Foto: retirada do site do Enafit Fotos: Saltur O ELO Edição Nº 293• Ago / Set / Out de 2012 Editorial O ELO UNINDO PELA INFORMAÇÃO Boletim Informativo do SINPAIT Publicação Mensal – Distribuição Gratuita DIRETOR RESPONSÁVEL Jesus José Bales Assistente Luci Helena Lipel Reportagens Jornalista Responsável Dalísio Domingues dos Santos – MTB. 7.765 DIRETORIA EXECUTIVA PRESIDENTE JESUS JOSÉ BALES Vice de Política de Classe Luci Helena Lipel - José Vieira Rocha Junior 1º Vice de Administração Solange Aparecida de Andrade - Antonio Fojo da Costa 2º Vice Presidente de Administração Roseli Nieto Piovesan – Vera Galvão Moraes 3º Vice Presidente de Administração Erasmo Torres Ramos – André Napoli de Nardiello 1º Vice Presidente de Planejamento Mário Kaminski – Armando Barizan 2º Vice Presidente de Planejamento Yllen Fábio Blanes de Araújo Regina Candellero Castilho Nami Haddad 3º Vice Presidente de Planejamento Renato Miranda de Moraes Carvalho Hilda Engler Raggio Bergamasco Vice Presidente de Normatização Beatriz Cardoso Montanhana – Sandra Morais de Brito Costa Vice Presidente de Comunicação Dalísio Domingues dos Santos – Ivete Cassiani Furegatti Vice Presidente de Cultura Vera Olímpia Gonçalves – Maria de Lourdes Rodrigues Pereira Vice Presidente de Parlamentares Edir José Vernaschi – Alfredo Medeiros de Oliveira Vice Presidente de Relações Públicas Miriam Ugliara Barone – Inayá Brás Medeiros Vice Presidente de Inspeção do Trabalho Ruy Antonio de Arruda Pereira – Rubens Chiapeta Álvares Vice Presidente de Medicina do Trabalho Geraldo da Silva Pereira – Ettore Paulo Pinotti Vice Presidente de Segurança do Trabalho Joaquim Gomes Pereira – Mônica Hahne Negrão Vice Presidente de Aposentados Adriano Salles Toledo de Carvalho Maria Marly do Nascimento Jungers Vice Presidente Sindicais e Convênios José Maria Coutinho – Cyro Fessel Fazzio Vice Presidente Sociais Darcy Rizzo Hungueria – Jane Claudete da Cunha Duarte Vice Presidente do Interior Eduardo Caldas Rebouças – Décio Francisco Gonçalves da Rocha Vice Presidente Internacionais Lucíola Rodrigues Jaime – Nilsa Maria Leis Di Ciero CONSELHO FISCAL EFETIVOS Antonio Picinini, Erlon Martinho Pontes, Felix Suriano Domingues Neto, Rivaldo Ribeiro da Costa e Rubens de Souza Brittes CONSELHO FISCAL SUPLENTES Bruno Clemente Domingos, João de Souza Bomfim, João Saochuk, João Víspico e Josepha da Silva Neiva. SINPAIT Sindicato Paulista dos Auditores da Inspeção do Trabalho Fundado em 19/05/1953 R. Avanhandava, 133 – 4º andar – cjs. 41/42 – Bela Vista – São Paulo/SP – CEP: 01306-001 Tels: (11) 3214-0750 / 3255-9516 / 3257-5267 Fax: (11) 3258-5868 www.sinpait.com.br / e-mail: [email protected] Reprodução: As matérias publicadas só poderão ser reproduzidas com autorização expressa do SINPAIT, sujeitando, os infratores, às penalidades legais. Responsabilidades: As matérias assinadas são de inteira responsabilidade de seus autores, não refletindo, necessariamente, a opinião do SINPAIT. Editoração, Criação e Impressão: Graphcollor Gráfica e Editora Ltda (11) 3159-0993 [email protected] Tiragem: 3500 ISSN 1983-263X 2 O MINISTÉRIO DO TRABALHO DIANTE DE SEU FUTURO Esvaziado de funções importantes, e historicamente suas, o Ministério do Trabalho e Emprego vê estreitar, cada vez mais, seu espaço institucional dentro da administração pública federal. Uma de suas atribuições principais, a de exercer a negociação em conflitos coletivos, hoje é exercida pela Secretaria Geral da Presidência da República, pelo menos diante dos grandes problemas trabalhistas que têm ocorrido. O diálogo das centrais sindicais e dos sindicatos mais influentes, com o Governo, da mesma forma deslocou-se para a pessoa do ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral, que inclusive dispõe de assessoria sindical para isso. É um processo de enfraquecimento institucional e político que vem se arrastando, ao longo desta última década, com reflexos na Auditoria Fiscal do Trabalho. Exemplo disso são o encolhimento do quadro ativo de auditores fiscais e a transferência de serviços para as áreas estaduais, ou municipais, ou mesmo para a iniciativa privada, representada por associações, ONGS etc., sempre em forma de convênios. Contudo, neste 30º Encontro Nacional dos Auditores Fiscais, que se iniciará em 18 de novembro corrente, em Salvador da Bahia, abre-se uma excelente oportunidade dessa magna questão ser passada a limpo. Poderemos ter, da melhor fonte oficial, esclarecimentos sobre o futuro do Ministério do Trabalho e Emprego. Isto porque na manhã do dia 19 de novembro, numa das primeiras atividades do ENAFIT, estará presente, na plenária, o ministro do Trabalho, Carlos Daudt Brizola, que fará palestra aos auditores fiscais sobre o mais importante tema, do momento, para nossa categoria: “A Auditoria Fiscal do Trabalho e a retomada pelo Ministério do Trabalho e Emprego de sua condição de protagonista das políticas públicas do país”. A presença ministerial, que por seu prestígio institucional já é motivo de satisfação para todos os AFTs, dá ao encontro nacional de Salvador uma projeção especial, uma oportunidade de diálogo que deve ser muito bem utilizada pela categoria. Sua Excelência propõe debater um tema que é, atualmente, a maior preocupação para todos nós. É evidente o esvaziamento do Ministério do Trabalho. Assim, nesta realidade adversa, como projetar seu futuro, como augurar dias melhores? Com certa frequência, em momentos de crise econômica, surgem as propostas de cortes de gastos, de enxugamento da máquina, de redução de pessoal. Nesse contexto falase em provável reforma administrativa, com extinção de alguns ministérios, fusão de outros, transferência de serviços para estados e municípios etc. Em nosso caso, a proposta de reforma seria a fusão do Ministério do Trabalho com o da Previdência Social, o que, aliás, já ocorrera antes, como em 1968, fusão que durou até 1974, no início do governo do presidente Ernesto Geisel. Tudo pode ser apenas conjecturas, planos em gestação, que podem ser levados adiante, ou não, mas a nossa categoria não dispõe de informações a respeito. O que existe de prático, é um enfraquecimento real do Ministério do Trabalho. E a Auditoria Fiscal do Trabalho, que é seu principal segmento de atuação, não pode ser mantida alheia dessa realidade. Por isso, o tema a ser analisado pelo ministro Brizola, destacando a retomada, pelo Ministério do Trabalho, de sua condição de protagonista das políticas públicas do país, é muito auspicioso, uma verdadeira centelha de entusiasmo para todos nós da Auditoria Fiscal do Trabalho. Oxalá o ministro Brizola tenha todas as condições necessárias para dar início a uma nova e importante fase de recuperação de prestígio do Ministério do Trabalho. Mesmo porque o ministro tem uma vinculação histórica com o trabalhismo brasileiro. Seu avô, o governador Leonel Brizola, foi um dos principais líderes do antigo Partido Trabalhista Brasileiro, criado pelo presidente Getúlio Vargas e, depois da redemocratização do país, no encerramento do período autoritário-militar, Leonel Brizola criou o PDT-Partido Democrático Trabalhista, dando continuação à sua linha político-doutrinária, voltada à proteção dos trabalhadores. Hoje em dia algumas correntes políticoideológicas consideram a doutrina trabalhista ultrapassada, pois a economia moderna, a profunda mudança do capitalismo, das relações de trabalho, a globalização, a informatização, teriam alterado, de modo irreversível, a dicotomia capital-trabalho. No entanto, mais do que nunca explodem os protestos de trabalhadores, em todo o mundo, com o crescimento do desemprego, agora também nos países do primeiro mundo, com a exploração desenfreada da mão de obra, nos países mais empobrecidos, com a exploração cruel sobre a massa de imigrantes.O Brasil não está nessa situação extrema, mas também convive com imensos dramas sociais e trabalhistas, o que é testemunhado diariamente pelo trabalho de campo da Auditoria Fiscal do Trabalho. O fato é que toda essa realidade sombria mostra que estão mais atuais, que nunca, as pregações do papa Leão XIII, com sua encíclica “Rerum Novarum”, ainda no século XIX, a pregação do papa João XXIII, com sua encíclica “Mater et Magistra”, no início dos anos 1960, e do nosso ideólogo do trabalhismo brasileiro, Alberto Paqualini, ou do professor Cesarino Junior, da USP, criador do Direito Social em nosso país. A recuperação da força e presença social do Ministério do Trabalho representa a retomada da doutrina trabalhista, no Brasil, a qual, sobretudo agora, é imprescindível para o equlíbrio de força entre capital e trabalho. A Auditoria Fiscal do Trabalho estará na linha de frente, ao lado do ministro Carlos Brizola, no seu patriótico objetivo de resgatar a importância do Ministério do Trabalho e Emprego. Afinal, dentre os 37 ministérios existentes, o MTE é o único destinado aos trabalhadores. (D.S.) VISITE NOSSO SITE: www.sinpait.com.br O ELO Edição Nº 293 • Ago / Set / Out de 2012 SALVADOR PRONTA PARA O 30º ENAFIT A cidade de Salvador, a histórica primeira capital do Brasil, está pronta para realizar o 30º ENAFIT-Encontro Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho. Ele ocorrerá no período de 18 a 23 de novembro corrente. Há 25 anos a capital baiana já sediara o 6º encontro nacional. As reuniões serão realizadas no Bahia Othon Palace, na avenida Oceânica, no conhecido bairro de Ondina. A sessão solene de abertura será no dia 18 de novembro próximo, às 20:00 hs no auditório Unique. Após haverá o tradicional jantar de confraternização. A presidência do 30º Enafit coube ao colega AFT Carlos Roberto Dias, do sindicato anfitrião, o SAFITEBA-Sindicato dos Auditores Fiscais do Trabalho da Bahia. No dia seguinte, 19 de novembro, pela manhã – às 09:30 hs – o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Brizola, fará uma palestra abordando o tema “A Auditoria Fiscal do Trabalho e a retomada pelo Ministério do Trabalho de sua condição de protagonista das políticas públicas do país”. À tarde, às 14:00 hs, a colega AFT Rosângela Silva Rassy, presidente do SINAIT, lançará a campanha institucional do SINAIT “Acidentes de Trabalho no Brasil”. O tema central do 30º Enafit vincula-se à pergunta: “Por que a proteção ao trabalhador encontra-se em risco?” Logo após, às 14:30 hs, o dr. Maurício Godinho