DEPARTAMENTO DE FÍSICA INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 23 de Março de 2012 MINÉRIOS DE LÍTIO OCORRENTES NO CEARÁ JOÃO CÉSAR DE FREITAS PINHEIRO GEÓLOGO (UnB, 1971) DOUTOR EM GEOCIÊNCIAS (UNICAMP, 2000) O QUE É LÍTIO ? • Lithium (Grego lithos, rocha) é um elemento químico cujo símbolo é Li, número atômico 3, e massa 7u, contendo em sua estrutura 3 prótons e 3 elétrons. Na tabela periódica dos elementos químicos, pertence ao grupo ou família 1, chamado de 1A entre os elementos alcalinos. • Na sua forma pura, ele é um metal de côr branca prateada, que se oxida rapidamente em contato com o ar ou com a água. Ele é um elemento sólido, muito leve, que pode ser usado na produção de calor, em ligas metálicas condutoras, em baterias elétricas e, na medicina, no tratamento de distúrbio bipolar. O lítio é o mais leve dos metais. Sua densidade é somente acerca metade da densidade da água. Assim como os demais metais alcalinos, ele é monovalente e muito reativo, contudo menos que o sódio e outros metais do grupo. Porisso ele não é encontrado livre na natureza. No teste da chama, ele começa vermelho. Ao ocorrer a combustão violentamente, ele produz uma chama brilhante de coloração branca. Nesta foto, ele está imerso em gasolina. • OS MINÉRIOS DE LÍTIO SÃO CONSIDERADOS ESTRATÉGICOS NO BRASIL PARA SEREM PROCESSADOS NO TERRITÓRIO NACIONAL • ELES PODEM SER USADOS NA FABRICAÇÃO DE BATERIAS PARA USO EM APARELHOS ELETRO-ELETRÔNICOS DE INFORMÁTICA, TELECOMUNICAÇÃO E PARA TRACIONAR VEÍCULOS ELÉTRICOS • AS FONTES DE MINÉRIO DE LÍTIO NO BRASIL SÃO PEGMATITOS QUE CONTÊM MINERAIS LITINÍFEROS COMO ESPODUMÊNIO E AMBLIGONITA • OS PEGMATITOS LITINÍFEROS OCORREM EM MINAS GERAIS E NO CEARÁ • A PRINCIPAL MINA BRASILEIRA DE LÍTIO LOCALIZA-SE EM ARAÇUAÍ, MINAS GERAIS. A GF CONSULTORIA IRÁ INSTALAR UMA MINA EM SOLONÓPOLE • O ESPODUMÊNIO DA MINA DE ARAÇUAÍ É USADO PARA FABRICAÇÃO DE CARBONATO DE LÍTIO EM DIVISA ALEGRE, MINAS GERAIS • O BRASIL NECESSITA DESENVOLVER TECNOLOGIA PARA PURIFICAR O CARBONATO DE LÍTIO PARA UTILIZAÇÃO EM BATERIAS • O BRASIL NECESSITA POSSUIR SUAS PRÓPRIAS FÁBRICAS DE BATERIAS DE LÍTIO PARA SUBSTITUIR IMPORTAÇÕES DA CHINA E DA CORÉIA • A MISSÃO DA GF CONSULTORIA É DESENVOLVER NEGÓCIOS DE ABERTURA DAS MINAS DE LÍTIO EM SOLONÓPOLE, CEARÁ, ENCORAJANDO PRODUTORES DE BATERIAS PARA COMPUTADORES, CELULARES E CARROS ELÉTRICOS • OS CIENTISTAS DA UFC POSSUEM EXPERTISE PARA ENFRENTAR TAIS DESAFIOS EM CONJUNTO COM O EMPRESARIADO INTERESSADO NO ASSUNTO • OS GOVERNOS DE MINAS GERAIS E DO CEARÁ TÊM INTERESSE EM INCENTIVAR PARCERIAS PARA INSTALAÇÃO DE FÁBRICAS DE BATERIAS DE LÍTIO • HÁ NECESSIDADE DE INVESTIMENTOS EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GEOLOGIA DE DETALHE, BENEFICIAMENTO DE MINÉRIOS E PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE BATERIAS • A GF CONSULTORIA EXPÔS À PRESIDÊNCIA DO BNDES SOBRE ESTAS NECESSIDADES DE INVESTIMENTOS. EXISTEM LINHAS DE FINANCIAMENTO A SEREM UTILIZADAS • NÃO É DIFÍCIL A CONSTRUÇÃO DE PARCERIA ENTRE UNIVERSIDADE E EMPRESA PARA ACESSAR OS RECURSOS DO BNDES NESTE CASO O QUE É PEGMATITO ? • É uma rocha ígnea intrusiva de granulação grosseira, composta principalmente por quartzo, feldspato e muscovita, minerais usados em cerâmica. • Contem gemas (água marinha, turmalina, topázio), fluorita, apatita, cassiterita (estanho), schelita (tungstênio),columbita (nióbio), tantalita (tântalo) e minerais de lítio – ambligonita, espodumênio, etc. • Pode ser granítico, boro-granítico, litinífero e boro-litinífero. Amostra de pegmatito composto de quartzo, feldspato alterado e minerais opacos pesados – cassiterita (estanho), tantalita (tântalo) Modo de