Ano XXVII - Nº 122 - jul/ago 2014
SÓCIOS SÃO NOTÍCIA
• João Pedro de Saboia Bandeira de Mello Filho, em abril, foi agraciado pelo Superior Tribunal Militar
brasileiro, com a Ordem do Mérito Judiciário Militar, grau de Alta Distinção.
• Roberto Guião foi entrevistado no dia 4 de junho, em programa de TV de Volta Redonda-RJ, quando
discorreu sobre suas pesquisas da História do Café e sua gente, o arquivo de sua propriedade sobre o
tema, a importância da genealogia como “irmã siamesa” da História, com generosa citação ao Colégio.
Assistir em https://www.youtube.com/watch?v=8ZnM7iqjI6g (com mais três blocos seguintes).
• Marcos Paulo de Souza Miranda lançou, dia 24 de junho, no Salão Vermelho da Procuradoria do Estado
de MG, em Belo Horizonte, sua obra O Aleijadinho revelado: estudos históricos sobre Antônio Francisco
Lisboa. Leia reportagem sobre o confrade, publicada na Veja BH, transcrita adiante, p. 9.
• Jorge Olmar Marialva Copello proferiu a palestra “Uma trama bem urdida – Imigrantes
teutos de 1845 e a fundação da Povoação Palácio de Petrópolis”, na Casa de Claudio de
Souza, sede do Instituto Histórico de Petrópolis – IHP, no dia 14 de julho.
• Regina Cascão participou do programa Cara a Cara, da apresentadora Janete Aguiar, na TV
Canal 5 da cidade de Três Rios-RJ, discorrendo sobre genealogia, no dia 27 de julho.
NOTÍCIAS DO CBG
• Biblioteca - Em razão do exíguo espaço para guarda, só temos como adicionar a nosso acervo obras
eminentemente genealógicas ou que tenham, em seu conteúdo, pelo menos uma boa parte que trate de
genealogia, nossa precípua razão de existência.
Registramos nossos agradecimentos aos que enviaram volumes de sua autoria e/ou de outrem, para
ampliar o acervo CBG. São os seguintes os livros registrados no período.
- Memorial Açoriano - de Luiz Antônio Alves, aquisição
- vol. 8 - Famílias Pioneiras do Rio Grande do Sul - de origens açorianas [ Encarnação > Faria ]
- vol. 42 - Famílias Povoadoras do Estado de São Paulo – de origens açorianas [ Abbot > Wendhausen ]
- vol. 50 - Famílias Pioneiras em Minas Gerais – de origens açorianas [ Amaral > Viveiros ]
- Forte Gente - de Rui Flávio Chúfalo Guião, doação do autor.
O livro conta das origens do autor e de sua esposa, abrangendo famílias radicadas no interior de São Paulo: Guião – a partir de João
Rodrigues Guião; Vieira de Andrade Palma, oriunda do sul de Minas Gerais; Tonzar, italiana de de Gorizia, no Vêneto; Chúfalo, também
italiana, mas da região de Nápoles; Penna, do Vale do Paraíba, cafeiculores da Serra da Bocaina; Ávila, espanhóis, que passaram a
Portugal e de lá ao Brasil; Barros Cruz, de bandeirantes.
- Apontamentos Genealógicos da Família Nunes - de Reginaldo Miranda, doação do autor.
Os Nunes constituem uma das mais antigas famílias piauienses, oriunda de Portugal, com vetustas raízes na Espanha. Além da família
principal são abordadas também as famílias Barbosa Ribeiro, Pereira de Araujo, Costa Veloso, Mendes Vieira, Sobral e Pereira Nunes.
- Breve notícia sobre o Barão de Tracunhaém e sobre os engenhos Goitá, Cavalcanti, Cordeiro e São João:
uma história pernambucana - de Francisco Ramos Barreto Jr., doação do autor.
A obra aborda João Cavalcanti Mauricio Wanderley - Barão de Tracunhaém, as famílias Wanderley, Cavalcanti, Albuquerque e Lins, e os
engenhos nominados no título.
- A Saga da Família Rockenbach do século XVII ao XXI - de Paulo José Rockenbach e Liane Margarida
Rockenbach Tarouco, doação dos autores.
Com a colaboração de diversos familiares, e sob a coordenação do confrade Paulo José, a obra traz a história da família no sul do
Brasil, sua genealogia, e registros de correspondências, eventos e artigos.
CBG - Carta Mensal 122 - jul/ago 2014 • 01
LANÇAMENTO DE LIVROS
A associada Eliana Quintella de Linhares lança mais uma obra de sua autoria:
Os Velloso Linhares – que, partindo de São Paulo, ajudaram a conquistar e
povoar o Rio Grande do Sul.
São 568 páginas com imagens e transcrição de documentos, que contam do
que foi a luta dos primeiros colonizadores que desbravaram as terras do sul do
Brasil, destacando algumas famílias ainda pouco estudadas que fizeram parte
desse grupo de destemidos.
Famílias que posteriormente radicaram-se em Santa Catarina (Chapecó,
Xanxerê, Mafra) , Paraná (Ponta Grossa) e Rio Grande do Sul, neste
principalmente nas cidades de Caçapava do Sul, Santana da Boavista, Passo
Fundo, Nonoai, Santana do Livramento e Encruzilhada do Sul . Foram elas: os
Velloso de Linhares, Loureiro de Mello, Vieira, Ayres de Toledo, Maciel, Serpa,
Alves de Oliveira, Rodrigues de Oliveira, Prestes dos Santos, Boita, Bandeira,
Fernandes de Carvalho, Gonçalves Dias, Castro e muitas outras que a essas se uniram pelo casamento.