Delgado, ministro do TST, fará a conferência de abertura abordando o tema “A proteção constitucional aos direitos do trabalhador”. Nessa mesma segunda-feira, dia 19 de novembro, que é o dia da Bandeira, um importante painel, às 15;45 hs, encerrará as atividades analisando o tema “O Poder Legislativo na defesa do trabalhador e das Carreiras Típicas de Estado”. Como expositores e debatedores estarão o senador Paulo Paim (PT-RS), senador Walter Pinheiro (PT-BA), deputado federal Arnaldo Faria de Sá (PTB-Sp), deputado federal Amauri Teixeira (PT-BA), deputado federal Lelo Coimbra (PMDB-ES), deputado federal Taumaturgo Lima (PT-AC), deputado federal Sebastião Rocha (PDT-AP) e deputada federal Andrea Zito (PSDB-RJ). Fiscalização das grandes obras Na terça-feira, dia 20 de novembro, logo cedo, às 08:30 hs, haverá um painel de grande interesse técnico. Ele enfocará o tema “Estratégias de fiscalização em uma economia em expansão”, que é o momento atual que nosso país está vivendo. O colega AFT Serafim da Silva Neto (DF), analisará as grandes obras de infraestrutura; Naldenis Martins, AFT de Pernambuco, abordará o “rastreamento por satélite do transporte de carga”; e Carlos Alberto Saliba, AFT do Rio de Janeiro, falará sobre “Estaleiros e pré-sal”. A Auditoria Fiscal do Trabalho, de modo um tanto repentino, foi envolvida por um volume imenso de grandes obras, em todo o país, sem que estivesse plenamente estruturada para atender demanda tão intensa, sobretudo pelo número cada vez mais reduzido de auditores em seu quadro ativo. Ainda assim está cumprindo de modo satisfatório, sua missão, atuando com eficiencia técnica e grande responsabilidade profissional. Quando o Governo deu início ao PAC, um dos mais amplos e arrojados programas oficiais de obras públicas, até então organizados entre nós, visando acelerar o crescimento e sanar as deficiências na infra-estrutura do país, quase ao mesmo tempo o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo de Futebol, de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Juntos, estes dois últimos eventos praticamente se equiparam ao PAC na necessidade de execução de grandes obras. Hidrelétricas, estradas, ferrovias, pontes, viadutos, aeroportos, portos, estádios, hotéis, o novo leito do rio São Francisco e seus canais, as prospecções ACOMPANHE NOSSO DIA-A-DIA NO SITE: www.sinpait.com.br de petróleo e gás no pré-sal, conjuntos habitacionais populares, açudes, obras contra a seca, prédios escolares, hospitais, enfim, projetos levados à execução que transformaram o Brasil num imenso canteiro de obras, ainda que algumas delas já estejam paralisadas. Nesse contexto a Auditoria Fiscal do Trabalho foi convocada para o acompanhamento, nos ambientes de trabalho, de tudo que está sendo feito, de tudo que está acontecendo, eis que a mobilização de trabalhadores ultrapassa a casa de dois ou três milhões deles. A prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, a certificação de regularidade para uso de máquinas e equipamentos, alguns deles altamente sofisticados, sobretudo os importados, as condições de segurança, asseio e conforto para os trabalhadores, seja nos alojamentos, seja nos refeitórios, tudo isso são tarefas de responsabilidade única do auditor fiscal do Trabalho. Conflitos No deslanchar desses mega-projetos, conflitos entre trabalhadores e empregadores passaram a ocorrer, alguns de extrema violência, como os verificados nos canteiros de obra das hidrelétricas de Jirau e Santo Antonio, no rio Madeira, no Acre e Belo Monte. E a Auditoria Fiscal do Trabalho chegou lá. Os primeiros relatórios informando sobre a gravidade dos choques, inclusive com destruição de alojamentos e máquinas, foram feitos por colegas auditores fiscais do Trabalho, que ao chegarem aos locais do conflito logo buscaram identificar as lideranças das partes, dando início à negociação que levasse à solução dos problemas. Foi esse trabalho inicial, que ao ser enviado à Brasilia, forneceu informações importantes ao ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência da República, na ampla negociação que então presidiu para obter a conciliação e permitir a retomada dos trabalhos nessas hidrelétricas. Em São Paulo o leque de grandes obras vai longe. São os estádios de futebol, como o Itaquerão, do Corintians, a reestruturação do Estádio do Palmeiras, a construção do rodoanel da Capital, dos novos ramais do Metro, dos grandes conjuntos residenciais da CDHU, são todas obras de grande porte, onde um único auditor fiscal do Trabalho não tem condições de atuar sozinho, necessitando o trabalho em equipe e acompanhamento constante, documentado com notificações. Há a pressão para que não se interrompa a obra, porque ela cumpre prazos rigorosos de conclusão, mas se o problema que se apresenta é grave e exige embargo, aí o auditor fiscal, se está sozinho, conta apenas com a própria consciência para tomar a solução justa, ainda que ela possa conflitar com interesses poderosos. Por isso merece especial atenção dos enafitianos o painel “Estratégia de fiscalização em uma economia em expansão”, pois ele ensejará debate de assuntos de momento, não só atuais, como de grande importância, falando de perto sobre o dia a dia da Inspeção do Trabalho. Este ENAFIT de Salvador reveste-se, também, de um simbolismo histórico. É realizado pela trigésima vez. Trata-se de acontecimento que dignifica a Auditoria Fiscal do Trabalho brasileira, mostrando que a categoria, ao longo de todos estes anos, manteve acesa a sua chama de idealismo, de solidariedade, de disposição para o debate democrático e para a livre troca de idéias. São estas práticas nobres, da discussão séria, baseada na razão, como se fazia na Grécia clássica, que tem elevado, moralmente, nossa categoria, ainda que ela nem sempre receba, da Administração, a compreensão e apoio a que faz jus. (D.S.) 3 O ELO E Edição Nº 293 • Ago / Set / Out de 2012 ELEITA DIRETORIA DO SINPAIT m agosto último realizou-se a eleição para escolha da nova diretoria do Sindicato Paulista dos Auditores Fiscais do Trabalho. Como concorreu chapa única manteve-se praticamente a mesma composição da diretoria atual, presidida pelo colega AFT Jesus José Bales. A recente reforma dos estatutos do Sindicato Nacional-SINAIT, procurando fixá-lo como único representante, em todo o país, dos auditores fiscais do Trabalho, atingiu as entidades regionais, que se viram enfraquecidas em sua representação. “Criou-se uma situação bastante difícil para os sindicatos estaduais, cuja maioria foi obrigada a regredir à situação de associações civis. No entanto são evidentes os questionamentos de colegas, em muitos estados, contra essa realidade. Em São Paulo ficamos um pouco enfraquecidos, mas ainda contamos com expressivo número de AFTs em nosso quadro asociativo. Esse é um dos motivos que leva nossa diretoria a resistir. Continuamos entendendo que a melhor solução seria preservar os sindicatos estaduais, mantendo-se o sindicato nacional como aglutinador das associações estaduais e, juntos, formaríamos uma federação nacional. Ressalto que sempre houve boa convivência entre os sindicatos estaduais e o nacional. Por isso não seria difícil essa forma conciliadora, com as bases reunidas numa federação,” disse o colega Jesus Bales, presidente do SINPAIT. Ele lembrou que, atualmente, os sindicatos de São Paulo e Rio Grande do Sul mantêm-se vivos, bem estruturados, e buscam uma representação eficiente dos AFTs de seus estados. Pioneiros O Sindicato Paulista dos Auditores Fiscais do Trabalho está entre os pioneiros na representação de nossa categoria, em nosso país. Mantém sede própria na rua Avanhandava, 133, próximo à sede da SRTE-SP, na rua Martins Fontes, 109. O setor jurídico do SINPAIT mantém considerável volume de processos em defesa dos interesses da categoria, sendo que algumas das mais importantes ações, ainda em andamento, estão em vias de decisão final. “Em São Paulo sempre procuramos manter atuação conjunta com entidades do serviço público próximas a nós, como os colegas da Receita Federal e Polícia Federal. Há cerca de um mês promovemos importante reunião, aqui no SINPAIT, com os colegas da Receita e o deputado José Mentor (PT-SP), para debater a PEC 443, da qual o deputado Mentor é Presidente da Comissão. Nossa luta comum é para incluir os E AFTs REUNEM-SE EM SÃO PAULO PARA DEBATER FEDERAÇÃO m vários segmentos da categoria mantém-se a preocupação concernente à representatividade sindical. O SINAIT modificou seus estatutos buscando firmar-se como único representante legal da categoria. Porém, pelo menos dois sindicatos de auditores fiscais do Trabalho, o do Rio Grande do Sul e o SINPAIT, de São Paulo, não aceitaram esse encaminhamento e continuam mantendo em atividade normal suas entidades. Procurando um entendimento melhor da questão, colegas AFTs de Minas Gerais e Rio Grande do Sul estiveram em São Paulo no dia 29 de agosto último, quando se reuniram com colegas paulistas na sede do SINPAIT, na rua Avanhandava. Além da questão da representação sindical, também problemas envolvendo a inspeção do trabalho foram expostos no encontro. Há consenso que o Ministério do Trabalho não vive bom momento, mostra-se enfraquecido institucionalmente e não há um canal de informação, partindo da administração, para manter a categoria informada dos objetivos do Governo concernentes à nossa área ministerial. Contribuição Sindical Achavam-se presentes os colegas AFTs José Augusto de Paula Freitas, de Minas Gerais e os colegas AFTs Luiz Alfredo Scienza, Renato Futuro e José Cláudio de Magalhães Gomes, do Rio Grande do Sul. Pelo SINPAIT, participaram o Presidente Jesus José Bales e a Vice-Presidente Luci Helena Lipel. O ponto principal, da discussão, foi quanto à Contribuição Sindical. Com certa frequência vem a tona especulações de que ela será cobrada brevemente. A contribuição sindical correspondente ao desconto de um dia de salário, do trabalhador, (no caso, nós AFTs) que é feita, normalmente, no mês de março e repassada à entidade sindical em abril. Em nível Brasil é um montante apreciável, considerando o valor da remuneração do auditor fiscal do trabalho. Contudo, como o Brasil adota o sistema ver- 4 auditores fiscais do Trabalho e da Receita Federal nessa proposta de emenda constitucional, que coloca os integrantes