3B sábado A GAZETA CUIABÁ, 9 DE MARÇO DE 2013 DESAPROPRIAÇÕES Comerciantes que alugam pontos na Prainha também querem receber indenizações Locatários entram na Justiça AMANDA ALVES DA REDAÇÃO Comerciantes locatários de 20 imóveis que serão demolidos na avenida Tenente-Coronel Duarte (Prainha) para a construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) pretendem ingressar na Justiça contra o governo estadual. Os proprietários de lojas receberam a notícia da desapropriação dos prédios no prazo de 30 dias com surpresa em uma reunião realizada ontem com a Secretaria Extraordinária Copa do Mundo Fifa 2014 (Secopa). Obra do VLT inicia dia 2 de abril e uma pista de cada lado da Prainha será fechada para o trânsito de veículos. Ao todo 255 imóveis fixados na Prainha serão atingidos com alteração de fachadas e calçadas para permitir a construção do novo modal de transporte. Edson Santos é proprietário de duas lojas de fraldas localizadas na avenida Tenente-Coronel Duarte e ficou preocupado ao saber que em 1 mês terá que sair dos pontos, que serão demolidos. Há 8 anos ele abriu os estabelecimentos e mantém atualmente 6 funcionários empregados. Ele estima um prejuízo de R$ 200 a R$ 300 mil reais devido à saída. Falta de transparência no processo de desapropriação indignou a presidente da Associação dos Locatários e Comerciantes da Prainha Dilma Gaião. Desde Chico Ferreira/Arquivo Alguns imóveis serão demolidos e outros sofrerão alterações nas calçadas e fachadas para a passagem dos trilhos do VLT Ao todo, 255 imóveis terão mudanças nas estruturas dos prédios janeiro de 2011 ela afirma que há especulações em torno das demolições, mas não ocorreram conversas com os locatários sobre a intervenção. Ela prevê os prejuízos como estão ocorrendo no comércio fixado em torno das obras de mobilidade já em andamento na cidade. Dilma irá exigir a indenização dos locatários, como está ocorrendo com os proprietários dos imóveis. A representante afirma que os proprietários tomaram conhecimento das desapropriações, mas a informação não chegou aos locatários. O presidente da Associação Comercial Empresarial de Cuiabá Manuel Gomes apoia a obra, dizendo que Cuiabá será “a capital de primeiro mundo no que diz respeito ao modal de transporte coletivo”. Estabelecimentos localizados entre a esquina da avenida Quinze de Novembro e a Osório Duque serão afetados com a intervenção do consórcio do VLT. O secretário Maurício Guimarães disse que para cada imóvel atingido é feito um laudo para permitir a intervenção. Dos 255 prédios 98 estão com o laudo pronto. Na segunda-feira (11) alguns proprietários já começam a ser indenizados conforme autorização judicial. A indenização é obrigatória no caso de demolição e naqueles imóveis que ocorrerem adequações dependerá da legalidade das construções. Maurício explica que existem estruturas como fachadas e calçadas que não estão de acordo com a legislação municipal. OBRA DO VLT Avenida terá pista mais estreita DA REDAÇÃO A partir do dia 15 deste mês a avenida Tenente CoronelDuarte começará a ser preparada para receber os trabalhadores que irão construir o VLT. Ao todo 1.950 metros de extensão da via sofrerão intervenção. Os trens do VLT passarão pelo canteiro central da Prainha e uma pista de cada lado da via precisará ser fechada para desenvolver a construção. O estreitamento da avenida não provocará desvios obrigató- rios, mas deve provocar congestionamento. Em torno de 4 mil veículos passam por hora de pico na avenida Tenento-Coronel Duarte em cada sentido. O assessor de mobilidade urbana da Secopa Josemar de Araújo Sobrinho diz que a orientação aos motoristas é utilizar vias como a Barão de Melgaço e Treze de Junho para quem segue em direção ao Porto e no sentido contrário utilizar a avenida General Vale, Dom Aquino e São Cristóvão. Durante a 1ª etapa da obra do VLT, que tem previsão de ser executada entre 8 e 9 meses, duas alterações serão realizadas no trânsito. Próximo à avenida Getúlio Vargas o retorno para seguir em direção ao CPA vai ser fechado e os motoristas que descem a avenida Campo Grande não poderão mais atravessar para entrar na Prainha e seguir ao CPA. Todas as passagens de pedestres serão permitidas e 1 pista terá como prioridade a passagem de ônibus. Obra do VLT inicia no Centro da Capital com o reforço do canal do Córrego da Prainha, que passa por bairros como o Araés. (AA) Edson Rodrigues/Secopa Obras para construção dos trilhos