the art about this technique. Material and Methods: Retrospective study which included 12 patients submitted to the application of the biological plug into perianal fistulas, following the methodology purposed by the producers of Surgisis®. Results: The healing rate was of 58.3%, being this value similar to those reported in the medical literature. Conclusion: The results allow concluding that this is one valid and promising surgical option in the treatment of perianal fistula. Introdução A fístula perianal é um trajecto epitelial anómalo que estabelece comunicação entre o recto ou o canal anal e um orifício fistuloso na região perianal, sendo a Classificação de Parks (Figura 1), proposta há mais de 30 anos, a mais usada ainda hoje para a sua localização e caracterização (1). REVISTA PORTUGUESA DE COLOPROCTOLOGIA da continência fecal em até 45% dos doentes (9). As técnicas como retalho de avanço, injecção de cola de fibrina ou aplicação de "plug" de colagénio não interferem com a continência fecal mas apresentam taxas de recidiva mais elevadas. O retalho de avanço apresenta uma taxa de eficácia entre 40 e 60% sendo as principais causas de falência técnica a isquemia ou infecção do retalho. A aplicação de cola de fibrina é um método seguro, simples e que permite um retorno mais célere à actividade normal, mas tem revelado resultados desencorajadores com taxas de recidiva que variam entre os 39 e os 69%. Novos materiais estão a ser desenvolvidos e estudados (10,11). Objectivos Figura 1 - Classificação de Parks para fístulas anorectais (a- superficial, b- inter-esfinctérica,c- trans-esfinctérica,d- supra-esfinctérica,e- extra-esfinctérica) (2). Com uma incidência de 8,6 em 100 000 indivíduos (5,6 em 100 000 para mulheres e 12,3 em 100 000 homens), tem um predomínio no sexo masculino e aparecimento mais frequente nas 3ª, 4ª e 5ª décadas de vida (3). Como etiologia mais frequente surge o abcesso perianal, seguindo-se por ordem decrescente de frequência os abcessos com outras localizações, o traumatismo, a tuberculose, a diverticulite, a doença de Crohn, as neoplasias e a iatrogenia (4). Clinicamente a fístula perianal manifesta-se por dor com a defecação, "soiling" ou escorrência, prurido anal, desconforto e infecção perianal recorrente (1). O diagnóstico é estabelecido na maioria dos casos com a anamnese cuidada e o exame clínico completo. Os meios complementares de diagnóstico como a endoscopia digestiva baixa, a ecografia endoanal, a ressonância magnética endoluminal e a tomografia axial computorizada têm indicações específicas e precisas (5). O tratamento desta entidade clínica é cirúrgico, sendo os objectivos: eliminar o trajecto, evitar a recorrência e conservar a função esfincteriana. Existem várias modalidades cirúrgicas que vão desde a fistulotomia, fistulectomia, aplicação de "seton" até ao retalho de avanço e mais recentemente, a injecção de cola de fibrina ou aplicação de "plug" de colagénio no trajecto fistuloso (6,7). O risco de incontinência fecal iatrogénica aliada às elevadas taxas de recidiva exigem por parte do Cirurgião Geral o conhecimento de todas as técnicas de forma a poder escolher o método adequado a cada caso clínico. A comparação de resultados entre as várias opções cirúrgicas é difícil, devido à heterogeneidade da doença e das indicações para o uso diferenciado de cada técnica (8). O uso de "seton" seguido de fistulotomia e a fistulotomia isolada, técnicas que apresentam as menores taxas de recidiva estão associadas a algum grau de alteração O trabalho consiste num estudo retrospectivo realizado no Serviço de Cirurgia Geral do Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga da experiência e resultados obtidos após um "follow-up" mínimo de 12 meses com o "plug" de colagénio - Surgisis® (Figura 2) no tratamento de fístulas perianais. Figura 2 - O "plug" de colagénio - Surgisis®. Pretendeu-se estabelecer as principais indicações desta técnica, estudar a possível influência no resultado final de cirurgias proctológicas prévias, nomeadamente a colocação de "seton" e comparar os resultados obtidos com a literatura médica disponível. Revisão do estado actual da arte relativo às técnicas cirúrgicas disponíveis para o tratamento da fístula perianal. 