da AGU na mesma linha do Poder Judiciário, ou seja, com a política de vencimentos idêntica à dos juízes federais”, disse o colega AFT Jesus Bales. Já tivemos épocas melhores na luta classista. Atualmente enfrentamos dificuldades que antes não ocorriam. Agora o diálogo com o Governo é um pouco mais difícil. Há segmentos, na administração, que fazem de tudo para jogar a opinião pública contra o servidor. A terceirização de serviços é como um polvo gigantesco avançando sobre o serviço público. Já temos repartições onde há mais vigilantes e guardetes, que trabalhadores formais no atendimento ao povo. Nosso quadro ativo de AFTs encolhe cada vez mais, sangrando a Auditoria Fiscal do Trabalho. Os colegas da Receita Federal estão apreensivos com um projeto do Governo que visa transferir a fiscalização da Aduana para o Ministério do Comércio Exterior. Há um projeto de lei complementar do Governo, alterando a lei orgânica da Advogacia Geral da União para permitir a admissão de advogados não concursados e criando mais cargos comissionados. Fica evidente que se procura dividir e enfraquecer nossas categorias”, ressaltou Jesus. Há vinte anos atrás, essa era uma parte do receituário do tristemente célebre “consenso de Washington”, origem da chamada “política neo-liberal”, que começou a se refletir na administração pública brasileira no breve governo Collor. O serviço público brasileiro passou a ser laboratório de experiências administrativas, sobretudo de mão de obra, adotando-se uma terceirização descontrolada dos serviços, seja por meio de ONGS, seja por empresas privadas, muitas delas criadas especificamente para isso, geralmente propriedade de políticos, ou dirigentes influentes do próprio governo. Talvez o único lado positivo, nessa alteração profunda, foi a introdução da informática. Esta, sim, representou uma autêntica revolução no serviço público, e para melhor. Mas, na prática, muitos dos serviços, que antes eram exemplares, logo caíram de nível e o prejudicado principal foi o povo, ou, no caso do nosso MTE, o trabalhador. Um exemplo é o da qualificação e colocação de mão de obra. Essa área funcionava de modo mais adequado quando estava sob o comando direto do Ministério do Trabalho, então operador do Sine-Sistema Nacional de Emprego. E até o custo parece que era menor. O fato é que os convênios foram ocupando os espaços, desativando as seções oficiais, multiplicando a presença de ONGS, sindicatos, ou transferindo serviços para estados e municípios. É um processo ainda em movimento, que atingiu profundamente o serviço público federal. (D.S.) tical para a representação sindical, a contribuição sindical vai à entidade centralizadora, no caso a Confederação, descendo à federação e, por último, a parte que cabe ao sindicato, que é a base da pirâmide. Como a auditoria fiscal do trabalho não tem uma federação, parte da contribuição sindical arrecadada de nossa categoria acabará desviada para alguma confederação de servidores, cuja existência nem sequer sabemos qual é. “Se nossa categoria aceitar a formação de uma federação, e são preciso pelo menos cinco sindicatos para isso, a contribuição sindical arrecada de nós ficará para nossa federação. Nosso dinheiro não irá para as mãos de estranhos,” disse o colega Renato Futuro, da AGITRA-SINDICAL, que é o Sindicato dos Auditores Fiscais do Rio Grande do Sul. Concordando, o colega AFT José Augusto de Paula Feitas, de Minas Gerais, disse que a criação da federação nacional é a forma mais sensata de se revolver a representação da categoria, em nível Brasil, respeitando, sobretudo, a soberania das entidades regionais, mantendose, normalmente, o sindicato nacional, aglutinando estados que não dispõe de sindicatos estaduais. Ao final o colega Jesus Bales agradeceu a presença dos colegas mineiros e gaúchos e propôs que seja feito um cronograma de reuniões para que esse debate se aprofunde e desperte a categoria para uma participação eficiente na luta pela defesa da auditoria fiscal do trabalho brasileira. “Está bastante claro que o nosso ministério está perdendo seu espaço institucional para outros. A política trabalhista do atual governo está praticamente centralizada na Secretaria Geral da Presidência da República. Lemos nos jornais algumas providências graves, anunciadas pelo Governo, para a área trabalhista, sem que a auditoria fiscal do Trabalho sequer seja comunicada a respeito. Entendemos muito preocupante essa situação. Quem defende o Ministério do Trabalho? Por que os auditores fiscais do Trabalho não são ouvidos, como no anunciado projeto de instituição do contrato de trabalho especial?”, indagou o presidente Jesus Bales. (D.S.) VISITE NOSSO SITE: www.sinpait.com.br O ELO Edição Nº 293 • Ago / Set / Out de 2012 POSSE DA NOVA DIRETORIA DO SINPAIT C om uma reunião informal, tomou posse a nova Diretoria do SINDICATO PAULISTA DOS AUDITORES FISCAIS DO TRABALHO – SINPAIT, eleita para a gestão de 2012/2016. O evento aconteceu no dia 16 de outubro, Hotel Braston, em São Paulo, ocasião em que os Diretores assinaram a ATA DA POSSE e foram considerados empossados em seus respectivos cargos. Novos colegas vieram integrar a atual Diretoria, substituindo-se aqueles que se transferiram para outras localidades ou assumiram cargos de confiança ou chefia, neste caso, impeditivo por norma estatutária. O Presidente Jesus José Bales, reeleito para mais um período, em sua fala, conclamou os colegas da Diretoria a unirem-se em torno do ideal da INSPEÇÃO DO TRABALHO, principalmente neste momento em que muitos tentam avançar nas competências da Auditoria-Fiscal do Trabalho. Prosseguindo, o colega Jesus fez um agradecimento aos que participaram da Diretoria anterior e aos que agora se agregam na defesa da Inspeção do Trabalho um “grito de alerta”, pois, o horizonte está sombrio, cabendo, a todos nós, unirmos na busca da valorização da instituição e da categoria. O perigo da acomodação Vários colegas AFTs externaram sua preocupação com o esvaziamento de atividades do MTE e sua perda de prestigio, o que atinge a Auditoria Fiscal do Trabalho, enfatizando a fala de reação da categoria, como se uma acomodação, ou mesmo desinteresse em discutir os fatos, estivessem envolvendo a todos. A colega AFT Vera Olímpia Gonçalves, (SRTE/SP/ centro) foi uma colega que valorizou a Inspeção do Trabalho. Em sua passagem pela SIT (governo Fernando Henrique Cardoso), destacou que só a mobilização da categoria, debatendo com seriedade as questões que nos atingem, pode regatar o prestígio de nossa instituição, ou seja, a Auditoria Fiscal do Trabalho. “Fazendo pequeno retrospecto histórico de nossa luta classista, lembrou na Constituinte de 1988 estávamos todos unidos, vinculados a um mesmo anseio nacional, o que levou a uma extraordinária conquista, que foi a inclusão da Inspeção do Trabalho no texto constitucional. “Deixamos de ser uma simples fiscalização federal para termos a garantia constitucional de nossa independência. Foram derrotados aqueles que queriam, na Constituinte, apequenar a Inspeção do Trabalho”. A colega AFT Roseli Nieto Piovesan, que foi uma das mais competentes e atuantes chefes da Seção de Fiscalização do Trabalho da SRTE/SP, nestes últimos anos, também relembrou passagens decisivas na consolidação da Auditoria Fiscal do Trabalho, em nosso país. “Conquistas fundamentais, como a passagem para a condição de estatutários dos auditores fiscais admitidos no concurso de 1975 (tinham sido admitidos pelo regime da CLT), a conquista de expressiva melhoria nos vencimentos, dando dignidade à nossa função, a alteração da função, elevando-nos à condição de auditor fiscal, em pé de igualdade com os colegas da Receita ACOMPANHE NOSSO DIA-A-DIA NO SITE: www.sinpait.com.br Federal, essas são algumas das melhorias de maior destaque que a categoria conseguiu por meio de sua luta, e de sua união. A criação deste sindicato paulista foi o melhor instrumento que criamos para essa mobilização constante. Hoje, mais do que nunca essa mesma união se faz necessária. Temos de oferecer nossa doação total, nossa participação espontânea. A Auditoria Fiscal do Trabalho tem de ser defendida com muito vigor, muita disposição, por todos nós”. A colega Lucíola Rodrigues Jaime, que estava acompanhada do marido, nosso amigo Jaime, e que foi subdelegada do Trabalho de Osasco por muitos anos e foi Superintendente Regional do Trabalho no Estado de São Paulo, mesmo enfrentando problema de saúde, disse que estava presente não só para prestigiar a nova diretoria, como para homenagear “esse grupo extraordinário de colegas, apaixonados pela Inspeção do Trabalho e, que sem eles, o nosso sindicato jamais existiria”. A vice-presidente Luci Helena Lipel informou que alguns Estados estão solicitando que o Estado de São Paulo se candidate para a realização do ENAFIT em 2013, escolha que seria não só importante, como uma honra para os auditores e auditoras paulistas, mas, para isso, é fundamental que os colegas se disponham a participar, pois o evento é de grande porte e exige o trabalho de muitas pessoas. O colega Geraldo da Silva Pereira (gerencia Sul/capital), admitiu que existe, ainda que em pequena escala, uma dificuldade de entrosamento entre os colegas AFTs de legislação, segurança e saúde, mas é preciso boa vontade de todos para que a instituição seja sempre unida, lutando pelo objetivo comum que é a proteção dos trabalhadores. O colega Cyro Fessel Fazzio, um dos AFTs mais antigos da SRT/SP, lembrou que ingressou no serviço público federal trabalhando no Patrimonio da União e, depois, foi transferido para o Ministério do Trabalho, tornando-se inspetor do Trabalho, onde atuou por muitos anos, até se aposentar. A colega Ivete Cassiani Furegatti, (Gerencia do Trabalho de Campinas), disse esperar a colaboração dos colegas para um projeto bastante interessante. Ivete pretende escrever um livro sobre a Inspeção do Trabalho no Estado de São Paulo, relatando a experiência de muitos auditores fiscais e fatos de maior relevância que ocorreram na instituição desde seu inicio, nos primórdios de 1950. O presidente Jesus Jose Bales comentou que, no momento, há uma crise instalada na Secretaria da Inspeção do Trabalho, em Brasília, vez que a secretaria, AFT Vera Albuquerque, pediu demissão, denunciando insuportável ingerência externa na condução