ARY DE SOUZA JUNIOR O IMPACTO DAS SUPERFÍCIES POTENCIALIZANDO A OSSEOINTEGRAÇÃO SOEBRAS FLORIANÓPOLIS 2009 2 ARY DE SOUZA JUNIOR O IMPACTO DAS SUPERFÍCIES POTENCIALIZANDO A OSSEOINTEGRAÇÃO Monografia apresentada Associação Educativa a do SOEBRAS, Brasil, como requisito para a obtenção do título de Especialista em Implantodontia. Orientador: Prof. Dr. Mário Vinícius Zendron. SOEBRAS FLORIANÓPOLIS 2009 3 FICHA CATALOGRÁFICA Souza Junior, Ary de O impacto das superfícies potencializando a osseointegração / Ary de Souza Junior. – 2009. 66 f. : il. Monografia (especialização) – Instituto de Ciências da Saúde FUNORTE/SOEBRAS Orientador: Prof. Dr. Mario Vinicius Zendron. 1. Implante dentário. 2. Superfície. 3. Materiais dentários. I. Zendron, Mario Vinícius. II. FUNORTE / SOEBRAS. III. Título. 4 ARY DE SOUZA JUNIOR O IMPACTO DAS SUPERFÍCIES POTENCIALIZANDO A OSTEOINTEGRAÇÃO Monografia apresentada e aprovada em 13/06/2009 pela banca examinadora composta pelos seguintes professores: Prof. Dr. Mário Vinícius Zendron. (Orientador) Prof. Dr. Daniel Benchimol Daniel Benchimol de Resende Prof. Armando Lopes Pereira Neto 5 Dedico este trabalho a todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram com minha formação profissional, principalmente meus pais. 6 AGRADECIMENTOS Ao meu orientador, Prof. Dr. Mário Vinícius Zendron, que me auxiliou na elaboração deste trabalho. Muito obrigado. Aos meus colegas do curso de especialização, pelos momentos de companhia neste período de aprendizagem. 7 "O que os homens realmente querem não são conhecimentos, mas certezas." Bertrand Russel 8 SOUZA, Ary de, Junior. O Impacto das Superfícies Potencializando a Osteointegração. 2009. 60 f. Trabalho de Conclusão (Especialização em Implantodontia) – Curso de Especialização em Implantodontia - SOEBRAS Unidade Florianópolis. RESUMO O objetivo de estudo foi realizar uma revisão de literatura apresentando vários trabalhos sobre a influência das superfícies de implante dental na potencialiazação da osseointegração. Os avanços nos materiais dentários metálicos, cerâmicos e poliméricos, além da bioengenharia e biomimética, prometem um processo de osseointegração cada vez mais eficaz. Palavras-chave: Implante dentário. Superfície. Materiais dentários. 9 SOUZA, Ary de, Junior. O Impacto das Superfícies Potencializando a Osteointegração. 2009. 60 f. Trabalho de Conclusão (Especialização em Implantodontia) – Curso de Especialização em Implantodontia - SOEBRAS Unidade Florianópolis. ABSTRACT The purpose of this study was to review literature showing various works on the influence of dental implant surfaces to improve osteointegration. The developments in dental materials made of metal, ceramic, and polymer, besides the bioengineering and biomimetics, promise an osteointegrated process more and more efficient. Keywords: Dental implant. Surface. Dental material. . 10 SUMÁRIO RESUMO ...............................................................................................................08 ABSTRACT............................................................................................................09 1. INTRODUÇÃO...................................................................................................11 2. REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................18 3. PROPOSIÇÃO...................................................................................................47 4. DISCUSSÃO .....................................................................................................48 5. CONCLUSÃO....................................................................................................53 REFERÊNCIAS......................................................................................................55 11 1. INTRODUÇÃO O termo “osseointegração” surgiu em 1951 e é definido como a união estrutural e funcional direta do osso vivo organizado à superfície de um implante submetido à carga (JOVANOVIC, 1993). Figura 1: Corte de microscopia ótica, mostrando o implante osseointegrado, cilíndrico, parcialmente coberto, cor matriz óssea calcificada, sem a presença de fibras em sua interface. O processo da osseintregração ou aposição de matriz óssea calcificada sobre a superfície de material sintético implantado por meio de técnicas cirúrgicas específicas, constitui-se em uma das descobertas mais importantes da Odontologia clínica do século XX (DINATO, POLIDO, 2001). O sucesso dos implantes dentários teve início com estudos de Bränemark em 1952 (PROENÇA FILHO, 2008). Uma das descobertas desses estudos foi 12 tornar claro que uma superfície inerte, biocompatível, bioativa e limpa química e mecanicamente, é fator fundamental para osseointegração, sendo o implante a peça chave de todo sistema com suas características macro e microscópicas (ALBREKTSON et al., 1981). Com a consolidação do uso clínico dos implantes osseo integrados , nas ultimas décadas , a pesquisa em Implantodontia concentrou-se na melhora dos já expressivos índices de sucesso dos implantes. Estudos foram direcionados para a viabilização mais rápida dos implantes osseointegrados, na tentativa de reduzir ou até eliminar o período de cicatrização óssea livre de carga funcional, recomendado no protocolo estabelecido pelo grupo de Gotemburgo - Suécia. ( ADELL , R . et al. 1981 apud DINATO , POLIDO , 2001). Relacionando a Implantodontia, especificamente a topografia da superfície do implante de titânio, além dos estudos clínicos e experimentais, o sucesso de tal osseointegraçao refere-se, sobretudo, aos mais de 30 anos de comercialização de implantes dentários com uma superfície usinada, demonstrando resultados satisfatórios quando utilizados em reabilitações de pacientes parciais ou totalmente edêntulos (ALBREKTSON; SENNERBY apud LINDHE, 2005). 13 Figura 2: Topografia de superfície de um implante rosqueado de superfície lisa – (aumento de cinco mil vezes). Com base nestes estudos científicos, no aumento da demanda clínica para carga precoce de implantes e no sucesso de implantes com superfícies modificadas, sugere-se que eles possam ser submetidos ao carregamento após a cirurgia, em períodos inferiores aos dos implantes usinados (NELSON et al., 2008; MEIRELLES et al., 2007; NISHIMOTO et al., 2007; DINATO; POLIDO, 2001). Dentre as várias linhas de pesquisa visando tais objetivos, as características topográficas de superfície sintética oferecida á célula óssea foram consideradas relevantes pela grande influência na qualidade da osseointegração obtida. (SCHROEDER A. et al, 1981; WENNEBERG, A. et al, 1997; KIESWETTER, K. et al, 1996 ) . A melhoria da resistência e da extensão da osseointegração é possível por 14 meio da otimização das biomoléculas do tecido ósseo e da camada de óxidos da superfície do implante e de um melhor travamento mecânico inicial, alterando-se as propriedades micro-morfológicas e físico-químicas da superfície do implante por meio de tratamentos da superfície (BUSER, 1998). A osseointegração ocorre em menor período de tempo fundamentada em estudos experimentais que elucidam a ocorrência de melhor fixação óssea na utilização de implantes de superfície rugosa do que superfície usinada (CARLSSON et al. Apud LINDHE, 2005). Justifica-se que a superfície rugosa: (1) garante a melhor estabilidade mecânica entre o osso e o implante imediatamente após a instalação, possibilitado em função de uma área de contato maior; (2) fornece uma topografia de superfície que permite retenção do