15 REVISTA PORTUGUESA DE COLOPROCTOLOGIA Material e Métodos Análise retrospectiva de 12 doentes, 1 do sexo feminino e 11 do sexo masculino que, no período compreendido entre Janeiro de 2007 e Junho de 2008, foram submetidos a aplicação de um "plug" de colagénio para tratamento dum trajecto fistuloso (12). Foram excluídas deste estudo as fístulas superficiais ou inter-esfinctéricas baixas e ainda aquelas que cursavam com supuração intensa. Doentes imunocomprometidos e com o diagnóstico de doença inflamatória intestinal não foram incluídos no estudo. Na maioria dos casos o diagnóstico foi estabelecido pela história clínica e pelo exame objectivo, sendo que alguns doentes efectuaram ecografia endoanal ou ressonância magnética nuclear. A idade média dos doentes foi 56,3 anos (38-70 anos), a maioria (7 doentes) ASA II, com 15 meses de evolução de doença fistulosa (4-47 meses) e com 1,6 cirurgias proctológicas prévias (0-3 cirurgias). Em 8 doentes o trajecto fistuloso estava individualizado por um "seton" colocado anteriormente. A técnica cirúrgica foi a obturação do trajecto fistuloso com um "plug" de colagénio em fístula perianal de trajecto único, não superficial. As cirurgias foram realizadas sem qualquer preparação cólica prévia, com anestesia loco-regional e com o doente posicionado em "Jack-Knife". Inicialmente procedeu-se à identificação dos orifícios interno e externo, canulação do trajecto fistuloso com uma "probe" de Lockhart-Mummery (Figura 3) e referenciação do trajecto com seda 0. Figura 3 - Canulação do trajecto fistuloso com uma "probe" de Lockhart-Mummery. Após imersão do "plug" numa solução salina estéril durante 5 minutos este foi introduzido no trajecto fistuloso de dentro para fora pela extremidade mais afi- 16 lada até o obliterar. A extremidade interna foi suturada e recoberta por mucosa com um fio absorvível 2.0 de forma a encerrar o orifício interno (Figura 4). O excedente de "plug" foi seccionado ao nível da epiderme. Figura 4 - Encerramento do orifício interno do trajecto fistuloso com Vycril 00®. Resultados A técnica foi realizada pelo Grupo de Cirurgia Colorrectal, teve uma duração do acto operatório média de 30 minutos (20-50 minutos) em regime de ambulatório. Não se registaram intercorrências anestésicas ou cirúrgicas. Os critérios de alta foram a ausência de proctalgia e hemorragia significativa, a apirexia, a tolerância de dieta oral e a capacidade de deambular. Os cuidados pós-operatórios recomendados foram a evicção de actividade física intensa e relações sexuais durante 2 semanas, banhos de assento várias vezes ao dia e tratamento sintomático para a dor. O número médio de consultas pós operatórias foi 2,7 (1-4 consultas), sendo a primeira realizada ao fim de uma semana, a segunda ao final de um mês e as restantes em regime de Consulta Aberta na Consulta Externa de Cirurgia Geral. Os doentes foram considerados curados com a cicatrização completa dos orifícios interno e externo e ausência de novos trajectos fistulosos. Após um "follow-up" mínimo de 12 meses, 7 dos 12 doentes em estudo obtiveram resolução da doença, uma taxa de eficácia terapêutica de 58,3%. Entre os 8 doentes com "seton" prévio há 5 que ficaram curados, 62,5% de sucesso terapêutico. Neste grupo de doentes existiu 1 recidiva precoce e 2 tardias. No grupo de 4 doentes sem "seton" prévio a taxa de cura foi de 50%, sendo 1 recidiva precoce e 1 tardia. Das 5 recidivas, as 2 precoces ocorreram por exterio- REVISTA PORTUGUESA DE COLOPROCTOLOGIA rização do "plug" (antes do final da primeira semana). Entre as recidivas tardias 2 foram provocadas por formação de trajecto fistuloso secundário e 1 por exteriorização do "plug" (Quadro I). De referir que 1 das recidivas tardias ocorreu num doente com "seton" prévio com 47 meses de evolução de doença proctólogica, e que anteriormente necessitou de colostomia derivativa para resolução do processo de sépsis perianal. Quadro I - Recidivas ocorridas. Recidivas Tempo entre a cirurgia e a recidiva Causa aparente A* <1semana Exteriorização B <1 semana Exteriorização C** 1 mês Exteriorização D 2 meses E* 3 meses Trajecto fistuloso secundário Trajecto fistuloso secundário * doentes com "seton" prévio; ** doente com 47 meses de evolução da doença. Discussão Aplicado pela primeira vez em 2004, o "plug" de colagénio tem como principais indicações as fístulas inter-esfinctéricas altas, trans-esfinctéricas e supraesfinctéricas em que a fistulotomia é contra-indicada pelo risco elevado associado de incontinência fecal pós cirurgia (13). O "plug" é um composto liofilizado da submucosa intestinal porcina que cria um meio adequado para a formação de uma cicatriz de colagénio no trajecto fistuloso. Ao permitir a obliteração do orifício de drenagem interno desvia o conteúdo fecal da fístula (1416) . Apresenta taxas de recidiva mais elevadas em fístulas anais complexas, em particular em doentes com doença de Crohn, não avaliados neste estudo (15). Como contra-indicações ao uso do "plug" de colagénio Surgisis® constam a incapacidade de identificar o orifício interno ou externo, a presença ou persistência de abcesso, sinais de infecção local e alergia a componentes porcinos (12). No nosso estudo, o tempo cirúrgico médio foi de 30 minutos, valor este sobreponível ao descrito na literatura e ao tempo médio de outras técnicas cirúrgicas, o que nos leva a concluir que o tempo de ocupação do bloco não é contra-indicação à escolha desta opção (17). É importante referir da nossa experiência que este valor tende a diminuir com o aumento do número de procedimentos e