Psicologia e Saúde É definida como a ausência de oxigênio nas células, principalmente cerebrais, do recémnascido. Refere-se a uma dificuldade respiratória no momento da passagem para a respiração aérea por parte do bebê. Geralmente, o organismo humano consegue suportar pelo menos cinco minutos de anoxia sem o aparecimento de lesões orgânicas. Quando este tempo é ultrapassado, as células começam a morrer, levando a seqüelas graves e irreversíveis ou a óbito A anoxia neonatal é uma das maiores causas de deficiência mental no Brasil. Entretanto a maioria dos casos poderia ser evitado com assistência adequada no parto. As principais causas de anoxia são os partos complicados, demorados e não assistidos, que interrompem o fluxo sangüíneo placentário para o feto (anoxia intrauterina), a obstrução das vias aéreas do recém-nascido por secreções, sangue, líquido amniótico ou mecônio (evacuação fetal) e a apnéia do recém-nascido (deficiência do centro respiratório em iniciar o processo ventilativo). Para avaliar a presença e a importância da anoxia neonatal e auxiliar a decidir rapidamente quais as medidas de reanimação que devem ser empregadas, utiliza–se , logo após o nascimento, o boletim de Apgar . O - índice de Apgar é uma nota de zero a dez baseada em cinco parâmetros clínicos. A nota zero é atribuída ao recém-nascido em parada cardiorrespiratória total; A nota dez demonstra a vitalidade máxima. Dependendo do Apgar dado ao recém-nascido no primeiro minuto de vida, o profissional pode oxigenar, estimular, reanimar o bebê ou limitar-se a aspirar as secreções de acordo com a apresentação do quadro clínico. O mesmo índice atribuído ao quinto e ao décimo minuto de vida são utilizados para avaliar o sucesso das medidas empregadas e o prognóstico da criança. O índice de Apgar, baseia-se na cor do bebê - rósea ou azulada -, na freqüência cardíaca, na respiração, na reatividade (resposta aos estímulos) e no tônus muscular (flácido ou ativo). A anoxia neonatal é um quadro relativamente freqüente. Um período expulsivo mais prolongado ou uma circular de cordão umbilical diminuem o fornecimento do sangue placentário ao sistema nervoso do feto e iniciam o problema. Na maioria das vezes, estes problemas podem ser contornados sem seqüelas. Em alguns casos, no entanto, podem levar a lesões neurológicas graves e irreversíveis, comprometendo todo o futuro da criança. - De Moro: quando o recém-nascido se assusta, seus membros superiores e inferiores balançam para fora e para frente, num movimento lento, com os dedos esticados (RN de 04 – 06 meses). - De Busca: quando qualquer um dos extremos da boca de recém-nascido é tocado, ele vira a cabeça para esse lado. Este reflexo permite que o recém-nascido encontre o mamilo (02 meses). - De Sucção: quando um objeto é colocado na boca do recém-nascido, ele começa a succionar imediatamente (RN até 02 meses). Relacionados à proteção – reflexo de vômito (dura a vida toda); reflexo cócleo-palpebral (dura a vida toda). Relacionados à movimentação – reflexo de preensão palmar (RN até 2 a 4 meses); reflexo tônico cervical assimétrico (aparece aos 02 meses e desaparece entre 03 e 04 meses); reflexo tônico cervical simétrico (aparece por um breve período em criança de 04 meses); reflexo de propulsão ou anfíbio (RN até 1 mês); reflexo gallant (RN até 03 meses); reflexo de preensão plantar (RN até 12 meses); reflexo cutâneo – plantar em extensão ou Babinski (RN até 1 ano); reflexo de retirada (dura toda a vida); reflexo de extensão cruzada (RN até 03 meses); reflexo positivo de suporte (RN até 2 meses); reflexo de marcha automática (RN até 2 meses); Placing ou colocação (RN até 2 meses). O alimento para o neurônio se faz em grande parte pelas células gliais que continuam a aumentar e se multiplicar após 22 semanas de gestação. As células gliais têm função de levar alimento do capilar aos neurônios para ajudá-los a amadurecer e a crescer, além de serem necessários na produção de novas células do sistema nervoso