1 RELATÓRIO TÉCNICO PARCIAL 02 PROJETO DE PESQUISA – FAPERJ/FAPESP EDITAL 23/2010 – MUDANÇAS CLIMÁTICAS GLOBAIS PROCESSO E-26/111.619/2010 RESPONSÁVEL (RJ): GILBERTO PESSANHA RIBEIRO RESPONSÁVEL (SP): CELIA REGINA GOUVEIA DE SOUZA APLICAÇÃO DE GEOTECNOLOGIAS NA ORIENTAÇÃO DO USO DA TERRA COM BASE NOS IMPACTOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS GLOBAIS: SUB-BACIAS HIDROGRÁFICAS LITORÂNEAS DO ESTADO DE SÃO PAULO E DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Fevereiro/2014 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. REUNIÃO E ORGÃNIZÃÇÃO DOS DÃDOS 3. METODOLOGIÃ ÃDÃPTÃDÃ 4. RESULTÃDOS DÃ SEGMENTÃÇÃO E CLÃSSIFICÃÇÃO SEMI-SUPERVISIONÃDÃ DÃS IMÃGENS THEOS 5. RESULTÃDOS DO MÃPEÃMENTO TEMÃTICO 6. RESULTÃDOS DE OUTROS MÃPÃS TEMÃTICOS 7. EQUIPE TECNICÃ PRINCIPÃL 8. BIBLIOGRÃFIÃS DE REFERENCIÃ 9. ÃNEXO 3 1. Introdução Este Relatório Parcial 02 corresponde às atividades dos primeiro ano do referido projeto, iniciado em 20/12/2011. O projeto em curso, em sua fase atual, envolveu o mapeamento digital nas escalas 1/50.000 e 1/10.000, a partir de imagens de satélites THEOS bandas multiespectrais e pancromática, com resoluções espaciais de 15m e de 2m, respectivamente. Mapeamentos na escala 1/125.000 foram executados também. Cartas-imagem e mapas temáticos de uso da Terra e cobertura vegetal foram produzidos com o propósito de dar partida à orientação do uso, diante de mudanças no clima, onde neste caso tem apoio da Universidade de São Paulo (USP) e seu Instituto de Astronomia, Geofísica e de Estudos Atmosféricos. Figura 1: Mapa de localização dos municípios. 4 2. Reunião e orgãnizãção dos dãdos Foram reunidos os seguintes dados para o desenvolvimento das atividades de mapeamento: (a) Base cartográfica vetorial do IBGE na escala 1/50.000 (SP e RJ); (b) Base cartográfica vetorial do IBGE na escala 1/25.000 (RJ); (c) Base cartográfica do INEA/RJ – Estado do Ambiente; (d) Digital Elevationa Model (DEM) ASTER, pixel de 30m de resolução espacial; (c) Imagens de satélites do sistema orbital THEOS bandas multiespectrais e pancromática; (d) Ortofotografias dos anos 2005/2006 do IBGE na escala 1/25.000, para o estado do Rio de Janeiro; (e) Ortofotografias mosaicadas do ano 2010 da Emplasa, para o estado de São Paulo (litoral norte); (f) Imagens LANDSAT-5 e LANDSAT-7 para épocas distintas (anos 2000, 2005 e 2010), todas as bandas multiespectrais (30m de resolução espacial); (g) Dados climáticos de série dos últimos 10 anos; (h) Dados de setores censitários do IBGE ano 2010. 5 3. Metodologiã ãdãptãdã A metodologia original foi empregada, sem alterações significativas. Optou-se por classificar inicialmente imagens THEOS com uso de sua variedade de bandas multiespectrais (15 m de resolução espacial), com exploração de bandas na faixa do infravermelho. O mesmo foi feito com a bandas pancromáticas (2m de resolução espacial). Essas imagens de média resolução foram adquiridas e utilizadas, com o propósito de classificação de padrões de uso da Terra e extração de feições geográficas importantes para avaliação do crescimento urbano e da cobertura vegetal, indicadores da evolução da ocupação humana. Figura 2: Cenas multiespectrais THEOS. 6 Figura 3: Cenas pancromáticas THEOS. 7 4. Resultãdos dã segmentãção de imãgens e clãssificãção semisupervisionãdã de imãgens Foram desenvolvidas as seguintes atividades: (a) Reunião de dados cartográficos de fontes diversas; (b) Validação de bases cartográficas vetoriais do IBGE na escala de 1/50.000 (SP e RJ) e 1/25.000 (RJ) em aderência ao projeto; (c) Verificação do gerreferenciamento do mosaico de imagens THEOS; (d) Adoção de classes de uso da Terra e cobertura vegetal, apropriadas em função das escalas de mapeamento e de análise; (e) Geração de mosaicos de imagens relativos a composições coloridas RGB; (f) Estruturação de um banco de dados espaciais no ambiente do sistema ArcGIS. Aqui são apresentados RESULTADOS REVISADOS E DEFINITIVOS dos mapas temáticos, onde foram minimizados os conflitos encontrados nos aspectos semânticos das classificações de uso da Terra e cobertura vegetal apresentados no Relatório 01. Esforços foram dispendidos no sentido de otimização no processo de atribuição dos padrões na qualificação das classes. 8 5. Resultãdos do mãpeãmento temãtico A validação do processo de produção das cartas-imagem e dos mapas temáticos no ambiente SIG contou com a análise criteriosa do georreferenciamento das imagens e geração de mosaico onde houve suporte de bases vetoriais institucionais consolidadas. Todo mapeamento digital foi estruturado com sistema de coordenadas UTM (fuso 24, com meridiano central de longitude de 45º W) e sistema geodésico World Geodetic System WGS84. Figura 7: Mapa índice de articulação das folhas na escala 1/50.000. 9 A seguir são apresentadas as articulações para o mapeamento executado na escala 1/10.000. 