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23 fev 2015 O Globo LEONARDO CAZES [email protected]
Depois de apagões, Niterói e São
Gonçalo podem ficar sem água
Apesar de promessa da Ampla, volta a faltar luz, e sistema da Cedae é afetado
Ampla culpa as chuvas e diz que ocorrência de raios aumentou em 700% em relação ao mesmo período do ano
passado
Menos de 24 horas após a Ampla se comprometer a normalizar o fornecimento de energia elétrica em
todos os bairros de Niterói, São Gonçalo e Maricá — alguns sofriam com falta de luz há mais de uma
semana —, a concessionária voltou a ter problemas de operação, deixando alguns pontos da região sem
luz. A empresa explicou que houve um desarme na rede de distribuição. Um dos casos mais graves foi a
paralisação de dez minutos no fornecimento de energia à Estação de Tratamento de Água Imunana­
Laranjal da Cedae e, agora, os moradores dos três municípios estão sendo orientados a economizar água
por 48 horas.
RISCO DE “FLUTUAÇÕES”
Ainda não há um alerta de que faltará água, mas, por nota, a Cedae informou ontem que nova queda
de energia poderá provocar “flutuações no abastecimento”. Faltou luz das 11h42m às 11h52m,
interrompendo a produção de água do sistema, responsável pelo abastecimento de São Gonçalo, Niterói,
Itaboraí e Ilha de Paquetá. Segundo a companhia, o fornecimento será retomado gradualmente nas
próximas 48 horas. Por precaução, a Cedae pede aos consumidores que evitem o desperdício de água
nesse período. A Águas de Niterói também emitiu nota, orientando os consumidores da cidade a adotarem
medidas de economia.
A falta de luz prolongada na região começou no domingo de carnaval, quando tempestades atingiram
as cidades de Niterói, São Gonçalo e Maricá, desligando 34 circuitos da Ampla, segundo a Agência Nacional
de Energia Elétrica (Aneel). Na terça­feira, um novo temporal provocou o desligamento de mais 20
circuitos, também de acordo com a agência reguladora. A Aneel afirmou que estava acompanhando os
desdobramentos do caso e não fez qualquer anúncio de que poderia aplicar multa à Ampla.
Na quinta­feira, protestos simultâneos na Estrada da Cachoeira e na Estrada da Garganta fecharam os
acessos entre a Região Oceânica e o Centro de Niterói, interrompendo o fluxo de veículos e provocando
um grande engarrafamento. Na ocasião, o abastecimento de água em toda a região também foi
prejudicado, já que o apagão atingiu a Estação Imunana­Laranjal.
A falha no fornecimento chegou a provocar situações inusitadas, como a da presidente da Suipa,
Izabel Nascimento, que, irritada com a falta de luz em seu sítio, durante cinco dias fez um protesto na
porta da Ampla, onde deixou 40 sacos com fezes de cachorro. Ela foi levada para a delegacia e autuada.
Chuvas fortes durante o verão não são uma novidade. Contudo, o engenheiro Keison Thurler, gerente
de Distribuição da Ampla, explicou na sexta­feira que os temporais apresentaram características incomuns
mesmo para esta época do ano. De acordo com ele, algumas intempéries não podem ser previstas. O
sistema da concessionária para monitoramento de raios registrou, só no domingo de carnaval, mais de 12
mil ocorrências do fenômeno na região.
O aumento significativo na quantidade de descargas elétricas durante os temporais, de acordo com
Keison, foi um ponto fora da curva. Em comparação com o mesmo período de 2014, a quantidade de raios
subiu 700%, aumentando, consequentemente, as ocorrências de cabos de energia danificados durante os
temporais. O trabalho de reparos, na explicação da Ampla, é mais demorado porque é preciso reconstruir
toda a estrutura destruída.
PROCON NÃO DESCARTA MULTA
Por causa dos problemas com fornecimento de energia durante o carnaval, o Procon­RJ recebeu uma
enxurrada de reclamações e decidiu abrir um processo contra a Ampla, na sexta­feira, em razão de falha
na continuidade, adequação e eficiência do serviço público, ferindo as normas do artigo 6 º da Lei das
Concessões de Serviços Públicos ( 8987/ 95). Além de ter se comprometido a regularizar a situação até
sábado às 18h, a concessionária tem 15 dias para explicar ao órgão as causas do problema. Caso as
justificativas não sejam aceitas pelo Procon­ RJ, a Ampla poderá ser multada num valor que será calculado
a partir do relatório econômico da empresa, com base na receita bruta dos últimos três meses.
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