B.1.3 - Engenharia de Materiais e Metalúrgica Avaliação do comportamento térmico da borracha natural dos novos clones PM 10, PC 119 e PB 291 durante 24 meses de monitoramento Maycon J. Silva1, Rogério M. B. Moreno2, Erivaldo J. Scaloppi Jr3, Paulo de S. Gonçalves4, Luiz H. C. Mattoso5, Maria Alice Martins5 1. Estudante do Programa de Pós Graduação em Química, UFSCar, São Carlos/SP *[email protected] 2. Pós doutorando - Embrapa Instrumentação 3. Pesquisador do Centro de Seringueira e Sistemas Agroflorestais – IAC, Votuporanga/SP 4. Pesquisador do Instituto Agronômico (IAC)/Embrapa, Campinas/SP 5. Pesquisadores da /Laboratório de nanotecnologia Aplicada ao Agronegócio (LNNA), São Carlos/SP Palavras Chave: Borracha Natural, Novos Clones, Termogravimetria. Introdução A borracha natural (BN) está presente em mais de 2500 espécies de plantas, sendo a Hevea brasiliensis a mais explorada comercialmente. Visando o aumento da qualidade da borracha e da produção nacional, a Embrapa Instrumentação em parceria com o Instituto Agronômico (IAC) vêm desenvolvendo projetos para o melhoramento genético, obtenção e avaliação de novos clones de seringueira adaptados a diferentes regiões, que apresentem alto desempenho agronômico, alta produtividade e qualidade do látex [1]. Dentro deste projeto, um importante parâmetro para a aplicação final da borracha é a sua estabilidade e comportamento térmico. Para avaliação deste parâmetro uma das técnicas mais utilizadas é a análise por termogravimetria (TG/DTG), que se baseia no estudo da variação de massa de uma amostra (perda ou ganho), resultante de uma transformação física ou química em função do tempo ou da temperatura [2]. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento térmico da borracha natural dos novos clones PM 10, PB 119, PB 291 e RRIM 600 (testemunha) durante o período de 24 meses. Observamos também que a temperatura do pico das curvas, temperatura na qual a massa está variando mais rapidamente, fica na faixa 360 oC a 365 °C. A área do pico sob a curva DTG é diretamente proporcional à variação de massa durante a decomposição térmica, e a partir dos resultados observamos que todas as amostras têm variação de massa similar, entre 90 a 99%, não havendo relação entre os clones e o período do ano. Figura 1: Curvas de TG/DTG da borracha natural dos novos clones e do RRIM 600 (controle), atmosfera inerte. Resultados e Discussão O estudo do comportamento térmico da borracha natural foi realizado em um equipamento Q500 da TA Instruments em atmosfera inerte (nitrogênio) da temperatura ambiente até 700 °C, com fluxo de 60 mL/min, taxa de aquecimento de 10 °C/min e massa da amostra de cerca de 10 mg. Os resultados obtidos para cada clone no período de junho de 2012 a junho de 2014 são apresentados na Figura 1. Observou-se que a decomposição térmica de todos os clones ocorreu em uma única etapa, indicando que há uniformidade térmica entre os clones nos meses estudados. Todos os clones apresentaram boa o estabilidade térmica até cerca de 280 C, exceto o clone RRIM 600 no mês de agosto de 2012, quando a temperatura que determinou o inicio da decomposição térmica foi de 200 °C. A temperatura final do processo de decomposição foi de 460 oC, com variação de temperatura de 180 oC em todos os casos, exceto para o RRIM 600 em Agosto/12 que teve uma variação 260 °C. O baixo teor de resíduos nas curvas de TG pode indicar que as borrachas obtidas possuem baixos níveis de óxidos, carbonatos, fosfatos e silicatos metálicos e impurezas geralmente presentes no látex [3]. Analisando as curvas de DTG vê-se que para todos os clones em o aproximadamente 420 C há a ocorrência de um ombro que pode ser associado à degradação mais lenta das cadeias ou resíduos poliméricos altamente reticulados [3]. Conclusões A análise por termogravimetria é uma importante ferramenta para avaliação da borracha natural, sendo que o resultado obtido é um importante parâmetro para várias aplicações industriais e definição de processamento. Todos os clones avaliados apresentaram, no período do monitoramento, boa estabilidade térmica até cerca de 280 °C, exceto o clone RRIM 600 no mês de agosto, que apresentou estabilidade térmica menor, com inicio de degradação em cerca de 200 °C. A decomposição térmica, em todos os casos, ocorreu em uma única etapa, indicando que há uniformidade térmica entre os clones Agradecimentos Os autores agradecem à FAPESP (Processo: 2014/074705), ao Projeto MP1 Rede Agronano/Embrapa, ao CNPq, Finep e Capes. ____________________ [1] Gonçalves, P.S; Marques. J.R.B. Seringueira, Alvarenga, A.P; Carmo, C.A. F.S., editores, EPAMIG, Viçosa, MG; 2008. pp. 399-498. [3] Técnicas de Caracterização de Polímeros, Canevarolo Jr, S.V., 2003. [4] Rippel, M. M. – “Caracterização microestrutural de filmes e partículas de látex de borracha natural”, Tese de doutorado, Unicamp, Campinas, 2005. 67ª Reunião Anual da SBPC