Influência da Geometria da Ponta do Penetrômetro Dinâmico Leve -DPL na Resistência à Penetração e no Atrito Mobilizado. Nélio José Bastos FEB-UNESP, Bauru, Brasil, [email protected] George de Paula Bernardes FEG-UNESP, Guaratinguetá, Brasil, [email protected] Dalmir Augusto Paiva dos Santos Pereira FEG-UNESP, Guaratinguetá, Brasil, [email protected] RESUMO: O penetrômetro dinâmico leve (Dynamic Probe Light-DPL) é um método de investigação geotécnica ainda em fase de implementação e estudo no Brasil. O ensaio consiste em medir o número de golpes para cravar uma ponteira com ângulo de ápice de 90º através da aplicação uma energia potencial de 50 J. Os registros são realizados para cada 10 cm de penetração conhecidos por (N10). Para cada metro de profundidade é realizada, também, a medida do torque da ponteira. Esse trabalho investigou a influência de ponteiras com ângulos diferentes nos valores de N10 e apresenta uma equação para calcular o atrito mobilizado em função do torque, considerando separadamente a parcela referente ao cilindro e ao cone. Os resultados indicaram pouca variação de N10 com a diminuição do ângulo da ponteira. Por outro lado, ocorreu um pequeno aumento no valor do troque em função do aumento da área lateral do cone e os valores de atrito mobilizado calculados foram semelhantes.. PALAVRAS-CHAVE: resistência à penetração, torque, atrito, ponteiras. 1 INTRODUÇÃO As propriedades geomecânicas do solo são dados imprescindíveis na elaboração e execução de um projeto de engenharia geotécnica. Para isso, diversos métodos são comumente utilizados na prática tais como: o ensaio à percussão (SPT), ensaio de cone (CPT), ensaio Pressiômetro (PMT) e ensaio Dilatômetro (DMT), entre outros. Cada tipo de equipamento vai apresentar vantagens e desvantagens em função da geologia, das condições de acesso e área de montagem e trabalho. O Penetrômetro Dinâmico Leve – DPL (Nilsson, 2001), é um equipamento leve e simples o qual apresenta grande mobilidade, permitindo realizar ensaios em regiões de difícil acesso, como relevo acidentado, florestas e áreas inundadas. Esse equipamento é pouco difundido no Brasil e a interpretação dos seus resultados ainda encontra-se em fase preliminar de estudo. O DPL apresenta um ângulo de ápice de 90° o qual é diferente dos equipamentos comumente utilizados na Suécia os quais utilizam ponteiras com ângulo de 60°. Esse trabalho procurou investigar qual a influência dos diferentes ângulos de ápice das ponteiras do DPL na resistência à penetração e no valor de torque através de ensaios executados no laboratório e no campo. Foram utilizadas ponteiras com ângulos de ápice de 30º, 60º, 90° e, 180º. 2 O PENETRÔMETRO LEVE – DPL DINÂMICO Segundo Hashmat (2000), as sondagens dinâmicas surgiram na Europa no período entre as duas Guerras Mundiais e, após 1945, foram difundidas dentro e fora da Europa. Os ensaios e os equipamentos utilizados são padronizados pela norma alemã DIN 4094-3, pelo ISSMFE (1989) e mais recentemente pela European Standard EN ISO 22476-2:2005. Os ensaios e equipamentos são classificados de acordo com a massa do martelo utilizado, sendo o DPL o mais leve deles. No Brasil estas sondagens não são difundidas, principalmente frente ao SPT e ao CPT, carecem de padronização pela ABNT e de estudos que considerem nossos solos. O DPL Nilsson® (Dynamic Probe Light) é um equipamento leve, e portátil que foi introduzido no Brasil em 2001. Esse equipamento atende em parte as normas da ISSMFE (1989), da European Standard EN 22476-2:2005 e da DIN 4094-3, devido à versão introduzida no Brasil apresentar algumas modificações. As principais modificações frente ao equipamento europeu, segundo Nilsson (2001), visaram tornar o equipamento portátil, com peso reduzido, de modo a caber em duas caixas transportadoras, que por sua vez podem ser acondicionadas no porta-malas de um carro. Cada caixa pode ser transportada por duas pessoas facilitando sua mobilidade. Uma importante inovação consiste na medida do atrito lateral da ponteira através do uso de um torquímetro semelhante ao utilizado no SPT-T. O equipamento é capaz de determinar “insitu” a resistência do solo à penetração de uma ponteira metálica com ângulo de ápice de 90° e área