INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUL DE MINAS GERAIS ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DA MICRO REGIÃO DA BAIXA MOGIANA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO LATO SENSU EM GESTÃO PÚBLICA Avaliação de desempenho e eficiência na gestão dos serviços públicos: uma análise dos modelos dos municípios de São Paulo e Igrejinha. COSTA E SOUZA, Juliana A.1; SILVEIRA JÚNIOR, Olney B. 2. RESUMO O estudo apresenta uma análise realizada entre modelos de avaliação de desempenho aplicadas ao setor público municipal. Seu objetivo é de se constatar se a avaliação de desempenho na administração pública municipal pode contribuir na eficiente melhoria da gestão dos serviços públicos prestados. O estudo será realizado com base em revisões bibliográficas, apresentando conceitos e modelos já criados para aplicação desta ferramenta no setor público, e a partir daí, analisados dois modelos que vem sendo desenvolvidos para os municípios de Igrejinha/RS e São Paulo/SP. Os resultados apontam que, apesar de os modelos apresentarem falhas que atrasam na evolução do desenvolvimento de métodos eficientes, a avaliação de desempenho é sim uma importante ferramenta para a melhoria da eficiente gestão do serviço público, precisando apenas ser moldada a realidade de cada município, e não deixar de lado o ser humano existente atrás de todo servidor público. Palavras-chave: Avaliação de desempenho, administração pública municipal, gestão do serviço público. ABSTRACT The study presents an analysis of performance evaluation models applied to municipal public sector. Your goal is to see if the performance evaluation in municipal public administration can contribute to improving the efficient management of public services. The study was based on bibliographic review, presenting concepts and models ever created for the application of this tool in the public sector, and thereafter, analyzed two models that have been developed for the municipalities of Igrejinha/RS and São Paulo/SP. The results indicate that, templates even though the delay had problems that could delay the development of efficient methods, evaluation of performance is rather an important tool to improve the efficient management of the service public, needing only to be shaped the reality of each municipality, and not to overlook the human being behind every public servant. Key words: Evaluation of performance, municipal public administration, management of the public 1 [email protected] , pós graduanda no curso de Especialização Lato Sensu em Gestão Pública, pelo Instituto Federal do Sul de Minas, Campus Muzambinho. 2 [email protected], http://lattes.cnpq.br/7539196973936975 2 INTRODUÇÃO A qualidade dos serviços públicos prestados vem se tornando uma preocupação para os gestores, pois não vem mostrando a eficiência esperada e com isso ocorrem danos muitas vezes irreparáveis, e gastos desnecessários. Várias ferramentas vêm sendo estudadas a fim de resolver essa questão, e uma delas é a gestão de pessoas, já presente na iniciativa privada e agora entrando também no setor público, na forma da avaliação de desempenho. Mas esta ferramenta pode realmente promover a melhoria na eficiência da gestão do serviço público? Nesse sentido, este estudo, realizado através de revisões bibliográficas, tem por objetivo principal analisar se a avaliação de desempenho na administração pública municipal pode contribuir para a melhoria da qualidade na gestão dos serviços públicos, partindo do conceito de avaliação de desempenho e da sua influencia na eficiência dos serviços. Num primeiro momento será levantado um breve histórico acerca da administração pública, desde a era burocrática, até a gerencial, que na atualidade vem sendo complementada, e ainda um pequeno apanhado sobre a administração pública no âmbito municipal, ao qual estão vinculados os nossos objetivos. No decorrer do desenvolvimento estará presente ainda a conceituação de avaliação de desempenho, os métodos mais utilizados e mais eficientes, de acordo com autores como Chiavenato, Dessler, Ribeiro, entre outros, e sua importância nas empresas para melhora dos serviços prestados. Após isso, será feita uma relação entre a administração pública municipal e a aplicação da avaliação de desempenho neste setor, através de um método criado por Andriollo, que explana algumas sugestões para sucesso nos resultados da avaliação. Para chegar a um consenso entre a utilização de modelos de avaliação e sua contribuição para a melhoria na eficiência da gestão do serviço público, será realizada uma análise dos modelos de avaliação de desempenho dos municípios de Igrejinha no Rio Grande do Sul e na grande São Paulo. Após a análise dos modelos dos dois municípios, serão levantados os aspectos que influenciam na melhora do serviço, e o que deve ser feito, antes, durante e depois do processo de avaliação, para que a ferramenta se torne ideal para o que se aspira. 