Projeto Análise do Mapeamento e das Políticas para Arranjos Produtivos Locais no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Relatório de Pesquisa 01 Os Arranjos Produtivos Locais no Estado de São Paulo: Mapeamento, Metodologia de Identificação e Critérios de Seleção para Políticas de Apoio São Paulo www.redesist.ie.ufrj.br UFSC Departamento de Economia www.politicaapls.redesist.ie.ufrj.br Projeto Análise do Mapeamento e das Políticas para Arranjos Produtivos Locais no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil Relatório de Pesquisa 01 OS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS NO ESTADO DE SÃO PAULO: MAPEAMENTO, METODOLOGIA DE IDENTIFICAÇÃO E CRITÉRIOS DE SELEÇÃO PARA POLÍTICAS DE APOIO SÃO PAULO Equipe Estadual Coordenadora Ana Lucia Gonçalves da Silva (coord.)1 Pesquisadores Miguel Juan Bacic Rodrigo Lanna Franco da Silveira Equipe de Coordenação do Projeto / RedeSist Coordenador: Renato Ramos Campos Fabio Stallivieri Pablo Bittencourt Marcelo Matos Mayra Rodrigues 1 Os autores agradecem a equipe de pesquisadores doutorandos (Denisia Araujo C. Tavares e Helvidio Prisco R. Albuquerque Jr.) e de estagiários (Dirceu Murakami, Marília Bassetti Marcato, Natália Tiemi G. Komoto e Tatiana Ferreira Henriques) pela valiosa ajuda no levantamento de informações. SUMÁRIO Introdução ................................................................................................................................................ 1 1. Antecedentes, Conceitos Utilizados e Desenvolvimento da Atenção Dada à Questão dos Arranjos Produtivos Locais como Tema de Intervenção na Política Estadual..................................................... 3 1.1. Antecedentes: A Atuação Pioneira da Fiesp e do Sebrae-SP ..........................................................................3 1.2. Atuação Coordenadora do Governo Estadual ................................................................................................5 2. Os Organismos de Coordenação e Implementação da Política Estadual para Arranjos Produtivos Locais e o Foco das Políticas............................................................................................. 10 2.1. Instituição Coordenadora: Secretaria de Desenvolvimento..........................................................................10 2.2. Instituições Co-Executoras: Fiesp e Sebrae-SP ............................................................................................12 2.2.1. FIESP..........................................................................................................................................................12 2.2.2. Sebrae-SP....................................................................................................................................................13 3. Metodologias Adotadas para Identificação dos Arranjos Produtivos Locais e Critérios para Seleção dos Arranjos Objetos das Políticas ........................................................................................ 14 3.1. As Metodologias do Sebrae-SP e da Fiesp ....................................................................................................14 3.2. Política Estadual para APLs: Critérios para Seleção dos 15 APLs..............................................................19 4. Os Principais Mapeamentos Existentes de Arranjos Produtivos Locais no Estado e Identificação dos APLs que são Focos de Políticas Públicas............................................................. 20 5. Arranjos não Contemplados na Política de Apoio a APLs ........................................................... 22 5.1. Os Arranjos Identificados nos Mapeamentos Existentes e que não estão sendo Estimulados pela Política de Apoio a APLs no Estado .......................................................................................................................................22 5.2. Os Arranjos não Incluídos em Listagens e Mapas Estaduais de APLs – Vazios de Política.........................24 Bibliografia ............................................................................................................................................ 25 Anexo 1 - Lista de APLs Identificados e Apoiados ............................................................................ 27 Anexo 2 - Lista de APLs Identificados e não Apoiados ..................................................................... 33 Anexo 3 - Lista de APLs "Não" Identificados.................................................................................... 41 OS ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS NO ESTADO DE SÃO PAULO: MAPEAMENTO, METODOLOGIA DE IDENTIFICAÇÃO E CRITÉRIOS DE SELEÇÃO PARA POLÍTICAS DE APOIO Introdução O presente relatório visa identificar arranjos produtivos locais (APLs) no Estado de São Paulo e caracterizar os traços gerais da política estadual de apoio aos APLs, indicando os que são objetos dessa política. O marco inicial da política estadual voltada para APL pode ser estabelecido em 2004, a partir da atuação da então SCTDE – Secretaria da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico (hoje SD – Secretaria de Desenvolvimento). Antes disso, a atuação do governo paulista, embora importante, restringia-se ao apoio por meio das escolas técnicas e do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Fora do âmbito do governo do Estado e com início anterior a 2004, identificou-se a atuação decisiva de instituições da sociedade civil ou mista (Fiesp e Sebrae-SP). Estas intervenções, que se iniciaram de forma relativamente independentes, aos poucos foram se aproximando e se articulando em uma atuação conjunta. Também foi possível reconhecer etapas e mudanças de foco ao longo do tempo, resultado de um processo que inevitavelmente se constrói com acertos e fracassos, mas com o mérito de estruturar, com base na experiência e no aprendizado, um rico conhecimento sobre como lidar com APLs. Este relatório trata, essencialmente, da política atual de apoio aos APLs paulistas, mas procura apontar também as linhas gerais de seus antecedentes e desdobramentos. Foi fundamental a acolhida nas entrevistas realizadas nas três principais instituições de apoio (SD, Fiesp e Sebrae-SP)2, decisivas para ajudar a formar um quadro geral das políticas dirigidas aos APLs no Estado de São Paulo. 2 Agradecemos a: I) na SD: Dr. José Luiz Ricca (Coordenador de Desenvolvimento Regional e Territorial e Coordenador da Rede Paulista de APLs) e a técnica Marcia Corrêa; II) na Fiesp: Dr. Renato Corona Fernandes (Gerente do Departamento de Competitividade e Tecnologia) e os técnicos José Leandro R. Fernandes, Paulo Sergio P. Rocha e Paulo Henrique R. Teixeira; e III) no Sebrae-SP: Dr. Marcelo Dini Oliveira (Gerente de Programas) e a técnica Ilsiane Peloso. 