10 11 A partir da validação dos dados cartográficos, e do processo de modelagem dos dados de apoio, foram produzidos mapas e cartas com a apresentação e indicação de aspectos de padrões de uso da Terra e cobertura vegetal. Todos os documentos cartográficos REVISADOS E DEFINITIVOS estão disponíveis em: http://georeferencial.com.br/linhas-e-projetos-de-pesquisas/ Onde: - Mapas temáticos de “Uso da Terra e Cobertura Vegetal”, na escala 1/50.000 (bandas Multi) estão disponíveis em PDF aqui. http://georeferencial.com.br/Mapas_MCGlobais_Multi/ - Mapas temáticos de “Uso da Terra e Cobertura Vegetal”, na escala 1/10.000 (bandas Pan) estão disponíveis em PDF aqui. http://georeferencial.com.br/Mapas_MCGlobais_Pan/ 12 6. Resultãdos de outros mãpãs temãticos Foram gerados mapas temáticos relativos a dados de clima, contemplando informações do meio físico, em série histórica, a saber: Vento, Temperatura, Radiação Solar, Precipitação e Umidade Relativa Média para os anos de: 1979, 1989, 1999 e 2008. Unidades de medida adotadas: Vento: [m/s]; Temperatura: [ºC]; Radiação Solar: [W/m2]; Precipitação: [mm/mês]; Umidade Relativa: [%]. A seguir, os resultados: 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 7. Equipe tecnicã principãl A equipe do projeto é formada por: Gilberto Pessanha Ribeiro, coordenador RJ. Celia Regina de Gouveia Souza, coordenadora SP. Artur Willcox dos Santos, Geógrafo-UFF. Lais Ribeiro Baroni, Geofísica-UFF, bolsista de Iniciação Tecnológica/FAPERJ. Filipe Quintanilha Pereira, Geofísica-UFF, bolsista de Iniciação Científica/FAPERJ. Denise Rossini Penteado, Geógrafa-IG/SP. Cláudio José Ferreira, Geólogo-IG/SP. Ricardo de Camargo, USP/IAG. Marcos Lourenço Pereira, USP/IAG. João Raphael Hora e Azevedo, Geógrafo-UERJ. Eduardo Hora do Paço, Tecnólogo em Informática. Marcelo Francisco de Moraes, Geógrafo. 23 Marcelo Nunes de Azevedo, Geografia-UERJ. Ubiratan de Souza Dias Junior, Serviço Social-UFF, bolsista de Iniciação Científica/UFF-CNPq. Marcus Felipe Mourão Pereira, Engenharia CartográficaUERJ. Especialistas técnicos da empresa Globalgeo Geotecnologias. 24 8. Bibliogrãfiãs de referenciã ANDERSON, J. R., HARDY, E. E., ROACH, J T. & WITMER, R. E. Sistema de classificação de uso da Terra e do revestimento do solo para utilização com dados de sensores remotos Superintendência de Recursos Naturais e Meio Ambiente, IBGE, 1979. CRUZ, Z. Q. Mapeamento digital regional do uso e cobertura da terra em unidade de conservação a partir de imagens CBERS para apoio a gestão ambiental, Projeto de Graduação, Engenharia Cartográfica (UERJ), 2008. FRANÇA, J. B. S. e SOARES, P. G. Avaliação do mosaico digital composto por fotografias não-métricas retificadas a partir de transformação linear direta, Projeto de Graduação, Engenharia Cartográfica (UERJ), 2009. FUNDAÇÃO IBGE As grandes classes de uso atual da Terra Manual técnico 7, 1999. FUNDAÇÃO IBGE Esquema de classificação da vegetação brasileira Manual técnico da vegetação brasileira, Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão, 1992. GELELETE, G. J. A. Classificação digital de uso da terra e cobertura vegetal de zona costeira em Araruama (RJ) a partir de imagens sensoriais, Projeto de Graduação, Engenharia Cartográfica (UERJ), 2008. MAGALHÃES, C. R., MEDEIROS, Y. M., SILVA. A. E. e RIBEIRO, G. P. Plano Urbano Do Complexo Industrial Do Porto Do Açu Com Suporte De Mapas Temáticos Digitais Gerados A Partir De Imagens Sensoriais, Resende, 2008. 25 NETO, R. S. M. Mapeamento digital do entorno da Baía de Guanabara em suporte á análise ambiental, Projeto de Graduação, Engenharia Cartográfica (UERJ), 2007. NOVO, E. M. Sensoriamento Remoto, Editora Blucher, 2008. PEREIRA, M. F. M. Mapeamento digital de zona urbana em Teresópolis (RJ), adjacente ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO), a partir de imagens IKONOS II, Projeto de Graduação, Engenharia Cartográfica (UERJ), 2008. PONZONI, F. J. e SHIMABUKURO, Y. E. Sensoriamento Remoto no Estudo da Vegetação Parêntese Editora, 2007. PINHEIRO, T. C. Mapeamento digital do município de São João da Barra (RJ) com suporte de imagens IKONOS e dados GPS, como requisito para revisão do plano diretor municipal, Projeto de Graduação, Engenharia Cartográfica (UERJ), 2008. RIBEIRO, G. P. Tecnologias digitais de geoprocessamento no suporte à análise espaço-temporal em ambiente costeiro Tese de doutorado, Programa de Pós-Graduação em Geografia, UFF, 2005. ROSA, E. C. e IGNÁCIO, J. F. Geração de ortofotomosaico da Ilha Grande (RJ) e ensaio para o perfil de praia, Projeto de Graduação, Engenharia Cartográfica (UERJ), 2009. SILVA, L. S. L. Acompanhamento multitemporal do crescimento urbano de Macaé com suporte de imagens históricas e Sistema de Informação Geográfica, Dissertação de Mestrado, Geomática (UERJ), 2009. SOFFIATI, A. Os manguezais do sul do Espírito Santo e do Norte do Rio de Janeiro com alguns apontamentos sobre o norte do sul e o sul do norte Campos dos Goytacazes, Essentia Editora, 2009. 