Desta vez apresentando o ramo familiar do marido gaúcho, diz Eliana sobre o livro: “É o resultado de 10 anos
de andanças pelo Rio Grande do Sul, onde pacientemente consultamos arquivos diversos e coletamos dados.
Acreditamos que ao final fizemos um bom trabalho, que os interessados poderão apreciar.”
A obra traz na capa a Igreja de N. Sra. da Luz e do Bom Jesus dos Pinhais, no Paraná. Disponível ao preço de
R$ 40,00 mais postagem, devem os pedidos ser dirigidos à autora no endereço
[email protected]
CURIOSIDADE EM REGISTRO CIVIL DE MATRIMÔNIOS
Contribuição da pesquisadora Márcia Helena Miranda de Souza, Vila Velha-ES.
No livro de casamentos civis de Niterói-RJ, jun 1904 – fev 1916, fl. 44, consta o matrimônio de NNN
(português, 22 anos, artista) com XXX (brasileira, 18 anos, mãe falecida e morando com o pai). Quase
terminado o registro, é interrompido, com a anotação de “sem efeito” encerrando o texto. E inicia-se novo
registro, de mesmo número de termo, do seguinte teor – aqui omitidos os nomes dos nubentes, mantida a
grafia original, e sendo nosso o grifo:
Aos desenove dias do mes de janeiro de mil novecentos e quinze neste quarto districto do Municipio de
Nichteroy, Capital do estado do Rio de janeiro, às dez horas na sala das respectivas audiencias à rua de São
Lourenço numero cento e quarenta e cinco, perante o segundo Tenente Guilherme Cezar Sampaio Leite,
terceiro Juis de Pas em exercicio e Prezidente dos Cazamentos deste mesmo districto, compareceram NNN e
dona XXX, que vinham se receber em matrimonio, sendo após de aberta a respectiva audiencia interrogada
pelo Meretissimo Juis a segunda contrahente se se casava por sua livre e espontanea vontade foi por
ela respondido que não era a sua vontade de se casar com o primeiro contrahente, em vista do que
immediatamente o meretissimo Juis sustou o acto e mandou lavrar o prezente termo que vae por elle
assignado e por Ernesto Luis dos Santos Garces e Antonio Luis de Figueiredo a rogo dos contrahentes por não
saberem ler nem escrever e por mim Luiz Francisco de Araujo, Official do registro que o escrevi.
Certamente a jovem nubente terá usado de toda a sua coragem para recusar a casar-se no exato momento do
ato civil. Contudo esta coragem deve ter sido “contornada”, uma vez que algumas poucas folhas adiante
(46v), encontra-se registrado o casamento às cinco horas da tarde do mesmo dia, desta vez efetivado
conformes as regras.
E mais curioso ainda: umas tantas páginas a seguir, outro registro (fl. 191) no mesmo livro tem o número do
termo alterado para 00, com a seguinte anotação à margem:
Este termo não tem effeito algum, por ter a contrahente Fulana se recusado a contrahir matrimonio com
Beltrano, na occasião em que o Juiz presidente do acto procedia as formalidades da Lei. Eu, João Luiz da
Cunha, escrivão que o escrevi.
Pelo menos desta feita não se encontrou registro algum adiante, onde esta noiva voltasse atrás em sua
decisão...
02 • CBG - Carta Mensal 122 - jul/ago 2014
OS JUNGMANN DE PERNAMBUCO (2ª PARTE)
Por Regina Cascão
No Diário de Pernambuco de 7 de junho de 1966, portanto há 48 anos, o grande genealogista Orlando
Cavalcanti, Patrono da Cadeira nº 28 do Colégio Brasileiro de Genealogia que - também por causa dele - eu
me orgulho de ocupar, publicou um de seus muitos artigos sobre famílias e personagens pernambucanos.
Entitulado “Os Jungmann” e incluído pelo Instituto Genealógico, Histórico e Geográfico Pernambucano –
IAHGP no livro “Gente de Pernambuco” vol. 2, do ano de 2000, versa o artigo sobre o estabelecimento e a
descendência de Georg Friedrich Hermann Jungman /Jorge Jungmann no Estado de Pernambuco.
Apresentada a primeira parte na Carta Mensal anterior, nº 121 maio-jun, segue aqui a segunda e última
parte do artigo de Orlando Cavalcanti em itálico, acrescido dos dados de minhas próprias pesquisas, que se
iniciam pelas letras RC de Regina Cascão.
OS JUNGMANN DE PERNAMBUCO – parte 2
4 / OC 2 – Carmen Jungmann Pinto, casada com Raul da Silva Pinto (sobrinho de Pinto Júnior) sendo pais de
Carmen e Sylvio.
.......................................................................
RC: Carmen Leite Jungmann nasceu a 21.01.1892, cfe. informações de sua neta Eliane. Casou-se às 16h
30min no Largo da Soledade, 447, Boa Vista, Recife-PE (2º Cartório B31, 37, termo 7446) com Raul da Silva
Pinto, viúvo de Maria Elisa da Cunha Pinto, comerciante, nascido a 27.09.1884, filho do Comendador José
Antonio Pinto e Clementina da Silva Pinto.