projetada de 10cm2, através do impacto de um martelo de 10kg caindo de uma altura de 50cm. Este conjunto é cravado no solo através de sucessivas quedas do martelo sobre o batente, fornecendo uma energia potencial de cravação de 50J por golpe. Define-se por N10 o número de golpes necessários à cravação da ponteira em 10cm no solo, utilizando-se como referência as marcas presentes nas hastes. Como diferencial em relação ao equipamento europeu, a operação do DPL Nilsson® prevê uma medida de torque máximo (MMAX) e outra de torque residual (MRES) a cada metro de penetração da ponteira, medidos antes de se acoplar uma nova haste ao sistema. 3 MATERIAIS E MÉTODO Os ensaios visando avaliar a influência da geometria da ponta do equipamento DPL Nilsson®, tiveram uma parte executada no laboratório e uma parte executada no campo. As quatro ponteiras fabricadas, com os ângulos de ápice de 180° (a), 90° (b), 60° (c) e 30° (d) são apresentadas na Figura 1. Na Tabela 1 são fornecidas as características das ponteiras sendo que, as quatro ponteiras apresentam a mesma área lateral de 40,83cm2 e área projetada de 10cm2, igual ao do cone do CPT. Devido ao ângulo de ápice, as áreas da superfície do cone são diferentes. Figura 1. Ponteiras do DPL utilizadas nos ensaios. Tabela 1. Características das ponteiras. Massa Volume Área do (g) (cm3) Cone (cm2) 30o 628,9 60 o 90 o 180 o Área Lateral (cm2) 22,4 38,00 40,83 545,0 10,1 17,64 40,83 555,0 6,0 10,18 40,83 522,6 0,0 0,00 40,83 3.1 Ensaios de penetração “quasi” estática no laboratório Os ensaios de penetração “quasi” estáticos foram realizados utilizando uma prensa Triaxial T400 da ETI de 50kN de capacidade de carga e anel de carga de 3kN. O solo foi preparado, segundo a NBR 6457/1986, e depositado no interior de um cilindro de PVC com diâmetro interno de 24,5cm e altura de 25,14cm. A montagem da amostra de solo foi feita lançando o solo, seco ao ar, em sete camadas de 3cm de espessura, cada uma delas com massa de 2235g e compactada através de quedas sucessivas de um soquete de madeira com massa de 140g, caindo de uma altura de 1cm, até completar uma altura de 21cm de solo no interior do cilindro. Procurou-se garantir que o solo compactado tivesse o peso específico médio de 14kN/m3. Na Tabela 2 podemos observar os dados relativos ao solo utilizado. DPL foram realizados na crista de um talude localizado na Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá (UNESP). Existe um muro há aproximadamente 5m de distância da beira da crista, Figura 3 (A). Tabela 2. Caracterização do solo utilizado em laboratório. Areia Silte Argila γ e η s (%) (%) (%) (kN/m3) (%) (%) Solo 45 24 33 14 1,08 50 4 As ponteiras foram fixadas a uma haste metálica e posicionadas na superfície do solo. Nesse instante, foram medidas as penetrações iniciais devidas ao peso próprio das mesmas. Em seguida, este arranjo foi fixado ao anel de carga da prensa, Figura 2, e o ensaio iniciava com uma velocidade de penetração de 2,5mm/min. Durante o ensaio eram registrados o deslocamento vertical e a reação no anel de carga. Quando a penetração da ponteira atingia o valor igual ao segmento de haste, o ensaio era interrompido e um novo segmento de haste era adicionado dando continuidade ao ensaio. Figura 2. Arranjo experimental. Foram realizados dois ensaios com as ponteiras com ângulos de 90º e 180º e três ensaios com as ponteiras de 30º e 60º para confirmação da repetibilidade dos resultados. 3.2 Ensaios de penetração dinâmica no campo Os ensaios de penetração dinâmica utilizando o Figura 3. Local de ensaio e disposição das sondagens. Foi realizado um furo a trado até a cota de 1,8m de profundidade visando à determinação da umidade a cada 20cm de profundidade. Foi constatado que até a cota de 80cm de profundidade havia a presença de raízes e pedregulhos isolados. Abaixo da cota de 1,2m o solo apresentava-se como um colúvio maduro de coloração amarelada, apresentando 55% de finos, limite de liquidez de 60%, limite de plasticidade de 30%, classificado pelo Sistema Único de Classificação de Solos como CH(SP). A umidade na camada superficial era de 15,7%, e após a cota de 1,4m de profundidade era sempre em torno de 20,0%. Cabe notar que estes ensaios foram realizados