exige série de intervenções nas avenidas em Cuiabá e VG PONTES E LACERDA SANTA RITA Hospital firma acordo para sanar problemas GLÁUCIO NOGUEIRA DA REDAÇÃO O Ministério Público do Estado (MPE) e a direção do Hospital Santa Rita, em Várzea Grande, firmaram, nesta sextafeira (8), Termo de Conciliação para a resolução de 185 irregularidades, constatadas após inspeção na unidade de saúde. Os problemas, que incluem falta de enfermeiros nos plantões, motivaram uma ação da 6ª Promotoria de Justiça Cível do município, que defendia a interdição do hospital, impetrada no mês passado. De acordo com o promotor de Justiça Rodrigo de Araújo Braga Arruda, o representante legal da entidade, médico Alencar Farina, também deverá apresentar relatórios trimestrais sobre as providências adotadas, sendo que o primeiro terá que ser entregue ao Ministério Público no dia 6 de junho deste ano. “A não apresentação desses relatórios ou a demonstração de pouca eficácia nas reformas necessárias resultará na reiteração do pedido liminar de interdição”. Ele explica que, ao final dos 9 meses, a Sociedade Hospi- talar Nossa Senhora da Guia Ltda deverá solicitar inspeção à Secretaria de Estado de Saúde com a finalidade de atualizar o relatório, verificar se as pendências foram sanadas e se o Hospital está em condições de atender aos pacientes de forma adequada. “Também terão que ser respeitadas as normas de acessibilidade nas obras e benfeitorias realizadas na unidade de saúde”. Entre as irregularidades detectadas no hospital constam a inexistência de enfermeiros para todos os plantões; falta de local adequado para esterilização química; ausência de controle mensal da qualidade da água proveniente de poço artesiano; mesas e macas oxidadas e armazenamento de materiais em desuso. “As inconformidades apuradas geram riscos de complicações pós-operatórias, probabilidade de ocorrência de infecção hospitalar, risco à saúde do trabalhador e contaminação de rouparias. Como o atual representante legal assumiu a unidade de saúde em 2012, esperamos que todas as irregularidade sejam sanadas e o hospital esteja apto para realizar um bom atendimento à população”. Homem vai a júri por matar ex-funcionária de cartório GLÁUCIO NOGUEIRA DA REDAÇÃO Otmar de Oliveira/Arquivo Unidade de saúde tem 185 irregularidades constatadas Mais um acusado pela morte da ex-funcionária Vilmara de Paulo, 35, crime ocorrido em 2007, no município de Pontes e Lacerda (448 km a oeste da Capital), vai a júri popular. Desta vez, será julgado no dia 10 de abril, no Fórum de Cuiabá, o trabalhador braçal Rogério Miranda das Virgens. Ele é um dos 7 denunciados pelo Ministério Público do Estado (MPE) pela morte, que ficou conhecida como “Crime do Cartório”. Dos 7 acusados, Rogério será o terceiro a enfrentar o júri. Os outros 2, o policial Militar Aurindo Soares da Silva e o vigia noturno Márcio da Cruz Pinho, foram condenados, respectivamente, a 21 anos e 6 meses de prisão e 19 anos e 6 meses de reclusão. O militar também acabou perdendo a função pública. O julgamento da dupla foi realizado em dezembro de 2011, também no Fórum de Cuiabá. De acordo com o promotor de Justiça que atuou no júri, Antônio Sérgio Cordeiro Piedade, o caso foi julgado pelo Tribunal do Júri em Cuiabá devido ao desaforamento do processo. A medida foi adotada em razão da influência econômica e polí- tica dos mandantes que poderia afetar a imparcialidade dos jurados de Pontes e Lacerda. Os outros 4 denunciados ainda não tiveram o júri popular marcado e aguardam o julgamento em liberdade são os tabeliães Marcelo Rodrigues de Freitas e Silvana Souza Freitas Gonçalves, o comerciante Elmisson Souza Freitas, e o ex-policial militar Valdeci Celestino Viana. Segundo a denúncia elaborada pelo MPE, o crime ocorreu em 27 de junho de 2007, por volta das 18h, próximo a um bar na região central de Pontes de Lacerda. O homicídio foi planejado após a vítima ter ingressado com ações trabalhistas e por dano moral contra os proprietários do cartório e noticiado que possuía informações de irregularidades graves que ocorriam no referido estabelecimento. Conforme a promotoria, os disparos contra a vítima Vilmara de Paulo foram efetuados por Márcio da Cruz Pinho, mediante pagamento ou promessa de recompensa, em co-autoria com os demais denunciados. Já o policial Aurindo Soares da Silva foi denunciado por ter promovido manobras com os demais co-autores para garantir o êxito na execução do delito.