Ocorrência de Pegmatito • Diques, veios, bandas e sills, com tamanho de centímetros a dezenas de metros, cortando rochas graníticas. • Os minerais estão em cristais cujas dimensões variam de 20 milímetros a 10 metros dentro dos veios e diques. • Duas das maiores províncias pegmatíticas do mundo ocorrem no Brasil: a dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, em Minas Gerais e a do Maciço de Borborema, no Ceará Esta é uma rocha granítico-gnáissica com bandas e veios de pegmatitos. As partes escuras são compostas de biotita e anfibólio, minerais ferromagnesianos. As partes claras são compostas de quarzo e feldspato, sílica e alumino-silicatos de potássio, sódio e cálcio. Os diversos outros minerais dos pegmatitos, inclusive os litiníferos, ocorrem dentro das bandas e dos veios que cortam o bandamento do granitognaisse. São comuns o espodumênio, a ambligonita, lepidolita e petalita Os cristais são oriundos de um processo hidrotermal de cristalização – percolação de água quente no final da formação do granito intrusivo, ESQUEMA GEOLÓGICO DE UM CORPO PEGMATÍTICO 10 METROS A 200 METROS DE COMPRIMENTO 1 A 20 METROS DE PROFUN -DIDADE 1 A 100 METROS DE LARGURA 03 – ESPODUMÊNIOS, AMBLIGONITAS E LEPIDOLITAS (MINERAIS DE LÍTIO) ANÁLISES QUÍMICAS DE AMBLIGONITAS DE SOLONÓPOLE AMOSTRAS OXIDES (%) Al2O3 P2O5 Li2O Na2O K2O CaO MgO SiO2 Fe2O3 1 2 3 36,40 49,27 8,56 1,14 0,00 0,55 0,16 0,00 - 42,10 39,64 8,14 - 0,63 0,00 0,53 0,24 0,00 - 32,80 48,18 8,06 0,21 0,00 1,09 0,24 - 0,00 - 4 31,36 47,44 8,13 1,16 0,00 0,44 0,71 0,00 - 5 36,20 43,54 8,80 0,00 0,66 0,94 - ANÁLISES QUÍMICAS DO ESPODUMÊNIOS DE SOLONÓPOLE AMOSTRAS OXIDES (%) SiO2 Al2O3 Li2O Na2O K2O P2O5 Fe2O3 1 2 3 56,90 26,54 6,90 0,54 0,04 0,20 50,70 28,70 7,33 0,45 0,08 1,65 52,20 26,37 6,70 0,97 0,14 0,06 4 64,90 22,58 6,59 0,79 0,13 0,09 20 ANOS ATRÁS PEGMATITO DA REGIÃO DE SOLONÓPOLE RICO EM MINERAIS LITINÍFEROS HOJE EM FASE DE PESQUISA MINERAL PELA GF CONSULTORIA E REPRESENTAÇÃO LTDA MINAS ABANDONADAS EM SOLONÓPOLE, ATUALMENTE PESQUISADAS PELA GF CONSULTORIA MINERALOGIA DO LÍTIO Minerais Composição Ambligonite LiAl(P04)(F,OH) Eucryptite Lepidolite LiAl(SiO4) D1 D2 3 5,5-6 2.65 6,5 11,9 2,5-3 3,3-7,8 3,0-4,0 K(Li,Al3) (Si,Al)4O10(F,OH) 2 2,8-3,3 Montebrasite Petalite Espodumene LiAlP04F LiAl(Si4O10) LiAl(Si2O6) 3,0 2,3-2,5 3-3,2 Zinnwaldite K(Li,Al,Fe)3(Al,Si)4O10(F,OH)2 2,9-3,3 D1 – Densidade %Li2O Teórica Típica 11,9 5,0 5,2-6 6-6,5 5,0 7,0 4,9 3,0-4,5 6,5-7,5 8,0 1,5-7,0 2,5-4 5,6 2,0-5,0 D2 – Dureza Moh Referência: Harben e Kuzvart (1996); (Roskill, 2002) ESPODUMÊNIO FÓRMULA QUÍMICA - LiAlSi2O6 COMPOSIÇÃO - 8,03 % Li2O, 27,40 % Al2O3, 64,58 % SiO2 CRISTALOGRAFIA - Monoclínico - Prismático PROPRIEDADES ÓTICAS - Biaxial positivo HÁBITO - Tabular CLIVAGEM – Encontrada no plano {110} DUREZA - 6,5 - 7 DENSIDADE RELATIVA - 3,15 - 3,2 BRILHO - Vítreo COR - Branca, cinza, rósea (kunzita), amarela ou verde (hidolenita) Espodumênio - Dados complementares • Associação geológica – Pode estar associado com outros minerais alcalinos em rochas ígneas graníticas e em rochas metamórficas gnaissicas e migmatíticas. • Propriedades de diagnóstico - Clivagem prismática vertical e partição como um pinacóide frontal. Quando aquecido adquire uma cor acinzentada devido a presença de lítio. •Ocorrência – Ocorre em pegmatitos, aplitos e granitos litiníferos, sendo que nos pegmatitos forma cristais grosseiros. •Usos – É um importante insumo mineral para fabricação de sais de lítio empregados em cerâmicas e vidros coloridos transparentes. Quando puro é usado como pedra preciosa de grande valor (kunzita). Espodumênio, quando gema é kunzita Ambligonita •Ambligonita