963 Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 21 a 24 de outubro, 2013 FORMAÇÃO DOCENTE E NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO: REPENSANDO A AÇÃO-DOCENTE NO ENSINO SUPERIOR Thais Rubia Ferreira Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE. E-mail: [email protected] RESUMO A presença das tecnologias de informação e comunicação na sociedade vem incitando uma verdadeira revolução no ensino superior. Ao mesmo tempo que contribuem para o aumento das exigências, oferecem suporte tecnológico para mudança. No entanto, sua utilização nas universidades não depende apenas da posse dos equipamentos, depende principalmente dos professores. Diante disso, a motivação para existência deste artigo é identificar os saberes necessários para que estes utilizem as TIC no ensino superior de modo que beneficie o ensino e o adapte às novas demandas. O estudo foi realizado por meio de revisão bibliográfica, a partir da leitura de pesquisadores que abordam essa temática. Ao final percebeu-se que existe relação entre as TIC e a ação-docente, em que a utilização adequada das primeiras está atrelada à capacitação para que haja alteração na segunda, passando da transmissão à comunicação, garantindo assim a adaptação do ensino às demandas atuais. Palavras – chave: Formação; Docente; TIC; Ação-docente; Ensino Superior. INTRODUÇÃO E OBJETIVO Há alguns anos, a presença e a interferência das tecnologias de informação e comunicação (TIC) na sociedade é assunto freqüente nos mais diversos espaços, e ocorre das mais variadas formas. Isso porque os avanços estão acontecendo vertiginosamente, causando mudanças relevantes em todas as esferas sociais. Na educação, mais especificamente no ensino superior, as TIC podem ser consideradas um divisor de águas. A disseminação da informação somada ao aumento do número de empresas,. concorrendo globalmente por uma fatia de mercado, desvela um novo cenário com alunos e mercado de trabalho mais exigentes quanto ao ensino e à formação. Se por um lado as tecnologias de informação e comunicação estão refletindo no aumento das exigências com relação ao ensino superior, por outro podem ser consideradas parte importante no atendimento das novas demandas. Em outras palavras, ao mesmo tempo que contribuem para o aumento das exigências, oferecem suporte para mudança, hoje existem inúmeros recursos que podem ser utilizados pelo docente tanto dentro quanto fora da sala de aula na realização do oficio de ensinar. Mas o que é preciso para que o professorado utilize as tecnologias de informação e comunicação na transformação do ensino? A compra dos equipamentos pelas faculdades e Colloquium Humanarum, vol. 10, n. Especial, Jul–Dez, 2013, p. 963-971. ISSN: 1809-8207. DOI: 10.5747/ch.2013.v10.nesp.000546 964 Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 21 a 24 de outubro, 2013 universidades é essencial, e tem sido realizada pelas instituições. Mas não é só isso, engana-se quem acredita que sua utilização está condicionada apenas à posse dos recursos, ela depende também, sobretudo, dos docentes. Diante disso, identificar os saberes necessários aos docentes para que sejam capazes de utilizar as novas tecnologias de modo que beneficie o ensino e o adapte às demandas atuais, é o objetivo deste artigo. Que foi realizado por meio de revisão bibliográfica, pautada nas ideias de autores que abordam as temáticas envolvidas neste estudo. Que se torna cada vez mais emergente, tendo em vista que a disseminação da informação, leva às salas de aulas alunos mais dinâmicos (porque interagem com o mundo o tempo todo, seja por meio dos computadores ou aparelhos de celular), mais bem informados (a informação esta disponível a todos, em qualquer lugar e em tempo real), aptos a compartilhar informação e construir conhecimento, tanto com os colegas quanto com os docentes. A proposta de inserção das TIC no ensino superior só traz alguma transformação relevante se vir acompanhada da alteração na forma de agir do professorado, na sua ação-docente. Emergindo a necessidade de mudança do modelo de aula, passando do tradicional ativo–passivo, em que o professor fala e os alunos só escutam para um modelo comunicativo, em que todos tenham a oportunidade de participar da construção do conhecimento. E para implementar esta transformação, os professores necessitam estar capacitados para operar os recursos adequadamente e criar novas metodologias de ensino, pois de nada adianta a inserção das tecnologias em substituição ao giz e à lousa. Sendo assim, podemos dizer que existe relação entre as TIC e a ação-docente no ensino superior, em que a utilização adequada das primeiras está atrelada à capacitação para que haja mudança na segunda, passando da transmissão à comunicação, garantindo assim a adaptação do ensino às demandas atuais. 