EMPREGO Tal como em 1993, o mercado de trabalho na Região Metropolitana de São Paulo, em 1994, demonstrou recuperação, tal como em 1993. No entanto, deve-se ressaltar o comportamento bastante desigual dos indicadores no primeiro e segundo semestres. Se, nos primeiros seis meses, os resultados da ocupação e do desemprego não foram favoráveis, a retomada das atividades, verificada a partir de meados do ano, significou uma melhoria nos indicadores do mercado de trabalho. Na Tabela 1, que contém informações da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), observa-se que, do total da População em Idade Ativa (PIA) residente na RMSP, 52,1% estavam ocupados e 8,6% desempregados, em média, em 1994. Quando comparadas à média de 1993, as reduções simultâneas dos percentuais de ocupados e de desempregados podem ser explicadas pela menor proporção de pessoas inseridas no mercado de trabalho, ou seja, por uma taxa de participação inferior à observada no ano anterior. Analisando-se a distribuição setorial da ocupação, verificou-se que a Indústria, a Construção Civil, os Serviços Domésticos e, principalmente, o Comércio aumentaram sua participação na geração de postos de trabalho na Região, em detrimento do setor Serviços. O setor Terciário (Comércio e Serviços) respondeu por 64% da ocupação regional, em 1994, proporção pouco menor do que a observada em 1993 (64,4%). Na Indústria, houve crescimento da produção física, sem que isto significasse expressivo aumento de postos de trabalho, o que pode ser interpretado como parte do processo de racionalização das suas atividades. Ainda que revertendo o comportamento de 1993, quando a ocupação industrial decresceu, estima-se que, em 1994, tenham sido gerados apenas 29.000 novos postos no setor. Esta pequena recuperação do nível de ocupação industrial deveu-se ao comportamento bastante favorável verificado no segundo semestre, que contrabalançou a eliminação de postos ocorrida nos primeiros seis meses do ano. Um outro fato importante a destacar refere-se ao crescimento da contratação de assalariados sem carteira de trabalho assinada na Indústria, no Comércio e, principalmente, nos Serviços. Também houve ampliação de ocupações autônomas no Comércio e nos Serviços. Estes movimentos sugerem uma maior precarização das relações de trabalho na região. O pequeno aumento da ocupação em 1994, aliado à menor inserção de pessoas no mercado de trabalho, contribuiu para a redução, ainda que tênue, da taxa de desemprego na RMSP, que passou de 14,6%, em 1993, para 14,2% da População Economicamente Ativa, em 1994. Ainda assim, este indicador mantém-se bastante elevado em relação ao verificado no início da década (10,3% da PEA, em 1990). A taxa de desemprego aberto - relativa às pessoas que procuraram trabalho de maneira efetiva nos 30 dias anteriores ao da entrevista e não exerceram nenhum trabalho nos sete últimos dias -, que havia interrompido, em 1993, sua trajetória ascendente, voltou a apresentar aumento neste ano, atingindo 8,9% da PEA. A taxa de desemprego oculto, ao contrário, mostrou redução, passando de 6,0% em 1993 para 5,3% em 1994. O rendimento médio real dos ocupados na RMSP, em 1994, manteve-se em declínio no período compreendido entre março e setembro. Nos últimos três meses do ano este se elevou ainda que, em dezembro, tenha permanecido inferior ao registrado+ no início do ano. Em relação à média de 1993, houve redução de 4,4% no rendimento médio real dos ocupados, que equivalia a R$ 748,00 em 1994. Este valor ainda era 33,7% menor que o observado em 1989. Comparando-se os índices de Pessoal Ocupado e Horas Trabalhadas na Produção, divulgados pela Fiesp (Tabela 31) para o Estado de São Paulo em 1994, com os do ano anterior, verificam-se quedas de 2,3% e 1,1%, respectivamente. Quando são analisados os mesmos indicadores segundo os gêneros industriais, deve-se destacar que o Mecânico foi o único que apresentou crescimento tanto no Pessoal Ocupado quanto nas Horas Trabalhadas, notadamente nesse segundo (aumento de 6,0%). Houve redução do nível de emprego industrial na Região Metropolitana de São Paulo de quase 5% entre 1993 e 1994, segundo a pesquisa da Fiesp/Ciesp (Tabela 32). Os gêneros que apresentaram maior queda, contribuindo para a diminuição do emprego industrial na Região, foram: Bebidas (11,0%); Produtos de Matéria Plástica (9,9%); Química (9,1%), Papel e Celulose (8,0%); e Material Elétrico, Eletrônico e de Comunicações (7,0%). Embora os gêneros da Metalurgia (-5,7%) e Vestuário (-5,9%) tenham apresentado reduções menores no nível de emprego, a influência na diminuição do emprego na Região foi maior, dada sua participação no emprego industrial. O nível de emprego dos assalariados com carteira de trabalho assinada, no Estado de São Paulo, manteve-se praticamente estável em 1994, comparado ao ano anterior, conforme dados fornecidos pelo Ministério do Trabalho. O número de empregados passou de 7.756.288 para 7.796.130, o que significa uma variação de 0,51%, ou 39.842 novos empregos. Este comportamento resultou da elevação do emprego no Interior, que aumentou sua participação na geração do emprego no Estado, de 42,2% para 43,7%, já que na RMSP houve a eliminação de 88.534 postos de trabalho, no mesmo período. Em relação às Regiões Administrativas do Estado de São Paulo, observaram-se maiores crescimentos do emprego com carteira assinada nas de São José do Rio Preto (9,0%) e de Bauru (6,7%). Grande parte das Regiões apresentaram aumentos entre 3% e 4,5%, destacando-se as de Campinas (4,3%), Sorocaba (3,6%) Ribeirão Preto (4,5%). Apenas na RA de Barretos e na Região Metropolitana de São Paulo houve diminuição no nível de emprego formal, enquanto na RA de Santos verificou-se relativa estabilidade.