ANÁLISE DAS DIFICULDADES DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO MUNICÍPIO DE GUARAPUAVA-PR NA IMPLANTAÇÃO DE POLÍTICAS DE GESTÃO AMBIENTAL. RESUMO: A Gestão Ambiental (GA) é uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento das organizações do século XXI. Demandas por empresas, produtos e serviços ambientalmente sustentáveis, com foco em conjunto de políticas, programas e práticas administrativas e operacionais que levam em conta a saúde e a segurança das pessoas e a proteção do meio ambiente por meio da eliminação ou diminuição dos impactos ambientais decorrentes das atividades empresarias cresceu significativamente nos últimos dez anos. Infelizmente micro e pequenas empresas (MPE) confrontam-se com dificuldades limitantes para implantação de sistemas de GA em suas práticas administrativas: falta de capital disponível para tal investimento e de recursos humanos especializados; dificuldade na condução e apoio dos colaboradores e a justificativa de que MPE não produzem impactos significativos. Assim, pretende-se despertar a atenção das comunidades acadêmicas e empresariais sobre as dificuldades encontradas pelas MPE do município de Guarapuava-Pr, quanto à “Implantação de políticas de gestão ambiental”. Para tanto foi aplicado um questionário a 23 MPE entre os dias de 18 de novembro de 2009 a 15 de dezembro de 2009, buscando identificar se as mesmas fazem a utilização de políticas de GA e quais as principais dificuldades para a implantação destas. Através das análises foi possível inferir que o que falta às MPE é a abordagem criativa e a falta de busca e interesse por informações sobre a GA, ou seja, uma inovação empresarial para aplicar soluções sustentáveis de baixo custo e em escala exponencial, incluindo na gestão do negócio e em todos os produtos e serviços. PALAVRAS-CHAVE: micro e pequenas empresas; práticas administrativas; sistema de gestão ambiental. ABSTRACT: Environmental management (EM) is a fundamental tool for the development of organizations of the XXI century. Demands for companies, products and services, environmentally sustainable, with a focus on set of policies, programs and administrative and operational practices that take into account health and safety and environmental protection through the elimination or reduction of environmental impacts of activities companies has been growing significantly over the last ten years. Unfortunately, the micro and small enterprises (MSE) are facing difficulties limiting implementation of systems for EM in its administrative practice:lack of capital available for such investment, skilled human resources, difficulty in driving and supporting the employees and the rationale for that MSE do not produce significant impacts. This pique the attention of academic and business communities about the difficulties faced by MSE Guarapuava-Pr, when the subject is "Implementation of environmental management policies." To this end a questionnaire was administered to 23 MSE in Guarapuava-Pr, between the days of November 18, 2009 to December 15, 2009 with the purpose of identifying whether they make use of environmental management policies and what the main difficulties in the implementation of these in their business operations. Through this analysis it was possible to infer that the missing micro and small enterprises Guarapuava is the creative approach and a lack of interest and search for information on environmental management, or business innovation to implement sustainable solutions for low cost and scale exponentially, including the management of the business and all products and services. KEY-WORDS: administrative practices; environmental managemet system; micro and small enterprises. 1 INTRODUÇÃO O meio ambiente se tornou uma preocupação importante para os negócios, e, nos últimos 10 anos, diante da necessidade de adaptação ao contexto da globalização da economia, as empresas brasileiras começaram a sensibilizar-se para as questões ambientais e a sustentabilidade de suas operações. Somou-se a isso o maior rigor da legislação, e as demandas da sociedade voltada ao meio ambiente sustentável. Assim as empresas passaram a buscar soluções racionais para evitar o desperdício e melhorar a eficiência, traduzidas em Sistemas de Gestão Ambiental (CASTRO JUNIOR, 2006). O comprometimento das empresas com a questão ambiental acompanha o processo de globalização das relações econômicas dos últimos anos, consolidando a construção de uma ética global, partindo das sociedades mais prósperas para as de menos prosperidades, pois os fenômenos de poluição transcedem as fronteiras nacionais e afetam grandes extensões regionais e mesmo o Planeta como um todo (CERUTI, 2009). Hoje a gestão ambiental empresarial está essencialmente voltada para organizações, tendo como foco um conjunto de políticas, programas e práticas administrativas e operacionais que levam em conta a saúde e a segurança das pessoas e a proteção do meio ambiente por meio da eliminação ou