1 TIC: NOVOS ESPAÇOS DE PRODUÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTO E NOVAS FERRAMENTAS Novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo elaboradas no mundo das telecomunicações e da informática. As relações entre os homens, o trabalho, a própria inteligência dependem, na verdade, da metamorfose incessante de dispositivos informacionais de todos os tipos. Escrita, leitura, visão, audição, criação, aprendizagem são capturados por uma informática cada vez mais avançada. (LÉVY, 2008, p.7). Colloquium Humanarum, vol. 10, n. Especial, Jul–Dez, 2013, p. 963-971. ISSN: 1809-8207. DOI: 10.5747/ch.2013.v10.nesp.000546 965 Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 21 a 24 de outubro, 2013 As palavras de Lévy nos remetem à realidade do mundo atual, em que as novas tecnologias estão presentes e interferem em todas as esferas e relações sociais. Na educação, mais especificamente no ensino superior, elas podem ser consideradas um divisor de águas. A disseminação da informação somada ao aumento da concorrência entre as empresas - devido principalmente aos novos espaços de comercialização de produtos e serviços disponibilizados pela internet - está aumentando consideravelmente as exigências com relação ao ensino e a formação profissional. Além disso, o papel da universidade na sociedade está sofrendo alterações, se antes era considerada o único local de produção de conhecimento, hoje é um dos locais onde isto acontece, assim como o professor que era tido como único detentor do saber, e atualmente convive com alunos bem informados, aptos a compartilhar informação e participar do processo de construção do conhecimento. ...os professores já se reconhecem como não mais os únicos detentores do saber a ser transmitido, mas como um dos parceiros a quem compete compartilhar seus conhecimentos com outros e mesmo aprender com os outros, inclusive com seus próprios alunos. É um novo mundo, uma nova atitude, uma nova perspectiva na relação entre o professor e o aluno no ensino superior (MASETTO, 2003, p.14). As palavras de Masetto destacam mais uma mudança possibilitada pelo avanço tecnológico: a relação professor-aluno. A aula não precisa mais se restringir aos horários e sob o teto das instituições de ensino, pode acontecer em qualquer lugar a qualquer hora bastando para isso que docente e discentes estejam conectados à rede mundial de computadores. Diante do panorama apresentado até aqui, para formar os profissionais para as novas demandas, os professores necessitam de novas ferramentas e técnicas, que possibilitem sair do convencional. Atualmente existem diversas tecnologias que podem ser utilizadas para este fim, “hoje, às mais de cem técnicas de aula existentes e aplicadas, juntam-se as novas tecnologias relacionadas com a informática e a telemática [..] Não será a mesma coisa a aprendizagem com ou sem tecnologia”. (MASETTO, 1998, p.23) Como se percebe, as TIC possibilitam a multiplicação dos métodos de ensino, agora se tem a opção de aliar um método antigo a uma nova tecnologia criando formas diferentes de disseminar conhecimento. Contudo, esta inserção depende da posse dos recursos, mas sobretudo dos docentes ao passo que as TIC só geram resultados na formação se utilizadas de modo que beneficie o aprendizado. Colloquium Humanarum, vol. 10, n. Especial, Jul–Dez, 2013, p. 963-971. ISSN: 1809-8207. DOI: 10.5747/ch.2013.v10.nesp.000546 966 Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 21 a 24 de outubro, 2013 A tecnologia na educação requer novas estratégias, metodologias e atitudes que superem o trabalho educativo tradicional. Uma aula mal estruturada, mesmo com o uso da tecnologia, pode tornar-se tradicionalíssima, tendo apenas incorporado um recurso como um modo diferente de exposição, sem nenhuma interferência pedagógica relevante. (SANTIAGO, 2006, p.10-11). A proposta de inserção das TIC no ensino superior só traz alguma transformação relevante se vier acompanhada da alteração na forma de agir do professorado, na sua ação-docente. De que adianta uma aula repleta de recursos audiovisuais se o método utilizado for o mesmo empregado no passado, com o diferencial de que no lugar da lousa se tem a multimídia? É preciso repensar a ação-docente como forma de subsidiar a adaptação do ensino ao panorama atual e às novas exigências. Assunto, que será tratado a seguir. 