no final de janeiro de 2014, após mais de 20 dias de ausência de chuvas. Os ensaios foram realizados em linhas paralelas ao muro, com os furos distanciados de 1,5m entre si, e estes foram limitados a 3,0 metros de profundidade. O esquema da localização dos ensaios pode ser visto na Figura 3 (B). Um pré-furo foi executado com um trado de 5,0cm de diâmetro até uma profundidade suficiente para o posicionamento da ponteira já conectada à primeira haste. Isso permitia a fixação da plataforma circular metálica na superfície do terreno a qual foi utilizada como referencial para a contagem do número de golpes necessários para a penetração de 10,0cm da ponteira no solo (N10) e leitura da penetração em certos golpes utilizando uma mira lazer com precisão de 1mm. A penetração era determinada pela diferença de altura entre o referencial e a cabeça de bater antes (Li) e depois (Lf) do golpe. Os acessórios do equipamento (Figura 4) são compostos pelas ponteiras, hastes, cabeça de bater, coxim (borracha com 3mm de espessura), haste guia e do martelo (10kg). Um nível de bolha foi utilizado para garantir a verticalidade do sistema. Para garantir uma altura de queda constante, com uma energia potencial inicial de 50J por golpe, foi empregada uma braçadeira metálica fixada firmemente na marca de 50cm da parte superior da haste guia. 7,0kgf.m e resolução de 0,2kgf.m, em conformidade com a NBR 6789:2009. Em seguida, o sistema era remontado e uma nova sequência de duas penetrações com 10cm era executada, repetindo assim o ciclo anterior. Sempre que necessário, uma nova haste era acoplada ao sistema. Os ensaios foram executados até 3m de profundidade. Em nenhuma sondagem foi constatada a presença de água, e na parte superior das ponteiras sempre era notada a presença de solo coluvial, amarelado, e ligeiramente úmido. 3.3 Interpretação do ensaio de torque e respectiva tensão de cisalhamento mobilizada Segundo Nilsson (2008), a tensão cisalhante ou tensão de atrito lateral f pode ser calculada pela Eq. (1), onde M é o torque máximo medido, A é a área lateral total da ponteira (área da parte cônica somada à área da parte cilíndrica) e é um braço de alavanca de aproximado de 16mm devido ao fato da ponteira ter uma parte cilíndrica e outra cônica. f Figura 4. Acessórios do equipamento. Os ensaios foram executados considerando duas sequências de valores de N10. Na primeira sequência, foi contado o número de golpes até a penetração de aproximadas de 10cm e registrado o valor de N10. Na segunda sequência, além do N10 foi medido também os deslocamentos (Li-Lf) dos três últimos golpes para completar os 10cm. Após as duas sequencias de N10 (penetração de 20cm), a parte superior formada pela cabeça de bater, martelo, coxim e haste-guia era desaparafusado do sistema, tomando o cuidado para que esta operação não rotacionasse a haste com a ponteira. Um torquímetro era acoplado à haste e realizado as medidas do torque máximo e do torque residual. O torquímetro utilizado foi da marca TorkFort, com capacidade nominal de M A (1) Porém, considerando as contribuições específicas da parte cilíndrica e da parte cônica da ponteira para o torque medido, este pode ser dado pela Eq. (2). M M cil M cone (2) onde M cil é a contribuição de torque devido à parte cilíndrica da ponteira e M cone é a contribuição de torque devido a parte cônica da ponteira. Segundo Schnaid e Odebrecht (2012), a parcela do torque mobilizado em uma superfície vertical cilíndirca, supondo uma distribuição uniforme de tensões é dada pela Eq.(3). M cil D h f D / 2 (3) onde D é o diâmetro do cilindro, h sua altura e, f a tensão cisalhante. Considerando que D h corresponde à área lateral do cilindro Acil e D / 2 corresponde ao raio do cilindro r0 , a Eq. (3) pode ser reescrita conforme a Eq. (4). M cil Acil f r0 (4) Santos Jr (2014) apresenta uma formulação para torque de embreagens cônicas, cujo desenvolvimento para a superfície cônica da ponteira resulta na Eq. (5). M cone 2 f Acone r0 3 sen (5) onde Acone é a área lateral da superfície cônica da ponteira e é a metade do ângulo de ápice do cone. Substituindo as Eq. (4) e Eq. (5) na Eq. (2) chegamos a Eq. (6), para a determinação da tensão cisalhante da ponteira, em função do