coágulo; (3) estimula o processo de cicatrização (LINDHE, 2005). Sendo que várias linhas de pesquisa referenciando as características topográficas da superfície do implante foram consideradas relevantes pela grande influência na qualidade da osseointegração obtida (SCHROEDER et al. apud DINATO; POLIDO, 2001, p. 63). Os resultados acumulados indicam que as alterações provocadas pelos diferentes tipos de tratamento na topografia da superfície do implante e na sua química, são de efeito favorável. O que traria uma maior formação óssea num 15 determinado período, altura óssea maior com relação às áreas de contato do implante e maior travamento biomecânico do implante com o osso (NISHIMOTO, et al, 2007; RONNIE, TIZIANO, PAOLO, 2007; MEIRELLES, ARVIDSSON, ALBREKTSSON; WENNENBERG, 2007; SADER; BALDUINO; SOARES; BOROJEVIC, 2004). Pesquisas laboratoriais com cultura de células in vitro em superfícies metálicas e cerâmicas apontam para resultados significativamente positivos em adesão celular e resposta de deposição de matriz orgânica, resultando em expressivas diferenças percentuais em contato osso-implante entre superfícies texturizadas e superfícies lisas ( KIESWETTER, K. et al , 1996; WENNEBERG, A. et al, 1997 ) . Os processos de texturização de superfícies metálicas mais aplicados atualmente em metalurgia dividem-se em eletroquímicos, químicos e mecânicos, os dois últimos com maior utilização em implantodontia. Embora haja diferenças nos princípios físicos para obtenção de uma superfície otimizada, as técnicas empregadas visam os mesmos objetivos: aumentar a osteocondutividade e a capacidade de ancoragem da interface ossobiomaterial a curto, médio e longo prazo (BAIER; MEYER, 1998; BRUNETE; 1998 apud CASTRO, 2004). Evidencias na literatura demonstram que biomateriais com características 16 micro-topográficas e composições químicas diferentes provocam respostas biológicas distintas por influenciarem diferentemente o comportamento dos tecidos e das células. (ELLINGSEN apud CASTRO, 2004). A presença de rugosidade na superfície do implante influencia os processos iniciais de vascularização no pós-operatório imediato, nos padrões de migração, alinhamento, orientação, adesão e atividade de produção protéica e função celular (BOYAN etal. apud DINATO; POLIDO, 2001; NISHIMOTO et al, 2007). Sendo que se pode sugerir que a texturização influencia os reguladores bioquímicos, como as citosinas e os fatores de crescimento. Contudo, a complexidade bioquímica e celular no processo de ossificação em humanos e os métodos histoquímicos de avaliação atuais, não permitem conclusões dos mecanismos clínicos definitivos (DINATO; POLIDO, 2001). Assim, é fundamental o estudo do impacto das superfícies em potencializar a osseointegração de modo a facilitar o exercício profissional com uma reabilitação oral que possa criar artificialmente apoios para aparelhos protéticos em áreas de ausência de elementos dentários. Além disso, sugere-se que estudos sejam realizados identificando as variáveis que atuam diretamente na interface implante/tecidos de modo a promover uma eficiente integração do implante ao osso (WENNERBERG; ALBREKTSSON ; LINDHE apud LINDHE, 2005). Contudo, devido ao pouco tempo de observação clínica de caráter longitudinal desses implantes com superfície texturizada, e pelas diferenças entre 17 procedimentos de texturização de superfície empregados , não se encontra um consenso na comunidade científica quanto ao real benefício dessa texturização a médio e a longo prazos , bem como sua real necessidade para o emprego clínico dos implantes . Questões como o prejuíjo da osseointegração , com a liberação de íons metálicos e outros subprodutos decorrentes de corrosão de superfície , e a contaminação iônica sistêmica de órgãos e tecidos são apontadas como possíveis prejuízos da texturização ( DUCHEYENE , P. et al , 1984; KUMMER, F. J. et al, 1992 ). Na revisão de literatura a seguir, serão discutidos vários estudos que fundamentam que, além da textura e rugosidade superficial, a topografia específica do implante influencia qualitativamente e quantitativamente na osseointegração. Assim, o objetivo deste trabalho foi verificar a influência das novas superfícies de implante dental na potencialização da osseointegração. 18 2. REVISÃO DE LITERATURA O aumento na demanda clínica para a carga precoce de implantes e para a colocação bem sucedida de implantes em regiões ósseas comprometidas, tem levado à necessidade dos fabricantes alterarem as superfícies usinadas e proporcionarem novos tratamentos de superfície dos implantes de titânio. Assim, o condicionamento ácido, jateamento e tratamento químico são técnicas comumente utilizadas pelos sistemas de implantes modernos. Os resultados acumulados indicam que as alterações provocadas pelos diferentes tipos de tratamento na topografia da superfície do implante e na sua química são de efeito favorável. O que traria uma maior formação óssea num determinado período, altura óssea maior com relação às áreas de contato do implante e maior travamento biomecânico do implante com o osso. Assim, atualmente, por meio das pesquisas realizadas, acredita-se que, além da textura e rugosidade superficial, a topografia específica do implante influencia qualitativamente e quantitativamente sua integração. Na seqüência, abordaremos as interfaces constituídas de tecidos e biomateriais e citaremos vários trabalhos na literatura que tratam do aspecto de superfície do implante com relação à sua influência no processo de osseointegração. Essa questão envolve a interface implante/tecido vivo, ou seja, os tecidos que circundam o implante. Todos os tecidos em contato com a superfície do implante, calcificados ou não, interagem no processo de osseointegração. É evidente hoje, por meio da microscopia eletrônica, que não 19 apenas tecidos ósseos estão em contato com a superfície do implante, tecidos conjuntivos e epiteliais também constituem o complexo sistema que permite a manutenção da osseointegração. Assim, é notório citar que este universo da interface implante/tecido é constituído de tecidos vivos em contato com biomateriais (polímeros, cerâmicas, metais) que estão sendo pesquisados, em conjunto com toda engenharia genética e avanços tecnológicos nesta área, para possibilitar uma osseointegração eficiente. Figura 3: Corte citológico da porção apical de um implante cilíndrico, mostrando a cobertura parcial da superfície do implante pelo trabelculado ósseo esponjoso. 