UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE ENERGIA NUCLEAR PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES (PROTEN) EFEITO DA TEMPERATURA NA GERAÇÃO DE ENERGIA DE MÓDULOS FOTOVOLTAICOS SUBMETIDOS A CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DISTINTAS. ESTUDO DE CASO PARA AS LOCALIDADES DE RECIFE E ARARIPINA RICARDO ESBERARD DE ALBUQUERQUE BELTRÃO RECIFE – PERNAMBUCO – BRASIL MARÇO – 2008 EFEITO DA TEMPERATURA NA GERAÇÃO DE ENERGIA DE MÓDULOS FOTOVOLTAICOS SUBMETIDOS A CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DISTINTAS. ESTUDO DE CASO PARA AS LOCALIDADES DE RECIFE E ARARIPINA RICARDO ESBERARD DE ALBUQUERQUE BELTRÃO EFEITO DA TEMPERATURA NA GERAÇÃO DE ENERGIA DE MÓDULOS FOTOVOLTAICOS SUBMETIDOS A CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DISTINTAS. ESTUDO DE CASO PARA AS LOCALIDADES DE RECIFE E ARARIPINA Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Energéticas e Nucleares - PROTEN do Departamento de Energia Nuclear da Universidade Federal de Pernambuco, para obtenção do título de Mestre em Ciências. Área de concentração: Fontes renováveis de energia. ORIENTADOR: Prof. Dr. Chigueru Tiba RECIFE 2008 B453e Beltrão, Ricardo Esberard de Albuquerque. Efeito da temperatura na geração de energia de módulos fotovoltaicos submetidos a condições climáticas distintas. Estudo de caso para as localidades de Recife e Araripina / Ricardo Esberard de A. Beltrão. - Recife: O Autor, 2008. xvi, 78 folhas, il : figs., tabs. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. CTG. Programa de Pós-Graduação em Tecnologias Energéticas e Nucleares, 2008. Inclui Bibliografia e Apêndice. 1. Energia Nuclear. 2. Temperatura do Módulo FV. 3. Módulo Fotovoltaicos. I. Título. UFPE 621.042 CDD (22. ed.) BCTG/2008-078 EFEITO DA TEMPERATURA NA GERAÇÃO DE ENERGIA DE MÓDULOS FOTOVOLTAICOS SUBMETIDOS A CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DISTINTAS. ESTUDO DE CASO PARA AS LOCALIDADES DE RECIFE E ARARIPINA Autor: Ricardo Esberard de Albuquerque Beltrão Orientador: Prof. Dr. Chigueru Tiba RESUMO Conhecer com maior profundidade o efeito da temperatura na energia gerada por módulos fotovoltaicos submetidos a condições climáticas variadas é o foco deste trabalho. Com este objetivo, foram estudados diversos modelos propostos na literatura e definido o modelo de cinco parâmetros como o mais apropriado para a caracterização das células fotovoltaicas. Estabelecida a base conceitual, foi desenvolvida uma ferramenta de engenharia, de fácil utilização, que permite a partir dos dados climáticos medidos em campo, ou simulados, conhecer o comportamento do módulo, obtendo inclusive a energia final produzida em um dado intervalo de tempo. A ferramenta foi aplicada inicialmente para traçar a curva característica de um módulo da tecnologia silício monocristalino. A comparação entre as curvas traçadas com as curvas fornecidas pelos fabricantes consolidou o modelo e a metodologia adotados. A seguir, foi avaliado o desempenho de um módulo fotovoltaico fabricado com a tecnologia de silício monocristalino caso fosse instalado em Recife e Araripina, representando respectivamente a região litorânea e o Sertão de Pernambuco. Os resultados obtidos confirmaram a expectativa gerada a partir de estudos anteriores, e permitiram identificar que a opção de instalar o módulo em Araripina ao invés de Recife implica no aumento do desempenho em 10%, devido às condições climáticas locais distintas, o que é bastante significativo na geração de energia de sistemas de grande porte. Finalmente, foram feitas simulações para módulos das tecnologias de silício policristalino, silício amorfo e células de películas finas. A consistência dos resultados confirmou o uso da ferramenta de engenharia para estas tecnologias, e permitiu avaliar o efeito da temperatura no desempenho dos módulos. Palavras-chave: Temperatura do modulo FV, efeito da temperatura no módulo FV, desempenho do módulo FV. EFFECT OF TEMPERATURE ON POWER GENERATION OF PHOTOVOLTAIC MODULES SUBMITTED TO DISTINCT CLIMATIC CONDITIONS. A STUDY CASE FOR LOCALITIES IN RECIFE AND ARARIPINA Author: Ricardo Esberard de Albuquerque Beltrão Adviser: Prof. Dr. Chigueru Tiba ABSTRACT Understanding in greater depth the effect of temperature on the performance of photovoltaic modules submitted to varied climatic conditions is the purpose of this work. With this objective, diverse models proposed in literature were studied and the five parameter model was defined as the most appropriate for characterization of photovoltaic cells. The conceptual base being established, an easy use tool was developed, which permitted understanding the behavior of the module from the climatic data, simulated or collected in the field, and also obtention of the final energy provided in a given interval of time. The tool was initially applied for tracing the characteristic curve of a monocrystalline silicon technological module. The comparison between the traced curves with the curves supplied by the makers, consolidated the model and the methodology adopted. Next, the performance of a photovoltaic module fabricated by monocrystalline silicon technology was evaluated, if by chance it were to be installed in Recife and Araripina, to represent the coastal region and the Brazilian Sertão of Pernambuco, respectively. The results obtained confirmed the expectation generated from previous studies, and identified that the option to install the module in Araripina instead of Recife, implied an increase in performance of 10%, due to distinct local climatic conditions, that are very significant for large scale energy generating systems. Finally, simulations were carried out for polycrystalline silicon, amorphous silicon and fine film cell technological modules. The consistency of the results confirmed the use of the engineering tool for these technologies, and permitted the evaluation of temperature effect on the performance of the modules. Keywords: PV module temperature, temperature effect on PV module, PV module performance. Aos meus pais João e Maria, à minha esposa Germana e filha Joana. Dedico. AGRADECIMENTOS Ao Professor Chigueru Tiba por todas as contribuições, dedicação e estímulo às pesquisas. Aos professores Naum Fraidenraich, Olga Vilela, Celso Antonino e José Bione pelas importantes contribuições. A todos os familiares e amigos pelas palavras e atos de apoio. Aos meus colegas e amigos de pós-graduação pelo incentivo e ajuda: Adalberto, Carlos, Tito, Bráulio e Milton. A todos os componentes do grupo FAE que possibilitaram a conclusão do trabalho. Ao METROREC que permitiu a dedicação compartilhada durante o período de elaboração da dissertação. LISTA DE FIGURAS Página Figura 1: Corte transversal de uma célula fotovoltaica (MINEIRO, 2004). ...................... 30 Figura 2: Fotocélula ideal................................................................................................ 33 Figura 3: Efeito da resistência série na curva característica da célula (adaptado de Honsberg e Bowden, 1999). ............................................................................. 35 Figura 4: Efeito da resistência paralela na curva característica da célula (adaptado de Honsberg e Bowden, 1999). ............................................................................. 36 Figura 5: Modelo de fotocélula com resistências série e paralelo. .................................... 36 Figura 6: Curva característica de uma célula fotovoltaica. ............................................... 38 Figura 7: Ponto de potência máxima da célula................................................................. 40 Figura 8: Efeito da variação da irradiância na curva característica da célula (adaptado de Honsberg e Bowden, 1999). ........................................................................ 41 Figura 9: Efeito da temperatura na curva característica da célula (adaptado de Honsberg e Bowden, (1999)............................................................................. 42 Figura 10: Diagrama de blocos para o cálculo da potência do módulo para uma dada condição ambiental .......................................................................................... 48 Figura 11: Efeito da resistência paralela na curva característica da célula em altas irradiâncias (adaptado de Townsend, 1989)...................................................... 49 Figura 12: Efeito da Resistência paralela na curva característica da célula em irradiâncias baixas (adaptado de Townsend, 1989). .......................................... 50 Figura 13: Curvas I–V medidas Vs preditas para o módulo Siemens (adaptado de De Soto, 2004). ..................................................................................................... 51 Figura 14: Curvas I–V medidas Vs preditas para o módulo Solarex (adaptado de De Soto, 2004). ..................................................................................................... 51 Figura 15: Curvas I–V medidas Vs preditas para o módulo Astropower (adaptado de De Soto, 2004). ................................................................................................ 52 Figura 16: Curvas I–V medidas Vs preditas para o módulo Unisolar (adaptado de De Soto, 2004). ..................................................................................................... 52 Figura 17: Pontos de interesse para o cálculo dos parâmetros de referência (adaptado de De Soto, 2004). ........................................................................................... 53 Figura 18: Efeito da variação do fator de idealidade na curva I-V (adaptado de De Soto, 2004). ..................................................................................................... 57 Figura 19: Temperatura do módulo Siemens SM55 instalado em Araripina em Janeiro de 2006. ........................................................................................................... 60 Figura 20: Temperatura do módulo Siemens SM55 instalado em Araripina em Abril de 2006................................................................................................................. 61 Figura 21: Temperatura do módulo Siemens SM55 instalado em Araripina em Julho de 2006. ........................................................................................................... 61 Figura 22: Temperatura do módulo Siemens SM55 instalado em Araripina em Outubro de 2006. ............................................................................................. 61 Figura 23: Tela de entrada do software Performance Fotovoltaica. ..................................... 63 Figura 24: Curva característica do módulo Siemens SM55 (2) traçada pelo programa PF. ................................................................................................................... 64 Figura 25: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 (2) instalado em Recife – PE no mês de Janeiro de 2006, inclinado de 23° Norte. .................................... 65 Figura 26: Energia gerada pelo módulo Siemens SM55 para Recife/Jan/2006 usando a irradiância horária coletada. ............................................................................. 73 Figura 27: Energia gerada pelo módulo Siemens SM55 para Recife/Jan/2006 usando a irradiância obtida pelo programa CÉU LIMPO. ............................................... 73 Figura 28: Energia gerada pelo módulo Siemens SM55 para Pesqueira/Jan/2006 usando a irradiância horária coletada................................................................ 74 Figura 29: Energia gerada pelo módulo Siemens SM55 para Pesqueira/Jan/2006 usando a irradiância obtida pelo programa CÉU LIMPO.................................. 75 Figura 30: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 inclinado de -23° para Recife em Janeiro/2006 (utilizando os valores horários médio mensal). ........... 79 Figura 31: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 inclinado de -23° para Recife em Janeiro/2006 (utilizando o valor horário dia a dia). .......................... 80 Figura 32: Comparação na condição STC entre as curvas do fabricante (preta) e do programa PF (azul). ......................................................................................... 83 Figura 34: Comparação entre as curvas do fabricante (preta) e do programa PF (azul) na condição operacional T= 25°C e I= 800 W/m2............................................. 84 Figura 34: Comparação entre as curvas do fabricante (preta) e do programa PF (azul) na condição operacional T= 40°C e I= 1000 W/m2........................................... 85 Figura 35: Comparação entre as curvas do fabricante e do programa PF na condição operacional T= 60°C e I= 1000 W/m2. Cor preta – fabricante. Cor azul programa PF com Eg variando com T. Cor vermelha – programa PF com Eg fixo. ........................................................................................................... 86 Figura 36: Velocidade do vento no mês de Janeiro de 2006 para Recife e Araripina (dia médio mensal)........................................................................................... 88 Figura 37: Velocidade do vento no mês de Abril de 2006 para Recife e Araripina (dia médio mensal).................................................................................................. 89 Figura 38: Velocidade do vento no mês de Julho de 2006 para Recife e Araripina (dia médio mensal).................................................................................................. 89 Figura 39: Velocidade do vento no mês de Outubro de 2006 para Recife e Araripina.(dia médio mensal). .......................................................................... 90 Figura 40: Velocidade do vento para Recife e Araripina nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006 (valor médio mensal). ............................................... 90 Figura 41: Curvas de temperatura ambiente para Recife e Araripina – Valores horários médio mensal para Janeiro de 2006. ................................................................. 96 Figura 42: Energia (%) produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife/Jan/2006 em função da temperatura do módulo..................................... 98 Figura 43: Energia (%) produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina/Jan/2006 em função da temperatura do módulo. ............................... 98 Figura 44: Rendimento energético e temperatura média do módulo Siemens SM55 instalado em Araripina para os meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006................................................................................................................. 99 Figura 45: Rendimento energético e temperatura média do módulo Siemens SM55 instalado em Recife para os meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006............................................................................................................... 100 Figura 46: Curva característica do módulo Solarex MSX-60 traçada pelo programa PF. ................................................................................................................. 102 Figura 47: Curva característica do módulo Astropower APX-45 traçada pelo programa PF. ................................................................................................................. 103 Figura 48: Curva característica do módulo Solarex MST-43LV(2) traçada pelo programa PF. ................................................................................................. 103 Figura 49: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife/Jan/2006 – Condições climáticas locais............................................... 157 Figura 50: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife/Jan/2006 – T=25°C. ........................................................................... 157 Figura 51: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife/Abr/2006 – Condições climáticas locais.............................................. 158 Figura 52: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife/Abr/2006 – T=25°C. .......................................................................... 158 Figura 53: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife/Jul/2006 – Condições climáticas locais. .............................................. 159 Figura 54: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife/Jul/2006 – T=25°C............................................................................. 159 Figura 55: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife/Out/2006 – Condições climáticas locais. ............................................. 160 Figura 56: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife/Out/2006 – T=25°C. .......................................................................... 160 Figura 57: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina/ Jan/2006 – Condições climáticas locais.......................................................... 161 Figura 58: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina/ Jan/2006 – T=25°C. ....................................................................................... 161 Figura 59: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina/ Abr/2006 – Condições climáticas locais. ........................................................ 162 Figura 60: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina/ Abr/2006 – T=25°C. ..................................................................................... 162 Figura 61: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina/Jul/2006 – Condições climáticas locais........................................... 163 Figura 62: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina/Jul/2006 – T=25°C. ....................................................................... 163 Figura 63: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina/Out/2006 – Condições climáticas locais. ........................................ 164 Figura 64: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina/Out/2006 – T=25°C....................................................................... 164 Figura 65: Energia produzida pelo módulo Solarex MSX-60 instalado em Recife/Jan/2006. ............................................................................................ 166 Figura 66: Energia produzida pelo módulo Solarex MSX-60 instalado em Araripina/Jan/2006......................................................................................... 166 Figura 67: Energia produzida pelo módulo Astropower APX-45 instalado em Recife/Jan/2006. ............................................................................................ 167 Figura 68: Energia produzida pelo módulo Astropower APX-45 instalado em Araripina/Jan/2006......................................................................................... 167 Figura 69: Energia produzida pelo módulo Solarex MST-43LV(2) instalado em Recife/Jan/2006. ............................................................................................ 168 Figura 70: Energia produzida pelo módulo Solarex MST-43LV(2) instalado em Araripina/Jan/2006......................................................................................... 168 LISTA DE TABELAS Página Tabela 1: Perdas de geração elétrica (em relação a STC) de módulos fotovoltaicos submetidos às condições climáticas locais........................................................ 25 Tabela 2: Cálculo da temperatura interpolada (Spline Cubic) para Recife – PE no dia 02/01/2006....................................................................................................... 67 Tabela 3: Valores da irradiância global horizontal e direta horizontal para Recife – PE obtido do programa CÉU LIMPO. .............................................................. 70 Tabela 4: Dados climáticos de Recife para o mês de Janeiro de 2006 (Dados de 03 em 03 horas – planilha parcial)......................................................................... 78 Tabela 5: (parcial) Dados de irradiância global horária média mensal, temperatura ambiente horária média mensal (ambas interpoladas), temperatura do módulo horária média mensal (calculada), e potência horária média mensal (calculada) para Recife em Janeiro/2006. ......................................................... 79 Tabela 6: (parcial) Dados de irradiância global horária, temperatura ambiente horária (ambas interpoladas), temperatura do módulo horária (calculada), e potência horária para Recife em Janeiro/2006. ................................................. 80 Tabela 7: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina em 2006 para velocidades do vento fixas de 1 a 6 m/s............................................ 87 Tabela 8: Valor médio mensal da velocidade do vento para Recife e Araripina nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006. ........................................... 91 Tabela 9: Energia média mensal produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife. ............................................................................................................. 92 Tabela 10: Energia média mensal produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina.......................................................................................................... 93 Tabela 11: Valores médios mensais da irradiância, temperatura ambiente e velocidade do vento para Recife e Araripina, nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006. ............................................................................................. 94 Tabela 12: Comparação entre a energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina e em Recife.................................................................. 94 Tabela 13: Estratificação da energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife no mês de Janeiro de 2006 nas faixas de temperatura de operação do módulo. ........................................................................................ 96 Tabela 14: Estratificação da energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina no mês de Janeiro de 2006 nas faixas de temperatura de operação do módulo. ........................................................................................ 97 Tabela 15: Rendimento energético do módulo Siemens SM55 nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006 para Recife e Araripina. .................................. 