1 CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO O Estado de São Paulo subdivide-se em 645 municípios, distribuídos em 42 regiões de governo, 14 regiões administrativas e três regiões metropolitanas: de São Paulo, da Baixada Santista (que tem a conformação espacial da RA de Santos) e de Campinas (contida na RA do mesmo nome). O conjunto de transformações socioeconômicas ocorridas nos últimos 50 anos no Estado foi acompanhado por um intenso processo de redistribuição da população, do que resultou uma concentração populacional regionalmente diferenciada. A distribuição da ocupação territorial mostra que esse processo praticamente acompanhou a dinâmica e a localização das atividades industriais. Desde os anos 40, já se verificava uma significativa concentração industrial no Estado, favorecendo de início a Região Metropolitana de São Paulo e municípios circunvizinhos. Posteriormente, a relativa desconcentração dessas atividades rumo ao interior beneficiou as regiões situadas no centro e no leste do Estado. Além dos centros industriais já consolidados, como Campinas, São José dos Campos e Santos e respectivos entornos, foram privilegiados os grandes eixos de ligação com a capital, notadamente as cidades com melhor infra-estrutura, ligadas pelas rodovias Bandeirantes e Anhangüera, Dutra e Carvalho Pinto, Castelo Branco e Rondon, Raposo Tavares e Washington Luís e Fernão Dias. A Região Metropolitana de São Paulo mantém o papel de liderança em termos econômicos e de concentração populacional, respondendo em 2005 por 47,9% da população paulista. Com concentrações menores, encontram-se outras áreas situadas no leste do Estado, caracterizadas por grande dinamismo econômico, como as RAs de Campinas (14,6%), Sorocaba (6,7%), São José dos Campos (5,4%) e a RM da Baixada Santista (4,0%). No oeste do Estado, destaca-se a RA de São José do Rio Preto, responsável por 3,5% da população. As menores concentrações da população estadual encontravam-se na RA de Barretos (1,1%) e na RA de Registro (0,7%). As regiões com maior concentração da população também se caracterizam pela maior densidade demográfica. Os contrastes regionais em relação a esse indicador mostram-se bastante pronunciados, oscilando de 2.376,2 hab./km2, na RM de São Paulo, até um valor mínimo de 23,6 hab./km2, na RA de Registro. A análise da distribuição da população estadual segundo classes de tamanho dos municípios revelou que, em 2005, a maioria dos municípios apresenta população reduzida. Dos 645 municípios paulistas, 287 possuíam menos de 10 mil habitantes e 112 tinham entre 10 e 20 mil habitantes. Com 831 habitantes, Borá manteve a posição de município menos populoso do Estado (e único com população inferior a mil pessoas). Além de São Paulo, Guarulhos, Campinas e São Bernardo do Campo, que superavam a marca de um milhão, somente seis outros municípios apresentaram população superior a 500 mil habitantes: Osasco, Santo André, São José dos Campos, Sorocaba e Ribeirão Preto. Do total dos municípios paulistas, 81,2% possuíam menos de 50 mil habitantes e concentravam 17,4% da população estadual, enquanto os 18,8% restantes alocavam 82,6%. Desde o final do século XIX, o Município de São Paulo caracteriza-se como o maior do Estado. Em 2005, somou 10,7 milhões de habitantes, o que correspondia a mais de um quarto da população estadual. Registre-se a acentuada concentração da população nas áreas urbanas. Pelo menos até o final da década de 70, a participação da população urbana no total estadual seguiu tendência crescente, elevando-se de 44,1%, em 1940, para 80,3%, em 1970. A população urbana quase quintuplicou no período 1940-1970, passando de 3,2 para 14,3 milhões de pessoas. Nos últimos 30 anos essa tendência persistiu e, em 2005, com 37 milhões de habitantes residindo em áreas urbanas, o grau de urbanização do Estado atingiu 93,7%. Em 2005, apenas a RA de Registro permaneceu com grau de urbanização inferior a 70%. Em 38% dos municípios (244), a população urbana atingia níveis superiores a 90%. A RM da Baixada Santista ocupou a liderança no Estado, com 99,6% de sua população residindo em áreas urbanas. Em termos de crescimento populacional, o Estado de São Paulo tem apresentado taxas maiores que a média nacional. A década de 50 foi a de maior crescimento da população, de 3,6% ao ano, em comparação a 3,2% do país. Entre 1991-2000, enquanto o Estado aumentou 1,8% ao ano, o Brasil registrou incremento de 1,6%. Entre 2000-2005, o ritmo de crescimento da população paulista foi de 1,6% e o do país de 1,4%. Essa dinâmica reflete a forte atração exercida pelo Estado de São Paulo no cenário nacional, que pode ser atribuída basicamente à alta concentração das atividades produtivas e à sua capacidade de geração de renda. As alterações no crescimento da população dos municípios paulistas, no período 1991-2005, revelam que, entre 1991-2000, taxas negativas de crescimento foram verificadas em 80 municípios e, superiores a 3% ao ano, em 101. Entre 2000-2005, diminuiu para 52 o número de municípios com taxas de crescimento negativas e para 69 aqueles com taxas anuais superiores a 3%. Os municípios com taxas negativas localizavam-se, em sua maioria, na região oeste do Estado de São Paulo. As taxas mais elevadas concentravam-se no leste paulista, onde se situam as áreas de maior dinamismo econômico e também de maior concentração urbana do Estado. Entre 2000-2005, o maior ritmo de crescimento populacional (8,4% ao ano) foi registrado em Bertioga (44,5 mil habitantes em 2005). Vargem Grande Paulista, Bady Bassitt, Santana de Parnaíba e Caieiras igualmente exibiram taxas anuais de crescimento superiores a 5% no período. No extremo oposto, encontra-se o município de Itaóca, com o maior decréscimo populacional (-1,7% ao ano), entre 2000-2005. Também com taxas de crescimento populacional inferiores a 1,0% ao ano aparecem Ribeira, São João do Pau d’Alho, Santa Rita d’Oeste e Santana da Ponte Pensa. Fonte: ATLAS SEADE DA ECONOMIA PAULISTA 2 1. Antecedentes, Conceitos Utilizados e Desenvolvimento da Atenção Dada à Questão dos Arranjos Produtivos Locais como Tema de Intervenção na Política Estadual No Estado de São Paulo, a Fiesp, o Sebrae-SP e o governo estadual vêm trabalhando com APLs desde há vários anos, inicialmente de forma não muito articulada e não abrangente. O Quadro 1 (apresentado ao final deste capítulo) consolida um histórico das principais ações das três instituições e fornece também alguns marcos da atuação do governo federal, a título de referência. 