dos trabalhos da SIT. Jesus lembrou que na última reunião do SINAIT, em Brasília, procurou, sem sucesso, levantar questões que tem atingido a SIT e a Auditoria Fiscal do Trabalho em nosso país. “Temos de ficar atentos porque a chefia da SIT tem de ser mantida com colega auditor fiscal do Trabalho. A categoria não pode aceitar que o comando da auditoria fiscal do Trabalho seja dado a alguém de fora do nosso quadro”. (veja as fotos da posse na contra-capa) 5 O ELO Edição Nº 293 • Ago / Set / Out de 2012 SESMT – 40 ANOS DE SAÚDE E SEGURANÇA NO TRABALHO Matéria de capa, Edição nº 390-Março-ANOXXXIII- a Revista CIPA, em comemoração a quatro décadas de SESMT, traz em suas páginas 34/58, uma ampla reportagem, com uma série de entrevistas com os profissionais da área, falando desde a instituição do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, em 27 de julho de 1972, com a publicação da Portaria n°3227, a sua importância, as alterações sofridas no período, a necessidade de mudanças, a atuação dos profissionais do SESMT, bem como o relato de casos concretos do funcionamento do serviço especializado e modelos de gestão adotados no meio empresarial. Destaca a reportagem que, “após quatro décadas, o serviço especializado continua sendo exemplo de redução de acidentes e doenças profissionais”. Parabéns à Revista CIPA pela excelente matéria. A seguir, transcrevemos as entrevistas de nossos colegas auditores Viviane de Jesus Forte e Mario Bonciani que integram a reportagem da Revista CIPA. SESMT - ATUAÇÃO DE FORMA EFICAZ “Para o bom desempenho do SESMT, a auditora fiscal do trabalho da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE/SP), Viviane de Jesus Forte, aconselha manter um serviço atuante, sempre envolvido em todas as situações relacionadas à segurança e à saúde no trabalho, às propostas de melhoria discutidas nas reuniões da CIPA, para que essas medidas sejam efetivamente aplicadas, e à avaliação de riscos do setor. “Isso é o que diferencia um Viviane de Jesus Forte SESMT atuante daquele que simplesmente existe por obrigação de ser constituído.” Por isso, o primeiro passo é cumprir a norma. O número de profissionais tem de estar corretamente dimensionado, os horários respeitados, cumprindo a jornada parcial ou a integral, e não ter desvio de função ou estar registrado em mais de uma empresa, que é um descumprimento grave da legislação. “Além disso, é importante que a empresa proporcione condições para que o SESMT desempenhe a sua função, fazendo as análises de acidentes e incidentes, dos erros e de como aconteceu o descontrole da situação. Porém, percebemos que nem sempre as empresas dão conta de providenciar essas ações”, destaca Viviane. O principal erro dessas empresas é entender que o SESMT é uma burocracia que precisa ser cumprida para estar consonante com a norma do Ministério do Trabalho e Emprego. “Na realidade, o SESMT é um organismo facilitador, responsável por analisar todos os problemas existentes e proporcionar soluções”, enfatiza a auditora fiscal do trabalho. Viviane faz uma reflexão sobre um acidente que acorreu, matando quatro pessoas e intoxicando cerca de 30. “A imagem da empresa ficou extremamente prejudicada e a atividade econômica foi colocada em risco. Provavelmente levará muito tempo para a marca comercial ser recuperada”, declara. “É 6 nesse aspecto que se insere o SESMT, mas não simplesmente buscando entender a burocracia de uma norma, mas justamente evitar que situações como essas aconteçam. Um dos principais erros dos empregadores é não oferecer condições do SESMT realmente atuar como deve”, acrescenta a auditora fiscal do trabalho. Entretanto, ressalva Viviane, não há dúvidas de que o Serviço Especializado colabora para a segurança e saúde do trabalhador. “Eu posso assegurar que a empresa que tem SESMT dá um X de irregularidades para a fiscalização, já essa dificuldade pode ser multiplicada por até oito vezes mais naquela que não constitui o Serviço.” Segundo a auditora fiscal do trabalho, mesmo que tenha apenas um técnico em segurança do trabalho isolado, que é o que acontece na maioria dos casos, em empresas menores, ele saberá aplicar as medidas preventivas e respeitará as normas de segurança.” Deveres dos profissionais do SESMT O capítulo 4.12 da NR-4 dispõe que os profissionais integrantes do SESMT têm o dever de: - Aplicar os conhecimentos de Engenharia de Segurança e de Medicina do Trabalho ao ambiente de trabalho e a todos os seus componentes, inclusive máquinas e equipamentos, para reduzir e até eliminar os riscos existentes à saúde do trabalhador; - Determinar a utilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), de acordo com o que determina a NR-6, desde que a concentração, a intensidade ou a característica do agente assim o exigir; - Colaborar com os projetos e a implantação de novas instalações físicas e tecnológicas da empresa; - Responsabilizar-se, tecnicamente, pela orientação quanto ao cumprimento do disposto nas NRs aplicáveis às atividades executadas pela empresa e/ou estabelecimento; - Manter permanente relacionamento com a CIPA, apoiando-a, treinando-a e atendendo-a; - Realizar atividades de conscientização, educação e orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, por meio de campanhas e programas de duração permanente; - Esclarecer e conscientizar os empregadores sobre os acidentes do trabalho e doenças ocupacionais; - Analisar e registrar em documento específico de todos os acidentes ocorridos na empresa ou estabelecimento e de todos os casos de doença ocupacional, contando a história, as características, os fatores ambientais e as condições dos indivíduos; - Registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridade; - Manter os registros na sede do SESMT ou facilmente alcançáveis; - As atividades dos profissionais integrantes do SESMT são essencialmente prevencionistas, mas não é vetado o atendimento de emergência. A elaboração de planos de controle de efeitos de catástrofes, de disponibilidade de meios que visem ao combate a incêndios, ao salvamento e de imediata atenção à vítima deste ou de qualquer outro tipo de acidente está incluída em suas atividades. VISITE NOSSO SITE: www.sinpait.com.br Edição Nº 293 • Ago / Set / Out de 2012 Fotos: Revista Cipa NECESSIDADE DE MUDANÇAS O especialista em Medicina do Trabalho e consultor em Saúde do Trabalhador, Mario Bonciani, explica que, depois da publicação das alterações da NR-5, em 1999, a Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP) definiu como prioritária a alteração da NR-4. Após anos de negociação, pouco se avançou, mas um dos itens que a bancada do governo considerava importante, que era o Serviço Especializado em Segurança e Mário Bonciani Saúde no Trabalho (SEST) Coletivo ou Compartilhado, foi parcialmente absorvido na nova redação, com a mudança de conceito do SEST Comum. Apesar de ter sido um item muito discutido na época, o SEST Comum praticamente não foi incrementado até hoje. Ao comemorar 40 anos de SESMT, Bonciani avalia que esse modelo técnico/profissional, concebido e implantado no início dos anos 70, representa um dos principais pilares de sustentação do sistema atual de segurança e saúde no trabalho do País e contribui significativamente para a redução dos riscos clássicos presentes nos ambientes de trabalho mecânicos, físicos, químicos e biológicos. “Entretanto, para que essa contribuição continue tendo o significado que teve durante esses anos, tornam-se necessárias reformulações, objetivando responder às profundas mudanças ocorridas no mundo do trabalho, nessas últimas quatro décadas”, destaca o especialista. Segundo ele, o SESMT deveria promover alterações, por iniciativa legal ou por entidades da sociedade, para permitir: - Ampliar a participação social. O modelo deverá criar condições para o efetivo acompanhamento das representações da sociedade, especialmente a dos trabalhadores, o que proporcionará que a ação técnica seja revestida de mais transparência e confiabilidade, evitando a contaminação por interesses específicos do governo, de empregadores ou de representantes dos empregados. - Ampliar o controle do Estado. A maioria dos Serviços Especializados atuais, seja o SESMT ou as empresas prestadoras de serviços em segurança e saúde, está limitada á existência de um único profissional, o que praticamente impossibilita a fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego e do Sistema Único de Saúde (SUS). A atuação fica restrita ao controle do exercício profissional exercido pelos Conselhos, não abrangendo o técnico em segurança, que é o maior contingente de profissionais. Por outro lado, há total desintegração das ações do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), treinamentos de cipeiros e outras. Um novo modelo deve garantir que o Serviço conte com, no mínimo, todos os profissionais reconhecidos legalmente, bem como com instalações e equipamentos adequados. O SESMT, assim como qualquer instituição prestadora de serviços na área da saúde, deverá ser registrado e controlado pelo Estado. ACOMPANHE NOSSO DIA-A-DIA NO SITE: www.sinpait.com.br O ELO - Implantar a atuação coletiva. As mudanças ocorridas no processo de produção, nos últimos anos, têm ampliado, significativamente, a interdependência das empresas. Dessa forma, torna-se cada vez mais difícil intervir em uma delas ou em um de seus estabelecimentos isoladamente. Para obter sucesso em qualquer política de controle de riscos é preciso planejar e implementar ações coletivas, no segmento produtivo. A atuação individual, seja sobre uma empresa ou um estabelecimento, adquire caráter arbitrário insustentável. Exigir de uma empresa a correção de determinada irregularidade significativa, que gera importante investimento, e não exigir de outra, na mesma região, gera o simples descumprimento ou sua quebra. Quando se trata de empresas de pequeno porte, muitas vezes existe uma profunda dependência de outra de maior poder econômico, o que obriga que a intervenção se dê na cadeia produtiva. - Implantar a multi e transprofissionalidade. Considerando a mudança no perfil dos riscos ocupacionais de mecânicos, físicos, químicos e biológicos para ergonômicos e organizacionais, ocorrida nos últimos anos; a necessidade de desenvolvimento de novas ações de proteção do meio