99 Tabela 16: Rendimento energético do módulo Siemens SM55 operando na tensão fixa de 13,8 Vdc nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006 para Recife e Araripina.......................................................................................... 101 Tabela 17: Características dos módulos fotovoltaicos das tecnologias silício monocristalino, policristalino, amorfo e películas finas. ................................. 102 Tabela 18: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife.............. 104 Tabela 19: Energia produzida pelo módulo Solarex MSX-60 instalado em Recife. .......... 104 Tabela 20: Energia produzida pelo módulo Astropower APX-45 instalado em Recife. .... 105 Tabela 21: Energia produzida pelo módulo Solarex MST-43LV(2) instalado em Recife. ........................................................................................................... 105 Tabela 22: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina. ........ 105 Tabela 23: Energia produzida pelo módulo Solarex MSX-60 instalado em Araripina. ..... 105 Tabela 24: Energia produzida pelo módulo Astropower APX-45 instalado em Araripina........................................................................................................ 106 Tabela 25: Energia produzida pelo módulo Solarex MST-43LV(2) instalado em Araripina........................................................................................................ 106 Tabela 26: Comparação entre Recife e Araripina da energia produzida pelo módulo Siemens SM55. .............................................................................................. 106 Tabela 27: Comparação entre Recife e Araripina da energia produzida pelo módulo Solarex MSX-60. ........................................................................................... 106 Tabela 28: Comparação entre Recife e Araripina da energia produzida pelo módulo Astropower APX- 45. .................................................................................... 107 Tabela 29: Comparação entre Recife e Araripina da energia produzida pelo módulo Solarex MST-43LV(2). .................................................................................. 107 Tabela 30: Rendimento energético do módulo Solarex MSX-60 nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006 para Recife e Araripina. ................................ 107 Tabela 31: Rendimento energético do módulo Astropower APX-45 nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006 para Recife e Araripina. ................... 108 Tabela 32: Rendimento energético do módulo Solarex MST-43LV(2) nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006 para Recife e Araripina. ................... 108 Tabela 33: Dados climáticos Recife Janeiro/2006............................................................ 116 Tabela 34: Dados climáticos Recife Abril/2006............................................................... 121 Tabela 35: Dados climáticos Recife Julho/2006............................................................... 126 Tabela 36: Dados climáticos Recife Outubro/2006. ......................................................... 131 Tabela 37: Dados climáticos Araripina Janeiro/2006. ...................................................... 136 Tabela 38: Dados climáticos Araripina Abril/2006. ......................................................... 141 Tabela 39: Dados climáticos Araripina Julho/2006. ......................................................... 146 Tabela 40: Dados climáticos Araripina Outubro/2006. .................................................... 151 LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SÍMBOLOS PRODEEM Programa de Desenvolvimento Energético de Estados e Municípios. STC Standard Test Conditions. ISS Estação espacial internacional. ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas. IL Corrente fotogerada. ID Corrente do diodo. I0 Corrente de saturação reversa do diodo no escuro. V Tensão aplicada nos terminais do diodo. q Carga do elétron (1,6022x10-19 C). m Fator de idealidade do diodo. k Constante de Boltzmann (1,3806x10-23 J/K). TC Temperatura da célula em graus Kelvin. RS Resistência série da célula fotovoltaica. RP Resistência paralelo da célula fotovoltaica. E-1036 Standard Methods of Testing Electrical Performance of Nonconcentrator Terrestrial Photovoltaic Modules and Arrays Using Reference Cells. NBR Normas Brasileiras - Módulos Fotovoltaicos. 11876/EB2176 NBR Normas Brasileiras - Módulos fotovoltaicos -Ensaios Mecânicos e 12137/MB3478 Ambientais. NOCT Nominal Operation Cell Temperature . CPTEC Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos. INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. ISC Corrente de curto circuito. VOC Tensão de circuito aberto. PMP Potencia Pico. IMP Corrente a máxima potencia. VMP Tensão a máxima potencia. Eficiência da célula fotovoltaica. Gi Irradiância recebida pela célula ou módulo. S Área da superfície da célula ou módulo exposta à radiação. FF Fator de forma. VOC(Gi) Tensão de circuito aberto para uma irradiância Gi específica. PMP(Gi) Potência máxima para uma irradiância Gi específica. ISC(Gi) Corrente de curto-circuito para uma irradiância Gi específica. FF(Gi) Fator de forma para uma irradiância específica Gi. rs Resistência série normalizada da célula para a condição específica de operação. Vt(Gi) Tensão térmica da célula para a determinada condição de operação. FF0(Gi) Fator de forma de uma célula ideal (resistência de série zero) para a condição específica de operação. VOC(Gi) Tensão de circuito aberto normalizada da célula para a condição específica de operação. VOC(C)(Gi) Tensão de circuito aberto da célula para a condição específica de operação. FF(M) Fator de forma do módulo. FF0 Fator de forma para uma célula ideal (Rs = 0). VOC (M) Tensão de circuito aberto do módulo. ISC(M) Corrente de curto circuito do módulo. NS Número de células em série no módulo. NP(M) Número de células em paralelo no módulo. PMP(M) Potência máxima do módulo. Atlas ESRA European Solar Radiation Atlas. NREL National Renewable Energy Laboratory. SANDIA National Nuclear Security Administration Laboratory SUMÁRIO Página 1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 22 1.1 Justificativas ...................................................................................................... 22 1.2 Objetivos ........................................................................................................... 27 1.3 Descrição da Dissertação ................................................................................... 27 2 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................... 28 2.1 Breve linha de tempo da tecnologia FV.............................................................. 28 2.2 Desenvolvimento da tecnologia fotovoltaica ...................................................... 28 2.3 Efeito fotovoltaico ............................................................................................. 29 2.4 Células fotovoltaicas.......................................................................................... 29 2.5 Módulo Fotovoltaico ......................................................................................... 31 2.6 Modelo Elétrico da Célula Fotovoltaica ............................................................. 32 2.7 Curvas características das células fotovoltaicas.................................................. 37 2.8 Efeito da intensidade da radiação solar na resposta da célula.............................. 41 2.9 Efeito da temperatura na resposta da célula........................................................ 42 2.10 Resposta do módulo em condição operacional específica................................... 42 2.10.1 Método do laboratório NREL (National Renewable Energy Laboratory) ........... 43 2.10.2 Método do laboratório SANDIA (National Nuclear Security Administration Laboratory)........................................................................................................ 43 2.10.3 Método de Lorenzo............................................................................................ 44 2.10.4 Caracterização utilizando o método de De Soto (2004) para traçar a curva I x V na condição operacional específica ................................................................. 45 3 MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................. 47 3.1 Metodologia ...................................................................................................... 47 3.1.1 Definição do modelo elétrico para o módulo fotovoltaico .................................. 48 3.1.2 Cálculo dos parâmetros de referência................................................................. 53 3.1.3 Cálculo dos parâmetros em uma condição operacional qualquer ........................ 56 3.1.3.1 Cálculo da corrente fotogerada IL ....................................................................... 56 3.1.3.2 Cálculo do fator de idealidade do diodo a .......................................................... 56 3.1.3.3 Cálculo da corrente reversa de saturação Io ........................................................ 57 3.1.3.4 Cálculo da resistência paralela Rsh..................................................................... 58 3.1.3.5 Cálculo da resistência série Rs ............................................................................ 59 3.1.4 Cálculo da temperatura do módulo..................................................................... 59 3.1.5 Metodologia para traçar a curva Corrente versus Tensão em condição operacional específica........................................................................................ 62 3.1.6 Recursos do software Performance de Sistemas Fotovoltaicos (PF) ................... 62 3.1.7 Metodologia para obtenção da temperatura ambiente horária ............................. 65 3.1.8 Metodologia para obtenção da irradiância horária no plano do módulo .............. 68 3.1.8.1 Estimativa da irradiância horária horizontal ....................................................... 68 3.1.8.2 Cálculo da irradiância horária no plano do módulo ............................................ 70 3.1.8.3 Aplicação do programa CÉU LIMPO na obtenção de valores horários médios mensais de irradiância............................................................................ 72 3.1.8.4 Comparação entre os valores de energia obtidos usando os valores horários e horários médio mensal da temperatura ambiente e irradiância............................ 75 3.1.8.5 Metodologia para obtenção da energia produzida em condições climáticas distintas ............................................................................................................. 81 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................................................... 83 4.1 Comparação entre as curvas características geradas pelo software Performance Fotovoltaica e as curvas do fabricante ........................................... 83 4.1.1 Comparação para as condições operacionais padrão (STC) ................................ 83 4.1.2 Comparação das curvas características em uma condição operacional qualquer............................................................................................................. 84 4.2 Comparação entre os valores de energia obtida para velocidades do vento diversas ............................................................................................................. 86 4.2.1 Velocidade do vento nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006 para Recife e Araripina ...................................................................................... 88 4.3 Efeito da Temperatura no Desempenho do Módulo Fotovoltaico ....................... 91 4.3.1 Energia produzida em condições climáticas distintas ......................................... 92 4.3.2 Relação da energia produzida com a temperatura ambiente................................ 95 4.3.2.1 Estratificação da energia produzida em faixas da temperatura operacional ......... 95 4.3.2.2 Rendimento energético em função da temperatura do módulo............................ 99 4.4 Rendimento energético para o módulo operando em tensão fixa ...................... 100 4.5 Efeito da Temperatura no Desempenho de Módulos Fotovoltaicos de Tecnologias Distintas....................................................................................... 101 5 CONCLUSÕES............................................................................................... 110 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................... 112 APÊNDICES .................................................................................................................... 115 22 1 1.1 INTRODUÇÃO Justificativas Para atender às necessidades advindas do aumento populacional e da pressão social para melhoria da qualidade de vida, é preciso que haja crescimento da economia, de forma sustentável. O desenvolvimento, no entanto, requer o uso de energia, que pode ser obtida de forma sustentável a partir de fontes renováveis, que tem baixo impacto ambiental. Assim, conhecer com profundidade como melhorar o desempenho dos equipamentos que utilizam os recursos renováveis é fundamental para garantir a universalização do seu emprego nas próximas décadas. O Sol, como fonte primária de toda energia existente no planeta, é inesgotável na escala terrestre de tempo, sendo uma das alternativas mais promissoras para atender aos requisitos do crescimento sustentável. Historicamente a energia solar tem sido usada de forma indireta, como na geração da eletricidade a partir do represamento das águas, que em última instância provem da evaporação obtida pela energia solar, ou da energia eólica que se origina na radiação solar que induz a circulação atmosférica em larga escala. Até os combustíveis fósseis, gerados a partir de resíduos de plantas e animais, tiveram como fonte primária a energia solar. A energia solar, no entanto, pode ser utilizada de forma direta na geração de energia elétrica através do emprego da conversão fotovoltaica. A célula fotovoltaica converte diretamente a energia luminosa em energia elétrica de forma silenciosa e estática. Esta utiliza o silício como material ativo na maioria das células fotovoltaicas, que é o segundo elemento mais abundante na superfície terrestre. No processo de conversão da radiação solar em energia elétrica é usada a célula fotovoltaica como unidade fundamental, a partir da qual são construídos os módulos fotovoltaicos. Os principais fatores que influenciam na geração elétrica de um módulo ou painel (um conjunto de módulos interligados entre si), são a intensidade luminosa e a temperatura das células, que por sua vez dependem das condições climáticas locais principalmente a irradiação solar, a temperatura ambiente e a velocidade do vento, além da própria estrutura material do módulo ou painel e de particularidades da sua instalação. A 23 corrente gerada nos módulos aumenta linearmente com o aumento da intensidade luminosa. O aumento da temperatura, no entanto, faz com que a eficiência do módulo caia, abaixo da eficiência padrão dos mesmos. Normalmente, os fabricantes informam a eficiência dos módulos fotovoltaicos nas condições padrão de testes (acrônimo em inglês STC - Standard Test Conditions), ou seja, a temperatura de teste do módulo é 25 ºC, entre outras condições estipuladas (Norma Internacional IEC 61215). Desde que a temperatura de operação do módulo normalmente é superior, principalmente em região de boa insolação, a eficiência real do módulo é inferior. Especificamente para a região Nordeste do Brasil, os elevados índices de radiação solar contribuem positivamente na conversão energética; porém, além de possuir a temperatura ambiente já elevada, essa mesma incidência solar induz uma elevação de temperatura do módulo significativamente alta em relação à temperatura de teste padrão, o que pode implicar em perdas importantes de eficiência. A utilização de Sistemas Fotovoltaicos em maior escala e com potência crescentes deixou de ser uma possibilidade futurista para se configurar como uma alternativa factível em curto espaço de tempo. Este fato decorre da urgência na migração para sistemas de geração de energia menos agressivos ao meio ambiente, e também por fatores econômicos (escassez de reservas de combustíveis fósseis). Neste contexto, a perda de 5 a 10% ocasionada pelo aumento da temperatura do módulo torna-se significativa em sistemas de dezenas de Megawatts. Daí, conhecer bem este efeito para mitigar perdas pode ser decisivo na utilização da tecnologia fotovoltaica de forma massiva. Uma avaliação preliminar do efeito da temperatura no desempenho de sistemas fotovoltaicos instalados em países da Europa e Ásia pode ser feita a partir da análise do trabalho apresentado por Nordmann; Clavadetsher (2003) na terceira conferência internacional de conversão da energia fotovoltaica, ocorrido na cidade de Osaka no Japão. Foram investigados o desempenho de 18 sistemas fotovoltaicos localizados em cidades da Áustria, Alemanha, Itália, Japão e Suíça. Os sistemas fotovoltaicos foram divididos em quatro tipos principais em função da montagem: • Integrados à fachada. • Tetos inclinados. • Auto-sustentáveis (possuem base própria que permite a fixação direta ao solo). • Tetos planos. 24 Esses Sistemas foram monitorados por membros de cada país, participantes do programa de energia fotovoltaica da Agência Internacional de Energia, Task 21. O resumo dos resultados desse monitoramento são apresentados na Tabela 1. 1 Task 2 é formado por um grupo de colaboradores internacionais focalizados na avaliação de desempenho operacional, confiabilidade e dimensionamento de Sistemas Fotovoltaicos, objetivando prover informações técnicas para especialistas, pesquisadores, usuários e a indústria de sistemas Fotovoltaicos. 25 Tabela 1: Perdas de geração elétrica (em relação a STC) de módulos fotovoltaicos submetidos às condições climáticas locais. Monta gem País Cidade Pot. kW Temp. média anual (°C) Temp. máxima do módulo (°C) Perdas (%) 85 Aumento médio da temp. do módulo com relação à temp. ambiente (°C) 55 Teto inclinado alta integra ção Fachada Fachada Fachada Teto inclinado Teto inclinado Teto inclinado Teto inclinado Teto inclinado Auto- sus tentável Auto- sus tentável Auto- sus tentável Outros Teto plano Teto plano Teto plano Teto plano Teto plano Suíça Stadelhofen 9,4 17 Alemanha Alemanha Suíça Áustria Aachen Klammt AG Stadmuhle F Becker 4,0 20,1 16,4 3,2 17 15 16 14 67 64 65 64 46 52 48 34 6,4 7,2 5,3 5,2 Itália Bologna 2,3 22 61 23 5,5 Áustria Buchinger 1,8 16 57 20 1,7 Japão Hiroshima 2,9 23 70 31 7,0 Áustria 4,7 6 48 22 -2,1 Suíça Wildkogelbah n Domat 14 54 24 2,8 Japão Nagoya 104, 0 3,6 21 65 26 5,0 Áustria Portugaler 1,3 15 57 25 3,7 Áustria Itália Zulehner Bolzano 2,0 1,6 15 16 59 58 20 27 1,7 4,0 Áustria Laus 2,4 17 64 25 4,2 Suíça Marzili 22,7 16 55 25 3,8 Suíça Mulfenz 21,2 15 58 25 2,8 Suíça Stadtmuhle 15,0 15 61 28 2,5 11,3 26 Os resultados mostram que dos 17 Sistemas Fotovoltaicos monitorados, a temperatura média do módulo teve um acréscimo entre 20 e 55º C, ocasionando perda de desempenho na faixa compreendida entre 1,7 e 11,3%. Em um sistema instalado nos Alpes (Wildkogelbahn), as baixas temperaturas do meio ambiente provocaram um aumento do ganho em 2,1%. Conclui-se, também, que nos Sistemas Fotovoltaicos bem ventilados ocorrem menores aumentos da temperatura do módulo com relação à temperatura ambiente (aumento da ordem de 25º C), resultando em menores perdas. De posse dos resultados obtidos pelo grupo Task 2 é possível realizar uma previsão do comportamento dos módulos caso viessem a ser instalados no Brasil. Considerando que o sistema usado na cidade de Hiroshima seja instalado nas cidades de Recife e Pesqueira (utilizando de forma preliminar o mesmo aumento médio da temperatura do módulo com relação à temperatura ambiente) , cujas temperaturas médias anuais são respectivamente de 25,5º C e 26,5º C, o módulo atingiria para Recife a temperatura de 43,5º C resultando em perdas de 8,1%, e para Pesqueira a temperatura de 44,5º C com perdas de 8,5%. Raciocínio semelhante aplica-se para os demais sistemas, com expectativa de perdas maiores devido à instalação em cidades que possuem temperaturas médias anuais superiores a dos países monitorados. Ressalta-se que nos meses de maior irradiação solar a temperatura média mensal será ainda mais alta. Tomando-se o caso da cidade de Floresta (Pernambuco), a temperatura média no mês de novembro é de 28,8º C; neste caso, o primeiro sistema atingiria a temperatura de 46,8º C com perdas de 9,5%. Deve ser considerado, também, que para um dia com temperatura média ambiente de 28,8º C, nos horários mais críticos (entre meio dia e dezesseis horas) a temperatura ambiente provavelmente estará entre 35 e 40º C. O sistema, nestas condições, alcançaria temperaturas da ordem de 58,0º C, resultando em perdas na faixa de 14,4%. Estas extrapolações foram feitas considerando o aumento linear da temperatura do módulo, para possibilitar uma avaliação preliminar. Na realidade, a taxa de crescimento da temperatura do módulo cai para temperaturas ambiente mais altas, e também a velocidade do vento é maior à tarde. Pelo que antecede, propõe-se neste trabalho: O desenvolvimento de uma ferramenta de engenharia que permita avaliar a eficiência de um módulo típico instalado em condições climáticas variadas; aplicar a ferramenta para regiões distintas de Pernambuco (litoral e Sertão) e quantificar as possíveis perdas elétricas devidas a fatores climáticos. 27 1.2 • Objetivos Desenvolver uma ferramenta de engenharia, de fácil aplicação, para obter a resposta do módulo em condições de irradiância, temperatura ambiente e velocidade do vento variadas. • Avaliar através de simulações a eficiência de um módulo FV típico instalado em regiões distintas de Pernambuco (litoral e Sertão) e quantificar as possíveis perdas elétricas devidas a fatores climáticos. 1.3 Descrição da Dissertação A Dissertação de Mestrado foi dividida em cinco capítulos, conforme é descrito a seguir. No Capítulo 1 foi feito o enquadramento do problema mostrando a necessidade do estudo do tema. No Capítulo 2 é apresentada uma revisão bibliográfica sobre módulos fotovoltaicos; esta revisão abrange os princípios da conversão fotovoltaica, tipos de células, tecnologia empregada, e finalmente a identificação e quantificação dos fatores que influenciam na eficiência dos módulos. A metodologia a ser empregada é desenvolvida no Capítulo 3. No Capítulo 4 é feita a discussão dos resultados obtidos, e no capítulo 5 são apresentadas as conclusões. 