Apresentação
Programa de
Iniciação Científica
Formando pesquisadores
1.
APRESENTAÇÃO
1.1 Marista Rosário: 109 anos de tradição e excelência do conhecimento
Com 109 anos de atuação em Porto Alegre, o Colégio Marista Rosário é considerado uma das mais tradicionais escolas gaúchas. Hoje, o Colégio conta com
mais de 2,5 mil estudantes da Educação Infantil até o Ensino Médio, relacionando-se com cerca de 2 mil famílias, aproximadamente 300 educadores, 70 mil exalunos, além de fornecedores, parceiros, formadores de opinião e comunidade em geral. Seguindo a proposta educativa marista, o Marista Rosário orienta seu
trabalho na busca da formação de cidadãos preparados para os desafios da vida e capazes de contribuir para a transformação social. Por consequência, a proposta
educativa também é alicerce do trabalho da equipe de professores e funcionários, que sustentam esse conceito diariamente.
1.2 Fazer pedagógico: espaçotempo de investigação e produção de conhecimento
De acordo com o Projeto Educativo do Brasil Marista, documento norteador do fazer pedagógico dos Colégios da Rede, uma das bases da educação
marista é o “espaçotempo de investigação e de produção de conhecimentos: da pedagogia da pergunta, da pesquisa, do questionamento, da reflexão, da
sistematização de conhecimentos, de saberes e seus discursos”.
Nesta perspectiva, as práticas pedagógicas são desenvolvidas a partir de problematizações de realidades sociais, culturais, políticas, científicas e naturais e
da construção de itinerários pessoais e coletivos, de forma a elaborar novos saberes, discursos, conhecimentos, habilidades, linguagens e tecnologias.
Dessa forma, a educação marista baseia-se em:
- Mediação: intervenção intencional do professor para criar condições de aprendizagem.
- Pesquisa: metodologia que demanda análise crítica dos problemas do mundo, formulação de perguntas e proposição de respostas.
- Contextualização: conexão/interação entre as realidades sociais, culturais, econômicas e políticas.
- Interdisciplinaridade: integração entre as disciplinas, o que contribui para uma visão mais abrangente dos saberes.
- Tratamento crítico de temas culturais; busca de informações, conhecimentos, conceitos e significados; estabelecimento de relações; uso de múltiplas
linguagens; utilização de espaços diversificados de aprendizagem; reflexão e tomada de decisão.
1.3 Um modo de fazer e refletir as escolhas curriculares
O papel das Ciências é o de colaborar para a compreensão do mundo e de suas transformações, situando o ser humano como indivíduo ativo, participativo
e parte integrante do Universo. Os conceitos e procedimentos desta área contribuem para a ampliação das explicações sobre os fenômenos da natureza, para o
entendimento e o questionamento dos diferentes modos de com ela interagir e de nela intervir e, ainda, para a compreensão das mais variadas formas de utilizar
os recursos naturais e prever seus impactos.
De maneira singular esse tópico nos leva a entender que o papel da ciência é o de permitir compreender a Natureza e as influências antrópicas em seus
processos e fenômenos, e o de gerar representações de mundo, por meio da apreensão, organização e sistematização do conhecimento em teorias
continuamente debatidas e modificadas pelas comunidades científicas, confrontando-o com aqueles provenientes de outras culturas. Para a Matriz Curricular de
Ciências da Natureza do Brasil Marista, que permeia o fazer pedagógico do Colégio, “é importante que se supere a postura que apresenta as Ciências como um
conjunto de fatos isolados e descontextualizados, quando seu ensino ocorre pela mera descrição de teorias e experiências, sem nenhuma reflexão sobre aspectos
éticos, sócio-históricos e culturais”.
1.4 Objetivo Geral do Programa
O principal objetivo do Programa de Iniciação Científica é formar estudantes críticos, capazes de identificar e resolver problemas utilizando metodologia
científica para isso, buscando informações, fazendo relações e interpretando a sua realidade.
1.5 Público-alvo
Cada série possui projetos específicos para o desenvolvimento da investigação científica. O incentivo começa na Educação Infantil, quando os estudantes
têm o desenvolvimento de projetos e suas primeiras experimentações científicas até o Ensino Médio quando, para além dos muros escolares, participam de
mostras científicas externas, publicam seus trabalhos e têm a oportunidade de participarem de formações e pesquisas em Instituições de Ensino Superior
parceiras. Em 2013, o Colégio Marista Rosário atende 2.500 estudantes desde a Educação Infantil até o 3º ano do Ensino Médio.
2.
INICIAÇÃO CIENTÍFICA
A educação em Ciências da Natureza proporciona aos estudantes a oportunidade de desenvolver capacidades que neles despertem a inquietação diante
do desconhecido, buscando explicações lógicas e razoáveis, levando-os a estabelecer relações entre fatos, situações, conceitos ou conhecimentos diferentes,
desenvolver posturas críticas, éticas e ambientalmente responsáveis, realizar análises e tomar decisões fundamentadas em critérios objetivos, baseados em
valores e conhecimentos compartilhados por uma comunidade escolarizada, de forma a exercitar e exercer a cidadania plena.
Para isso, o professor assume o papel de mediador dos processos de ensino e aprendizagem, selecionando e organizando práticas problematizadoras, que
desenvolvam competências e habilidades investigativas de acordo com a faixa etária. As aulas buscam iniciar o processo de construção da autonomia de pesquisa,
para que ocorra a constante construção/desconstrução/reconstrução do conhecimento. A integração entre a teoria e a prática nas Ciências, e o fazer Ciências,
ocorrem também por meio da realização de experimentos. Isso porque os fenômenos e objetos de estudo possuem características próprias dependentes de suas
escalas dimensionais – microscópica ou macroscópica – e temporais, nem sempre sendo possível sua observação direta.