3 2 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 2.1 Conceitos Várias são as discussões acerca do conceito de Administração Pública. Mas o que realmente ocorre é uma confusão de conceitos entre Governo e Administração Pública, que embora geralmente andem juntos, possuem objetivos diferentes. Segundo Meireles (1993), a Administração é o conjunto de funções necessárias para a prestação eficiente dos serviços públicos, é o desempenho longo e organizado, legal e técnico dos serviços relativos ao Estado, ou assumidos por ele em prol da coletividade, visando o cumprimento do princípio da supremacia do interesse público; enquanto Governo é o conjunto de poderes e órgãos responsáveis pelas funções estatais básicas. Assim, governo seria o Estado em si, e a Administração, a forma de gerir o Estado, a fim de que o negócio público seja bem gerido e possa proporcionar satisfação aos maiores interessados – coletividade – quanto ao resultado esperado dos serviços públicos prestados. Di Pietro (2006) afirma que, em sentido objetivo, “a Administração Pública pode ser definida como a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico de direito público, para consecução dos interesses coletivos”, subjetivamente, ela define a Administração Pública como “conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas aos quais a lei atribui o exercício da função administrativa do Estado”. Em todos os conceitos fica clara a relação entre a Administração Pública e o Governo, e também a diferença entre eles, embora estejam intrinsecamente ligados por suas definições e funções. 2.2 Da Administração Pública Burocrática à Gerencial: um breve histórico Ao longo da história ocorreram algumas reformas na administração pública brasileira, totalizando três, se levarmos em consideração a reforma de 1967, um ensaio de descentralização e de desburocratização que no fim foi revertida, e a terceira seria a reforma que vem sendo proposta desde 1995 (PEREIRA, 1996). A ideia da primeira reforma administrativa no Brasil surgiu no governo Getúlio Vargas, que começou a se preocupar em utilizar um modelo de administração pública burocrática objetivando combater os excessos do patrimonialismo, presente desde a 4 monarquia, que era caracterizada pela confusão entre o público e o privado, levando principalmente à corrupção. (FERREIRA, 1996, p.6 apud FEVORINI, 2010, p.19). Com essa preocupação, Getúlio incumbiu o embaixador Maurício Nabuco para estudar uma possível reforma administrativa, e deste estudo surgiram três diretrizes principais apoiadas por Vargas, sendo elas critérios profissionais para o ingresso, desenvolvimento de carreiras e regras de promoção baseadas no mérito. Foi criado então, com base nestes estudos, o Departamento de Administração do Serviço Público – DASP – visando implementar essas diretrizes, além de supervisionar a administração pública, formar os recursos humanos para os altos escalões, definir escalas de salários e fixar o orçamento nacional. (MARTINS, 1997) Segundo Pereira (1996), a criação do DASP, é considerada como o início da primeira reforma administrativa no Brasil, uma vez que o mesmo introduziu os princípios da administração burocrática clássica no país, oficializando a implantação da mesma, e também por afirmar os princípios centralizadores e hierárquicos da burocracia clássica. “A administração pública burocrática foi adotada para substituir a administração patrimonialista, que definiu as monarquias absolutas, na qual o patrimônio público e o privado eram confundidos. (...) Esse tipo de administração revelar-se-á incompatível com o capitalismo industrial e as democracias parlamentares, que surgem no século XIX. (...) Tornou-se assim necessário desenvolver um tipo de administração que partisse não apenas da clara distinção entre o público e o privado, mas também da separação entre o político e o administrador público. Surge assim a administração burocrática moderna, racional-legal” (Ibid., 1996, p.4). Na realidade, embora a administração pública burocrática tenha sido adotada por ser uma alternativa muito mais atraente que a administração patrimonialista da época, ela se mostrou bem diferente do que se mostrava a princípio, pois além de ser lenta e cara, não levava aos cidadãos serviços públicos de qualidade. Mas Pereira destaca que, até então, pelo fato do Estado ser ainda pequeno, a eficiência do serviço público não era algo tão essencial, mas tão logo o Estado foi se tornando maior, passou a assumir serviços sociais maiores, como saúde, educação, assistência social, entre outros, a eficiência tornou-se algo indispensável, fazendo com que as ideias de descentralização e de flexibilização administrativa ganhassem espaço em todos os governos. “(...) em 1938, temos um primeiro sinal de administração pública gerencial, com a criação da primeira autarquia. Surgia então a ideia de que os serviços públicos na “administração indireta” deveriam ser descentralizados e não obedecer a todos os requisitos burocráticos da “administração direta” ou central. A primeira tentativa de reforma gerencial da administração pública 5 brasileira, entretanto, irá acontecer no final dos anos 60, através do DecretoLei 200, de 1967 (...)” (Ibid., 1996, p.6). Importante ressaltar que esse modelo burocrático trouxe muitos avanços administrativos, mas, segundo Martins, com a queda de Vargas em 1945, este processo de modernização não teve continuidade, e embora tenham existido práticas visando à transparência e consequente melhora na fiscalização das ações do governo, esse instrumento foi usado como meio político de oferecer cargos públicos aos aliados em troca de votos. Pereira(1996) considera o Decreto-Lei 200 como o primeiro momento da administração gerencial no Brasil, uma vez que o mesmo promoveu várias mudanças significativas, como a instituição dos princípios de racionalidade administrativa, planejamento e orçamento, descentralização e controle dos resultados, o momento era de grande expansão das empresas estatais e das fundações, contudo, o DL 200 teve consequências inesperadas e indesejáveis, permitindo, de