26 SOUZA, P. A. V. A utilização de tecnologias digitais de geoprocessamento na identificação de unidades de paisagem na bacia hidrográfica do rio Iguaçu-Sarapuí (RJ), Dissertação de Mestrado, Geomática (UERJ), 2009. 9. Ãnexo É apresentado artigo científico que divulga os resultados REVISADOS E DEFINITIVOS deste projeto. 27 MAPEAMENTO DIGITAL TEMÁTICO A PARTIR DE IMAGENS DE SATÉLITES THEOS/THAICHOTE DE MUNICÍPIOS DO LITORAL NORTE DE SÃO PAULO, BRASIL: UBATUBA E CARAGUATATUBA – INCONSISTÊNCIAS E DESAFIOS Theme Digital Mapping from Satellite Images Theos / Thaichote Northern Coast of Municipalities of São Paulo, Brasil: Ubatuba and Caraguatatuba - Inconsistencies and Challenges GILBERTO PESSANHA RIBEIRO 1 ARTUR WILLCOX DOS SANTOS 2 UBIRATAN DE SOUZA DIAS JUNIOR 3 1 Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP / Instituto do Mar / Departamento de Ciências do Mar – Av. Alm. Saldanha da Gama, 89 – Ponta da Praia – Santos – SP – 11.030-400 – www.imar.unifesp.br Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ / Escola Politécnica - Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Gestão Ambiental – Av. Athos da Silveira Ramos, 149 - Centro de Tecnologia – Bloco A – 2º andar – Cidade Universitária - Rio de Janeiro – RJ – 21941-909 - http://www.poli.ufrj.br 2 3 Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP / Instituto de Saúde e Sociedade / Departamento de Saúde, Educação e Sociedade – Rua Silva Jardim, 136 - Vila Mathias – Santos – SP – 11015-020 – www.baixadasantista.unifesp.br [email protected], [email protected], [email protected] RESUMO O artigo consiste na apresentação de metodologia, resultados e inconsistências relativos ao mapeamento digital dos municípios de Ubatuba e Caraguatatuba, localizados no litoral norte paulista, como parte integrante do projeto de pesquisa “Aplicação de geotecnologias na orientação do uso da Terra com base nos impactos das mudanças climáticas globais: sub-bacias hidrográficas litorâneas do Estado de São Paulo e do Estado do Rio de Janeiro”, financiando pelas agências de fomento FAPERJ e FAPESP (Processo FAPERJ/FAPESP ES-26/111.619/2010 – Edital nº 23/2010). O desafio foi explorar o processo de mapeamento semi-supervisionado, baseado em critérios formais de classificação de padrões de uso da Terra e cobertura vegetal, onde foram gerados, aproximadamente, 300 cartas-imagens e mapas temáticos, uma vez que tal projeto envolveu também os municípios fluminenses de Paraty, Angra dos Reis e Mangaratiba. Foram utilizadas imagens do sistema orbital THEOS (Thailand Earth Observation Satellite) (Thaichote) multiespectrais (15m – resolução espacial) e pancromática (2m – resolução espacial), com data de aquisição/tomada em 25/04/2012, e os produtos foram gerados nas escalas 1/250.000, 1/50.000 e 1/10.000. Esta documentação cartográfica, já disponível em www.georeferencial.com.br, tem servido de alvo de validação contínua e de suporte às ações relacionadas à gestão municipal, diretamente a empreendimentos associados a planos e planejamentos urbanos, assim como ponto de partida para revisão de planos diretores locais. Palavras-chave: cartografia, THEOS/THAICHOTE, uso da Terra, sensoriamento remoto. ABSTRACT The article is to present the methodology, results and inconsistencies related to digital mapping of the municipalities of Ubatuba and Caraguatatuba located on this coast, as part of the research project "Application of geotechnology in guiding the use of land based on the impacts of global climate change: coastal sub-basins of the State of São Paulo and the State of Rio de Janeiro", funding by development agencies FAPERJ and FAPESP (Process FAPERJ / FAPESP ES-26/111.619/2010 - Notice No. 23/2010). The challenge was to explore the process of semi - supervised mapping , based on formal criteria for the classification of land use patterns and vegetation cover, which were generated approximately 300 images charts and thematic maps , as this project also involved the municipalities of Rio de Janeiro Paraty, Angra dos Reis and Mangaratiba. Panchromatic (2m - spatial resolution) images of the orbital system THEOS (Thailand Earth Observation Satellite) (Thaichote) and multispectral (spatial resolution 15 m) images were 28 used, with date of acquisition on 25/04/2012, and the products were generated scales 1/250.000, 1/50.000 and 1/10.000. This cartographic documentation already available in www.georeferencial.com.br, has been the subject of continuous validation and support for actions related to municipal management, directly associated with plans and urban planning projects, as well as a starting point for review of local master plans. Keywords: cartography, THEOS/THAICHOTE, land use, remote sensing. 