diminuição dos impactos ambientais decorrentes das atividades empresarias, incluindo todas as fases de processo de um produto (LANGE & SCHENINI, 2007). Embora, de maneira geral, sejam muitos os benefícios da implantação dos Sistemas de Gestão Ambiental nas organizações existem muitas dificuldades para implantá-los. As dificuldades podem ocorrer por cunho financeiro, pela relutância em levar a cabo iniciativas de sustentabilidade ambiental ou em virtude de equívocos sobre os seus custos ou benefícios (AGENDA SUSTENTÁVEL, 2009). Os principais fatores limitantes para implantação de sistemas gestão ambiental são a falta de capital disponível para tal investimento; falta de recursos humanos especializados; dificuldade na condução e apoio dos colaboradores e a justificativa de empresas prestadoras de serviço de que não produzem bens e muito menos geram impactos significativos (BARBIERI, 2007). E é justamente nas micro e pequenas empresas que as dificuldades em se implantar um sistema de Gestão Ambiental se maximizam devido à falta de conhecimento das práticas de gestão ambiental por parte dos empresários, pela ausência de práticas de planejamento, pelo poder financeiro reduzido no qual trabalham e por falta de incentivos do governo e instituições de apoio (PAZ, 2009). Portanto, este resumo tem como objetivo despertar a atenção das comunidades acadêmicas e empresariais sobre as dificuldades encontradas pelas micro e pequenas empresas quando o assunto é “Implantação de políticas de gestão ambiental”. Para tanto foi aplicado um questionário a 23 micro e pequenas empresas no município de Guarapuava-Pr, entre os dias de 18 de novembro de 2009 a 15 de dezembro de 2009 com o propósito de identificar se as mesmas fazem a utilização de políticas de gestão ambiental e quais as principais dificuldades para a implantação destas em suas operações empresariais. 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A metodologia deste estudo está inserido nas formas clássicas da pesquisa. Em relação aos procedimentos técnicos, trabalhou-se com a pesquisa bibliográfica, principalmente de livros, revistas e artigos científicos. E visando a obtenção de informações que contribuíssem diretamente para o objetivo deste trabalho, um questionário foi aplicado à 23 micro e pequenas empresas do município de Guarapuava - PR, entre os dias 18 de novembro de 2009 a 15 de dezembro de 2009, onde foram entrevistados um total de 23 proprietários e gestores destas organizações em relação a possível aplicação de políticas de sustentabilidade ambiental. E todas as questões foram elaboradas para analisar a existência ou não de sistemas de gestão ambiental e práticas de responsabilidade ambiental. Destaca-se, que o presente estudo é de caráter exploratório, haja vista que o mesmo teve como objetivo pesquisar, analisar e demonstrar que as políticas de gestão ambiental já estão sendo utilizados dentro de algumas entidades. 3 RESULTADOS e DISCUSSÃO Considerado que isoladamente, as micro e pequenas empresas não causam significativa poluição ambiental e não consomem vastas quantidades de recursos naturais não-renováveis e que são estruturas que funcionam a partir de um grande número de pequenas operações, cada uma consumindo relativamente pequenas quantidades de energia, água, alimentos, papel e outros recursos e cada uma lançando pequenas parcelas de resíduos no meio ambiente, podemos inferir que se o impacto de todas estas estruturas individuais forem consideradas juntas, notar-seá um significativo efeito sobre os recursos globais. Os dados tabulados e convertidos em informações ofereceram dados precisos, mediante tabulações simples. As análises dos dados captados nas 23 micros e pequenas empresas do município de Guarapuava – PR, serão demonstradas em forma de gráficos e tabelas com os devidos comentários, tentando facilitar a visualização, e conseqüentemente a interpretação da variável analisada na ocasião. Conforme gráfico 01: Fonte: Pesquisa de Mercado 2010. GRÁFICO 1: Levantamento do números de empresas pesquisadas possuem um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) Nota-se nos dados do Gráfico 1, que apenas duas das empresas pesquisadas possuem um Sistema de Gestão Ambiental. As duas empresas que possuem o sistema o implantaram devido às obrigações legais do setor em que atuam. Fonte: Pesquisa de Mercado 2010. GRÁFICO 2: Levantamento de quantas empresas pesquisadas possuem Fonte: Pesquisa de Mercado 2010. Pode-se observar nos dados da tabela 1 que todas as empresas que empregam práticas de responsabilidade ambiental em suas atividades executam a coleta seletiva de resíduos, pois é uma prática simples, de baixo custo e bastante difundida em nossa sociedade. Grande parte das empresas (52%), realizam a utilização racional de energia elétrica, embora, algumas não considerem esta prática como de responsabilidade ambiental e sim como uma prática de reduzir os custos de produção. As outras práticas, menos expressivas dentro da tabulação, mas também