História e ensino da tabela periódica através de jogo educativo
Caroline Gomes Romano
Universidade Sagrado Coração
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Ana Letícia Carvalho
Universidade Sagrado Coração
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Isabella Domingues Mattano
Universidade Sagrado Coração
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Beatriz Antoniassi
Universidade Sagrado Coração
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Comunicação Oral
Pesquisa em Andamento
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Resumo
Este relato de experiência buscou demonstrar o papel do jogo educativo no ensino
da tabela periódica na disciplina de química, analisando a aprendizagem e
perspectivas dos alunos frente à adequação do jogo perfil através da coleta de
relatos e de entrevista com os alunos/jogadores. Inicialmente foram apresentados os
fundamentos teóricos da tabela periódica, conforme os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN), em seguida fez-se o resgate da história dos elementos químicos
dando enfoque à contribuição das mulheres no desenvolvimento desta ciência. Após
essa breve explanação, foi feita a leitura das regras do jogo e utilização do mesmo
por alunos do 1º Ano do Ensino Médio de uma escola estadual da cidade de Bauru.
Verificou-se que o jogo é uma ferramenta lúdica que auxilia no aprendizado
significativo, desde que seja realizado um planejamento prévio e cuidadoso e
proporcione condições para a realização do trabalho com base teórica e
compreensão que suscita riquezas de possibilidades de descobertas para a
dinamização da disciplina de química.
Palavras-Chave: Ensino-aprendizagem, Tabela Periódica, Jogo didático.
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Introdução
O ensino de química praticado nas escolas não está possibilitando, ao aluno,
aprendizado suficiente à compreensão dos conteúdos em si, visto que, no caso da
Tabela Periódica, utiliza-se ainda o processo de memorização (Feltre, 2005).
Visando tornar o ensino desses conceitos mais claros e acessíveis, muitos
professores buscam utilizar diferentes ferramentas pedagógicas em sala de aula,
objetivando promover um aumento na qualidade do ensino, tornando a sala de aula
mais agradável e atraente para os alunos por meio de modelos, figuras, ilustrações,
jogos educacionais e experimentação investigativa (Ferreira et al., 2010) no ensino
de ciências.
O uso de jogos está descrito nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN),
pois desenvolve a capacidade afetiva e as relações interpessoais, permitindo ao
aluno colocar-se no ponto de vista do outro, refletindo, assim, sobre os seus próprios
pensamentos (Brasil, 1997). Os PCN+ Ensino Médio consideram importante a
diversificação dos recursos e materiais didáticos (Brasil, 2006). Desta forma, a
utilização de jogos em sala de aula, tem se mostrado muito adequada como meio de
motivação e melhora na relação ensino-aprendizagem no que diz respeito ao ensino
de química, auxiliando ainda no desenvolvimento da lógica, criatividade, entre outros
benefícios (Soares, 2008).
Uma grande variedade de jogos educacionais tem sido proposta no ensino da
química (Russell, 1999; Morris, 2011; Olivares et al., 2011), no entanto, não há
relatos de jogos envolvendo o estudo da história dos elementos químicos presentes
na tabela periódica nem tampouco sobre a contribuição das mulheres no
desenvolvimento desta ciência.
Diante do exposto, foi feita a adequação do jogo “Perfil” da GROW®,
objetivando desenvolver propriedades cognitivas importantes para os alunos de
forma dinâmica e didática, ou seja, o jogo irá auxiliar no ensino da tabela periódica e
na compreensão de características particulares de cada elemento, inserindo a sua
parte histórica e a participação da mulher, visando despertar o interesse dos alunos,
mostrando que a tabela e seus elementos não são apenas um conteúdo da química,
mas sim, uma ferramenta útil.
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Metodologia
Buscou-se através da utilização de um jogo didático, auxiliar no ensino da
tabela periódica e na compreensão de características particulares de cada elemento,
inserindo a sua parte histórica e a participação da mulher, visando trabalhar a
ludicidade, a cognição e a socialização dos alunos, mas sem esquecer de discutir
conceitos e conteúdo de formação curricular do aluno.
O jogo, baseado no “Perfil” da GROW®, aplicado em grupos, é composto por
uma tabela periódica simples, utilizada como tabuleiro; cartas para todos os
elementos químicos (Figura 1); 15 cartas indicando a cor representativa de cada
grupo; fichas de pontuação e uma tabela periódica completa para cada grupo.
Figura 1: Modelo de carta de curiosidades e dicas, exemplo do rádio.