2 AÇÃO-DOCENTE: DA TRANSMISSÃO A COMUNICAÇÃO Existem compostos de palavras que por si já imprimem um significado. Ação-docente é um destes compostos. Se observarmos os significados das palavras que o compõem, chegaremos à conclusão de que se refere à forma de agir do professor. O que mais este agir engloba? Segundo Fujita (2004, p.17), este termo é “utilizado para englobar a postura, a didática e a metodologia adotada pelo professor em sala de aula”. A junção destes três itens implica na forma que o professor ensina, e que se relaciona com seus alunos,refletindo no sucesso ou insucesso do processo de ensino e aprendizagem. E o que seria este tal processo de ensino e aprendizagem? Kuethe apresenta definições separadas para os elementos deste processo. Segundo ele, ensino consiste em “fazer com que as pessoas aprendam” (Ibid., 1974, p.2) e aprendizagem “é o processo pelo qual a conduta se modifica em resultado da experiência” (Ibid.,1974, p.6). Sendo assim, ao contrário do que se pensava há alguns anos, ensino e aprendizagem são processos complementares, porém, diferentes, porque o fato do professor ensinar não implica que o aluno de fato tenha aprendido. E como o objetivo maior do professor é ensinar de modo que os alunos aprendam (MASETTO,2010), a ação-docente se exerce papel indispensável, ao passo que reflete e contribui para que estes processos ocorram de modo completo, considerando que representa a forma de agir do professor com seus alunos, englobando a postura, a didática e a metodologia deste em sala de aula. Ou seja, a inserção das TIC de forma correta no ensino esta relacionada à açãodocente, se o professor não alterar esta com a inserção da tecnologia, significa que não trouxe Colloquium Humanarum, vol. 10, n. Especial, Jul–Dez, 2013, p. 963-971. ISSN: 1809-8207. DOI: 10.5747/ch.2013.v10.nesp.000546 967 Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 21 a 24 de outubro, 2013 nada de novo. E justamente a finalidade desta inserção é melhorar o processo de ensino e aprendizagem. É preciso mudar para modelos comunicativos como forma de atingir os alunos. Freire defende que “educação é comunicação, é diálogo, na medida em que não é a transferência de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significados.” (FREIRE, 1985, p.46). Dentro desta perspectiva, enquadraremos a ação-docente de um professor, basicamente, dentro de dois modelos distintos, o tradicional (ou instrucionista, ou bancário) e o comunicativo. O primeiro surgiu junto com o ensino, considera que o ato de ensinar do professor corresponde automaticamente ao ato de aprender do aluno, tanto que até pouco tempo atrás se considerava processo de ensino-aprendizagem, unidos por ífen, pois eram considerados uma coisa só. De acordo com Castanho (2000, p.80), no ensino tradicional “ensinar é apenas dar aulas, transmitindo a matéria sem preocupações ligadas à maneira de aquisição dos conhecimentos por parte do aluno ou à construção epistemológica de cada campo do saber”. Ou seja, o professor transmite seus conhecimentos sem se preocupar com a aprendizagem, e o aluno tem a obrigação de aprender, mesmo que o docente não saiba ensinar. Esta forma de agir reinou sozinha durante décadas, e em algumas faculdades e universidades brasileiras continua reinando até os dias atuais. Se o cenário mudou, é possível continuar agindo da mesma forma? Se antes as transformações ocorriam lentamente, então as experiências transmitidas pelos professores podiam ser utilizadas pelos futuros profissionais na resolução dos problemas que diante da constância se repetiam, neste inicio de século isso não é aceitável, visto que surgem novos e diferentes