um lado, a contratação sem concurso público, o que facilitava práticas patrimonialistas, e não se preocupando, por outro lado, com as mudanças no âmbito da administração direta, deixando de realizar concursos e desenvolver carreiras de altos administrativos. Com isso, a reforma administrativa “embutida” no Decreto-Lei 200 ficou pela metade e fracassou. Segundo Fevorini(2010), essa situação de contradição na Administração Pública perdurou por todo o regume militar e transição democrática. Estudiosos destacam que a euforia da fase de crescimento ofuscava a fragilidade do modelo de gestão pública vigente, o que se tornou mais evidente a partir da crise econômica de 1980. Fevorini afirma ainda que o tema só volta a ser discutido na Constituição de 1988, que ignora novas orientações da administração pública e retrocede a uma administração burocrática, centralizada e rígida. Pereira (2004) afirma que a Constituição de 88 “representou um retrocesso” conforme criou privilégios inaceitáveis para a burocracia pública, contudo, houve também um avanço administrativo com o princípio da descentralização dos serviços sociais para estados e municípios. A grande mudança, segundo Pereira, ocorre com a reforma da gestão pública de 199598, que estabelece dois princípios para a organização do Estado brasileiro e um para sua administração. O primeiro princípio organizacional é o de terceirizar para empresas privadas as atividades auxiliares do estado, como obras públicas, limpezas, entre outros, e publicizar os serviços sociais, contratando empresas não estatais através de contratos de gestão. O segundo princípio organizacional é o de descentralizar as atividades exclusivas do Estado, dando mais autonomia e exigindo maior responsabilização pública. O princípio de gestão é de substituir 6 parcialmente os controles burocráticos clássicos por controles ou sistemas de responsabilização gerencial. “O objetivo fundamental da reforma da gestão pública de 1995-98 foi o de tornar o Estado mais eficiente. Para isso, porém, partia do pressuposto de que o Estado brasileiro já é democrático. A descentralização, com a transferência de decisões, seja para organizações públicas não estatais ou para agências executivas, só é viável no contexto de uma sociedade civil com capacidade para exercer controle social. As reformas burocráticas eram necessariamente centralizadoras, porque ocorreram no século XIX, em Estados liberais, mas ainda autoritários; já as reformas da gestão pública podem envolver descentralização e publicização, porque estão ocorrendo em países em que o regime político é democrático.” (PEREIRA, 2004, p.547). De 1995 até a atualidade, a reforma mostrou grandes avanços, mas naturalmente, não transformou a organização do Estado da noite para o dia. Id (2010, p.174) afirma que uma reforma desta magnitude, leva de 30 a 40 anos para que possa ser considerada relativamente completa, sem contar que não é mais a “reforma de uma pessoa ou de um governo, mas uma reforma adotada e conduzida pela alta administração pública brasileira”. 2.3 Administração Pública Municipal Fevorini (2010, p.25) afirma que os municípios vêm passando por fortes transformações, o que se fortaleceu com a Constituição de 1988, que transferiu a eles várias competências para moldar seu desenvolvimento e definir seu destino. A Constituição de 88, em seu artigo 30, determina que é de competência dos municípios: “Art. 30. Compete aos Municípios: I - legislar sobre assuntos de interesse local; II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual; V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação pré-escolar e de ensino fundamental; VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; 7 VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.” (CF, 1988) Dentre as modificações impostas pela CF de 1988, Souza (1989) apud Fevorini (2010, p.26) destaca as relativas à Saúde – sistema único de saúde (SUS) no país; a Educação – aplicação de pelo menos 25% das receitas de impostos e transferências em manutenção de desenvolvimento do ensino; e Investimentos – diminuição dos gastos com custeio da máquina pública, não podendo o percentual com despesas de pessoal ultrapassar 65% das receitas correntes. Além destas atribuições, outro processo também afetou fortemente os municípios. A era da globalização, onde os municípios têm que competir economicamente entre si para tentar atrair investimentos. E lidar com essas novas condições vem se tornando uma questão de sobrevivência para os municípios que estão tendo que aderir a instrumentos de gerenciamento. Porém os problemas não param por aí, pois estes instrumentos são pouco conhecidos, ou não possuem pessoas qualificadas para sua correta aplicação, o que pode atrapalhar e muito a evolução do município, pois hoje “a qualidade de uma administração está sendo avaliada, pelos habitantes, mais por sua capacidade de manter ou melhorar a qualidade de vida, e menos por critérios políticos” (PFEIFFER, 2000 apud FEVORINI, 2010, p. 26). 