utilizadas em algumas empresas requerem uma demanda mais especializada de recursos humanos, financeiros e de cunho gerencial, pois a postura da empresa para práticas de responsabilidade ambiental depende da alta direção da empresa, que nestes casos são os próprios proprietários. Fonte: Pesquisa de Mercado 2010 GRÁFICO 3: Levantamento de quantas empresas pesquisadas, seus gestores possuem conhecimento sobre Sistema de Gestão Ambiental. Com os dados do gráfico 3 acima podemos inferir que as políticas de gestão ambiental são muito pontuais dentro das micro e pequenas empresas de Guarapuava. Apenas 17% das empresas pesquisadas possuem conhecimento acerca do sistema de gestão ambiental, sendo que duas das empresas que o possuem, tiveram de obte-lo de forma compulsória, pois a legislação que incide sobre seu ramo de atividade contempla a obrigatoriedade de um sistema de gestão ambiental. TABELA 2: Principais dificuldades encotrada pelas empresas pesquisadas para implantação de um sistema de gestão ambiental. Dificuldades No de Empresas Praticantes Dificuldades Financeiras 19 Falta de Informações sobre GA 20 Falta de Profissionais Especializados 14 Desinteresse da Alta Direção (Proprietário) 12 Observando a tabela 2, podemos observar que a falta de recursos financeiros, aliada a falta de informações sobre gestão de políticas ambientais em micro e pequenas empresas são o maior desafio para as micro e pequenas empresas de Guarapuava. Sem contar, a falta de profissionais da área e o descaso por parte de alguns gestores quando o assunto é meio ambiente. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Para que as micro e pequenas empresas de Guarapuava tenham sucesso em meio a estes tempos de mudança, elas devem definir e adotar um quadro rigoroso de sustentabilidade ambiental, algo que vá além do bem intencionado, mas que cobre posturas dentro da organização e construa uma base (um planejamento) que ajude a empresa a atingir tanto sua sustentabilidade quanto seus objetivos comerciais. Mas o que está faltando as micro e pequenas empresas é a abordagem criativa e a falta de busca e interesse por informações sobre a gestão ambiental, ou seja, uma inovação empresarial para aplicar soluções sustentáveis de baixo custo e em escala exponencial, incluindo na gestão do negócio e em todos os produtos e serviços. Isso é o necessário para colocar a economia da região num caminho sustentável. Sementes dispersas de sustentabilidade não vão fazer o trabalho, mesmo que de forma compulsória. As empresas devem entender que se tornando mais sustentáveis lhes trará mais sucesso no século XXI. Elevar a sustentabilidade à direção da empresa (ao proprietário), incluindo supervisão direta sobre questões ambientais e sociais, mais diversidade e conhecimentos especializados a outros empregados, mitigariam as supostas dificuldades identificadas neste trabalho. Porém, é possível reconhecer que a falta de informação sobre gestão ambiental, políticas ambientais e a oferta de profissionais capacitados e habilitados nas micro e pequenas empresas dificultam tal postura. Segundo Tim Smith, vice-presidente da Walden Asset Management: “A Sustentabilidade se tornou importante para empresas de todos os tamanhos. Porém, elas contam que compreendem a importância, mas não estão exatamente certas de como engajarem-se nisto” (AGENDA SUSTENTÄVEL, 2010). 5 REFERÊNCIAS AGENDA SUSTENTÁVEL. 8 mitos sobre sustentabilidade corporativa. HSM Manangement Online, São Paulo, 20 de Janeiro de 2010. Disponível em: < http://br.hsmglobal.com/notas/55556-8-mitos-sustentabilidade-corporativa>. Acesso em 13 de março de 2010. AGENDA SUSTENTÁVEL. Como envolver stakeholders na Sustentabilidade. HSM Manangement Online, São Paulo, 25 de Novembro de 2009. Disponível em: < http://br.hsmglobal.com/notas/55556-8-mitos-sustentabilidade-corporativa>. Acesso em 11 de março de 2010. BARBIERI, J. C. Gestão ambiental empresarial. São Paulo: Saraiva, 2007. CASTRO JUNIOR, Orlando V. ABREU, Monica, S. SOARES, Francisco, A., As Empresas Têxteis e o Resultado Triplo. HSM Manangement Online, Update no 37, São Paulo, Outubro de 2006. Disponível em: < http://br.hsmglobal.com/notas/52280as-empresas-t%C3%AAxteis-e-o-resultado-triplo>. Acesso em 8 de março de 2010. CERUTI, Fabiane C.; SILVA, Marlon L. N. da. Dificuldades de Implantação de Sistema de Gestão Ambiental (SGA) em Empresas. Rev. Acad., Ciênc. Agrár. Ambient., Curitiba, v. 7, n. 1, p. 111-119, jan./mar. 2009 LANGE, Catia, R; SCHENINI, Pedro, C. GESTÃO AMBIENTAL - ESTUDO DE CASO EM UMA INDÚSTRIA TÊXTIL DE BLUMENAU-SC. IX ENGEMA ENCONTRO NACIONAL SOBRE GESTÃO EMPRESARIAL E MEIO AMBIENTE. Curitiba-Paraná. Novembro de 2007. PAZ,Yenê M.; GOMES, Robéria K. L.;LEAL, Marylin, F.; BARCELAR Betânia, M, F. S.; LIMA, Aline, S, T, de.;, PINHEIRO Taís, S, M.. Práticas de Gestão Ambiental em Micro e Pequenas Empresas: O Caso das Pousadas de Porto de Galinhas (PE). IX Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão, UFRPE. Recife –PE. Outubro/2009.