MONOGRAFIA DE CONCLUSÃO REFERENTE AO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM PEDIATRIA DOENÇA DE CHAGAS NA INFÂNCIA RELATO DE CASO DE UM PACIENTE OBSERVADO NO HRAS - DF Dra Mila Maia Santiago, Residente em Pediatria no HRAS. Orientação: Dra. Denise Cordeiro Nogueira IMPORTÂNCIA Há poucos relatos a respeito da real incidência e efeito da D. Chagas na população pediátrica. O caso com importantes repercussões em paciente da nossa instituição nos fez ponderar a respeito de seu cortejo clínico e representa o real estímulo para entendimento e pesquisa da respectiva doença. CASO CLÍNICO W.J.P., 12 anos, sexo masculino, pardo, natural e procedente de vila rural ( Buritis MG). Transferido 06/02/2006 para o HRAS com edema generalizado há 3 semanas. GNDA? CASO CLÍNICO À admissão encontrava-se em regular estado geral, emagrecida, hipoativa, pálida, sudorese profusa. Exame Físico: FC= 40 bpm FR= 20 ipm Ausculta cardíaca: ictus globoso e desviado para a esquerda, ritmo regular, com desdobramento fixo de segunda bulha (mais evidente em focos aórtico e pulmonar), sopro sistólico 3+/6+ em foco mitral. Abdômen: fígado palpável a 5 cm do rebordo costal direito. CASO CLÍNICO Procedente de Buritis-MG. História precária em detalhes. Há um fator intrigante: a morte da sua progenitora. Há 5 anos o óbito decorreu de cardiopatia não especificada. CASO CLÍNICO No dia seguinte: parecer com Cardiologia Pediátrica, realização de sorologia. O ecocardiograma transtorácico: miocardiopatia dilatada com disfunção leve CASO CLÍNICO No 3 DIH: bradicardia + eosinofilia ao hemograma. Cardiologistas pediátricos: “dissociação átrio-ventricular total associado ao bloqueio átrioventricular total. Freqüência atrial média de 108 bpm, freqüência ventricular média de 35 bpm. Há bloqueio total de ramo direito”. CASO CLÍNICO 4 DIH : encaminhado à DIP. Indicação de marcapasso: BAVT Somente no dia 24/02/2006 a criança conseguiu transferência ao INCOR. Nesse mesmo dia, resgate do resultado da sorologia colhida em 08/02/2006: títulos reagentes tanto teste de Hemaglutinação Indireta quanto ao teste de ELISA. CASO CLÍNICO 25/02 a 01/03/2006 :INCOR-DF - marcapasso epicárdico definitivo. Retorna à mesma enfermaria do HMIB em 01/03 com FC normal (entre 70 e 90 bpm), indicado uso de Benzonidazol. A medicação não foi obtida até o dia 06/03/2006, quando médico cirurgião cardiovascular do INCOR-DF autorizou alta para seguimento ambulatorial e uso de benzonidazol por 60 dias em domicílio. CASO CLÍNICO A criança retornou ao seu domicilio com as devidas orientações sendo agendado retorno ao INCOR e ao ambulatório de Infectologia em 3 meses. Não há qualquer outro registro referente ao seguimento desse paciente, não constando mais informações a respeito do menor nos nossos registros médicos. DOENÇA DE CHAGAS DEFINIÇÃO Infecção causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi, transmitida por insetos conhecidos como barbeiros (da família dos Reduvideos (Reduviidae), pertencentes aos gêneros Triatoma, Rhodnius e Panstrongylus. SINONÍMIA:Tripanossomose americana, esquisotripanose, mal de Chagas, Tripanosomíase Americana; Chaguismo. IMUNOPATOGÊNESE VETOR Fonte: www.tulane.edu/.../notes/images/morph.gif IMUNOPATOGÊNESE Vias de transmissão Vetorial - (99%) Transfusional Congênita ou vertical- na gestação, no parto ou durante a amamentação. Oral IMUNOPATOGÊNESE Ciclo de Vida: Tripomastigotas - forma infectante, em disseminação hematogênica do vertebrado e no inseto. Epimastigotas - no inseto Amastigotas - no tecido Fonte: www.tulane.edu/.../notes/images/morph.gif IMUNOPATOGÊNESE Tripomastigota de Trypanosoma cruzi. Fonte: www.ufrgs.br/.../Protozoa/Imagens/tripoc01.jpg IMUNOPATOGÊNESE Epimastigota de Trypanosoma cruzi Fonte: www.ufrgs.br/.../Protozoa/Imagens/tripoc01.jpg ECOEPIDEMIOLOGIA http://www.student.city.ac.uk/~at705/images/chagas_presence.gif ECOEPIDEMIOLOGIA Melhor controle adoção de estratégia de monitoramento entomológico utilização de inseticidas específicos, estratégias de melhoria habitacional em áreas endêmicas. DIAGNÓSTICO Microscópico, buscando o parasita no sangue do paciente, o que é possível apenas na fase aguda após cerca de 2 semanas depois da picada. Xenodiagnóstico, Detecção do DNA do parasita por PCR. Detecção de anticorpos específicos contra o parasita no sangue. É útil nos casos crónicos mas a distinção entre estes e as curas é difícil. QUADRO CLÍNICO FORMA AGUDA FORMA CRÔNICA QUADRO CLÍNICO A forma aguda basicamente infecção generalizada pelo T. cruzi. Fase aguda: miocardite no ECG. As manifestações gerais compatíveis com infecção inespecífica. QUADRO CLÍNICO Maria Albina da Silva, primeiro caso agudo da doença de Chagas. Bambuí, 16 nov. 1940. www.prossiga.com.br Sinal de Romanã. pt.wikipedia.org/wiki/Sinal_de_Roma%C3%B1a QUADRO CLÍNICO Fonte: www.fac.org.ar/fec/chagas/c03lugon/lugonf6.jpg QUADRO CLÍNICO Fonte: www.fac.org.ar/fec/chagas/c03lugon/lugonf6.jpg QUADRO CLÍNICO Fonte: www.fac.org.ar/fec/chagas/c03lugon/lugonf6.jpg QUADRO CLÍNICO Fonte: www.fac.org.ar/fec/chagas/c03lugon/lugonf6.jpg QUADRO CLÍNICO Fonte: www.medcyclopaedia.com/.../nic_k271_490.jpg TRATAMENTO Resume-se às medidas terapêuticas específicas (contra o parasito, objetivando eliminá-lo) e sintomáticas (visando alívio dos sintomas, exemplificando-se via uso de antiarrítmicos e cardiotônicos . Para tratamento etiológico com duas principais drogas: o benzonidazol e o nifurtimox. TRATAMENTO O medicamento disponível no Brasil é o Benzonidazol (Rochagan), comprimidos 100 mg, para administração oral em 2 X dia por 60 dias. : 5 mg/ k/dia (adultos) 10mg/k/dia (crianças), A maioria dos pacientes pode ser medicada ambulatorialmente, salvo os casos graves de cardiopatia ou meningoencefalite aguda, que exigem internação hospitalar. DISCUSSÃO SOBRE O CASO CLÍNICO História sugestiva Doença de Chagas na fase aguda? O óbito da progenitora por cardiopatia inexplicada. morte súbita ou arritmia? duas vias de contágio : a vertical e a vetorial conforme descrição anterior. Conseqüências a longo prazo. Obrigada! Um momento...