é um fluorofosfato, predominantemente de alumínio, lítio e sódio (Li, Na) Al (PO4) (F, OH), com abundância de lítio em sua composição. • Ocorre em depósitos pegmatíticos e é facilmente confundido com albita e outros feldspatos. Sua identificação é feita pela densidade, clivagem e teste de chama. A ambligonita forma uma série isomórfica com a montebrasita, levemente fluoretada nas terminações. • Geologicamente associa-se a pegmatitos de corpos graníticos de alta temperatura que contêm estanho e greisens. Sua paragênese inclui espodumênio, apatita, lepidolita, tourmalina e minerais litiníferos. As principais fontes comerciais têm sido historicamente os depósitos da Califórnia, EUA e da França. Os pegmatitos de Solonópole foram grandes fornecedores de ambligonita para a Nuclemon décadas atrás. Ambligonita Lepidolita • Lepidolita (KLi2Al (Al, Si) 3O10 (F, OH) 2) é um mineral lilás ou rosavioleta do grupo dos filossilicatos. Faz parte do grupo das micas, sendo uma fonte secundária de lítio. Ocorre associado com espodumênio nos pegmatitos. É uma das principais fontes de metais raros alcalinos como rubídio e césio. • Propriedades: Cor violeta, lilás, rosa esbranquiçada a acinzentada e algumas vezes amarelada. Brilho: Vítreo a perolado. Transparência: Transparente e translúcido. Sistema de cristalização: Monoclínico 2/m. Hábito: Cristalino e tabular em cristais prismáticos com proeminentes terminações pinacoidais. Forma: Pseudo-hexagonal com aparência de livro e também micácea ou em massas de grãos. Clivagem: Parte-se em direção perpendicular ao eixo C. Fratura: Diferenciada. Dureza: 2,5. Densidade: >2.8. Traço: Branco. • Minerais associados: quartzo, feldspato, espodumênio, ambligonita, tourmalina. • Principais ocorrências mundiais: Minas Gerais e Ceará - Brasil; Montes Urais - Rússia; Califórnia – EUA; Algodres e Fundão - Portugal. Lepidolita Petalita • Petalita é um tectossilicato de lítio e alumínio. Sua composição química é LiAlSi4O10; Cristaliza-se no sistema monoclínico. • É classificado como um membro do grupo dos feldspatos. Contudo, sua composição química é saturada em sílica. Como tal, ele não poderia se incluir na categoria dos feldspatóides. • Cor: Cinza, amarela ou cinzenta amarelada. Hábito: Cristais tubulares ou formando massas colunares nos pegmatitos. Encontra-se associado a espodumênio, lepidolita e turmalina. • Foi descoberto em 1800, na Ilha de Utö, Haninge, Estocolmo, Suécia. Petalita No Brasil, a produção dos compostos industrializados de lítio é obtida diretamente do espodumênio • Aluminossilicato (LiAlSi2O6) carregado de lítio, com concentração mínima de 1 a 1.5% de Li2O. • Concentração espodumênio por via gravimétrica (densidade) ou cata manual, obtendo-se um concentrado com 5,5 a 7.5% de Li2O. • Tratamento termal (decrepitação) em calcinadores (fornos rotativos) a 1.000-1.100°C, para conversão de a-espodumênio em b-espodumênio. • A digestão do concentrado do espodumênio calcinado pode ser acompanhada de beneficiamento com ácido e álcalis para que se obtenha no final um carbonato ou hidróxido de lítio. • No processo de digestão ácida, o excesso de ácido sulfúrico (98% p/p) é usado (30%) como agente lixiviante em temperatura de 250º C, no interior dos fornos. • O sulfato de lítio formado assim é lixiviado com água, purificado e precipitado com barrilha para que se obtenha o carbonato de lítio. Sais de Lítio e Salares • Os evaporitos com viabilidade econômica são encontrados em ambientes de deserto, próximos a vulcões cenozóicos, geologicamente de idades mais recentes, menores que 50 milhões de anos. • No Salar de Atacama, no Chile, as concentrações de lítio podem variar de 