20 Figura 4: Corte citológico, mostrando a cobertura parcial de superfície do implante pelo trabeculado ósseo esponjoso. Após a inserção do implante no leito ósseo, através de técnica cirúrgica com trauma mínimo, as primeiras reações químicas entre a superfície estéril do implante e os tecidos orgânicos são reguladas pelos fluidos teciduais (COOPER e colaboradores, 1997). Imediatamente após este contato, é formada na superfície do implante uma camada de macromoléculas glicoproteicas e água, que será determinante como parte do substrato necessário para adesão, proliferação, diferenciação e síntese protéica de células com fenótipo de osteoblasto (ANDRADE, 1973; BRUNETE, 1988; CLARK e colaboradores, 1987; 1990; HAY; MORENO, 1979). Concomitantemente ao processo de reparação do tecido ósseo necrótico remanescente no alvéolo cirúrgico preparado, presente mesmo em técnicas cirúrgicas ditas "atraumáticas", uma série de eventos bioquímicos regulados pela interação célula-superfície é desencadeada, começando com alteração do pH 21 tecidual na região, em um primeiro momento, e culminando com a liberação de proteínas e enzimas reguladoras do processo de divisão e diferenciação celular, entre elas a liberação de mediadores pró e antiinflamatórios e de citocinas (BRIGHTON, 1984; WALTER; TALBOT, 1996; KANAGARAJA, 1996; DAVIES,1998, 2000). Substâncias como proteínas ósseas morfogenéticas (BMPs), fatores de crescimento transformadores (TGF-b), fatores de crescimento de fibroblastos (PGF), fatores de crescimento vasculares (VEGF), entre outros, são fundamentais para que células mesenquimais indiferenciadas e outras células componentes do tecido conjuntivo, existentes na medula óssea, diferenciem-se em células com fenótipo de osteoblasto e fibroblasto, sintetizando as proteínas necessárias para a composição dos tecidos calcificados e não-calcificados responsáveis pelo desenvolvimento e manutenção do processo de osteointegração (BRÃNEMARK e colaboradores, 1987; KANAGARAJA, 1996; DAVIES, 1998;2000). Em um segundo estágio, com a presença de tecido de granulação na região entre a base óssea e o implante, inicia-se um processo de reparação tecidual muito semelhante ao de reparação ocorrido em fraturas ósseas, com a deposição de matriz colágena não-calcificada e a conseqüente formação de matriz fibrosa, ou matriz óssea dita primária, ainda sem os níveis de mineralização alcançados pelo tecido ósseo maduro. A esta matriz fibrosa agregar-se-ão gradativamente cálcio, fosfato, sódio, magnésio e vários outros componentes minerais do tecido ósseo de origem sistêmica, em sítios específicos localizados entre as fibras 22 colágenas, sendo estes os responsáveis pela maturação estrutural do tecido (BRÃNEMARK e colaboradores, 1983; ROBERTS, 1988; HOLLINGER; WONG, 1996). Com o aumento gradual da incorporação de componentes inorgânicos à matriz ou osteóide, dar-se-á o início de uma terceira etapa do processo de osteointegração, com o modelamento e o posterior remodelamento dessa cobertura parcialmente mineralizada em torno do implante, regulados, entre outros fatores, pela carga funcional recebida e por aspectos sistêmicos do paciente. Os principais componentes responsáveis por este processo de "plastia" óssea nas regiões adjacentes ao implante são as células que respondem pela formação (osteoblastos) e reabsorção (osteoclastos) óssea. Outras células reguladoras do processo inflamatório, como os neutrófilos e macrófagos, aparecem nessa área de intensa atividade celular, desempenhando papel ainda não totalmente esclarecido. Possivelmente, sua atuação esteja relacionada com a liberação local de enzimas reguladoras do processo de reparação tecidual (DAVIES, 1998; 2000; MINKIN; MARINHO, 1999). A matriz óssea formada após essa seqüência de eventos celulares apresentará em torno de 20% do seu peso líquido de água, 45 a 55% de componentes inorgânicos (cálcio, fosfato, sódio, magnésio, entre outros) e 25 a 35% de componentes orgânicos (colágeno, glicosaminoglicanas e proteoglicanas) (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999). Além da já debatida união entre os tecidos calcificados e a superfície dos 23 implantes osseointegrados, também se pode observar o íntimo contato dos tecidos moles (conjuntivo e epitélio) com porções mais cervicais dos implantes. Destacase na literatura odontológica o papel decisivo da estabilidade tecidual conjuntiva e epitelial na manutenção da osteointegração obtida. Com relação ao vedamento epitelial da mucosa do periimplante, podemos perceber um comportamento similar ao do epitélio em dentes naturais (APSE, 1991; HASHIMOTO e colaboradores, 1989). Observações clínicas e histológicas confirmam a presença de áreas de mucosa oral, epitélio sulcular e juncional, com anatomia semelhante àquela relatada em dentes naturais. Exames de microscopia de grande aumento mostram células epiteliais aderidas à superfície do implante através de lâmina basal e hemidesmossomas, em um modo similar ao encontrado no epitélio juncional de dentes naturais (BAUMANN, 1993). Estudos já reportaram, no entanto, um número menor de hemidesmossomas por área analisada em comparação aos dentes naturais, o que poderia sugerir uma união mecanicamente mais frágil deste colar à superfície do implante (BAUMANN, 1993). Além disso, tais células apresentariam espaços intercelulares maiores do que os notados no epitélio juncional em dentes naturais (BAUMANN, 1993; HASHIMOTO e colaboradores, 1989). Com relação aos biomateriais, é conveniente definir o que constitui um biomaterial. Pode-se definir um biomaterial como qualquer material que não cause uma reação adversa ao hospedeiro, ou de acordo com a Sociedade Européia de Biomateriais "todo material não-viável usado em aparato médico, desenvolvido 24 para interagir com sistemas biológicos", ou ainda qualquer substância ou combinação destas que não sejam fármacos, de origem natural ou sintética, que pode ser usada por qualquer que seja o período de tempo, aumentando ou substituindo parcial ou totalmente qualquer tecido, órgão ou função do corpo, com a finalidade de manter e ou alterar a qualidade de vida do paciente. Todos os grupos de materiais atualmente utilizados em engenharia (metais e as ligas metálicas, cerâmicas, polímeros, materiais naturais e semicondutores) podem ser produzidos e/ou modificados para que se enquadrem nas definições mencionadas acima. As propriedades desejáveis em um biomaterial implantável sujeito a cargas estáticas e dinâmicas são: biocompatibilidade; capacidade de suportar e transferir cargas; estabilidade de corpo; cinética de superfície controlada; Indutividade/ condutividade na cicatrização da região cirúrgica; homeostase de tecidos circunjacentes; longevidade in situ (CAMERON; PILLIAR, 1974; LINDER; LUNDSKOG, 1975; SYRETT; DAVIS, 1979; AGADIR; LINDGREN, 1981; LINDER, 1989; GOODMAN e colaboradores, 1990). Até o momento, não temos um biomaterial que possua todas as características mencionadas. Praticamente, todos os grupos de materiais foram utilizados, em maior ou menor escala, na Implantodontia. Os polímeros, metais e cerâmicas oferecem uma grande variedade de propriedades mecânicas, físicas e químicas, podendo estas serem desenvolvidas e manufaturadas para atender aos requerimentos desejados para uma reabilitação duradoura (ELLINGSEN, 1998). Vários biomateriais poliméricos, incluindo poliuretano de elevado peso 25 molecular, fibras de poliamido, resina de polimetilmetacrilato, politetrafluoretileno, e poliuretano, foram e estão sob ativa investigação quanto à possibilidade de uso como materiais de implante (LEMONS, 1990; GLANTZ 1998; CARVALHO e colaboradores, 1997). Apesar de ser a classe de material com o módulo de elasticidade mais próximo ao osso, características inerentes como baixa resistência à fadiga, baixa resistência à deformação, baixo módulo de proporcionalidade e alta ductilidade, além da ausência de união aos tecidos vivos, e possíveis reações imunológicas adversas têm se tornado uma barreira à sua utilização como materiais para recobrimento de superfícies metálicas (LEMONS, 1990; KAWAHARA, 1983). Atualmente, na Implantodontia, os materiais poliméricos estão limitados à fabricação de componentes para absorção de choque (amortecedores) incorporados dentro das supraestruturas suportadas por implantes (CHAPMAN; KIRSCH, 1990). No entanto, significante atenção tem sido devotada ao seu uso para o recobrimento de superfícies biodegradáveis, visando à liberação gradativa de medicamentos e compostos biológicos, incluindo fatores