3 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO 3.1 Conceitos A avaliação de desempenho nada mais é que uma fase do chamado Controle Estratégico da empresa, e como toda etapa de uma meta, necessita que as outras fases sejam seguidas, para que obtenha sucesso na aplicação. Mas o que vem a ser Controle Estratégico? Chiavenato(2000) define Controle como uma função administrativa, um processo essencialmente regulatório que mede e avalia o desempenho e toma a ação corretiva quando necessária e frisa que a administração utiliza mecanismos buscando controlar o máximo de aspectos possíveis na organização. Ele conceitua ainda o Controle Estratégico como sinônimo de Controle Organizacional, identificado com base em três características básicas, sendo elas: 8 é decidido em nível institucional da empresa, é orientado para longo prazo, e é genérico, abrangendo a empresa como um todo. Na Administração, são vários os tipos de controles utilizados, não cabendo apenas um conceito restrito. Existem desde controles contábeis e financeiros até controle do desempenho humano na empresa, podendo estar localizados em vários níveis da organização. Frisa que, independente do nível onde o controle está localizado (institucional, intermediário ou operacional), o controle é um processo cíclico e interativo constituído de quatro fases (ibid.2000), sendo elas: a) Estabelecimento dos padrões de desempenho, sendo que os padrões representam o desempenho a ser alcançado, podendo ser tangíveis e intangíveis, vagos ou específicos, mas sempre relacionados com o resultado que se deseja alcançar; b) Avaliação do desempenho, que exige uma definição exata do que se quer, para que não haja erros e confusões; c) Comparação do desempenho com o padrão, que busca localizar erros ou desvios; d) Ação corretiva. A avaliação de desempenho, como vimos, é apenas uma etapa do Controle Estratégico da empresa, e esta presente em várias áreas, seja em controle de qualidade, controle de quantidade, controle do lucro, ou na gestão das pessoas. Aprofundaremos o estudo na questão da gestão de pessoas. “A avaliação do desempenho é uma apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa em função das atividades que ela desempenha, das metas e resultados a serem alcançados e do seu potencial de desenvolvimento. (...) é um processo que serve para julgar ou estimar o valor, a excelência e as qualidades de uma pessoa e, sobretudo, a sua contribuição para o negócio da organização.” (CHIAVENATO, 1999, p.189). Segundo Dessler (2003), a avaliação de desempenho consiste na avaliação da relação entre o desempenho atual e passado do funcionário com seus padrões de desempenho, presumindo que os padrões de desempenho foram estabelecidos e haverá um feedback buscando sanar as deficiências ou manter o bom desempenho. Ribeiro (2006) afirma que a avaliação de desempenho é o momento esperado pelo funcionário durante todo o ano, onde ele ficará a par de sua atuação na empresa, sendo destacados os pontos positivos e os pontos que precisam ser melhorados. 9 Mas por que se avaliar o desempenho? Chiavenato (1999) afirma que se deve avaliar o desempenho a fim de que as pessoas não caminhem cegas e a organização saber como as pessoas desempenham suas funcionalidades. Dessler (2003) afirma que os chefes avaliam o desempenho dos funcionários por três razões, ela traz informações importantes para decisões a respeito de promoções e aumento de salário, ela permite que as deficiências possam ser corrigidas ou os pontos fortes reforçados, e oferecem a possibilidade de revisar planos de carreira. O hábito de avaliar o desempenho proporciona o que todo funcionário precisa, saber como vai seu desempenho, podendo assim melhorar, ou não piorar, e pode também servir de motivação para o mesmo atuar com presteza e zelo pela organização. Assim como é importante também para os gerentes ou superiores que poderão ter uma noção exata do desempenho dos funcionários, possibilitando decisões mais centradas. Para Ribeiro (2006), ao receber informações sobre sua atuação, o funcionário pode efetuar as correções em seu desempenho, e consequentemente, crescer no ambiente da organização. Muitos estudiosos afirmam que, embora a avaliação pelo supervisor imediato seja o centro da maioria dos processos de avaliação, não são muito aconselháveis, quando usadas exclusivamente, podendo ser opções para a avaliação a chamada Avaliação entre colegas, onde os colegas avaliam o funcionário; Comitês de Avaliação, composto pelo supervisor imediato e mais outros supervisores; a Auto-avaliação, onde o próprio funcionário se avalia; Avaliação pelos funcionários, onde os funcionários irão avaliar o desempenho do supervisor no chamado feedback ascendente; e ainda a Avaliação de desempenho 360 graus, onde as informações são coletadas de todas as pessoas ao redor do funcionário (ibid.2003). 3.2 Métodos de Avaliação de Desempenho Dessler (2003) elenca alguns modelos básicos de avaliação do desempenho, que geralmente são utilizados individualmente ou em conjunto: a) Método de escala gráfica: são listados alguns aspectos e suas respectivas escalas de desempenho. O supervisor então avalia cada funcionário de acordo com estes aspectos; b) Método de classificação alternada: classifica os funcionários segundo um ou mais aspectos, do melhor até o pior, até que todos os funcionários sejam colocados; 10 c) Método de comparação entre pares: todos os funcionários são comparados com cada um dos demais em cada aspecto; d) Método de distribuição forçada: percentuais pré-determinados classificam os funcionários em categorias de desempenho. Ex: 15% alto desempenho, 20% desempenho médio/alto, 30% desempenho médio, 20% desempenho médio baixo, 15% baixo desempenho; e) Método de incidentes críticos: geralmente é utilizado para suplementar um método de classificação. É feito um registro de exemplos bons e indesejáveis de comportamento de funcionários e revisa-se esse registro com os funcionários em períodos determinados; f) Método de administração por