1. INTRODUÇÃO A partir do desenvolvimento do projeto de pesquisa “Aplicação de geotecnologias na orientação do uso da Terra com base nos impactos das mudanças climáticas globais: sub-bacias hidrográficas litorâneas do Estado de São Paulo e do Estado do Rio de Janeiro”, financiando pelas agências de fomento FAPERJ e FAPESP (Processo FAPERJ/FAPESP ES-26/111.619/2010 – Edital nº 23/2010), foram gerados cartas e mapas temáticos, além de cartas-imagem que cobrem porção dos municípios paulistas de Ubatuba e Caraguatatuba. Tal projeto também se dedicou a mapeamento em municípios fluminenses de Paraty, Angra dos Reis e Mangaratiba. Resultados deste esforço podem ser acessados em www.georeferencial.com.br. O mapeamento teve origem em atividades de aquisição e validação de imagens do sistema sensor THEOS - Thailand Earth Observation Satellite, hoje tecnologia denominada Thaichote, por meio de imagens multiespectrais (15m – resolução espacial) e pancromática (2m – resolução espacial), onde os produtos tiveram escalas fixadas de 1/250.000 para uma visão geral das áreas envolvidas, 1/50.000 em mapeamento regional e 1/10.000 na tentativa de permitir representação de feições geográficas com mais detalhe. Os beneficiários destes documentos cartográficos, inicialmente foram marcados pela sociedade organizada local, mas com o tempo, outros usuários despertaram interesse neles, uma vez que não se tinha informações cartográficas atualizadas desses municípios, que pudessem servir de suporte a gestores e empreendedores, essencialmente em aplicações regionais. Parte expressiva das atividades aqui a serem relatadas, no que se refere ao processamento de imagens se deu coma colaboração da empresa Globalgeo Geotecnologias. As fases e etapas mais importantes vencidas durante os processos aqui serão descritas de forma sucinta, assim como as dificuldades e inconsistências encontradas. Desafios na classificação semi-supervisonada e geração dos mapas de uso da Terra e cobertura vegetal serão comentados. Figura 1 – Localização dos mapeamentos executados nos municípios de Caraguatatuba [1], Ubatuba [2], Paraty [3], Angra dos Reis [4] e Mangaratiba [5]. 29 2. MATERIAL E MÉTODOS Foram gerados mapas indicativos do uso da Terra e cobertura vegetal (Anderson et al.,1979) (Jacques e Sinzato, 2001), numa visão estimada na escala 1/125.000, tendo como base imagens de satélites do sistema orbital THEOS (Thailand Earth Observation Satellite) que foi lançado em 1º de outubro de 2008 pela GISTDA – Geo-Informatics and Space Technology Development Agency. Com base nas bandas pancromáticas (PAN) fusionadas, com 2 m de resolução espacial, testes e ensaios laboratoriais foram executados com o sistema SPRING inicialmente, e, em caráter definitivo na seqüência, com o sistema computacional ENVI. As áreas urbanas mapeadas foram identificadas e destacadas como associadas aos seguintes municípios: [1]- Caraguatatuba; [2]- Ubatuba; [3]- Paraty; [4]- Angra dos Reis; e [5]Mangaratiba. Mapeamentos já executados com base em imagens de satélites serviram de referência para suporte no arcabouço metodológico deste artigo, a saber: Cruz (2008), França e Soares (2009), Gelelete (2008), Magalhães et al. (2008), Neto (2007), Oliveira (2010), Pereira (2008) e Pinheiro (2008). A segmentação das imagens PAN, com base nos padrões de cinza e a classificação semisupervisionada, foi executada pixel a pixel, com uso de filtro de mediana 5 x 5 pixels para geração dos polígonos finais, tendo como critério as classes temáticas consolidadas na metodologia do mapeamento formal já executado pelo município do Rio de Janeiro, sob a responsabilidade do seu Instituto Pereira Passos (IPP) e pela UERJ (Souza, 2009). O parâmetro da classificação supervisionada utilizado no software ENVI foi o maximum likehood, pois este foi o que proporcionou melhores resultados. O mapeamento inédito aqui descrito utilizou-se do sistema geodésico SIRGAS_2000, e os documentos cartográficos gerados apresentam o sistema de coordenadas UTM, fusos 22º S e 23º S. Bases vetoriais do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) disponíveis foram empregadas para verificação e controle de georreferenciamentos. Contudo, são listadas a seguir as etapas vencidas na fase inicial do referido projeto: (a) Segmentação e classificação preliminar supervisionada de imagens THEOS PAN; (b) Classificação de Uso da Terra e Cobertura Vegetal a partir de imagens THEOS PAN; (c) Extração de curvas de nível (eqüidistância vertical de 20 m) a partir de imagens ASTER (DEM); (d) Extração de drenagem a partir de imagens ASTER (DEM); e (e) Extração de linha de costa na escala de 1/2.000 a partir das imagens THEOS. Dois conjuntos de dados foram gerados: o primeiro contém as imagens PAN-SHARPENED, resultado da fusão de bandas multiespectrais de 15 m de resolução espacial com a banda PAN de 2 m; e o segundo possui todos os dados gerados e resgatados para este projeto organizados para compartilhamento e backup. Apoio houve em dados