de crescimento, como proteínas ósseas morfogenéticas (BMPs) (SASANO e colaboradores, 1997; KUBOKI e colaboradores, 1998). As cerâmicas empregadas atualmente em Implantodontia podem ser divididas em dois grandes grupos: os derivados de fosfato de cálcio e os não derivados. Dentre os derivados de fosfato de cálcio, os compostos mais utilizados até hoje foram a hidroxiapatita sintética [Ca10 (PO4)6 (OH)2]; o tri-cálcio fosfato [Ca5 (PO4)3 (OH)2] e o penta-cálcio-hidroxi-tri-fosfato. No grupo dos não-derivados, destacam-se a cerâmica de alumina (Al2O3), a cerâmica de zircônia (ZrO2) e o 26 cristal de safira (AIO2), entre outros. Estes biomateriais foram utilizados extensivamente, durante as décadas de 70 e 80, como implantes endósteos na forma de alumina (Al2O3) e safira (cristal único de alumina) (WATAHA, 1996; LACEFIELD, 1998). São os biomateriais que apresentam os maiores índices de biocompatibilidade, devido à natureza de sua composição química (apresentandose como monolitos de alta resistência à degradação em condições adversas). Ainda como características principais os cerâmicos apresentam atoxicidade, são excelentes isolantes térmicos e elétricos e revelam baixa solubilidade em meio orgânico quando sintetizados em fase densa com alto percentual de cristalinidade. Como maiores desvantagens, são friáveis, possuem baixa resistência à tração e ao cisalhamento (BIESBROCK; EDGERTON, 1995). A sua utilização foi diminuída ao longo dos anos, devido a limitações inerentes, como a sua baixa resistência à propagação de fendas (presentes no corpo do material após o manufaturamento), a qual diminui sua previsibilidade de sucesso a longo prazo (ZABLOTSKY, 1992; LOZADA; JAMES; BOKOVI, 1993; KWAN; MEFFERT, 1993). Figura 5: Implantes de cerâmica de zircônia parcialmente estabilizada. 27 O metais representam a classe de biomateriais mais comumente utilizada para implantes dentários. São os elementos mais abundantes na tabela periódica dos elementos e apesar da grande variedade de propriedades possivelmente obtidas através de metais, nem todos podem ser utilizados como biomateriais. Vários metais e ligas metálicas foram testados ao longo dos anos na elaboração de implantes dentários (BRÃNEMARK e colaboradores 1987). Ligas como cromocobalto-molibdênio, ferro-cromo-níquel, aço inoxidável, entre outras e metais como ouro, platina e prata foram testados como possíveis alternativas para Implantodontia. Porém, mesmo registrando resultados positivos em pesquisas laboratoriais e em estudos clínicos de curta duração em animais, trouxeram resultados clínicos pobres a médio e longo prazos ao serem testados em humanos. Reações como encapsulamento fibroso das peças implantadas, associadas a grandes reabsorções ósseas periimplantares, foram reportadas em um percentual expressivo de casos (HOMSY e colaboradores, 1972; LINDER; LUNDSKOG, 1975). Isto se deve à susceptibilidade que este grupo possui à degradação em ambientes aquosos, podendo ocasionar a liberação de íons aos tecidos circunjacentes, onde um acúmulo desses pode resultar em efeitos deletérios (RAVNHOLT, 1988). Comercialmente, o metal mais utilizado para implantes endósteos é o titânio (PARR; GARDNER; TOTH, 1985; KASEMO; LAUSMAA, 1985). A liga de titânio mais comumente disponível é o titânio comercialmente puro (Ti c.p.), que é uma liga entre titânio, oxigênio e ferro. A composição estequiométrica do Ti c.p. permite classificá-lo em 4 graus distintos, que variam geralmente na concentração de oxigênio, com o grau 4 tendo a maior (0.4%) e o grau 1 a menor (0.18%) (ALBREKTSSON, 1985). 28 Figura 6: implantes osseointegrados metálicos em titânio puro. Embora as propriedades dos óxidos não sejam afetadas, existem diferenças mecânicas entre os diferentes graus devido, principalmente, à presença dos contaminantes em quantidades mínimas (ALBREKTSSON, 1985). Traços de outros elementos tais como nitrogênio, carbono, hidrogênio, e ferro têm sido também detectados e adicionados para a estabilidade ou melhoria das propriedades mecânicas e físico-químicas, como o limite de proporcionalidade, tornando o metal mais resistente à deformação plástica. Deve-se notar que apesar do aumento no limite de proporcionalidade, o módulo de elasticidade não se altera da mesma forma, por ser uma propriedade diretamente ligada às propriedades eletrônicas do metal (HOWARD; TIMOTHY, 1995). Ferro é adicionado para aumentar a resistência à corrosão e alumínio para aumentar a dureza e diminuir a densidade, enquanto vanádio atua como um varredor de alumínio para prevenir a corrosão (WILLIAMS, 1981; MEFFERT; LANGER; FRITZ, 1992). A condição da camada de óxido, a saber, pureza química e limpeza de superfície, é de suprema 29 importância para o resultado biológico da osteointegração (ALBREKTSSON e colaboradores, 1981; BAIER e colaboradores, 1984). Apesar disso, o efeito da contaminação da superfície do implante na resposta e morfologia celular tem sido relatado na literatura como um resultado dos processos de produção ou procedimentos utilizados para a esterilização (DOUNDOULAKIS, 1987; KELLER e colaboradores, 1990; AMEEN e colaboradores, 1993; HARTMAN, colaboradores, 1989). Os processos de texturização de superfície de implantes osseointegrados podem ser classificados em processos de adição e subtração superficial. Podem, ainda, ser gerados dois tipos de superfície: rugosas e porosas. A texturização por adição mais empregada é o spray de plasma, realizado com partículas de titânio ou hidroxiapatita. Na texturização superficial por subtração, só é possível se conseguir uma superfície rugosa. Dentre as técnicas mais aplicadas, encontramse o jateamento de partículas, especificamente o óxido de alumínio e o óxido de titânio; o ataque ácido por imersão em ácidos de alta concentração (ácidos fluorídrico, sulfúrico ou clorídrico) e, mais recentemente, o corte do metal através de laser (GAGGL , A. et al , 2000). Há também o método eletroquímico, gerando uma superfície porosa por oxidação anódica. 30 Figura 7: Implante metálico rosqueado coberto por hidroxido apatita. Figura 8: Visão macroscópica de um implante rosqueado de superfície lisa, sem aplicação de processo de texturização. Figura 9: Topografia de superfície de um implante rosqueado de superfície lisa, mostrando ranhuras resultantes do processo de usinagem – (aumento de 1000 X). 31 Figura 10: Topografia de superfície de um implante texturizado pela técnica de spray de plasma de titânio – (aumento de 2000X e 200X). 32 Figura 11: Topografia de superfície de um implante texturizado pela técnica de spray de plasma de hidroxiapatita – (aumento de 2000X e 200X). 33 Figura 12: Topografia de superfície de um implante texturizado pela técnica de jato de óxido de alumínio – (aumento de 2000X e 5000X). 34 Figura 13: Topografia de superfície de um implante texturizado pela técnica de ataque ácido – (aumento de 2000X e 5000X). 