objetivos: requer que o supervisor estabeleça metas mensuráveis para cada funcionário e discuta o progresso do mesmo em relação a estas metas. É bastante completo, uma vez que é um programa que estabelece metas e avaliações e abrange toda a empresa. É composto de seis etapas: • Estabelecer as metas da organização: planejamento organizacional para o próximo ano, estabelecendo metas; • Estabelecer as metas departamentais: gerentes e supervisores estabelecem metas para os departamentos; • Discutir metas departamentais: as metas estabelecidas são discutidas com os funcionários dos departamentos, sendo solicitado que cada um deles desenvolva suas metas individuais, visando cumprir as metas departamentais; • Definir resultados esperados: são definidos os objetivos de desempenho de curto prazo; • Conduzir revisão de desempenho e medir os resultados: os gerentes comparam o desempenho real de cada funcionário com o desempenho esperado; • Dar feedback: os gerentes fazem reuniões periódicas para discutir com os funcionários os seus desempenhos, e avaliar os progressos em relação ao desempenho esperado. Diante da importância assumida pela eficiente gestão de pessoas nas organizações, privadas e públicas, muitos estudiosos passaram a buscar medidas e modelos ideais para executar avaliação de desempenho de forma eficiente e com resultados positivos. Porém, mesmo com o crescimento notável da área, o que se percebe é que houve um 11 desenvolvimento desestruturado desta área de estudo, não se chegando a nenhum respaldo científico desenvolvido e expandido suficientemente para dar validação universal aos indicadores que vem surgindo. (NEELY, 1999 apud CUNHA, 2011, p.11). 4 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MUNICIPAL Ainda na atualidade, diante de tantos avanços na área da Gestão de Pessoas e também na área da Administração pública, são poucas as bibliografias que tratam da Avaliação de Desempenho no setor público, o que torna limitado o estudo acerca dessa nova perspectiva de crescimento da eficiência no serviço público. Segundo Lotta (2002), a redefinição das estruturas da Administração Pública vem fazendo com que a velha estrutura burocrática não encontre mais lugar, uma vez que a qualidade nos serviços públicos vem sendo cada vez mais exigidos, e “nesse contexto, a área de Recursos Humanos tem papel fundamental”, pois vem sendo responsável pela reelaboração da política de conscientização dos funcionários, que necessitam de assumir uma nova postura frente à administração pública atual. “Espera-se, assim, do funcionário da área pública, um direcionamento para as ações, marcado pelo propósito de realizar. Além disso, espera-se que, ao invés de apenas obedecer, o funcionário assuma responsabilidades, e deixe de ser um sujeito passivo dentro da organização(...). Levando-se em consideração a estabilidade do servidor público vigente na maioria dos países, temos que a gerência de Recursos Humanos deve voltar-se a ações capazes de readequar os funcionários às novas exigências. Assim, direcionam-se as burocráticas funções de pagamento, registro, pensão e aposentadoria para funções de treinamento e desenvolvimento do corpo funcional.” (ibid., 2002) Grillo(1981) afirma que é muito difícil implantar um programa de recursos humanos em uma organização pública se não se conhecer o comportamento dos funcionários, e é nesta etapa que entra a Avaliação de Desempenho, que poderá fornecer estas informações a respeito do comportamento dos servidores, assumindo papel de mecanismo essencial para transformações no âmbito funcional das organizações públicas, podendo ser usada para averiguar deficiências e proporcionar políticas de desenvolvimento profissional. Porém, o resultado esperado pela Avaliação de Desempenho aplicada ao setor público nem sempre é o melhor, muitas vezes ocorrem falhas que podem atravancar o processo, transformando o que seria a solução para a almejada eficiência no serviço público em um fator que piora a qualidade destes serviços, como por exemplo, a falta do feedback após a 12 realização das avaliações, que faz com que o funcionário passe a não acreditar na importância de ser avaliado; a falta de um estudo aprofundado a fim de buscar a melhor técnica de avaliação para determinada instituição, o que faz com que os resultados da avaliação não tragam as informações pretendidas, entre outros. Alguns estudiosos vem se aprofundando neste tema, buscando desenvolver métodos que possam ser aplicados e obter os resultados esperados a fim de se conquistar a tão aspirada eficiência na gestão público e na prestação dos serviços públicos. Andriollo et al (2001) realizou estudos nesta área e apresentou um modelo de avaliação do desempenho, baseado em algumas características que, segundo ele, são fatores dos quais resultam o desempenho, entre elas centralização/descentralização do poder, objetivos de eficiência político-administrativa, objetivos políticos-patrimonialistas, qualificação, e identificação com a atividade. Com a interação destas características, foi elaborado um modelo que passou a ser sugerido pelo autor, conforme demonstrado na Figura 4.1, existem quatro situações de desempenho: a) Situação 1 - Alto Desempenho: grupos estratégico, tático e operacional convergem para a realização dos objetivos operacionais, com alto grau de colaboração; b) Situação 2 – Médio Desempenho: Tensão entre os objetivos políticos-patrimoniais do grupo estratégico e os objetivos político-administrativos dos grupos táticos e operacionais. Autonomia