1.1. Antecedentes: A Atuação Pioneira da Fiesp e do Sebrae-SP Depois de um estudo exploratório no APL de calçados de Franca e de um projeto piloto no APL de jóias de São José do Rio Preto, a Fiesp coordenou no final de 2002 e início de 2003 um extenso trabalho para identificar e mapear as aglomerações produtivas no Estado, visando selecionar quatro APLs para serem objeto do Projeto “Aumento da Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias Localizadas em APLs do Estado de São Paulo”, com recursos da Fiesp e do Sebrae-SP. Selecionados os APLs de bijuterias de Limeira, móveis de Mirassol, confecções de Ibitinga e cerâmica de Vargem Grande do Sul, as duas instituições começaram a prover alguns serviços dirigidos ao fortalecimento destes APLs. Ao mesmo tempo, foram desenvolvendo suas próprias metodologias3 e aplicando-as (no caso do Sebrae a um universo maior de APLs). Com o aprendizado obtido com a experiência da atuação direta nas localidades4, aos poucos estas metodologias foram se aproximando. Um elemento comum destas metodologias é a realização de um trabalho, durante vários meses, de sensibilização, diagnóstico e planejamento em cada APL, antes da implementação de intervenções mais potentes para aumentar sua competitividade. As principais ações e investimentos abrangem: programas de sensibilização e mobilização de atores, elaboração de diagnósticos e planos estratégicos, programas de capacitação em gestão empresarial, implantação de centros de tecnologia setoriais, oficinas de design, programas de apoio à exportação, implantação de telecentros, etc. Em 2004, teve início a segunda etapa do projeto Fiesp/Sebrae-SP, abrangendo oito APLs: jóias de São José do Rio Preto, móveis de Mirassol, confecções de Ibitinga, cerâmica de Vargem Grande do Sul, cerâmica de Tambaú, cerâmica de Itu, cerâmica de Tatuí e plástico do Grande ABC 5. Ao mesmo tempo, o Sebrae-SP foi ampliando seu escopo de atuação. No final de 2004, já atuava em 20 APLs focados na indústria6 e acumulava experiência bastante para identificar, na maioria deles, problemas de governança, o que reforçava a necessidade de aprimoramento metodológico e operacional. Cabe destacar que o início da atuação do Sebrae em prol do desenvolvimento local, na verdade, é anterior à própria disseminação do conceito de cluster ou arranjo produtivo local. Desde meados de 3 A caracterização das metodologias utilizadas encontra-se no Capítulo 3. Este rico aprendizado foi sendo construído apoiado nos vários casos de sucesso e também nos de insucesso, como foi o caso de Limeira, no referido projeto. 5 Destaca-se a exclusão do APL de bijuterias de Limeira, nesta segunda etapa do projeto Fiesp/Sebrae-SP. 6 Além dos 9 em atuação conjunta com a Fiesp (considerando as duas etapas do projeto), em 2004 o Sebrae-SP já atuava também em outros 11 APLs: calçados de Jaú, calçados de Birigui, calçados de Franca, cerâmica de Porto Ferreira, confecções de Tabatinga, confecções de Novo Horizonte, confecções de Cerquilho/Tietê, equipamentos médicoodontológicos de Ribeirão Preto, móveis do ABC, móveis de Itatiba e têxtil e confecções de Americana e região (segundo informações extraídas do site do Sebrae-SP, na ocasião). 4 3 2000, o Sebrae Nacional e todas as suas unidades estaduais criaram o Programa SEBRAE de Desenvolvimento Local, em substituição ao PRODER – Programa de Emprego e Renda. Tal mudança não foi apenas de denominação do programa, mas sim apoiada na constatação explicitada pela instituição de que “a geração de emprego e renda está cada vez mais atrelada a processos de maior amplitude que implicam o estabelecimento de parcerias formais ou informais com o poder público, a sociedade civil e a própria comunidade, que para ser diretamente atingida precisa ser envolvida” 7. No caso de São Paulo, o PRODER iniciou-se em 1996 em quatro municípios (Buri, Capão Bonito, Itapeva e Itararé), os quais foram escolhidos não só por sua carência sócio-econômica, mas pelo fato de estarem incluídos no Programa Comunidade Solidária (do governo federal). Em 1997/98, o PRODER atuou em 27 municípios paulistas, escolhidos segundo demandas locais. Os diagnósticos, nesta primeira fase, foram efetivados por meio de convênio entre Sebrae-SP e Prefeitura Municipal, com a participação da Associação Comercial e uma parceira técnica (uma universidade ou um instituto de pesquisa) locais. Além deste PRODER, denominado PRODER Municipal, o Sebrae-SP em 1998 inaugurou uma estratégia diferenciada em quatro regiões do Estado (ABC, Baixada Santista, Presidente Prudente e Entre Serras e Águas), regiões estas bastante distintas entre si. Particularmente o ABC e a Baixada Santista agregam um conjunto de municípios com características bastante comuns. Assim, no PRODER Regional a unidade de análise passou a enfatizar não uma base geográfica (o município), mas um conjunto de atividades econômicas – estas, obviamente, situadas em uma dada base territorial. Ainda em 1998, no segundo semestre, iniciou-se um terceiro momento do PRODER no Estado de São Paulo, envolvendo 107 municípios. Para este novo bloco de municípios, os Diagnósticos e Planos de Ação foram, no decorrer de sua elaboração, apresentados à comunidade em três ocasiões (no início da coleta de dados, na finalização do diagnóstico/elaboração dos primeiros esboços do plano de ações e na finalização do plano de ações). Desde então, os Escritórios Regionais do Sebrae passaram a realizar a integração/articulação necessária entre os atores locais a fim de viabilizar algumas das ações propostas nos diagnósticos. Estas propostas eram divididas em proposições específicas para o município e outras comuns ao conjunto de municípios do entorno daquele que era objeto da análise. A solução de alguns problemas de infra-estrutura (por exemplo, resíduos sólidos e asfaltamento de rodovias de acesso aos municípios) exige ações conjuntas do poder público e/ou iniciativa privada – sem este tipo de problema resolvido é impossível, por exemplo, desenvolver potencialidades turísticas de várias regiões do Estado. Em 1999, o Sebrae-SP iniciou uma nova estratégia de desenvolvimento, em parceria com o Programa Comunidade Ativa (do governo federal), em cinco municípios de mais baixo IDH do Estado, quais sejam: Apiaí, Capão Bonito, Itaporanga, Ribeirão Branco e Sete Barras. Esta estratégia partia do princípio de que os recursos somente serão bem utilizados pela comunidade local caso esta esteja envolvida em seu gerenciamento. Assim, os vários setores representativos da sociedade local deviam constituir um Fórum, um espaço privilegiado de discussão e operacionalização das soluções propostas para os problemas identificados. No ano de 2000, encerrou-se a elaboração dos diagnósticos municipais que totalizam 215 estudos, na sua maioria, realizados por pesquisadores vinculados às universidades públicas paulistas (USP, Unicamp e Unesp) 8. Além destes, foram elaborados quatro estudos de caráter regional que abrangem 79 municípios. 