Foram pais de:
4.1 Carmen Jungmann Pinto, que casou com Carlos Luiz de Andrade, com geração;
4.2 Sylvio Jungmann da Silva Pinto, nasc. a 29.06.1925 no Recife, func. público e jornalista. Casou (1)
com Ivanise Belens Moreira, com geração. Casou (2) com Celina Lima Verde, com geração.
.......................................................................
5 / OC 3 – Augusto Leite Jungmann. Bacharel. Professor da faculdade de Direito de Goiás. Procurador Geral do
mesmo Estado. Em Goiás casou com Ana Jardim da Silva Jungmann, sendo pais de Jorge, Maria do Carmo,
Maria Adelaide, Maria Augusta, Maria de Lourdes, José Mário e Augusto.
.......................................................................
RC: Augusto Leite Jungmann, advogado, faleceu a 13.03.1937 (Correio de São Paulo, 18.02.1937). Casou em
Goiás com Ana Jardim da Silva, nascida na cidade de Villas Boas, antigo nome da atual cidade de Goiás-GO.
Foram pais de:
5.1 Jorge Jungmann, nasc. 1915 em Goiás, GO, fal. 1995. Casou em 1934 com Henedina de Azevedo,
com geração.
5.2 Maria do Carmo Jungmann, nasc. 01.04.1916 em Goiás, GO. Faleceu solteira, sem geração.
5.3 Maria Augusta Jungmann, nasc. 16.05.1918 em Goiás, GO, fal. 14.10.1985 na Rodovia Fernão Dias,
sepultamento em Belo Horizonte- MG. Casou com Gustavo Pena de Andrade, filho de Ovidio João Paulo
de Andrade e Julieta Elisa Penna de Andrade, com geração.
5.4 Maria Adelaide Jungmann, nasc. 15.05.1921 em Goiás, GO, fal. 29.01-2011 em São Paulo- SP. Casou
com Arnaldo Costa Cardoso, com geração.
5.5 José Mario Jungmann, nasc. 19.03.1927. Casou com Manuelita de Oliveira Ney, com geração.
5.6 Maria de Lourdes Jungmann, nasc. 28.01.1929 em Goiás Velho-GO, fal. 03.09.2010 em Brasília-DF.
Casou com Tasso Réa Jannuzzi, filho de Mario Jannuzzi e Aida Réa Jannuzzi, com geração.
5.7 Augusto Jungmann Filho, nasc. 25.12.1932 em Goiás-GO, fal. 27.08.1998 em Goiânia-GO. Casou
com Élia Villas Boas Neves, filha de Arlindo Timóteo Neves e Astrogilda Villas Boas Neves, com geração.
CBG - Carta Mensal 122 - jul/ago 2014 • 03
.......................................................................
6 / OC 1 – João Jungmann, nascido a 14.05.1894 e falecido em 26.01.1965 no recife. Foi um magistrado de
grande conceito. Sua carreira resume-se deste modo: Promotor Público da Comarca de Trunfo (07.12.1918);
Promotor Público da Comarca de Correntes (22.08.1919); Juiz Municipal da Comarca de Gravatá
(06.04.1922); Juiz de Direito da Comarca de Leopoldina, hoje Parnamirim (19.07.1926); Juiz de Direito da
Comarca de Salgueiro (07.08.1926); Juiz de Direito da Comarca de Triunfo (05.11.1928); Juiz de Direito da
Comarca de Bonito (14.11.1929); Juiz de Direito da Comarca de Goiana (10.01.1931); Juiz de Direito da
Comarca de Olinda (05.09.1931); Procurador geral do estado (13.09.1933); Desembargador da Corte de
Apelação, hoje Tribunal de Justiça de Pernambuco (25.08.1934). No Recife a 23.11.1921 (2º Cartório de
Casamentos 35, 90) casou com Carmen de Albuquerque Jungmann, filha de José Félix de Albuquerque e de
Maria do Carmo Galvão de Albuquerque; neta paterna de Demócrito Cavalcanti de Albuquerque, dr., e de Ana
de Mello Albuquerque; neta materna de Horácio Pires Galvão, Major, e de Amélia de Mello Pires Galvão (irmã de
Ana, supra). Teve o casal oito filhos: Fernando (que foi Secretário de Interior e Justiça de Pernambuco), Ruy,
Gilberto, Norma, José, Paulo, Renato e Myriam.
............................................................................
RC: João Leite Jungmann nasceu a 14.05.1894, Recife, PE, batiz. 04.08.1899 na Igr. da Soledade (Boa Vista
18, 67), tendo por padrinhos: Dr. Francisco da Cunha Beltrão e Alice Lopes Fernandes; fal. 26.01.1965,
Recife, PE. Casou com Carmen de Albuquerque, filha de José Felix de Albuquerque e Maria do Carmo Galvão
de Albuquerque.
Foram pais de:
6.1 Fernando de Albuquerque Jungmann, nasc. 05.11.1922, Recife -PE, fal. 09.11.1994 em São Paulo,
SP. Casou com Myrthes Cavalcanti Pina, filha de Milton Cavalcanti Pina e Aurora Horta Pina, com
geração.
6.2 Ruy Jungmann, nasc. 20.01.1924, Recife-PE, fal. 11.03.2005 no Rio de Janeiro-RJ. Casou com
Eliane Cunha, filha de Horácio de Azevedo Cunha e Zilda Jaguaribe de Oliveira Cunha, com geração.