influenciada pela centralização do poder; c) Situação 3 – Médio Desempenho: O nível estratégico busca a participação dos grupos tático e operacional, mas o desempenho é prejudicado pela desqualificação do corpo técnico e de seu baixo grau de envolvimento com a atividade; d) Situação 4 – Baixo Desempenho: A centralização do poder e objetivos políticospatrimonialistas alienam os técnicos, cuja produtividade já está prejudicada pela desqualificação e falta de entrosamento com a atividade. Embora o modelo desenvolvido por Andriollo et al possa ser de muita utilidade para o desenvolvimento da prática da aplicação de medidores do desempenho no serviço público, Fevorini (2010) afirma que o modelo é bastante falho, uma vez que não incluíram nos estudos detalhes como critérios para escolha das categorias analisadas, quais indicadores poderiam ser utilizados para medir o grau de centralização/descentralização do poder, os objetivos, a qualificação e a identificação do funcionário com as atividades, sem contar ainda que o modelo não foi validado empiricamente. 13 Figura 4.1 – Modelo de Desempenho das Organizações Públicas Municipais (Fonte: Andriollo et al, 2001, p.11). De maneira geral prevalece, então, a carência de estudos acerca da avaliação do desempenho especificamente aplicada ao setor público, porém, alguns municípios já vem desenvolvendo esta prática, que ainda não é unânime, mas vem engatinhando em busca de resultados que possam enriquecer a gestão pública. 5 METODOLOGIA O estudo para elaboração do presente trabalho foi desenvolvido com base em revisões bibliográficas realizadas em livros de administração de empresas e direito administrativo, além de pesquisas em diversos artigos extraídos de bancos de teses e dissertações da literatura baseada em gestão de pessoas. Em um primeiro momento realizou-se leituras para uma delimitação concisa do tema e levantamento do problema, após esta fase fez-se o fichamento dos dados, buscando definir os objetivos, geral e específicos, para então dar corpo ao artigo. Após leitura de todo o material extraído de sítios da internet, e de bibliotecas, foi realizada uma busca por modelos de avaliação de desempenho aplicadas ao setor público, visando encontrar o melhor método na promoção da melhoria na eficiência da gestão do serviço público. 14 Embora a literatura para estudo de gestão de pessoas na área pública, principalmente em relação à avaliação de desempenho, seja escassa e dispersa, foi possível encontrar artigos que demonstram como vem sendo a aplicação da avaliação de desempenho em dois municípios: a grande São Paulo(SP) e o município de Igrejinha (RS). São municípios estatisticamente diferentes, levando-se em consideração o número de habitantes – São Paulo possui mais de 11 milhões de habitantes, e Igrejinha possui aproximadamente 32 mil3, mas que, em primeira análise e não se levando em consideração a eficiência dos modelos utilizados, está avançada no quesito desenvolvimento da gestão de pessoas no serviço público, o que faz delas pioneiras, como tantas outras, na busca pela eficiência nos serviços públicos. Após estudo minucioso dos modelos utilizados nos dois municípios, foi realizada uma análise comparativa entre os dois modelos, levando-se em consideração as diferenças culturais e estatísticas entre eles. 6 ANÁLISE DOS DADOS O estudo para análise dos dados foi realizado com base nos artigos de Cardoso (2010) que aponta algumas características utilizadas no município de Igrejinha, no Rio Grande do Sul e Gabbi; Suzuki (s.d) sobre o Município de São Paulo (SP). Ambas possuem legislação municipal especifica para a aplicação da avaliação de desempenho. Igrejinha instituiu a avaliação em 2007, três anos após a implantação nem São Paulo. O município de Igrejinha utiliza o método de Escala gráfica, onde os critérios objetivos e subjetivos foram definidos em lei: Critérios Objetivos – assiduidade e pontualidade, Critérios Subjetivos – produtividade x administração do tempo, zelo, iniciativa e interesse, entre outros. Embora o método utilizado pelo município seja o de Escala Gráfica, nota-se uma visão muito mais abrangente por parte da comissão, com expectativas, pretensões e percepção de necessidades combinadas, características presentes nos métodos de Administração por Objetivos (mais preocupado em avaliar o trabalho do que as pessoas, grande preocupação com o alcance dos objetivos da empresa) e Avaliação 360 graus (combina múltiplas fontes de informação, propiciando uma visão global em relação ao desempenho dos serviços e dos servidores). 3 Fonte: <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1 > 15 A avaliação é realizada anualmente pela chefia de cada setor, juntamente com a comissão, por meio de dados semestrais. Os servidores avaliados positivamente (mínimo de 60%) farão jus à promoção por antiguidade a cada dois anos. Os servidores que obtiverem resultados insatisfatórios serão submetidos a processo administrativo e incorporados a programas de recapacitação, e após esse período volta a ser avaliado novamente, podendo receber a promoção por bom desempenho. Servidores efetivos ocupantes de cargos de direção ou chefia, caso não atinjam 80 pontos ou mais na avaliação, poderão ser dispensados dos cargos, retornando ao cargo original. A avaliação dos ocupantes de Cargos de Confiança terá apenas o objetivo de medir o grau de eficiência dos mesmos no desenvolvimento das suas funções. Servidores em estágio probatório serão avaliados por procedimentos especiais, que