Nome Científico: Glycirrhiza glabra L. Sinonímia Popular: Alcaçuz da Europa, raiz doce, alcaçuz glabro, madeira doce, Liquorice, licorice, yasthimadhu, reglisse, regaliz. Constituintes: contém uma mistura complexa de saponinas triterpênicas, sendo a mais abundante a glicirrizina. A glicirrizina é um glicosídio doce que se encontra no alcaçuz sob a forma de sais de potássio, cálcio e magnésio solúveis em água. Na droga foram encontrados de 20 a 25 triterpenos estruturalmente correlacionados, muitos já identificados, também esteróides com ação estrogênica além de um princípio amargo. A cor amarela das raízes é devida a presença de diferente flavonóides da classe das flavonas, chalconas e isoflavonóides, alguns dos quais em forma glicosídica. São citados ainda derivados do grupo dos coumestanos, cumarinas e outros constituintes. Glicirrizina (ácido glicirrízico ou glicirrizínico): o teor vai de 2 a 15% nas partes subterrâneas. Ácido glicirrético (Ácido glicirretínico, ácido uralênico, biosone, enoxolone): o teor vai de 3 a 12% nas raízes. Parte usada: raiz Ação terapêutica: antitussígeno, antiúlcera, laxante, antihistamínico, regulador hormonal, expectorante, laxante. 1. Introdução: a complicada composição química do alcaçuz dá a ele um largo espectro de propriedades. Centenas de estudos já comprovaram sua ação no tratamento de doenças do fígado, supra-renais, desequilíbrios hormonais e úlceras pépticas. Na China, onde é uma das ervas mais utilizadas, é indicado para o baço, rins e proteger o fígado de doenças. No Japão um preparado de alcaçuz é utilizado para tratar a hepatite. Estudos mostram que o uso do alcaçuz ajuda o fígado a combater as toxinas produzidas pela difteria, tétano, cocaína e estriquinina e também aumenta a estocagem de glicogênio. Uma outra ação é de estimular as supra-renais. Muitos estudos comparam sua ação com a hidrocortisona, mas sem seus efeitos colaterais. Como a cortisona, diminui as inflamações e alivia sintomas de artrite e alergias, daí seu efeito anti-histamínico. A raiz possui glicirrizina (cinquenta vezes mais doce que a sacarose), que favorece a formação de hormônio como a hidrocortisona. Mulheres com ciclos menstruais irregulares tratadas com alcaçuz normalizam seus ciclos, pelo equilíbrio hormonal que o tratamento promove. O alcaçuz também é utilizado para tratamento de úlceras. Seu uso cobre o estômago como um gel protetor, além de diminuir a acidez estomacal e reduzir os espasmos intestinais. O alcaçuz também combate irritações na garganta e congestão nos pulmões, sendo um expectorante. Estudos -1- IT_Alcaçuz_20/04/10 na Índia comprovaram o uso do alcaçuz para combater conjuntivites. O alcaçuz é ligeiramente laxante. O suco evaporado, purificado e engrossado é abundantemente utilizado em farmacologia como coadjuvante aromático e elástico para pastilhas. Contém a Glicirrizina, com baixo índice hemolítico; possui atividade antiinflamatória e efeito curativo da úlcera gástrica. Em ratos, a glicirrizina mostrou ser imunoestimulante e protetora do fígado. Tanto o extrato quanto o pó mostraram acentuada atividade hipolipidêmica em ratos e coelhos. Destacam-se suas atividades antiinflamatórias e cicatrizantes. Por essas propriedades, o ácido glicirrético e seus derivados foram longamente usados no tratamento de pele, como eczemas, pruridos e psoríase, e no tratamento de úlceras e asmas, gengivites, estomatites e sangramentos da gengiva. O ácido 18-alfa-glicirrético foi mais ativo como antiinflamatório que seu isômero 18-beta-glicirrético. 2. Indicações: usado como um complemento no tratamento de úlceras estomacais e da constipação intestinal. É indicado como auxiliar no tratamento de asma, bronquites, tosses, laringite e rouquidão. É indicado como auxiliar nos casos de alergias e eczemas. Sua ação demulcente sobre as mucosas justifica sua indicação nos casos de gengivites e inflamações da língua e conjuntivites. 3. Posologia: tomar 1 a 3g do extrato seco e 1 a 10g do pó. 4. Contra-Indicações: o emprego de altas doses de alcaçuz pode reter sódio e eliminar potássio, retendo líquidos, causando aumento de pressão sanguínea e dores de cabeça. Portanto usa-se com cuidado em hipertensos. Extratos concentrados em laxantes podem agravar perda de potássio quando o uso é diário e prolongado. Evitar uso em grávidas, hipertensos e doentes renais. 5. Referências Bibliográficas: PR VADEMECUM DE PRECRIPCIÓN DE PLANTAS MEDICINALES. 3ª edição. 1998. CORRÊA, M. P. Dicionário das Plantas Úteis do Brasil. IBDF. 1984. PANIZZA, S. As Plantas que Curam (Cheiro de Mato). 7ª edição. 1997. Dados Quimer - Opção Natural de Qualidade. SIMÕES, C. M. O. Farmacognosia da Planta ao Medicamento. 1ª edição, 1999. -2- IT_Alcaçuz_20/04/10