torque medido. f 4 M 2 f Acone r0 Acil r0 3 sen (6) ANÁLISE DOS RESULTADOS 4.1 Ensaios de penetração “quasi” estática no laboratório A Figura 5 apresenta o gráfico dos resultados experimentais dos ensaios de penetração, realizados no laboratório, para as 4 ponteiras. Figura 5. Resistência versus penetração das ponteiras em ensaio “quasi” estático. As diferenças de deslocamentos no trecho inicial das curvas se devem à penetração ocorrida devido ao peso próprio das ponteiras ao serem colocadas na superfície da amostra. Os comportamentos das ponteiras com ângulos de ápice de 60º (B) e 90º (C) apresentam uma ligeira diferença na parte da penetração do cone, mas se sobrepõe no restante dos ensaios. A ponteira com ângulo de ápice de 30º (A) exigiu menor aumento de força para maior incremento de penetração da parte cônica, enquanto a ponteira de 180º (D) foi a que exigiu maior incremento de força para a penetração inicial. Este ganho de resistência pode ser associado à formação de uma cunha de solo compactado abaixo da ponteira (Figura 6). Observa-se que após a penetração das partes cônicas das ponteiras no solo, o incremento de força dá-se unicamente pelo atrito lateral da parte cilíndrica destas. Essa constatação é caracterizada pela taxa de incremento de carga ser semelhante para as quatro ponteiras, fato que pode ser notado pelo aparente paralelismo entre as curvas que ocorre a partir da aplicação de uma força de 400N. Após a realização dos ensaios, o solo ao redor das ponteiras era retirado cuidadosamente, e sempre foi verificada a formação de uma cunha de solo compactada (cunha ativa) em contato com a ponteira (Figura 6) independente do ângulo da ponteira. Observou-se que as cunhas formadas abaixo da ponteira de 180° eram um pouco maiores e mais densificadas, enquanto que as formadas abaixo da ponteira de 30° eram um pouco menores e mais friáveis. Figura 6. Princípio de formação de cunha abaixo criada abaixo da ponteira de 60º retirada do solo confinado. 4.2 Ensaios de penetração dinâmica no campo Considerando que as ponteiras têm um diâmetro de 3,6cm, podemos estabelecer a profundidade crítica de 72cm (Vésic, 1967; apud Poulos e Davis, 1980), abaixo da qual os efeitos de superfície não são mais sentidos além disso, até a cota aproximada de 80cm existiam raízes e pedregulhos isolados, que podem influenciar as medições e consequentemente dificultar a análise dos resultados. 4.2.1 Comportamento do N10 Conforme se observa na Figura 7, não há diferenças significativas com relação ao N10 para as diferentes ponteiras, principalmente abaixo da cota de 0,8m. uma cunha cônica de solo abaixo de sua base, o que explica que esta ponteira tenha basicamente a mesma resistência à penetração que as demais. Observa-se também que nas camadas mais superficiais do subsolo, o comportamento de N10 é basicamente o mesmo e a variabilidade encontrada pode ser explicada justamente pela heterogeneidade existente. 4.2.2 Comportamento do torque máximo O valor do torque máximo medido em função da profundidade é apresentado na Figura 8. Observa-se que o comportamento do torque das ponteiras se diferencia de acordo com o ângulo do ápice. Figura 8. Gráfico do torque máximo em função da profundidade corrigida da ponteira. Figura 7. Gráfico de N10 em função da profundidade aparente. As áreas projetadas das ponteiras são iguais, portanto é pertinente supor que a resistência de ponta será a mesma para todas. As áreas laterais das partes cilíndricas das ponteiras são iguais (Tabela 1), assim, pode-se supor que as ponteiras tenham também a mesma resistência lateral devido à parte cilíndrica. A ponteira de 180° apesar de não possuir um cone metálico real em sua parte inferior, forma Na maioria dos casos, os menores valores de torque são obtidos pela ponteira de 180°, e os maiores pela ponteira de 30°, enquanto as ponteiras de 60° e de 90° apresentam comportamentos similares. Considerando a área lateral total das ponteiras, dada pela soma da área da parte cônica com a área lateral da parte cilíndrica (Tabela 1) fica evidente que a ponteira de 180° possui menor área lateral e, portanto, ao ser rotacionada exigirá um torque menor, enquanto a ponteira de 30°, por ter maior área lateral, exigirá maior torque. 