2.1 Experimentação Científica Periódica: espaços especializados
O estudante é motivado a observar as manifestações da natureza em qualquer espaço do Colégio, assim como em casa, na rua, na cidade. Saídas de
campo como idas a museus, planetário, áreas rurais e de preservação também possibilitam o aprofundamento dos estudos. Sistematicamente, os estudantes
frequentam os Laboratórios, acompanhados de professores e de profissionais especialistas da área, para enriquecer e complementar o estudo, o que permite
realizar observações diferenciadas e experiências, bem como vivenciar o método científico.
O importante é que, independente do espaçotempo em que se estudará Ciências, os estudantes sejam sempre desafiados a
realizar observações do tema a ser estudado, apresentando uma diversidade de olhares; que façam questionamentos e registros de
hipóteses a respeito do estudo; que realizem leituras, buscas, pesquisas, descobertas e conclusões, mesmo que não determinadas e
fechadas; e que, finalmente, a construção de novos conhecimentos aconteça de forma contínua e com aumento gradativo de
complexidade, sempre considerando aquilo que os estudantes já sabem e as novas aprendizagens que se constituem, ampliando seu
mundo de relações e interações cognitivas e sociais.
2.1.1 Laboratório de Ciências
O Laboratório de Ciências é um espaço de experimentação e estudos, tendo como objetivo principal proporcionar momentos de descoberta que
despertem um olhar investigativo e científico, através de atividades práticas. As atividades no Laboratório de Ciências também têm como finalidade deixar o
estudante mais próximo do ambiente científico de pesquisa. As crianças e adolescentes têm muito interesse em saber como trabalha um cientista e de que
maneira ele realiza suas pesquisas e descobertas. Por isso, com as atividades de laboratório é possível trazer ao estudante essa proximidade com o ambiente de
pesquisa, de acordo com a faixa etária e o conteúdo de cada ano/série, utilizando todos os recursos possíveis e seguros.
As aulas no Laboratório são momentos da interação entre a teoria e a prática, onde o saber torna-se mais significativo e intenso e as relações entre o
aprendizado e a realidade vivenciada por cada estudante ocorrem. É também no Laboratório de Ciências que os alunos de qualquer nível podem realizar aulas de
microscopia. Através do uso do microscópio podem visualizar e compreender um mundo novo que vai além do nosso olhar.
2.1.2 Laboratórios de Biologia, Química e Física
O Ensino Médio oferece quinzenalmente aos estudantes aulas práticas nos Laboratórios de
Biologia, Física e Química, em grupos de 16 a 21 estudantes. A escola conta com três espaços
estruturados para cada uma das áreas e com um professor dedicado para cada espaço. As atividades
realizadas visam:
- Despertar o espírito de equipe.
- Desenvolver o espírito crítico e investigativo.
- Aprofundar e complementar os conteúdos das aulas teóricas.
- Proporcionar o contato com tecnologias e materiais próprios das ciências.
- Aplicar o método científico (hipóteses, coleta de dados, análises e possíveis conclusões).
- Oferecer espaço para a interação e a observação dos fenômenos da natureza e suas transformações.
- Incentivar o gosto pela ciência e pela construção do conhecimento científico.
2.1.3 Museu de Ciências
O Museu de Ciências da escola é um espaço que proporciona aos estudantes conhecimento e contato com diferentes elementos do acervo, com seres in
vitro e empalhados, vertebrados e invertebrados, além de fósseis, rochas, sementes e biomas. As atividades e visitas ao museu são facilitadoras das atividades
científicas por ajudarem na visualização e descoberta de características ou aspectos que os livros muitas vezes não proporcionam. Todos os estudantes desde a
Educação Infantil ao 4º ano visitam o Museu e realizam atividades de investigação e pesquisa.
2.2 Experimentação Científica Periódica: proposta por nível/série
As crianças, naturalmente, exploram o espaço e o ambiente onde vivem. É a partir dessa exploração sensorial que elas ampliam seus conhecimentos e
formam sua própria maneira de ver o mundo. Nesse contexto, as aulas de Ciências da Natureza, planejadas de forma investigativa e participativa, proporcionam
aos estudantes um espaço para aprofundar assuntos atuais, bem como desenvolver a consciência ecológica e sustentável.
2.2.1 Educação Infantil
Na Educação Infantil, os encontros acontecem mensalmente e a proposta é levar ao conhecimento das crianças a iniciação científica, o que é Ciências,
como fazer uma pesquisa, como descobrir sobre determinados fatos ou assuntos. As atividades são definidas de acordo com o interesse e faixa etária de cada
nível e têm como objetivo despertar para perguntas e respostas, elaborando hipóteses, gerando um olhar investigativo para possíveis descobertas. A
aprendizagem ocorre de maneira integrada onde os princípios científicos se desdobram em todas as áreas e eixos trabalhados, portanto as atividades ocorrem em
vários locais e em tempos diversos. A intervenção e a assessoria de uma especialista na área de Ciências se fazem necessárias, tendo em vista o auxílio ao
professor em perceber os princípios científicos trabalhados. Entre as atividades, são trabalhados assuntos bem atuais e interessantes como:
- Nível 1 (3 anos): confecção de filtro de água, estudo da metamorfose, identificação de insetos, análise de minhocário e utilização de húmus em floreira.
- Nível 2 (4 anos): reconhecimento de lixo produzido, identificação dos benefícios da reciclagem, criação de brinquedos com lixo seco.
- Nível 3 (5 anos): identificação das partes da planta e classificação dos tipos de folha, montagem de herbário, confecção de tintas naturais a partir de
folhas e frutos.