7 Segundo documento sobre o Programa de Desenvolvimento Local, extraído do site do Sebrae-SP em 02/06/2004. Durante certo tempo, o Sebrae-SP disponibilizou os 215 estudos-diagnósticos produzidos no período 1996-2000. Hoje, este valioso conjunto de documentos do PRODER já não está facilmente disponível, nem mesmo para os técnicos da instituição. Felizmente, a Unicamp, que participou do processo, tendo sido responsável pela elaboração de muitos dos estudos-diagnósticos, conseguiu recuperar boa parte deste valioso acervo. 8 4 Em 2001, o Sebrae-SP deu início a outras iniciativas, como a capacitação de gestores em projetos de desenvolvimento sócio-econômico, que teve seu ponto de partida nos diagnósticos produzidos anteriormente, e a expansão de sua atuação para mais 44 municípios integrantes do Programa Comunidade Ativa, com base na metodologia do DLIS – Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável. Finalmente, para completar o quadro, concluído o projeto Fiesp/Sebrae-SP, a Fiesp realizou em conjunto com o MDIC, ao longo de 2007, o Projeto “Apoio Conjunto ao Incremento da Competitividade das Micro, Pequenas e Médias Empresas inseridas e organizadas em Arranjos Produtivos Locais no Estado de São Paulo”, abrangendo 10 APLs selecionados: móveis de Mirassol, confecções de Ibitinga, cerâmica de Vargem Grande do Sul, cerâmica de Tambaú, cerâmica de Itu, cerâmica de Tatuí, plásticos do Grande ABC (estes 7 com atuação anterior da Fiesp, em parceria com o Sebrae-SP), móveis de Votuporanga, calçados de Jaú e aeronáutico de São José dos Campos. O objetivo do projeto Fiesp/MDIC foi o de capacitar agentes locais para o gerenciamento de APLs, bem como a elaboração do Plano de Desenvolvimento de cada um dos 10 APLs. No APL aeronáutico de São José dos Campos, a Fiesp desenvolveu também, em conjunto com a CNI e o Sebrae-NA, o “Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias – Procompi”9, em 2007/2008, com o objetivo de capacitar e qualificar cerca de 15 empresas fornecedoras do referido APL. 1.2. Atuação Coordenadora do Governo Estadual Até 2004, a atuação da SD – Secretaria de Desenvolvimento10 estava relacionada basicamente à contratação do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas para estudos e ações de suporte tecnológico aos arranjos. A SD também contribuiu para que algumas FATECs – Faculdades de Tecnologias e ETECs – Escolas Técnicas fossem direcionadas a certos arranjos. No entanto, o critério de priorização não era muito explícito. O PPA – Plano Plurianual 2004-2007 do Estado de São Paulo11 explicitou e o PPA 2008-201112 reforçou como prioridade o fortalecimento de APLs e particularmente a articulação e coordenação de ações das diversas entidades que atuam sobre eles, estando à coordenação deste esforço sob a liderança da SD. Passos mais concretos nesta direção, no entanto, só ocorreram a partir de 2007, com a criação, em julho, da Rede Paulista de APLs e a recente assinatura, em junho de 2008, de Convênio com o BID para execução do “Programa de Fortalecimento de APLs no Estado de São Paulo (BRL1016)”, tendo como órgão executor a SD e co-participantes o Sebrae-SP e a Fiesp, estando previstos recursos no montante de US$ 20 milhões (US$ 10 milhões do BID e US$ 10 milhões do Sebrae-SP) para o atendimento de 15 APLs do Estado. Um passo importante no sentido de fortalecer a atuação conjunta das três instituições foi o processo de construção e viabilização do projeto com o BID. Resultado de um longo processo de negociação entre as partes, iniciado em 2002, quando da assinatura pelas três instituições do Protocolo de Intenções 9 Além de Limeira, São José dos Campos também tem se revelado um caso problemático. São experiências que exigem reflexões que permitam avançar na metodologia de atuação em APLs. 10 Anteriormente denominada SCTDE – Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico e Turismo. 11 Lei n. 11.605, de 24/12/2003. 12 Lei n. 13.123, de 08/07/2008. 5 para Parceria de Atuação no Projeto BID, sua viabilização exigiu extenso esforço de harmonização das metodologias das três instituições 13, além da adequação aos padrões dos projetos BID. Também favoreceu a progressiva harmonização das metodologias o fato de a coordenação da Rede Paulista de APLs ser exercida por um ex-Diretor Superintendente do Sebrae-SP, Dr. José Luiz Ricca. Contribuiu, ainda, o papel impulsionador do GTP APL no plano federal, coordenado pelo MDIC, que a partir de 2006 promoveu oficinas de orientação à instalação de Núcleos Estaduais de Apoio a APLs articulados ao GTP APL, fortalecendo a atuação coordenadora do governo estadual, por meio da SD 14. 13 Como fórum articulador das discussões desempenhou papel importante a realização de três edições do “Encontro de Arranjos Produtivos do Estado de São Paulo” (nos anos de 2005, 2007 e 2008). 14 Foi relevante também a realização de 3 edições da “Conferência Brasileira sobre APLs” (nos anos 2004, 2005 e 2007), para apresentação dos avanços do GTP APL e como fórum de discussão. 6 Quadro 1 - Histórico de Ações Principais – Fiesp, Sebrae-SP e Sd (e alguns marcos da atuação do governo federal) Ano Instituições Discriminação 2000 Fiesp Projeto exploratório no APL de Franca / couro e calçados 2002 SCTDE/atual SD Sebrae-NA Fiesp Fiesp CNI Sebrae-NA Fiesp Sebrae-SP Protocolo de Intenções para Parceria de Atuação no Projeto BID com o Governo de Estado (para atuação em APLs) 2002/03 2003/04 2003 Gov. Est. SP 2004 2004 ALESP SCTDE/atual SD Sebrae-SP SCTDE/atual SD Sebrae-SP Fiesp Gov. Federal 2004 Gov. Federal 2004/06 Fiesp Sebrae-SP 2005 GTP APL 2004 Projeto piloto em 1 APL: - São José do Rio Preto / jóias Projeto “Aumento da Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias Localizadas em Arranjos Produtivos Locais (APLs) do Estado de São Paulo”, abrangendo 4 APLs: - Limeira / bijuterias - Mirassol / móveis - Ibitinga / confecções - Vargem Grande do Sul / cerâmica vermelha Lei n. 11.606, de 24/12/03 – Autoriza operação de crédito para empréstimo do BID, no montante de US$ 10 milhões para serem aplicados, obrigatoriamente, em APLs paulistas Encontro “Arranjos Produtivos Locais e o Desenvolvimento Sustentado do Estado de São Paulo” (23/06/04), promovido pelo Fórum Legislativo de Desenvolvimento Econômico Sustentado (instituído em 2003 pela ALESP) Formação de uma “Unidade Gestora Técnica” responsável pela montagem da metodologia de atuação do Projeto BID 1a. Conferência Brasileira sobre APLs, realizada de 02 a 04/08/04, em Brasília-DF, com cerca de 400 participantes Portaria Interministerial n. 200, de 03/08/04 – Criação do GTP APL (sob a coordenação do MDIC) – marco indicativo do início da atuação do governo federal visando a coordenação das ações de apoio a APLs. Inicialmente, focalizou a sua estratégia de ação integrada em 11 APLs Pilotos, distribuídos nas 5 regiões do país, com o propósito de testar a metodologia de Planos de Desenvolvimento Preliminares (PDPs). Entre os 11 APLs pilotos, um de SP: - Franca / calçados 2a. Etapa do Projeto “Aumento da Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias Localizadas em Arranjos Produtivos Locais (APLs) do Estado de São Paulo”, abrangendo 8 APLs: - São José do Rio Preto / jóias - Mirassol / móveis - Ibitinga / confecções - Vargem Grande do Sul / cerâmica vermelha - Tambaú / cerâmica vermelha - Itu / cerâmica vermelha - Tatuí / cerâmica vermelha - Grande ABC / plásticos As Secretarias Estaduais ratificaram uma lista de 5 APLs Prioritários por Estado, ampliando-se a atuação de 11 APLs Pilotos para 142 APLs Prioritários (11 + 131) para o período 2005-2007. A lista de SP passou a constituir-se de 6 APLs: - Franca / calçados 7 2005 GTP APL 2005 Gov. Est. SP 2005 2006 Fiesp SCTDE/atual SD 2006 2006 SCTDE/atual SD Sebrae-SP Fiesp GTP APL 2007 GTP APL 2007 SD 2007 Fiesp MDIC 2007/08 Fiesp CNI Sebrae-NA Fiesp SD Fiesp Sebrae-SP GTP APL 2007 2007 2007 - São João da Boa Vista (Tambaú/VGSul) / cerâmica - Birigui / calçados - Jaú / calçados - Ibitinga / confecções - Mirassol / móveis 2a. Conferência Brasileira sobre APLs, realizada de 12 a 14/09/05, no Rio de Janeiro-RJ, com cerca de 350 participantes Decreto n. 50.124, de 24/10/05 – atribui à SCTDE a responsabilidade pela coordenação e cumprimento do “Programa de Fortalecimento da Competitividade das Empresas Localizadas em Arranjos Produtivos Locais do Estado de São Paulo” (projeto em negociação com o BID) I Encontro de Arranjos Produtivos do Estado de São Paulo (07/11/05) Decreto n. 50.929, de 30/06/06 – Reestruturação da SCTDE. Constitui o campo funcional da Secretaria formular políticas e implementar ações de competência do Estado em matéria de desenvolvimento econômico e ciência e tecnologia, com vista a: I- geração de trabalho e renda; II- redução das desigualdades regionais e harmonização do desenvolvimento; III- articulação dos fatores de produção; IV- aumento da competitividade da economia paulista; V- incremento do comércio exterior e das relações internacionais; V- fortalecimento dos APLs e das MPMEs; VII- atração de investimentos; VIII- formação de RHs no âmbito do ensino superior e profissional, em todos os seus níveis; IX- estímulo à produção de conhecimento e à pesquisa científica e tecnológica; X- estímulo à inovação tecnológica. Articulação para Reunião do Núcleo Estadual do GTP-APL (MDIC) 20/11/06 - Oficina de Orientação à Instalação de Núcleos Estaduais de Apoio a APLs Articulados ao GTP APL – Região Sudeste (1A. edição) 23/03/07 - Oficina de Orientação à Instalação de Núcleos Estaduais de Apoio a APLs Articulados ao GTP APL – Região Sudeste (2A. edição) Resolução SD – 7, de 13/07/07 – Instituição da Rede Paulista de Arranjos Produtivos Locais, instância interinstitucional voltada às questões dos APLs do Estado e que tem, entre outros objetivos, a função de selecionar os setores produtivos e as regiões a serem apoiados por recursos do Estado Projeto “Apoio Conjunto ao Incremento da Competitividade das Micro, Pequenas e Médias Empresas inseridas e organizadas em Arranjos Produtivos Locais no Estado de São Paulo”, abrangendo 10 APLs: - Mirassol / móveis - Ibitinga / confecções - Vargem Grande do Sul / cerâmica vermelha - Tambaú / cerâmica vermelha - Itu / cerâmica vermelha - Tatuí / cerâmica vermelha - Grande ABC / plásticos - Votuporanga / móveis - Jaú / calçados - São José dos Campos / aeronáutica “Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias – Procompi” no APL aeroespacial de São José dos Campos II Encontro de Arranjos Produtivos do Estado de São Paulo (22/10/07) Assinatura de Protocolo de Cooperação Técnica para o Desenvolvimento de APLs paulistas (22/10/07) 3a. Conferência Brasileira sobre APLs, realizada de 27 a 29/11/07, em Brasília-DF, com cerca de 750 participantes, entre empresários, líderes setoriais, acadêmicos, gestores de APLs, representantes dos Núcleos 8 2008 GTP APL 2008 Gov. Est. SP BID 2008 Gov. Est. SP 2008 SD Sebrae-SP Fiesp SD Sebrae-SP Fiesp 2009 (início) 2009 (abr.) Gov. Est. SP Estaduais de APLs e de instituições governamentais Os 27 Núcleos Estaduais de Apoio a APLs apresentaram lista com a indicação de até 5 outros APLs (além daqueles definidos em 2005), elevando para 261 o número de APLs priorizados para o período 2008-2010, envolvendo APLs de base agrícola, base animal, turismo e industriais, de indústrias tradicionais, intensivas em mão-de-obra ou capital, além de setores inovadores. À lista anterior de SP de 6 APLs, somaram-se mais 5 APLs: - Bom Retiro – Distrito de SP / confecções - Piracicaba / álcool - Panorama-Ouro Verde / cerâmica - RM São Paulo / móveis - São José dos Campos / aeroespacial Assinatura do Contrato de Empréstimo n. 1911 - OC/BR, em 13/06/08, com o objetivo de cooperar na execução do “Programa de Fortalecimento da Competitividade das Empresas Localizadas em APLs do Estado de São Paulo (BR-L1016)”, sob a coordenação geral da SD Decreto n. 53.670, de 10/11/08 – dispõe sobre a estrutura organizacional na Secretaria de Desenvolvimento voltada à implementação do “Programa de Fortalecimento da Competitividade das Empresas Localizadas em APLs do Estado de São Paulo (BR-L1016)” III Encontro de Arranjos Produtivos do Estado de São Paulo (24/11/08), com mais de 300 participantes Seleção dos 15 APLs que farão parte do Projeto BID: - Americana / têxtil e confecções - Birigui / calçados - Cerquilho/Tietê / confecções - Franca / calçados - Grande ABC / plásticos - Ibitinga / confecções - Itu / cerâmica vermelha - Jaú / calçados - Mirassol / móveis - Piracicaba / álcool - Ribeirão Preto / equipamentos médico-odontológicos - RM São Paulo / móveis - Tambaú / cerâmica vermelha - Tatuí / cerâmica vermelha - Vargem Grande do Sul / cerâmica vermelha Minuta de Decreto (em tramitação na ALESP) instituindo o Programa Estadual de APLs Siglas: ao final do Relatório. Fonte: Elaboração própria. 9 2. Os Organismos de Coordenação e Implementação da Política Estadual para Arranjos Produtivos Locais e o Foco das Políticas 2.1. Instituição Coordenadora: Secretaria de Desenvolvimento O marco inicial da política do Estado de São Paulo dirigida a APLs pode ser estabelecido em 2004, com o reconhecimento no PPA estadual 2004-2007 dos APLs como espaços relevantes para implementação de políticas articuladas visando o desenvolvimento econômico sustentável. O PPA 2008-2011 avançou, ao criar explicitamente o programa “Desenvolvimento Local”. A lógica do apoio aos APLs parte do pressuposto de que diferentes atores locais – empresários individuais, sindicatos, associações, entidades de capacitação, de educação, de crédito, de tecnologia, agências de desenvolvimento, entre outras – podem mobilizar-se e, de forma coordenada, identificar suas demandas coletivas, por iniciativa própria ou por indução de entidades envolvidas com o segmento. O Decreto 50.929, de 30 de junho de 2006, determina que a Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo (SD) tem o dever de promover