35 Figura 14: Topografia de superfície de um implante texturizado pela técnica de ataque ácido – (aumento de 2000X e 5000X). Tanto no processo de jateamento quanto no de ataque ácido, faz-se necessário o emprego de processo químico de neutralização e limpeza dos óxidos e ácidos aplicados para viabilizar a superfície texturizada ao meio orgânico ( COOPER L. F. et al , 1997) . A contaminação de superfícies de titânio que receberam técnicas tradicionais de texturização influenciou pesquisadores a desenvolver técnicas que não exigissem diferentes elementos químicos. O laser, que necessita somente de um meio físico para propagar-se, foi utilizado para esse fim. O grau de contaminação superficial de implantes texturizados por laser, em comparação com as tradicionais técnicas de adição e subtração foi 36 significativamente menor. Contudo, a pouca literatura disponível e a falta de estudos de acompanhamento clínico sugerem a necessidade de pesquisas antes da aprovação definitiva desse processo. COCHRAN, D. L. (1999), em estudo de revisão de literatura sobre a longevidade clínica de implantes com superfície texturizada comparados ao de superfície lisa em mandíbulas edêntulas, catalogou doze publicações contendo 15.316 implantes de superfície lisa em 2.263 pacientes, todos acompanhados por um período de 0,4 a 15 anos, contra outras publicações, estas contendo 216 implantes texturizados em 46 indivíduos, acompanhados por 1 a 2 anos. Os resultados alcançados em superfícies lisas mostram percentuais de sucesso variando de 84 a 100 % dos implantes, enquanto os implantes texturizados mostraram percentuais de 96.2 a 98%. Testes estatísticos utilizando meta-análise não revelaram diferenças significativas entre os grupos observados (p>0.25), ressaltando ainda o pouco tempo de observação dos implantes texturizados. Outra análise comparativa foi realizada seguindo o mesmo método para edêntulos parciais. Implantes com superfície lisa totalizaram 5.472 peças inseridas em 1.579 pacientes, com 2.200 e 2.872 implantes inseridos em mandíbulas e maxilas, respectivamente. O período de acompanhamento variou de 0,17 a 20 anos, apresentando percentuais de sucesso de 85 a 97,8% para maxila e 87,8 a 99,1 % para mandíbula. Os implantes texturizados totalizaram 668 peças inseridas em 332 pacientes, com 272 e 396 inseridos em maxilas e mandíbulas, respectivamente. O período de acompanhamento médio foi de 0.17 a 3 anos, mostrando percentuais de sucesso de 100% para maxila e 94.3 a 100% para a 37 mandíbula. Nesta comparação, os índices de sucesso de implantes com texturização foram significativamente maiores que os implantes com superfície lisa na análise estatística, tanto em maxila quanto em mandíbula.. Outro dado importante foi o percentual de sucesso maior dos implantes texturizados inseridos em maxilas, comparados aos inseridos em mandíbulas (p>0.001), contrariando resultados já conhecidos dos implantes de superfície lisa, com maiores índices de sucesso na mandíbula do que na maxila. Dois estudos sobre próteses unitárias suportadas por implantes de superfície texturizadas (189 implantes) foram comparados com a combinação de dez estudos de próteses unitárias sobre implantes com superfícies lisas (617 implantes). Na maxila, 520 implantes lisos contra 79 implantes texturizados foram acompanhados por 0.25 a 5 anos e 0.5 a 2 anos, respectivamente. Os índices de sucesso mostrados para a maxila foram de 83.3 a 100% para implantes lisos contra 98.4 a 100% para implantes texturizados, sem diferença estatística expressiva (p>0.24) na mandíbula 97 implantes lisos contra 110 implantes texturizados foram acompanhados por 0.25 a 8 anos e 0.5 anos, respectivamente. Índices de sucesso variam entre 87.5 e 100% para os implantes lisos contra 97.3% para implantes texturizados. Não houve diferença significativa entre os grupos de implante. Henry et al. (2000) avaliaram a resistência mecânica através de testes de torque para remoção realizados em cães, comparando implantes do sistema Branemark com superfície TiUnite ( oxidação anódica ) com os tradicionais de 38 superfície lisa. Esta avaliação biomecânica demonstrou claramente que os implantes com superfície TiUnite mostraram maior torque para remoção , implicando em uma ancoragem mais estável. Rompen et al. (2000) Estudaram em cães a aplicação de testes de frequência de ressonância em implantes com superfície oxidada e com superfície lisa com rosca dupla, seis semanas após a colocação. Eles concluíram que o uso de implante de rosca dupla colocado com um alto torque de inserção em um osso denso não resulta em uma resposta tecidual dramática em seis semanas. Os implantes oxidados mantiveram uma alta estabilidade primária durante as seis semanas de cicatrização. Os resultados deste estudo em animais sugerem que a adição de uma superfície oxidada pode ser uma maneira de otimizar a osseointegração e possivelmente a função clínica do implante. Gottlow et al. (2000) avaliaram histológica e biomecanicamente os implantes com superfície oxidada e com ataque ácido duplo, em coelhos, após seis semanas de cicatrização. Concluíram que a superfície oxidada resultou em um contato osso-implante significativamente maior e uma estabilidade significativamente maior, medida por frequência de ressonância e valores de torque de remoção. Sennery e Miyamoto (2000) compararam a superfície jateada e com ataque ácido com a superfície alterada por oxidação do titânio, em coelhos e usando métodos de análise por frequência de ressonância e torque de inserção, 39 concluíram que o implante com a superfície oxidada mostrou uma tendência a um aumento mais rápido na estabilidade quando comparado com o implante jateado e com ataque ácido, possivelmente por efeitos combinados da superfície, design e preparação. Taché et al. (2004) investigaram o efeito da adição de uma fina cobertura sol-gel de fosfato de cálcio em implantes de liga de titânio de superfície porosa nos índices de crescimento ósseo inicial. Implantes controle (como fabricados) e implantes similares com coberturas sol-gel de fosfato de cálcio foram colocados aleatoriamente nos côndilos femurais distais de coelhos (1 implante/perna). Após a cicatrização, por 6, 9, 12 e 16 dias, 8 dos 10 coelhos em cada grupo do período de tempo foram avaliados quanto à força (N) máxima de tração do implante e dureza na interface (N/mm). Implantes extraídos selecionados também foram avaliados por imagem eletrônica secundária para caracterizar as superfícies afetadas. Os implantes dos 2 coelhos remanescentes em cada grupo foram examinados por microscopia eletrônica de varredura dispersa (BSEM). Forças de tração e de dureza interfacial significativamente maiores foram encontradas nos implantes cobertos com fosfato de cálcio, mas não nos implantes controle. Observações com imagem eletrônica secundária e BSEM também sugeriram maior crescimento ósseo interno com implantes porosos cobertos com fosfato de cálcio aos 9, 12 e 16 dias. Películas de fosfato de cálcio no estado sol gel aumentam significativamente os índices de crescimento ósseo interno em implantes com superfícies porosas sinterizadas. Segundo os autores, este tratamento de superfície pode apresentar um grande número de benefícios, 40 incluindo redução do período de carga funcional de tais implantes e melhorar os resultados de tratamento em situações de qualidade e/ou quantidade óssea deficiente. Sader et al. (2005) avaliaram o efeito de três diferentes tratamentos da superfície de titânio sobre a inserção, proliferação e diferenciação de osteoblastos. É de conhecimento que a interação célula/titânio é crucial para o sucesso clínico do osso e implante dental. As características físico-químicas da superfície dos substratos influencia a proliferação osteoblástica, sua diferenciação, bem como sua atividade. Neste trabalho, o comportamento dos osteoblastos foi analisado sobre três diferentes superfícies de titânio: desgastado com uma lixa de SiC de grão 600, jateado com partículas de alumina (65 µm de diâmetro) e alumina jateada após um duplo condicionamento químico (HF a 4% + HF a 4%/H 2O2 a 8%). Microscopia