2.2.2 Anos Iniciais
Nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, o fio condutor das aulas é o Plano de Estudos de cada ano. Em todos os anos as discussões, reflexões e
investigações permeiam temas que proporcionam ao estudante compreender e realizar uma leitura crítica do mundo ao seu redor, abordando a saúde, os seres
vivos e não vivos, a cultura, as concepções de infância, família e sociedade, a sustentabilidade, entre outros. O objetivo é acompanhar o estudante na construção
de formas de enxergar a sociedade sob diferentes enfoques, relacionando os fenômenos naturais, os seres vivos, os fatores abióticos, a Terra e o Universo, e a
importância de cada um deles para com os outros e para com o equilíbrio do todo.
Nos 1º e 2º anos, os encontros com apoio especializado acontecem mensalmente e a proposta é trabalhar em grupos resolvendo as atividades
investigativas, através de observação, manipulação, experimentos simples e construção de modelos, utilizando materiais como bolinhas de isopor ou massinha de
modelar, por exemplo. O trabalho de iniciação científica nestes anos tem como objetivo fazer com que o conhecimento prévio do estudante ajude na descoberta e
investigação de novos assuntos ou áreas. Os estudantes seguem um roteiro para a realização da atividade investigadora. Entre as atividades desenvolvidas, estão:
- 1º ano: identificação dos animais do Museu, análise dos ovos e bicos de aves, metamorfose e doenças transmitidas por insetos, poluição da água.
- 2º ano: identificação de animais vertebrados e invertebrados, adaptação das plantas ao ambiente em que vivem, ecossistema, corpo humano.
Nos 3º e 4º anos, os encontros acontecem quinzenalmente e a proposta é trabalhar em grupos resolvendo problemas a partir de um enfoque mais
científico. Todos os encontros acontecem no Laboratório de Ciências e em toda a proposta de aula eles têm uma pergunta investigativa para a qual devem buscar
respostas, a partir dos resultados de experimentos ou observação, quando aula expositiva. Essa atividade tem como objetivo, incentivar o trabalho em equipe e
estimular os estudantes a desenvolver com mais clareza os trabalhos de iniciação científica, pesquisando, descobrindo e experimentando. Os experimentos são
todos feitos de maneira segura, seguindo as orientações de um roteiro e finalizados com uma conclusão feita pelos próprios estudantes sobre a atividade
realizada. Entre as atividades estão:
- 3º ano: identificação de alimentos orgânicos, higienização dos alimentos para consumo, identificação de tipos de solos, retenção de água no solo.
- 4º ano: análise do papel das papilas gustativas na alimentação, sistema digestivo, respiração e sistema respiratório.
No 5º ano, os estudantes interagem como uma sequência didática intencionalmente desenvolvida para sistematizar os passos habitualmente presentes
em projetos de investigação científica: a formulação de problemas, o levantamento de hipóteses, a elaboração de pesquisas (por meio de levantamentos
bibliográficos, aplicação de questionários e análise de dados, ou pela realização de experimentos), a comprovação ou refutação das hipóteses e seus principais
achados (conclusões). A partir de situações cotidianas, gradualmente, apropriam-se da linguagem científica. Neste ano, as Ciências da Natureza e as Ciências
Sociais são trabalhadas de forma integrada e, na medida em que as sequências didáticas e os projetos evoluem, quinzenalmente, os estudantes realizam
experimentos em espaços diferenciados (Laboratório de Ciências, Museu de Ciências, Pátios, Refeitórios...) que contribuem com os processos de construção de
conhecimentos. As atividades de experimentação, integradas aos estudos em andamento e estruturadas com o auxílio de apoio especializado, tornam as aulas
mais desafiadoras, partindo de conhecimentos prévios e ampliando suas compreensões sobre as temáticas. Dessa forma, sistematizando nos registros estudantis
suas observações, hipóteses e conclusões por meio de relatórios das atividades, que geram portfólios dos projetos. Entre os temas de experimentação estão:
- 5º ano: estudos sobre hidrosfera, misturas e densidade, higiene e saúde, esgoto, consumo consciente de energia e bacias hidrográficas.
2.2.3 Turno Integral
É por meio de experiências científicas de fácil manuseio, que os estudantes do 3° ao 5° ano do Ensino Fundamental, que participam do Turno Integral no
contraturno de aulas, entram em contato com a educação científica. O principal objetivo é estimular a reflexão e a formulação de hipóteses dos pequenos
estudantes, desenvolvendo e estimulando a curiosidade. Ao iniciar o experimento científico, os estudantes são levados a pensar no que irá e poderá acontecer,
formulando hipóteses. O valor de fazer um experimento é validar e quantificar as hipóteses criadas.
Após o término do experimento, é realizada uma reflexão sobre os resultados da investigação. Muitas vezes os conceitos reais podem ser complexos para
os estudantes nesta faixa etária, mas os exemplos simples e criativos estão ao nosso alcance. O projeto de iniciação científica para este público ainda visa:
desenvolver o espírito investigativo, a valorização dos conhecimentos prévios das crianças, bem como o desenvolvimento pleno de suas capacidades intelectuais;
possibilitar diversas formas de investigação que permitam e potencializem a capacidade de avaliar o futuro, assim como a escolha dos meios para a concreta
realização do plano inicial, respeitando as especificidades da faixa etária; mostrar como o conhecimento científico explica problemas do dia a dia e oportunizar
momentos para o desenvolvimento de sensibilidades, para que as crianças compartilhem essas sensações e descrevam-nas, a partir de atividades concretas e
lúdicas, para melhor interação com o ambiente em que estão inseridas.