o fortalecimento dos arranjos produtivos locais e das micro, pequenas e médias empresas paulistas, visando: - o aumento da competitividade da economia paulista e o consequente aumento dos níveis de emprego e renda; e a redução das desigualdades regionais e a consequente harmonização do desenvolvimento. No orçamento do Estado para 200915, o apoio e fomento aos APLs é uma estratégia de desenvolvimento local integrado, no Programa 1015 – Desenvolvimento Local, na Ação 5239 – Fomento e Apoio aos Arranjos Produtivos. Do total dos recursos previstos para o Programa em 2009 (R$ 22,2 milhões), 80% destinam-se à referida ação (R$ 17,7 milhões) 16, distribuídos entre duas fontes: recursos do tesouro (R$ 4,4 milhões) e recursos oriundos de operação de crédito com o BID (R$ 13,3 milhões). Em 2008, a Ação 5239 dispunha de R$ 5,1 milhões (integralmente na fonte de recursos do tesouro). Constata-se, assim, que o montante total de recursos destinados ao apoio e fomento de APLs no Estado aumentou expressivamente, principalmente com os do contrato de empréstimo com o Banco Interamericano para execução do “Programa de Fortalecimento de Arranjos Produtivos Locais no Estado de São Paulo (BRL1016)”, tendo como órgão executor a SD e co-participantes o Sebrae-SP e a Fiesp, para o atendimento de 15 APLs paulistas. O problema é que a característica de heterogeneidade dos APLs, em termos setoriais, de estágio de desenvolvimento, forma e grau de articulação entre os agentes etc., impõe inúmeras dificuldades operacionais, inclusive para execução do orçamento do programa de apoio. Em 2008, do total de R$ 5,1 milhões de recursos disponíveis para execução da Ação 5239, apenas R$ 838 mil foram executados (16% do total). O Decreto em tramitação na Assembléia Legislativa do Estado propondo a instituição do Programa Estadual de APLs visa contornar parte dos entraves, ao possibilitar a celebração de convênios com 15 Conforme Lei Orçamentária n. 13.289, de 22/12/08. O restante destina-se quase totalmente a duas outras ações previstas no Programa Desenvolvimento Local: 4394 – Apoio Tecnológico aos Municípios – PATEM = R$ 1,3 milhões 5204 – Fomento, Apoio e Consolidação do Sistema Paulista de Parques Tecnológicos = R$ 3,0 milhões. 16 10 municípios, entidades representativas de classe, institutos de pesquisa e desenvolvimento, instituições sem finalidade econômica de interesse privado, de interesse correlato e entidades vinculadas, objetivando a execução de projetos destinados ao incremento de cadeias produtivas, por meio de ações estruturantes. Os objetivos do programa estadual de desenvolvimento local são: a) Incremento da produtividade e qualidade de produtos e processos com foco no processo produtivo que agregue inovações tecnológicas, tornando-os competitivos nos mercados nacional e internacional (PPA 2008-2011); b) Aumento da competitividade das empresas que fazem parte dos 15 APLs selecionados, por meio do incremento da produtividade e eficácia coletiva e do incremento da coordenação empresarial e institucional para adoção de práticas competitivas nas empresas dos arranjos atendidos (Programa BID). O foco da ação concentra-se nas chamadas “Ações Horizontais”, apoiadas na implantação de Centros de Serviços voltados para a competitividade das cadeias produtivas atendidas (centros de capacitação/formação; laboratórios de centros de suporte tecnológico; núcleos de inteligência; centros de serviços integrados etc.). O programa de Desenvolvimento Local definido no PPA 2008-2011 dá continuidade ao programa Desenvolvimento Sustentável do PPA 2004-2007, mas com uma importante mudança de foco. Anteriormente, o foco era voltado para o desenvolvimento de metodologias para organização de APLs. Agora, o foco é diretamente para o incremento da competitividade das MPMEs e de setores relevantes da economia paulista, por meio do investimento direto em infra-estrutura, equipamentos, programas específicos de capacitação e transferência de tecnologia às MPMEs. Quanto à institucionalidade do programa, apoia-se na cooperação com duas outras instituições: o Sebrae-SP e a Fiesp, que fazem parte da Rede Paulista de APLs, sob a coordenação da SD. Juntas, as três instituições são responsáveis pela execução das ações nos arranjos designados prioritários. O Sebrae-SP possui capacitação em gestão empresarial, suporte tecnológico e ao acesso a mercados para as MPES, além de uma enorme capilaridade nos municípios paulistas. A Fiesp possui capacidade de articulação com as entidades representativas de classe e expertise metodológica de atuação em APLs, além de oferecer apoio técnico e institucional voltado à competitividade industrial. A participação de cada instituição na execução do “Programa de Fortalecimento da Competitividade das Empresas Localizadas em APLs do Estado de São Paulo” (projeto BID) pode ser assim resumida: 11 • SD: responsável pelo gerenciamento e controle do Programa; pela coordenação técnica, administrativa e financeira; • Sebrae-SP: responsável pela sensibilização, capacitação e mobilização de empresários e entidades locais dos APLs, bem como de coordenar a elaboração de planos estratégicos dos APLs; além de ser responsável pelo aporte financeiro correspondente à contrapartida nacional do empréstimo junto ao BID; • Fiesp: apoiar na sensibilização, capacitação e mobilização de empresários e entidades locais dos APLs; realizar análise de panorama de mercado nacional e internacional para os setores dos APLs; apoiar a elaboração dos planos estratégicos e auxiliar nas definições de objetivos estratégicos, demandas dos APLs e do plano de ação; facilitar avaliações qualitativas com empresários e localidades realizando um papel de ombudsman do projeto, propiciando correções de rumo e ações; sistematizar informações de forma a obter lições aprendidas e best practices dos APLs; • BID: apoio metodológico e financiamento de recursos. Na prática, a política estadual para APLs enquanto um conjunto de ações articuladas em torno de um programa com recursos relevantes está tendo início efetivamente neste ano. Após a concretização da assinatura do convênio com o BID (em junho de 2008) e a extensa negociação da lista de 15 APLs objetos do Programa (concluída recentemente), resta a aprovação do Decreto em tramitação na Assembléia Legislativa paulista que institui o Programa Estadual de APLs, considerado essencial para viabilizar a execução do orçamento disponível. 