6.3 Norma de Albuquerque Jungmann, nasc. 20.07.1927, fal. 14.07.2000. Casou com Luiz Fernando
Coimbra de Castro, com geração.
6.4 Gilberto de Albuquerque Jungmann, nasc. 27.06.1929, fal. 03.04.1993. Casou com Célia Pereira,
com geração.
6.5 José Armando Jungmann, nasc. 19.03.1929, fal. 23.10.1983.
6.6 Paulo de Albuquerque Jungmann, nasc. 18.03.1931 Goiana -PE, fal. 09-09-1989 em Recife-PE.
Casou com Thereza Maria de Campos Mello, filha de Jocelyn de Campos Melo e Dulce Barbosa de Campos
Melo, com geração.
6.7 Renato de Albuquerque Jungmann, nasc. 01.09.1933, fal. 16.08.1982. Casou com Maria Tereza
Maciel, com geração.
6.8 Myrian de Albuquerque Jungmann, nasc. 01.11.1935, fal. 19.07.1994. Casou com Vicente
Cavalcanti de Gouveia Filho, filho de Vicente Cavalcanti de Gouveia e Maria José Castelo Branco.
Um dos mais expressivos historiadores de São João Del Rei – MG foi Fábio Nelson Guimarães. Associado CBG
em abril de 1992, foi o grande incentivador dos movimentos culturais na cidade, tendo sido fundador do Instituto
Histórico e Geográfico local (e seu primeiro presidente), da Academia de Letras, do Centro Artístico e Cultural, e
do Museu (histórico municipal) Tomé Portes Del-Rei, na casa onde nasceu Bárbara Heliodora. Pesquisou e
publicou sobre vários personagens locais. Faleceu aos 64 anos, em 1º de julho de 1976.
04 • CBG - Carta Mensal 122 - jul/ago 2014
IMIGRANTES GERMÂNICOS – EXTRA COLONOS
Homenagem aos 169 anos da chegada dos colonos germânicos à Imperial Colônia Germânica de Petrópolis,
Província do Rio de Janeiro, ocorrida em 29 de junho de 1845.
Por: Paulo Roberto Martins de Oliveira
Associado Adjunto CBG
Publicado no jornal Tribuna de Petrópolis, em 29.06.2014.
Desde 29 de junho de 1845 - com a fundação da Imperial Colônia de Petrópolis - até 06 de janeiro de 1860 com o término da mesma, além do contrato provincial para a vinda dos colonos germânicos, afluíram a
Petrópolis muitos imigrantes como “Extra Colonos” de várias etnias: alemães, belgas, franceses,
portugueses, suíços e outros. Porém, neste trabalho, apresentarei apenas os alemães, para que, a partir
deste, não mais os confundam como colonos contratados.
Os colonos contratados pelo Governo Provincial do Rio de Janeiro eram obrigados a permanecer na
província, conforme o Artigo 17º do regulamento:
“Artigo 17º - Nenhum colono obrigado à Província pode ausentar-se de Petrópolis
sem prévia licença da diretoria; e, fazendo-o, poderá ser preso e reconduzido
judicialmente à Colônia.”
Desta forma, eles somente ficariam livres deste compromisso após saldarem suas dívidas (passagens e
alimentação da viagem que fizeram para o Brasil). Já os “Extra Colonos” podiam entrar ou sair a qualquer
momento.
Vale ressaltar que os colonos contratados pelo governo da província em 17 de junho de 1844, e que
chegaram a partir de 29 de junho de 1845, entre outros acordos deveriam ser oficiais hábeis nos ofícios de
canteiro, carpinteiro, cavouqueiro, ferreiro, pedreiro e trabalhadores de estrada. Porém, entre os colonos e
os “Extra Colonos”, as profissões eram as mais variadas, sendo que algumas delas atualmente não são mais
aplicadas, a não ser em serviços de restaurações.
Na realidade, de um certo modo os “Extra Colonos” vieram preencher a falta de outras habilidades
profissionais de que carecia a colônia e, além das que já foram mencionadas, houve um acréscimo com as
mais variadas profissões: alfaiate, barbeiro, calceteiro, carniceiro, carvoeiro, cobridores de casas com zinco
– telhas cerâmica e taboinha, cocheiro, correeiro, encadernador, envernizador, fabricantes de cartas, de
piano e de carroças (e outros veículos muares), fundidor, funileiro, jardineiro, marceneiro, moleiro, oleiro,
ourives, padeiro, parteira, penteeiro, relojoeiro, sapateiro, segeiro, serralheiro, tanoeiro, tecelão e tecelão
de meia, tintureiro, torneiro e vidraceiro. Dentre estes, havia empregados, engenheiros, negociantes,
mestres de escola, caixeiros, médicos e enfermeiros.
Os “Extra Colonos” desta pesquisa foram encontrados por meio de diversas fontes: assentamentos
eclesiásticos (católicos e luteranos), títulos de aforamentos de prazos de terras, relatórios anuais da
Imperial Colônia, jornais da época (Paraíba e o Mercantil) e no livro Os Mercenários do Imperador (A
primeira corrente imigratória alemã no Brasil), por Juvêncio Saldanha Lemos, Biblioteca do Exército
Editora, 1996.
Segundo a estatística do Relatório anual do ano de 1855 da Imperial Colônia, do diretor José Maria Jacinto
Rebelo, consta que: “A população de Petrópolis foi dividida em duas partes distintas, a saber: Colonial e Extra
Colonial com a população total de 5010 almas; sendo 2704 colonos e 2306 extra colonos, além de 32 africanos
livres ao serviço das obras da diretoria e, 17 da superintendência.”