eletrônica de varredura e profilometria demonstraram micrografias distintas. As amostras desgastadas demonstraram orientação paralela dos sulcos. As amostras jateadas com Al2O3 apresentaram a microtopografia mais rugosa com partículas ricas em alumínio incrustadas na superfície de titânio. Os osteoblastos do fêmur de ratos foram semeados sobre os substratos testados. A morfologia das células e inserção inicial foi avaliada com MEV. Os osteoblastos aderiram-se e dispersaram-se sobre todas as amostras testadas. Todavia, sobre as superfícies rugosas, os osteoblastos não se dispersaram completamente e adquiriram uma morfologia poligonal. Além disso, o índice de proliferação celular foi reduzido no início da incubação sobre as superfícies rugosas. Segundo os autores, os resultados sugerem um retardo e não 41 uma impossibilidade de viabilidade osteoblástica e atividade da fosfatase alcalina quando as células são cultivadas em superfícies rugosas, induzindo um fenótipo osteobástico distinto e não um bloqueio de sua atividade. Pelo menos nas condições de cultura utilizadas neste trabalho, as partículas de alumina não afetaram o comportamento dos osteoblastos. Paredes, Vaz e Silva (2006) avaliaram a influência da preparação da superfície de titânio utilizado para implantes odontológicos revestidos com titânio depositado por aspersão térmica PS. O objetivo da pesquisa dos autores foi obter maior entendimento da morfologia superficial de implantes de acordo com as técnicas de deposição, acabamento e tratamento superficial, para eliminar interferências no processo de osseointegração e nos resultados clínicos de curto e longo prazo. A metodologia desta pesquisa considera caracterizar o substrato, o revestimento de titânio depositado sobre uma liga de titânio obtido através de aspersão térmica por plasma spray e comparar com outros dois tipos de acabamento superficial utilizado na fabricação de implantes, respectivamente superfície usinada, superfície usinada e jateada por jateamento abrasivo com partículas abrasivas. Considerando a análise da superfície através de microscopia eletrônica de varredura (MEV) para observar alterações morfológicas e possíveis modificações químicas superficiais com o auxílio de espectrometria por dispersão de energia (EDS). De acordo com os autores, os resultados mostram a importância do jateamento abrasivo, pelo aumento da rugosidade com morfologia adequada para garantir a osseointegração, sendo ainda melhorada quando da deposição do titânio por plasma spray, destacando-se que a morfologia é ainda 42 mais benéfica para facilitar o escoamento do fluxo sangüíneo pela presença de partículas arredondadas que permite aumentar o efeito de molhamento que facilita as retenções mecânicas que permitam o embricamento ósseo. Segundo Guéhennec at al. (2007), o índice de osseointegração de implantes dentais está relacionado com sua composição e rugosidade superficial. A rugosidade superficial dos implantes favorece tanto a ancoragem óssea como a estabilidade mecânica. Coberturas com fosfato de cálcio osteoativo promovem a cicatrização e aposição óssea, levando a uma rápida fixação biológica dos implantes. Os diferentes métodos utilizados para aumentar a rugosidade superficial ou aplicar coberturas osteocondutivas aos implantes dentais de titânio são revisados no trabalho destes autores. Tratamentos de superfície, como dispersão de plasma-titânio, jateamento, condicionamento ácido, anodização ou coberturas de fosfato de cálcio, e suas correspondentes morfologias superficiais e propriedades são descritas. A maioria dessas superfícies está disponível comercialmente e apresenta eficácia clínica (>95% em 5 anos). O papel preciso da química e topografia superficial nos estágios iniciais da osseointegração dos implantes dentais ainda necessita de maior compreensão. Além disso, estudos clínicos comparativos com diferentes superfícies de implantes raramente são realizados. Conforme o pensamento dos autores, o futuro da implantodontia deve passar pelo desenvolvimento de superfícies com topografia e química controlada e padronizada. Esta abordagem será a única forma de compreender as interações entre proteínas, células e superfícies de implantes. A liberação local de drogas estimuladoras e reabsorvedoras de osso na região perimplantar pode também 43 responder a situações clínicas com quantidade e qualidade óssea deficiente. Essas estratégias terapêuticas deveriam aumentar finalmente o processo de osseointegração dos implantes dentais para a carga imediata e sucesso a longo prazo. Pongnarisorn et al. (2007) determinaram a natureza do infiltrado inflamatório associado com diferentes superfícies de implante em cães. De acordo com os autores, os resultados deste trabalho sugerem que o desenvolvimento de inflamação associada com implantes é independente do tipo de superfície, mas, todavia está associado à presença de placa. As diferentes superfícies não tiveram influência sobre a natureza do infiltrado, com as células T sendo o tipo predominante de célula em todas as lesões. Finalmente, os diferentes tipos de superfície de implante pareceram não influenciar a microbiota perimplantar. Contudo, a presença de sulco circunferencial tendeu a estar associada com infiltrados maiores. Se isto foi devido a um maior acúmulo de placa, ainda há necessidade de ser determinado. Nelson et al. (2008) avaliaram o índice de sucesso de 2 diferentes sistemas de implante com superfícies modificadas com jateamento e condicionamento ácido, colocados sob carga após períodos de cicatrização reduzidos. Cento e dezessete pacientes com um período de observação média de 3,75 anos (24 a 61 meses) foram incluídos nesta avaliação. Revisões de gráficos de um programa de acompanhamento padronizado foram avaliadas. Todos os 532 implantes colocados demonstraram um tempo de cicatrização sem carga de 6 semanas na 44 mandíbula e 12 semanas na maxila. Na colocação do abutment um valor de torque de 35 Ncm foi uma das variáveis primárias e o sucesso dos implantes neste período foi determinado pelos critérios de Buser et al. A sobrevivência foi analisada utilizando o método de Kaplan-Meier e a probabilidade de um evento dentro de 1 grupo independente de tempo foi avaliada utilizando o teste quiquadrado e o teste exato de Fischer. Dos 532 implantes, 235 foram colocados em pacientes do sexo feminino e 297 em pacientes do sexo masculino; 448 implantes foram localizados na maxila e 84 na mandíbula. Três implantes foram perdidos antes da conexão do abutment em 3 pacientes. A análise da tabela de sobrevivência demonstrou um índice de sucesso total de 99,4% aos 5 anos, pois nenhum implante foi perdido na conexão do abutment. Não houve nenhuma associação significativa do tipo de implante (P=0,185), sexo (P=0,99) ou osso (maxila/mandíbula, P=0,06) e a sobrevivência dos implantes dentro deste estudo. De acordo com os autores, com base nos dados encontrados nesta investigação, pode-se concluir que os implantes com as superfícies jateada e condicionadas podem ser restaurados após 6 a 12 semanas do período de cicatrização, com uma alta previsibilidade de sucesso. Meirelles et al. (2008) investigaram o efeito de implantes modificados quimicamente com microtopografias similares, mas com diferentes nanotopografias, em estágios iniciais de osteointegração. Quarenta implantes em forma de parafuso foram colocados em dez coelhos brancos neozelandeses. As modificações da superfície do implante investigado no presente estudo