0,02 a 0,03 ppm, perto das bordas, 0,05 a 0,16 ppm, nas zonas intermediárias e 0,15 a 0,64, no centro do salar. • Algumas fontes geotermais contém significativos valores de lítio, como as do Imperial Valley, California (Kusnasz, 2006). • Neste tipo de minério, a relação magnésio / lítio é importante. Quando esta relação é alta, maior é o consumo de calcário necessário para remover o magnésio. Principais fontes de lítio e suas composições químicas Fontes de Lítio (%) Li Mg K Na Mg/Li Mg/Li Salar de Atacama, Chile 0,15 0,96 1,80 7,60 6,4 12 Salar de Uyuni, Bolivia 0,025 0,54 0,62 9,10 21,6 24,8 Salar del Hombre Muerto Argentina 0,06 0,07 0,60 9,50 1,2 10 Silver Peak, NV, U.S.A 0,02 0,03 1,00 7,50 1,5 50 0,80 0,40 7,00 133 67 4,0 0,60 3,00 2000 300 0,04 1,80 6500 2000 Great Salt Lake, UT, U.S.A. 0,006 Mar Morto, Israel/Jordan Água do Mar 0,002 0,00002 0,13 Source : Roskill (2002). Lavra e concentração de minérios de lítio em salmouras • A extração e processamento de salmouras ricas em lítio usa métodos simples e mais baratos do que os métodos de mineração de espodumênio, ambligonita e petalita em pegmatitos. Mais baratos podem não representar mais econômicos, dada a diferença de teores dos minérios. • No Salar de Atacama, no Chile, as salmouras são bombeadas de uma profundidade de 30 metros para lagoas de evaporação na superfície. • A halita, NaCl, (sal de cozinha) cristalizada é removida das lagoas e a salmoura remanescente fica enriquecida de potássio, lítio e boro. Por sua vez esta salmoura é bombeada para novas lagoas de evaporação, onde são precipitadas na forma de silvita. • Após a remoção destes sais, a salmoura fica contendo 1% of Li e, após continuadas evaporações, o precipitado alcança um ponto de saturação com 6% of Li (equivalente a 38% de LiCl), mais 1.8% de Mg e 0.8% de B. O produto cristalizado é purificado com retirada de Mg and B e posteriormente encaminhado para a planta de carbonato de litio. Aplicações do lítio (1) • Devido a sua alta capacidade calorífica, a maior dentre todos os sólidos, ele é usado em aplicações de transferência de calor e por causa de seu elevado potencial eletroquímico ele pode ser usado como um anodo em baterias elétricas. Além disso, tem outros usos: • Sais de lítio, particularmente o carbonato de lítio (Li2CO3) e o citrato de lítio são usados no tratamento de depressão e distúrbio psíquico bipolar. • O cloreto de lítio (LiCl) e o brometo de lítio (LiBr) possuem uma alta higroscopicidade, sendo excelentes secantes. O brometo, LiBr, é usado em bombas de absorção de calor, entre outros compostos, tais como nitrato de lítio (LiNO3). • O hidreto de alumínio e lítio é empregado como agente redutor em sínteses de compostos orgânicos. O estearato de lítio é um lubrificante geralmente aplicado em condições de alta temperatura. Aplicações de lítio (2) •A base hidróxido de lítio (LiOH) é usada em naves espaciais e submarinos para purificar o ar, extraindo dióxido de carbono produzido por seus ocupantes. •O lítio é um componente usual de ligas metálicas de alumínio, cádmio, cobre e manganês, usadas em construções de aeronaves e está sendo empregado com sucesso na manufatura de cerâmicas finas e lentes, como a do Telescópio Refletor de Hale, com 5 metros de diâmetro, no Monte Palomar. •É também usado na indústria nuclear como selante de reatores nucleares • Ainda é também usado como um poderoso analgésico em operações cirúrgicas de risco. Baterias de íon lítio • As baterias de íon lítio são um tipo de baterias recarregáveis comumente usadas em equipamentos eletrônicos portáveis. • Elas estocam energia duas vezes mais tempo do que uma bateria de hidrido de niquel