2.2.4 Anos Finais
Nos Anos Finais do Ensino Fundamental, o objeto de estudo do componente curricular Ciências engloba as visões específicas da Física, da Química e da
Biologia, que devem estar integradas e inter-relacionadas no estudo de cada conteúdo, por meio do trabalho com os conceitos e conhecimentos específicos de
cada uma. Nesse segmento, o enfoque principal é dado à Biologia, considerando a importância do estudante compreender os processos biológicos pelos quais
passa, porém os conceitos de Física e de Química são inseridos nesse contexto, ou seja, são iniciados através de conceitos de biofísica e bioquímica, e depois
ampliados a outras situações. Isso é essencial para que os quatro componentes curriculares sejam parte, na verdade, de uma única Ciência. Além dos estudos
curriculares e dos projetos de investigação próprios dos estudantes, as experimentações em Laboratório ocorrem quinzenalmente, com professor especializado,
cujo planejamento ocorre integrado com o professor titular, em grupos de 15 a 20 estudantes.
2.2.5 Projeto Clube de Ciências no 6º ano
O Marista Rosário, em parceria com a Faculdade de Biociências da PUCRS, desenvolve o Clube de Ciências para o 6º ano do EF, uma atividade que reúne
estudantes que demonstram interesse por Ciências para, juntamente com o professor/orientador, planejar e executar investigações na área com os objetivos de:
-
Contribuir para a educação das crianças e jovens mediante sua participação em atividades científicas e tecnológicas de livre escolha.
-
Promover um maior conhecimento e compreensão da Ciência e da Tecnologia.
-
Despertar vocações científicas.
-
Estimular atividades desenvolvidas pelas crianças e jovens na área de ciências.
-
Fomentar nas crianças e nos jovens atitudes ativas e críticas com relação à informação científica.
-
Oferecer ambiente propício para dialogar e compartilhar as experiências e inquietudes.
As atividades do Clube de Ciências ocorrem semanalmente no Laboratório de Ciências do Colégio, com um
professor doutor, estudantes de graduação e pós-graduação da Universidade, além de professor de Ciências e
estagiário da escola, desenvolvendo experiências científicas com os participantes do projeto. O projeto iniciou em
2012, com 20 estudantes. Atualmente, participam 40 estudantes: 20 pela manhã e 20 pela tarde.
Além de pesquisas e experimentações na área de Ciências da Natureza, planejadas conjuntamente pela escola
e universidade em reuniões semanais com os educadores, os estudantes preparam materiais para participação na
Feira de Ciências da PUCRS e, como culminância, passam uma noite no Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS, com atividades exploratórias desenvolvidas de
forma lúdica.
2.2.6 Ensino Médio
Os parâmetros curriculares do Ensino Médio trazem a necessidade de preparar o jovem para ser capaz de investigar, criticar e produzir conhecimento a
partir de saberes que vão sendo consolidados desde o EF e aprofundados no EM. A legislação prevê que nesta etapa “os aspectos e conteúdos tecnológicos sejam
associados ao aprendizado científico como parte essencial da formação cidadã no sentido universal e não somente no sentido profissionalizante”.
A iniciação científica do Colégio Marista Rosário corrobora com as indicações curriculares para esta etapa, especialmente no desafio de formular questões
a partir de situações reais e compreender aquelas já enunciadas; utilizar instrumentos de medição e de cálculo; procurar e sistematizar informações relevantes
para a compreensão da situação-problema; formular hipóteses e prever resultados; interpretar e criticar resultados a partir de experimentos e demonstrações.
Todas estas habilidades são intencionais em cada ação que visa à promoção da iniciação científica nesta área do conhecimento.
Para tanto, articular o conhecimento científico e tecnológico numa perspectiva interdisciplinar e ainda, compreender e aplicar métodos e procedimentos
próprios das Ciências da Natureza são objetivos balizadores neste projeto da formação de pesquisadores, assim como fazer uso dos conhecimentos da Física, da
Química e da Biologia para explicar o mundo natural e para planejar, executar e avaliar intervenções práticas.
2.2.7 Projeto de Pré-Graduação
O Projeto de Pré-Graduação, da Faculdade de Biociências da PUCRS, oferece a estudantes do Ensino Médio a oportunidade de conhecer os bastidores de
laboratórios e Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS, desenvolver atividades práticas na área de Biologia e realizar cursos de extensão como o de Introdução à
Biologia Forense e de Biologia Marinha. Os estudantes também participam dos processos seletivos para Bolsas de Iniciação Científica Júnior do CNPq que, quando
contemplados, contam com auxílio financeiro e a dedicação de 5 a 10 horas semanais, junto a grupos de pesquisa da Universidade.
2.3 Mostra do Saber dos Anos Iniciais
A Mostra do Saber nasceu como um projeto de investigação científica dos Anos Finais e Ensino Médio. Em 2010, os professores e equipe de Anos Iniciais
viam a necessidade de compartilhar com a comunidade rosariense a riqueza do dia a dia das salas de aula e decidiram que, a partir de 2011, fariam uma versão da
Mostra para os pequenos. Foi assim que surgiu a Mostra do Saber dos Anos Iniciais: uma grande exposição interativa de aprendizagens, espaço em que cada
turma/ano mostra aos familiares alguns trabalhos significativos que realizam no cotidiano escolar. A cada edição, os trabalhos partilhados buscam uma
apropriação maior de passos de investigação científica em seus desenvolvimentos.