ambiente, promoção à saúde e qualidade de vida no trabalho; os novos sistemas de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SST), que vêm sendo desenvolvidos, surge a necessidade de participação de novos conhecimentos e profissionais para compor uma ação integrada na área. “Se o empresário tiver uma proposta apenas de cumprimento da legislação, nem sempre isso melhorará as condições de trabalho”. Para Mário Bonciani, uma das características fundamentais do SESMT é o planejamento ao definir claramente os objetivos, as metas e os indicadores. No planejamento, deve-se analisar o que e como serão executadas determinadas ações, e o cronograma. Com relação ao indicador, precisa-se saber qual é a causa da doença ou do acidente, como aconteceu e quais os fatores, para assim ter progresso na intervenção. Manter também a conexão com outros SESMTs é fundamental, porque se o profissional do Serviço ficar fechado na empresa, dificilmente conseguirá obter a atualização do trabalho que executa. “É necessário estar ligado às associações, às legislações e criar instância de conversação, bem como unir-se a outros profissionais de segurança do trabalho para discutir questões concretas”. A primeira atitude que a empresa deve ter ao constituir o SESMT é saber quais as vantagens que terá se obtiver menos acidentes e doenças dos trabalhadores, cumprindo a legislação para melhorar as condições de trabalho. “Porém, nem sempre isso caminha junto. Podese fazer um brilhante planejamento, mas ficar no papel, realizando exames ineficientes e sem informação ou distribuindo EPIs aos colaboradores e sem ensinar a usá-los. É preciso cumprir a legislação e melhorar as condições de trabalho, para ter o retorno da produtividade. Se o empresário tiver uma proposta apenas de cumprimento da legislação, nem sempre isso melhorará as condições de trabalho. Com o foco legalista, ele perde muito dinheiro à toa”, alerta Bonciani.” 7 O ELO Edição Nº 293 • Ago / Set / Out de 2012 A GÊNESE DOS ACIDENTES DE TRABALHO NO BRASIL Rosângela Silva Rassy Presidente do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho - SINAIT “É evidente que medidas precisam ser tomadas, quer no âmbito do Poder Público, quer no seio da sociedade. Conscientização de empregadores e de trabalhadores, orientações por meio das entidades patronais e de empregados, campanhas de sensibilização são atividades importantes, mas as fiscalizações nos locais de trabalho são imperiosas.” U ma das questões mais graves nas relações capital x trabalho no Brasil diz respeito aos acidentes de trabalho. Dados oficiais demonstram que, de 2005 a 2010, foram vitimados 3.862.276 trabalhadores, 74.761 ficaram inválidos permanentemente e 16.498 perderam a vida. Os dados referem-se apenas aos casos comunicados à Previdência Social. Quiséssemos reunir todos esses trabalhadores incapacitados, eles não caberiam na maioria dos estádios destinados à Copa de 2014. Um quadro dantesco! Acidente de trabalho não é fatalidade, é incúria! E, por ela, a sociedade paga um custo altíssimo, não bastasse a dor, o sofrimento e a perda de vidas humanas. Esses fatos mancham os fundamentos que norteiam a Constituição brasileira, dispostos já no art. 1º - cidadania, dignidade da pessoa humana e valores sociais do trabalho – e intentam contra os direitos dos trabalhadores consagrados no art. 7º, cujo inciso XXll dispõe expressamente que sejam reduzidos os riscos inerentes ao trabalho. A gênese dos acidentes de trabalho é a mesma que encontramos durante as fiscalizações: descumprimento da lei. Falta de registro em carteira; excesso na jornada de trabalho (causa de acidentes); não concessão de férias (idem); atraso ou não pagamento de salários; não recolhimento do FGTS. Tais questões estão relacionadas ao não recolhimento das contribuições previdenciárias, do Imposto de Renda e, ainda, ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT); ao PIS/PASEP; à RAIS e ao Seguro-Desemprego. Esse descaso com a lei está presente também – de forma ordinária – na exploração do trabalho infantil, na terceirização fraudulenta e nas condições degradantes encontradas no combate ao trabalho escravo. Não bastasse tudo isso, o menoscabo contribui para uma odiosa concorrência desleal, um verdadeiro acinte aos empresários que cumprem a lei. É o descumprimento da lei, geralmente, que leva o trabalhador a ingressar em juízo para ter seus direitos respeitados, e isso faz assoberbar a Justiça do Trabalho, que se vê obrigada a aumentar o número de varas trabalhistas, de juízes e de servidores, enfim, toda uma estrutura para atender milhares e milhares de processos. É evidente que medidas precisam ser tomadas, quer no âmbito do Poder Público, quer no seio da sociedade. Conscientização de empregadores e de trabalhadores, orientações por meio das entidades patronais e de empregados, campanhas de sensibilização são atividades importantes, mas as fiscalizações nos locais de trabalho são imperiosas. É no ambiente de trabalho que o auditor-fiscal verifica as condições de segurança e higiene, os exames médicos obrigatórios, os programas de segurança e saúde. É ali que ele fiscaliza se o empregado está registrado, se a jornada de trabalho é respeitada, se os salários estão sendo pagos corre- tamente e se há recolhimento do FGTS, dentre outros direitos. A Inspeção do Trabalho obteve o reconhecimento de seu papel perante a sociedade graças ao descortino dos parlamentares constituintes, atentos aos preceitos do Estado Democrático de Direito, da prevalência dos direitos humanos, da cidadania, da dignidade da pessoa humana, da redução das desigualdades e dos valores sociais do trabalho, ao determinar, no art. 21, que compete a União, organizar, manter e executar a Inspeção do Trabalho, em consonância com as recomendações da Convenção nº 81 da OIT, ratificada pelo Brasil. Têm inteira procedência os ditames contidos na Constituição diante do enorme desequilíbrio na relação capital X trabalho, cujo protagonista mais frágil tem seus direitos aviltados ou subtraídos, a exigir a pronta intervenção do Poder Público para promover ou restaurar esse equilíbrio. Houvesse melhor estrutura e número suficiente de auditores-fiscais do Trabalho, reduziríamos a chaga dos acidentes que tanta dor tem levado a milhares de lares brasileiros. Adotamos o tema Acidentes de trabalho no Brasil para a campanha institucional 2012, e a categoria dos auditores-fiscais do Trabalho encontra-se mobilizada por melhores condições de trabalho; reposição das perdas salariais e luta para aumentar o seu quadro nitidamente insuficiente para fiscalizar mais de 7 milhões de empresas espalhadas pelo País, e alcançar 44 milhões de trabalhadores (Rais/2010). (Artigo publicado no Jornal Trabalhista Consulex – Ano XXlX – nº 1437 – 30/07/12 – pág. 10) 8 VISITE NOSSO SITE: www.sinpait.com.br Edição Nº 293 • Ago / Set / Out de 2012 O ELO TREINAMENTO MOBILIZA AFT’s EM SÃO PAULO Sandra Morais de Brito AFT/SRTE/SP ACOMPANHE NOSSO DIA-A-DIA NO SITE: www.sinpait.com.br Camargo, Jamile Freitas Virginio, José Maria Coutinho, Leticia de Cassia Leandro, Marcus Vinicius Medina, Milena Hayashida, Poliana Scandalo Andrade, Ricardo David Diba, Rodrigo Takeo Iquegami, Ronaldo Parpinelli Medeiros, Sandra Morais de Brito, Sérgio Aoki e Vilma de Fátima Cezarino Silveira. Como o desenvolvimento humano constitui força vital para a realização dos objetivos da organização, deve-se buscar não somente o aumento da produtividade, mas também proporcionar satisfação ao profissional e uma qualidade de vida no trabalho, focando a motivação e o comprometimento com os resultados. A partir desse enfoque, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo, norteada pelo desafio de manter a gestão pública à frente de novos avanços que surgem pelas mudanças do ambiente social, tem por fundamento a utilização de novas tecnologias, a atuação em rede, a capacitação de Auditores Fiscais do Trabalho, a formação de gestores comprometidos com a disseminação do conhecimento e efetividade dos serviços públicos, evidenciando a importância da integração dos diversos segmentos federais, do envolvimento e participação da equipe, cuja tarefa principal é intensificar o comprometimento dos Auditores com a fiscalização e aumento de recolhimento relativo ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e da Contribuição Social. Fotos: Arquivo Sinpait N as últimas semanas vivemos a maior mobilização de Auditores Fiscais do Trabalho em cursos de capacitação dos últimos tempos. Para se ter ideia do número de colegas envolvidos nesse contexto, apresentamos nossos dados estatísticos. Foram capacitados quinze monitores para o repasse de informações dos cursos de FGTS/básico e quatorze para o curso de Jornada, e mais um considerável número de monitores para o curso de FGTS/Avançado. Foram treinados para a utilização do Sistema de Ponto Eletrônico 155 Auditores Fiscais no Estado de São Paulo. Vale mencionar que o curso não se restringiu ao uso e capacitação para extração de dados do REP; mas também a uma rememorização de toda a legislação relativa à jornada de trabalho e contou, ainda, com exercícios práticos para o cálculo das mais variadas jornadas de trabalho. O curso de FGTS tanto o básico, quanto o avançado, que, ainda está em tramite; foi muito bem aceito. Colegas brilhantes estiveram presentes e ajudaram sobremaneira na construção da diretriz, com dúvidas que foram sanadas pelos mentores do sistema Auditor 3.0 e Sisfgts, sistemas informatizados que tanto nos ajudam em nossa atividade fiscal. A Secretaria de Inspeção do Trabalho atribue a qualificação do corpo fiscal importância absoluta nos propiciando essa elevação de padrões fiscalizatórios. Devemos prestar especial tributo ao Chefe da Seção de Fiscalização Marco Antonio Melchior que com tanta dedicação encabeçou essa relevante ação para todos nós; bem como aos colegas Celso de Almeida Haddad (Chefe SEGUR); Vilma Bernardes Gil (ex-Coordenadora Regional de Treinamento e Monitora), Marcus Vinícius Medina (Coordenador Regional de Treinamento e Monitor), Viviane Forte (Subcoordenadora Regional de Treinamento), Sandra Morais de Brito (Auditora Fiscal do Trabalho e Monitora) e Suzy Mary Moreno Saes (Técnica em Comunicação Social), contando sempre com o apoio do SINPAIT, representados por seu Presidente