metálico e três vezes mais tempo do que pode estocar uma bateria de níquel – cádmio. • Outra diferença notada numa bateria de íon lítio é quanto a ausência do efeito memória. •Ela pode ser recarregável mesmo que sua carga não tenha sido completamente usada e mesmo que não fique completamente cheia de carga, o que não acontece com as baterias de níquel – cádmio ou as de chumbo - ácido. Exemplos de Baterias de Lítio Nunca deixe exposta diretamente à luz solar ou curtos-circuitos. A abertura do envólucro deve ser feita com cuidados, ela é inflamável Princípios Básicos de fabricação de uma bateria de lítio (1) • Em geral, as baterias de lítio são células primárias que possuem anodos de lítio metálico • As células de lítio produzem uma tensão acerca de duas vezes mais que a de uma bateria comum do tipo alcalina zinco – carbono; 3 volts contra 1,5 volts, respectivamente. • São usadas em tablets, notebooks, celulares, na indústria eletroeletrônica e podem tracionar carros elétricos. • O termo “bateria de lítio” faz menção a uma grande família de compósitos, novos materiais de alta tecnologia, que formam anodos, catodos e meios eletrolíticos. • Exemplo: A de alta densidade de energia tionil – cloreto de lítio. Nesta célula, há uma mistura de tionil – cloreto de lítio com tetracloroaluminato de lítio, agindo respectivamente como catodo e eletrólito. • O carvão poroso serve como um meio coletor,catodo, que recebe elétrons de um circuito externo. Princípios básicos de fabricação de uma bateria (2) • As baterias tionil-cloreto de lítio não são colocadas à venda para consumidores finais, encontrando uso em aplicações industriais. São instaladas dentro de plantas industriais onde a troca de baterias não é feita por qualquer consumidor. São adaptadas para aplicações locais onde é necessária grande durabilidade, tais como sistemas de alarme contra incêndio. • O tipo mais comum de célula de lítio usada em eletro-eletrônicos possui um anodo de lítio metálico, um catodo de dióxido de manganês e um compósito inorgânico de sal de lítio numa mistura de alta permissividade, por exemplo carbonato de propileno dissolvido em solvente orgânico de baixa viscosidade, como dimetoxetano, servindo como eletrólito. • As baterias de lítio podem suprir cadeias extremamente longas e podem descarregar com muita rapidez quando submetidas a curtos - circuitos. • Embora elas sejam comumente utilizadas em aplicações onde são requeridas correntes de alta tensão, uma rápida descarga de uma bateria de lítio pode resultar em um súbito superaquecimento, rupturas e explosões. • Estas baterias comerciais geralmente incorporam proteções contra sobrecorrente termal e proteções para evitar explosões. Por causa destes riscos, o porte e o transporte delas são restritos em algumas situações, principalmente em vôos e aeronaves. Perfil básico de uma bateria de lítio Baterias Catodo Eletrólito Anodo Íon lítio LiCoO2 ; LiMnO2 ; LiFePO4 ; Li2FePO4F LiPF6, LiBF4, LiClO4 em um meio líquido (orgânico) Li/grafite (LiC6) Íon lítio polimérica Politiofeno ; PEDOT; Nanocompósitos LiFePO4/C LiPF6, LiBF4, LiClO4 em um meio polimérico orgânico Nanocompósitos polímero/nanofibra de carbono Produção Brasileira de Lítio (1) • O minério concentrado de lítio são feldspatos com ambligonita, petalita e espodumênio na forma de lump (3 a 4 cm) ou finos produzidos pela Arqueana Ltda e CBL em Araçuaí e Itinga, Minas Gerais, para indústrias cerâmicas do sudeste do Brasil, notadamente São Paulo. • O Lump é obtido por processos de moagem; o pó fino tem proporção variando de 1% a 4.6% de Li2O; são vendidas acerca de 3 mil toneladas por ano. Produção brasileira de lítio (2) • Existe