desafios diariamente. Seja qual for a profissão, não é possível continuar ensinando da mesma forma, se valendo da mesma ação-docente de outras épocas. O mundo se transformou, a sociedade brasileira está imersa em mudanças que afetam [...] o próprio coração da universidade (conhecimento e formação de profissionais), trazendo de arrastão nessa evolução a necessidade de modificarmos nosso ensino superior e nossa ação docente nesse mesmo ensino. (MASETTO, 2003, p.17) A visão que Masetto nos apresenta nesta fala, se assemelha com as ideias difundidas por Paulo Freire. Ambos defendem uma forma diferente de agir dos professores. Em que ocorra a interação em detrimento da transmissão. Na verdade, o que estes autores apregoam é algo simples, basta que a comunicação - que sempre existiu no ensino superior, nem sempre de forma adequada - passe a acontecer corretamente, passe a ser utilizada a favor do processo de ensino e Colloquium Humanarum, vol. 10, n. Especial, Jul–Dez, 2013, p. 963-971. ISSN: 1809-8207. DOI: 10.5747/ch.2013.v10.nesp.000546 968 Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 21 a 24 de outubro, 2013 aprendizagem. E as TIC podem ser grandes aliadas nesta mudança, mas para isso os professores necessitam estar capacitados para manuseá-las corretamente e criar novas metodologias de ensino, ou seja, é preciso formação. Como veremos, a seguir. 3 FORMAÇÃO DOCENTE: NOVO PANORAMA E NOVAS EXIGÊNCIAS Ninguém começa a ser educador numa certa terça-feira às quatro horas da tarde. Ninguém nasce educador ou é marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma como educador permanentemente, na prática e na reflexão sobre a prática. (FREIRE, 1991, p. 58) Como nos diz Paulo Freire, um educador não surge de repente, do nada, para se tornar educador é necessário formação. Mas que saberes esta formação deve englobar? Acreditou-se que para lecionar no ensino superior era necessário apenas “a graduação, experiências e conhecimentos para uma determinada profissão, não precisava ter conhecimentos específicos em relação aos métodos de ensino, ao contrário, o docente precisava somente conhecer a prática” (MASETTO, 1998, p.11). Isso porque se acreditava que quem sabia, automaticamente sabia ensinar (Ibid., 1998, p.11). Mas de algum tempo para cá, com a disseminação da informação e o aumento das exigências com relação à formação profissional, ocasionados pelas TIC como já mencionado, a temática “formação docente” passou a figurar entre as preocupações dos estudiosos da área, considerando que preparar os alunos para o mercado de trabalho está entre as funções dos professores. De modos diversos e através de caminhos diferentes os teóricos da educação discutem a formação docente. Tardif (2010), Abdalla (2006), Imbérnom (2009) e Schön (1995) fazem parte deste grupo, que engloba tantos outros pesquisadores. Que com visões diferentes, discutem as tendências da formação. Seja por meio dos saberes ou falando da importância da formação na prática e na reflexão sobre a prática, seja discutindo a formação no ambiente escolar ou a formação permanente, todos estes autores, apesar de seguirem por caminhos diferentes de analise, convergem para a mesma finalidade: contribuir com o ensino, por meio da melhoria e adaptação da formação docente às demandas atuais. No entanto, diante da importância atribuída ao tema, a formação de professores para inserção e utilização das TIC no ensino, segundo Mazzilli e Rosalen ainda não tem o seu valor reconhecido: [...] a formação do professor para a utilização da informática nas práticas educativas não tem sido priorizada tanto quanto a compra de computadores de última geração e de programas educativos pelas escolas, Colloquium Humanarum, vol. 10, n. Especial, Jul–Dez, 2013, p. 963-971. ISSN: 1809-8207. DOI: 10.5747/ch.2013.v10.nesp.000546 969 Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 21 a 24 de outubro, 2013 transparecendo a idéia de que os equipamentos sozinhos podem melhorar a qualidade das práticas educativas.