englobam assiduidade, pontualidade, produtividade, administração do tempo, interesse, entre outros. Embora não tenha sido realizado ainda nenhum levantamento acerca das expectativas com a avaliação, a entrevista realizada por Gabbi mostra que os servidores estão bastante confiantes quanto ao beneficio trazido. Um fato que não pode passar despercebido é que a comissão responsável é extremamente burocrática, apenas avalia os resultados, e só intermedia quando um dos envolvidos – avaliador e avaliado, não concordam com a pontuação, há divergência ou interposição de recursos. No município de São Paulo, como não poderia deixar de ser, o sistema de avaliação de desempenho é um tanto quanto mais complexo, o que não necessariamente é um ponto positivo, como veremos adiante. Todos os servidores efetivos, admitidos e ocupantes de cargos em comissão estão sujeitos à avaliação de desempenho, exceto os secretários municipais e adjuntos, superintendentes, subprefeitos, chefe de gabinete e contratados por tempo determinado. A avaliação é realizada em duas etapas: individual e institucional. A etapa individual é subdividida em outras duas, de acordo com a colocação do servidor, se o mesmo for responsável por uma equipe de trabalho é de nível gerencial, se o servidor for somente integrante de uma equipe é de nível funcional. No nível funcional, a avaliação subdivide-se numa auto-avaliação e a avaliação da chefia imediata, no nível gerencial além das avaliações comuns com o nível funcional, o gestor também é avaliado pela própria equipe, atribuindo-se a cada uma das três avaliações – auto-avaliação, avaliação da chefia imediata, avaliação da equipe – pesos iguais. A etapa institucional avalia o cumprimento das metas, a equipe do desempenho coletivo e avaliação dos usuários. 16 Várias metas e planos de trabalho vêm sendo desenvolvidos para enriquecer a avaliação de desempenho dos servidores e dos serviços públicos. Porém a forma como é realizada a avaliação destas metas acaba prejudicando o resultado final, pois é considerada a média aritmética entre os resultados, assim quem obteve bom desempenho em meta menos importante e mau desempenho em meta mais relevante pode ter sua nota camuflada. Para os servidores com bom resultado na avaliação de desempenho, há progressão por antiguidade e obtenção de títulos, além de outras gratificações instituídas com base no desempenho e de acordo com a área de atuação ou carreira do servidor. Nota-se que a avaliação de desempenho no município vem correndo risco de se tornar um processo meramente formal, e “inchado” resultando em perda da noção do real objetivo da avaliação de desempenho e da qualidade dos seus resultados. Está acontecendo um crescimento muito rápido de peças legislativas abordando o tema e instituindo instrumentos determinantes de metas, mas as ações não estão crescendo no mesmo ritmo. 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o surgimento da administração pública gerencial, e sua evolução ao longo dos tempos, tem se tornado imprescindível que os serviços públicos prestados passem por uma inovação e apresentem aumento na sua eficiência, visando atender aos princípios fundamentais da administração pública, e se desapeguem da burocratização existente no princípio. A avaliação de desempenho, já presente como peça fundamental na iniciativa privada, mas ainda tão pouco desenvolvida no setor público municipal, vem se mostrando uma ótima alternativa para a melhoria da eficiência na gestão do serviço público, mas será que ela realmente pode ser a ferramenta ideal para tais propósitos? Se for bem aplicada, e existir um estudo prévio da situação atual da administração visando determinar qual a melhor forma de se aplicar a avaliação e os resultados obtidos, essa ferramenta pode sim ser uma valiosa arma para esse ideal de melhoria. Na maioria dos municípios, os funcionários sentem-se desmotivados, e sem grandes perspectivas de crescimento profissional, e uma aplicação consciente e bem estruturada da avaliação pode trazer para eles o prazer de se empenhar nas suas atividades, visando reconhecimento e valorização pessoal, ou até mesmo uma oportunidade de poder saber quais são suas falhas e saná-las. 17 Analisando os modelos utilizados nos municípios de Igrejinha, no Rio Grande do Sul, e na grande São Paulo, pode-se constatar que ambos são inovadores uma vez que estão implantando essa prática, visando um enriquecimento da gestão, e embora apresentem algumas falhas, o que é natural quando se inicia novos projetos, vem evoluindo no proposto de criar um método que aumente a qualidade dos serviços públicos. A diferença entre as realidades dos dois municípios não se mostrou um empecilho durante a análise, ao contrário, pode permitir visualizar mais facilmente as vantagens e desvantagens da aplicação da avaliação de desempenho em cada uma delas. O que mais chama a atenção é o fato de que os avaliadores analisam apenas resultados, e não se preocupam com o ser humano que se encontra por trás dos resultados, e isso pode ser muito prejudicial ao objetivo central da avaliação, pois os funcionários precisam do feedback para saber como estão e o que precisa ser melhorado, sem isso, eles continuaram do mesmo jeito, sem grandes evoluções. Essa prática, demasiada burocrática, pode vir a prejudicar a ferramenta no intuito de melhorar a eficiência, pois pode se tornar apenas um processo formal, e corriqueiro. Partindo ainda do feedback, é imprescindível que, após se chegar aos resultados, e apresentá-los aos