Disciplina: Eletricidade e Magnetismo CIRCUITOS Selma Rozane Vieira CIRCUITOS • Circuitos elétricos são caminhos fechados percorridos pelos portadores de cargas. • Nos circuitos de corrente contínua (CC), os portadores de carga movimentam-se num único sentido, ou seja, o sentido da corrente não varia com o tempo (a maioria dos eletro-eletrônicos computadores, TV, etc). • Nos circuitos de corrente alternada (CA), a corrente oscila alternando seu sentido (A corrente elétrica distribuída para utilização industrial e residencial é corrente alternada). Elementos do Circuito - Fontes Fonte de tensão continua: para as fontes de tensão continua não importa o que você conecte nos terminas, a fem (tensão, d.d.p) é mantida constante. Em outras palavras, não importa a corrente solicitada, a fem (tensão, d.d.p) é sempre a mesma. Fonte de tensão alternada: não importa a corrente solicitada a amplitude da tensão é mantida constante (obs: neste tipo de fonte existe impedância). Fonte de corrente (a corrente é constante). Elementos do Circuito – Componentes passivos RESISTOR: Os resistores são elementos que apresentam resistência à passagem de eletricidade. CAPACITOR: Um capacitor é um dispositivo que armazena energia potencial elétrica e carga elétrica. INDUTOR: Um indutor é um dispositivo elétrico que armazena energia na forma de campo magnético, normalmente combinando o efeito de vários loops da corrente elétrica. Força Eletromotriz Por razões históricas a fonte de energia que faz os elétrons se moverem em um circuito elétrico é denominada fonte de força eletromotriz (fem). Exemplos de fontes fem: Energia química (bateria). Energia luminosa (bateria solar). Energia mecânica (queda d'agua). Vamos utilizar o termo “bateria” de maneira genérica, para designar qualquer fonte de fem. Inicialmente vamos considerar somente situações para as quais a fem não é função do tempo. Neste caso, veremos que a corrente produzida no circuito pode ou não variar com o tempo. Se a corrente for também constante, temos uma situação de estado estacionário com uma corrente contínua (CC) fluindo no circuito. Força Eletromotriz O dispositivo de fem trabalha sobre os portadores de carga e mantém uma corrente constante através do resistor. Dentro do dispositivo de fem, os portadores de carga positiva se movem de uma região de baixo potencial elétrico (terminal negativo) para uma região de potencial elétrico mais alto (terminal positivo). dW dq Dispositivo ideal de fem r = 0 Figura 1 Dispositivo real de fem r 0 Bateria A voltagem entre os terminais da bateria (figura ao lado) é dada por V Ir A voltagem entre os terminais V também é igual à diferença de potencial na resistência externa R, que é muitas vezes chamada de resistência de carga. Ou seja V = R I Portanto, RI Ir I Rr Este resultado mostra que a corrente neste circuito simples depende da resistência externa à bateria e da resistência interna. Associação de Resistores Os circuitos elétricos em geral contêm combinações de resistores. O conceito de resistência equivalente de uma combinação de resistores é útil para determinar a corrente em várias ramificações de um circuito. Resistores em Série: Quando diversos resistores R1 , R2 , R3, são conectados em série, a resistência equivalente é igual à soma dos resistores individuais R n Req R1 R2 R3 j (n resistências em série) j Em uma associação de resistores em série, a corrente que passa através de todos os resistores é a mesma. Associação de Resistores Resistores em Paralelo: Quando diversos resistores R1 , R2 , R3, são conectados em série, a resistência equivalente é dada por 1 1 1 1 Req R1 R2 R3 n Para n = 2 j 1 Rj (n resistências em paralelo) R1 R2 Req R1 R2 A diferença de potencial nas extremidades de todos os resistores ligados em paralelo é a mesma. LEIS DE