nos doentes com "seton" foi inferior aos doentes sem "seton". Na nossa amostra existe uma predominância de doentes do sexo masculino, 92%, valor discordante da população geral (3), o que se deve ao facto da amostra ser diminuta, constituindo um "bias" importante aos resultados. O número de doentes deste estudo é ainda reduzido, não se podendo daqui tirar dados com significância estatística nomeadamente quanto ao papel do "seton" como ponte entre o controlo do processo de sépsis perianal e o tratamento definitivo da fístula perianal com "plug" de colagénio. Na série de 12 doentes estudados atendendo à existência prévia de "seton" verifica-se que a percentagem de cura foi superior no grupo com "seton", 62,5% contra 50% nos doentes sem "seton". Na nossa opinião a presença de "seton" prévio, além de ter permitido uma mais fácil identificação do trajecto fistuloso, promoveu um melhor controlo local da infecção perianal no pré-operatório. Das 5 recidivas registadas, 41,7% da amostra, 2 foram precoces e 3 tardias. As recidivas precoces ocorreram equitativamente no grupo de doentes com e sem "seton" e manifestaram-se em ambas por exteriorização do "plug" de colagénio. As hipóteses mais plausíveis para esta falência terapêutica são a possível falha técnica num caso e em outro o incumprimento dos cuidados no pós-operatório imediato por parte do doente. Registaram-se 3 recidivas tardias, uma das quais num doente com história pregressa arrastada de patologia proctológica benigna e com necessidade no passado de colostomia derivativa para controlo de um processo de sépsis com ponto de partida perianal. Esta falência pode ser deduzida como má indicação cirúrgica, atendendo ao historial clínico do doente, esta técnica não foi eficaz. As outras 2 recidivas tardias, uma com exteriorização do "plug" e outra com a formação de trajecto fistuloso secundário devem-se provavelmente à persistência de infecção local na altura da cirurgia ou má caracterização das fístulas em questão. Nas recidivas tardias, um dos sinais de alarme, observado no trabalho e descrito na literatura é a presença de um orifício externo ainda por cicatrizar apesar de o trajecto fistuloso estar obliterado (14,16). O recurso a métodos auxiliares de diagnóstico no préoperatório, nomeadamente a Ressonância Magnética pode ajudar a uma melhor selecção dos doentes, com o aumento da taxa de eficácia terapêutica (5). O facto de todos os doentes terem sido incluídos no esquema de "one day surgery" (tempo de internamento inferior a 24 horas), a baixa necessidade de analgesia com retorno célere às actividades da vida diária, o baixo nível de consumo de cuidados de saúde directo e doentes curados com menos de 2 consultas de pósoperatório aparentemente reduz os custos globais para esta técnica contrapondo ao custo unitário elevado do "plug". Em nenhum dos 12 doentes estudados foram relatadas alterações da continência fecal de novo, o que faz com que este procedimento seja considerado 17 REVISTA PORTUGUESA DE COLOPROCTOLOGIA como não agressivo para o doente. Em caso de recidiva e com o controlo mais eficaz da infecção local e/ou melhor caracterização do trajecto fistuloso pode ser considerado novamente como uma opção terapêutica válida, podendo ser realizada mais do que uma vez sem risco acrescido de incontinência fecal iatrogénica. Todos os doentes em que houve recidiva foram submetidos a nova intervenção cirúrgica com a colocação de "seton". Conclusão Nesta série de doentes obteve-se uma taxa de cura de 58,3%, valor de acordo com a literatura médica actual (41%- 85%). De salientar o excelente pós-operatório nos doentes submetidos a esta técnica, praticamente sem necessidade de consumo de analgésicos e com um célere retorno à actividade normal, o que faz com que o custo elevado do "plug" de colagénio seja compensado com a diminuição dos custos globais. De acordo com a nossa experiência as principais causas de recidiva precoce são a incorrecta selecção dos doentes, erro técnico e ou más condições locais, tais como fibrose intensa do trajecto fistuloso ou sépsis não controlada. Estes resultados permitem concluir que esta é uma boa e eficaz forma de tratamento da fístula perianal. Salienta-se ainda como vantagem desta técnica a preservação da anatomia perianal o que não compromete a realização de novos procedimentos terapêuticos nem piora a qualidade de vida do doente. Bibliografia 1. John L. Cameron. Current Surgical Therapy. Elsevier Health Sciences. 2007. 2. Parks AG, Gordan PH, Hardcastle AD. A classification of fistula-in ano. Br J Surg. 1976; 63: 1-12. 3. Nelson R. Anorectal abscess fistula: What do we know? Surg Clin North Am. 2002; 82: 1139-51. 4. Safar B, Jobanputra S, Sands D, Weiss EG, Nogueras JJ, Wexner SD. Anal fistula plug: initial experience and outcomes. Dis Colon Rectum. 2009; 52: 248-52. 5. Sun MR, Smith MP, Kane RA. 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