2.2. Instituições Co-Executoras: Fiesp e Sebrae-SP 2.2.1. FIESP A participação da Fiesp no projeto BID será dada em forma de apoio técnico e metodologia de trabalho por meio do Departamento de Competitividade e Tecnologia (Decomtec), que já é responsável pelo desenvolvimento de 10 APLs em todo o Estado de São Paulo. A participação da Fiesp no projeto BID dá continuidade à relevante atuação que a instituição vem desempenhando desde 2002, por meio do desenvolvimento de vários projetos (em parceria com o Sebrae-SP e com o MDIC), tendo como foco o aumento da competitividade de empresas e setores industriais, utilizando como instrumento a abordagem de APLs. Nesta nova fase da atuação da Fiesp, registra-se as seguintes mudanças principais: - aumento do escopo do projeto e da quantidade de APLs atendidos (para 15 APLs); atuação a partir da Rede Paulista de APLs, sob a coordenação do governo do Estado de São Paulo (Secretaria de Desenvolvimento); construção metodológica em conjunto com o BID; previsão de investimentos em estrutura física nas localidades dos APLs. 12 2.2.2. Sebrae-SP O Sebrae-SP é uma instituição sem fins lucrativos, coordenada por representantes da iniciativa privada e do setor público, que tem por objetivo estimular e promover o desenvolvimento do empreendedorismo e das empresas de pequeno porte no Estado de São Paulo. Para tanto dispõe de uma extensa rede de ERs – Escritórios Regionais e PAEs – Postos de Atendimento ao Empreendedor17 e executa diversos programas, em parceria com Prefeituras Municipais e Sindicatos de representação e Associações. As ações do Sebrae/SP são complementares, com atuação em toda cadeia e abrangendo diversos setores de atividade: indústria, comércio, turismo e agronegócio. Entre os inúmeros programas do Sebrae-SP, o Programa “Arranjos Produtivos Locais”, criado em 2003, tem como foco principal de atuação “apoiar a promoção de localidades, inclusive `rurais`, que denotem um conglomerado de micro e pequenas empresas que podem estar associadas entre si ou não, ou ainda ligadas às médias e grandes empresas operando em sistema de rede, ou mesmo de grandes indústrias que proporcionem uma interligação com micro e pequenas empresas” (Sebrae-SP, 2004:2). Os projetos pactuados normalmente priorizam as seguintes ações: “1- acesso aos mercados internos e externos, a tecnologias produtivas e de organização; 2- coordenação e cooperação público-privada e entre empresas” (Sebrae-SP, 2004:5-7). Atualmente, além de sua atuação independente em várias localidades, o Sebrae-SP é co-executor das ações em 15 APLs selecionados pelo Programa BID, entendendo a divisão de tarefas da seguinte forma: • • • O Governo (por intermédio da SD) tem um papel de articulador e viabilizador de ações estruturantes (físicas); A Fiesp auxilia em pesquisas econômicas e na articulação com sindicatos de classe, além da disponibilização dos serviços do SENAI; O Sebrae-SP é o grande executor do processo e tem um papel de organizador local. Nesses seis anos em que atua localmente com o Programa “Arranjos Produtivos Locais”, o Sebrae-SP adquiriu experiência com os erros e acertos da metodologia adotada. Atualmente, a instituição encontra-se em um momento de reflexão sobre alguns pontos dos projetos em andamento e os resultados deles esperados, estando em processo de elaboração uma nova versão de seu manual de atuação. Um dos principais pontos de revisão da atuação do Sebrae-SP visa contemplar de forma mais efetiva as condições de mercado. Hoje, o processo de planejamento é bastante voltado ao que a localidade deseja e sobre a sua visão de realidade. Neste novo entendimento, a visão da localidade deve ser considerada à luz do que está acontecendo no mercado 17 Atualmente, o Sebrae-SP dispõe de 29 ERs e 121 PAEs. 13 3. Metodologias Adotadas para Identificação dos Arranjos Produtivos Locais e Critérios para Seleção dos Arranjos Objetos das Políticas São inúmeros os trabalhos contendo exercícios de identificação de APLs no Brasil. Neste capítulo, são apresentadas sinteticamente as metodologias de identificação e seleção de arranjos adotadas pelas três instituições envolvidas na política estadual para APLs (SD, Fiesp e Sebrae-SP). O Quadro 2 permite visualizar a cronologia dos documentos metodológicos mais relevantes das três instituições no que diz respeito à identificação, seleção e atuação18 em arranjos do Estado de São Paulo. 3.1. As Metodologias do Sebrae-SP e da Fiesp O Sebrae-SP realizou em 2002 o trabalho “Subsídios para a Identificação de Clusters no Brasil”, onde são apresentados o método proposto e o resultado de sua aplicação: por atividade industrial (a 4 dígitos da CNAE), relação de municípios ordenados por grau de especialização em número de estabelecimentos (de acordo com o Cadastro de Estabelecimentos Empregadores do MTE, de março de 2002). No mesmo ano, os resultados obtidos para o Estado de São Paulo foram reunidos na publicação “Atlas das Concentrações Industriais do Estado de São Paulo”. Este mapeamento de estabelecimentos industriais do Estado reúne 48 mapas (um para cada atividade a 4 dígitos CNAE selecionada), assinalando cerca de 400 concentrações industriais (município com 50 ou mais estabelecimentos em cada atividade selecionada). A Fiesp, por sua vez, entre final de 2002 e início de 2003, tendo em vista selecionar quatro arranjos para aplicação do Projeto “Aumento da Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias Localizadas em APLs do Estado de São Paulo” (em parceria com o Sebrae-SP), realizou um amplo mapeamento de todos os setores industriais existentes em cada um dos 645 municípios do Estado, por número de estabelecimentos e de pessoal ocupado. Este primeiro levantamento resultou em mais de 15 mil registros de pontos de “aglomeração” industrial (interseções setores x município). Foram, então, aplicados critérios de seleção e classificação, em conformidade com os objetivos do referido projeto, como forma de estabelecer regiões prioritárias para o desenvolvimento do programa. Basicamente, os critérios principais para elegibilidade dos APLs foram: 1) nível de concentração industrial; 2) setores intensivos em mão-de-obra; e 3) participação de MPEs. O Quadro 3 apresenta um resumo da metodologia completa da Fiesp para identificação e seleção de APLs. Um dos critérios utilizados para seleção/classificação dos pólos industriais exclui setores industriais de cidades cujo agrupamento de indústrias fosse inferior a 15 empresas. Este critério deveu-se à necessidade de haver pelo menos 15 empresas participantes no grupo piloto de cada localidade. Do número inicial de mais de 15 mil concentrações, chegou-se a 533, reduzidas posteriormente a 212, com a exclusão da região metropolitana de São Paulo e da cidade de Campinas, diante da complexidade inerente às grandes cidades19. A amostra resultante foi submetida ainda a outros critérios de seleção que permitiram, por meio de uma escala de valores, listar, por ordem de classificação, todos os 212 arranjos produtivos encontrados. 18 Cabe observar que os referidos documentos (exceto o primeiro) abrangem também as metodologias de atuação (e não apenas de identificação e seleção). Os aspectos relacionados à forma de atuação em APLs no Estado de São Paulo serão tratados no 3o Relatório deste projeto. 