KIRCHHOFF Ao projetamos um circuito para determinada tarefa, temos em geral baterias (ou outras fortes de fem) conhecidas e resistores de resistências também conhecidas. Frequentemente o problema consiste em determinar como se pode produzir determinada corrente em um elemento particular do circuito. Duas leis (ou regras), chamadas leis de Kirchhoff (Gustav Robert Kirchhoff – 1824-1887), nos ajudam na determinação das correstes. Lei dos nós O somatório de todas as correntes que entram e saem de um nó é nulo. ( Nó em um circuito elétrico é qualquer ponto/junção por onde flui uma corrente elétrica). Esta lei expressa a continuidade do fluxo de cargas elétricas! Por Exemplo: I1 I 2 I3 0 LEIS DE KIRCHHOFF Lei das Malhas O somatório de todas as quedas ou elevações de tensões em uma malha é nulo. (Malha ou laço em um circuito elétrico é qualquer caminho fechado por onde flui uma corrente). Esta lei expressa a conservação de energia! Por exemplo: V1 V2 V3 0 Circuito RC O circuito apresentado na figura 1 contém apenas dois tipos de elementos: resistor e bateria. Vamos agora acrescentar um terceiro elemento, o capacitor. Um capacitor é um dispositivo que pode reter ou conter carga em suas placas, carga + Q em uma placa e carga – Q na outra. A diferença de potencial através de um capacitor carregado é V = Q/C , onde C é a capacitância do capacitor. Figura 2: Circuito RC – chave desligada Circuito RC Carregando um capacitor: Consideremos um capacitor de capacitância C ligado em série com uma chave S, um resistor de resistência R (já incluída a resistência interna r da bateria) e uma bateria de fem , conforme figura 2. Figura 2a – Chave aberta (t < 0) Figura 2b – Chave fechada (t > 0) Antes de fecharmos a chave S, o capacitor está sem carga, de modo que não existe corrente. Quando se fecha a chave (como na figura 2b), a bateria começa a transferir portadores de carga de uma placa do capacitor para outra, passando a existir uma corrente no circuito. dq i dt Circuito RC Aplicando a lei das malhas: A soma das diferenças de potencial ao percorrer a malha no sentido horário (figura 2b) é, (Vb Va ) (Vc Vb ) (Vd Vc ) (Va Vd ) 0 q 0 iR 0 C q iR 0 C Ou ainda dq q R dt C Equação da Carga dq 1 = dt ( C q) RC Circuito RC – Solução da equação diferencial de primeira ordem (método de integração) dq 1 = dt ( C q) RC Chamando : u C - q du dq du 1 dt u RC integrando du 1 u RC dt t ln( C q) + constante RC usando as condições iniciais, em t = 0 e q = 0, podemos obter a constante de integração 0 ln( C 0) const RC ln( C ) const Portanto; t ( C q) ln RC C t ln( C q) ln( C ) RC t ( C q) e RC C t RC q(t ) C 1 e Cálculo da corrente: t t dq d RC RC q(t ) C 1 e i C 1 e dt dt i(t ) R e t RC ou t 1 RC C ( e ) RC i(t ) i0et / onde i0 = / R é a corrente inicial. Observe que i0 é a mesma que a corrente estacionária que existiria se o capacitor fosse substituído por um fio de ligação. A grandeza RC que aparece na exponencial é a constante de tempo , do circuito. Ou seja, = RC é o tempo que leva para cair a corrente de 1/e do valor inicial. Gráficos – Carga e corrente no circuito RC Carregando um capacitor Figura 3a: Gráfico da carga do capacitor em função do tempo, no circuito RC da Fig. 2b q(t ) C 1 e t / Figura 3b: Gráfico da corrente em função do tempo, no circuito RC da Fig. 2b i(t ) i0e t / Circuito RC – Descarregando o Capacitor R dq q dt C Equação da Carga A equação da carga contínua válida, exceto que, agora não existe mais o dispositivo de fem no circuito. Fazendo = 0, temos dq q R 0 dt C dq 1 dt q RC Equação da Descarga t / q(t ) q0e Capacitor descarregando Corrente durante a descarga q0 t / dq i i e dt RC i(t ) i0et / Capacitor descarregando O sinal negativo mostra que a corrente de descarga tem o sentido oposto ao da corrente de carga, como era de se esperar.