Jesus José Bales e sua vice–Presidente Luci Helena Lipel. Esses nossos colegas comprometidos com a qualificação do corpo fiscal fizeram toda a diferença prestando incondicional apoio em todos os momentos, que atuaram preponderantemente para o treinamento. Vivemos um processo acelerado de mudanças que é diagnosticado a cada passo e que atinge todas as áreas da atividade humana. As inovações tecnológicas, o aprimoramento das políticas públicas e a adoção de novos procedimentos administrativos exigem profissionais especializados e/ou preparados para as necessidades das organizações. Devemos aqui um agradecimento especial aos Auditores Fiscais do Trabalho da SRTE/SP, que, na posição de monitores, repassaram todo o conteúdo necessário à capacitação, a saber: Adriano Cezar Runho, Antônio Fojo da Costa, Caio Cesar Poltronieri, Carlos Alberto Kikugawa, Debora Maraisa Barboza Indig, Ediclei José de Almeida, Edna Massae Horie Calasans 9 O ELO Edição Nº 293 • Ago / Set / Out de 2012 AGOSTO DESTACA-SE NA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DO BRASIL Getulio e Jânio Para justificar a fama de que agosto é um mês azíago (no interior se diz “mês de cachorro louco”), foi em 24 de agosto de 1954 que nosso país viveu sua maior tragédia política, o suicídio do presidente Getúlio Vargas. No auge de violenta crise política, detonada no início de agosto daquele ano, com a tentativa de assassinato do deputado Carlos Lacerda, no Rio de Janeiro, então o principal líder de oposição, o presidente Vargas, acusado de envolvimento nesse episódio, pressentiu que seria deposto, ainda que num “golpe branco”, pois seu próprio ministério o aconselhava a se licenciar do cargo. Assim, ao terminar a reunião ministerial no palácio do Catete, no Rio, na madrugada de 24 de agosto de 1954, quando acabara de aceitar o afastamento temporário, Getúlio subiu para seus aposentos privados, no terceiro andar, vestiu o pijama e, por volta das 04:00 hs da manhã, sentado na cama, pegou o revolver que mantinha no criado mudo e disparou um tiro contra o próprio coração. O jornalista Arlindo Silva, então repórter da revista O Cruzeiro, que chegara momentos antes ao palácio, para manter o plantão permanente da revista, foi dos primeiros a ingressar no quarto e ver o presidente morto. “O presidente estava curvado sobre si mesmo. Pequenino, lembrou-me quase uma criança dormindo”, recordou Arlindo Silva. A morte trágica de Getulio causou uma comoção nacional. O sepultamento em sua terra natal, São Borja, na região missioneira gaúcha, reuniu milhares de pessoas. Os discursos inflamados e comoventes de Tancredo Neves e Osvaldo Aranha, levaram às lágrimas quase todos os presentes. Três presidentes eleitos se suicidaram durante o mandato, na América Latina: Getúlio, no Brasil, Balmaceda e Salvador Allende, no Chile. Lembra-se que Allende suicidou-se no seu gabinete presidencial, no palácio de La Moneda, em Santiago, em 23 de setembo de 1973, quando se consumava a vitória do golpe militar, chefiado pelo general Augusto Pinochet. Golpe que objetivava a derrubada do governo de Allende. Sete anos depois da morte de Getúlio, em 25 de agosto de 1961 o então presidente Jânio Quadros, após sete meses no cargo, renunciou à presidência da República. Os motivos de seu gesto nunca foram muito bem esclarecidos. Dois dias antes da renúncia o governador do então 10 estado da Guanabara, Carlos Lacerda, foi à televisão e denunciou que Jânio estava organizando um plano para aplicar um golpe de Estado e tornar-se ditador. Fecharia o Congresso e passaria a governar com plenos poderes. A denúncia repercutiu intensamente e abriu profunda crise política. Na época muitos políticos entenderam que Jânio pretendia utilizar a renúncia para levantar o povo, que, nas ruas e praças, exigiria sua volta ao poder, com força total. Se a intenção era essa, o plano foi um fracasso. Houve, apenas, uma reação militar contra a posse do vice presidente, João Goulart, mas ninguém pediu a volta de Jânio. E o então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, cunhado de Jango- João Goulart, com apoio do comando militar do Sul (na época era o Terceiro Exército, comandado pelo general legalista Machado Lopes), iniciou uma fulminante reação, neutralizando a ação militar que visava romper a legalidade constitucional e conseguiu empossar o vice-presidente na cadeira presidencial, no Planalto. Jânio Quadros foi enviado para fora do país, embarcando num navio, em Santos, rumo a Londres. A renúncia, que poderia ter gerado uma guerra civil, não derramou uma gota de sangue. Mas ela confirmou que agosto é um mês de certa forma sombrio para a vida política do Brasil. (D.S.) CLOTILDE CHAPARRO PARTICIPA DE FEIRA DO LIVRO EM NOVA YORK A escritora paulista Clotilde Chaparro Rocha, colega auditora fiscal do trabalho aposentada na SRTE/Brasília/DF, foi a BEA (Book Expo America) 2012, a Feira Internacional do Livro de Nova York, USA. Sua tarde de autógrafos aconteceu no dia 5 de junho, às 16h, tendo sido muito concorrida. Isso a deixou muito contente, pois seus livros ainda não são conhecidos lá. Essa feira de livro teve mais de 12.000 profissionais da área literária, como editores, distribuidores, livreiros, departamentos editoriais, etc. O Brasil começa a mostrar que não é só a terra das araras, de samba e outros estereótipos, mas também de intelectuais. Apesar dessa importância, foi a primeira vez que escritores brasileiros Clotilde Chaparro Rocha estiveram presentes. . O Centro Cultural brasileiro em NY, Brazilian Endowment for the Arts, fez um evento dia 6, das 19 às 22h, apresentando os dez escritores brasileiros liderados pelo editor Vitor Tagore Alegria, onde estavam presentes o Cônsul do Brasil em NY, Luiz F. S. Correa, o presidente da entidade Domício Coutinho, além de personalidades brasileiras. A “Clô”, como carinhosamente é conhecida entre os colegas, foi a única brasileira a levar livros e audio-livros em português e em inglês (os “audiobooks”). Estes últimos têm na Europa e, mais ainda, nos Estados Unidos uma aceitação enorme. No Brasil, infelizmente, até pessoas letradas ainda não tiveram contacto com os audiolivros. Entretanto quando o têm, eles lhes agradam muito. Não só aos portadores de alguma limitação. Todos se encantam. Encontra-se, em final de negociação com as maiores empresas internacionais, a venda dos livros em 160 países, e, acordo com bibliotecas americanas para aluguel e empréstimo de livros digitais e tradicionais. A distribuição dos “audiobooks” já estão com negociações terminadas e deverão ser comercializados internacionalmente. “Vamos ver ainda o que nos leva o futuro. O jovem precisa que tudo dê certo, pois disso depende toda sua vida. Na minha idade, a vantagem é agradecer por tudo de bom que veio, pois já valeu, pois poderíamos nem ter...”, finaliza Clotilde. Nossos cumprimentos á colega e amiga Clotilde pela sua trajetória de sucesso. VISITE NOSSO SITE: www.sinpait.com.br Foto: Arquivo Pessoal Agosto, do latim “augustus”, oitavo mês do ano romano, passou a ter significado especial para os brasileiros, porque a partir de meados do século XX foi marcado por acontecimentos que comoveram nosso povo. Foi em agosto de 1942 que o presidente Getúlio Vargas - na verdade, na época, ditador - assinou a declaração de guerra aos países do “eixo”, Alemanha nazista e Itália fascista, ingressando o Brasil na Segunda Guerra Mundial. Assim, agora estamos comemorando 70 anos desse grande acontecimento que, naquela ocasião, empolgou os brasileiros. Aberto o voluntariado, imensas filas formaram-se diante dos postos oficiais de alistamento, dando início à Força Expedicionária Brasileira, nossa inesquecível “FEB”, que se tornou o maior símbolo de heroísmo, tenacidade e patriotismo do nosso povo. A Auditoria Fiscal do Trabalho brasileira teve a grande honra de ter, em seus quadros, a posterior, um dos pracinhas que se destacou na campanha brasileira nos campos da Itália. Foi o colega Neltair Pithan e Silva, gaúcho de Cruz Alta, que se alistou na FEB, integrando um dos primeiros grupos de pracinhas a embarcar no porto do Rio de Janeiro, em 1944, rumo aos campos fumegantes e devastados da Itália. O ELO publicou várias entrevistas e reportagens com o colega AFT Neltair Pithan e Silva, principalmente quando lançou seu livro, “A Expedição da Esperança” – contando tudo que viu em pleno teatro das operações militares. Pithan era jornalista e, assim, além de expedicionário, foi, também, correspondente de guerra, enviando material jornalístico inédito ao jornal Correio do Povo, de Porto Alegre, onde trabalhou. Foi esse tradicional jornal gaúcho que, depois, o enviou a Nova Iorque, como repórter, para cobrir a realização da primeira assembléia geral das Nações Unidas, em 1948, que foi presidida pelo embaixador brasileiro, o também gaúcho Osvaldo Aranha. O colega Neltair Pithan e Silva faleceu em São Paulo no ano passado. O ELO Edição Nº 293 • Ago / Set / Out de 2012 o dia 09 de agosto último, a Gerência Regional Leste do Ministério do Trabalho e Emprego realizou o terceiro grande evento do ano sobre a inserção de aprendizes. Desta feita o encontro foi nas dependências do Lar Sírio, sociedade beneficente fundada em 1923, localizada na Rua Serra de Bragança, 1086, no Tatuapé. A Gerência Leste contou com a colaboração do parceiro Espro – Ensino Social Profissionalizante, que recepcionou as empresas e os convidados com um farto café da manhã, que disponibilizou ainda uma ampla equipe de apoio. Houve uma apresentação de um coral formado pelos aprendizes dessa entidade qualificadora que integram o Lar Sírio que entoaram o Hino Nacional Brasileiro e uma música da própria entidade, e foram aplaudidas intensamente pelos presentes. Seguiu-se a abertura pela Superintendente do Lar Sírio, Cleide Robertson Paiva, que deu as boas vindas e falou da missão da instituição que representa e seguiu-se a apresentação do Diretor da Fundação Casa, Centro de Atendimento Sócio- Educativo ao Adolescente, Wladymir Tarabay Gonzalez, que estava acompanhado de Reginaldo Soares Xavier, Agente Educacional e Nádia Mansour, psicóloga dessa entidade. Afirmou que a missão da Fundação Casa é a de executar direta e indiretamente as medidas socioeducativas com eficiência, eficácia e efetividade garantindo os direitos previstos em lei e