2.4 Mostra do Saber dos Anos Finais e Ensino Médio
A Mostra do Saber nestes níveis de ensino oferece novas oportunidades de produção para que os estudantes possam desenvolver suas habilidades,
despertar a criatividade, a sua visão de mundo, o espírito de equipe, permitindo, assim, seu desenvolvimento crítico e social. Este espaço de pesquisa desafia os
estudantes a observarem o meio em que vivem e os cerca para, a partir daí, de acordo com seus interesses, desenvolverem linhas de pesquisa que possam, de
alguma forma, auxiliar a comunidade, fazendo uma releitura da mesma e, em alguns casos, propor alternativas viáveis para uma melhor qualidade de vida.
O projeto busca incentivar a utilização da investigação científica como instrumento de aprendizagem; relacionar os conteúdos das disciplinas curriculares e
o desenvolvimento de trabalhos práticos; estimular o gosto pela ciência; além de aproximar as demandas científicas da Educação Básica ao Ensino Superior.
Os estudantes se inscrevem na Mostra em grupos de trabalho de três a quatro componentes, escolhendo um tema –
que pode partir de uma das áreas da ciência: Química, Física ou Biologia – buscando uma abordagem interdisciplinar. Após a
inscrição, na primeira etapa, os estudantes expressam suas ideias de investigação e o professor orientador, escolhido pelo
grupo no ato da inscrição, orienta sobre o assunto através de encontros extraclasse. Sendo assim, os estudantes desfrutam de
momentos de encontro nos laboratórios e nas aulas para que possam trocar ideias, buscar materiais relativos ao assunto
proposto em seu projeto em jornais, revistas, livros, internet, etc, desenvolvendo um pré-projeto, por meio do qual descrevem
o que desejam investigar, quais são seus objetivos e como pretendem desenvolvê-los.
Através deste, os orientadores realizam uma triagem e, a partir dela, trabalham juntamente com os estudantes de uma
forma mais estruturada e sistematizada. É com essa orientação que os estudantes aprofundam a linha de pesquisa, buscam
autores, fundamentam-se, levantam dados, realizam tabulações, gráficos e chegam a conclusões.
A culminância de todos os trabalhos desenvolvidos é o evento Mostra do Saber, espaço em que os estudantes apresentam seus trabalhos para a
comunidade escolar, levando-a a reflexões sobre as mais diversas questões, entre elas: ambientais, políticas, sociais, tecnológicas, humanas, educacionais... É a
socialização do conhecimento, o momento de interação, de troca de experiências, de amadurecimento. Neste evento, os projetos são avaliados pelos professores
do Marista Rosário e por convidados. Após a avaliação, os autores dos trabalhos destacados recebem medalhas e certificados e participam de eventos externos,
onde, através de suas atitudes investigadoras, contribuem com sua produção científica.
2.4.1 Processo de Construção dos Projetos de Investigação Científica
Os projetos de investigação científica são frutos de um processo de ensino e aprendizagem mediado pelos educadores que ministram os componentes de
Ciências, Biologia, Física e Química. Desde o 1º trimestre, os estudantes são desafiados a buscar, explorar, compreender e investigar temáticas, que convergem
com os conteúdos programáticos, mas que partem da curiosidade e do desejo de aprender.
No Ensino Fundamental, o processo acontece de forma integrada nas aulas de Ciências e do Laboratório de Ciências onde os estudantes são
instrumentalizados dos passos de um processo de investigação científica. Posteriormente escolhem os seus temas de interesse, que podem ser de todas as áreas
do conhecimento, desde que sejam relevantes para o aprofundamento dos seus estudos. São acompanhados pelos professores e recebem orientação individual e
coletiva. Tudo isso em construção de reciprocidade e crescimento.
No Ensino Médio, com o desafio de um aprofundamento conceitual e teórico mais específico, nas áreas de Biologia, Física e Química, os estudantes, em
grupos, escolhem uma destas áreas para investigar mais profundamente, ao mesmo tempo que procuram a interdisciplinaridade em seu tema, abordando as três
áreas na análise desenvolvida. Assim, alinhando os componentes curriculares a temáticas que lhe inspiram a curiosidade científica, são realizados agendamentos
para orientação com o professor escolhido, entrega de pré-projeto e do projeto. Dessa forma, o estudante tem seu processo investigativo mediado por seus
professores, na troca dialógica entre os colegas e na análise do processo investigativo individual, tendo a oportunidade de qualificar o processo de pesquisa para
apresentá-la na Feira Científica: Mostra do Saber.
2.4.2 Processo de Avaliação dos Destaques
Durante o processo de orientação dos trabalhos, os professores orientadores das áreas de Ciências ajudam os estudantes a desenvolver um pré-projeto
que contenha todos os tópicos necessários para uma pesquisa científica. A partir do projeto científico, os estudantes devem desenvolver também o problema,
objetivos, hipóteses, resultados, análise de dados e conclusão. Para a Mostra, os estudantes preparam banners, apresentações e materiais necessários, conforme
seus temas de investigação. Durante a Mostra, os professores avaliadores que podem ser professores de diferentes áreas do conhecimento do Colégio ou
convidados de outras escolas maristas e da PUCRS, visitam os estandes, leem os projetos e escutam a defesa dos trabalhos. Os líderes e vice-líderes de cada turma
do Ensino Médio também participam como avaliadores: os dois projetos mais votados pelos estudantes também compõem os destaques da Mostra.
Durante a Mostra, os estudantes são desafiados a apresentarem seus trabalhos para o grupo de avaliadores. Durante o processo de avaliação, o grupo de
estudantes participantes da Mostra tem alguns minutos para apresentar todo o seu processo de pesquisa, seguindo uma cronologia da estrutura metodológica da
investigação. Uma ficha com critérios bem definidos indica a opção da nota de 1 a 5, para avaliar a apresentação dos grupos. Esta ficha é entregue ao avaliador
que deve observar as indicações para marcar. Cada grupo é avaliado por, no mínimo, três avaliadores. Cabe a eles analisar o trabalho como um todo
(apresentação dos estudantes, domínio do conteúdo, clareza, uso adequado dos materiais, coerência, organização e criatividade dos estandes), além de:
- Questionar o grupo sobre o trabalho realizado.
