T035
Título - Carcinoma do canal anal - Casuísta de Janeiro de 2008 a Setembro de 2011, Centro
Hospitalar Lisboa Central
Introdução:
OBJECTIVO
Análise casuística dos doentes com o diagnóstico de carcinoma do canal anal no intervalo
de trinta e nove meses.
MATERIAL E MÉTODOS
Estudo retrospectivo das características demográficas e tratamento efectuado dos doentes
admitidos entre Janeiro de 2008 a Setembro de 2011 com o diagnóstico de carcinoma do
canal anal. Foram incluídos, apenas, os doentes submetidos a tratamento com
quimioterapia citostática (QT) e/ou radioterapia (RT).
RESULTADOS
Foram avaliados 18 casos, sendo 28% (n=5) do sexo masculino e 72% (n=13) do sexo
feminino. A média de idades foi de 63 anos (34 – 84).
Em 17% dos doentes (n=3) demonstrou-se seropositividade para o vírus da
imunodeficiência humana (VIH). Neste subgrupo de doentes a média de idades foi de 39
anos (34 – 45).
À data do diagnóstico, 89% (n=16) encontravam-se no estadio III. Em todos os doentes da
presente série, o tipo histológico documentado foi o carcinoma pavimentocelular (CPC).
A estratégia terapêutica mais utilizada (88%, n=16) foi a QT concomitante com RT (QRT). A
associação com mitomicina e fluorouracilo, ou análago, foi o esquema de QT mais
utilizado.
Do subgrupo de doentes sob QRT, 3 apresentaram doença residual. Destes, um foi
submetido a QT por irressecabilidade tumoral e 2 foram submetidos a tratamento
cirúrgico de resgate.
A recidiva da doença foi, apenas, documentada em 2 doentes com 11 e 21 meses,
respectivamente, de intervalo livre de doença. Constataram-se 2 óbitos ambos com
evidência de doença. Um doente abandonou o follow-up.
CONCLUSÃO
A amostra estudada é de pequenas dimensões o que se admite em relação com a baixa
incidência do carcinoma do canal anal.
A incidência foi maior no sexo feminino do que no sexo masculino, objectivando-se uma
relação de 2,5:1, respectivamente. A média de idades no subgrupo de doentes VIHpositivo foi mais baixa (39 versus 63).
Neste estudo, o tratamento mais utilizado foi a QRT obtendo-se 69% de respostas totais
(n=11), resultados coincidentes com os dados presentes na literatura.
Dos factores de risco reconhecidamente importantes, não foi avaliado o status VIH de
forma sistemática, apenas sendo conhecido em 3 casos; do mesmo modo, relativamente
ao estudo serológico ou imonológico do VPH, tão pouco foi efectuado. Em estudos
ulteriores, os autores perspectivam a inclusão desta avaliação, estando em curso a
elaboração de um protocolo diagnóstico e terapêutico de actuação desta entidade
oncológica.
Os autores projectam, ainda, avaliar o intervalo livre de doença e a sobrevivência global
aos 5 anos de follow-up.
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Carcinoma do canal anal