6860 Trabalho 2105 - 1/3 ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA CIRCULAÇÃO EXTRACORPÓREA (CEC) DA CIRURGIA CARDÍACA 1 ALVES, Ana Cinthia Silva 2 PASSOS, Andersom Aguiar ³ MENDES, Helenice Camboim A enfermagem tem nos últimos anos experimentado um contexto de progressivo avanço e melhoria tecnológica, possivelmente associado a preocupação na melhoria da formação em especial nos cursos de pós-graduação. Dentro destas tecnologias inovadoras algumas saltam aos olhos como a captação de órgãos, a invenção de materiais e equipamentos e a função de perfusionista na CEC. Para este estudo os autores pretendem direcionar seus esforços a esta última tecnologia. A circulação extracorpórea (CEC) é uma técnica mundialmente utilizada nos casos em que o coração precisa parar de bater (cardioplegia) para que ocorra a cirurgia. É utilizada em mais de 80% das cirurgias cardíacas. A máquina faz o papel do coração, de bombear o sangue de volta ao corpo, e do pulmão, oxigenando o sangue venoso que chega à máquina. É usada também nos casos de cirurgia cerebral, intracardíacas e no tratamento que utiliza quimioterapia isolada, de membros acometidos pelo câncer. O perfusionista, tendo que ter um curso superior dentro da área da saúde (enfermagem, biologia, biomedicina, medicina, fisioterapia) e possuir título de especialista em circulação extracorpórea, após realização de um curso específico, emitido pela Sociedade Brasileira de Circulação Extracorpórea (WIKIPEDIA, 2009).A CEC com suporte em cirurgia cardíaca é relativamente recente, procedimento este de grande avanço tecnológico e de melhoria da sobrevida dos pacientes. Em 06 de maio de 1953, uma jovem de 18 anos, chamada de Cecília Bavolek, portadora de uma comunicação interatrial (CIA), foi operada com sucesso utilizando um sistema coração-pulmão artificial (para conseguir acesso ao interior do coração), realizada pelo casal John e Mary Gibbon. Cirurgia esta autorizada pela mãe, Mary Bavolek, e irmã, Josephine Bavolek, da paciente Cecília. A partir da cirurgia realizada, Mary Gibbon tornou-se a primeira perfusionista da história, enquanto John Gibbon realizava a correção intracardíaca. Algumas tentativas de sistema coração-pulmão artificial Acadêmica de Enfermagem 8º Semestre da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza - FGF. [email protected]; 2 Enfermeiro, Mestre em Saúde Pública pela Universidade Federal do Ceará - UFC, Profº da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza - FGF; Auditor do Município de Redenção-CE; Coordenador da Central de Material do Hospital Nossa Senhora da Conceição. ³ Acadêmica de Enfermagem 8º Semestre da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza - FGF. 1 6861 Trabalho 2105 - 2/3 foram realizadas antes de Gibbon, onde todas elas não obtiveram sucesso, realizadas na década de 50 (SOUZA & ELIAS, 2006). A referida pesquisa tem como objetivo principal “Construir embasamento teórico-referencial sobre a atuação do enfermeiro na Circulação Extracorpórea da Cirurgia Cardíaca”. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, do tipo levantamento bibliográfico, que está a ser desenvolvido desde fevereiro de 2009 e transcorrerá até dezembro de 2009, tendo em vista tratarse de pré-requisito de conclusão do Curso de Graduação de Bacharel em Enfermagem da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza - FGF. Por tratar-se de um estudo Bibliográfico, portanto não tratar como seres humanos diretamente, não há necessidade de enviar-lhe para o Comitê de Ética em Pesquisa. Dos primeiros achados temos observado que em operações cardíacas, freqüentemente a circulação e oxigenação do sangue são feitas por meios artificiais (fora do corpo do paciente), pela necessidade de se realizar intervenções em estruturas internas do coração, procedimento este denominado circulação extracorpórea (CEC) ou "bypass" cardiopulmonar. Durante uma rotina de CEC, um dos parâmetros mais importantes, e que exige constante monitoração, é o fluxo sangüíneo (DANTAS, 2000). A circulação extracorpórea sistematicamente ocasiona discretas alterações metabólicas e eletrolíticas no paciente. Entretanto, casos extremos como a hemólise, a acentuada acidose metabólica, a desnaturação protéica e o aumento no consumo de fatores de coagulação são efeitos nocivos raros que exigem uma imediata intervenção clínica. As complicações mais temidas são a insuficiência renal aguda e a embolia cerebral. Considerações: Não podendo deixar de relatar a dificuldade de localizar material relacionado ao tema abordado, sendo então de grande relevância o trabalho para conscientização dos profissionais da saúde da dimensão deste sistema coraçãopulmão artificial, que são procedimentos bastante complexos, que requer um conhecimento aprofundado da fisiopatologia humana. O Enfermeiro perfusionista tem seu lugar reservado no mercado de trabalho, contudo um aspecto relevante e imperativo de citação, diz respeito ao pouco e restrito referencial bibliográfico desenvolvido pela enfermagem nesta área. Acredita-se que outros achados bibliográficos ainda surgirão, no entanto é crível que pouco se encontre. Tal fato, apesar de manifestar imaginável dificuldade em se construir o estudo, nos remonta um sentimento de obrigação em dar continuidade na pesquisa nesta área e ainda, fortalece o valor científico da mesma, bem como imprime rótulo de relevância do estudo. 6862 Trabalho 2105 - 3/3 Bibliografia: DANTAS, G.R. Sistema ultra-sonico dopler pulsatil para medição de fluxo sanguineo em circulação extracorpórea. Campinas – São Paulo. 2000. GOMES, Walter J.; SABA, João C.; BUFFOLO, Enio. 50 anos de circulação extracorpórea no Brasil: Hugo J. Felipozzi, o pioneiro da Circulação Extracorpórea no Brasil. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular. Vol. XX, Edição 4. 2005. MINAYO, Maria Cecília de Sousa. O Desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 4ª edição. São Paulo - Rio de Janeiro: Hucitec – Abrasco, 1996. SOUZA, Maria Helena L.; ELIAS, Decio O. Fundamentos da Circulação Extracorpórea. 2ª edição. Rio de Janeiro – RJ. Editora Alfa Rio. 2006. Cap.1, Pag. 1 a 32. SOUZA, Maria Helena L. Revista Latinoamericana de Extracorpórea. Editorial. Vol. VII, Num. 2. Rio de janeiro - RJ. 2000. Tecnologia