O jogo foi desenvolvido no programa Corel Draw®; as cartas de cada
elemento contêm sua foto, símbolo, nome, características (história, curiosidades e
aplicações) e dicas para sua localização na tabela periódica. As fichas de pontuação
são divididas em 5, 10, 15 e 20 pontos. Dentre as cartas de curiosidades e dicas, há
quatro cartas “coringas” referentes à importância das mulheres para aquele
elemento químico, valendo 20 pontos. O grupo que localizar o elemento na tabela
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periódica na primeira dica receberá a ficha de 15 pontos e colocará a carta
correspondente à sua equipe no tabuleiro, sinalizando o acerto do elemento,
enquanto os que acertarem na segunda e terceira receberão 10 e 5 pontos,
respectivamente. Ao finalizar as 15 cartas, as equipes deverão somar seus pontos e
o grupo que obtiver maior pontuação vencerá o jogo. O jogo foi aplicado em salas do
1º ano do Ensino Médio de uma escola estadual em Bauru/SP, para um total de 150
alunos.
Resultados e Discussão
A contribuição pedagógica do jogo didático utilizado neste trabalho foi
analisada basicamente por meio de questionários de avaliação discente, nos quais
os alunos puderam expressar sus opiniões em relação à experiência com o jogo. A
Tabela 1 apresenta algumas dessas questões acompanhada da resposta dos
alunos.
Tabela 1: Algumas questões integrantes dos questionários de avaliação discente do
jogo tabela periódica aplicado na escola.
Questão
1- Considerando os conceitos
Resposta dos alunos
Reforçou o meu conhecimento sobre
sobre a tabela periódica, o
esses conceitos (55%)
jogo:
Somente com o uso do jogo eu pude
entender esses conceitos (38%)
O jogo não me ajudou no
entendimento desses conceitos (7%)
2- O jogo auxiliou na
Sim (76%)
compreensão do conceito
sobre os elementos da tabela e
Não (24%)
suas características?
3- Você gostaria que novos
conteúdos químicos fossem
Sim (92%)
Não (8%)
trabalhados por meio de jogos?
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Segundo relato dos alunos (Figura 2), houve maior facilidade da compreensão
do conteúdo diante da aplicação do jogo em relação a explicação apenas de forma
teórica.
Figura 2: Alunos do 1º Ano A, vencedores do jogo.
Muitos desconheciam, que historicamente, a Química apresenta personagens
emblemáticas que contribuíram significativamente para o seu desenvolvimento, e
com o jogo foi possível resgatar a memória histórica da química dando enfoque nas
contribuições femininas.
Verificou-se portanto, a necessidade da implementação de diferentes formas
de aprendizagem para atrair a atenção dos alunos, proporcionando um maior
interesse no conhecimento da tabela periódica, instigando sua curiosidade e
facilitando o processo de ensino. O trabalho em grupo favoreceu uma maior
integração entre os alunos, prevalecendo um clima de cooperação no sentido de
somar os conhecimentos e esforços, com o intuito de vencer o jogo, criando um
clima adequado para a investigação e a busca de soluções.
Considerações Finais
Através da aplicação do jogo, os alunos tiveram a oportunidade de se
aproximar mais da química, além de conhecer e entender a importância da história e
da participação das mulheres na construção da tabela periódica. Pôde-se observar o
interesse dos alunos diante da didática utilizada, tratando os conceitos químicos
relevantes de forma dinâmica, auxiliando no ensino-aprendizagem e integrando os
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conhecimentos dos alunos com a teoria. Com o jogo foi possível abordar à
importância do conhecimento da tabela periódica, motivando assim maior interesse
pela disciplina de química.
Agradecimentos
CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica.
Parâmetros curriculares nacionais, Brasília: MEC, SEMTEC, 1997.
_____. PCN+ Ensino Médio: orientações educacionais complementares aos
Parâmetros Curriculares Nacionais – Ciências da Natureza, Matemática e suas
Tecnologias. Brasília: MEC; SEMTEC, 2006.
FELTRE, R. Química Geral. v.1, 4. ed. São Paulo: Moderna, 2005.
FERREIRA, L. H.; HARTWIG, D. R.; OLIVIERA, R. C. Ensino experimental de
química: uma abordagem investigativa contextualizada. Química Nova na Escola,
v. 32, n. 2, p. 101- 106, 2010.
MORRIS, T. A. Go chemistry: a card game to help students learn chemical formulas.
Journal of Chemical Education, v. 88, p. 1397-1399, 2011.
OLIVARES, I.R.B.; COSTA, D.L.L.B.; QUEIROZ, S.L. Jogos de empresa: aplicação
na gestão da qualidade no ensino superior de química. Química Nova, v. 34, n. 1, p.
1811-1817, 2011.
RUSSELL, J.V. Using games to teach chemistry: an annotated bibliography. Journal
of Chemical Education, v. 76, p. 481-484, 1999.
SOARES, M. Jogos para o Ensino de Química: teoria, métodos e aplicações.
Espírito Santo: Ex Libris, 2008.
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