28 2 2.1 REVISÃO DE LITERATURA Breve linha de tempo da tecnologia FV A seguir são apresentados os eventos mais marcantes na evolução da tecnologia fotovoltaica. • 1839 Edmund Becquerel, físico experimental francês, descobriu o efeito fotovoltaico em um eletrólito. • 1876 Adams e Day detectam o fenômeno no Selênio e constroem a primeira célula fotovoltaica com rendimento estimado em 1%. • 1918 O cientista polaco Czochraski desenvolveu um processo de crescimento de cristais de Silício a partir de um único cristal. • 1954 Realização prática da primeira célula solar de Silício monocristalino. • 1956 Primeiras aplicações terrestres da conversão fotovoltaica (luzes de flash, bóias de navegação, telecomunicações). • 1958 Primeiras aplicações espaciais – satélite VANGUARD I. • 1982 A produção mundial fotovoltaica ultrapassou 9,3 MWp, crescendo até os dias de hoje. 2.2 Desenvolvimento da tecnologia fotovoltaica As primeiras aplicações da energia fotovoltaica ocorreram na década de 1950 em equipamentos terrestres de pequeno porte, como bóias de sinalização marítima e flashes de máquinas fotográficas. Logo a seguir vieram as aplicações em satélites artificiais, sendo o Vanguard I o pioneiro. O emprego desta tecnologia em aplicações espaciais mantém-se até os dias atuais, por atender dois requisitos essenciais: alta confiabilidade e boa relação potência gerada/ massa. Exemplo típico é a estação espacial internacional (ISS), que tem uma capacidade de geração fotovoltaica de 80 kW. 29 O faturamento atual da indústria fotovoltaica mundial está na ordem de bilhões de dólares. A produção mundial encontra-se em plena expansão. 2.3 Efeito fotovoltaico O efeito fotovoltaico foi observado pela primeira vez por Edmund Becquerel ao expor dois eletrodos de prata à luz. O termo foto origina-se do grego Phos, significando luz e o termo Volt, que está relacionado com a diferença de potencial gerada, é proveniente do nome de Alexandre Volta (1745-1827), que foi um dos pioneiros no estudo da eletricidade. O efeito fotovoltaico decorre da interação da matéria com a radiação eletromagnética, resultando na emissão de elétrons. A energia dos elétrons depende da freqüência da radiação recebida, e o número de elétrons emitidos depende da intensidade da radiação. Este efeito ocorre em materiais denominados semicondutores. Estes materiais são caracterizados pela existência de duas bandas de energia, a banda de valência e a banda de condução. Na banda de valência estão situados os elétrons de última camada, que farão as ligações com os elétrons de outros átomos. Na banda de condução estão os elétrons que foram excitados (ganharam energia); na temperatura de zero absoluto não existem elétrons nesta banda. 2.4 Células fotovoltaicas Em 1877, W. G. Adams e R. E. Day construíram a primeira célula solar baseada em dois eletrodos de selênio que produziram corrente elétrica quando expostos à luz. Em 1954, Chaplin, Fuller e Pearson, nos laboratórios Bell Technologies construíram a primeira célula fotovoltaica usando o silício monocristalino. Existe um número variado de elementos que podem ser usados na construção de células fotovoltaicas, todos com vantagens e inconvenientes específicos. O silício, no entanto, é empregado na maioria das células fotovoltaicas. No processo de fabricação industrial da célula fotovoltaica são inseridos contatos metálicos, em lados opostos, para fechar o circuito elétrico. O conjunto é encapsulado para evitar a degradação causada pelos agentes atmosféricos. A Figura 1 exemplifica esta aplicação. 30 Contato frontal Silício tipo “n” Contato de base Junção “pn” Silício tipo “p” Figura 1: Corte transversal de uma célula fotovoltaica (MINEIRO, 2004). Em função da estruturação atômica do substrato usado, as células são classificadas em monocristalinas, policristalinas, e amorfas. A seguir são apresentadas as principais características destas células. • Células de silício monocristalino Estas células são obtidas a partir de barras cilíndricas de um único cristal de silício produzidas em fornos especiais. As barras são cortadas na forma de pastilhas quadradas com espessura variando de 0,4 a 0,5 mm. O processo industrial de fabricação está plenamente dominado, sendo este o tipo de células mais comercializado. A eficiência na conversão da luz solar em energia elétrica é boa, chegando a alcançar 17% (condição de laboratório). • Células policristalinas A matéria prima usada na fabricação destas células também é o cristal de silício, com a diferença que são usados lingotes resultantes de múltiplas cristalizações. Durante o processo de fabricação o silício é aquecido lentamente em fornos especiais e mantido no estado líquido para permitir o crescimento de grandes cristais. O custo do processo é menor em relação à célula monocristalina, mas em contrapartida o rendimento das células é inferior (12 a 14%, condição de laboratório). 31 • Células de silício amorfo Nesta tecnologia o silício é depositado em camadas muito finas sobre diversos tipos de materiais, podendo ser usado nas aplicações mais variadas, desde pequenos aparelhos, como relógios, até como cobertura em telhados. A célula de silício amorfo difere das demais estruturas cristalinas por apresentar alto grau de desordem na estrutura dos átomos. O custo de fabricação é atrativo, sendo possível a fabricação de células com grandes áreas. Existe, porém, a restrição da eficiência ser baixa (na faixa de 7 a 11%, condição de laboratório). 2.5 Módulo Fotovoltaico O módulo fotovoltaico é o elemento responsável pela conversão da radiação solar em eletricidade. A ABNT (NBR10899/TB-328) define o módulo fotovoltaico como sendo “o menor conjunto ambientalmente protegido de células solares interligadas, com o objetivo de gerar energia elétrica em corrente contínua”. O módulo fotovoltaico é composto por células individuais conectadas em série de forma a permitir a adição da tensão gerada por cada uma das células. A tensão nominal do módulo é igual ao produto do número de células que o compõe pela tensão de cada célula (em torno de 0,5 volts por célula). O número de células dispostas em série depende da aplicação; de maneira geral são encontrados no mercado módulos com 30, 32, 33 e 36 células em série. Para evitar que o módulo perca potência no caso de uma das células estar sombreada ou ter entrado em curto-circuito é inserido um diodo em paralelo. Este diodo é denominado diodo de “bypass”, servindo como um caminho alternativo para a corrente porque senão o desempenho elétrico do módulo seria condicionado por esta célula. Normalmente por questões econômicas o diodo não é inserido em paralelo individualmente com cada célula, mas sim em um agrupamento das mesmas. 32 2.6 Modelo Elétrico da Célula Fotovoltaica A escolha do modelo elétrico que melhor representa a célula fotovoltaica é fundamental na predição do comportamento do Sistema Fotovoltaico. Entre os principais critérios a serem considerados, estão: • Relação simplicidade e precisão. Modelos de maior precisão podem ter uma complexidade que dificulte ou impossibilite a obtenção das curvas características das células. É necessário, portanto, avaliar o compromisso existente entre a precisão necessária e a complexidade do modelo proposto. • Os parâmetros do modelo devem ser acessíveis; diretamente obtidos dos fabricantes ou possíveis de calcular a partir de dados conhecidos. • O modelo deve ser capaz de calcular a corrente, tensão e potência da célula em condições operacionais diversas. Townsend (1989) avaliou uma série de modelos elétricos de células fotovoltaicas. Seu estudo abrange desde modelos simplificados, onde a célula é representada por uma fonte de corrente constante em paralelo com um resistor, até modelos complexos onde são consideradas fontes de corrente, diodos e resistências múltiplas distribuídas ao longo da célula. Outros autores como De Soto (2004), deram continuidade aos estudos de Townsend, apresentando modelos elétricos e implementando soluções computacionais que permitem a obtenção das curvas características com relativa simplicidade. A seguir são apresentados os modelos consolidados nestes estudos, ressaltando as suas principais características. Modelo de fotocélula ideal O circuito equivalente de uma célula fotovoltaica ideal é constituído por uma fonte de corrente, que representa a corrente fotogerada (IL), em paralelo com um diodo. O diodo provê um caminho de circulação para uma parte da corrente fotogerada que não chega à carga. Fisicamente, é o equivalente a um fotoelétron se recombinando com um buraco, após ser emitido do material semicondutor. Esta configuração é mostrada na Figura 2. 33 Figura 2: Fotocélula ideal. A corrente que passa pelo diodo (ID), é expressa pela Equação 1. Esta equação é encontrada em diversos autores que tratam do tema de dispositivos semicondutores (Rezende, 1996). I = I exp D 0 qV η kT I (1) −1 C Na qual: • I0 - corrente de saturação reversa do diodo no escuro (A). • V - tensão aplicada nos terminais do diodo (V). • q - carga do elétron (1,6022x10-19 C). • η - é o fator de idealidade do diodo, sendo entre 1 e 2 para o silício monocristalino. • k - constante de Boltzmann (1,3806x10-23 J/ º K). • TC - temperatura da célula em graus Kelvin (º K). I Resolvendo a malha das correntes no circuito da Figura 2 obtém-se a corrente I. I =I −I L I = I − I exp L (2) D 0 qV η kT I −1 (3) C Esta equação é válida tanto para uma célula tomada individualmente quanto para um 34 agrupamento de células em série. Para simplificar o termo exponencial, e considerando uma expressão mais geral, obtém-se: I = I − I exp L 0 V −1 a (4) Sendo: a= N η kT q S I C N é o número de células em série. S A partir da Equação 4, torna-se claro que na condição de curto-circuito (V = 0) a corrente gerada pela célula é igual a corrente fotogerada (IL), e que na condição de circuito aberto (I = 0) o diodo se polarizará com uma tensão tal que a corrente fotogerada seja igual a corrente de polarização. Modelo de fotocélula real Uma célula real, no entanto, possui resistências série e paralela. A resistência série (RS) é devida aos elementos resistivos encontrados pela corrente fotovoltaica. O fator que mais contribui para a resistência série é a pequena espessura das células, associado ao fenômeno físico da corrente elétrica se concentrar na superfície do material, região esta, que nas células fotovoltaicas encontra-se localizada a grade metálica. A resistência série é um parâmetro importante quando a célula está operando em condições de irradiância e temperatura que se afastam dos valores padrão de referência. A resistência série não afeta os valores de corrente de curto circuito e tensão de circuito aberto, no entanto, influencia na localização do ponto de máxima potência. À medida que a resistência série aumenta, o ponto de máxima potência se desloca para baixo e para a esquerda na curva I x V, ocasionando uma diminuição da corrente à máxima potência e da tensão à máxima potência. De acordo com Townsend (1989), em uma simulação anual, tomando-se condições operacionais variadas, a potência de saída estará 5 a 8% acima do valor correto, caso a resistência série não seja considerada no modelo. A Figura 3 exemplifica o efeito da resistência série na curva característica. 35 Figura 3: Efeito da resistência série na curva característica da célula (adaptado de Honsberg e Bowden, 1999). A resistência paralela (Rsh) é resultante das correntes de fuga, defeitos da junção e imperfeições no cristal. A resistência paralela determina a inclinação da curva I x V na condição de curto circuito; quanto menor o valor da resistência paralela, mais inclinada tornase a curva. Para modelos que consideram a resistência paralela infinita, a inclinação da curva na condição de curto circuito é zero, ou seja, a curva encontra-se na horizontal neste ponto. A resistência paralela sofre influência com a variação da irradiação solar incidente. De acordo com De Soto, a resistência paralela é aproximadamente inversamente proporcional à irradiação incidente. Na Figura 4 é mostrada a influência da resistência paralela na curva característica da célula. 36 Figura 4: Efeito da resistência paralela na curva característica da célula (adaptado de Honsberg e Bowden, 1999). O circuito equivalente considerando as resistências série e paralela é mostrado na Figura 5. Figura 5: Modelo de fotocélula com resistências série e paralelo. Nesta configuração a corrente I é expressa pela equação: I =I −I −I L D P Fazendo as devidas substituições na Equação 5, obtém-se: (5) 37 I = I − I exp L 0 (V + IR ) s a −1 − V + IR R s (6) sh A Equação 6 para ser resolvida necessita o uso de recursos e métodos iterativos. Uma solução mais simples e apropriada é considerar nula a contribuição da corrente IP, devido aos valores altos da resistência Rsh, normalmente encontrados nas células. Autores como Fry (1998), consideram esta aproximação como bastante adequada para células de silício monocristalino e policristalino. Cabe ressaltar que a resistência Rsh depende das características da junção semicondutora, sendo que nas células de silício amorfo a junção é do tipo p-i-n, sendo i uma camada intrínseca que não existe nas células de silício monocristalino e policristalino. A equação simplificada para o modelo elétrico da célula fotovoltaica torna-se então: I = I − I exp L 2.7 0 (V + IR ) s a −1 (7) Curvas características das células fotovoltaicas Curva corrente versus tensão A representação típica da curva característica de saída de um dispositivo fotovoltaico (célula, módulo, sistema) denomina-se curva corrente tensão. A condição padrão para se obter as curvas características é definida pela norma E-1036 Standard Methods of Testing Electrical Performance of Nonconcentrator Terrestrial Photovoltaic Modules and Arrays Using Reference Cells, como sendo temperatura de 25ºC na célula, radiação de 1000 W/m2 (radiação recebida na superfície da Terra em dia claro, ao meio dia) e distribuição espectral AM 1,5. A NBR 11876/EB2176 Módulos Fotovoltaicos e a NBR 12137/MB3478 Módulos fotovoltaicos – Ensaios Mecânicos e Ambientais adotaram as mesmas condições. 38 Alguns fabricantes, com o objetivo de complementar as informações dos módulos em Standard Test Conditions (STC) informam também a Nominal Operation Cell Temperature (NOCT), definida como a temperatura que as células atingem quando submetidas às seguintes condições, consideradas mais próximas da realidade: Distribuição espectral AM 1,5. Irradiância igual a 800 W/m2. Temperatura ambiente igual a 20°C. Velocidade do vento igual a 1m/s. Módulo em circuito aberto. Na Figura 6 é apresentado uma curva padrão. Figura 6: Curva característica de uma célula fotovoltaica. Como pode ser observado na Figura 6, para valores baixos de tensão, a corrente de saída mantém-se praticamente constante e, portanto, o dispositivo pode ser considerado uma fonte de corrente constante neste âmbito. A corrente e a tensão em que opera o dispositivo fotovoltaico são determinadas pela radiação solar incidente, pela temperatura ambiente, e pelas características da carga conectadas ao mesmo. 39 Os valores notáveis desta curva são: Corrente de curto-circuito (ISC): Máxima corrente que pode fornecer um dispositivo sob condições determinadas de radiação e temperatura correspondendo à tensão nula e conseqüentemente à potência nula. Tensão de circuito aberto (VOC): Máxima tensão que pode fornecer um dispositivo sob condições determinadas de radiação e temperatura correspondendo à circulação de corrente nula e conseqüentemente à potência nula. Potência Pico (PMP): É o valor máximo de potência que pode fornecer o dispositivo. Corresponde ao ponto da curva no qual o produto V. I é máximo. Corrente a máxima potência (IMP): Corrente que fornece o dispositivo à potência máxima sob condições determinadas de radiação e temperatura. É utilizada como corrente nominal do mesmo. Tensão a máxima potência (VMP): Tensão que fornece o dispositivo à potência máxima sob condições determinadas de radiação e temperatura. É utilizada como tensão nominal do mesmo. Normalmente a potência informada pelos fabricantes é a potência de pico, determinada pelo valor mais alto do produto corrente e tensão, na condição de irradiância igual a 1000 W/m2, massa de ar 1,5, e temperatura da célula igual a 25°C. A Figura 7 mostra uma curva característica na qual o ponto de potência máxima é identificado. 40 Figura 7: Ponto de potência máxima da célula. Eficiência da célula fotovoltaica (η η) A eficiência de uma célula ou módulo fotovoltaico é o indicador de sua capacidade de transformar a energia solar incidente em energia elétrica; e é dada por: η= I ×V G×S MP MP (8) Sendo: G – Irradiância recebida pela célula ou módulo; S – Área da superfície da célula ou módulo exposta à radiação. Os fabricantes aferem a eficiência dos sistemas fotovoltaicos na temperatura de 25°C, conforme estabelecido nas normas. A temperatura de operação dos módulos, no entanto, normalmente é superior a este valor, resultando em eficiência do módulo inferior ao informado. 41 Fator de forma (FF) A potência fornecida pelos sistemas fotovoltaicos corresponde à área compreendida pela curva corrente versus tensão. Caso os valores de VOC fossem iguais aos de VMP, e os valores de ISC fossem iguais aos de IMP a curva corrente versus tensão assumiria uma forma retangular. Na prática esta condição não ocorre, e é utilizado o fator de forma para indicar o quanto a curva se aproxima de um retângulo. O fator de forma é expresso por: FF = 2.8 I ×V I ×V MP MP SC OC (9) Efeito da intensidade da radiação solar na resposta da célula A variação na intensidade da radiação solar recebida pela célula acarreta em uma variação diretamente proporcional na corrente de saída. A tensão é bem menos alterada em função da variação da radiação solar. A Figura 8 mostra esta relação. Figura 8: Efeito da variação da irradiância na curva característica da célula (adaptado de Honsberg e Bowden, 1999). 42 2.9 Efeito da temperatura na resposta da célula O aumento da temperatura provoca dois efeitos na saída elétrica da célula. O principal efeito é uma diminuição da tensão de forma diretamente proporcional ao aumento da temperatura. Um segundo efeito de menor repercussão é um pequeno incremento da corrente para valores baixos de tensão. Como resultado final a potência máxima do módulo sofre uma diminuição de valor como conseqüência do aumento da temperatura. A Figura 9 apresenta uma representação gráfica desta relação. Figura 9: Efeito da temperatura na curva característica da célula (adaptado de Honsberg e Bowden, (1999). 2.10 Resposta do módulo em condição operacional específica Neste item será feita uma revisão dos principais métodos para a obtenção da resposta do módulo em condição operacional específica. A revisão propiciará elementos que subsidiarão a escolha do método mais apropriado a ser adotado. 43 2.10.1 Método do laboratório NREL (National Renewable Energy Laboratory) Neste método é obtido inicialmente a resposta do módulo submetido a condições de laboratório; a seguir é feito a translação da curva I x V para estimar o desempenho em condições operacionais variadas. As etapas do método são: • Determinação dos fatores de correção em função da temperatura e irradiação para o módulo fotovoltaico. • Determinação da irradiância e temperatura do módulo para a hora e localização desejada. • Translação da curva I x V de referência para as condições de irradiância e temperatura do módulo. 2.10.2 Método do laboratório SANDIA (National Nuclear Security Administration Laboratory) O método é baseado em testes extensivos de campo que servem de entrada para a predição do desempenho do módulo em condições operacionais específicas. Os parâmetros requeridos para obter o desempenho do módulo são determinados diretamente, usando testes específicos de campo com o módulo montado em um rastreador solar de dois eixos durante o período de um ou mais dias. São executados três testes: • É traçada a curva I x V em um dia de céu claro; • São feitas medidas em um dia nublado (procedimento de sombra/luz é usado para medir os coeficientes de temperatura); • O rastreador é movido em uma seqüência de ângulos pré-determinados para quantificar a influência do ângulo de incidência da componente da radiação solar direta na corrente de curto circuito. 44 2.10.3 Método de Lorenzo Neste método (LORENZO, 1994) é feito inicialmente a translação da corrente de curto circuito e tensão de circuito aberto para a temperatura de operação do módulo, e de posse destes valores é calculado a potência e eficiência do módulo no ponto de máximo valor. • Cálculo da tensão de circuito aberto para a condição específica V OC ( Gi ) =V OC ( STC ) − 0,0023 x(T − 25) C (10) Sendo: • VOC(Gi) Tensão de circuito aberto para a condição específica de operação; • VOC(STC) Tensão de circuito aberto na condição padrão de operação (STC); • Tc Temperatura do módulo na condição específica de operação (°C). • Cálculo da corrente de curto circuito para a condição específica I C = 1 SC ( Gi ) = C xG 1 (11) i I 1000 SC ( STC ) Na qual: • I SC ( Gi ) • I SC ( STC ) Corrente de curto circuito para uma determinada irradiância; Corrente de curto circuito na condição padrão (STC). A potência máxima do sistema fotovoltaico para condições particulares de operação é dada pela Equação 12. P MP ( Gi ) = FF × V ( Gi ) OC ( Gi ) ×I SC ( Gi ) (12) 45 Sendo: • VOC(Gi) Tensão de circuito aberto para uma irradiância Gi específica; • ISC(Gi) Corrente de curto-circuito para uma irradiância Gi específica; • FF(Gi) Fator de forma para uma irradiância específica Gi. A eficiência do sistema fotovoltaico, nestas condições, é calculada pela Equação 13. η ( Gi ) = P G ×S MP ( Gi ) (13) i Sendo: • PMP(Gi) Potência máxima na condição particular; • Gi Irradiância à qual o módulo foi exposto; • S Área ativa do módulo que recebeu a irradiância Gi. O método de Lorenzo embora seja de fácil aplicação, não está validado e apresenta algumas simplificações na translação da corrente de curto circuito e tensão de circuito aberto (considera o coeficiente 0,0023 na Equação 10 fixo, quando de fato varia), que repercutem na precisão do processo. 