Dos “Extra Colonos” que se estabeleceram em Petrópolis, alguns se destacaram na vida social da bucólica
Imperial Colônia, geralmente como autônomos e prestadores de serviços. Um destes trabalhadores foi o
cocheiro e tilbureiro Leon Rudolf Franz von Seehausen (na época conhecido como o Barão von Seehausen),
* 1840 em Berlim, Alemanha, filho do Barão Gustavo von Seehausen e de Elisa von Schkopp.
A seguir teremos alguns dados sobre o Barão, extraídos da Tribuna de Petrópolis de 10 de janeiro de 1929,
num artigo escrito por João de Petrópolis – o saudoso Jornalista e Historiador Walter João Bretz.
CBG - Carta Mensal 122 - jul/ago 2014 • 05
“Um legítimo titular prussiano foi quem primeiro exerceu esse ofício (tilbureiro) em nosso meio.”
“Por problemas políticos na Alemanha, a família von Seehausen, nos anos quarenta do século XIX se exilou no
Brasil, em Santa Catarina - SC. Mais tarde e com dificuldades financeiras, os membros desta família se
dispersaram e Leon Rudolf veio para Petrópolis. A princípio aqui se estabeleceu com o ramo de alugar animais
para montaria e depois adquiriu um tílburi (carro puxado por um só animal) para servir à sua freguesia.”
Em 19 de maio de 1866, Leon Rudolf Franz von Seehausen (o Barão do Tílburi) casou-se com Marie Catharine
Zacher, * 1847 e + 1932, filha do colono Johann Zacher e de Anne Elisabeth Brauch. Leon Rudolf faleceu em
16 de julho de 1879, aos 39 anos de idade, deixando grande descendência.
Dentre outros ilustres e primitivos moradores, também vieram para Petrópolis, o Engenheiro Guilherme
Kopke e seu irmão, o Professor Henrique Kopke. Eram portugueses, mas de origem germânica. Em 1848,
Henrique Kopke aforou o prazo de terras nº 620 no Quarteirão Nassau e neste construiu o primeiro
educandário particular, o “Colégio Petrópolis”, também conhecido como Colégio Kopke, que foi inaugurado
em 01 de janeiro de 1850.
Carl Friedrich Spangenberg, escultor em madeira que executava magníficos trabalhos artísticos, destacandose as célebres bengalas, muito conhecidas na Europa, desempenhou também em Petrópolis a função de
construtor. Residiu por mais de cinquenta anos na Rua dos Protestantes (atual Rua 13 de Maio), sendo um
dos primitivos moradores da colônia. Casado que foi com Helene Isensee, deixou grande descendência. Vale
ressaltar que algumas de suas belas esculturas encontram-se no Museu Imperial de Petrópolis.
Uma das famílias que também contribuiu para o progresso de Petrópolis foi a Bretz. A descrição da chegada
do patriarca em nossas terras encontra-se publicada no Jornal do Brasil de 22/23 de setembro de 1957, pelo
saudoso historiador Guilherme Martinez Auler:
“João Bretz, * 03 de outubro de 1831 em Steinborkenheim, Grão Ducado de Hesse – Darmstadt, Alemanha,
filho de Jacob Bretz e de Anna Elisabeth Germann - Segundo seu passaporte expedido a 31 de março de 1856,
viajou para o Brasil via Antuérpia, pelo navio “Van Dick” para visitar um tio, chegando ao Rio de Janeiro em 26
de maio. Em Petrópolis, logo a 22 de junho do mesmo ano, casou-se com Margarida Baldner (*1830 e + 1870),
com descendência de quatro filhos: Felipe, Elisa, João e Carlos. – Alfaiate de profissão, estabeleceu-se na Rua
dos Protestantes (atual Rua 13 de Maio). – O primogênito de João e Margarida nasceu em 14 de março de
1857, casando-se com Maria Elisa Auler Casqueiro a 06 de agosto de 1881. Deste casal houve uma prole de
quatro filhos e, um deles foi o ilustre jornalista e historiador da cidade Walter João Bretz, que se casou com
Maria Teresa Grünewald, filha da ama de leite do Príncipe do Grão Pará.”
Muitos outros imigrantes alemães que vieram para a Imperial Colônia mereceriam estar listados e os seus
dados biográficos enaltecidos, porém, o espaço oferecido não permite. Para continuar com a listagem geral
dos imigrantes não colonos, seguiremos com os remanescentes militares germânicos do Exército Imperial
de Estrangeiros, que vieram para a colônia e aqui adquiriram terras, foram eles:
COX, Friedrich Carl, capitão do 3º Btl. Granadeiros – RJ; DIERKS (ou DIERKEN), Johann, soldado do 2º Btl.
Granadeiros – RJ; HERMANN, Johann, cadete do 28º BC – RJ; KAISER, Johann Gottlieb, cabo do 3º Btl.
Granadeiros – RJ, que adquiriu dois prazos de terras: o de nº 1632 e o 1633, no Quarteirão Castelânea, e com
pagamento de foro desde 01/01/1846. Em 1976, a casa que construiu num dos seus terrenos foi restaurada
e transformada no Museu Casa do Colono; PAUL, Carl, soldado do Esquadrão de Lanceiros – RJ; SCHAEFER,
Christoph, soldado do 2º Btl. Granadeiros – RJ e SCHMIDT, Heinrich, soldado do 28º BC – RJ.