vetoriais ambientais disponibilizados pelo INEA e pelo IBGE para o caso dos mapeamentos dos municípios do estado do Rio de Janeiro. Na seqüência foram extraídas as curvas de nível, drenagem, bacias hidrográficas, e o próprio DEM. Estes dados foram gerados a partir do DEM do sensor ASTER, de origem japonesa, em convênio com a NASA. Trata-se de um DEM até então pouco utilizado, mas que possui um ganho bem interessante em resolução espacial perante o SRTM, que é comumente utilizado pela comunidade de Geociências. O ASTER possui uma resolução de 30 m, ao contrário dos 90 m do ASTER. Na geração destes últimos dados houve suporte do software ArcGIS, exceto a extração das curvas de nível (eqüidistância vertical de 20m) que foram executadas no ambiente do sistema GlobalMapper. 2.1 Imagens multiespectrais e pancromáticas THEOS O satélite tailandês Thaichote é o primeiro equipamento de observação da Terra, deste país, e foi lançado em 1º de outubro de 2008 pela GISTDA – Geo-Informatics and Space Technology Development Agency. O Thaichote possui um sensor pancromático com 2 metros de resolução espacial e um sensor multiespectral com 15 metros de resolução espacial, este último, caracteriza-se, também, por possuir além das bandas RGB, a banda infravermelha próxima (IR). Tabela 1 – Imagens THEOS (Thailand Earth Observation Satellite). Instituição Responsável GISTDA – Geo-Informatics and Space Technology Development Agency País/Região Tailândia Satélite THEOS Local de Lançamento Dombarovskiy 30 Veículo Lançador Situação Atual Órbita Altitude Inclinação Tempo de Duração da Órbita Horário de Passagem Período de Revisita Tempo de Vida Projetado Instrumentos Sensores Imagens Pancromático Modo Dnepr -1 Ativo Heliossíncrona 822 km 98,7º 101,4 min 10:00 A.M. (Equador) 26 dias 5 anos 1 PAN e 1 MS CCD Tabela 2 – Propriedades gerais das imagens THEOS pancromáticas. Bandas Resolução Ângulo de Resolução Resolução Espectrais Espectral Visada Espacial Radiométrica Pancromática 0.45 – 0.90µm Até 50º (para pedidos até 30°) 2m 8 bits (entre 12 bits) Tabela 3 – Propriedades gerais das imagens THEOS multiespectrais. Bandas Resolução Ângulo de Resolução Resolução Espectrais Espectral Visada Espacial Radiométrica Azul Área Imageada 22 km x 22 km Área Imageada 0.45 – 0.52µm Verde Multiespectral 0.53 – 0.60µm Vermelho 0.62 – 0.69µm Infravermelho próximo Canais/ Bandas Espectrais Até 50º (para pedidos até 30°) 15 m 8 bits (entre 12 bits) 0.77 – 0.90µm Tabela 4 – Propriedades das imagens THEOS pansharpening. Bandas Resolução Ângulo Resolução Resolução Espectrais Espectral de Visada Espacial Radiométrica Pancromática 90 km x 90 km Área Imageada 0.45 – 0.90µm Azul 0.45 – 0.52µm Verde 0.53 – 0.60µm Pansharpening Vermelho Até 50º (Para pedidos até 30°) 2m 8 bits (entre 12 bits) 22 km x 22 km 0.62 – 0.69µm Infravermelho próximo 0.77 – 0.90µm As imagens multiespectrais THEOS foram submetidas à avaliação de condições de geometria e de conteúdo das bandas. A seguir na Figura 2 pode-se observar as áreas cobertas por elas (aproximadamente 26.368 km2) dos municípios de interesse. 31 Tabela 5 - Áreas (km2) estimadas das imagens THEOS multiespectrais. Identificação Área na Municípios cobertos pelas cenas Imagem (km2) Cena 1 9.005,55 Caraguatatuba e Ubatuba Cena 2 8.750,72 Ubatuba, Paraty e Angra dos Reis Cena 3 8.612,87 Paraty, Angra dos Reis e Mangaratiba Total 26.368,94 Caraguatatuba, Ubatuba, Paraty, Angra dos Reis e Mangaratiba Figura 2 – Localização das cenas THEOS, bandas multiespectrais. Da mesma forma as imagens pancromáticas THEOS foram submetidas a avaliação de condições de geometria e de conteúdo das bandas. A seguir na Figura 3 pode-se observar as áreas cobertas por elas (aproximadamente 1.721 km2). Tabela 6 - Áreas (km2) estimadas das imagens THEOS pancromáticas. Identificação Área na Municípios cobertos parcialmente pelas cenas Imagem (km2) Cena 1 579,04 Caraguatatuba Cena 2 549,77 Ubatuba Cena 3 592,27 Paraty Cena 4 632,29 Angra dos Reis Cena 5 618,81 Mangaratiba Total 1.721,08 Caraguatatuba, Ubatuba, Paraty, Angra dos Reis e Mangaratiba 32 Figura 3 – Localização das cenas THEOS, bandas pancromáticas. 2.2 Mosaico de ortofotografias aéreas Durante o processo de validação do georreferenciamento das imagens THEOS foi feito uso de bases cartográficas vetoriais e do mosaico de ortofotografias aéreas produzido em 2010 pela empresa Emplasa que cobre os municípios de interesse. 2.3 Sistemas computacionais Os sistemas computacionais SPRING 5.2.1 e ENVI 4.7 foram empregados no processamento das imagens THEOS, com exploração de funcionalidades na etapa de segmentação, considerada uma das mais críticas, com testes e ensaios laboratoriais na busca de melhor solução para geração dos contornos dos objetos geográficos. Esse marcou o maior desafio neste projeto, com produção expressiva de mapas temáticos, sem completo apoio de trabalhos de campo. No presente artigo esforços foram concentrados em uso de bases vetoriais disponíveis desses municípios. 