central. Na 30ª semana de gestação, a maioria dos neurônios migrou para a substância cinzenta. O peso do cérebro ao nascer é 750gs e 1100gs no final do primeiro ano de vida. O cérebro do bebê humano exige uma grande quantidade de energia para construir novas estruturas, bem como para as suas novas funções. Para isto, é importante a ingestão de gordura. A córtex representa 45% do total do cérebro (350gs); se removermos a água, a córtex tem um peso seco (tecido sólido de 125gs); 75gs destes 125gs são de gordura, sendo 50gs dos 75gs constituídos de fosfolipídios e destes, 4gs no RN que recebe leite materno, será composto do ácido DHA (ácido ducosahexanóico). O DHA é responsável pela fluidez dos impulsos nervosos pela membrana celular. A maturação que ocorre no interior do cérebro tem uma relação bastante estreita com a evolução do controle postural e do autocontrole motor. Aproximadamente aos doze meses ocorrem maturações em áreas do cérebro ligadas aos processos de linguagem, relacionados aos avanços que ocorrem na conduta lingüística; 1. Aquisição do controle da análise dos sons; 2. Aquisição das praxias fonoarticulatórias - Aspectos muito importantes para a construção da linguagem de acordo com a cultura em que está inserido. 1º Mês • Leva as mãos até os olhos e a boca • Movimenta a cabeça de um lado para outro, quando deitado em decúbito ventral (barriga para baixo) • Acompanha um objeto que se move num arco aproximadamente a 15 centímetros de seu rosto até a linha média (em frente) • Responde de algum modo ao ruído (p.ex., assustando-se, chorando ou ficando quieto) • Volta-se em direção a sons e vozes familiares • Focaliza num rosto 3º Mês • Eleva a cabeça a 45º(podendo chegar a 90º), quando em decúbito ventral • Abre e fecha as mãos • Empurra com os pés para baixo quando é colocado sobre uma superfície plana • Balança-se e procura alcançar brinquedos que se movem • Acompanha um objeto que se move num arco acima da face, de um lado para outro • Olha atentamente para os rostos • Sorri ao som da voz da mãe • Começa a emitir sons semelhantes à fala 5º Mês • Mantém a cabeça estável quando está posicionado na posição ereta • Rola para um dos lados, habitualmente do decúbito ventral (barriga para baixo) para o decúbito dorsal (de costas) • Procura pegar objetos • Reconhece as pessoas à distância • Presta atenção nas vozes humanas • Sorri espontaneamente • Grita de satisfação 7º Mês • Senta-se sem apoio • Sustenta algum peso nos membros inferiores quando é mantido em pé • Passa objetos de uma mão a outra • Procura objetos que deixou cair • Responde ao seu nome • Responde quando lhe é dito “não” • Balbucia, combinando vogais e consoantes • Agita-se com excitação ao prever uma brincadeira • Brinca de esconde-esconde 9 º Mês • Esforça-se para pegar um brinquedo que se encontra fora de alcance • Reclama quando um brinquedo lhe é tirado • Arrasta-se ou engatinha apoiado sobre as mãos e os joelhos • Realiza um impulso para cima para colocar-se em pé • Fica em pé apoiando-se em algo ou em alguém • Fala “mamã” ou “papá” indiscriminadamente 12º Mês • Passa do decúbito ventral para a posição sentada • Caminha segurando-se nos móveis. Consegue dar um, dois passos sem apoio • Permanece em pé por alguns instantes • Fala “mamã” ou “papá” para a pessoa adequada • Bebe no copo • Bate palmas e dá adeus com a mão As crianças da primeira infância, ou seja, de 2 a 6 anos, apresentam as habilidades percepto-motoras em pleno desenvolvimento, mas ainda confundem direção, esquema corporal, temporal e espacial. O controle motor refinado ainda não está totalmente estabelecido, embora esteja desenvolvendo-se rapidamente. Os olhos ainda não estão aptos a períodos extensos de trabalhos minuciosos. Para Piaget, nesta idade as crianças deveriam estar no período pré-operacional, ou seja, percepção aguçada, comportamento auto-satisfatório e social rudimentar. Mora Joaquim e Jesus Palácios . Inteligência Sensório-Motor. Artes Médicas: Porto Alegre, 1998.