- Para a avaliação, utilizar os conceitos: insuficiente, regular, bom, muito bom e ótimo.
- Anotar observações necessárias em relação ao trabalho ou ao grupo, tanto aspectos que se destacam, quanto sugestões de melhorias.
2.4.3 Revista O Saber em Mostra
A Revista O Saber em Mostra é fruto de um desejo de compartilhar com toda a comunidade educativa a grandeza dos
trabalhos científicos dos estudantes, bem como as descobertas que estes são capazes de realizar na sua trajetória discente e, porque
não, na projeção de futuros agentes de transformação. O projeto da Revista partiu da relevância de abrir novos espaços de produção
de conhecimento e protagonismo para que o estudante pudesse expressar o desenvolvimento de suas habilidades, na produção
científica de um resumo da investigação realizada por ele, permitindo assim, seu desenvolvimento crítico, social e reflexivo.
A primeira edição da Revista, já com ISSN (International Standard Serial Number) foi lançada durante a Mostra do Saber 2013,
contendo os artigos dos dezessete trabalhos destaques da Mostra do Saber 2012, iniciando nossos estudantes para a autoria em
trabalhos de cunho científico e acadêmico. O lançamento da revista culmina com um momento para sessão de autógrafos dentro da
Mostra do Saber, com participação de educadores, orientadores dos trabalhos, estudantes e famílias que recebem das mãos dos
estudantes sua primeira publicação científica autografada.
2.4.4 Participação em Feiras Externas
Os destaques da Mostra do Saber participam de feiras de ciências externas organizadas por universidades e institutos de pesquisa. Os estudantes expõem
seus projetos de pesquisas em feiras como: Feira de Ciência e Inovação do Museu de Ciência e Tecnologia da PUCRS, Salão UFRGS Jovem e Mostra Científica do
Instituto Federal do Rio Grande do Sul e recebem certificados de destaque e bolsas científicas por suas pesquisas.
3.
INVESTIMENTOS
3.1 Adequação de Espaços Físicos, Aquisição de Recursos Permanentes e Materiais para os Experimentos
Em 2011, a escola investiu na adequação do Laboratório e do Museu de Ciências, com reestruturação do sistema elétrico, pintura, revestimento do piso,
adequação das bancadas e móveis. R$ 46.885,00 foram investidos para estas adequações.
Mensalmente, a escola também investe cerca de R$ 1.000,00 na aquisição de materiais para manipulação e experimentos nos laboratórios.
3.2 Horas Investidas
Profissionais Especializados
Apoio Especializado em Ciências para Educação Infantil e Anos Iniciais
Apoio Especializado para Iniciação Científica do Turno Integral
Professor de Laboratório de Ciências para Anos Finais
Professor de Ciências para o Clube de Ciências
Horas Semanais
30 h
3h
18 h
6h
Estagiário de Laboratório e Clube de Ciências para Anos Finais
20 h
Professor de Laboratório de Biologia para o Ensino Médio
14 h
Professor de Laboratório de Química para o Ensino Médio
14 h
Professor de Laboratório de Física para o Ensino Médio
14 h
Monitor de Laboratório para o Ensino Médio
30 h
Auxiliar para aquisição de material para as atividades de Laboratório
20 h
Além das horas semanais disponibilizadas para o fomento da investigação científica na escola, são investidas cerca de 80 horas em orientação em turno
inverso para os projetos da Mostra do Saber, cerca de 80 horas para as avaliações dos projetos durante a Mostra, além de cerca de 40 horas para
acompanhamento em Feiras externas.
3.3 Investimentos adicionais
Além dos investimentos em infraestrutura e recursos humanos, a escola investe anualmente em papelaria e material de divulgação das feiras e eventos
científicos da escola. Mostra do Saber (R$ 2.000,00), Mostra do Saber dos Anos Inciais (R$ 900,00).
A primeira edição da revista O Saber em Mostra, lançada em 2013, foi impressa em 250 exemplares de 26 páginas cada. O investimento de R$ 1.670,00 foi
patrocinado pela editora FTD. O Colégio ainda investe na participação dos grupos destaque da Mostra do Saber em eventos e feiras científicas externas com
almoço, lanches, transporte até o local do evento e banner para a apresentação do projeto.
4.
RESULTADOS
4.1 Desempenho acadêmico
Tomando por base as médias acadêmicas das séries, é possível perceber uma evolução na disciplina de Ciências ou nas disciplinas que envolvem esta área
do conhecimento. Estas notas são consequências de diversos trabalhos, do empenho dos professores, mas também são reflexo dos projetos voltados para o
aprofundamento da investigação científica. Analisando a 8ª série, última série do Ensino Fundamental, percebe-se um avanço na média de 2010 a 2012.
8,1
8
7,9
7,8
7,7
7,6
7,5
7,4
7,96
8,02
2010
7,66
2011
2012
Notas Ciências
Da mesma forma, analisando o 2º ano do EM, percebe-se uma evolução na média das notas da área de Ciências da Natureza.
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
7,65
7,47
6,34
6,55
7,15
7,67
6,87 7,02
7,55
7,02 6,84
7,56
2010
2011
2012
Notas Química
Notas Física
Notas Biologia
Média Notas
“Apesar de desafiador, o trabalho tem sido muito satisfatório. O interesse dos alunos em Ciências é imensamente visível em qualquer nível/série. Os alunos são
muito curiosos e todos os assuntos trazidos despertam as ideias de cada um e permitem com que todos façam associações com a vida e o dia a dia, facilitando os
processos de investigação e, consequentemente, de iniciação científica. Acredito que o objetivo principal das aulas de Ciências para a Educação Infantil e os Anos
Iniciais do Ensino Fundamental já está sendo alcançado, pois percebo que em todas as aulas os alunos participam o tempo todo, conseguem fazer relações e
investigar os mais diferentes temas abordados. Sinto-me contente de poder trazer os temas de Ciências para as crianças, o que é um diferencial da escola.”