uma produção destinada a fabricação de compostos químicos, hidróxidos e carbonatos. • A CBL produz 11.200 toneladas por ano de minérios concentrados com teor médio de 5,38% Li20. • A CBL toma esta produção de Araçuaí e Itinga para uma planta química localizada em Divisa Alegre, Minas Gerais, que produz acerca de 230 toneladas de carbonato de lítio seco e 390 toneladas de monohidróxido de lítio hidratado. Preços de minérios concentrados de lítio e de compostos químicos de lítio • A tendência de preços de minérios de espodumênio mostra uma variação de US$ 840 a US$ 1.700 por tonelada, dependendo da quantidade negociada e do teor de Li2O. • Os preços de compostos químicos (carbonato, hidróxido, cloreto) variam de US$ 8.180 a US$ 15.570 por tonelada. • O preço médio do quilograma de Espodumênio ou Petalita no comércio é de US$ 0,85 • O cloreto de lítio tem sido comercializado por US$ 7,42 to US$ 9,17 o quilograma Consumo brasileiro de lítio Fontes: DNPM-DIPLAM; SECEX; CBL; ARCHEAN Discriminação 2006 2007 2008 2009 (ESTIMADA) Produção 8,585 t of concentrated; 437 t of Li2O; 686 chemical composite t 7,991 t of concentrated; 430 t of Li2O; 809 chemical composite t Importação 15,000 t of concentrated; 700 t of Li2O; 700 chemical composite t 7 t de compostos químicos Exportação 13 t de compostos químicos Consumo aparente 8.585 t de concentrados; 700 t de compostos químicos 7.991 t de concentrados 816 t de compostos químicos 14,460 t of concentrated; 647 t of Li2O; 628 chemical composite t 15,000 t of concentrated; 700 t of Li2O; 700 chemical composite t 14.249 t de concentrados 628 t de compostos químicos 15.000 t de concentrados; 700 t de Li2O; 700 t de compostos químicos Onde o lítio é aplicado no Brasil • Indústria química: fabricação de polidores, lubrificantes e graxas. • Metalurgia: fabricação de alumínio primário. • Indústria cerâmica. • Indústria nuclear iria usar como selante de reatores. • Indústria eletroquímica: o Brasil ainda não usa seus minérios de lítio para fabricar baterias. As grandes questões e desafios para construir respostas • Comprar baterias estrangeiras (coreanas e chinesas) ou fabricar estas baterias com minérios brasileiros aqui no Brasil? • Coragem e integração. • Adequado uso do acúmulo da tecnologia nacional. • Fé nas chances e nas tendências do setor de transporte na economia globalizada. • Entendimento de estratégia competitiva. Desafios Científicos e Tecnológicos • Usar os minérios brasileiros de lítio para fabricar catodos, anodos e meios eletrolíticos. • Fazer uma bateria de íon-Li ou uma bateria polimérica de íon-Li com polímeros e minérios brasileiros. • Estudar profundamente as propriedades físicoeletroquímicas dos espodumênios, ambligonitas, lepidolitas, petalitas e outros minerais identificados nos pegmatitos. • Desenvolver rotas tecnológicas apropriadas a abaixar custos e prazos de fabricação da bateria brasileira. Iniciativas da GF na Integração Universidade - Empresa • Criação da PTD Lítio – plataforma científica e tecnológica que envolve a UNESC, DNPM, CETEM, CPqD, FIEMG e fabricantes de bateria do tipo chumboácido. • Inserção na Rede Temática do CYTED IBEROECA, que envolve empresas e universidades da Espanha, Portugal, Brasil (GF), Argentina, Chile e Bolívia Possibilidades de atuação conjunta da GF com o Departamento de Física da UFC • Elaboração e execução de projetos científicos que envolvam materiais cerâmicos e litiníferos • Colaboração mútua no âmbito da PTD Lítio, já registrada no Ministério de Ciência e Tecnologia e reconhecida pelo BNDES • Parceria nas atividades internacionais da Rede Temática do Lítio do CYTED Muito Obrigado ! [email protected]