3. MAPEAMENTO DIGITAL O mapeamento envolvendo a produção de cartas-imagem e mapas temáticos se deu a partir das imagens THEOS, com o objetivo de cobrir as zonas litorâneas dos municípios paulistas, caracterizadas por expressivo crescimento populacional acompanhado por explosão imobiliária. A seguir são apresentados diagramas do arcabouço metodológico e do SIG desenvolvido. 3.1 Arcabouço metodológico Os mapeamentos, precedentes dos processamentos de imagens, seguiram o seguinte arcabouço metodológico, numa perspectiva de classificação semi-supervisionada. 33 Figura 5 – Arcabouço metodológico. 3.2 Esquema de etapas e fases no ambiente SIG Foi desenvolvido um SIG que desse conta da gerência dos dados geográficos do projeto. A partir do diagrama a seguir é possível observar fases e etapas da implementação do aplicativo, na perspectiva dos serviços básicos de consulta e atualização de um bando de dados espaciais. Imagens de satélites, fotografias aéreas e bases cartográficas vetoriais foram incorporados na coleção das bases de dados que, por sua vez, caracterizaram as condições de análise e de validação dos documentos cartográficos gerados. Com o propósito de manutenção do sistema, foram empregadas técnicas de engenharia de software para garantia de qualidade de sistemas computacionais especializados. 34 Figura 6 – Diagrama geral de etapas e fases do aplicativo no ambiente SIG. 4. RESULTADOS Na Figura a seguir é apresentada a articulação de folhas que compuseram a coleção de mapas temáticos de uso da Terra e cobertura vegetal e cartas-imagem dos municípios envolvidos. Figura 7 – Articulação de folhas do mapeamento executado (escala 1/50.000). 35 Figura 8 – Articulação das folhas do mapeamento em Ubatuba/SP (escala 1/10.000). 36 Figura 9 – Articulação das folhas do mapeamento em Caraguatatuba/SP (escala 1/10.000). Através do processamento das imagens, as seguintes áreas foram cobertas. Na Figura a seguir observa-se as áreas no município de Ubatuba-SP, e na seguinte as áreas no município de CaraguatatubaSP. Figura 10 – Visão geral do mapeamento executado no município de Ubatuba – SP (escala 1/125.000). 37 Figura 11 - Visão geral do mapeamento executado no município de Caraguatatuba – SP (escala 1/125.000). A seguir são apresentados documentos cartográficos como exemplo da produção do referido projeto. Trata-se de cartas-imagem e mapas temáticos de uso da Terra e cobertura vegetal, na escala 1/50.000 (Figuras 12 e 13) e na escala 1/10.00 (Figuras 14 e 15). São recortes espaciais de zonas litorâneas aqui escolhidas para discussão sobre a perspectiva de qualidade geométrica e de aspectos qualitativos relativos aos temas de interesse apresentados na legenda: área urbana, vegetação densa, área florestada, vegetação campestre/pastagem, corpo hídrico, praia arenosa, solo exposto, afloramento e costão rochoso. 38 Figura 12 – Carta-imagem na escala 1/50.000 de porção do litoral norte de São Paulo. Aspectos de forma, cor e textura podem ser observados na Figura anterior, na composição colorida apresentada RGB421, onde privilegiou o infravermelho para destaque da vegetação em falsa cor. 39 Figura 13 – Mapa de uso da Terra e cobertura vegetal na escala 1/50.000 de porção do litoral norte de São Paulo. A Figura anterior mostra, em escala regional 1/50.000, resultado experimental a partir de segmentação e de classificação semi-supervisionada por pixel executada no sistema computacional ENVI. Resolver definições geométricas de contornos e confusão de temas foram os maiores desafios nesta etapa. Destaque é feito ao processo de escolha de melhor geometria para os contornos, diante das incertezas que as imagens apresentaram e em respeito à solução de mapeamento dentro das especificações técnicas exigidas. 40 Figura 14 – Carta-imagem na escala 1/50.000 de porção do litoral norte de São Paulo. Figura 15 - Mapa de uso da Terra e cobertura vegetal na escala 1/50.000 de porção do litoral norte de São Paulo. 41 Na tentativa de executar o mapeamento local, não cadastral, na escala 1/10.000, com base nas bandas pancromáticas observou-se que, com os critérios no contexto do sistema computacional ENVI (segmentação e classificação semi-supervionada) não foram atendidos. Confusão de temas surgiram, como, por exemplo: “Praia arenosa” X “Solo exposto” “Área urbana” X “Praia arenosa” O grande desafio dos mapeamentos temáticos, a partir das imagens de satélites THEOS aqui desenvolvidos, está intimamente ligado ao enfrentamento e superação automática na busca de garantia de atribuição correta dos temas em classes de objetos geométricos, esses como resultados de critérios da segmentação. Ao mesmo tempo sabe-se que inconsistências surgem e devem ser resolvidas. Conflitos na atribuição de temas houve e aqui o propósito é apresentá-los para dar força a numa discussão técnica mais aprofundada. Na Figura a seguir pode ser verificada inconsistência, a título de exemplo, na zona de praia arenosa, que foi erroneamente atribuída como área urbana. Basta comparar visualmente com os aspectos originais da carta-imagem equivalente. Figura 16 – Carta-imagem na escala 1/10.000 de porção do litoral norte de São Paulo. 