contribuindo para o retorno do adolescente ao convívio social como protagonista de sua história. Discorreu brevemente sobre a visão, os valores, o Estatuto da Criança e do Adolescente, o Sistema de Atendimento Sócio Educativo – Sinase, medidas de semiliberdade e conclamou que todos visitem a unidade. (maiores informações em www.fundacaocasa.sp.gov.br). A Superintendente do Espro, Eliandra Cardoso, na sua apresentação mostrou a missão e os valores da sua entidade e teceu considerações acerca de aspectos mais relevantes da recém- editada Instrução Normativa nº 97, do dia 30 de julho de 2012, que dispõe sobre a fiscalização das condições de trabalho âmbito dos programas de aprendizagem. O Superintendente Regional do Trabalho e Emprego, José Roberto de Melo não compareceu ao evento, pois fora convocado para uma reunião com o ministro em Brasília, segundo informou o Gerente Regional Leste, Hiroshi Kimura, que registrou a mensagem por ele enviada. A equipe de consultores do Espro contou com: Rogério Correia, Daniel Covic, Adriano Bolsanelo, Paulo Souza, Moacir Matos, Claudio Alexandre, Nadia Andrade, Igor Cabral, Ana Paula Santos e Igor Marcelo. A equipe da Gerência Regional Leste do MTE contou com: AFTs Maria Márcia Grimberg de Oliveira, Eulália Gomes Matheu, Carmen Lúcia Matos Baptista, Ulysses Martins de Souza, Cláudio da Silva e Benedito Pedro da Silva, agentes Rubens Francisco Gomes, Cátia Cilene Moreira, aprendizes Leonardo Biasi do Nascimento, Samara Silva de Souza, Daniele Muniz de Souza, Mayara Fernanda Cardeal da Silva e Caio Costa Rodrigues. Parceiros da Aprendizagem representando o SENAI: Arioci Honório da Silva, Robson Schmitt e Vicentina Aparecida de Melo; NURAP: Thabatha Theóphilo e Edna Tavares; CIEE: Patrícia Testai e Renata Ramazotti; SENAC: Liriam Passos, André Policeno Júnior, Cláudia Almeida Prado, Zoraia de Cássia Santa, Adriana Barros e Sérgio Antonio Lourenço: ISBET: Alcino dos Santos Neto; INVAR: Márcio Scatigno. Ao todos foram atendidas 110 empresas, com início as 08h30 e encerramento as 12h00. (H.K.) Foto: GRTE/SP/LESTE N GRTE/LESTE PROMOVE EVENTO DE APRENDIZAGEM NO LAR SÍRIO NO TATUAPÉ Divulgação/Câmara Municipal de São Paulo HIROSHI KIMURA RECEBE O TÍTULO DE CIDADÃO PAULISTANO “Hiroshi Kimura recebeu, no dia 14 de setembro p.p., o título de cidadão paulistano. O gerente regional do Trabalho e Emprego da zona Leste foi homenageado pela Câmara Municipal de São Paulo, em sessão solene proposta pela vereadora Juliana Cardoso (PT). Ele é natural do Paraná, de uma região próxima de Londrina e está em São Paulo há 32 anos. — Na verdade essa cidade, a exemplo do que faz com todos os ACOMPANHE NOSSO DIA-A-DIA NO SITE: www.sinpait.com.br compatriotas, já me acolheu há muito tempo. O reconhecimento do nosso trabalho está sendo feito agora, mas eu já me sinto cidadão paulistano. Isso aqui não chega nem a ser minha segunda casa, é a minha primeira casa há 32 anos. Kimura é natural de Bela Vista do Paraíso, cidade do norte paranaense. Trabalhou na cidade de Londrina e após concluir o Curso de Direito, em 1980, veio para São Paulo. Assim que chegou, começou a trabalhar numa concessionária da Volkswagen. Fez pós-graduação em Direito do Trabalho na PUC (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e especialização em Criminologia na Universidade Estadual de Londrina. (Fonte: publicado em 15/09/2012 - http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/hiroshi-kimura-recebe-o-titulo-de-cidadao-paulistano-20120915.html) Nas horas vagas, estudava para o Concurso de Auditor Fiscal do Trabalho realizado em 1984. Foi aprovado em 37º lugar. Trabalhou como Auditor Fiscal de rua entre 1984 e 1998, sendo promovido ao cargo de chefia na Delegacia Regional do Trabalho. No ano de 1998 fez a capacitação em Gestão Social, promovido pela Casa Civil da Presidência da República e pela ENAP (Escola Nacional de Administração Pública). Entre os anos de 2001 e 2004, cursou Jornalismo na Universidade Cruzeiro do Sul, em São Paulo.” O SINPAIT apresenta, com muito orgulho, efusivos cumprimentos ao colega e novo cidadão paulistano Hiroshi Kimura, pela merecida homenagem. 11 O ELO Edição Nº 293 • Ago / Set / Out de 2012 FESTA DOS ANIVERSARIANTES DISCUTE CATEGORIA C ontando com o apoio das maiores centrais sindicais e da maioria parlamentar no Congresso, desta vez o governo do PT tem toda a força necessária para alterar importantes disposições da Consolidação das Leis do Trabalho-CLT. “Como sempre, afirma-se que não serão eliminados direitos dos trabalhadores. Serão apenas flexibilizados. Mas isso não é uma questão de semântica. É uma reforma trabalhista de profundidade que, para ser feita com isenção, deve reunir a opinião de todos os setores envolvidos”, disse a colega AFT Suzana Lage (GRTE/Osasco). Ela se referia ao projeto anunciado pelo governo Dilma Roussef, que vai à apreciação do Congresso, alterando artigos da CLT para legalizar o trabalho eventual e de horistas, bem como reconhecendo a predominância do negociado sobre o legislado, como propôs o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. trabalham, além de gerar um prejuízo muito grande para o próprio governo, ou seja, para o país. O hospital público, o SUS, o pronto-socorro municipal, tem de atender todas as emergências, todas as pessoas que chegam sem carteira assinada, sem plano de saúde, sem dinheiro para pagar qualquer atendimento. Então, ainda que fosse reduzida a contribuição do trabalhador, coberto por um contrato de trabalho atípico, ainda assim seria muito melhor que a situação atual daquele que está à margem da legislação, sem amparo legal nenhum e sem poder dar um mínimo de contribuição ao sistema previdenciário e social do Brasil”. Vários colegas manifestaram que a categoria dos auditores fiscais do Trabalho deveria discutir com profundidade questões dessa natureza, mesmo porque são diretamente ligadas à atividade do AFT. E, também, a categoria deveria exigir participação nos debates do Governo sobre esses assuntos e oferecer sugestões. A velha discussão Aniversariantes A modernização da CLT é um debate antigo. É consenso que o texto consolidado, que data de 1943, está superado em muitos artigos, mas essa concordância não ocorre quando surgem as propostas de mudança. O assunto é sempre explosivo. Tanto o meio sindical, como a classe política, “pisam em ovos” na hora de discutir a reforma. Prevalecem tabus e a falta de vontade para uma discussão de alto nível, ainda que a questão trabalhista esteja entre as principais preocupações da sociedade brasileira. Esse tema predominou nas conversas das auditoras e auditores na reunião festiva ocorrida na sede do SINPAIT - Sindicato Paulista dos Auditores Fiscais do Trabalho, no final da tarde do último dia 9 de outubro, para comemorar os aniversariantes dos meses de julho, agosto e setembro do corrente ano. “Se a reforma trabalhista não sair agora, não sairá nunca mais. Afinal o governo é do Partido dos Trabalhadores, tem o apoio dos sindicatos, das federações, das centrais, tem maioria no Congresso Nacional. Só não será feita a modernização da CLT se o próprio governo não quiser”, disse o presidente Jesus Bales. Para ele o fundamental é que se facilite a inclusão de todos os trabalhadores no mercado formal de trabalho. “Ao que se diz, ainda são quase 40% dos trabalhadores brasileiros na informalidade, ou seja, sem carteira assinada, sem amparo de qualquer direito trabalhista, sem previdência social. Essa situação é injusta para os que 12 A reunião festiva, no SINPAIT, teve seu ponto alto na entrega dos presentes e corte do bolo, feito pelos aniversariantes e pela colega Luci Helena Lipel, vicepresidente do SINPAIT. Luci reiterou convite para que os colegas AFTs, principalmentre os dos concursos mais recentes, compareçam ao sindicato, participem de seus eventos e aceitem a integração, “pois a convivência entre nós é o fator fundamental para o fortalecimento de nossa categoria, agora um tanto dispersada e, por isso, enfrentando o enfraquecimento. Estará atuando contra a categoria todo aquele que incentiva dissenções, fomenta divisões, joga colegas uns contra os outros. Temos de buscar os pontos positivos que nos aproximam, que nos unem, pois não há futuro para categoria desunida.” A colega Carmen Cenira, da GRTE/Santos, uma das aniversariantes presentes, da mesma forma defendeu a boa convivência entre os colegas AFTs. “Estou entre as que foram nomeadas no concurso de 1984, assim já estou chegando aos 30 anos de auditoria fiscal do Trabalho. Fui durante vários anos da DTM, a Delegacia do Trabalho Marítimo de Santos, extinta em 1989, quando todos fomos incorporados à antiga subdelegacia regional do Trabalho, hoje gerência. Ao longo de todos esses anos sempre busquei o fortalecimento da amizade com os colegas porque também acredito que só a união torna uma categoria profissional realmente expressiva”. VISITE NOSSO SITE: www.sinpait.com.br O ELO Edição Nº 293 • Ago / Set / Out de 2012 Fotos: Arquivo Sinpait A colega AFT Ivete Furegatti, hoje aposentada, mas que durante muitos anos dirigiu com muita competência, serenidade e isenção a Subdelegacia Regional do Trabalho de Campinas, por ser também aniversariante, fez uma bonita saudação de improviso, aos presentes, mas em versos: A saudação-poema de Ivete foi muito aplaudida pelos colegas. Estiveram na comemoração os aniversariantes do mês de julho: Presidente Jesus José Bales, os Vices Edir Vernaschi, Ivete Cassiani Furegatti e Luci Helena Lipel; Roque Gabriel Sergi, do mês de agosto: Geraldo Barbosa Caracciolo Jr. (GRTE/Guarulhos) e do mês de setembro: Damaris dos Santos Silva (GRTE/SP/Norte), Francisco Antonio Fiori possivelmente, o auditor fiscal do Trabalho mais antigo do Brasil – acompanhado de seu filho Emílio, Carmen Cenira Pinto Lourena Melo (GRTE/Santos), Suzana Lacerda Abreu de S. Lage (GRTE/Osasco) e os funcionários: Marcelo, Silvana e Vaneide, além de outros convidados, entre eles, os diretores do SINPAIT, Solange Andrade, João Saochuk e Dalísio dos Santos. (D.S.) Aniversariantes Ivete Cassiani Furegatti “Aniversário é uma data em que se comemora a vida a felicidade e até a dolorida saudade. Aniversário costuma ter bolos recheados e também docinhos suculentos brigadeiros e salgados deliciosos. Aniversário no SINPAIT é momento tão