2.10.4 Caracterização utilizando o método de De Soto (2004) para traçar a curva I x V na condição operacional específica Neste método a equação I x V que representa o comportamento elétrico da célula é resolvida para a condição operacional desejada. Para tanto, inicialmente são calculados os parâmetros de referência, que são: IL,ref Corrente fotogerada; I0,ref Corrente reversa de saturação do diodo; Rsh,ref Resistência paralela; aref Fator de idealidade do diodo; 46 Rs,ref Resistência série; Estes parâmetros são calculados a partir da solução de um conjunto de cinco equações, obtidas em pontos notáveis da curva I x V que estão disponíveis nos catálogos dos fabricantes. É feita então, a translação dos parâmetros para a condição operacional desejada, o que permite que seja traçada a nova curva I x V, obtendo resposta da célula ou módulo fotovoltaico. Definição do método a ser adotado Os métodos dos laboratórios NREL e SANDIA embora estejam validados e sejam precisos, demandam recursos de instrumentação e testes exaustivos de campo, portanto não são de fácil aplicação. O método de LORENZO é de fácil execução, porém possui simplificações que podem comprometer a precisão dos resultados. O procedimento de De Soto de traçar a curva característica corrente versus tensão na condição operacional desejada mostrou ser a melhor opção, portanto será o adotado, pelas seguintes razões: • Está validado e é preciso; • Não necessita de testes de campo; • Caracteriza plenamente a célula ou módulo fotovoltaico; • Utiliza dados constantes nos catálogos dos fabricantes. 47 3 3.1 MATERIAIS E MÉTODOS Metodologia No Capítulo 2 foi visto que a curva característica de uma célula ou módulo fotovoltaico sofre alterações em função da temperatura e irradiância, repercutindo conseqüentemente na eficiência e potência de saída do módulo. A metodologia a ser seguida, deve determinar, portanto, a curva característica do módulo em uma condição operacional qualquer, para a partir daí obter os parâmetros de saída do sistema. As etapas a serem seguidas, são: • Definição do modelo elétrico para o módulo fotovoltaico; • Determinação dos parâmetros de referência do modelo adotado; • Determinação da temperatura do módulo na condição operacional específica; • Cálculo dos parâmetros do módulo na condição operacional específica; • Obtenção da curva corrente versus tensão na condição operacional específica; • Cálculo dos parâmetros de saída do módulo na condição operacional específica. A Figura 10 mostra o diagrama de blocos para o cálculo da potência do módulo para uma dada condição ambiental. 48 Software EES Software PF Figura 10: Diagrama de blocos para o cálculo da potência do módulo para uma dada condição ambiental 3.1.1 Definição do modelo elétrico para o módulo fotovoltaico A primeira etapa consiste na definição de qual o modelo elétrico será adotado para caracterizar o módulo fotovoltaico, pois a partir do mesmo será possível avaliar o desempenho do Sistema em uma condição operacional qualquer. Este trabalho considerará 49 como alternativas os modelos de quatro e cinco parâmetros, que estão consolidados como os que melhor representam o arranjo fotovoltaico. O modelo de quatro parâmetros foi detalhadamente desenvolvido por Townsend (1989) e tem sido extensivamente usado na simulação de sistemas fotovoltaicos. Neste modelo o circuito equivalente consiste de uma fonte de corrente, um diodo, e um único resistor. Os quatro parâmetros são o valor da fonte de corrente, a resistência série, a corrente de saturação reversa do diodo, e o fator de idealidade do diodo. Os valores destes parâmetros normalmente não estão diretamente disponíveis nos catálogos dos fabricantes dos módulos, contudo podem ser determinados numericamente a partir das informações contidas nas listas de especificações. Este modelo, conforme demonstrado por Townsend (1989), caracteriza bem o módulo fotovoltaico, porém não pode ser aplicado para sistemas fotovoltaicos baseados na tecnologia de silício amorfo. Nos módulos que utilizam silício amorfo é necessário considerar a resistência paralela, pois no ponto de curto circuito de sua curva característica existe uma inclinação decorrente do efeito desta resistência. O efeito da resistência paralela se torna mais pronunciado para valores de irradiância baixos. A Figura 11 e Figura 12 apresentam este efeito. 6 CORRENTE ( A ) 5 4 3 MODELO SOLAR 60 - 3062 TEMPERATURA DA CÉLULA 36 oC 2 IRRADIÂNCIA = 1030 W/m 2 ------ = RESISTÊNCIA PARALELA INFINITA = RESISTÊNCIA PARALELA 500 1 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 TENSÃO ( V ) Figura 11: Efeito da resistência paralela na curva característica da célula em altas irradiâncias (adaptado de Townsend, 1989). 50 0,7 CORRENTE ( A ) 0,6 0,5 0,4 0,3 MODELO SOLAR 60 - 3062 TEMPERATURA DA CÉLULA 36 oC IRRADIÂNCIA = 125 W/m 2 0,2 ------ = RESISTÊNCIA PARALELA INFINITA = RESISTÊNCIA PARALELA 500 0,1 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 TENSÃO ( V ) Figura 12: Efeito da Resistência paralela na curva característica da célula em irradiâncias baixas (adaptado de Townsend, 1989). Um modelo mais completo foi utilizado por De Soto (2004), e inclui a resistência paralela. Por ser um modelo de maior abrangência, validado e preciso, foi o escolhido para ser usado na predição do comportamento dos módulos fotovoltaicos. A validação do modelo é descrita a seguir. O modelo foi analisado para quatro diferentes tecnologias de sistemas fotovoltaicos, quais sejam, silício monocristalino, policristalino, películas finas, e silício amorfo. Os dados do estudo foram obtidos em um ano de acompanhamento (2000), em sistemas das quatro tecnologias instalados no Instituto Nacional de Padrões e Tecnologias (NIST), localizado em Maryland, USA. Os resultados mostraram que o modelo é confiável, preciso, e de fácil aplicação. Os testes foram realizados com equipamentos dos principais fabricantes de módulo, sendo: • Siemens - Monocristalino; • Solarex – Policristalino; • Astropower – Silício fino; • Uni-Solar – Amorfo. As figuras seguintes mostram os resultados obtidos. 51 4,5 Siemens 4 Tc = 35,2 G = 914,9 CORRENTE ( A ) 3,5 3 2,5 Dados Medidos Curva I - V Estimada 2 1,5 1 Tc=37,1 G=323,1 0,5 0 5 0 10 15 20 25 30 35 40 45 TENSÃO ( V ) Figura 13: Curvas I–V medidas Vs preditas para o módulo Siemens (adaptado de De Soto, 2004). 4,5 So larex 4 Tc=34,9 G=927,45 CORREN TE ( A ) 3,5 3 2,5 D ado s Medidos C urva I - V Est imad a 2 1,5 1 Tc=37,4 G=340,1 0,5 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 TE NSÃO ( V ) Figura 14: Curvas I–V medidas Vs preditas para o módulo Solarex (adaptado de De Soto, 2004). 52 5 Astropower 4,5 Tc = 39,9 G = 893,8 CORRENTE ( A ) 4 3,5 3 Dados Medidos 2,5 Curva I - V Estimada 2 1,5 Tc = 36,8 G = 340,2 1 0,5 0 5 0 10 15 20 25 30 TENSÃO ( V ) Figura 15: Curvas I–V medidas Vs preditas para o módulo Astropower (adaptado de De Soto, 2004). 4,5 Uni - Solar 4 CORRENTE ( A ) 3,5 Tc = 36,2 G = 892,2 3 2,5 Dados Medidos 2 Curva I - V Estimada 1,5 1 Tc = 38,1 G = 340,1 0,5 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 TENSÃO ( V ) Figura 16: Curvas I–V medidas Vs preditas para o módulo Unisolar (adaptado de De Soto, 2004). 53 3.1.2 Cálculo dos parâmetros de referência Desde que o modelo adotado foi o mais completo (cinco parâmetros), será utilizado para caracterizá-lo a Equação 6 do item 2.6. Aplicando esta equação nas condições de referência, que é o padrão informado pelos fabricantes dos módulos, temos: I=I L , ref −I 0 , ref exp (V + IR ) s , ref a −1 − ref V + IR R (14) s , ref sh , ref Para obter os valores dos cinco parâmetros de referência, quais sejam, IL,ref, I0,ref, Rsh,ref, aref, Rs,ref, faz-se necessário um conjunto de cinco equações. Três equações são obtidas facilmente com os valores divulgados pelos fabricantes para a corrente de curto circuito, tensão de circuito aberto, e ponto de máxima potência. Para a quarta equação utiliza-se a derivada da potência com relação à tensão, que é igual a zero no ponto de máximo. Para a quinta e última equação, é utilizado a inclinação da curva I x V no ponto de curto circuito. Esta informação pode ser obtida diretamente dos catálogos dos fabricantes, ou extraída da curva I x V, caso não esteja disponível diretamente. Na Figura 17 estes pontos notáveis são destacados. 5 4,5 Corrente de curto circuito I sc CORRENTE ( A ) 4 dP / dV = 0 dIsc / dV 3,5 Corrente e tensão de máxima potência Imp e Vmp 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 Tensão de circuito aberto V 0 5 10 15 20 25 30 35 cc 40 TENSÃO ( V ) Figura 17: Pontos de interesse para o cálculo dos parâmetros de referência (adaptado de De Soto, 2004). 54 Nos cinco pontos de interesse, usando o subscrito 0 para identificar a condição de referência, temos: (1) Ponto de curto circuito: I = I sc 0 e V = O (2) Ponto de circuito aberto: I = 0 e V = Voc 0 (3) Ponto de máxima potência: V = Vmp 0 e I=I mp 0 (4) Ponto de máxima potência: dP = 0 dV mp 1 (5) Ponto de curto circuito: dI =− dV R sc sh , ref Aplicando a Equação 14 nos pontos 1, 2 e 3 temos: I =I sc 0 L , ref −I 0 , ref exp I R a sc 0 s , ref I R R −1 − sc 0 ref 0=I I mp 0 L , ref =I −I L , ref 0 , ref −I 0 , ref exp V a exp (15) s , ref sh , ref −1 − oc 0 ref V R (16) oc 0 sh , ref (V mp 0 +I R a mp 0 s , ref ) −1 − ref V mp 0 +I R R mp 0 s , ref (17) sh , ref Para o ponto onde a derivada da potência com relação à tensão é zero (4), faz-se necessário alguma manipulação algébrica, conforme mostrado adiante. d ( IV ) dV mp 0 =I mp 0 −V mp 0 dI dV mp 0 =0 A derivada da corrente com relação à tensão é obtida a partir da Equação 14. (18) 55 dI dV = −I mp 0 d e dV 0 , ref V mp 0 + I mp 0 Rs , ref 1 d I R + R dV R −1 − a ref mp 0 sh , ref (19) s , ref sh , ref Desde que: d e dV V mp 0 + I mp 0 R s , ref V mp 0 + I mp 0 R s , ref −1 = a ref a ref e a R ref dI dV (20) +1 mp 0 s , ref mp 0 Substituindo a Equação 20 na Equação 19, temos: Vmp 0 + I mp 0 Rs , ref dI dV mp 0 =− I e a ref − R 0 , ref a s , ref ref dI R 1 +1 − − dV R R mp 0 mp 0 s , ref sh , ref sh , ref dI dV mp 0 (21) mp 0 Após algumas manipulações a Equação 21 pode ser reescrita como: dI dV mp 0 = −I a V mp 0 + I mp 0 R s , ref − a ref e 0 , ref ref 1 R (22) sh , ref I R 1+ a 0 , ref s , ref ref V mp 0 + I mp 0 R s , ref e a ref + R R s , ref sh , ref De posse das equações nos cinco pontos notáveis e dos dados fornecidos pelos fabricantes nas condições de referência, as cinco incógnitas, que são os parâmetros de referência (IL,ref, I0,ref, Rsh,ref, aref, Rs,ref ) listados anteriormente, podem ser determinados. Para a solução das equações será utilizado a ferramenta de software EES ( Engineering Equation Solver). Esta ferramenta foi adotada por ter sido utilizada e validada por De Soto (2004) originariamente. 56 3.1.3 Cálculo dos parâmetros em uma condição operacional qualquer 3.1.3.1 Cálculo da corrente fotogerada IL A corrente fotogerada IL sofre influência da temperatura da célula e da irradiância recebida no plano do módulo. A Equação 23 expressa esta dependência (DE SOTO, 2004). I = L G [I G L , ref + α (T − T Isc c c ,ref )] (23) ref O parâmetro α Isc (coeficiente de temperatura para a corrente de curto circuito) consta normalmente nos catálogos dos fabricantes dos módulos. G é a irradiância recebida no plano do módulo. 3.1.3.2 Cálculo do fator de idealidade do diodo a O fator de idealidade do diodo sofre influência apenas com a variação da temperatura na célula. A variação da irradiância não altera o fator de idealidade. O aumento do fator de idealidade, por sua vez, desloca a curva I x V para a direita, implicando no aumento da tensão de circuito aberto e da tensão no ponto de máxima tensão. A Figura 18 exemplifica esta característica. 57 0,45 0,4 a 1,1 CORRENTE ( A ) 0,35 0,3 0,25 Dados medidos 0,2 Incremento de 10% do valor de a 0,15 0,1 0,05 0 5 0 10 15 20 25 30 35 40 45 TENSÃO ( V ) Figura 18: Efeito da variação do fator de idealidade na curva I-V (adaptado de De Soto, 2004). O fator de idealidade do diodo varia linearmente com a temperatura, conforme mostrado na Equação 24 (DE SOTO, 2004). a T = a T (24) c ref c , ref 3.1.3.3 Cálculo da corrente reversa de saturação Io A corrente reversa de saturação depende da temperatura da célula, do fator de idealidade do diodo, e da banda de energia. Townsend (1989) desenvolveu a Equação 25 que relaciona esta dependência. I I 0 0 , ref T = T C C , ref 3 exp 1 ε k T g , ref C , ref − ε g T C (25) 58 Sendo: ε g A banda de energia (1,121 eV para células de silício nas condições de referência) k A constante de Boltzmann (1,3806 x 10-23 J/K) T A temperatura da célula (graus Kelvin) C A banda de energia, por sua vez, varia com a temperatura conforme a Equação 26 (TOWNSEND, 1989). ε = 1 − 0,0002677(T − T ) ε g C (26) C , ref g , ref Como resultado, temos que o aumento de temperatura da célula ocasionará um aumento da corrente reversa de saturação, implicando na diminuição da corrente fornecida pela célula. 3.1.3.4 Cálculo da resistência paralela Rsh A resistência paralela varia linearmente com a irradiância recebida no plano do módulo, sendo inversamente proporcional à mesma. A temperatura da célula não influencia na resistência paralela. A Equação 27 expressa a dependência (DE SOTO, 2004). R R sh sh ,ref = G G ref Em que G é a irradiância recebida no plano do módulo. (27) 59 3.1.3.5 Cálculo da resistência série Rs A resistência série apresenta variações insignificantes com a mudança da temperatura da célula e da irradiância no plano do módulo. No modelo adotado a resistência série será considerada constante e com valor igual ao das condições de referência. 3.1.4 Cálculo da temperatura do módulo A temperatura do módulo é obtida em função da temperatura ambiente, velocidade do vento, irradiação solar e características do equipamento. Para determinação da temperatura do módulo em uma condição operacional específica será utilizado o modelo proposto por TamizhMani et al. (2002). Neste modelo a temperatura do módulo (na condição de instalação - módulo livre, com fixação própria) é expresso pela equação: T = 0,943 × T + 0,028 × G − 1,528 × Ws + 4,3 m a i (28) Sendo: Tm Temperatura do módulo em ° C; Ta Temperatura ambiente em ° C; Gi Irradiância em W/m2; Ws Velocidade do vento em m/s. Uma outra alternativa para calcular a temperatura do módulo seria fazer a correção a partir do valor presumido da temperatura do módulo na NOCT (temperatura nominal de operação da célula), que é definida para as condições: • Distribuição espectral AM 1,5. • Irradiância igual a 800 W/m2. 60 • Temperatura ambiente igual a 20°C. • Velocidade do vento igual a 1m/s. • Módulo em circuito aberto. Para o módulo de silício na configuração livre o valor da temperatura na NOCT é 48 °C. Neste caso temos: T = (T m NOCT − 20) G +T 800 (29) i a Este modelo parte de uma temperatura operacional presumida e não leva em conta a totalidade dos fatores climáticos (velocidade do vento). Com o objetivo de conhecer a diferença na temperatura do módulo obtida entre este modelo e o adotado, foram traçadas as curvas de temperatura do módulo Siemens SM55 para a localidade de Araripina, nos meses de Temp.do módulo (C) ) Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006 para ambos. 60 50 40 Tm (modelo) 30 Tm(NOCT) 20 10 0 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Hora (h) Figura 19: Temperatura do módulo Siemens SM55 instalado em Araripina em Janeiro de 2006. Temp. do módulo (C) ) 61 50 40 30 Tm(modelo) 20 Tm(NOCT) 10 0 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Hora (h) Temp. do módulo (C) ) Figura 20: Temperatura do módulo Siemens SM55 instalado em Araripina em Abril de 2006. 60 50 40 Tm(modelo) 30 Tm(NOCT) 20 10 0 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Hora (h) Temp. do módulo (C) ) Figura 21: Temperatura do módulo Siemens SM55 instalado em Araripina em Julho de 2006. 70 60 50 40 Tm(modelo) 30 Tm(NOCT) 20 10 0 6 8 10 12 14 16 18 Hora (h) Figura 22: Temperatura do módulo Siemens SM55 instalado em Araripina em Outubro de 2006. 62 A análise das curvas confirma a discrepância entre os valores de temperatura obtidos, havendo em todos os meses uma estimativa da temperatura com valores superiores para o modelo da NOCT. Por outro lado, se o módulo FV for muito integrado à edificação, o modelo NOCT subestimará o efeito da temperatura no desempenho do módulo (DAVIS et al., 2001). Este resultado deve-se ao fato que neste tipo de instalação, a circulação do vento ao redor do módulo estará prejudicada. 3.1.5 Metodologia para traçar a curva Corrente versus Tensão em condição operacional específica A curva Corrente versus Tensão é traçada a partir da Equação 6, sendo os parâmetros previamente corrigidos para a condição operacional desejada, conforme metodologia apresentada anteriormente. Desde que a corrente aparece em ambos os lados da equação, para ser resolvida é necessário o uso de recursos e métodos iterativos. No primeiro passo, é proposto um valor inicial para I e resolvida a equação para este valor, encontrando um novo valor para I. A equação é então avaliada no ponto médio entre o novo valor encontrado e o valor anteriormente utilizado. Este procedimento é repetido até que a diferença entre o valor de I no passo anterior e o novo valor seja menor do que um erro ( ) previamente definido. Um limite máximo de iterações também é utilizado para evitar que o algoritmo entre em laço infinito. A solução da equação é parte integrante do software Performance de Sistemas Fotovoltaicos (software PF) desenvolvido neste trabalho. O sistema foi implementado em linguagem C++ e sua interface gráfica foi feita utilizando o ambiente C++Builder da Borland®. 3.1.6 Recursos do software Performance de Sistemas Fotovoltaicos (PF) O software Performance de Sistemas Fotovoltaicos foi desenvolvido a partir do algoritmo proposto na Figura 10. O objetivo do software é disponibilizar uma ferramenta de engenharia, de fácil aplicação, que permita a partir da entrada de dados dos catálogos dos 63 fabricantes dos módulos fornecer as seguintes informações: • Traçar a curva Corrente versus Tensão para condições variadas de irradiância e temperatura ambiente. • Calcular a potência máxima do módulo em uma dada condição operacional (irradiância e temperatura ambiente). • Calcular a potência do módulo caso esteja operando em um valor fixo de tensão. • Calcular a energia produzida pelo módulo em um dia típico, nas condições de irradiância, temperatura ambiente e velocidade do vento informadas, para o módulo operando no ponto de máxima potência ou tensão fixa. O software foi desenvolvido de forma a possuir uma interface amigável, sendo de fácil utilização. O usuário após selecionar o tipo de módulo que estará sob análise poderá optar entre o teste individual, ou entrar com um arquivo de dados. A tela inicial do sistema é mostrada na Figura 23. Figura 23: Tela de entrada do software Performance Fotovoltaica. 64 Caso a opção seja o teste individual, o usuário entra com a condição operacional sob análise (temperatura e irradiância). O sistema faz a correção dos parâmetros de referência para as novas condições operacionais, traça a curva característica e mostra o valor da potência no ponto de máximo. Um exemplo para o módulo Siemens SM55 (2) é apresentado a seguir. Figura 24: Curva característica do módulo Siemens SM55 (2) traçada pelo programa PF. Se a opção for entrar com um arquivo de dados, o programa irá traçar a curva da potência gerada pelo módulo em função das condições operacionais contidas no arquivo de dados (irradiância horária, temperatura ambiente horária, velocidade do vento horária). A curva será integralizada, obtendo-se como resultado a energia produzida pelo módulo. É disponibilizada também, a opção de salvar os resultados obtidos. Na Figura 25 é feita uma demonstração da energia produzida pelo módulo Siemens SM55 (2) inclinado de 23° Norte para Recife – PE em Janeiro de 2006. 65 Figura 25: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 (2) instalado em Recife – PE no mês de Janeiro de 2006, inclinado de 23° Norte. 3.1.7 Metodologia para obtenção da temperatura ambiente horária No banco de dados disponibilizado pelo INPE/CPTEC, a temperatura ambiente não está no padrão horário, mas sim no valor pontual a cada três horas. Para resolver esta questão, recorre-se à interpolação Spline Cubic, cujos princípios básicos são descritos a seguir. Spline Cubic é uma metodologia de interpolação numérica na qual a interpolação é feita através de polinômios de terceira ordem, de onde se origina o termo Cubic. A maior característica deste tipo de interpolação é o amortecimento ou suavidade que apresenta na transição de um nó para o outro, sendo muito utilizada para fenômenos que não sofrem variações muito bruscas, como a temperatura ambiente. Neste método, a trajetória entre cada conjunto de dois pontos é representada por um polimônio de ordem 3, e algumas condições de contorno são estabelecidas para garantir a suavidade. Sendo assim, cada segmento de curva é definido por: 66 S (u i int )= a i + bu + c u + d u 2 i int i int i 3 int (30) em que uint é uma parametrização dos pontos Dint no tempo, dada por: u = int D −D D −D int i i +1 i (31) Como condições de contorno, são utilizados os pontos de intersecção entre os segmentos, onde tanto o valor do polimônio, que representa cada segmento, como a sua primeira e segunda derivadas devem ser iguais; o que equivale a dizer que a curva apresentará uma continuidade até a segunda derivada. Com o objetivo de exemplificar o uso da interpolação Spline Cubic para obtenção da temperatura horária a partir de dados medidos a cada três horas, a ferramenta é aplicada para o dia 02/01/2006 em Recife – PE. 67 Tabela 2: Cálculo da temperatura interpolada (Spline Cubic) para Recife – PE no dia 02/01/2006. Hora Temp. medida (°C) Hora Temp.interpolada (°C) 0 25,5 0 25,5 3 22,5 1 24,7 6 22,0 2 23,6 9 29,5 3 22,5 12 30,5 4 21,5 15 28,5 5 21,2 18 26,5 6 22,0 21 26,0 7 24,2 24 25,0 8 27,1 9 29,5 10 30,7 11 30,9 12 30,5 13 29,9 14 29,2 15 28,5 16 27,7 17 27,0 18 26,5 19 26,3 20 26,2 21 26,0 22 25,7 23 25,3 24 25,0 68 3.1.8 Metodologia para obtenção da irradiância horária no plano do módulo Conforme foi descrito no item 3.1, um dos dados de entrada para cálculo da energia produzida pelo módulo Fotovoltaico em uma condição operacional qualquer é a irradiância horária no plano inclinado. Neste trabalho serão utilizados os dados de irradiância coletados pelo INPE/CPTEC. Nos arquivos disponibilizados por estas instituições os dados de irradiância global horizontal encontram-se em valores acumulados a cada três horas. A metodologia proposta é estimar o valor horário médio da irradiância global horizontal e da irradiância direta horizontal a partir do valor mensal da irradiância global horizontal, oriundos dos arquivos do CPTEC/INPE. Como alternativas para a predição destes valores temos as expressões desenvolvidas por Collares-Pereira e Rabl (1979) e por Erbs et al. (1982). Neste trabalho, conforme é exposto adiante, optou-se por utilizar o programa CÉU LIMPO, que é parte constituinte do Atlas ESRA. Este programa foi utilizado por estar consolidado e ser preciso nos valores estimados. Finalmente, de posse dos valores da irradiância global e direta no plano horizontal, são realizados cálculos, baseados nos princípios da geometria solar, para obtenção da irradiância no plano inclinado do módulo. 