Bibiana Gatto, Monitora de Ciências da Educação Infantil e Anos Iniciais.
“Na diversidade de ambientes, de ações, é que os educandos aprendem de forma crítica, desafiadora e prazerosa. É assim que vivencio
nossas relações de aprendizado e percebo, como professora de Laboratório de Ciências da Natureza, esse trabalho que está sendo
desenvolvido há alguns anos e que tem sido aprimorado e adaptado às necessidades do nosso educando, para compreender e atuar na
sociedade em que estamos vivendo.”
Valéria Ferreira, Professora de Ciências das Séries Finais.
4.2 Participação em mostras e feiras científicas
Anualmente, cerca de 320 estudantes participam da Mostra do Saber das Séries Finais e Ensino Médio por meio de inscrição. O número de projetos que
recebem destaque nesta feira vem crescendo ao longo dos anos, conforme tabela ao lado.
Ano
Número de destaques
na água, bebidas alcoólicas, fones de ouvido, problemas oculares, fobias, efeito do placebo no tratamento de
2013
27
doenças, benefícios de atividades físicas, memória, influências da privação de sono, postura e higienização bucal.
2012
17 (publicados na 1ª edição da
Entre os temas pesquisados em 2012 estão: obesidade infantil, drogas legalizadas, uso do cigarro, sódio
Assim como o número de destaques na Mostra do Saber cresceu, amplia-se também o número de
revista O Saber em Mostra)
estudantes participando de feiras científicas externas como: Salão UFRGS Jovem e Feira de Ciência e Inovação do
2011
21
Museu de Tecnologia da PUCRS.
2010
13
Em 2011, 19 projetos foram inscritos e dois foram premiados na I Mostra Científica do Instituto Federal
do Rio Grande do Sul – campus Restinga. No Salão UFRGS Jovem, o Colégio apresentou 15 trabalhos científicos, dentre os quais três receberam destaque. Ainda
em 2011, na Feira de Ciência da PUCRS, 13 trabalhos representaram o Colégio Marista Rosário.
Em 2012, 20 trabalhos foram inscritos e dois receberam certificação na Feira da PUCRS. Já no Salão UFRGS Jovem, 15 projetos foram inscritos e quatro
receberam certificação. Cabe destacar que também em 2012, 23 estudantes se classificaram nas Olimpíadas Nacionais de Química e Física.
“A cada etapa e edição da Mostra do Saber, percebo o desenvolvimento do trabalho em equipe dos estudantes, a socialização de ideias, o desenvolvimento de
estratégias, a aproximação de aluno e professor. Outro aspecto relevante é o fato do aluno ter um produto final do qual seja o protagonista executor e se orgulhe
de seu trabalho ao apresentá-lo para todos. É, sem dúvida, muito gratificante para todos os que se dedicam a este evento.”
Mariele da Rocha, Professora de Química do Ensino Médio.
"As mostras científicas promovidas pelo Colégio Marista Rosário me abriram inúmeras portas. Uma delas foi a premiação recebida no salão UFRGS Jovem que me
concedeu preferência de seleção no programa Ciência Sem Fronteiras do governo federal, onde posso abrir mais portas para meu futuro. Toda e qualquer
agremiação é valida e torna mais fácil tanto a entrada no mercado de trabalho, como a expansão dos horizontes daquele que se dedica a pesquisar."
Thiago Klafke, concluinte do Ensino Médio em 2012.
4.3 Bolsas de Iniciação Científica Júnior
Em 2011, o projeto Analisando as relações entre a prática de atividades físicas e bons hábitos alimentares, desenvolvido por três estudantes e professora
orientadora do Colégio Marista Rosário, conquistou o 1º lugar na Mostra de trabalhos realizada no Instituto Federal do Rio Grande do Sul – campus Restinga.
Como premiação, as estudantes foram contempladas com uma Bolsa de Iniciação Júnior CNPq. Assim, em 2012, ocorreram encontros semanais na escola, para
aprofundamento da pesquisa, com participação de professor responsável do IFRGS. Durante um ano, foram realizadas atividades relacionadas ao tema do
trabalho, além de novas entrevistas, tabulações e pesquisas, fazendo assim uma releitura do projeto inicial. Foi possível um novo aprendizado, pois um novo foco
foi trabalhado ao relacionar a prática de esportes e a alimentação dos jovens. Desta parceria resultaram também artigos que foram desenvolvidos pelo orientador,
a partir do trabalho. As estudantes cadastraram o Curriculum Lattes e puderam consolidar suas produções.
Em 2013, os estudantes participantes do Projeto de Pré-Graduação da PUCRS, concorrem a novas bolsas de iniciação científica júnior, vinculadas a
professores da Pós-Graduação da Faculdade de Biociências. As atividades iniciam em setembro, com o Curso de Biossegurança, para atuação segura e responsável
nos laboratórios da instituição. Além do bom desempenho acadêmico como critério de ingresso, o estudante deve conciliar com qualidade as atividades escolares
(desempenho e assiduidade) com as atividades de bolsista (10h semanais).