alegre de amigos reencontrar de sorrir e brindar. Como é bom receber um abraço bem apertado um sorriso iluminado um mimo que fala ao coração.” Julho Agosto Setembro ACOMPANHE NOSSO DIA-A-DIA NO SITE: www.sinpait.com.br 13 O ELO Edição Nº 293 • Ago / Set / Out de 2012 “À SEMELHANÇA DO JUÍZO FINAL” Foto: Arquivo Sinpait O colega AFT aposentado Sylvio Boscariol Ribeiro (SRT/SP) lançou o seu livro “À SEMELHANÇA DO JUÍZO FINAL”, que ele não só produziu, como também editou. É obra de ficção, cujo gênero ele define como “estórias em geral”. A primeira parte da obra contém ilustrações da artista plástica Roseane Ribeiro. Sylvio é paulistano, formado em Direito pela Universidade de São Paulo. Como auditor fiscal do Trabalho serviu durante muitos anos na GRTE/Santos e, depois, na SRTE/SP. Roseana é de Paraguassu, Minas Gerais, formada em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado. Na apresentação, Sylvio esclarece sua motivação para realizar esta obra: “Gostaria que ao tomarem esse trabalho nas mãos, encarassem-no como um gesto de carinho de alguém que gosta muito de escrever. Este é o fruto de muita meditação, de tentar dar o melhor, de criar algo diferente que despertasse alguma curiosidade. Não é um livro, pois não tem capa, formato, diagramação, revisão profissional, cuidados de uma editora, nada que se assemelhe a um livro. É uma singela apostila, despretensiosa, cujo intuito é mais marcar uma lembrança do que buscar notabilidade literária.” Sylvio Boscariol é culto, mesmo porque a literatura e história são sua paixão. Escreve com elegância e leveza, que Nascimento Foto: Arquivo Pessoal ALICE melhor projetam sua rica criatividade. Isso é facilmente identificável na menção de um pequeno trecho da “estória” que titulou como “Decidindo a Indecisão: O túnel do tempo”. Na sua extensão, fatos inconclusos. Nada nas cartografias, nas rotas oceânicas, nas ruínas dos desertos. Apenas inscrições indecifráveis, no inventário caduco dos afrescos solo abaixo, onde um dia Herculano teimou em erigir-se. O que sucedera à República do Período Pré-Augusto?! Subterrâneos foram violados, umidade densa, o nome Aghena emergindo das escavações. Quem seria? A arqueologia fez a sua parte, revolvendo dinastias. Justaposição numismática, o antídoto aplicado no glaucoma da ignorância. Chegou-se ao parentesco: Aghena, genro e comandante de Mitridates, o Rei do Ponto. Este altivo soberano travou parte dos projetos expansionistas romanos. Seus feitos à luz da instrumentação atômica, um glossário de heroísmos. Grandiosidade perene, longe do brilho dos oradores da ortodoxia do Senado. O nome Aghena, cunhado em cada pedra, narrado nas escaramuças em que desfiou a “rainha do mundo” tomando a defesa de nações menores. Um líder inconteste, obstinado no seu desprezo à Roma, cerrou caninos aos descendentes de Rômulo e Remo. Se, nos dias atuais, Mitridates cavalga na excelência das enciclopédias, foi Aghena que o conduziu ao ápice desta Idade do Ouro.” A redação de O ELO e o presidente Jesus Bales agradecem ao colega Sylvio Boscariol Ribeiro o gentil envio de exemplar autografado, que passa a integrar a biblioteca do SINPAIT, à disposição de todos os colegas auditores fiscais do Trabalho. CANTINHO DA POESIA Farsante Maurício de Macedo* A personagem maltratava o ator, distorcia-lhe os traços, o pervertia até que o ator disse Não, um dia. SANTIAGO Deixou mutilações a farsa, embora o coxo finja que não claudica, embora seja discreta no rosto a paralisia e a língua engrolada tente esconder a afasia. Santiago Albuquerque Lima nasceu em São Paulo/Capital, no dia 10 de agosto de 2012, filho de Leila Maria Albuquerque Barroso Lima e de nosso colega Guilherme Silva Lima, auditor fiscal do trabalho, lotado na GRTE/São Paulo/Norte. Vez por outra a personagem o assusta, espreitando na coxia. Parabéns aos papais, avós e demais familiares, desejando aos pequenos príncipe Santiago e princesa Alice, votos de um futuro de muita luz. * Maurício de Macedo é auditor fiscal do trabalho da SRTE/AL. É também poeta, com alguns livros publicados. Alice Schiavon Teixeira de Freitas nasceu em Curitiba/PR, no dia 25 de julho de 2012, filha do casal Gilberto Matos Teixeira de Freitas e de Adriana Schiavon Gonçalves e neta de nosso colega AFT Antonio Baptista Gonçalves Júnior, Chefe do Setor de Planejamento, Controle e Avaliação – Secon, da SRTE/SP. 14 VISITE NOSSO SITE: www.sinpait.com.br O ELO Edição Nº 293 • Ago / Set / Out de 2012 Nomeações em Brasília Novos Superintendentes NATASHA RODENBUSCH VALENTE – Assessora Especial do Ministro de Estado do Trabalho e Emprego/MTE – Portaria PR/ CC/MTE nº 651, de 06.08.12 (DOU. 07.08.12); VALMAR GONÇALVES DE SOUSA - Superintendente Regional do Trabalho e Emprego no Estado de Minas Gerais – Portaria GM/MTE nº 1.250, de 01.08.2012 - D.O.U. de 02.08.12; NILTON FRAIBERG MACHADO – Subsecretário de Planejamento, Orçamento e Administração/MTE – Portaria PR/CC/MTE nº 652, de 06.08.12 (DOU. 07.08.12); MARCELO AGUIAR DOS SANTOS SÁ – Secretário-Executivo/MTE – Decreto Presidencial s/nº, de 13.09.12 (DOU. 14.09.12). ISRAEL WANDERLEY MAUX LESSA - Superintendente Regional do Trabalho e Emprego no Estado de Alagoas – Portaria GM/ MTE nº 1.329, de 14.08.2012 - D.O.U. de 15.08.12. Designações em São Paulo Aposentadorias RUBENS GUEDES DE ÁVILA – Chefe do Setor de Relações do Trabalho, da GRTE/SP/Norte - Portaria GM/MTE nº 1.282, de 08.08.12 (DOU. 09.08.12); Nossos cumprimentos pela aposentadoria e agradecimentos pelo trabalho em prol da categoria e contribuição à valorização da Inspeção do Trabalho aos colegas: MARIA GORETH CARLOS DE SOUZA – Chefe da Agência Regional em Cubatão, da GRTE/Santos/SP - Portaria GM/MTE nº 1.403, de 28.08.12 (DOU. 29.08.12); MARIA IDALINA FURTADO VIOLANTE – Gerente Regional do Trabalho e Emprego, da GRTE/Marília/SP - Portaria GM/MTE nº 1.407, de 28.08.12 (DOU. 29.08.12); LIRIA IZUMI HIRANO HASEGAWA – Assistente, da SRTE/SP Portaria GM/MTE nº 1.516, de 20.09.12 (DOU. 21.09.12); ATÍLIO MACHADO PEPPE – Chefe da Divisão de Administração, da SRTE/SP - Portaria GM/MTE nº 1.517, de 20.09.12 (DOU. 21.09.12); SANDRA IRENE CUBAS DE ALMEIDA – Auditora Fiscal do Trabalho, lotada na GRTE/SP/Norte - Portaria SRTE/SP/MTE nº 146, de 15.06.12 (DOU. 05.07.12); JOSÉ NILTON BORGES – Auditor Fiscal do Trabalho, lotado na GRTE/ SP/Leste - Portaria SRTE/SP/MTE nº 176, de 25.07.12 (DOU. 03.08.12); FRANCISCO JOSÉ CASAGRANDE – Auditor Fiscal do Trabalho, lotado na SRTE/SP - Portaria SRTE/SP/MTE nº 148, de 15.06.12 (DOU. 10.08.12); ELCIO ANTONIO DO PRADO – Chefe do Setor de Inspeção do Trabalho, da GRTE/São José dos Campos/SP - Portaria GM/ MTE nº 1.564, de 28.09.12 (DOU. 01.10.12); DAVID DE ALMEIDA NEVES SANTOS – Auditor Fiscal do Trabalho, lotado na GRTE/Jundiaí - Portaria SRTE/SP/MTE nº 194, de 10.08.12 (DOU. 28.08.12); LISANDRO DE ALMEIDA FERREIRA – Gerente Regional do Trabalho e Emprego em Itapeva, da SRTE/SP - Portaria GM/MTE nº 1.566, de 28.09.12 (DOU. 01.10.12); CLÁUDIO NEVES MARTINS – Auditor Fiscal do Trabalho, lotado na SRTE/SP - Portaria SRTE/SP/MTE nº 196, de 14.08.12 (DOU. 29.08.12); EDICLEI JOSÉ DE ALMEIDA – Gerente Regional do Trabalho e Emprego em Sorocaba, da SRTE/SP - Portaria GM/MTE nº 1.567, de 28.09.12 (DOU. 01.10.12). MÔNICA MUOIO SOARES – Auditora Fiscal do Trabalho, lotada na GRTE/São Carlos - Portaria SRTE/SP/MTE nº 200, de 20.08.12 (DOU. 03.09.12). CORREIO Cássio Celso Tavares – AFT aposentado - Ribeirão Preto/SP – “Agrade“ cendo a sua mensagem pelo meu aniversário, são os meus votos pela sua felicidade pessoal e para a família, com um abraço afetuoso.” Dorival Silvestre Arantes – Gerente da GRTE/Londrina/PR – “Com satisfação continuo recebendo regularmente a revista O ELO, como sempre com excelentes matérias do interesse de toda a Categoria”. Fahid Tahan Sab – AFT aposentado - Belo Horizonte/MG – “Acabei de receber O ELO nº 292. Está ótimo. Parabéns para toda a equipe.” José Valmir da Costa - AFT aposentado – Porto Alegre/RS – “Não se chega a 59 anos de trabalho e sucesso sem méritos. Parabéns pelo trabalho constante em prol de nossa categoria”. Maurício Ferreira de Macedo – AFT/SRTE/Alagoas - Sou auditor fiscal do trabalho, lotado na SRTE/AL, e poeta, com alguns livros publicados. Agradeço se puder publicar no informativo “O Elo” o poema de minha autoria. Abraço. Neusa Brandani Fonseca – AFT aposentada/SP – “Agradeço pela carinhosa atenção, cumprimentando, desejando-me feliz aniversário. Desejo a vocês muitas vitórias na luta em prol de nossa carreira, bem como felicidade sempre!”. Regina Candellero Castilho Nami Haddad – AFT aposentada – São Paulo/SP – “Agradeço a notícia do casamento de minha filha Andrea. A ACOMPANHE NOSSO DIA-A-DIA NO SITE: www.sinpait.com.br A ELO foto e a mensagem ficaram ótimas. Aliás, a mensagem foi de uma delicadeza e um carinho imensos, típicos dos bons amigos que vocês são e sempre foram. Como sempre, a noiva e a mãe do noivo querem uma cópia para guardar de recordação”. Rogério Perez Garcia Junior – AFT/Londrina/PR - “Agradeço a costumeira atenção de vocês. Nosso muito obrigado. Um forte abraço ao Jesus. O Dr. Dorival Arantes aproveita - também - para agradecer e mandar forte abraço. Estamos à disposição dos colegas de São Paulo”. Sandra Morais de Brito Costa – AFT/SRTE/SP – “Agradeço imensamente o convite para a comemoração dos aniversariantes de Setembro e peço perdão por não ter conseguido participar, em razão de um imprevisto.” Tadashi Abe – AFT aposentado/SRTE/São Paulo/SP – “Solicita esclarecimentos sobre o que foi decidido na campanha salarial da categoria neste ano, pois se mudou para Foz do Iguaçu, no Paraná, e, comprometido com tarefas familiares, nos últimos dois meses, viu-se impossibilitado de acompanhar os acontecimentos. Indaga se houve algum entendimento com o Governo e se a categoria ganhou o aumento de 15%, em três parcelas anuais, como o Governo propusera.” Nota da Redação: O presidente do SINPAIT orientou o colega a buscar informações no site do SINAIT, que conduziu as negociações em nome da categoria, lembrando, no entanto, que os auditores fiscais do Trabalho mantiveram-se ao lado dos colegas auditores da Receita Federal, que rejeitaram a proposta do Governo, o que exclui o mencionado reajuste de 15%. 15 Fotos: Realce Eventos POSSE DA NOVA DIRETORIA DO SINPAIT