3.1.8.1 Estimativa da irradiância horária horizontal A estimativa do valor horário da irradiância no Atlas ESRA é baseado no uso do perfil diário médio da irradiância, também denominado tendência média diária. Os valores da irradiância estão constantemente flutuando. Os serviços meteorológicos que observam em curtos intervalos de tempo as rápidas flutuações da irradiância normalmente reportam os valores horários da irradiância, e apresentam os sumários usando como referência a hora solar. A prática, no entanto, varia de serviço para serviço. Na Alemanha, por exemplo, os intervalos de coleta são a cada dez segundos; os valores são integralizados a cada hora, e então reportados. O nível médio da irradiância também flutua de um dia para o outro. Contudo, se for feito a média de todos os valores de irradiância na mesma hora solar, se verifica uma curva de tendência suave, o perfil diário médio. Esta curva característica é simétrica, refletindo o comportamento da irradiância no topo da atmosfera, apresentando valores crescentes a partir do nascer do Sol, e decrescentes ao se aproximar do pôr do Sol. O 69 fator que mais influencia na curva do perfil diário é a elevação do Sol, e é com base neste fato que se obtém o valor da irradiância horária a partir da irradiância diária. O programa CÉULIMPO utiliza como base para estimar a irradiância horária horizontal o perfil diário médio da irradiância (comportamento simétrico em função da elevação do Sol). De posse do valor da irradiância de um dia típico do mês, é feito o ajuste do índice de turbidez (TLK), que representa a medida da claridade da atmosfera na localidade, para que o valor da irradiância do dia típico do mês coincida com o valor de irradiância gerado pelo perfil médio. Feito o ajuste do índice de turbidez, o programa estabelecerá os valores horários da irradiância global horizontal e direta horizontal. Com o objetivo de exemplificar uma aplicação da ferramenta, é apresentada a Tabela 3, com os valores de irradiância horários estimados pelo programa para a localidade de Recife – PE. 70 Tabela 3: Valores da irradiância global horizontal e direta horizontal para Recife – PE obtido do programa CÉU LIMPO. 2 GLOBAL HORIZONTAL (MJ/m /h) h Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro -75 -60 -45 -30 -15 2 0 15 30 45 60 75 90 Total (MJ/m /dia) 0,4 1,0 1,6 2,1 2,5 2,7 2,7 2,5 2,1 1,6 1,0 0,4 20,33 0,3 1,0 1,6 2,2 2,5 2,8 2,8 2,5 2,2 1,6 1,0 0,3 20,76 0,3 1,0 1,6 2,1 2,5 2,8 2,8 2,5 2,1 1,6 1,0 0,3 20,5 0,2 0,9 1,5 2,1 2,5 2,7 2,7 2,5 2,1 1,5 0,9 0,2 19,71 0,2 0,8 1,4 1,9 2,3 2,5 2,5 2,3 1,9 1,4 0,8 0,2 18,18 0,1 0,7 1,3 1,8 2,2 2,4 2,4 2,2 1,8 1,3 0,7 0,1 17,38 0,2 0,8 1,4 1,9 2,3 2,5 2,5 2,3 1,9 1,4 0,8 0,2 17,8 0,2 0,8 1,5 2,0 2,4 2,6 2,6 2,4 2,0 1,5 0,8 0,2 19,14 0,3 0,9 1,6 2,2 2,6 2,8 2,8 2,6 2,2 1,6 0,9 0,3 20,54 0,3 1,0 1,6 2,2 2,6 2,8 2,8 2,6 2,2 1,6 1,0 0,3 20,74 0,4 1,0 1,6 2,1 2,5 2,7 2,7 2,5 2,1 1,6 1,0 0,4 20,56 0,4 1,0 1,6 2,1 2,4 2,6 2,6 2,4 2,1 1,6 1,0 0,4 20,15 2 DIRETA HORIZONTAL (MJ/m /h) h Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro -75 -60 -45 -30 -15 2 0 15 30 45 60 75 90 Total (MJ/m /dia) 0,1 0,5 1,1 1,7 2,1 2,4 2,4 2,1 1,7 1,1 0,5 0,1 15,88 0,1 0,6 1,1 1,7 2,2 2,5 2,5 2,2 1,7 1,1 0,6 0,1 16,38 0,1 0,5 1,1 1,7 2,2 2,5 2,5 2,2 1,7 1,1 0,5 0,1 16,12 0,1 0,5 1,0 1,6 2,1 2,4 2,4 2,1 1,6 1,0 0,5 0,1 15,14 0,1 0,4 0,9 1,4 1,9 2,1 2,1 1,9 1,4 0,9 0,4 0,1 13,52 0,0 0,4 0,9 1,4 1,8 2,0 2,0 1,8 1,4 0,9 0,4 0,0 12,73 0,0 0,4 0,9 1,4 1,8 2,1 2,1 1,8 1,4 0,9 0,4 0,0 13,14 0,1 0,4 1,0 1,5 2,0 2,3 2,3 2,0 1,5 1,0 0,4 0,1 14,5 0,1 0,5 1,1 1,7 2,2 2,5 2,5 2,2 1,7 1,1 0,5 0,1 16 0,1 0,5 1,1 1,7 2,2 2,5 2,5 2,2 1,7 1,1 0,5 0,1 16,33 0,1 0,6 1,1 1,7 2,2 2,4 2,4 2,2 1,7 1,1 0,6 0,1 16,08 0,1 0,5 1,1 1,6 2,1 2,4 2,4 2,1 1,6 1,1 0,5 0,1 15,64 3.1.8.2 Cálculo da irradiância horária no plano do módulo De posse da irradiância horária global horizontal ( I h g ) e horária direta horizontal ( I h b ), é possível calcular a irradiância no plano inclinado do módulo. A irradiância horária no plano do módulo é dada por: 71 I = I cos θ + I (1 + cos β ) / 2 + I ρ n h b h d g ground (1 − cos β ) / 2 (32) Em que: I é a irradiância horária no plano do módulo. I I n b é a irradiância horária direta normal. d é a irradiância horária difusa horizontal. h I é a irradiância horária global horizontal. θ é o ângulo de incidência (ângulo entre o raio do Sol e a normal ao plano inclinado). β é o ângulo entre a superfície do módulo fotovoltaico e a horizontal local. h g ρ ground é o albedo (radiação solar difusa proveniente do espalhamento pelo solo) . Desde que: I = I cos θ h n b b I =I +I h g h b h d z logo, , logo, I I h n d b I cos θ h = =I −I h g (33) b h z b (34) Em que: I h b é a irradiância horária direta horizontal. θ é o ângulo zenital. z O ângulo θ pode ser obtido pela equação: cosθ = sen( L − β ) senδ + cos( L − β ) cos δ cosh Em que: L é a latitude local. δ é a declinação solar h é o ângulo horário (35) 72 3.1.8.3 Aplicação do programa CÉU LIMPO na obtenção de valores horários médios mensais de irradiância Visando certificar o uso do programa CÉU LIMPO na obtenção dos valores horários médios mensais, foi feita uma comparação entre a energia gerada pelo módulo SIEMENS SM55 instalados em Pesqueira e Recife – PE no mês de Janeiro de 2006, usando duas fontes de dados de irradiância. Na primeira, foram usados os dados de campo da irradiância medidos; na segunda, foram usados os dados de irradiância gerados pelo programa CÉU LIMPO no mesmo período. Em seguida, é feita a comparação entre os valores de energia obtidos. A sistemática que foi usada é descrita adiante. De posse dos valores das irradiâncias diárias de um determinado mês, é feito o cálculo da irradiância média mensal; este valor é usado para fazer o ajuste do índice de turbidez no programa CÉU LIMPO. Após o ajuste, os valores da irradiância horária média mensal gerados pelo programa CÉU LIMPO são usados no programa Performance Fotovoltaica (PF), para obter a energia gerada pelo módulo Siemens SM55 no referido mês. Esta energia gerada é comparada com o valor obtido usando a irradiância horária medida em campo. Os resultados obtidos foram: RECIFE • Valor diário médio da energia (dados coletados): 20,4 MJ/m2/dia. • Ajuste da turbidez no programa CÉU LIMPO para Recife mês Janeiro resultou no índice 6,7 (latitude igual a – 8,05°, altitude igual a 2 metros). O ajuste obteve 20,3 MJ/m2/dia. • Os valores de irradiância gerados pelo programa CÉU LIMPO foram usados no programa PF obtendo 924,4 kJ de energia produzidos. • A energia produzida pelo módulo usando os valores de irradiância horária coletados (obtendo o valor diário médio mensal) foi de 923,7 kJ. • A diferença entre os dois valores de energia foi menor que 0,1%. Os gráficos de energia são mostrados a seguir. 73 Figura 26: Energia gerada pelo módulo Siemens SM55 para Recife/Jan/2006 usando a irradiância horária coletada. Figura 27: Energia gerada pelo módulo Siemens SM55 para Recife/Jan/2006 usando a irradiância obtida pelo programa CÉU LIMPO. 74 PESQUEIRA • Valor diário médio da energia (dados coletados): 23,3 MJ/m2/dia. • Ajuste da turbidez no programa CÉU LIMPO para Pesqueira no mês de Janeiro resultou no índice de 5,8 (latitude igual a - 8,357°, altitude igual a 654 metros). O ajuste obteve 23,4 MJ/m2/dia. • Os valores de irradiância gerados pelo programa CÉU LIMPO foram usados no programa PF obtendo 1056,2 kJ de energia produzidos. • A energia produzida pelo módulo usando os valores de irradiância horária coletados (obtendo o valor diário médio mensal) foi de 1050,7 kJ. • A diferença entre os dois valores de energia foi de 0,5%. Os gráficos de energia são mostrados a seguir. Figura 28: Energia gerada pelo módulo Siemens SM55 para Pesqueira/Jan/2006 usando a irradiância horária coletada. 75 Figura 29: Energia gerada pelo módulo Siemens SM55 para Pesqueira/Jan/2006 usando a irradiância obtida pelo programa CÉU LIMPO. Conclui-se, portanto, que o programa CÉU LIMPO pode ser usado adequadamente na obtenção dos valores médios horários da irradiância que serão aplicados como dados de entrada na estimativa da energia produzida pelos módulos fotovoltaicos. 3.1.8.4 Comparação entre os valores de energia obtidos usando os valores horários e horários médio mensal da temperatura ambiente e irradiância O programa CÉU LIMPO disponibiliza os valores horários médio mensal da irradiância; no entanto, é possível utilizar o programa para obter os valores horários diários. Desde que a segunda alternativa envolve um número elevado de repetições do processo, procurou-se conhecer o efeito do uso de cada um dos processos na obtenção da energia produzida pelo módulo. Caso não haja diferença significativa, a opção será a utilização dos valores horários médio mensal. A sistemática aplicada foi: 76 • Cálculo da energia produzida no mês de Janeiro de 2006 pelo módulo Siemens SM55 inclinado de 23° Norte, instalado em Recife – PE (latitude –8,05° altitude 2 m) utilizando o valor diário médio mensal da temperatura ambiente e da irradiância (dia típico do mês). A inclinação de 23° Norte foi aplicada para otimizar a irradiância ao longo do ano. • Cálculo da energia produzida no mês de Janeiro de 2006 pelo módulo Siemens SM55 inclinado de 23° Norte, instalado em Recife – PE utilizando o valor diário da temperatura ambiente e da irradiância (para os 31 dias do mês). • Comparação entre a energia produzida nos itens anteriores. Os passos seguidos foram: • Obtenção no site do CPTEC da planilha contendo os dados de irradiância global, temperatura ambiente e velocidade do vento para Recife no mês de Janeiro de 2006. A planilha contém os dados de velocidade do vento e temperatura ambiente a cada três horas. O valor da irradiância é o acumulado a cada três horas. • Obtenção da irradiância global horizontal e direta horizontal (valor horário média mensal – dia típico). É utilizado o programa CÉU LIMPO (ajustado o índice de turbidez para coincidir com valor médio mensal fornecido pelos dados do CPTEC). • Obtenção da irradiância global (horária média mensal) no plano do módulo, inclinado do ângulo ß (23°). É utilizado uma planilha Excel, que contém as expressões matemáticas que consideram a latitude local, ângulo de inclinação do módulo, hora solar, e dia médio do mês. • Obtenção da temperatura ambiente hora a hora. É utilizada a interpolação spline cubic, usando como entrada a temperatura ambiente fornecida pelo CPTEC, que está de 03 em 03 horas. • Construção da tabela com os dados de irradiância global horária média mensal, temperatura ambiente horária média mensal, e velocidade do vento horário média mensal. Foi considerado como referência o valor fixo de 1m/s para a velocidade do vento. • Utilização do programa Performance Fotovoltaica para calcular a energia produzida pelo módulo Siemens SM55 usando como entrada de dados a tabela gerada no item anterior. • Repetição dos itens anteriores, sendo que o programa CÉU LIMPO é utilizado para fazer o ajuste da irradiância dia a dia. Desde que a temperatura já havia sido interpolada hora a hora em todos os dias do mês, é construída a tabela da irradiância e temperatura dia a dia, 77 e calculada a energia produzida pelo módulo usando o programa Performance Fotovoltaica. • Comparação entre os dois valores de energia encontrados. Os resultados obtidos foram: • A energia produzida pelo módulo no mês, usando os valores horários médio mensal da irradiância e temperatura ambiente (dia típico) foi de 780,7 kJ. • A energia produzida pelo módulo no mês usando os valores horários diário da irradiância e temperatura ambiente foi de 779,6 kJ. • A diferença entre os dois valores de energia encontrados acima foi de 0,13%. Conclui-se então, que os valores horários médio mensal podem ser usados para estimar a energia produzida pelo módulo (diferença de 0,13% para o valor calculado dia a dia para o mês de Janeiro de 2006). As tabelas são apresentadas a seguir. 78 Tabela 4: Dados climáticos de Recife para o mês de Janeiro de 2006 (Dados de 03 em 03 horas – planilha parcial). Data/Hora 2006-01-01 00:00:00.0 2006-01-01 03:00:00.0 2006-01-01 06:00:00.0 2006-01-01 09:00:00.0 2006-01-01 12:00:00.0 2006-01-01 15:00:00.0 2006-01-01 18:00:00.0 2006-01-01 21:00:00.0 2006-01-02 00:00:00.0 2006-01-02 03:00:00.0 2006-01-02 06:00:00.0 2006-01-02 09:00:00.0 2006-01-02 12:00:00.0 2006-01-02 15:00:00.0 2006-01-02 18:00:00.0 2006-01-02 21:00:00.0 2006-01-03 00:00:00.0 2006-01-03 03:00:00.0 2006-01-03 06:00:00.0 2006-01-03 09:00:00.0 2006-01-03 12:00:00.0 2006-01-03 15:00:00.0 2006-01-03 18:00:00.0 2006-01-03 21:00:00.0 2006-01-04 00:00:00.0 2006-01-04 03:00:00.0 2006-01-04 06:00:00.0 2006-01-04 09:00:00.0 2006-01-04 12:00:00.0 2006-01-04 15:00:00.0 Rad. Solar MJ/m2 0,0 0,0 0,1 4,1 6,8 5,4 1,2 0,0 0,0 0,0 0,1 4,1 6,8 5,3 1,3 0,0 0,0 0,0 0,1 3,9 8,1 5,6 2,0 0,0 0,0 0,0 0,1 5,2 7,7 5,6 TempAr VelVento3m °C 25,5 25 26 29,5 30,5 28 26 26 25,5 22,5 22 29,5 30,5 28,5 26,5 26 25 25 25,5 30,5 30 30 27 26 26 25,5 26 29 30,5 30 m/s 0,8 0,9 1,5 2,6 2,3 1,9 1 1,1 1 0,3 0,4 1,6 2,3 1,8 1,4 1 1,1 0,7 0,8 2,2 2,3 2,1 1,8 1,6 1,3 1,1 1,4 2 2,3 2 79 Tabela 5: Dados de irradiância global horária média mensal, temperatura ambiente horária média mensal (ambas interpoladas), temperatura do módulo horária média mensal (calculada), e potência horária média mensal (calculada) para Recife em Janeiro/2006. Tempo h 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Rad W/m2 0 85,2 228,5 373,3 500 592,3 639,3 636 582,6 483,9 350,2 195,6 1 TAmb °C 25,4 26,6 28,1 29,5 30,3 30,6 30,7 30,5 30,2 29,5 28,5 27,5 26,7 TMod Vel. Vento Pot. Máx °C 26,7 30,2 35,7 41,0 45,3 48,2 49,6 49,3 47,6 44,1 39,5 34,2 28,0 m/s 1 W 0,0 4,0 11,0 17,7 23,3 27,2 29,1 29,0 26,8 22,7 16,7 9,4 0,0 Figura 30: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 inclinado de -23° para Recife em Janeiro/2006 (utilizando os valores horários médio mensal). 80 Tabela 6: Dados de irradiância global horária, temperatura ambiente horária (ambas interpoladas), temperatura do módulo horária (calculada), e potência horária para Recife em Janeiro/2006. Tempo h 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Rad W/m2 0 81 208,8 325 425 493,3 529,9 527 484,6 410,8 305,3 181,8 16,3 TAmb TMod °C 26 27,1 28,3 29,5 30,3 30,6 30,5 29,9 29 28 27,1 26,4 26 °C 27,3 30,6 35,3 39,7 43,2 45,4 46,4 45,7 43,7 40,7 36,9 32,8 27,7 VelVento Pot. Máx. m/s 1 W 0,0 3,8 10,0 15,4 19,9 22,9 24,5 24,5 22,8 19,6 14,7 8,8 0,7 Figura 31: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 inclinado de -23° para Recife em Janeiro/2006 (utilizando o valor horário dia a dia). 81 3.1.8.5 Metodologia para obtenção da energia produzida em condições climáticas distintas A metodologia descrita a seguir foi utilizada nas simulações efetuadas. Para todos os casos foi considerado que o módulo estaria operando no ponto de máxima potência. Esta condição foi escolhida por ser usualmente utilizada nas aplicações práticas. • Cálculo da energia produzida nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006 pelo módulo Siemens SM55 inclinado de 23° Norte, instalado em Recife – PE (latitude –8,05° altitude 2 m). Comparação entre os valores de energia encontrada para cada mês com o valor de energia produzida considerando a temperatura do módulo fixa em 25°C (STC), e considerando a velocidade do vento fixa em 1m/s. • Cálculo da energia produzida nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006 pelo módulo Siemens SM55 inclinado de 23° Norte, instalado em Araripina – PE (latitude – 7,58° altitude 622 m). Comparação entre os valores de energia encontrada para cada mês com o valor de energia produzida considerando a temperatura do módulo fixa em 25°C (STC), e considerando a velocidade do vento fixa em 1m/s. • Comparação entre a energia produzida nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006 pelo módulo Siemens SM55 inclinado de 23° Norte, instalado em Recife, com a energia produzida pelo mesmo módulo em Araripina nos meses respectivos. Nesta comparação estão envolvidos o conjunto das variáveis climáticas (irradiância, temperatura ambiente e velocidade do vento). • Comparação entre a energia produzida nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006 pelo módulo Siemens SM55 inclinado de 23° Norte, instalado em Recife, com a energia produzida pelo mesmo módulo em Araripina nos meses respectivos, considerando para as duas localidades a temperatura do módulo fixa em 25° C. As etapas seguintes foram executadas: • Obtenção no site do CPTEC da planilha contendo os dados de irradiância global, temperatura ambiente e velocidade do vento para Recife e Araripina nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006. A planilha contém os dados de velocidade do vento e 82 temperatura ambiente a cada três horas. O valor da irradiância é o acumulado a cada três horas. • Obtenção da irradiância global horizontal e direta horizontal (valor horário médio mensal). É utilizado o programa CÉU LIMPO (ajustado o índice de turbidez para coincidir com valor médio mensal fornecido pelos dados do CPTEC). • Obtenção da irradiância global (horária média mensal) no plano do módulo, inclinado do ângulo ß (23°). É utilizado uma planilha Excel, que contém as expressões matemáticas que consideram a latitude local, ângulo de inclinação do módulo, hora solar, e dia médio do mês. • Obtenção da temperatura ambiente hora a hora. É utilizada a interpolação spline cubic, usando como entrada a temperatura ambiente fornecida pelo CPTEC, que está de 03 em 03 horas. • Construção da tabela com os dados de irradiância global horária média mensal, temperatura ambiente horária média mensal, e velocidade do vento horário média mensal. • Utilização do programa Performance Fotovoltaica para calcular a energia produzida pelo módulo Siemens SM55 usando como entrada de dados a tabela gerada no item anterior. • Obtenção da energia produzida pelo módulo considerando a temperatura do módulo fixa em 25°C. Foi criada uma entrada no programa Performance Fotovoltaica que permite fixar a temperatura do módulo no valor estabelecido na planilha de entrada de dados. • Obtenção da energia produzida pelo módulo considerando a velocidade do vento fixa em 1m/s. • Comparação entre a energia produzida pelo módulo na condição ambiental, na temperatura padrão de 25°C e com a velocidade do vento fixa em 1m/s. • Comparação entre os resultados obtidos mês a mês para Recife com os obtidos para Araripina. 83 4 4.1 RESULTADOS E DISCUSSÕES Comparação entre as curvas características geradas pelo software Performance Fotovoltaica e as curvas do fabricante 4.1.1 Comparação para as condições operacionais padrão (STC) Desde que os fabricantes normalmente apresentam em seus catálogos as curvas dos módulos nas condições padrão de operação, foi realizado uma comparação para o módulo Siemens SM55 (2), nestas condições, entre as curvas do fabricante e as geradas pelo programa Performance Fotovoltaica. Na Figura 32 encontram-se as duas curvas superpostas. 4 54,8 W 1.000 W/m 2 Corrente ( A ) 3 800 W/m 2 2 600 W/m 2 400 W/m 2 1 200 W/m 2 o Temperatura da célula 25 C 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 Tensão ( V ) Figura 32: Comparação na condição STC entre as curvas do fabricante (preta) e do programa PF (azul). Observa-se uma boa aderência entre as curvas, confirmando a expectativa de precisão do modelo adotado. 84 4.1.2 Comparação das curvas características em uma condição operacional qualquer Com objetivo de verificar o comportamento das curvas geradas pelo programa PF em condições operacionais diversas, foram feitas comparações em duas situações. Inicialmente foi mantida a temperatura do módulo no valor de referência e variado a irradiância; em seguida é feita uma análise mantendo a irradiância no valor de referência e variando a temperatura do módulo. A curva mostrando o resultado do primeiro caso é mostrada na Figura 33, onde a irradiância encontra-se em 800 W/m2 e a temperatura do módulo em 25°C. Verifica-se que as curvas são praticamente coincidentes, mostrando a adequação do modelo. 4 1.000 W/m 2 Corrente ( A ) 3 43,9 W 800 W/m 2 2 600 W/m 2 400 W/m 2 1 200 W/m 2 o Temperatura da célula 25 C 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 Tensão ( V ) Figura 33: Comparação entre as curvas do fabricante (preta) e do programa PF (azul) na condição operacional T= 25°C e I= 800 W/m2. Dando continuidade às verificações, foram comparadas as curvas do fabricante com as do programa PF, na condição de temperatura do módulo igual a 40°C e irradiância mantida na STC (I= 1000 W/m2). Os resultados são mostrados na Figura 34. Percebe-se uma leve diferença entre as curvas para os valores de tensão do módulo. Para os valores de corrente não são notadas diferenças. Esta diferença, foi constatada originariamente por De Soto, que atribuiu ao fato dos parâmetros informados nos catálogos dos fabricantes (nos quais a curva 85 gerada pelo programa se baseia) não estarem rigorosamente iguais aos obtidos pela curva fornecida pelos mesmos fabricantes. 4 50,2 W Corrente ( A ) 3 o 20 C o 30 C o 2 40 C o 50 C o 60 C 1 0 Irradiância: 1.000 W/m 2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 Tensão ( V ) Figura 34: Comparação entre as curvas do fabricante (preta) e do programa PF (azul) na condição operacional T= 40°C e I= 1000 W/m2. Com base na revisão bibliográfica, constatou-se que alguns autores utilizam um modelo de menor complexidade, não considerando o efeito da variação da banda de energia com a temperatura, que foi adotado no modelo deste trabalho, foi feito um teste fixando a banda de energia com objetivo de comparar os resultados. Na Figura 35 verifica-se que a curva do fabricante está mais próxima quando o efeito da temperatura na banda de energia é desconsiderado (avaliação feita para a temperatura do módulo igual a 60°C). 