“Fui selecionada, juntamente com cinco alunos do 2º ano do Ensino Médio, para participar do programa de Pré-Graduação na área de Biociências da PUCRS. As
aulas já acabaram infelizmente, mas tudo que aprendi e vivi em uma universidade vai ficar na minha memória para sempre! Cada aula era em um laboratório
diferente com professores, graduandos, pós-graduandos, doutorandos, entre outros, que nos ensinavam e contavam sobre os objetivos dos seus projetos, teses e
modos de trabalhar em seu respectivo laboratório. Participar do Pré-grad foi, com certeza, uma vivência única, na qual pude me relacionar com colegas e
professores de uma faculdade!”
Caroline Lantmann, estudante do 2º ano do Ensino Médio.
4.4 Avaliação Institucional
Ano
Nota atribuída
diversos aspectos da escola. Na Avaliação Institucional de 2012, quando perguntados se o Colégio incentiva a
2006
4,40
ciência e a cultura através de eventos e feiras, 87,7% dos pais respondem que sempre ou quase sempre.
2008
4,39
Analisando um histórico de notas de 1 a 5 para este quesito, percebe-se um alto nível de percepção dos pais
2010
4,40
quanto ao incentivo à cultura e ciências.
2012
4,44
A cada dois anos, a escola aplica uma Avaliação Institucional, na qual as famílias e estudantes avaliam
Ano
Nota atribuída
2006
3,25
2008
3,58
2010
3,52
2012
3,60
Na mesma avaliação, 56,37 % dos estudantes responderam que sentem que a turma realiza pesquisas e que são
incentivados pelos professores a desenvolver experimentos. Na pontuação média deste quesito, percebe-se uma evolução da
percepção dos estudantes com o passar dos anos.
Anualmente, o Colégio ainda aplica uma pesquisa de satisfação com os estudantes concluintes do Ensino Médio. De
acordo com a avaliação aplicada em 2012, a maioria dos estudantes apontou que a característica que mais desenvolveram na
escola foi a capacidade de identificar e solucionar problemas. 13,70% optaram por esta característica, em detrimento a outras 11 habilidades.
5.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação marista busca, por meio de seu projeto educativo, garantir espaçotempos de investigação e produção de conhecimentos. Para tanto, investe
no estudo de metodologias problematizadoras, no papel docente de mediador, no engajamento dos estudantes como pesquisadores, na organização de espaços e
recursos para experimentação.
Para concretizar essa intencionalidade pedagógica, o Colégio, nos três últimos anos, desencadeou um grande conjunto de iniciativas inovadoras, como
forma de potencializar o Programa de Iniciação Científica, abarcando todo o conjunto de estudantes:
 2011: Investimento Na reestruturação do Laboratório e do Museu de Ciências, para utilização da Educação Infantil e Ensino Fundamental. Com a
organização do espaço, inicia-se o piloto de aulas especializadas (observações e experimentações), orientadas por professora de Ciências e executadas
por uma estagiária também na Educação Infantil e Anos Iniciais. Inicia-se, também, a Mostra do Saber nos Anos Iniciais. Nos Anos Finais e Ensino
Médio, com aulas consolidadas em Laboratórios de Ciências, Física e Química, bem como com a tradição da realização da Mostra de Saber do segmento
e participação em feiras científicas externas, um grupo de estudantes é agraciado com uma bolsa de Iniciação Científica Júnior CNPq.
 2012: Continua-se o investimento da reestruturação do Museu de Ciências, constituindo-se espaços que representam os biomas gaúchos, além de
investimentos na manutenção do acervo. As experimentações oportunizadas na Educação Infantil e Anos Iniciais tornam-se mais frequentes e
necessárias, gerando o encaminhamento de um projeto mais sistemático para implantação em 2013. Inicia-se, em parceria com a Faculdade de
Biociência da PUCRS, o Clube de Ciências, com a participação de 20 estudantes da 6ª série. Além do uso sistemático dos Laboratórios de Ciências, Física
e Química, sistematizam-se as aulas no Laboratório de Biologia para os 1º e 2º anos do Ensino Médio. Nos Anos Finais e Ensino Médio, os projetos
desenvolvidos pelos estudantes para a Mostra do Saber passam a contar com orientações individualizadas em horários extracurriculares. Além de
avaliadores docentes, representantes discentes do Ensino Médio passam a avaliar os trabalhos da Mostra do Saber. Os trabalhos destacados na Mostra
dos Anos Finais e Ensino Médio têm seus resumos publicados da primeira edição da revista O Saber em Mostra, com ISSN registrado.
 2013: a proposta de experimentações periódicas na Educação Infantil e Anos Iniciais é garantida por meio da contratação de apoio especializado, com
planejamento conjunto das atividades junto às professoras titulares. A Mostra do Saber dos Anos Iniciais, inicialmente divulgadora de saberes
constituídos no segmento de ensino, assume caráter de partilha de processos de investigação científica. O Clube de Ciências consolida-se,
oportunizando a participação de 40 estudantes de 6º ano. A Mostra do Saber dos Anos Finais e Ensino Médio, pelo primeiro ano, tem caráter temático,
elegendo a Saúde em três eixos – Profilaxia, Manutenção e Terapêutica – em abordagens interdisciplinares. É lançada, durante a Mostra 2013, a revista
O Saber em Mostra 2012, com sessão de autógrafos. Ocorre a primeira edição do Projeto Pré-Graduação da Faculdade de Biociência da PUCRS, com a
participação de seis estudantes do Ensino Médio.
Todas as ações e investimentos descritos compõem o Programa de Iniciação Científica do Colégio Marista Rosário e buscam alcançar e consolidar nosso
objetivo inicial: formar estudantes críticos, capazes de identificar e resolver problemas, utilizando metodologia científica, buscando informações, fazendo relações
e interpretando a sua realidade.
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Programa de Iniciação Científica