42 Figura 17 - Mapa de uso da Terra e cobertura vegetal na escala 1/10.000 de porção do litoral norte de São Paulo. No mapa apresentado na Figura anterior, mais uma vez ocorrem inconsistências, e quando são observados e analisados os polígonos indicativos do corpo hídrico representado pela drenagem na porção sudoeste do mapa. Pode ser verificado que houve conflito semântico na categorização de classes, isto é, há vegetação no continente que foi classificada como água erroneamente, uma negligência do sistema ENVI e do técnico/operador na classificação semi-supervisionada. Esses exemplos indicam que o refinamento deste mapeamento temático é necessário a partir de dados reais de campo, e como estão hoje apontam invalidez do seu uso em todas as possíveis aplicações, uma vez que quantificar classes e extrair áreas em documentos cartográficos como assim se encontram, não é prudente. Cuidados devem ser tomados em mapeamentos dessa natureza, onde se busca retratar aspectos da superfície terrestre e representá-los em mapas temáticos. No contexto de orientação da ocupação humana nesse litoral, diante de mudanças climáticas, foi imperativo pesquisar sobre o comportamento do clima num recorte regional, com base em dados do acervo do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP). Diante das séries históricas encontradas foi possível organizar dados e apresentá-los na forma de diagramas como apresentados nas duas Figuras a seguir. A tipologia desses dados temáticos seguiu critérios de grandezas físicas relevantes para as análises espaciais que se pretende, diante de eventos climáticos extremos, com base em: vento, temperatura, radiação solar, precipitação e umidade relativa. Foram disponibilizados mapas indicativos das variações dessas grandezas físicas no website www.georeferencial.com.br para eventuais consultas. Para efeito de agregação e integração de dados temáticos desses tipos foram criadas Tabelas no banco de dados espaciais do projeto. Tabela 8 – Número de documentos cartográficos produzidos. Município/Escala Área (km2) Quantidade de documentos cartográficos 1/50.000 1/10.000 43 Caraguatatuba Ubatuba Paraty Angra dos Reis Mangaratiba Total 482 700 920 620 287 3.009 16 32 34 32 20 134 62 96 116 140 62 476 Para estes mapeamentos foi possível totalizar 134 cartas-imagem e mapas temáticos na escala 1/50.000, e 476 documentos desses mesmos tipos na escala 1/10.000. Ainda no sentido de corresponder às metas do projeto, foram quantificados os valores de áreas das classes empregadas para compor o espectro da legenda dos documentos gerados. Nessa etapa é comprovada a incerteza na qualificação desses documentos, uma vez que a atribuição de classes aos polígonos, resultado da segmentação, é um caso de conflito de semântica no emprego adequado dos padrões de uso da Terra e cobertura vegetal. Esse impasse se resolve, geralmente, com trabalhos de campo para coleta de informações qualitativas, e também com consultas a documentos atualizados das áreas investigadas. Tabela 9 - Áreas (km2) estimadas classificadas por município (escala 1/50.000). Município/Padrã Vegetaçã Vegetaçã Corpo Praia Solo Obras e Aflorament Costão o de uso da o o hídric Arenos Expost Edificaçõe o Rochoso Rochos Terra e Arbórea Gramínea o a o s o cobertura e vegetal Arbustiva Caraguatatuba 453,03 45,99 8,63 1,14 0,01 17,07 0,09 0,19 Ubatuba 651,23 66,11 12,41 1,64 0,02 24,54 0,13 0,27 Paraty 877,75 89,11 16,73 2,21 0,03 45,99 0,17 0,36 Angra dos Reis 566,29 57,49 10,79 1,42 0,02 21,34 0,11 0,23 Mangaratiba 10,67 28,75 5,40 0,71 0,01 10,67 0,06 0,12 Total 2.558,97 287,45 53,96 7,12 0,10 119,61 0,56 1,17 Tabela 10 - Áreas (km2) estimadas classificadas por município (escala 1/10.000). Município/Padr Vegetaçã Vegetaç Corpo Praia Solo Obras e Aflorament Costão ão de uso da o Densa ão hídrico Aren Expost Edificaçõe o Rochoso Rochos Terra e Gramíne osa o s o cobertura ae vegetal Arbustiv a Caraguatatuba 231,80 104,90 215,00 1,10 1,10 30,90 0,50 0,40 Ubatuba 271,70 29,90 230,30 0,70 0,20 18,90 0,20 1,30 Paraty 382,20 51,80 151,00 0,50 0,10 5,50 1,80 1,70 Angra dos Reis 218,00 75,70 319,60 0,50 0,70 14,80 1,00 2,00 Mangaratiba 262,10 112,10 227,50 0,30 0,10 9,30 3,20 4,20 Total 1.365,80 374,40 1.143,40 3,10 2,20 79,40 6,70 9,60 No contexto do projeto de pesquisa que deu origem aos resultados aqui apresentados parcialmente, há etapas a serem vencidas de carga do banco de dados, em se tratando de dados de clima. Essa etapa, no SIG criado, está sendo tratada na geração de mapas temáticos onde há duas versões, em escalas distintas. Numa delas são apresentados num recorte mais geram, em escala menor, elementos do meio físico, com nas Figuras a seguir. Outra versão é marcada por mapas na escala aproximada de 1/1.000.000, envolvendo os municípios litorâneos paulistas e fluminenses. 