4.2.3 Comportamento do torque máximo A Figura 9 apresenta o gráfico das tensões cisalhantes obtidas para as quatro ponteiras analisadas segundo a Eq. (6). Figura 9. Gráfico da tensão cisalhante em função da profundidade corrigida da ponteira. Nota-se que para uma profundidade z maior que 80cm, verifica-se um valor médio representativo da tensão cisalhante entre o solo e a ponteira metálica de 36,5 kPa,. Novamente observa-se que para a maioria das profundidades, os valores obtidos para a tensão cisalhante das ponteiras de 30° são os maiores, enquanto os obtidos para a ponteira de 180°, são os menores. Já os valores de tensão cisalhante calculadss para as ponteiras de 60° e 90° são bem próximos. 5 CONCLUSÕES O presente trabalho avaliou a influência do ângulo de ponteiras do DPL na resistência a penetração, no número de golpes (N10) e no valor do torque. Nos ensaios realizados no laboratório, verificou-se uma maior penetração inicial devido ao peso próprio da ponteira de menor ângulo e foi observado um menor incremento de carga para penetrar o cone na amostra. Para maiores profundidades a relação carga deslocamento foi praticamente constante para as quatro ponteiras analisadas. Os valores encontrados para as ponteiras de 60° e de 90° foram muito próximos, Os ensaios executados no campo indicaram pouca variação no valor de N10 ao longo dos três primeiros metros de profundidade. Por outro lado o valor do torque medido aumenta com a diminuição do ângulo do cone devido ao aumento da área lateral. Porém, observou-se que para as ponteiras de 60° e de 90° a diferença não foi significativa. A utilização da Eq. (6), separando a parcela do cilindro e do cone, mostrou ser adequada uma vez que os valores de atrito mobilizado com a profundidade apresentaram resultados bem próximos. O equipamento encontra-se em fase de montagem da haste instrumentada, célula de carga e acelerômetros, visando medir a onda de compressão transmitida ao sistema. Isso permitirá o cálculo da real energia que chega a ponteira a qual vai realizar o trabalho de penetração (1/ N10). AGRADECIMENTOS Ao CNPq Pronex, Projeto Geotecnia Ambiental PUC-Rio pela aquisição do equipamento DPL. À CAPES pela bolsa de mestrado do 1° autor e ao CNPq pela bolsa PIBIC do terceiro autor. REFERÊNCIAS ABNT. (1986) NBR 6457: Amostras de solo preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização. Rio de Janeiro. 9 p.. ABNT. (2009) NBR 6789: Ferramentas de montagem de parafusos e porcas - Torquímetros manuais Requisitos e métodos de ensaio para verificação da conformidade do projeto, da conformidade da qualidade e procedimento de calibração e recalibração. Rio de Janeiro. 15 p. CEN (2005). European Committee for Standardisation. EN ISO 22476-2:2005 Geotechical investigation and testing. Field testing. Part 2. Dynamic probing. DIN 4094-3 (1964). Subsoil - Field investigations - Part 3: Dynamic probing. Berlin, Alemanha. 1964. 25p. Hashmat, A. (2000) Correlation of static Cone Penetration Test results and Dynamic Probing: Research Study for data of South Limburg, Netherlands. 82 p. Tese (Doutorado). International Institute For Aerospace Survey And Earth Sciences, Enschede, Holanda. ISSMFE (1989). International reference test procedures for dynamic probing (DP). Report of ISSMFE Technical Committee on Penetration Testing of Soils TC 16 with Reference Test Procedures. Swedish Geotechnical Society, 49p. Nilsson, T. U (2001). O penetrômetro portátil DPL Nilsson. Thomas Nilsson Engenharia LTDA. Disponivel em: <http://nilsson.com.br/Downloads/SEFEV.pdf>. Acesso em: nov. 2013. Nilsson, T. U. (2008) Parameter approach from DPL Nilsson test. Geotechnical and geophysical Site Characterization. London: Taylor & Francis Group. p. 1415-1418. Poulos, H. G.; Davis, E. H. (1980) Pile Foundation and Design. New York: John Wiley & Sons. 397 p. Santos Jr, A. A. Apostila Freios e Embreagens por Atrito. Faculdade de Engenharia Mecânica da UNICAMP. Disponivel em: <http://www.fem.unicamp.br/~lafer/em618/pdf/Freios %20e%20Embreagens.pdf>. Acesso em: abr. 2014. Schnaid, F.; Odebrecht, E. (2012) Ensaios de Campo e suas aplicações à Engenharia de Fundações. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos. 223 p.