Comunicado Técnico 09 ISSN 2177-854X Maio . 2011 Uberaba - MG Regulagem de Pulverizadores Agrícolas de Barras Responsável: Paulo Roberto Pala Martinelli E-mail: [email protected] Engenheiro Agrônomo; Doutorando FCAV/UNESP; Professor FAZU INTRODUÇÃO Com o desenvolvimento da agricultura, aumento de áreas cultivadas foram se tornando cada vez maiores as necessidades de uso de produtos químicos (defensivos agrícolas), no controle de pragas e doenças das plantas cultivadas. Atrelado a isso a tecnologia de aplicação de defensivos tem papel importante no desenvolvimento dos métodos de aplicação dos diferentes produtos e na regulagem e calibração dos equipamentos (BALASTREIRE, 2005). A aplicação de defensivos quando feita de maneira errada sempre é sinônimo de prejuízos, com perder de até 70% do produto aplicado devido a má aplicação, escorrimento e deriva. Além de gerar desperdícios, pode causar resistência e aumentar os riscos de contaminação de pessoas e meio ambiente. O sucesso de uma boa pulverização está embasada em seis pontos importantes: 1º: Bom pulverizador; 2º: Bom produto químico; 3º: Operador treinado; 4º: Boa qualidade da água, pH ideal, 5º: Condições de tempo favoráveis, velocidade dos ventos, umidade relativa do ar e temperatura e 6º: Calibração e regulagem do equipamento. CONCEITOS Regulagem: é preparar o pulverizador para atender o desejado, ou seja, produzir gotas de uma determinada classe de tamanho, e aplicar um determinado volume da calda (L/ha) do defensivo. Calibração: é verificar se o desempenho do pulverizador está como o previsto pela regulagem e fazer os ajustes finos para deixá-lo pronto para o trabalho. PROCEDIMENTOS Antes da regulagem do pulverizador, observar: • Antes da regulagem do pulverizador observar: • Verificação da limpeza do(s) filtro(s) de sucção do pulverizador se estiver sujo realizar a limpeza (Figura 1); • Verificação das mangueiras condutoras de calda se não estão furadas ou dobradas, para evitar vazamentos e redução no volume aplicado (Figura 2); • Verificação do regulador de pressão, principalmente os componentes: sede de válvulas, válvulas e molas, se não estão gastas ou presas por impurezas; • Verificar a manutenção da bomba se não há vazamentos e se está lubrificada (nível de óleo ou graxa); • Aferições dos bicos da barra de pulverização se são todos do mesmo tipo, se não estão gastos, se não diferem em mais de 10% de vazão e se os filtros estão limpos (Figura 3). Figura 1 - Filtro de Sucção Figura 2 - Mangueira furada e dobrada Figura 3 - Bico irregular e com filtro sujo UMA VEZ VERIFICADO TODOS ESTES ITENS, INICIA-SE A CALIBRAÇÃO DO PULVERIZADOR Método de Calibração: 1. Marque 50 metros no terreno a ser tratado; 2. Abasteça o pulverizador; 3. Escolha a marcha de trabalho do trator; 4. Ligue a tomada de potência do trator (TDP); 5. Acelere o motor trator até a rotação correspondente a 540 rpm na tomada de potência (TDP); 6. Inicie o movimento do trator no mínimo 5 metros antes do ponto marcado; 7. Anote o tempo gasto para percorrer os 50 metros; 8. Em terrenos com topografia irregular repita a operação várias vezes e tire a média; 9. Com o trator parado, na aceleração utilizada para percorrer os 50 metros, abra os bicos e regule a pressão de acordo com a recomendada para os diferentes tipos de bicos: 9.1 Bicos cone - de 75 a 200 lbf/pol2; 9.2 Bicos leque - de 30 a 60 lbf/pol2; 10. Colete o volume dos bicos no tempo igual ao gasto para percorrer os 50 metros; 11. Repita essa operação em diversos bicos para obter uma média do volume; CÁLCULOS Exemplo: Pulverizador de barras de 18m de largura com espaçamento entre bicos de 0,5m e volume do tanque de 500L. Tempo gasto para percorrer os 50m, 25 segundos e volume médio coletado nos bicos de 0,3L. Indicação do volume de calda por hectare, segundo dados da bula do produto que será aplicado 110L/ha com dosagem do produto de 2L//ha. Área (A): Comprimento Área Teste x Largura da Barra A: 50m x 18m = 900m² Número de Bicos (NB): Largura da Barra / Espaçamento entre Bicos NB: 18m / 0,5 = 36 bicos Volume Calda da Área Teste (VCT): Volume Médio Coletado nos Bicos x Número de Bicos VC: 0,3L x 36 bicos = 10,8L Volume de Calda Gasto em 1 ha (VC): 10.000m² x VCT A VC: 10.000m² x 10,8L = 120L/ha 900 M² Dosagem do Produto no Tanque (DPT): Volume do Tanque x Dose Produto/ha VC DPT: 500L x 2 L/ha = 8,33L de Produto/ Tanque 120L/ha OBSERVAÇÕES: 1º - Se o volume obtido for abaixo do desejado, aumentar a pressão, diminuir a velocidade (mantenha 540rpm na tomada de potência - TDP) ou troque os bicos por outros de maior vazão; 2º - Se o volume obtido for superior ao desejado, diminuir a pressão, aumentar a velocidade (mantenha 540rpm na tomada de potência - TDP) ou troque os bicos por outros de menor vazão. ATENÇÃO PARA AUMENTAR OU DIMINUIR A VELOCIDADE, TROQUE A MARCHA NÃO ALTERANDO A ACELERAÇÃO. INFORMAÇÕES ADICIONAIS Tabela 1: Volume de calda mais utilizados nas aplicações de diferentes defensivos agrícolas. Tabela 2: Variação do número de gotas/cm² ideal para cada grupo de defensivos agrícolas. Fonte: Pesticide Application Methods, G. A. Mattheus, 1992. A figura abaixo mostra as principais fontes de erros cometidos nas aplicações de defensivos agrícolas. Figura 4: Gráfico das percentagens de erros cometidos na aplicação de defensivos agrícolas no Brasil, adaptado de MATUO, 1990. ATENÇÃO! UTILIZAR EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) EM APLICAÇÕES COM DEFENSIVOS AGRÍCOLAS. REFERÊNCIAS BALASTREIRE, L. A. Máquinas agrícolas. São Paulo: Manole, 1990. 307 p. MATTHEWS, G. A. Pesticide applications methods. Singapore: Longman, 1992. 405p. MATUO, T. Técnicas de aplicação de defensivos agrícolas. Jaboticabal: FUNEP, 1990. 139p. O sucesso do seu negócio depende de uma boa orientação técnica. CONSULTE UM AGRÔNOMO. Laboratório de Análise de Solo Laboratório de Análise de Nutrição Animal Laboratório de Análise Microbiológica de água e alimentos Laboratório de Análise Físico-Química de alimentos Av. do Tutuna . nº 720 . Bairro Tutunas CEP: 38061-500 . Uberaba-MG (34) 3318.4188 . 0800 34 30 33