44 O que se espera a partir dos progressos é associar espacialmente onde tem ocorridos eventos extremos climáticos nessa região, e apresentá-los nos mapas temáticos, e executar comparações sobre os mapas de uso da Terra e cobertura vegetal, tanto gerados com as imagens THEOS, como outros disponíveis. As metas seguintes são nesse sentido de orientar a população, em face de séries históricas climáticas, sobre a estratégia de ocupação hoje e nos últimos anos, e em que medida é possível estabelecer orientação para o uso da Terra. Figura 18 – Mapa de temperatura (ºC) média em janeiro de 1979 (IAGCA/USP). 45 Figura 19 – Mapa de temperatura (ºC) média em julho de 1979 (IAGCA/USP). Objetivando apresentar, por meio de cores distribuídas em quadrantes, as variações numéricas dos elementos do meio físico, em séries históricas, foram estruturados layout de mapas temáticos envolvendo os municípios de interesse como mostram as cinco Figuras a seguir, caracterizado nessa amostragem o caso de ventos, temperatura, temperatura, radiação solar, precipitação e umidade relativa, em valores médios, para épocas distintas (IAGCA/USP). Entendendo que para todos esses dados do meio físico a série histórica estudada foi para os anos de 1979, 1989, 1999 a 2008. 46 Figura 20 – Mapa de ventos (ano de 2008). Figura 21 – Mapa de temperatura média (ano de 1999). 47 Figura 22 – Mapa de radiação solar média (ano de 1989). Figura 23 – Mapa de precipitação média (ano de 1979). 48 Figura 24 – Mapa de umidade relativa média (ano de 2008). 5. CONCLUSÃO A experiência com imagens THEOS destinadas ao mapeamento regional (1/50.000) obteve êxito, mesmo em se tratando de resultados preliminares, no recorte espacial do litoral em questão. Refinamento sobre os resultados a partir da classificação semi-supervisionada obtida é necessário, uma vez que observou-se a existência de inconsistências qualitativas. A solução dos conflitos semânticos, que dão o caráter investigativo da pesquisa sobre os resultados alcançados, é o grande desafio enfrentado. Associado à essa solução são imperativos investimentos. Não há como negligenciar os esforços aqui sucintamente descritos no sentido de busca de melhores resultados, no método adotado de segmentação e nos procedimentos na classificação. O profissionalismo cartográfico persiste tanto nas comprovações de campo dos padrões apresentados, e nesse processo observa-se que imagens de alta resolução empregadas permitem mapeamentos mais detalhados, diante dos convencionais com resolução espacial média e pequena. Mas é notado aqui nessa experiência as fases seguintes, i. e., os desdobramentos para garantia de mapeamento cartográfico também na escala 1/10.000. Todos os mapas temáticos revisados e ajustados estão disponíveis em: http://georeferencial.com.br/linhas-e-projetos-de-pesquisas/. Os dados do meio físico foram pesquisados numa visão regional e em escala pequena. A adequação desses dados na análise integrada pretendida permitiu apresentar cenários históricos de sua evolução, diante dos eventos extremos de maior expressão no litoral de Ubatuba e Caraguatatuba/SP. O projeto está em franco desenvolvimento com etapas a vencer: carga no banco de dados espaciais considerando dados de clima e de censos demográficos, o que permitirá consultas espaciais e atualizações. Mais desafios se configura também nessa fase final do projeto. Resultados estão sendo gradativamente validados e disponibilizados no website. AGRADECIMENTOS: Os autores agradecem aos pesquisadores do Instituto Geológico da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo Celia Regina de Gouveia Souza, Cláudio José Ferreira e Denise Rossini Penteado. Agradecem também aos alunos do curso de Geofísica Lais Ribeiro Baroni e Filipe Quintanilha Pereira, ambos da Universidade Federal Fluminense (UFF), e, por fim, Eduardo Paço da Hora e Marcelo Francisco 49 Moraes da empresa Globalgeo Geotecnologias. Por último, é feito um agradecimento às agências de fomento à pesquisa FAPERJ e FAPESP. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CÂMARA, G, DAVIS, C. E MONTEIRO, A. M. 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Prof. Dr. Gilberto Pessanha Ribeiro Professor Adjunto [email protected] =================================== Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ 50 Faculdade de Engenharia Departamento de Engenharia Cartográfica Laboratório de Computação Aplicada à Cartografia - LCAC Rua São Francisco Xavier, 524 sala 4020-B 20.550-900 - Rio de Janeiro/RJ - Brasil Tel.: 55 (21) 2334-0648, (21) 2334-0641, (21) 2334-0035 ===================================