funcionários, sejam tomadas as providencias para bonificar ou corrigir as falhas dos avaliados. Os bens colocados na avaliação devem ser incentivados a continuar ocupando essas posições, e os que obtiveram menores pontuações precisam de mecanismos que favoreça sua melhora nas próximas avaliações. Ambos os municípios, embora apresentem alguns benefícios para os melhores colocados, ainda se mostram bastante carentes nesse aspecto. Uma característica que é muito importante se destacar é a aplicação da avaliação também para os ocupantes de cargos de confiança, presente no município de Igrejinha. É uma iniciativa que pode aumentar significativamente a qualidade dos serviços prestados, pois a partir dos resultados, será possível que os ocupantes de tais cargos possam passar por reciclagem e com isso obter maior cumprimento das metas. No município de São Paulo, onde seria importante uma avaliação dos cargos de alto nível, uma vez que eles detêm grande parte do poder e da responsabilidade de administrar uma grande metrópole, isso não ocorre, ficando os mesmos isentos da avaliação. Embora ainda sejam discretos os resultados obtidos pelos modelos que vem sendo desenvolvidos nos municípios analisados, nota-se que os servidores já apresentam sinais de satisfação profissional apenas com a idéia de que haverá uma melhora na qualidade do tratamento que vem recebendo. 18 Sendo assim, chega-se a conclusão de que, apesar de os modelos apresentarem ainda falhas que atrasam na evolução do desenvolvimento de métodos eficientes, a avaliação de desempenho é sim uma importante ferramenta para a melhoria da eficiente gestão do serviço público, precisando apenas ser moldada a realidade de cada município, e não deixar de lado o ser humano existente atrás de todo servidor público. Importante ressaltar ainda que é bastante escasso o material acerca desse tema voltado ao setor público, alguns estudiosos desenvolveram modelos, mas ainda não se tem nada de concreto nesse campo, o que possibilita que novas pesquisas venham surgindo, e enriquecendo cada vez mais o tema. A análise realizada aqui é meramente acadêmica, podendo ser realizada mais a fundo, a fim de se desenvolver novas técnicas e métodos apropriados a cada realidade, seja ela municipal, estadual ou federal. REFERÊNCIAS ANDRIOLO, L. J.; VIEIRA, M.M.F.; MEDEIROS, J.J. Um modelo para a análise de desempenho de organizações da administração pública municipal. Organizações & Sociedade. V.8. n.20. 2001. Disponível em http://www.revistaoes.ufba.br/viewarticle.php?id=53 acesso em 11/06/2012 às 22h e 12min. CARDOSO, R. Avaliação de desempenho na administração pública: perspectivas para o município de Igrejinha. TCC apresentado a Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2010. CARNEIRO DA CUNHA, J. A. Avaliação de Desempenho e eficiência em organizações de saúde: um estudo em hospitais filantrópicos. Tese (Doutorado) apresentada a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade II da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2011. CHIAVENATO, I. Administração – Teoria, Processo e Prática. 3.ed. São Paulo: Makron Books, 2000. ______________________. Gestão de Pessoas: O novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm acesso 04/06/2012 às 22h e 37min. em em DESSLER, G. Administração de Recursos Humanos. 2.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003. DI PIETRO, M. S. Z. Direito administrativo. 19.ed. 2.reimpr. São Paulo: Atlas, 2006. 19 FEVORINI, F. B. A Avaliação de Desempenho Organizacional na Administração Pública. Dissertação (Mestrado) apresentada a Faculdade de Economia, Contabilidade e Administração da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2010. GABBI, L. V. B.; SUZUKI, J. A.N. Desafios da Avaliação de Desempenho no Setor Público: o caso da Prefeitura Municipal de São Paulo. II Congresso Consad de Administração Pública. Disponível em http://www.seplag.rs.gov.br/upload/Painel_13_Juliana_e_Ligia_formatado.pdf acesso em 04/06/2012, às 23h e 12min. GRILLO, A.N. Avaliação de Desempenho: Experiência Brasileira na Administração Pública. In: Revista de Administração- USP. vol. 17, n. 1, p. 24-35, 1982. LOTTA, G. S. Avaliação de Desempenho na área pública: perspectivas e propostas frente a dois casos práticos. RAE-eletrônica. Volume 1. Número 2. Jul/Dez. 2002. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/raeel/v1n2/v1n2a12.pdf, acesso em 09/05/2012, às 13h e 38min. MARTINS, L. Reforma da Administração Pública e cultura política no Brasil: uma visão geral. In: Brasil (Ministério do Planejamento) Escola Nacional de Administração Pública. MEIRELES, H. L. Direito Administrativo Brasileiro. 18.ed. São Paulo: RT, 1993. PEREIRA, L.C.B. Da Administração Pública burocrática à gerencial. Revista do Serviço Público, Brasília, ano 47, v.1. Jan-Abr, 1996. _______________. Reforma da gestão e avanço social em uma economia semi-estagnada. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, ano 38, v.4. Jul-Ago, 2004. _______________. Os primeiros passos da reforma gerencial do Estado de 1995. Democracia, Crise e Reforma: Estudos sobre a era Fernando Henrique Cardoso, p.171-212, São Paulo: Paz e Terra, 2010. Disponível em http://www.bresserpereira.org.br/Papers/2010/Os_primeiros_passos_reformar_gerencial_esta do_1995.pdf , acesso em 31/05/2012, às 1h e 39min. RIBEIRO, A. L. Gestão de Pessoas. São Paulo: Saraiva, 2006. IBGE Cidades, disponível em <http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1> , acesso em 12/06/2012 às 00h e 18min.