foram (1) jateamento com TiO2 e (2) tratamento adicional com fluoreto ou (3) modificação 45 com nano-hidroxiapatita. A avaliação da superfície incluiu análises topográficas com interferometria, análise morfológica com microscopia eletrônica de varredura e análise química com espectroscopia de raios-X eletrônica. A resposta óssea foi investigada com o teste de torque de remoção e análises histológicas foram realizadas após o período de cicatrização de quatro semanas. Os parâmetros de rugosidade da superfície demonstraram uma leve diminuição do desvio da altura média para os implantes tratados com flúor em comparação com os jateados (controle) e implantes nano-hidroxiapatita. As imagens de microscopia eletrônica de varredura com maior aumento indicaram a presença de nanoestruturas sobre os implantes modificados quimicamente. As análises químicas demonstraram a presença de titânio, oxigênio, carbono e nitrogênio em todos os grupos de implante. O grupo jateado com fluoreto revelou fluoreto e o grupo jateado com nanohidroxiapatita, cálcio e fósforo, com redução simultânea de oxigênio e titânio. Os valores de torque para remoção revelaram uma retenção maior para os implantes modificados quimicamente que exibiram nanotopografia específica. A análise histológica demonstrou formação óssea imatura em contato com a superfície do implante em todos os grupos, de acordo com o período de cicatrização do experimento. Segundo os autores, as modificações químicas utilizadas no presente estudo foram capazes de produzir uma nanotopografia particular e, juntamente com os íons presentes na superfície do implante, podem explicar os maiores valores de torque de remoção após o período de cicatrização de 4 semanas. Giavaresi et al. (2008) investigaram o efeito de um novo tratamento baseado na deposição anódica estimulada no aumento da osteointegração de 46 implantes de titânio no osso trabecular de ovelhas maduras e ovarioectomizadas, um estudo histomorfométrico e de microdureza foi realizado. Dez ovelhas foram divididas em 2 grupos. Cinco foram submetidos a uma ovarioectomia bilateral para induzir uma osteopenia com deficiência de estrógeno (ovarioectomizado) e cinco não passaram por tratamento (maduras). Vinte e quatro meses mais tarde, elas passaram por uma implantação bilateral de filamentos de titânio puro comercial na superfície lateral dos côndilos femurais: titânio tratado eletroquimicamente (SP) e titânio tratado com condicionamento ácido (BioRough). Doze semanas após a segunda operação, os animais foram sacrificados e espécimes de biópsia dos segmentos do fêmur e da crista ilíaca foram examinados quanto a avaliações histomorfométrica e microdureza. A histomorfometria do osso trabecular dos espécimes de biópsia da crista ilíaca e que estavam ao redor dos parafusos demonstraram sinais acentuados de rarefação óssea no grupo ovarioectomizado quando comparado com os grupos controle e maduro (envelhecido). Contato osso-implante significativamente maior foi observado em implantes SP em comparação com implantes BioRough, em ambos os grupos maduros (envelhecidos) (P<0,001) e ovarectomizados (P<0,01). Nenhuma diferença significativa em termos de microdureza foi encontrado entre os implantes SP e o BioRough dentro do grupo maduro (envelhecido), ao passo que um índice de maturação óssea significativamente maior foi observado para SP no grupo ovarioectomizado (P< 0,05). De acordo com os autores, o novo tratamento SP eletroquímico produziu os resultados mais promissores e foi capaz de introduzir melhoras substanciais na obtenção de osteointegração rápida e estável dos implantes em osso osteopênico. 47 Fandridis e Papadopoulos (2008) avaliaram a topografia e composição da superfície rugosa de três diferentes marcas comerciais de implantes dentais de titânio. Os implantes Bio Com Standard, Osseotite Implant e Fixture MT Osseospeed foram analisados utilizando microscopia eletrônica de varredura, microscopia com força atômica e estereomicroscopia com energia dispersiva. A análise com microscopia eletrônica de varredura e de força atômica revelou que a superfície rugosa do Bio Com Standard apresentou numerosas impressões superpostas por fissuras agudas e o Fixture MT Osseospeed uma aparência com característica mista. A análise de espectroscopia com energia dispersiva das superfícies rugosas dos implantes revelou uma pequena quantidade de Si encontrada sobre a superfície do implante Osseotite. O implante Osseospeed Fixture MT demonstrou uma distribuição não homogênea de elementos detectados. De acordo com os autores, os implantes examinados apresentaram diferentes topografias de superfícies rugosas, que estavam relacionadas diretamente com o tipo de tratamento utilizado. As diferenças relativas às morfologias superficiais foram incluídas em uma nanotopografia característica que poderia influenciar as atividades biológicas na interface implante/tecido. As concentrações de oxigênio na superfície também indicaram diferenças na extensão da camada de oxidação entre os implantes examinados, sendo mínimo nos implantes Osseotite e máximo nos implantes Fixture MT Osseospeed. 48 3. PROPOSIÇÃO Este trabalho propõe a abordagem da influência das superfícies de implante dental na potencialização da osseointegração, considerando os diversos tipos de tratamento superficial que vem sendo pesquisados e desenvolvidos. 49 4. DISCUSSÃO Nos últimos 20 anos, o número de implantes dentais aumentou rapidamente em todo mundo, alcançando aproximadamente um milhão por ano. O sucesso clínico dos implantes orais está relacionado com sua osseointegração inicial. A geometria e topografia da superfície são cruciais para o sucesso a longo e curto prazo dos implantes dentais. Estes parâmetros estão associados a técnicas cirúrgicas delicadas, um pré-requisito para o resultado clínico inicial bem sucedido (ALBREKTSSON et al., 1981). Após o procedimento de implante, os implantes de titânio interagem com os fluidos biológicos e tecidos. A aposição direta de osso sobre a superfície de titânio é fundamental para a carga imediata de implantes dentais. Após os estágios iniciais de osseointegração, tantos os fatores biomecânicos protéticos como de higiene do paciente são fundamentais para o sucesso a longo prazo dos implantes. Existem dois tipos de respostas após a inflamação. O primeiro tipo envolve a formação de uma cápsula de tecido fibroso e mole ao redor do implante. Esta cápsula de tecido fibroso não assegura fixação biomecânica adequada e conduz à falha clínica do implante dental. O segundo tipo de resposta óssea está relacionado com o contato direto osso/implante, sem uma camada de tecido conjuntivo interposta. Isto é o que conhecemos como osseointegração. Esta fixação biológica é considerada um pré-requisito para próteses implanto suportadas e o sucesso a longo prazo. O índice e a qualidade da osseointegração com implantes de titânio estão relacionados às propriedades de sua superfície. A composição da superfície, caráter hidrofílico e rugosidade são aspectos que podem desempenhar importante papel na interação implante-tecidos 50 e osseointegração. Assim, é extrema importância que o profissional esteja ciente das diferentes superfícies e métodos que podem acelerar a osseointegração dos implantes dentais. As propriedades físicas e químicas das superfícies dos implantes são fundamentais para a compreensão do comportamento biológico e clínico. Os fabricantes têm desenvolvido uma variedade de superfícies com diferentes composições