(MAZZILLI;& ROSALEN, 2005, p.1) Isso porque a inserção das novas tecnologias no ensino ainda é vista como a substituição dos materiais utilizados para dar aula, por recursos mais modernos, sem qualquer alteração metodológica, como se a aquisição dos equipamentos fosse suficiente para melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem. E com isso não percebem que “se ensinar dependesse só de tecnologias, já teríamos achado as melhores soluções há muito tempo” (MORAN apud SANTIAGO, 2006, p.19), diante da quantidade de inovações que surgem diariamente. Ensinar depende principalmente dos professores, assim como a utilização das TIC no ensino superior, que exige preparo e capacitação, e não deve ser vista simplesmente como a troca de giz e lousa por multimídia. Diante disso, entre os saberes docentes, não podem constar somente novos formatos para os velhos conteúdos, é preciso novas formalizações e apropriação crítica dos diferentes recursos tecnológicos disponíveis, que ultrapasse o gesto mecânico de ligar o computador na tomada (BARRETO,2003). Destacando a importância de que a formação ocorra completamente, que não vise apenas o domínio técnico dos equipamentos, mas que possibilite ao docente a criação de novas metodologias de ensino., considerando que só é possível alterar a ação-docente com o auxilio das tecnologias se os professores estiverem capacitados para manusear os recursos e utilizá-los criando novas formas de ensinar, dentro da perspectiva comunicativa. RESULTADOS E DISCUSSÃO: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES O que é preciso para que o professorado utilize as tecnologias de informação e comunicação na transformação do ensino? Este artigo surgiu desta inquietação, e no seu desenvolvimento procurou refletir acerca das ideias e opiniões de diversos autores que abordam as temáticas envolvidas no assunto, dentre elas: formação docente, novos espaços de produção e disseminação de conhecimentos e ação-docente. E ficou evidente que - como já se pré supunha - as tecnologias de informação e comunicação vêm causando uma verdadeira revolução no ensino superior, as empresas estão cada dia mais exigentes com relação à formação do profissional lançado ao mercado e os próprios discentes por terem acesso a informação não aceitam mais o modelo tradicional de ensino. Por outro lado, existe uma infinidade de tecnologias que podem ser utilizadas no oficio de ensinar, a favor do ensino e da aprendizagem, como auxiliares na mudança de ação-docente criando novas Colloquium Humanarum, vol. 10, n. Especial, Jul–Dez, 2013, p. 963-971. ISSN: 1809-8207. DOI: 10.5747/ch.2013.v10.nesp.000546 970 Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 21 a 24 de outubro, 2013 metodologias. Se de um lado as TIC contribuem com o aumento das exigências com relação ao ensino, de outro elas oferecem suporte tecnológico para mudança. A inserção das TIC no ensino superior se faz com o propósito de transformar o ensino, passando de uma perspectiva tradicional, de transmissão de conhecimentos para uma perspectiva comunicativa, de interação entre as partes. Diante disso, concluímos que para que isso aconteça é imprescindível alterar a ação-docente passando da transmissão para a comunicação, mas para isso os professores necessitam de formação tanto técnica, quanto pedagógica que possibilite não só a troca de giz e lousa por multimídia, mas a transformação no ensino e adaptação dele às demandas atuais. Portanto, assim como é exigido cada vez mais dos profissionais no mercado e estes próprios também estão mais exigentes, para que as TIC sejam utilizadas no ensino superior de modo que beneficie o ensino e o adapte às demandas atuais é necessário formação técnica e pedagógica como forma de subsidiar a mudança na ação-docente, passando da transmissão para a construção do conhecimento, adaptando assim o ensino às novas demandas. REFERÊNCIAS ABDALLA, M. de F.B. O senso prático de ser e estar na profissão. São Paulo: Cortez, 2006. BARRETO, R. G. Tecnologias na formação de professores: o discurso do MEC. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.29, jul./dez. 2003. CASTANHO, M. E. L. M. A criatividade na sala de aula universitária. In: Pedagogia universitária: a aula em foco. Veiga, I. P. A.; CASTANHO, M. E. L. M. (orgs.) Campinas, SP: Papirus, 2000. FREIRE, P. A Educação na Cidade. São Paulo: Cortez, 1991. FREIRE, P. Extensão ou comunicação. 8ª Ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1985. FUJITA, O. M. 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