A seguir e, em ordem alfabética dos apelidos, temos uma relação de todos os “Imigrantes Germânicos Extra
Colonos” que vieram no período existencial da Imperial Colônia, dando conta, em alguns casos, da religião
de cada um (Ev = evangélico - Catól. = católico) e também do que consegui apurar de suas profissões:
ALT, Johann Jacob – (Ev);
AHRENS, FRIEDRICH (Catól.) – foi o mestre ferreiro
das obras de construção do Palácio Imperial;
BERG, Carl Wilhelm Albers – (Ev), pintor;
BERGMANN, Heinrich Christian – (Ev);
BERGMANN, Gaspar – (Ev);
BEST, Paul – (Catól.);
06 • CBG - Carta Mensal 122 - jul/ago 2014
BRETZ, Johann – (Ev);
BRÜCK, Johann Joseph – (Catól.);
CACHEINS, Peter – (Ev) – foi proprietário da
primeira padaria, próxima à atual Pça. D. Pedro II;
CAFFICK, Claus Heinrich – (Ev);
DÄNKER, Christof Wilhelm August – (Ev)
EDOM, Hermann Theodor – (Ev);
ENGELMANN, Nicolaus – padeiro;
FELT, Conrad – (Catól.);
GOEBEL, Heinrich Wilhelm – (Ev);
GOEBEL, Johann Peter – (Ev);
HAACKE, Carl – (Ev);
HUSFELDT, Christof – (Ev);
JENTSCH, Johann Gottlieb – (Ev);
KAISER, Ludwig – em 1852 abriu uma loja de
sapatos na Rua do Imperador;
KAISER, Richard – (Ev);
KETZ, Franz – (Ev);
KISTERMANN, Adolpho – professor;
KISTERMANN, Johann – alfaiate;
KONRATH, Jacob – (Ev);
KRANCHER, Johann Gottlieb – (Ev);
KRETZSCHMER, Carl Edward – (Ev);
KRIKKE, Anton Carl – (Ev);
KRÜGER, Friedrich – sapateiro;
LEMCKE, Friedrich – (Ev);
LORENZ, Jacob – (Ev);
LUTZ, August – (Ev);
MARDOCH, Wilhelm – (Ev);
MORBECK, Heinrich – (Ev);
MÜCKLI, Friedrich – (Ev);
NAGEL, Friedrich – (Ev);
PISTER, Anton – (Ev) – pintor;
PÜHLER, Philipp Gottifried – (Ev);
REIBOLD, Johann Heinrich – (Ev);
REILHE, Adolpho;
REINSTELO, Philipp – (Catól.);
RIEGER, Ernest Ludwig Oscar Eugenio – (Ev);
RITTMEYER, August Carl – ourives e relojoeiro;
RITTMEYER, Michael – ourives e relojoeiro;
RITTMEYER, Paul – ourives e relojoeiro;
SCHAARD, Johann – (Catól.);
SCHNORR, Jacob – (Catól.);
SCHWEIK, Leonhard – (Ev);
SEEGER, Michael – (Catól.);
SEIPEL (ou SEIPERT), Mathias – (Catól.);
SIEBER, Heinrich e Wilhelm – gravadores em cristal
e vidro – alguns dos seus trabalhos encontram-se no
Museu Imperial;
SIEBLER, Joseph – ourives e relojoeiro;
SPANGENBERG, Ludwig – (Ev);
STAHMANN, Anton Ludwig – (Ev);
STROELE, Pastor Georg Gottlob – em 24 de maio de
1863 fundou o Templo Luterano em Petrópolis, à
Rua de Joinvile (atual Av. Ipiranga);
STROELE, Heinrich – (Ev) – professor;
UHLMANN, Friedrich – (Ev);
WEISSINGER, Friedrich – (Ev);
WEITZMANN, Georg Heinrich – (Ev);
WERLICH, Ludwig – (Ev);
WIBBECKE, Heinrich – (Ev) e
WOLTER, Johann Friedrich – (Ev).
O POMERANO MIGRAVA EM GRUPOS
Ivan Seibel*
Boletim Brasil-Alemanha – 13.06.2014
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Ainda nos dias de hoje se fala que as famílias pomeranas típicas não migravam sozinhas, elas geralmente
viajam juntas. Assim, todas as grandes famílias pomeranas [no Espírito Santo] migraram em grupos, seja de
Santa Leopoldina para Santa Joana, como também de Santa Joana para Laranja da Terra.
Além disto também merece ser citada uma outra característica que diz respeito à lei da herança implantada
na Prússia na segunda metade do século XIX. Esta ajudou a alavancar o processo de evasão de milhares de
indivíduos. Este direito à herança para todos os filhos também tinha sido oficializado no Brasil, tanto para a
pequena como para a grande propriedade.
Entretanto, aqui do Brasil, entre os pomeranos, a indivisibilidade da propriedade continuou sendo
praticada. Na região de imigração da Província de Espírito Santo, mesmo que de maneira informal, mantevese de forma sólida o padrão de família das três gerações com todas as suas implicações também na questão
da herança.
Em boa parte das famílias, o costume persistiu de forma velada até praticamente toda a primeira metade do
século vinte. Na verdade, os bons rendimentos obtidos com a produção de café permitiram a manutenção da
propriedade do núcleo familiar, mesmo que muitas vezes, em novas áreas recém- desbravadas, novas
propriedades pudessem ser adquiridas para os outros filhos homens.