86 4 44 W Corrente ( A ) 3 o 20 C o 30 C o 40 C 2 o 50 C o 60 C Irradiância: 1.000 W/m 2 1 Eg fixo Eg variando com T 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 Tensão ( V ) Figura 35: Comparação entre as curvas do fabricante e do programa PF na condição operacional T= 60°C e I= 1000 W/m2. Cor preta – fabricante. Cor azul - programa PF com Eg variando com T. Cor vermelha – programa PF com Eg fixo. 4.2 Comparação entre os valores de energia obtida para velocidades do vento diversas A velocidade do vento é um fenômeno de difícil predição, e como os dados utilizados neste trabalho são dados sinópticos (CPTEC/INPE), foram feitos ensaios fixando a velocidade do vento em 1m/s, 2m/s, 3m/s, 4m/s, 5m/s e 6m/s com o objetivo de verificar o efeito na energia produzida pelo módulo fotovoltaico. O módulo sob teste foi o Siemens SM55 instalado em Araripina-PE (latitude –7,58° altitude 622 m) com inclinação de 23° Norte; na simulação foram usados os dados do CPTEC/INPE dos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006. A metodologia empregada foi a descrita no item 3.1.8.5 fazendo as devidas adequações para as condições sob teste. A Tabela 7 mostra os resultados. 87 Tabela 7: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina em 2006 para velocidades do vento fixas de 1 a 6 m/s. Velocidade do vento (m/s) 1,0 2,0 3,0 G (MJ/m2/dia) Janeiro E (kJ) % E (kJ) % E (kJ) % 0,0 1,0 0,9 % 0,9 0,9 0,9 15,2 783,8 791,1 798,3 805,6 812,8 820,0 0,0 0,9 0,9 0,9 0,9 0,9 18,5 997,9 1007 0,0 0,9 1016 1026 1035 1044 0,9 1,0 0,9 0,9 1008 1018 0,9 1,0 G (MJ/m2/dia) Outubro E (kJ) 6,0 885,7 894,2 902,7 911,1 919,6 928,0 G (MJ/m2/dia) Julho 5,0 23,4 G (MJ/m2/dia) Abril 4,0 23,6 970,9 980,3 989,8 999,1 0,0 1,0 1,0 0,9 Conclui-se, então, que o efeito da velocidade do vento no desempenho do módulo representa em torno de 1% de aumento da energia produzida para cada elevação de 1m/s na velocidade do vento. Este resultado torna necessário conhecer com maior profundidade a distribuição da velocidade do vento nas localidades sob estudo, o que é feito a seguir. 88 4.2.1 Velocidade do vento nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006 para Recife e Araripina Nas planilhas do CPTEC/INPE os valores da velocidade do vento estão em intervalos de três em três horas (valores coletadas sem obstáculo) ; desde que este parâmetro repercute na temperatura do módulo, e conseqüentemente na energia produzida, procurou-se inicialmente estudar o comportamento da velocidade do vento em termos de valor médio mensal. Foram traçadas curvas para cada um dos meses em análise, superpondo os valores de Recife e Araripina de forma a identificar as diferenças. Os resultados são apresentados abaixo. 4,5 4,0 Vel. do vento (m/s) 3,5 3,0 Araripina Araripina-Média Recife Recife-Média 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 0 3 6 9 12 15 18 21 Hora (h) Figura 36: Velocidade do vento no mês de Janeiro de 2006 para Recife e Araripina (dia médio mensal). 89 3,5 3,0 Vel. do vento (m/s) 2,5 2,0 Araripina Araripina-Média Recife Recife-Média 1,5 1,0 0,5 0,0 0 3 6 9 12 15 18 21 Hora (h) Figura 37: Velocidade do vento no mês de Abril de 2006 para Recife e Araripina (dia médio mensal). 5,0 4,5 4,0 Vel. do vento (m/s) 3,5 3,0 Araripina Araripina-Média Recife Recife-Média 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 0 3 6 9 12 15 18 21 Hora (h) Figura 38: Velocidade do vento no mês de Julho de 2006 para Recife e Araripina (dia médio mensal). 90 5,0 4,5 4,0 Vel. do vento (m/s) 3,5 3,0 Araripina Araripina-Média Recife Recife-Média 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 0 3 6 9 12 15 18 21 Hora (h) Figura 39: Velocidade do vento no mês de Outubro de 2006 para Recife e Araripina.(dia médio mensal). 3,5 3 Vel. do vento (m/s) 2,5 2 Araripina Recife 1,5 1 0,5 0 Janeiro Abril Julho Outubro Mês Figura 40: Velocidade do vento para Recife e Araripina nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006 (valor médio mensal). 91 A análise das curvas permite concluir que Araripina possui velocidade do vento superior à Recife para todos os meses em estudo. Torna-se claro, também, que para as duas localidades, os ventos com maior velocidade estão concentrados no período do dia de maior irradiância. Este fato traz uma contribuição positiva na geração de energia, pois implica na atenuação da temperatura do módulo, que tende a crescer nos horários de maior irradiância (próximo ao meio dia). A Tabela 8 apresenta de forma resumida a variação da velocidade do vento ao longo dos meses para as duas localidades. Tabela 8: Valor médio mensal da velocidade do vento para Recife e Araripina nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006. Mês 4.3 Velocidade do vento Média mensal (m/s) Araripina Recife Diferença (%) Janeiro 2,7 1,5 80 Abril 1,9 1,0 90 Julho 3,3 1,2 175 Outubro 3,0 1,7 76,5 Efeito da Temperatura no Desempenho do Módulo Fotovoltaico Concluída a etapa de verificação da adequação da metodologia e do modelo adotado, pode-se finalmente avaliar o efeito da temperatura no desempenho do módulo fotovoltaico. Os ensaios foram desenvolvidos para as localidades de Recife e Araripina, ambas no estado de Pernambuco. O módulo sob aplicação foi o Siemens SM55 inclinado de 23° Norte, e os dados climáticos foram obtidos do CPTEC/INPE para os meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006. 92 4.3.1 Energia produzida em condições climáticas distintas Para cada um dos meses foi verificada a energia produzida pelo módulo nas condições climáticas locais (efeito conjunto G, Ta e Vvento), a energia produzida mantendo a temperatura do módulo fixa em 25°C (temperatura de referência, normalmente usada nos catálogos dos fabricantes), e a energia produzida fixando a velocidade do vento em 1m/s. A sistemática empregada foi a descrita no item 3.1.8.5. Os resultados obtidos foram: RECIFE Tabela 9: Energia média mensal produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife. Energia produzida (kJ) Janeiro Abril Julho Outubro Média (1) Efeito conjunto (G,Ta, V) 787,8 841,5 804,7 957,3 847,8 (2) Temp. do módulo fixa (25°C) (3) Vel. do vento fixa (1m/s) 878,2 948,8 886,1 1082,0 948,8 780,7 838,0 799,4 946,2 841,0 Comparação % (1) x (2) -11,5 -12,8 -10,1 -13,0 -11,8 Comparação % (1) x (3) 0,9 0,6 1,2 0,8 0,4 (1) condições climáticas locais; (2) temperatura do módulo fixa em 25°C; (3) velocidade do vento fixa em 1m/s. A análise destes dados mostra que na média dos quatro meses, a energia produzida pelo módulo é 11,8 % inferior quando comparada com a energia produzida caso o módulo mantivesse a temperatura fixa em 25°C. Nota-se, também, que o efeito da velocidade do vento resulta em um ganho médio de 0,8% quando comparado caso a velocidade do vento fosse padronizada em 1 m/s. 93 ARARIPINA Tabela 10: Energia média mensal produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina. Energia produzida (kJ) Janeiro Abril Julho Outubro Média (1) Efeito conjunto (G,Ta, V) 909,2 795,8 1028,5 998,1 932,9 (2) Temp. do módulo fixa (25°C) (3) Vel. do vento fixa (1m/s) 995,2 847,5 1100,0 1110,0 1013,2 885,8 783,9 998,0 971,0 909,7 Comparação % (1) x (2) -9,4 -6,5 -7,0 -11,2 -8,5 Comparação % (1) x (3) 2,6 1,5 2,9 2,7 2,4 (1)condições climáticas locais; (2) temperatura do módulo fixa em 25°C; (3) velocidade do vento fixa em 1m/s. De forma similar ao observado para Recife, o módulo em Araripina produz, em valores médios, 8,5% menos energia quando comparado na condição de temperatura fixa em 25°C. Nota-se, também, que o efeito da velocidade do vento resulta em um ganho médio de 2,4% quando comparado caso a velocidade do vento fosse padronizada em 1 m/s. RECIFE X ARARIPINA Desde que a temperatura do módulo depende da irradiância, da temperatura ambiente e da velocidade do vento, e que Recife e Araripina possuem valores próprios destas variáveis, o efeito da temperatura do módulo na análise comparativa de produção de energia deve ser verificado considerando o conjunto das variáveis. Um outro indicador é comparar a produção de energia fixando a temperatura do módulo em 25°C para as duas localidades. Neste caso são desconsiderados os efeitos da irradiância, temperatura ambiente e velocidade do vento na temperatura do módulo. Para permitir uma melhor avaliação dos resultados, inicialmente é apresentado um resumo dos valores médios das variáveis climáticas para as duas localidades. 94 Tabela 11: Valores médios mensais da irradiância, temperatura ambiente e velocidade do vento para Recife e Araripina, nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006. Recife G (MJ/m2/dia) Ta (°C) Araripina Vvento (m/s) G (MJ/m2/dia) Ta (°C) Vvento (m/s) Jan. 20,6 27,3 1,5 23,4 23,8 2,7 Abril 17,41 27,1 0,97 15,2 21,2 1,9 Julho 14,9 24,5 1,19 18,5 19,4 3,3 Out. 23,1 26,9 1,74 23,6 24,3 3,0 Tabela 12: Comparação entre a energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina e em Recife. Energia produzida (kJ) Janeiro Abril Julho Outubro Total (1) Efeito conjunto (G,Ta, V) RECIFE (2) Efeito conjunto (G,Ta, V) ARARIPINA Comparação % (1) x (2) 787,8 841,5 804,7 957,3 3391,3 909,2 795,8 1028,5 998,1 3731,6 -15,4 5,4 -27,8 -4,3 -10,0 (3) Temp. do módulo fixa (25°C) RECIFE (4) Temp. do módulo fixa (25°C) ARARIPINA Comparação % (3) x (4) 878,2 948,8 886,1 1082,5 3795,6 995,2 847,5 1100,0 1110,0 4052,7 -13,3 10,7 -2,5 -6,8 -24,1 (1) considerando condições climáticas locais; (2) temperatura do módulo fixa em 25°C. Levando em conta o efeito conjunto das variáveis (comparação mais realística na Tabela 12), Recife produz nos quatro meses, 10,0% menos energia que Araripina. Quando a comparação é feita para temperatura do módulo fixa em 25°C a diferença passa a ser de 6,8% em favor de Araripina (devido aos valores médios superiores de irradiância de Araripina). A redução do valor percentual está coerente com o fato de Araripina possuir valores médios de temperatura ambiente inferiores a Recife e valores médios de velocidade do vento superiores à Recife. Ambos fatores contribuem para o menor incremento da temperatura do módulo com relação ao valor fixo de 25°C. A análise dos valores de energia obtidos mostra que o efeito da temperatura no 95 desempenho do módulo fotovoltaico é significativo. Este efeito torna-se evidente quando é feita comparação para a mesma localidade (diferença média de 10,19%), pois neste caso a variável irradiância não muda. Quando a comparação é feita para localidades distintas deve ser considerado o efeito conjunto das variáveis climáticas que determinam a temperatura operacional do módulo; também neste caso a diferença de energia produzida mostrou ser relevante (10,0%). Estes resultados ressaltam a importância da escolha do local mais apropriado para a instalação de um Sistema de geração fotovoltaica de grande porte. Os gráficos de energia são apresentados no apêndice B. 4.3.2 Relação da energia produzida com a temperatura ambiente 4.3.2.1 Estratificação da energia produzida em faixas da temperatura operacional O melhor desempenho do módulo, da ordem de 10% obtido para Araripina quando comparado com Recife, deve-se em parte à temperatura ambiente; este fato induz à necessidade de conhecer melhor a variação da temperatura ambiente ao longo do dia nestas localidades. Com este objetivo foram superpostas as curvas de temperatura ambiente média horária para o mês de Janeiro de 2006, conforme é apresentado. 96 Temp. ambiente (C) ) 35 30 25 20 Recife 15 Araripina 10 5 0 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 Hora (h) Figura 41: Curvas de temperatura ambiente para Recife e Araripina – Valores horários médio mensal para Janeiro de 2006. A análise destas curvas mostra que: • Não existe diferença significativa para os valores mais altos de temperatura. • A temperatura média de Araripina é inferior à de Recife. • A curva de Araripina está deslocada para a direita (eixo do tempo), o que significa que Recife possui temperaturas mais altas nas horas de maior irradiância. A partir destas constatações procurou-se conhecer a contribuição de cada faixa de temperatura na energia produzida pelo módulo. A Tabela 13 e Tabela 14 apresentam a estratificação da energia produzida em função da temperatura para Recife e Araripina em Janeiro de 2006. Tabela 13: Estratificação da energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife no mês de Janeiro de 2006 nas faixas de temperatura de operação do módulo. Temp. módulo Tempo operação % tempo Energia (kJ) % Energia % Energia (°C) (hs dia) acumulada 25-30 02 15,4 17,0 2,2 2,2 30-35 02 15,4 54,3 6,9 9,1 35-40 02 15,4 97,9 12,5 21,6 40-45 02 15,4 140,7 18,0 39,6 45-50 05 38,4 471,0 60,3 100,00 97 Tabela 14: Estratificação da energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina no mês de Janeiro de 2006 nas faixas de temperatura de operação do módulo. Temp. módulo Tempo operação % tempo Energia (kJ) % Energia % Energia (°C) (hs dia) acumulada 20-25 02 15,4 7,5 0,8 0,8 25-30 01 7,7 17,8 2,0 2,8 30-35 01 7,7 29,8 3,4 6,2 35-40 02 15,4 109,9 12,4 18,6 40-45 02 15,4 164,1 18,5 37,1 45-50 05 38,4 556,6 62,8 100 Das informações contidas nas tabelas extrai-se que: • Nas duas localidades a produção de energia está fortemente concentrada nas temperaturas mais elevadas do módulo, ou seja, mais de 60% da energia produzida é obtida para temperaturas do módulo superiores a 45°C. • Araripina inicia a produção de energia em temperaturas um pouco mais baixas que Recife (faixa de 20-25°C em contrapartida de 25-30°C de Recife). Estes resultados evidenciam que medidas mitigatórias para diminuir a temperatura do módulo acarretarão em substancial ganho no desempenho do sistema fotovoltaico. A Figura 42 e a Figura 43 permitem uma visualização mais clara da contribuição de cada faixa de temperatura de operação do módulo na produção de energia para Recife e Araripina respectivamente. 98 70,0 60,0 Energia produzida (%) 50,0 40,0 Recife 30,0 20,0 10,0 0,0 25-30 30-35 35-40 40-45 45-50 Faixa de temperatura (C) Figura 42: Energia (%) produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife/Jan/2006 em função da temperatura do módulo. 70,0 60,0 Energia produzida (%) 50,0 40,0 Araripina 30,0 20,0 10,0 0,0 20-25 25-30 30-35 35-40 40-45 45-50 Faixa de temperatura (C) Figura 43: Energia (%) produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina/Jan/2006 em função da temperatura do módulo. 99 4.3.2.2 Rendimento energético em função da temperatura do módulo Desde que a temperatura do módulo variará em função das condições climáticas específicas para cada mês do ano, foi realizado um estudo do rendimento da conversão de energia do módulo Siemens SM55 para cada localidade e mês sob análise. O rendimento energético para cada mês foi obtido pela relação entre a energia elétrica produzida e a energia solar incidente na área do módulo, em um dia típico do mês. Tabela 15: Rendimento energético do módulo Siemens SM55 nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006 para Recife e Araripina. Recife (°C) Energia elétrica Rendimento (%) Energia solar (°C) Tm Energia elétrica Rendimento 7140,00 39,8 787,80 11,03 8075,00 36,6 909,20 11,26 Abril 7722,25 41,5 841,50 10,90 6910,50 32,9 795,80 11,52 Julho 7220,75 37,8 804,70 11,14 8912,25 32,3 1028,50 11,54 8772,00 41,5 957,30 10,91 8993,00 38,4 998,10 11,10 Jan. (kJ) Temp. do módulo (C)) Out. Tm (kJ) (kJ) 44 42 40 38 36 34 32 30 11,60 11,50 11,40 11,30 11,20 11,10 11,00 10,90 10,80 Jan. Abril Julho Rendimento (%) ( Energia solar Araripina (kJ) (%) Temp. do módulo Rendimento Out. Mês do ano Figura 44: Rendimento energético e temperatura média do módulo Siemens SM55 instalado em Araripina para os meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006. 44 42 40 38 36 34 32 30 11,20 11,10 11,00 10,90 10,80 Rendimento (%)) Temp. do módulo (C)) 100 Temp. do módulo Rendimento 10,70 Jan. Abril Julho Out. Mês do ano Figura 45: Rendimento energético e temperatura média do módulo Siemens SM55 instalado em Recife para os meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006. A Figura 44 mostra com clareza que o rendimento na conversão energética é melhor para os meses em que a temperatura do módulo é menor. Este efeito ocorre também para Recife (Figura 45), cabendo a observação que o mês de Abril de 2006 teve a menor média de velocidade do vento de todo o conjunto dos dados (0,97 m/s) o que explica a elevação da temperatura do módulo. 4.4 Rendimento energético para o módulo operando em tensão fixa Conforme explicitado no item 3.1.8.5, as simulações realizadas anteriormente foram feitas considerando o módulo operando no ponto de máxima potência. Desde que em aplicações práticas, o módulo pode ser usado para alimentar um sistema com valor de tensão fixo (uma bateria de 12 Vdc, por exemplo), foram feitas simulações para o módulo Siemens SM55 operando na tensão fixa de 13,8 (tensão de recarga de uma bateria de chumbo-ácido de 12Vdc). Os resultados obtidos são apresentados na Tabela 16. 101 Tabela 16: Rendimento energético do módulo Siemens SM55 operando na tensão fixa de 13,8 Vdc nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006 para Recife e Araripina. Recife Energia Tm Energia solar (°C) elétrica (kJ) (kJ) 7140,00 39,8 747,1 Araripina 10,46 Energia solar (kJ) 8075,00 36,6 Energia elétrica (kJ) 846,94 Abril 7722,25 41,5 804,32 10,42 6910,50 32,9 725,23 Julho 7220,75 37,8 755,15 10,46 8912,25 32,3 936,41 10,51 8772,00 41,5 915,11 10,43 8993,00 38,4 940,37 10,46 Jan. Out. Rendimento (%) Tm (°C) Rendimento (%) 10,49 10,49 A comparação da energia produzida e do rendimento energético do módulo operando no ponto de máxima potência (Tabela 15) com os resultados obtidos para o módulo operando com tensão fixa (Tabela 16) mostra que tanto para Recife como para Araripina houve perda de rendimento e energia produzida (valor médio para os quatro meses da ordem de 6%). O resultado menor já era presumido pela própria definição do ponto de máxima potência. Caso a comparação seja feita para a mesma localidade, observa-se que o rendimento tem uma menor variação com a temperatura se o módulo estiver operando na condição de tensão fixa. Este resultado está coerente com a curva apresentada na Figura 9, em que a tensão do módulo praticamente não varia com a temperatura para tensões inferiores ao ponto de máxima potência. 4.5 Efeito da Temperatura no Desempenho de Módulos Fotovoltaicos de Tecnologias Distintas As avaliações de desempenho efetuadas nos capítulos anteriores foram feitas para o módulo Siemens SM55 que utiliza a tecnologia de silício monocristalino. A metodologia desenvolvida, no entanto, se aplica para as tecnologias de silício policristalino, amorfo, e películas finas. Com o objetivo de conhecer o efeito da temperatura nas demais tecnologias, foram efetuados testes com os módulos listados abaixo, que possuem as características: 102 Tabela 17: Características dos módulos fotovoltaicos das tecnologias silício monocristalino, policristalino, amorfo e películas finas. Tecnologia Área (m2) Células série Células paralelo aref (A) Siemens SM55 Monocristalino 0,425 36 01 0,994 Solarex MSX-60 Policristalino 0,556 36 01 0,97 Astropower APX-45 Película fina 0,566 40 01 1,086 Solarex MST-43LV(2) Amorfo 0,822 16 04 1,169 IL,ref (A) 3,32 3,807 2,913 3,428 I0,ref (A) 1,43E-9 1,31E-9 4,842E-9 9,899E-9 Rs,ref (ohms) 0,4088 0,3462 0,6102 1,19 Rsh,ref (ohms) 186,1 185,7 133,3 30,63 Módulo Inicialmente foram traçadas as curvas características dos módulos utilizando o programa Performance Fotovoltaica. As curvas são mostradas a seguir. Figura 46: Curva característica do módulo Solarex MSX-60 traçada pelo programa PF. 103 Figura 47: Curva característica do módulo Astropower APX-45 traçada pelo programa PF. Figura 48: Curva característica do módulo Solarex MST-43LV(2) traçada pelo programa PF. Conforme pode ser observado nas curvas características, os módulos possuem pontos de máxima potência distintos, o que condiz com a expectativa. Em função de não possuírem 104 as mesmas curvas características é evidente que para as mesmas condições climáticas a energia produzida por cada um deles diferirá. Baseado neste fato, a análise de desempenho em função da temperatura é pertinente quando realizada individualmente para cada tipo de tecnologia, o que será feito a seguir. Objetivando fazer a análise de desempenho usando uma base de referência comum a todos os módulos, foram utilizados os arquivos com os dados climáticos do CPTEC/INPE para as localidades de Recife e Araripina, nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006. O tratamento dos dados e a metodologia usada foram os mesmos empregados no item 4.3. De modo similar ao realizado para a tecnologia silício monocristalino (Siemens SM55), efetuou-se a comparação de desempenho dos módulos considerando a temperatura do módulo fixa no valor de referência (25°C) e a temperatura do módulo ajustada para as condições climáticas locais. O rendimento energético (relação entre a energia elétrica produzida nas condições climáticas locais e a energia solar incidente na área do módulo) foi calculado conforme realizado no item 4.3.2.2 para a tecnologia de silício monocristalino. As tabelas a seguir sintetizam os resultados obtidos. RECIFE Tabela 18: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife. MONOCRISTALINO Siemens SM55 Energia produzida (kJ) Janeiro Abril Julho Outubro Condições climáticas locais 787,8 841,5 804,7 957,3 Temp. do módulo fixa (25°C) Diferença (%) 878,2 948,8 886,1 1082,5 11,5 12,8 10,1 13,1 Tabela 19: Energia produzida pelo módulo Solarex MSX-60 instalado em Recife. POLICRISTALINO Solarex MSX-60 Energia produzida (kJ) Janeiro Abril Julho Outubro Condições climáticas locais 889,5 954,8 910,6 1078,1 Temp. do módulo fixa (25°C) Diferença (%) 999,7 1080,2 1008,8 1232,4 12,4 13,1 10,8 14,3 105 Tabela 20: Energia produzida pelo módulo Astropower APX-45 instalado em Recife. SILÍCIO FINO Astropower APX-45 Energia produzida (kJ) Janeiro Abril Julho Outubro Condições climáticas locais 662,8 710,4 679,8 799,9 Temp. do módulo fixa (25°C) Diferença (%) 756,0 816,4 762,7 930,4 14,0 14,9 16,3 12,2 Tabela 21: Energia produzida pelo módulo Solarex MST-43LV(2) instalado em Recife. AMORFO Solarex MST-43LV(2) Energia produzida (kJ) Janeiro Abril Julho Outubro Condições climáticas locais 666,3 711,0 683,0 792,5 Temp. do módulo fixa (25°C) Diferença (%) 757,8 815,2 764,1 921,3 13,7 14,7 16,3 11,9 ARARIPINA Tabela 22: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina. MONOCRISTALINO Siemens SM55 Energia produzida (kJ) Janeiro Abril Julho Outubro Condições climáticas locais 909,2 795,8 1028,5 998,1 Temp. do módulo fixa (25°C) Diferença (%) 995,2 847,5 1099,9 1109,9 9,5 6,5 6,9 11,2 Tabela 23: Energia produzida pelo módulo Solarex MSX-60 instalado em Araripina. POLICRISTALINO Solarex MSX-60 Energia produzida (kJ) Janeiro Abril Julho Outubro Condições climáticas locais 1009,2 892,8 1136,8 1106,4 Temp. do módulo fixa (25°C) Diferença (%) 1263,5 1133,0 964,8 1252,2 12,3 8,0 10,1 14,2 106 Tabela 24: Energia produzida pelo módulo Astropower APX-45 instalado em Araripina. SILÍCIO FINO Astropower APX-45 Energia produzida (kJ) Janeiro Abril Julho Outubro Condições climáticas locais 751,2 669,0 847,8 820,8 Temp. do módulo fixa (25°C) Diferença (%) 855,9 729,8 945,3 953,7 13,9 9,0 11,5 16,2 Tabela 25: Energia produzida pelo módulo Solarex MST-43LV(2) instalado em Araripina. AMORFO Solarex MST-43LV(2) Energia produzida (kJ) Janeiro Abril Julho Outubro Condições climáticas locais 748,7 674,4 839,8 811,7 Temp. do módulo fixa (25°C) Diferença (%) 851,7 733,5 935,4 943,0 13,7 8,8 11,4 16,2 RECIFE X ARARIPINA Tabela 26: Comparação entre Recife e Araripina da energia produzida pelo módulo Siemens SM55. MONOCRISTALINO Energia produzida (kJ) Energia total (kJ) Siemens SM55 Janeiro Abril Julho Outubro 3391,3 957,3 787,8 841,5 804,7 RECIFE Condições climáticas locais 3731,6 909,2 795,8 1028,5 998,1 ARARIPINA Condições climáticas locais Diferença (%) -10,0 Tabela 27: Comparação entre Recife e Araripina da energia produzida pelo módulo Solarex MSX-60. POLICRISTALINO Energia produzida (kJ) Solarex MSX-60 Janeiro Abril Julho Outubro 889,4 954,8 910,6 1078,1 RECIFE Condições climáticas locais 1009,2 892,8 1136,8 1106,4 ARARIPINA Condições climáticas locais Diferença (%) Energia total (kJ) 3832,9 4145,2 -8,1 107 Tabela 28: Comparação entre Recife e Araripina da energia produzida pelo módulo Astropower APX- 45. SILÍCIO FINO Energia produzida (kJ) Astropower APX-45 Janeiro Abril Julho Outubro 662,8 710,4 679,8 799,9 RECIFE Condições climáticas locais 751,2 669,0 847,8 820,8 ARARIPINA Condições climáticas Diferença (%) Energia total (kJ) 2852,9 3088,8 -8,3 Tabela 29: Comparação entre Recife e Araripina da energia produzida pelo módulo Solarex MST43LV(2). AMORFO Energia produzida (kJ) Solarex MST-43LV(2) Janeiro Abril Julho Outubro 666,3 711,0 683,0 792,5 RECIFE Condições climáticas locais 748,7 674,4 839,8 811,7 ARARIPINA Condições climáticas locais Diferença (%) Energia total (kJ) 2852,8 3074,6 -7,8 Rendimento energético Tabela 30: Rendimento energético do módulo Solarex MSX-60 nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006 para Recife e Araripina. Recife Energia solar (°C) 9340,80 39,8 889,40 Abril 10102,52 41,5 Julho 9446,44 Out. Jan. Energia solar (°C) 9,52 10564,00 954,80 9,45 910,60 11475,84 41,5 1078,10 (kJ) Tm Araripina 37,8 Energia Rendimento (%) elétrica (kJ) Energia elétrica Rendimento 36,6 1009,20 9,55 9040,56 32,9 892,80 9,88 9,64 11659,32 32,3 1136,80 9,75 9,39 11764,96 38,4 1106,40 9,40 (kJ) Tm (kJ) (%) 108 Tabela 31: Rendimento energético do módulo Astropower APX-45 nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006 para Recife e Araripina. Recife Araripina Energia elétrica Rendimento Energia solar (°C) 39,8 662,80 6,97 10754,00 10284,22 41,5 710,40 6,91 Julho 9616,34 37,8 679,80 Out. 11682,24 41,5 799,90 Energia solar (°C) Jan. 9508,80 Abril (kJ) Tm (kJ) Energia elétrica Rendimento 36,6 751,20 6,99 9203,16 32,9 669,00 7,27 7,07 11869,02 32,3 847,80 7,14 6,85 11976,56 38,4 820,80 6,85 (%) (kJ) Tm (kJ) (%) Tabela 32: Rendimento energético do módulo Solarex MST-43LV(2) nos meses de Janeiro, Abril, Julho e Outubro de 2006 para Recife e Araripina. Recife Araripina Energia solar (°C) Tm Energia elétrica Rendimento (%) Energia solar (°C) Tm Energia elétrica Rendimento Jan. 13809,60 39,8 666,30 4,82 15618,00 36,6 748,70 4,79 Abril 14935,74 41,5 711,00 4,76 13365,72 32,9 674,40 5,05 Julho 13965,78 37,8 683,00 4,89 17237,34 32,3 839,80 4,87 16966,08 41,5 792,50 4,67 17393,52 38,4 811,70 4,67 Out. (kJ) (kJ) (kJ) (kJ) (%) Resumo dos resultados • Para as quatro tecnologias FV analisadas, a energia produzida considerando as condições climáticas locais é em média 11% inferior ao valor obtido caso o módulo opere na temperatura de referência (padrão informado nos catálogos dos fabricantes). Este resultado está condizente com o fato de que considerando o conjunto das variáveis climáticas, o módulo estará operando, em média, com valores de temperatura acima de 25°C. • Caso o módulo seja instalado em Araripina ao invés de Recife implicará, para as quatro tecnologias analisadas, um ganho médio de 8% na energia produzida pelo módulo. O ganho na geração de energia para Araripina está de acordo com o fato de que as condições 109 climáticas são mais favoráveis nesta localidade do que em Recife (valor médio de irradiância superior; valor médio da temperatura ambiente inferior; e valor médio de velocidade do vento superior). Estes resultados mostram que o efeito das condições climáticas é relevante no desempenho dos módulos fotovoltaicos das principais tecnologias empregadas no mercado atual, e que a escolha do local mais apropriado para a implantação de um sistema de geração de grande porte é fundamental para o sucesso do empreendimento. As curvas de geração de energia para Recife e Araripina no mês de janeiro de 2006 para as tecnologias de silício policristalino, silício fino e amorfo, são apresentadas em detalhes no apêndice C. 110 5 CONCLUSÕES A metodologia desenvolvida mostrou ser eficaz na avaliação de desempenho de módulos fotovoltaicos das principais tecnologias encontradas no mercado. A partir da definição do modelo mais completo de caracterização das células fotovoltaicos (modelo de cinco parâmetros) foi elaborado um software aplicativo, de fácil utilização, que permite a avaliação de desempenho dos módulos fotovoltaicos em condições operacionais variadas. Foram feitas aplicações simulando o uso do módulo Siemens SM55 em duas localidades do estado de Pernambuco, Recife e Araripina, representando respectivamente a região litorânea e o Sertão Nordestino. Os resultados obtidos consolidaram a expectativa da importância do efeito da temperatura no desempenho dos módulos fotovoltaicos. O valor médio, para as duas localidades, da energia produzida considerando as condições climáticas locais é 10,2% inferior quando comparada caso o módulo fosse utilizado na temperatura padrão de 25°C. O estudo permitiu comparar também, a energia produzida pelo mesmo módulo, caso fosse instalado em Araripina ao invés de Recife. Neste caso, as condições climáticas locais representam o diferencial. Obteve-se nestas condições, um ganho na energia produzida pelo módulo de 10,0% para Araripina em relação à Recife. As simulações realizadas também possibilitaram concluir que: • A ferramenta de engenharia desenvolvida neste trabalho atendeu os objetivos propostos, sendo de fácil aplicação e apresentando resultados consistentes. • A produção de energia está fortemente concentrada nas temperaturas mais elevadas do módulo, isto é, mais de 60% da energia produzida é obtida para temperaturas do módulo superiores a 45°C. • Existe uma coincidência de fase entre a irradiância e a velocidade do vento, ou seja, a velocidade do vento é maior nas horas próximas ao meio dia, nas localidades observadas. • A temperatura do módulo, quando estimada pelo modelo da NOCT, apresenta valores superiores aos obtidos pelo modelo adotado, significando que os resultados deste trabalho são conservadores. 111 • A metodologia utilizada e a ferramenta de engenharia desenvolvida podem ser aplicadas para as tecnologias de silício policristalino, películas finas e silício amorfo. 112 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDREEV, V. 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TAMIZHMANI, G.; TANG, Y.; PETACCI, L. Photovoltaic Module Thermal/wind Performance: Long-Term Monitoring and Model Development for Energy Rating. Arizona State University East – National Renewable Energy Laboratory, 2002. 114 TOWNSEND, T. U. A Method For Estimating the Long-Term Performance of DirectCoupled Photovoltaic Systems. 1989. 282 p. (Master of Science Thesis) – University of Wisconsin, Madison, 1989. UFRJ. O Módulo Fotovoltaico, disponível em http://www.UFRJ/Lab fotovoltaico Education/. 115 APÊNDICES APÊNDICE A TABELAS ORIGINAIS DO CPTEC/INPE CONTENDO OS DADOS CLIMÁTICOS DE RECIFE E ARARIPINA NOS MESES DE JANEIRO, ABRIL, JULHO E OUTUBRO DE 2006. 116 RECIFE Tabela 33: Dados climáticos Recife Janeiro/2006. DataHora 2006-01-01 00:00:00.0 2006-01-01 03:00:00.0 2006-01-01 06:00:00.0 2006-01-01 09:00:00.0 2006-01-01 12:00:00.0 2006-01-01 15:00:00.0 2006-01-01 18:00:00.0 2006-01-01 21:00:00.0 2006-01-02 00:00:00.0 2006-01-02 03:00:00.0 2006-01-02 06:00:00.0 2006-01-02 09:00:00.0 2006-01-02 12:00:00.0 2006-01-02 15 2006-01-02 18:00:00.0 2006-01-02 21:00:00.0 2006-01-03 00:00:00.0 2006-01-03 03:00:00.0 2006-01-03 06:00:00.0 2006-01-03 09:00:00.0 2006-01-03 12:00:00.0 2006-01-03 15:00:00.0 2006-01-03 18:00:00.0 2006-01-03 21:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0,0 25,5 0,8 0,0 25,0 0,9 0,1 26,0 1,5 4,1 29,5 2,6 6,8 30,5 2,3 5,4 28,0 1,9 1,2 26,0 1,0 0,0 26,0 1,1 0,0 25,5 1,0 0,0 22,5 0,3 0,1 22,0 0,4 4,1 29,5 1,6 6,8 30,5 2,3 5,3 28,5 1,8 1,3 26,5 1,4 0,0 26,0 1,0 0,0 25,0 1,1 0,0 25,0 0,7 0,1 25,5 0,8 3,9 30,5 2,2 8,1 30,0 2,3 5,6 30,0 2,1 2,0 27,0 1,8 0,0 26,0 1,6 DataHora 2006-01-04 00:00:00.0 2006-01-04 03:00:00.0 2006-01-04 06:00:00.0 2006-01-04 09:00:00.0 2006-01-04 12:00:00.0 2006-01-04 15:00:00.0 2006-01-04 18:00:00.0 2006-01-04 21:00:00.0 2006-01-05 00:00:00.0 2006-01-05 03:00:00.0 2006-01-05 06:00:00.0 2006-01-05 09:00:00.0 2006-01-05 12:00:00.0 2006-01-05 15:00:00.0 2006-01-05 18:00:00.0 2006-01-05 21:00:00.0 2006-01-06 00:00:00.0 2006-01-06 03:00:00.0 2006-01-06 06:00:00.0 2006-01-06 09:00:00.0 2006-01-06 12:00:00.0 2006-01-06 15:00:00.0 2006-01-06 18:00:00.0 2006-01-06 21:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0,0 26,0 1,3 0,0 25,5 1,1 0,1 26,0 1,4 5,2 29,0 2,0 7,7 30,5 2,3 5,6 30,0 2,0 2,9 26,5 1,4 0,0 25,0 1,1 0,0 25,5 1,6 0,0 25,5 1,2 0,1 26,0 0,9 4,6 30,0 2,3 9,4 31,5 2,0 5,7 30,0 2,2 1,9 27,0 1,1 0,0 26,0 0,9 0,0 26,0 0,9 0,0 25,5 0,8 0,1 26,0 0,9 3,5 28,5 1,6 7,9 29,0 2,1 5,1 29,0 1,7 1,0 26,5 1,5 0,0 26,0 1,1 117 DataHora 2006-01-07 00:00:00.0 2006-01-07 03:00:00.0 2006-01-07 06:00:00.0 2006-01-07 09:00:00.0 2006-01-07 12:00:00.0 2006-01-07 15:00:00.0 2006-01-07 18:00:00.0 2006-01-07 21:00:00.0 2006-01-08 00:00:00.0 2006-01-08 03:00:00.0 2006-01-08 06:00:00.0 2006-01-08 09:00:00.0 2006-01-08 12:00:00.0 2006-01-08 15:00:00.0 2006-01-08 18:00:00.0 2006-01-08 21:00:00.0 2006-01-09 00:00:00.0 2006-01-09 03:00:00.0 2006-01-09 06:00:00.0 2006-01-09 09:00:00.0 2006-01-09 12:00:00.0 2006-01-09 15:00:00.0 2006-01-09 18:00:00.0 2006-01-09 21:00:00.0 2006-01-10 00:00:00.0 2006-01-10 03:00:00.0 2006-01-10 06:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0,0 25,5 0,8 0,0 24,0 0,4 0,0 23,0 0,5 4,2 29,0 1,6 8,5 30,5 1,8 5,4 30,5 1,7 2,1 26,0 1,2 0,0 25,5 1,1 0,0 25,5 1,2 0,0 24,0 0,6 0,1 22,5 1,5 4,9 30,5 1,6 8,1 29,5 2,0 5,6 30,5 1,8 2,5 26,0 1,3 0,0 26,0 1,3 0,0 25,5 1,0 0,0 23,5 0,6 0,0 24,0 0,7 2,8 27,0 2,7 7,3 29,5 2,2 5,5 28,5 2,1 1,0 27,0 2,1 0,0 26,5 1,5 0,0 26,5 1,4 0,0 26,0 1,8 0,1 26,5 1,7 DataHora 2006-01-10 09:00:00.0 2006-01-10 12:00:00.0 2006-01-10 15:00:00.0 2006-01-10 18:00:00.0 2006-01-10 21:00:00.0 2006-01-11 00:00:00.0 2006-01-11 03:00:00.0 2006-01-11 06:00:00.0 2006-01-11 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06:00:00.0 2006-01-31 09:00:00.0 2006-01-31 12:00:00.0 2006-01-31 15:00:00.0 2006-01-31 18:00:00.0 2006-01-31 21:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 7,7 30,5 2,6 2,5 27,0 2,0 0,0 26,5 1,7 0,0 26,0 1,1 0,0 25,5 0,9 0,1 26,5 1,2 4,8 30,5 2,7 8,3 31,5 2,2 6,8 31,0 1,7 2,3 27,0 1,2 0,0 26,5 1,7 121 Tabela 34: Dados climáticos Recife Abril/2006. DataHora 2006-04-01 00:00:00.0 2006-04-01 03:00:00.0 2006-04-01 06:00:00.0 2006-04-01 09:00:00.0 2006-04-01 12:00:00.0 2006-04-01 15:00:00.0 2006-04-01 18:00:00.0 2006-04-01 21:00:00.0 2006-04-02 00:00:00.0 2006-04-02 03:00:00.0 2006-04-02 06:00:00.0 2006-04-02 09:00:00.0 2006-04-02 12:00:00.0 2006-04-02 15:00:00.0 2006-04-02 18:00:00.0 2006-04-02 21:00:00.0 2006-04-03 00:00:00.0 2006-04-03 03:00:00.0 2006-04-03 06:00:00.0 2006-04-03 09:00:00.0 2006-04-03 12:00:00.0 2006-04-03 15:00:00.0 2006-04-03 18:00:00.0 2006-04-03 21:00:00.0 2006-04-04 00:00:00.0 2006-04-04 03:00:00.0 2006-04-04 06:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0 26,0 0,5 0 24,0 0,3 0,1 24,0 0,6 0,6 25,5 0,7 2,9 28,0 0,8 3,9 29,5 0,8 1,6 26,0 0,5 0 24,5 1,4 0 23,5 0,2 0 23,0 0,3 0,1 23,5 0,1 4,6 29,5 1,2 8,7 31,0 1,7 3,9 28,0 0,9 0,7 26,5 1,4 0 26,0 0,7 0 24,5 0,4 0 24,0 0,4 0,1 24,5 0,3 3,6 29,5 1,2 8,6 32,0 1,8 8,1 31,5 1,7 1,7 27,5 1,3 0 27,0 0,9 0 26,5 1,0 0 26,5 1,3 0,1 24,5 0,5 DataHora 2006-04-04 09:00:00.0 2006-04-04 12:00:00.0 2006-04-04 15:00:00.0 2006-04-04 18:00:00.0 2006-04-04 21:00:00.0 2006-04-05 00:00:00.0 2006-04-05 03:00:00.0 2006-04-05 06:00:00.0 2006-04-05 09:00:00.0 2006-04-05 12:00:00.0 2006-04-05 15:00:00.0 2006-04-05 18:00:00.0 2006-04-05 21:00:00.0 2006-04-06 00:00:00.0 2006-04-06 03:00:00.0 2006-04-06 06:00:00.0 2006-04-06 09:00:00.0 2006-04-06 12:00:00.0 2006-04-06 15:00:00.0 2006-04-06 18:00:00.0 2006-04-06 21:00:00.0 2006-04-07 00:00:00.0 2006-04-07 03:00:00.0 2006-04-07 06:00:00.0 2006-04-07 09:00:00.0 2006-04-07 12:00:00.0 2006-04-07 15:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 4 30,0 2,2 8,7 32,0 2,3 8,2 32,0 1,4 1,7 27,5 1,2 0 27,5 0,9 0 27,0 0,7 0 25,5 0,2 0 25,0 1,2 3,3 29,5 1,2 9,3 32,0 1,6 7,5 31,5 1,8 0,9 27,5 1,1 0 27,5 1,0 0 27,5 0,8 0 27,0 0,8 0,1 25,0 0,8 4,2 32,0 2,0 8,5 31,5 1,8 7,2 30,0 1,9 1,4 28,0 1,3 0 27,5 1,0 0 27,5 1,0 0 27,0 0,6 0,1 27,0 0,7 4 31,0 2,2 7,7 32,0 2,1 6,7 30,0 1,7 122 DataHora 2006-04-07 18:00:00.0 2006-04-07 21:00:00.0 2006-04-08 00:00:00.0 2006-04-08 03:00:00.0 2006-04-08 06:00:00.0 2006-04-08 09:00:00.0 2006-04-08 12:00:00.0 2006-04-08 15:00:00.0 2006-04-08 18:00:00.0 2006-04-08 21:00:00.0 2006-04-09 00:00:00.0 2006-04-09 03:00:00.0 2006-04-09 06:00:00.0 2006-04-09 09:00:00.0 2006-04-09 12:00:00.0 2006-04-09 15:00:00.0 2006-04-09 18:00:00.0 2006-04-09 21:00:00.0 2006-04-10 00:00:00.0 2006-04-10 03:00:00.0 2006-04-10 06:00:00.0 2006-04-10 09:00:00.0 2006-04-10 12:00:00.0 2006-04-10 15:00:00.0 2006-04-10 18:00:00.0 2006-04-10 21:00:00.0 2006-04-11 00:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0,9 28,0 1,4 0 27,5 0,9 0 27,5 1,0 0 27,0 1,2 0,1 27,5 0,6 4,2 31,5 1,4 9,4 33,0 1,7 7,5 31,0 1,9 1 26,5 1,1 0 26,5 0,9 0 24,0 0,8 0 23,5 0,5 0 23,0 1,0 1,1 25,0 0,5 3,5 27,0 0,9 4,9 30,5 1,2 1,1 26,0 0,5 0 24,0 0,2 0 24,0 0,3 0 23,0 0,2 0,1 24,0 0,5 3,8 29,5 1,0 6,2 30,5 2,5 6,2 30,5 2,5 7,8 30,5 2,4 1,6 27,0 1,7 0 25,5 0,4 DataHora 2006-04-11 03:00:00.0 2006-04-11 06:00:00.0 2006-04-11 09:00:00.0 2006-04-11 12:00:00.0 2006-04-11 15:00:00.0 2006-04-11 18:00:00.0 2006-04-11 21:00:00.0 2006-04-12 00:00:00.0 2006-04-12 03:00:00.0 2006-04-12 06:00:00.0 2006-04-12 09:00:00.0 2006-04-12 12:00:00.0 2006-04-12 15:00:00.0 2006-04-12 18:00:00.0 2006-04-12 21:00:00.0 2006-04-13 00:00:00.0 2006-04-13 03:00:00.0 2006-04-13 06:00:00.0 2006-04-13 09:00:00.0 2006-04-13 12:00:00.0 2006-04-13 15:00:00.0 2006-04-13 18:00:00.0 2006-04-13 21:00:00.0 2006-04-14 00:00:00.0 2006-04-14 03:00:00.0 2006-04-14 06:00:00.0 2006-04-14 09:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0 24,0 0,4 0,1 24,0 0,6 4,3 31,0 1,8 7,5 31,5 1,5 7,2 30,5 1,8 1,4 27,5 1,6 0 27,0 1,3 0 24,5 0,3 0 23,5 0,4 0 23,5 0,6 4 31,0 1,4 6,2 31,0 1,4 6 29,5 2,1 1,2 27,5 1,5 0 26,5 0,6 0 26,5 0,1 0 24,5 0,3 0,1 25,0 0,5 2,4 27,5 0,9 7,9 32,0 1,7 5,9 31,0 1,2 1,3 27,5 0,9 0 26,5 0,7 0 26,0 0,7 0 26,0 0,7 0,1 24,5 0,3 3,6 29,0 1,2 123 DataHora 2006-04-14 12:00:00.0 2006-04-14 15:00:00.0 2006-04-14 18:00:00.0 2006-04-14 21:00:00.0 2006-04-15 00:00:00.0 2006-04-15 03:00:00.0 2006-04-15 06:00:00.0 2006-04-15 09:00:00.0 2006-04-15 12:00:00.0 2006-04-15 15:00:00.0 2006-04-15 18:00:00.0 2006-04-15 21:00:00.0 2006-04-16 00:00:00.0 2006-04-16 03:00:00.0 2006-04-16 06:00:00.0 2006-04-16 09:00:00.0 2006-04-16 12:00:00.0 2006-04-16 15:00:00.0 2006-04-16 18:00:00.0 2006-04-16 21:00:00.0 2006-04-17 00:00:00.0 2006-04-17 03:00:00.0 2006-04-17 06:00:00.0 2006-04-17 09:00:00.0 2006-04-17 12:00:00.0 2006-04-17 15:00:00.0 2006-04-17 18:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 7,7 31,0 1,7 7,1 30,5 1,9 1,3 27,0 1,1 0 25,5 0,8 0 24,5 0,5 0 24,5 0,5 0 24,5 0,5 3,2 29,5 1,9 7,7 31,0 1,7 7,1 30,5 1,9 1,3 27,0 1,1 0 27,0 1,1 0 26,0 0,5 0 23,5 0,3 0,1 23,5 0,3 4,5 30,5 1,4 8,3 31,0 1,7 8,2 32,0 1,4 1,4 27,0 1,1 0 26,5 0,7 0 26,0 0,6 0 23,0 0,3 0,1 23,0 0,4 3,5 30,0 0,8 7,9 32,5 1,1 5,5 29,5 1,3 0,8 27,0 0,7 DataHora 2006-04-17 21:00:00.0 2006-04-18 00:00:00.0 2006-04-18 03:00:00.0 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DataHora 2006-07-01 00:00:00.0 2006-07-01 03:00:00.0 2006-07-01 06:00:00.0 2006-07-01 09:00:00.0 2006-07-01 12:00:00.0 2006-07-01 15:00:00.0 2006-07-01 18:00:00.0 2006-07-01 21:00:00.0 2006-07-02 00:00:00.0 2006-07-02 03:00:00.0 2006-07-02 06:00:00.0 2006-07-02 09:00:00.0 2006-07-02 12:00:00.0 2006-07-02 15:00:00.0 2006-07-02 18:00:00.0 2006-07-02 21:00:00.0 2006-07-03 00:00:00.0 2006-07-03 03:00:00.0 2006-07-03 06:00:00.0 2006-07-03 09:00:00.0 2006-07-03 12:00:00.0 2006-07-03 15:00:00.0 2006-07-03 18:00:00.0 2006-07-03 21:00:00.0 2006-07-04 00:00:00.0 2006-07-04 03:00:00.0 2006-07-04 06:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0 25,0 2,0 0 24,5 1,5 0 24,5 1,3 2,6 27,5 1,9 7,7 29,0 1,9 6,3 27,5 2,6 0,6 23,5 2,5 0 24,0 2,0 0 24,5 1,8 0 24,5 1,5 0 24,0 0,9 3,2 28,0 1,7 7,9 29,5 2,0 5,9 27,5 1,5 1 25,5 1,3 0 25,0 1,8 0 24,5 1,2 0 24,5 1,0 0 24,5 0,9 3,6 28,5 1,8 7,5 29,5 1,6 5,5 28,0 1,4 0,9 25,0 1,3 0 24,0 1,5 0 22,0 0,4 0 22,0 0,4 0 22,0 0,4 DataHora 2006-07-04 09:00:00.0 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2006-07-25 12:00:00.0 2006-07-25 15:00:00.0 2006-07-25 18:00:00.0 2006-07-25 21:00:00.0 2006-07-26 00:00:00.0 2006-07-26 03:00:00.0 2006-07-26 06:00:00.0 2006-07-26 09:00:00.0 2006-07-26 12:00:00.0 2006-07-26 15:00:00.0 2006-07-26 18:00:00.0 2006-07-26 21:00:00.0 2006-07-27 00:00:00.0 2006-07-27 03:00:00.0 2006-07-27 06:00:00.0 2006-07-27 09:00:00.0 2006-07-27 12:00:00.0 2006-07-27 15:00:00.0 2006-07-27 18:00:00.0 2006-07-27 21:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 4,4 23,5 1,2 0,7 22,5 0,7 0 22,0 0,4 0 21,5 0,5 0 22,0 0,6 0 21,5 0,6 1,8 25,0 1,5 0,2 26,0 2,5 4,3 25,0 1,9 0,5 23,0 1,1 0 22,0 0,7 0 22,5 0,3 0 22,5 0,7 0 22,5 0,7 1,2 26,0 1,1 4,3 27,5 1,5 3,8 27,0 2,1 0,9 24,5 1,0 0 24,0 0,9 0 23,0 0,5 0 23,5 0,7 0 22,0 0,6 2,1 27,5 1,9 6,7 29,5 2,0 6,9 28,5 1,7 1,4 24,0 0,5 0 22,5 0,4 130 DataHora 2006-07-28 00:00:00.0 2006-07-28 03:00:00.0 2006-07-28 06:00:00.0 2006-07-28 09:00:00.0 2006-07-28 12:00:00.0 2006-07-28 15:00:00.0 2006-07-28 18:00:00.0 2006-07-28 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25,5 1,4 0 25,0 0,4 131 Tabela 36: Dados climáticos Recife Outubro/2006. DataHora 2006-10-01 00:00:00.0 2006-10-01 03:00:00.0 2006-10-01 06:00:00.0 2006-10-01 09:00:00.0 2006-10-01 12:00:00.0 2006-10-01 15:00:00.0 2006-10-01 18:00:00.0 2006-10-01 21:00:00.0 2006-10-02 00:00:00.0 2006-10-02 03:00:00.0 2006-10-02 06:00:00.0 2006-10-02 09:00:00.0 2006-10-02 12:00:00.0 2006-10-02 15:00:00.0 2006-10-02 18:00:00.0 2006-10-02 21:00:00.0 2006-10-03 00:00:00.0 2006-10-03 03:00:00.0 2006-10-03 06:00:00.0 2006-10-03 09:00:00.0 2006-10-03 12:00:00.0 2006-10-03 15:00:00.0 2006-10-03 18:00:00.0 2006-10-03 21:00:00.0 2006-10-04 00:00:00.0 2006-10-04 03:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0 25,0 0,8 0 25,0 1,2 0,2 25,5 1,4 4,8 29,0 2,3 8,9 30,0 2,1 6,4 28,0 1,9 1 25,5 1,0 0 25,5 1,1 0 24,5 1,0 0 24,5 0,9 0,2 25,0 1,1 4,7 29,0 2,4 8 29,0 2,3 6,5 29,0 1,7 1,4 25,5 1,3 0 25,0 1,1 0 25,0 1,0 0 24,5 0,9 0,2 25,5 0,8 4,7 29,0 2,1 8,6 29,5 2,3 7,4 28,5 2,1 1,5 25,5 1,1 0 25,0 1,0 0 24,5 0,6 0 24,5 0,7 DataHora 2006-10-04 06:00:00.0 2006-10-04 09:00:00.0 2006-10-04 12:00:00.0 2006-10-04 15:00:00.0 2006-10-04 18:00:00.0 2006-10-04 21:00:00.0 2006-10-05 00:00:00.0 2006-10-05 03:00:00.0 2006-10-05 06:00:00.0 2006-10-05 09:00:00.0 2006-10-05 12:00:00.0 2006-10-05 15:00:00.0 2006-10-05 18:00:00.0 2006-10-05 21:00:00.0 2006-10-06 00:00:00.0 2006-10-06 03:00:00.0 2006-10-06 06:00:00.0 2006-10-06 09:00:00.0 2006-10-06 12:00:00.0 2006-10-06 15:00:00.0 2006-10-06 18:00:00.0 2006-10-06 21:00:00.0 2006-10-07 00:00:00.0 2006-10-07 03:00:00.0 2006-10-07 06:00:00.0 2006-10-07 09:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0,3 26,0 2,1 5,4 29,0 2,4 9,5 30,0 1,5 6,8 29,5 1,6 1,6 25,5 0,8 0 25,5 1,2 0 26,0 1,9 0 25,0 1,6 0,2 26,0 1,4 5,2 29,5 2,2 9,7 29,5 2,3 7,5 29,5 1,7 1,6 25,5 1,0 0 25,5 1,1 0 25,5 1,9 0 25,5 1,4 0,3 26,0 1,2 4,9 29,5 1,7 9,4 29,5 1,9 6,8 27,5 2,3 0,8 26,5 1,7 0 26,0 1,6 0 25,5 2,1 0 25,5 1,7 0,1 26,0 2,0 4,4 29,0 2,8 132 DataHora 2006-10-07 12:00:00.0 2006-10-07 15:00:00.0 2006-10-07 18:00:00.0 2006-10-07 21:00:00.0 2006-10-08 00:00:00.0 2006-10-08 03:00:00.0 2006-10-08 06:00:00.0 2006-10-08 09:00:00.0 2006-10-08 12:00:00.0 2006-10-08 15:00:00.0 2006-10-08 18:00:00.0 2006-10-08 21:00:00.0 2006-10-09 00:00:00.0 2006-10-09 03:00:00.0 2006-10-09 06:00:00.0 2006-10-09 09:00:00.0 2006-10-09 12:00:00.0 2006-10-09 15:00:00.0 2006-10-09 18:00:00.0 2006-10-09 21:00:00.0 2006-10-10 00:00:00.0 2006-10-10 03:00:00.0 2006-10-10 06:00:00.0 2006-10-10 09:00:00.0 2006-10-10 12:00:00.0 2006-10-10 15 2006-10-10 18:00:00.0 2006-10-10 21:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 8,3 28,5 1,8 5 28,0 2,1 1,2 26,0 1,5 0 26,0 1,0 0 25,0 1,2 0 25,5 2,1 0,2 26,0 2,7 4,1 28,0 2,0 10,2 30,0 2,6 5,1 27,5 2,5 1 26,0 2,1 0 25,5 1,3 0 25,0 1,0 0 25,0 1,6 0,3 26,0 1,6 4,6 29,5 2,1 9,9 31,0 2,1 7,1 29,5 1,9 1,2 26,0 1,1 0 26,0 1,2 3,2 25,5 1,3 0 24,5 1,0 0,3 26,0 1,2 5,1 28,0 2,2 9,9 31,0 2,1 7,9 29,0 1,7 0,9 26,0 1,3 0 26,0 1,5 DataHora 2006-10-11 00:00:00.0 2006-10-11 03:00:00.0 2006-10-11 06:00:00.0 2006-10-11 09:00:00.0 2006-10-11 12:00:00.0 2006-10-11 15:00:00.0 2006-10-11 18:00:00.0 2006-10-11 21:00:00.0 2006-10-12 00:00:00.0 2006-10-12 03:00:00.0 2006-10-12 06:00:00.0 2006-10-12 09:00:00.0 2006-10-12 12:00:00.0 2006-10-12 15:00:00.0 2006-10-12 18:00:00.0 2006-10-12 21:00:00.0 2006-10-13 00:00:00.0 2006-10-13 03:00:00.0 2006-10-13 06:00:00.0 2006-10-13 09:00:00.0 2006-10-13 12:00:00.0 2006-10-13 15:00:00.0 2006-10-13 18:00:00.0 2006-10-13 21:00:00.0 2006-10-14 00:00:00.0 2006-10-14 03:00:00.0 2006-10-14 06:00:00.0 2006-10-14 09:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0 25,5 1,4 0 25,0 0,8 0,1 24,5 0,9 3,3 27,5 2,3 9,3 30,5 2,2 6,4 27,0 1,8 0,8 26,5 1,3 0 26,0 1,3 0 24,0 0,7 0 25,0 1,0 0,2 25,5 1,0 5 29,0 1,7 9,3 30,5 2,2 6,3 27,0 2,1 0,9 26,0 1,5 0 25,0 1,1 0 25,0 1,0 0 25,0 1,4 0,1 25,0 0,8 5 29,0 1,7 10,6 29,5 2,9 8,1 29,0 2,3 1,4 25,5 1,2 0 25,5 1,4 0 25,0 1,3 0 23,0 0,4 0,2 23,0 0,6 4,9 30,0 1,6 133 DataHora 2006-10-14 12:00:00.0 2006-10-14 15:00:00.0 2006-10-14 18:00:00.0 2006-10-14 21:00:00.0 2006-10-15 00:00:00.0 2006-10-15 03:00:00.0 2006-10-15 06:00:00.0 2006-10-15 09:00:00.0 2006-10-15 12:00:00.0 2006-10-15 15:00:00.0 2006-10-15 18:00:00.0 2006-10-15 21:00:00.0 2006-10-16 00:00:00.0 2006-10-16 03:00:00.0 2006-10-16 06:00:00.0 2006-10-16 09:00:00.0 2006-10-16 12:00:00.0 2006-10-16 15:00:00.0 2006-10-16 18:00:00.0 2006-10-16 21:00:00.0 2006-10-17 00:00:00.0 2006-10-17 03:00:00.0 2006-10-17 06:00:00.0 2006-10-17 09:00:00.0 2006-10-17 12:00:00.0 2006-10-17 15:00:00.0 2006-10-17 18:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 8,1 29,0 2,3 6,2 29,0 2,0 1 26,0 1,6 0 26,0 1,9 0 26,0 1,5 0 26,0 1,6 0,2 26,5 1,8 3,2 29,5 1,8 9,2 30,5 2,2 6,4 29,0 2,3 1,2 26,5 1,5 0 26,0 1,2 0 25,5 1,1 0 25,5 1,7 0,2 26,0 1,5 5,8 30,0 2,1 10,1 30,5 1,8 7,2 30,0 1,8 1,6 26,5 0,9 0 26,0 0,8 0 25,5 1,0 0 25,5 0,9 0,3 26,5 1,9 5,9 30,0 2,3 9,7 30,5 2,3 8,1 29,0 1,8 1,4 26,5 1,9 DataHora 2006-10-17 21:00:00.0 2006-10-18 00:00:00.0 2006-10-18 03:00:00.0 2006-10-18 06:00:00.0 2006-10-18 09:00:00.0 2006-10-18 12:00:00.0 2006-10-18 15:00:00.0 2006-10-18 18:00:00.0 2006-10-18 21:00:00.0 2006-10-19 00:00:00.0 2006-10-19 03:00:00.0 2006-10-19 06:00:00.0 2006-10-19 09:00:00.0 2006-10-19 12:00:00.0 2006-10-19 15:00:00.0 2006-10-19 18:00:00.0 2006-10-19 21:00:00.0 2006-10-20 00:00:00.0 2006-10-20 03:00:00.0 2006-10-20 06:00:00.0 2006-10-20 09:00:00.0 2006-10-20 12:00:00.0 2006-10-20 15:00:00.0 2006-10-20 18:00:00.0 2006-10-20 21:00:00.0 2006-10-21 00:00:00.0 2006-10-21 03:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0 26,0 1,3 0 25,5 1,4 0 25,0 0,8 0,2 26,0 1,3 4,6 30,5 2,2 8,8 30,0 2,2 6,7 29,5 1,8 1,2 26,5 1,3 0 26,0 2,3 0 26,0 1,6 0 25,5 1,5 0,1 25,5 1,0 5 29,5 2,8 9,6 31,0 2,4 7,2 29,0 2,6 1,7 26,5 2,1 0 26,0 2,2 0 25,5 1,9 0 25,0 1,3 0,1 23,0 0,7 6 30,5 2,6 10 30,5 2,9 8,1 29,5 3,0 1,7 26,5 2,6 0 26,0 2,0 0 25,0 0,7 0 22,5 0,3 134 DataHora 2006-10-21 06:00:00.0 2006-10-21 09:00:00.0 2006-10-21 12:00:00.0 2006-10-21 15:00:00.0 2006-10-21 18:00:00.0 2006-10-21 21:00:00.0 2006-10-22 00:00:00.0 2006-10-22 03:00:00.0 2006-10-22 06:00:00.0 2006-10-22 09:00:00.0 2006-10-22 12:00:00.0 2006-10-22 15:00:00.0 2006-10-22 18:00:00.0 2006-10-22 21:00:00.0 2006-10-23 00:00:00.0 2006-10-23 03:00:00.0 2006-10-23 06:00:00.0 2006-10-23 09:00:00.0 2006-10-23 12:00:00.0 2006-10-23 15:00:00.0 2006-10-23 18:00:00.0 2006-10-23 21:00:00.0 2006-10-24 00:00:00.0 2006-10-24 03:00:00.0 2006-10-24 06:00:00.0 2006-10-24 09:00:00.0 2006-10-24 12:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0,3 24,0 0,8 3,9 28,5 2,3 8,9 30,5 3,0 7,5 28,5 3,1 1,4 26,5 2,3 12,7 11,2 0 26,0 1,4 0 25,5 0,9 0,2 25,5 0,4 5,8 30,5 1,4 10,5 30,0 2,0 8,1 29,5 1,7 1,3 26,5 1,4 0 26,0 1,2 0 25,5 1,1 0 24,5 0,5 0,2 24,0 0,7 5,9 30,5 1,9 9,9 30,5 2,5 8 29,5 2,3 1,6 27,0 2,0 0 26,5 1,6 0 23,5 0,2 0 25,5 1,7 0,4 26,0 2,0 5,5 28,5 2,5 8,3 29,5 2,4 DataHora 2006-10-24 15:00:00.0 2006-10-24 18:00:00.0 2006-10-24 21:00:00.0 2006-10-25 00:00:00.0 2006-10-25 03:00:00.0 2006-10-25 06:00:00.0 2006-10-25 09:00:00.0 2006-10-25 12:00:00.0 2006-10-25 15:00:00.0 2006-10-25 18:00:00.0 2006-10-25 21:00:00.0 2006-10-26 00:00:00.0 2006-10-26 03:00:00.0 2006-10-26 06:00:00.0 2006-10-26 09:00:00.0 2006-10-26 12:00:00.0 2006-10-26 15:00:00.0 2006-10-26 18:00:00.0 2006-10-26 21:00:00.0 2006-10-27 00:00:00.0 2006-10-27 03:00:00.0 2006-10-27 06:00:00.0 2006-10-27 09:00:00.0 2006-10-27 12:00:00.0 2006-10-27 15:00:00.0 2006-10-27 18:00:00.0 2006-10-27 21:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 5,4 28,0 1,7 1,2 26,0 1,6 0 25,5 0,8 0 26,0 1,3 0 26,0 1,3 0,1 23,5 0,5 3,3 28,0 1,5 9,4 30,0 2,5 6,3 29,5 1,9 1,2 26,0 2,4 0 26,0 1,5 0 25,5 1,3 0 25,0 1,9 0,1 24,5 0,6 5,5 30,0 2,0 9,7 30,5 1,8 5,9 28,5 2,5 1,5 26,0 1,1 0 26,0 1,3 0 25,0 0,9 0 25,0 1,3 0,2 24,0 0,8 5,7 30,0 2,3 8,9 30,0 2,4 6,8 29,0 2,2 1,3 26,0 2,1 0 25,5 1,6 135 DataHora 2006-10-28 00:00:00.0 2006-10-28 03:00:00.0 2006-10-28 06:00:00.0 2006-10-28 09:00:00.0 2006-10-28 12:00:00.0 2006-10-28 15:00:00.0 2006-10-28 18:00:00.0 2006-10-28 21:00:00.0 2006-10-29 00:00:00.0 2006-10-29 03:00:00.0 2006-10-29 06:00:00.0 2006-10-29 09:00:00.0 2006-10-29 12:00:00.0 2006-10-29 15:00:00.0 2006-10-29 18:00:00.0 2006-10-29 21:00:00.0 2006-10-30 00:00:00.0 2006-10-30 03:00:00.0 2006-10-30 06:00:00.0 2006-10-30 09:00:00.0 2006-10-30 12:00:00.0 2006-10-30 15:00:00.0 2006-10-30 18:00:00.0 2006-10-30 21:00:00.0 2006-10-31 00:00:00.0 2006-10-31 03:00:00.0 2006-10-31 06:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0 25,5 1,2 0 23,5 0,5 0,2 23,0 0,7 5,1 29,5 3,1 8,5 30,5 3,5 6,2 29,0 3,5 1,2 26,5 2,8 0 26,0 1,9 0 25,5 2,1 0 25,5 2,0 0,1 25,5 1,9 4,6 29,5 3,6 8,2 30,5 3,9 6,6 28,5 3,1 1,3 26,0 1,4 0 26,0 2,2 0 26,0 2,5 0 25,5 1,9 0,2 26,5 2,0 5,3 30,0 2,9 10,4 30,0 2,8 7,2 29,5 2,2 1,2 25,5 2,1 0 26,0 1,6 0 26,0 2,4 0 26,0 2,4 0,2 26,0 1,6 DataHora 2006-10-31 09:00:00.0 2006-10-31 12:00:00.0 2006-10-31 15:00:00.0 2006-10-31 18:00:00.0 2006-10-31 21:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 5,4 29,5 2,4 10,3 30,5 2,4 6,1 28,0 2,2 1,1 26,0 1,4 0 26,0 1,6 136 ARARIPINA Tabela 37: Dados climáticos Araripina Janeiro/2006. DataHora 2006-01-01 00:00:00.0 2006-01-01 03:00:00.0 2006-01-01 06:00:00.0 2006-01-01 09:00:00.0 2006-01-01 12:00:00.0 2006-01-01 15:00:00.0 2006-01-01 18:00:00.0 2006-01-01 21:00:00.0 2006-01-02 00:00:00.0 2006-01-02 03:00:00.0 2006-01-02 06:00:00.0 2006-01-02 09:00:00.0 2006-01-02 12:00:00.0 2006-01-02 15:00:00.0 2006-01-02 18:00:00.0 2006-01-02 21:00:00.0 2006-01-03 00:00:00.0 2006-01-03 03:00:00.0 2006-01-03 06:00:00.0 2006-01-03 09:00:00.0 2006-01-03 12:00:00.0 2006-01-03 15:00:00.0 2006-01-03 18:00:00.0 2006-01-03 21:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0 22,0 2,9 0 21,5 2,2 0 20,0 2,9 3,1 23,5 4,4 8,7 26,0 3,8 8,5 28,5 3,7 3,2 25,0 1,1 0 22,0 1,9 0 20,0 1,1 0 20,5 2,3 0 19,0 1,6 2,6 23,0 4,5 8,8 26,5 3,7 7,1 27,5 2,9 3,4 25,5 1,2 0 21,0 1,6 0 18,5 1,3 0 20,5 2,4 0 17,5 0,8 2,6 23,0 3,0 8 28,5 4,0 8,7 29,0 3,2 3,2 25,0 0,8 0 20,5 1,0 DataHora 2006-01-04 00:00:00.0 2006-01-04 03:00:00.0 2006-01-04 06:00:00.0 2006-01-04 09:00:00.0 2006-01-04 12:00:00.0 2006-01-04 15:00:00.0 2006-01-04 18:00:00.0 2006-01-04 21:00:00.0 2006-01-05 00:00:00.0 2006-01-05 03:00:00.0 2006-01-05 06:00:00.0 2006-01-05 09:00:00.0 2006-01-05 12:00:00.0 2006-01-05 15:00:00.0 2006-01-05 18:00:00.0 2006-01-05 21:00:00.0 2006-01-06 00:00:00.0 2006-01-06 03:00:00.0 2006-01-06 06:00:00.0 2006-01-06 09:00:00.0 2006-01-06 12:00:00.0 2006-01-06 15:00:00.0 2006-01-06 18:00:00.0 2006-01-06 21:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0 19,5 1,1 0 21,5 2,5 0 19,0 1,7 2,2 23,0 2,5 8,7 29,0 8,4 29,0 4,2 3,2 26,0 1,9 0 22,0 1,4 0 17,5 1,1 0 20,0 3,0 0 17,5 1,9 3 25,0 2,4 9,7 30,0 3,3 9,2 31,0 3,2 3,4 27,5 1,2 0 22,0 1,8 0 22,0 2,3 0 20,0 1,8 0 19,0 1,3 3,2 25,5 2,8 9,9 29,0 3,5 9,9 31,0 3,7 3,7 26,5 1,2 0 22,0 1,6 3,8 137 DataHora 2006-01-07 00:00:00.0 2006-01-07 03:00:00.0 2006-01-07 06:00:00.0 2006-01-07 09:00:00.0 2006-01-07 12:00:00.0 2006-01-07 15:00:00.0 2006-01-07 18:00:00.0 2006-01-07 21:00:00.0 2006-01-08 00:00:00.0 2006-01-08 03:00:00.0 2006-01-08 06:00:00.0 2006-01-08 09:00:00.0 2006-01-08 12:00:00.0 2006-01-08 15:00:00.0 2006-01-08 18:00:00.0 2006-01-08 21:00:00.0 2006-01-09 00:00:00.0 2006-01-09 03:00:00.0 2006-01-09 06:00:00.0 2006-01-09 09:00:00.0 2006-01-09 12:00:00.0 2006-01-09 15:00:00.0 2006-01-09 18:00:00.0 2006-01-09 21:00:00.0 2006-01-10 00:00:00.0 2006-01-10 03:00:00.0 2006-01-10 06:00:00.0 2006-01-10 09:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0 22,5 2,7 0 20,5 2,8 0 17,5 0,9 2,9 25,0 5,0 10,1 29,5 3,5 10,6 31,5 3,1 3,8 26,5 1,6 0 23,0 1,5 0 19,0 1,8 0 19,0 1,9 0 16,0 1,4 3,2 25,5 4,3 10,2 29,5 3,1 7,7 29,0 2,4 3,6 26,5 0,9 0 22,5 2,4 0 21,0 2,1 0 19,5 2,7 0 17,5 2,4 3,5 25,0 4,5 8,7 28,0 3,6 10,8 30,0 3,8 4 26,0 2,1 0 22,5 1,5 0 21,0 0,9 0 20,0 2,9 0 18,5 1,6 1,1 20,0 2,3 DataHora 2006-01-10 12:00:00.0 2006-01-10 15:00:00.0 2006-01-10 18:00:00.0 2006-01-10 21:00:00.0 2006-01-11 00:00:00.0 2006-01-11 03:00:00.0 2006-01-11 06:00:00.0 2006-01-11 09:00:00.0 2006-01-11 12:00:00.0 2006-01-11 15:00:00.0 2006-01-11 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2006-01-25 15:00:00.0 2006-01-25 18:00:00.0 2006-01-25 21:00:00.0 2006-01-26 00:00:00.0 2006-01-26 03:00:00.0 2006-01-26 06:00:00.0 2006-01-26 09:00:00.0 2006-01-26 12:00:00.0 2006-01-26 15:00:00.0 2006-01-26 18:00:00.0 2006-01-26 21:00:00.0 2006-01-27 00:00:00.0 2006-01-27 03:00:00.0 2006-01-27 06:00:00.0 2006-01-27 09:00:00.0 2006-01-27 12:00:00.0 2006-01-27 15:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 2,1 25,0 3,4 8,3 30,0 4,4 9,1 33,0 4,1 2,8 29,0 1,9 0 23,0 1,6 0 24,0 2,5 0 21,5 1,7 0 19,0 2,0 2,3 25,0 3,7 9,2 30,0 4,1 10,4 33,0 4,2 2,8 29,0 2,7 0 23,5 2,1 0 22,0 2,1 0 20,0 1,4 0 17,5 0,6 2,1 26,5 3,8 9,3 32,0 4,1 10,9 34,5 4,5 4 29,5 2,6 0 24,5 2,3 0 23,5 2,4 0 22,0 1,8 0 17,0 1,2 2,7 26,0 3,5 9,7 33,0 3,4 9,5 33,0 3,0 140 DataHora 2006-01-27 18:00:00.0 2006-01-27 21:00:00.0 2006-01-28 00:00:00.0 2006-01-28 03:00:00.0 2006-01-28 06:00:00.0 2006-01-28 09:00:00.0 2006-01-28 12:00:00.0 2006-01-28 15:00:00.0 2006-01-28 18:00:00.0 2006-01-28 21:00:00.0 2006-01-29 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3,3 28,5 2,1 0 23,0 1,9 141 Tabela 38: Dados climáticos Araripina Abril/2006. DataHora 2006-04-01 00:00:00.0 2006-04-01 03:00:00.0 2006-04-01 06:00:00.0 2006-04-01 09:00:00.0 2006-04-01 12:00:00.0 2006-04-01 15:00:00.0 2006-04-01 18:00:00.0 2006-04-01 21:00:00.0 2006-04-02 00:00:00.0 2006-04-02 03:00:00.0 2006-04-02 06:00:00.0 2006-04-02 09:00:00.0 2006-04-02 12:00:00.0 2006-04-02 15:00:00.0 2006-04-02 18:00:00.0 2006-04-02 21:00:00.0 2006-04-03 00:00:00.0 2006-04-03 03:00:00.0 2006-04-03 06:00:00.0 2006-04-03 09:00:00.0 2006-04-03 12:00:00.0 2006-04-03 15:00:00.0 2006-04-03 18:00:00.0 2006-04-03 21:00:00.0 2006-04-04 00:00:00.0 2006-04-04 03:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0 20,5 0,6 0 18,5 0,6 0 19,0 1,5 2,3 23,0 3,9 6,7 25,5 3,3 6,6 21,5 2,7 0,3 21,0 1,6 0 20,5 1,3 0 18,5 0,9 0 19,0 1,4 0 19,0 1,3 2,2 23,0 1,7 6,5 25,5 2,4 3,1 22,5 1,7 3 21,5 1,4 0 20,5 1,4 0 19,0 1,1 0 19,0 1,6 0 18,5 1,2 3,4 24,0 2,5 8,2 26,5 3,7 6,7 25,5 2,8 2,7 23,0 1,2 0 21,0 1,1 0 20,0 0,9 0 18,5 1,1 DataHora 2006-04-04 06:00:00.0 2006-04-04 09:00:00.0 2006-04-04 12:00:00.0 2006-04-04 15:00:00.0 2006-04-04 18:00:00.0 2006-04-04 21:00:00.0 2006-04-05 00:00:00.0 2006-04-05 03:00:00.0 2006-04-05 06:00:00.0 2006-04-05 09:00:00.0 2006-04-05 12:00:00.0 2006-04-05 15:00:00.0 2006-04-05 18:00:00.0 2006-04-05 21:00:00.0 2006-04-06 00:00:00.0 2006-04-06 03:00:00.0 2006-04-06 06:00:00.0 2006-04-06 09:00:00.0 2006-04-06 12:00:00.0 2006-04-06 15:00:00.0 2006-04-06 18:00:00.0 2006-04-06 21:00:00.0 2006-04-07 00:00:00.0 2006-04-07 03:00:00.0 2006-04-07 06:00:00.0 2006-04-07 09:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0 18,5 1,6 1,6 22,0 2,1 3 21,0 4,7 4,1 23,0 2,8 1,1 21,5 1,1 0 20,5 1,2 0 18,5 1,3 0 19,0 3,1 0 19,0 1,4 3 24,0 2,3 8,3 25,5 2,0 3,6 23,0 0,8 0,7 21,0 0,6 0 20,5 1,3 0 19,5 1,4 0 20,0 1,2 0 19,5 3,8 1,5 21,0 2,7 8,4 26,0 4,2 8,6 23,5 2,7 1,4 22,0 1,3 0 20,0 1,4 0 19,0 1,4 0 18,5 0,5 0 20,5 2,5 1,1 21,0 3,2 142 DataHora 2006-04-07 12:00:00.0 2006-04-07 15:00:00.0 2006-04-07 18:00:00.0 2006-04-07 21:00:00.0 2006-04-08 00:00:00.0 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DataHora 2006-07-01 00:00:00.0 2006-07-01 03:00:00.0 2006-07-01 06:00:00.0 2006-07-01 09:00:00.0 2006-07-01 12:00:00.0 2006-07-01 15:00:00.0 2006-07-01 18:00:00.0 2006-07-01 21:00:00.0 2006-07-02 00:00:00.0 2006-07-02 03:00:00.0 2006-07-02 06:00:00.0 2006-07-02 09:00:00.0 2006-07-02 12:00:00.0 2006-07-02 15:00:00.0 2006-07-02 18:00:00.0 2006-07-02 21:00:00.0 2006-07-03 00:00:00.0 2006-07-03 03:00:00.0 2006-07-03 06:00:00.0 2006-07-03 09:00:00.0 2006-07-03 12:00:00.0 2006-07-03 15:00:00.0 2006-07-03 18:00:00.0 2006-07-03 21:00:00.0 2006-07-04 00:00:00.0 2006-07-04 03:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0 18,0 4,1 0 17,5 4,4 0 17,0 5,1 1,4 18,5 4,8 4,9 21,5 5,3 4,5 22,5 4,4 2,3 20,5 1,2 0 19,5 2,3 0 18,5 3,5 0 17,0 5,0 0 17,0 3,4 1,4 18,0 5,1 4,9 21,5 4,9 5,7 23,5 3,4 2,1 19,0 2,3 0 18,5 2,9 0 17,0 2,3 0 16,5 3,4 0 16,0 3,9 1,1 17,5 4,8 5,8 22,5 5,1 8,6 24,5 4,1 2,7 19,0 1,0 0 17,5 1,4 0 18,5 3,9 0 17,5 3,4 DataHora 2006-07-04 06:00:00.0 2006-07-04 09:00:00.0 2006-07-04 12:00:00.0 2006-07-04 15:00:00.0 2006-07-04 18:00:00.0 2006-07-04 21:00:00.0 2006-07-05 00:00:00.0 2006-07-05 03:00:00.0 2006-07-05 06:00:00.0 2006-07-05 09:00:00.0 2006-07-05 12:00:00.0 2006-07-05 15:00:00.0 2006-07-05 18:00:00.0 2006-07-05 21:00:00.0 2006-07-06 00:00:00.0 2006-07-06 03:00:00.0 2006-07-06 06:00:00.0 2006-07-06 09:00:00.0 2006-07-06 12:00:00.0 2006-07-06 15:00:00.0 2006-07-06 18:00:00.0 2006-07-06 21:00:00.0 2006-07-07 00:00:00.0 2006-07-07 03:00:00.0 2006-07-07 06:00:00.0 2006-07-07 09:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0 16,5 4,8 1,6 18,5 5,0 7,2 22,5 4,9 5,6 22,0 3,7 1,4 18,5 2,4 0 18,0 3,1 0 16,5 3,4 0 16,5 2,6 0 16,0 3,0 1,6 17,5 3,6 5 20,5 4,2 6,6 22,5 4,3 3,1 19,0 1,2 0 17,0 1,7 0 16,5 2,3 0 17,0 2,9 0 17,0 2,1 1,5 19,0 3,1 5,2 23,5 3,5 6,5 24,5 2,9 1,8 20,5 1,7 0 18,0 0,7 0 19,0 2,5 0 18,5 2,6 0 17,0 3,3 0 0,0 147 DataHora 2006-07-07 12:00:00.0 2006-07-07 15:00:00.0 2006-07-07 18:00:00.0 2006-07-07 21:00:00.0 2006-07-08 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4,0 3,2 22,5 1,1 0 20,0 1,8 151 Tabela 40: Dados climáticos Araripina Outubro/2006. DataHora 2006-10-01 00:00:00.0 2006-10-01 03:00:00.0 2006-10-01 06:00:00.0 2006-10-01 09:00:00.0 2006-10-01 12:00:00.0 2006-10-01 15:00:00.0 2006-10-01 18:00:00.0 2006-10-01 21:00:00.0 2006-10-02 00:00:00.0 2006-10-02 03:00:00.0 2006-10-02 06:00:00.0 2006-10-02 09:00:00.0 2006-10-02 12:00:00.0 2006-10-02 15:00:00.0 2006-10-02 18:00:00.0 2006-10-02 21:00:00.0 2006-10-03 00:00:00.0 2006-10-03 03:00:00.0 2006-10-03 06:00:00.0 2006-10-03 09:00:00.0 2006-10-03 12:00:00.0 2006-10-03 15:00:00.0 2006-10-03 18:00:00.0 2006-10-03 21:00:00.0 2006-10-04 00:00:00.0 2006-10-04 03:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0 21,5 2,8 0 19,5 3,5 0 18,0 2,9 4,6 25,0 5,1 10,9 29,5 4,8 10,4 31,0 4,5 3,3 26,0 1,4 0 23,0 2,4 0 21,5 3,4 0 19,5 4,5 0 18,0 3,5 4,5 24,5 5,9 10,1 31,5 2,6 10,1 31,5 2,6 3,3 26,5 0,9 0 23,0 2,5 0 21,0 2,5 0 19,5 2,4 0 18,0 2,5 4,5 26,5 4,4 10,7 31,5 4,2 10,1 33,5 3,3 3 27,5 1,8 0 23,5 2,2 0 22,5 3,2 0 19,5 2,6 DataHora 2006-10-04 06:00:00.0 2006-10-04 09:00:00.0 2006-10-04 12:00:00.0 2006-10-04 15:00:00.0 2006-10-04 18:00:00.0 2006-10-04 21:00:00.0 2006-10-05 00:00:00.0 2006-10-05 03:00:00.0 2006-10-05 06:00:00.0 2006-10-05 09:00:00.0 2006-10-05 12:00:00.0 2006-10-05 15:00:00.0 2006-10-05 18:00:00.0 2006-10-05 21:00:00.0 2006-10-06 00:00:00.0 2006-10-06 03:00:00.0 2006-10-06 06:00:00.0 2006-10-06 09:00:00.0 2006-10-06 12:00:00.0 2006-10-06 15:00:00.0 2006-10-06 18:00:00.0 2006-10-06 21:00:00.0 2006-10-07 00:00:00.0 2006-10-07 03:00:00.0 2006-10-07 06:00:00.0 2006-10-07 09:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0 17,5 1,5 4,6 26,0 4,5 10,7 30,5 4,1 10,1 32,0 3,8 3,2 27,0 1,8 0 23,5 2,1 0 21,5 2,1 0 20,0 3,1 0 18,5 3,8 3,7 24,5 4,7 10,7 29,5 4,7 10,3 31,5 4,6 3,2 26,0 1,3 0 22,0 1,4 0 22,0 3,4 0 19,5 3,5 0 18,0 2,7 4,7 25,5 4,0 10,8 29,0 4,4 10,1 31,0 3,6 3,2 26,5 1,4 0 23,0 2,5 0 22,0 3,9 0 19,5 3,5 0,1 18,5 3,4 3 23,0 4,1 152 DataHora 2006-10-07 12:00:00.0 2006-10-07 15:00:00.0 2006-10-07 18:00:00.0 2006-10-07 21:00:00.0 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2006-10-14 18:00:00.0 2006-10-14 21:00:00.0 2006-10-15 00:00:00.0 2006-10-15 03:00:00.0 2006-10-15 06:00:00.0 2006-10-15 09:00:00.0 2006-10-15 12:00:00.0 2006-10-15 15:00:00.0 2006-10-15 18:00:00.0 2006-10-15 21:00:00.0 2006-10-16 00:00:00.0 2006-10-16 03:00:00.0 2006-10-16 06:00:00.0 2006-10-16 09:00:00.0 2006-10-16 12:00:00.0 2006-10-16 15:00:00.0 2006-10-16 18:00:00.0 2006-10-16 21:00:00.0 2006-10-17 00:00:00.0 2006-10-17 03:00:00.0 2006-10-17 06:00:00.0 2006-10-17 09:00:00.0 2006-10-17 12:00:00.0 2006-10-17 15:00:00.0 2006-10-17 18:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 10,1 32,0 4,2 7,6 32,5 3,4 2,3 27,5 2,3 0 22,0 2,0 0 20,0 1,9 0 20,0 2,6 0 19,5 3,0 8,2 30,0 3,1 8,2 30,0 3,1 8,8 33,5 1,9 1,1 28,5 2,8 0 25,0 1,8 0 23,0 1,7 0 21,0 2,5 0,1 20,5 2,1 3,4 26,5 4,5 7,4 30,0 4,4 6,2 29,5 3,7 1,9 26,0 1,9 0 22,5 1,2 0 22,5 1,1 0 22,0 2,1 0,1 21,0 2,7 3,8 25,5 4,0 10,1 30,0 2,7 6,3 30,0 3,8 0,8 24,5 3,0 DataHora 2006-10-17 21:00:00.0 2006-10-18 00:00:00.0 2006-10-18 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15:00:00.0 2006-10-21 18:00:00.0 2006-10-21 21:00:00.0 2006-10-22 00:00:00.0 2006-10-22 03:00:00.0 2006-10-22 06:00:00.0 2006-10-22 09:00:00.0 2006-10-22 12:00:00.0 2006-10-22 15:00:00.0 2006-10-22 18:00:00.0 2006-10-22 21:00:00.0 2006-10-23 00:00:00.0 2006-10-23 03:00:00.0 2006-10-23 06:00:00.0 2006-10-23 09:00:00.0 2006-10-23 12:00:00.0 2006-10-23 15:00:00.0 2006-10-23 18:00:00.0 2006-10-23 21:00:00.0 2006-10-24 00:00:00.0 2006-10-24 03:00:00.0 2006-10-24 06:00:00.0 2006-10-24 09:00:00.0 2006-10-24 12:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0,1 19,5 5,7 4,5 27,0 1,8 9,7 32,5 1,1 6,8 33,0 2,3 0,9 27,5 1,6 0 26,0 1,6 0 23,0 4,7 0 22,0 4,2 0 20,5 3,8 2,7 24,0 4,5 7,5 28,5 4,7 5,5 30,0 4,0 1,7 25,5 1,5 0 23,0 3,0 0 21,0 4,2 0 19,5 3,6 0 19,0 2,7 1,9 22,5 4,3 9,3 26,5 4,5 9,5 27,5 4,8 2,8 23,5 1,8 0 22,0 4,1 0 21,0 4,8 0 19,5 4,8 0 18,5 5,0 2 21,5 4,7 6 25,5 4,7 DataHora 2006-10-24 15:00:00.0 2006-10-24 18:00:00.0 2006-10-24 21:00:00.0 2006-10-25 00:00:00.0 2006-10-25 03:00:00.0 2006-10-25 06:00:00.0 2006-10-25 09:00:00.0 2006-10-25 12:00:00.0 2006-10-25 15:00:00.0 2006-10-25 18:00:00.0 2006-10-25 21:00:00.0 2006-10-26 00:00:00.0 2006-10-26 03:00:00.0 2006-10-26 06:00:00.0 2006-10-26 09:00:00.0 2006-10-26 12:00:00.0 2006-10-26 15:00:00.0 2006-10-26 18:00:00.0 2006-10-26 21:00:00.0 2006-10-27 00:00:00.0 2006-10-27 03:00:00.0 2006-10-27 06:00:00.0 2006-10-27 09:00:00.0 2006-10-27 12:00:00.0 2006-10-27 15:00:00.0 2006-10-27 18:00:00.0 2006-10-27 21:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 7 30,0 4,9 2 23,5 3,1 0 21,0 2,6 0 20,0 2,8 0 18,5 2,4 0,1 18,5 2,7 4,2 25,5 4,6 10,1 29,5 4,0 9,8 32,0 3,7 3 25,0 1,2 0 20,5 1,9 0 21,5 1,7 0 20,0 1,8 0 18,5 1,7 2 21,5 2,9 8,7 29,0 3,6 9,1 31,0 2,5 2,3 25,5 0,9 0 22,0 1,6 0 22,0 3,2 0 20,5 3,1 0,1 19,0 2,4 3,9 25,5 3,4 8,6 30,0 2,6 7,8 31,5 1,7 1,3 28,5 2,4 0 22,0 1,2 155 DataHora 2006-10-28 00:00:00.0 2006-10-28 03:00:00.0 2006-10-28 06:00:00.0 2006-10-28 09:00:00.0 2006-10-28 12:00:00.0 2006-10-28 15:00:00.0 2006-10-28 18:00:00.0 2006-10-28 21:00:00.0 2006-10-29 00:00:00.0 2006-10-29 03:00:00.0 2006-10-29 06:00:00.0 2006-10-29 09:00:00.0 2006-10-29 12:00:00.0 2006-10-29 15:00:00.0 2006-10-29 18:00:00.0 2006-10-29 21:00:00.0 2006-10-30 00:00:00.0 2006-10-30 03:00:00.0 2006-10-30 06:00:00.0 2006-10-30 09:00:00.0 2006-10-30 12:00:00.0 2006-10-30 15:00:00.0 2006-10-30 18:00:00.0 2006-10-30 21:00:00.0 2006-10-31 00:00:00.0 2006-10-31 03:00:00.0 2006-10-31 06:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 0 20,0 1,8 0 20,5 3,7 0,1 19,5 3,1 4,5 24,5 5,9 10,5 30,0 2,1 5 30,5 1,7 2,3 28,0 1,6 0 23,0 1,5 0 20,5 1,7 0 19,0 1,4 0 18,5 3,6 2,2 21,5 4,5 4,2 25,0 3,9 4,1 26,5 3,1 1,1 23,5 0,9 0 21,0 1,7 0 20,0 1,0 0 20,0 3,5 0 19,0 4,7 3,5 22,5 5,4 5,5 27,0 3,7 7,1 30,5 3,7 1,6 25,0 1,0 0 21,5 0,8 0 20,5 1,5 0 20,0 2,3 0 19,5 3,1 DataHora 2006-10-31 09:00:00.0 2006-10-31 12:00:00.0 2006-10-31 15:00:00.0 2006-10-31 18:00:00.0 2006-10-31 21:00:00.0 RadSolAcum TempAr VelVento3m (MJ/m2) (°C) (m/s) 3,9 24,5 5,0 8,7 30,5 3,9 6 31,5 3,1 2,7 26,5 1,4 0 21,5 0,8 156 APÊNDICE B GRÁFICOS DA ENERGIA PRODUZIDA INSTALADO EM RECIFE E ARARIPINA. PELO MÓDULO SIEMENS SM55 157 RECIFE Janeiro Figura 49: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife/Jan/2006 – Condições climáticas locais. Figura 50: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife/Jan/2006 – T=25°C. 158 Abril Figura 51: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife/Abr/2006 – Condições climáticas locais. Figura 52: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife/Abr/2006 – T=25°C. 159 Julho Figura 53: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife/Jul/2006 – Condições climáticas locais. Figura 54: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife/Jul/2006 – T=25°C. 160 Outubro Figura 55: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife/Out/2006 – Condições climáticas locais. Figura 56: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Recife/Out/2006 – T=25°C. 161 ARARIPINA Janeiro Figura 57: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina/ Jan/2006 – Condições climáticas locais. Figura 58: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina/ Jan/2006 – T=25°C. 162 Abril Figura 59: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina/ Abr/2006 – Condições climáticas locais. Figura 60: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina/ Abr/2006 – T=25°C. 163 Julho Figura 61: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina/Jul/2006 – Condições climáticas locais. Figura 62: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina/Jul/2006 – T=25°C. 164 Outubro Figura 63: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina/Out/2006 – Condições climáticas locais. Figura 64: Energia produzida pelo módulo Siemens SM55 instalado em Araripina/Out/2006 – T=25°C. 165 APÊNDICE C GRÁFICOS DA ENERGIA PRODUZIDA POR MÓDULOS DAS TECNOLOGIAS SILÍCIO POLICRISTALINO, SILÍCIO FINO E AMORFO INSTALADOS EM RECIFE E ARARIPINA JANEIRO DE 2006. 166 Silício Policristalino Figura 65: Energia produzida pelo módulo Solarex MSX-60 instalado em Recife/Jan/2006. Figura 66: Energia produzida pelo módulo Solarex MSX-60 instalado em Araripina/Jan/2006. 167 Silício Fino Figura 67: Energia produzida pelo módulo Astropower APX-45 instalado em Recife/Jan/2006. Figura 68: Energia produzida pelo módulo Astropower APX-45 instalado em Araripina/Jan/2006. 168 Silício Amorfo Figura 69: Energia produzida pelo módulo Solarex MST-43LV(2) instalado em Recife/Jan/2006. rex Figura 70: Energia produzida pelo módulo Solarex MST-43LV(2) instalado em Araripina/Jan/2006.