e graus de rugosidade que são motivos, muitas vezes, de controvérsias quanto às reais características que auxiliam no processo de osseointegração. A qualidade da superfície do implante influencia a obtenção de uma resposta biológica osteointegração adequada, fundamental para que o processo da ocorra de maneira previsível e duradoura (WENNERBERG e colaboradores, 1995). A combinação dos efeitos da morfologia e química de superfície é considerada relevante, visto que Cooper, em 2003, estudando a importância da (nano) estrutura de superfície na adesão óssea inicial, afirmou que até o momento ainda não está claro se é a química ou a textura de um implante que toma precedência na adesão óssea inicial. Dentre os muitos materiais possíveis, o titânio é atualmente considerado o material de escolha para a confecção dos implantes osteointegrados devido a sua ótima aceitação biológica pelo osso. O alto grau de biocompatibilidade é atribuído, em parte, à estável camada de óxido de titânio que facilita a deposição e adesão 51 da matriz extracelular na interface osso-implante. A composição e estrutura da camada oxidada, por sua vez, dependem da técnica utilizada para o condicionamento da superfície implantar (KASEMO; LAUSMAA, 1988). A rugosidade da superfície dos implantes favorece a distribuição das cargas oclusais, a retenção destes no osso e a resposta celular (BUSER, e colaboradores, 1991; WONG; 1995). O tipo de material e suas características microestruturais superficiais influenciam marcantemente a biocompatibilidade do implante osteointegrado. Dependendo do processo de usinagem e texturização empregados, a superfície externa pode ter estrutura eletrônica, cristalinidade, composição química, espaçamento atômico e propriedades mecânicas e químicas diferentes do seu interior (LIMA e colaboradores, 1996). Na área da Ciência dos Materiais, as diferenças mais importantes entre a superfície e a parte interna que devem ser analisadas estão relacionadas com a composição química, energia livre de superfície e potencial químico devido à formação e/ou deposição de compostos (LIMA e colaboradores, 1996). Os pesquisadores continuam estudando dentre os vários grupos, metais, cerâmicos, polímeros sintéticos e materiais naturais, aquele que melhor se adapte à osseointegração. Até o momento, o titânio comercialmente puro e a liga de titânio-alumínio-vanádio constituem os elementos com maior embasamento de pesquisa científica, de comprovado sucesso longitudinal para uso em 52 Implantodontia. Poucas estratégias devem ser consideradas para melhorar a osseointegração de implantes de titânio a curto e longo prazo. As tendências futuras estão voltadas às modificações da rugosidade superficial em nível de nano-escala para promover a adsorção protéica e celular, a biomimética com recobrimento com fosfato de cálcio para aumentar a osseocondutividade e a incorporação de drogas biológicas que acelerem o processo de cicatrização na área perimplantar. Uma característica relevante observada nos estudos comparativos entre superfícies é o tempo menor de acompanhamento dos implantes com superfície texturizada, em relação aos implantes lisos, que na grande maioria, são resultados de modelos desenvolvidos em animais, com condições distintas de aplicação de carga funcional, qualidade, quantidade e metabolismo ósseo, não permitindo conclusões definitivas sobre a paridade de tais resultados com sua aplicação clínica em humanos. Enquanto se observa a existência de vários estudos de acompanhamento clínico de 10 ou até 20 anos para implantes lisos (BRÄNEMARK, P-I. et al, 1979; BRÄNEMARK, P-I. et al, 1995; ADELL, R. et al, 1981), o desempenho clínico dos implantes texturizados normalmente é descrito em acompanhamentos de curta duração, com um número consideravelmente menor de publicações (KENT, J.N. et al, 1990; DEPORTER, D.A. et al, 1998). Isso pode ser facilmente explicado pelo fato de que os processos de texturização de superfície de implantes são recentes quando comparados aos processos de 53 usinagem. Porém, saliente-se, que as conseqüências clínicas a longo prazo do uso de texturização superficial em implantes, tanto sistêmicas, quanto para o processo de osseintegração, ainda são desconhecidas. Estudos apontam para uma possível maior contaminação iônica dos implantes texturizados, quer nos tecidos circundantes ao implante, quer em órgãos e tecidos sistêmicos (DUCHEYNE, P. et al, 1984; KUMMER, F. J. et al 1992), indicando a necessidade de cautela em sua indicação, e a realização de estudos mais aprofundados que atestem sua aplicabilidade clínica também a longo prazo. 54 5. CONCLUSÃO Existe um grande número de superfícies comercialmente disponíveis para implantes dentais. A maioria dessas superfícies tem apresentado eficiência clínica (> 95% em 5 anos). Todavia, o desenvolvimento dessas superfícies tem sido muitas vezes empírico, necessitando de teste in vitro e in vivo. A maioria dos testes ainda não é padronizado, utilizando diferentes superfícies, populações de células animais ou modelos animais. O exato papel da química e topografia da superfície do implante nos estágios iniciais da osseointegração dos implantes dentais ainda permanece incompreendido. Além disso, estudos clínicos comparativos com diferentes superfícies de implantes raramente são realizados. O futuro da Implantodontia deve objetivar o desenvolvimento de superfícies com topografia e ou química padronizada e controlada. Esta abordagem é o único caminho para entender as interações celulares e protéicas com os implantes dentais. A liberação de drogas locais para estimular a formação ou reabsorção óssea na região perimplantar pode também responder a situações de dificuldade clínica com qualidade e quantidade óssea deficiente. Essas estratégias de tratamento aumentam o processo de osseointegração dos implantes dentais para carga imediata e sucesso a longo prazo. Neste sentido, o papel das superfícies dos implantes é notório e trará impacto na forma como ocorre a osseointegração e a própria ciência da Implantodontia. Apesar dos resultados promissores obtidos em grande número de análises biomecânicas e histomorfométricas em estudos in vitro e in vivo, não se encontra na literatura odontológica atual respaldo definitivo sobre as reais conseqüências a 55 longo prazo, tanto locais, quanto sistêmicas, da texturização de superfície de implantes osseointegrados e suas vantagens objetivas em relação aos implantes de superfícies lisas. Estudos longitudinais comparativos em humanos, com monitorização de variáveis como contaminação iônica dos tecidos calcificadas do peri-implante e órgãos renais e hepáticos, percentual de contato ósseo após longos períodos de carga funcional, grau de corrosão e/ou solubilização da camada texturizada em meio orgânico, entre outros, necessitam ser realizados comparando o desempenho de implantes texturizados e lisos para a obtenção de conclusões definitivas quanto à real necessiade e à aplicabilidade clínica da texturização superficial em Implantodontia. 56 REFERÊNCIAS ADELL, R. e colaboradores. A 15-year study on osseointegrated implants in the treatment of the edentulous jaw. Int. J. Oral Surg., v. 10, p. 387-416, 1981. ADELL, R.; ERIKSSON, B.; LEKHOLM, U.; BRANEMARK, P-I.; JEMT, T. A longterm follow-up study of osseointegrated implants in the treatment of totally edentulous jaw. Int. J. Oral Maxillofac. Implants, v. 5, p. 347-359, 1990. AGADIR, M.; LINDGREN, U. 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