*Ivan Seibel, natural do ES, é médico em Venâncio Aires, RS, prof. adjunto da UNISC, pós-graduado em Urologia pela
UFCSPA, Dr. em Clínica Médica/Nefrologia pela PUCRS, pós-doutor em História/EST e escritor.
CBG - Carta Mensal 122 - jul/ago 2014 • 07
PEDRO NAVA E A GENEALOGIA DO BARÃO DE COCAIS
Trecho do livro Baú de Ossos, Editora Sabiá, 1972.
(...) Além de ser com finalidade de conhecer o valor-saúde das famílias e por extensão, o valor-saúde
nacional, há outros motivos que levam aos estudos genealógicos. Herança. Aparecimento de tesouros. Está
no último caso essa complicada história da herança do Barão de Cocais, que revoluciona periodicamente a
família Pinto Coelho e leva milhares de seus membros a revolverem os tombos de igrejas, bispados,
cartórios, a papelada do Arquivo Público Mineiro – casa grupo familiar com a esperança de herdar mais que
o outro, cada um sonegando seus achados dos primos e querendo abiscoitar sozinho os milhões do Banco
de Londres, os terrenos da Praça Mauá, do Cais do Porto, de todo o Centro do Rio de Janeiro, de parte dos
subúrbios, glebas fluminenses, sesmarias em Goiás, as minas das Minas, bairros em Lisboa, castelos na
Espanha, o tesão de ouro da Colchida, os tesouros de Gioconda, Eldorados, Pactolos... Tudo do Cocais. Tudo
dos seus herdeiros. O Dr. Francisco Augusto Pinto de Moura, em Juiz de Fora, cuidava disto, em causa
própria, no princípio do século. Na maior moita. O Dr. Antônio Rodrigues Coelho Junior, em Belo Horizonte,
aí pelos vinte, interessava-se pelo assunto, como me revelou em misteriosas falas seu filho Gérson. Depois a
história foi se espalhando e ninhadas de outros Pintos, cunigrupos de outros Coelhos vieram, aos pelotões,
às companhias, às brigadas, em divisões, exércitos, enxames, multidões, turbas e populações – para
tomarem advogado, para se habilitarem aos tesouros do Barão. Pinto Coelho, Pinto disto, Coelho daquilo,
outros já nem mais com o nome e com outros sobrenomes, gente de cidade, matutos do interior, ricos e
pobres, claros e escuros, louros de cabelo liso, morenos de cabelo ruim, doutores e analfabetos, sapato fino
e pé no chão _ todos herdeiros, todos de unhas aguçadas, de longos dentes e movidos pela sagrada fome.
Quem se divertia com a história era o Juquita (José Luís Pinto Coelho), na sua farmácia de Santa Bárbara.
Era procurado pelos primos do interior que o tinham como conselheiro e queriam saber que negócio era
aquele da herança. Com seu amor pela farsa, o Juquita – seríssimo – ia logo dizendo que sim, que era
verdade mesmo. Mas advertia que era coisa muito alta, coisa de barão, coisa de nobre... Você assim
desdentado, primo, não arranja nada. Sem dentadura você nem pode se habilitar... E lá ia o parente para o
dentista. O quê? Você com essa barba querendo herdar? Aquilo, em Belo Horizonte, para entrar em cartório,
quando vier a precatória tem de ser escanhoado... Outro parente para rapar os queixos até então virgens de
navalha. Ora, primo! Você parece que está treslendo... Pois deveras, você pensa que com essa roupa de brim
e essa botina de elástico pode andar no Rio de Janeiro na hora do inventário? Um para o alfaiate e para o
sapateiro. E assim por diante até que ele mesmo, Juquita, acabou acreditando, tomando advogado e caindo
com gordos cobres na esparrela das despesas iniciais do processo. Bem feito, primo Juquita! Quem com riso
fere, com riso será ferido. Você acabou também sendo gozado, taletiqual os outros parentes.
08 • CBG - Carta Mensal 122 - jul/ago 2014
ASSOCIADO EM DESTAQUE
Guardião do patrimônio histórico, o promotor Marcos Paulo de Souza Miranda
recupera peças sacras que foram saqueadas em Minas Gerais
Graças aos esforços da equipe que ele comanda, mais de 600 obras roubadas de igrejas mineiras já foram encontradas.
por Glória Tupinambás | 25 de Junho de 2014
Revista Veja BH
Marcos Paulo em meio a imagens resgatadas: luta pela preservação do barroco.
O ano era 982. Os mouros invadiam Portugal e queimavam igrejas e imagens de santos. Em busca de
proteção, guerreiros cristãos ergueram uma muralha no norte do país e, sobre a porta principal, construíram
um altar para Nossa Senhora do Porto, venerada a cada batalha vitoriosa. Nos idos de 1600, o culto à santa
cruzou o oceano e ela se tornou padroeira do velho Arraial do Turvo, hoje Andrelândia, no Sul de Minas.
Quem acredita em milagres certamente vai dizer que não é por acaso que nessa pequena cidade nasceu, há
quarenta anos, um guardião de ícones sagrados. À frente da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio
Cultural e Turístico, Marcos Paulo de Souza Miranda ajudou a devolver aos altares mais de 600 peças sacras
saqueadas de igrejas mineiras. Parte desse tesouro integra a exposição Patrimônio Recuperado, em cartaz
até 20 de julho no Museu Mineiro. Capítulos da história de luta pela preservação do barroco também são
narrados no livro O Aleijadinho Revelado, o 19º da sua carreira, a ser lançado em BH, no próximo dia 25.
A paixão de Miranda pelo patrimônio começou muito antes de ele vestir terno e gravata e assumir vaga no
Ministério Público. Adolescente, ao participar de expedições a cavernas, mobilizou-se para ajudar a criar,
em Andrelândia, o Parque Arqueológico da Serra de Santo Antônio, com 600 pinturas rupestres. Mais tarde,
já formado em Direito e aprovado no concurso para promotor, foi atuar em Piranga, na Zona da Mata, sede de
uma das paróquias mais antigas de Minas. Foi ali que, em 2003, ele atuou pela primeira vez em processos
criminais contra quadrilhas paulistas acusadas de saquear peças sacras. O trabalho deu origem ao Grupo
Especial de Proteção ao Patrimônio Cultural das Cidades Históricas de Minas, que atuava em trinta comarcas
do circuito do ouro e dos diamantes. Em 2005, Miranda se mudou para a capital e fundou a promotoria
especializada em patrimônio.
“Estimamos que 60% das peças sacras do estado tenham se perdido”, lamenta Miranda. Segundo ele, há
registros de furtos em igrejas desde o século XVIII, quando o principal alvo era a prataria. Mas a Semana de
Arte Moderna de 1922 foi um divisor de águas. “Em busca de uma identidade nacional, o barroco e Antônio
Francisco Lisboa, o Aleijadinho, se tornaram ícones, e ficou chique ter uma peça dessas em casa”, conta,
ressaltando que os saqueadores passaram a procurar o valor artístico das obras, e não apenas o material.
Para resgatar objetos, o promotor coordenou, junto com a Polícia Federal e institutos de defesa do
patrimônio, dezenas de operações, como a Pau Oco e a Senhora do Rosário.
Paralelamente ao trabalho de guardião, Miranda desenvolveu, durante vinte anos, um estudo sobre a vida do
maior mestre barroco e patrono das artes no país, Aleijadinho. O resultado da pesquisa, realizada no Brasil e
em Portugal, é tema do seu novo livro. Uma das revelações é sobre a real data de nascimento de Aleijadinho.
“Não foi nem em 1730 nem em 1738, como se pensava, mas em 1737”, diz Miranda. “Também conto sobre
uma exumação clandestina em sua ossada, feita por ingleses, e as influências da família, composta de
carpinteiros de corporações medievais.” Uma lição de história.
CBG - Carta Mensal 122 - jul/ago 2014 • 09
W.W.W.
• Os 100 melhores sites de genealogia para 2014, segundo Genealogy in Time Magazine
http://www.genealogyintime.com/articles/top-100-genealogy-websites-of-2014-page02.html
• A agência inglesa de notícias British Pathé disponibilizou cerca de 85 mil filmes no YouTube. Há
registros, por exemplo, da Revolução Russa, da Segunda Guerra Mundial e uma infinidade de outros que o
número de filmes nos permite imaginar... Veja alguns vídeos e saiba mais:
http://abr.ai/1lEUpqp (Informação do pesquisador Rodnei Brunete da Cruz )
• Reúne todos os projetos destinados a facilitar os trabalhos de pesquisa das raizes familiares por parte
dos partipantes dos diversos grupos de genealogia do Facebook. Neste momento, estão lá todos os
índices dos processos de inquirição de genere, existentes no Arquivo Distrital de Braga (com exceção de
Amarante e Brasil) e disponibilizados pelo Family Search; e os Índices de passaportes do ADB que estão
online no FamilySearch, relativos aos anos de 1890, 1891, 1892 e 1900.
http://genealogiafb.blogspot.pt/
Na página online CBG, seção O Colégio, existe a sub-seção História. Nela, podem ser encontrados os personagens que
compuseram a saga do CBG, nas biografias e fotos dos Fundadores, Patronos, Antigos Titulares e associados falecidos
quando em atividade (Galeria). Dentre as biografias na parte Fundação, Gisèle Maria Coelho de Almeida Goulart e Luiz
Philippe de Sá Campello Faveret são apresentados por seus filhos.
EXPEDIENTE
Boletim Informativo
COLÉGIO BRASILEIRO DE GENEALOGIA
Av. Augusto Severo, 8 - 12º andar - Glória
20021-040 - Rio de Janeiro - RJ
Tel.: (21) 2221-6000
Diretoria:
Presidente Regina L. Cascão Viana
Vice-Presidente Carlos Eduardo de Almeida Barata
1º Secretária Patrícia de Lima Bocaiúva
2º Secretária Eliane Brandão de Carvalho
1º Tesoureiro Antonio Cesar Xavier
2º Tesoureiro Guilherme Serra Alves Pereira
Dir. Publicações Leila Ossola
Auxiliares Cinara Maria Bastos J. A. do Nascimento
Clotilde Santa Cruz Tavares
Eliana Quintella de Linhares
Gilson Flaeschen
Laura de Saint-Brisson Ferrari
Conselho Fiscal:
Attila Augusto Cruz Machado
Hugo Forain Junior
Victorino C. Chermont de Miranda
Dias e horários de funcionamento:
2ª-feira de 13 às 17 horas / 3ª-feira de 14 às 17 horas
Página:
www.cbg.org.br
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Diagramação:
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Impressão:
Letras e Versos
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Carta Mensal nº 122 – Jul/Ago 2014