19 ”O que não impede que, no futuro, possamos desenvolver o trabalho nesses municípios”, segundo esclareceu o coordenador do projeto Renato Corona (Decomtec/Fiesp), em entrevista à Revista da Fiesp, na ocasião. De fato, na segunda etapa do projeto Fiesp/Sebrae-SP, registra-se a incorporação do APL de plástico da região do Grande ABC. 14 Para tanto, foram destacadas dez variáveis quantitativas consideradas importantes para o estudo20. Receberam maior peso arranjos produtivos com um grande número de empresas de pequeno porte e aqueles com maior probabilidade de geração de emprego. Setores com maior crescimento de mercado (nacional e internacional) receberam igualmente uma pontuação maior. Critérios qualitativos também foram utilizados. Assim, foram excluídos agrupamentos empresariais com apoio21 ou que registram grau de desenvolvimento avançado (como os APLs de calçados de Franca e têxtil de Americana). Nesses casos, a exclusão deveu-se ao fato de o trabalho ter sido idealizado com o objetivo de priorizar o fortalecimento, em um primeiro momento, de concentrações em um estágio inicial de maturação, onde a dinâmica de cooperação entre empresas e destas com as entidades de apoio específicas ainda não estivesse completamente estabelecida. Ademais, por serem de difícil tipificação, evitou-se selecionar setores com classificação difusa, como produtos de panificação, confeitaria, fabricação de produtos diversos de plásticos e outros. Esta metodologia, desenvolvida no âmbito do Projeto Fiesp/Sebrae-SP, que envolveu muitas outras instituições (inclusive a SD, por meio do IPT), serviu de referência para projetos posteriores, inclusive o que constitui a base da atual política estadual voltada para APLs. 20 São variáveis relacionadas a: pessoal ocupado (peso 50), número de estabelecimentos (peso 30) e mercado nacional e internacional (peso 20). O peso atribuído a cada uma das 10 variáveis encontra-se no Quadro 3. 21 Por exemplo, na ocasião foi identificado que Jaú (calçados) e Votuporanga e municípios próximos (móveis) já estavam recebendo apoio. 15 Quadro 2 - Histórico de Metodologias para APLs– Sebrae-SP, Fiesp e Sd (para identificação, seleção e atuação) Cronologia Instituições Discriminação 2002 Sebrae-SP “Subsídios para a Identificação de Clusters no Brasil: atividades da indústria” (ago. 2002) e “Atlas das Concentrações Industriais do Estado de São Paulo” (resultado da aplicação da metodologia para São Paulo) (nov. 2002) 2002/03 Fiesp Metodologia para o Projeto Fiesp/Sebrae-SP “Aumento da Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias Localizadas em Arranjos Produtivos Locais (APLs) do Estado de São Paulo” 2004 Sebrae-SP22 “Trabalhos em Arranjos Produtivos Locais – Diretrizes para o Modelo de Atuação do Sebrae-SP” (dez.) 2007 Fiesp “Manual de Atuação em Arranjos Produtivos Locais – APLs”, publicação contendo a metodologia conjunta MDIC/Fiesp, desenvolvida no âmbito do Projeto “Apoio Conjunto ao Incremento da Competitividade das Micro, Pequenas e Médias Empresas inseridas e organizadas em Arranjos Produtivos Locais no Estado de São Paulo” 23 MDIC 2007 SD Sebrae-SP Fiesp “Regulamento Operativo do Programa de Fortalecimento da Competitividade das Empresas Localizadas em Arranjos Produtivos do Estado de São Paulo – BR-L1016”, contendo metodologia de desenvolvimento do projeto (out.) BID 2009 Sebrae-SP (abr.) Revisão do Manual de Atuação do Sebrae-SP em APLs (em processo de elaboração) Fonte: Elaboração própria. 22 Em julho de 2003, o Sebrae-NA já havia publicado o “Termo de Referência para Atuação do Sistema SEBRAE em Arranjos Produtivos Locais”. Também publicou, em 2004, “Metodologia de Desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais – Projeto Promos/Sebrae/BID (versão 2.0), que orientou a realização de projeto piloto em 4 APLs (nos Estados do Pará, Paraíba, Rio de Janeiro e Sergipe). 23 Anteriormente, o MDIC já havia publicado o “Manual de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais” orientador do GTP APL (Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais). 16 Quadro 3 - Metodologia de Identificação e Seleção de APLs da FIESP Passo 1 Discriminação Mapeamento dos APLs do Estado de São Paulo por meio do levantamento da quantidade de Estabelecimentos e de Pessoal Ocupado por código de classe CNAE (4 dígitos) da Indústria de Transformação, nos anos de 1996 e 2000, a partir da base de dados da RAIS, para todos os municípios do Estado. A RAIS identifica 645 municípios no Estado de São Paulo em 2000, dos quais 612 apresentam estabelecimentos industriais em algum dos setores CNAE, resultando um total de 15.191 interseções setores x município. 2 Do total de 15.191 interseções setores x municípios mapeados, foram selecionados aqueles setores que no município tinham, em 2000, o mínimo de 150 pessoas ocupadas e 15 empresas (devido à necessidade de haver pelo menos 15 empresas cooptadas ao projeto). Deste modo, a relação ficou restrita a 533 concentrações em 104 municípios. 3 Devido à dificuldade de inter-relacionamento entre empresas e a complexidade das grandes metrópoles, as concentrações da região metropolitana de São Paulo e da cidade de Campinas foram desconsideradas. Desta forma, a lista final de cidades com potencial para o projeto ficou restrita a 85 municípios, totalizando 212 interseções setores x municípios do total de 15.191 originalmente listados. 4 Para estes setores e cidades foram pesquisados, além dos dados de empresas e pessoal ocupado, dados complementares que dessem indicação da situação mercadológica dos setores e produtos, de forma a tornar a seleção mais focada. 5 Para tal, foram extraídos da base de dados do PC-TAS – período 19962000 – os dados referentes ao comércio mundial. Esses dados foram convertidos da classificação HS3 para a classificação CNAE, a partir de um trabalho inovador de reclassificação dos produtos, identificando qual tipo de indústria produz cada tipo de produto. 6 Isto permitiu o mapeamento do fluxo de comércio entre os países e a participação de cada setor da indústria nacional no mercado internacional. Foi possível, também, classificar os setores que estão em crescimento e os que estão em decréscimo no mercado mundial. 7 Com os dados setoriais da PIA 1996 e da PIA 2000 do IBGE, foi identificado a ROL (receita operacional líquida) dos setores industriais. Com estes dados, foi possível medir a taxa de crescimento da ROL por setor. 8 Em consenso, as entidades participantes deste projeto identificaram 10 variáveis quantitativas críticas para a classificação e a seleção das concentrações 17 industriais onde atividades possam ser desenvolvidas. As variáveis e respectivos pesos são: nº de estabelecimentos em 2000 (peso 10) nº de PO (pessoal ocupado) em 2000 (peso 15) quociente de localização em 2000 (peso 5) quociente de PO em 2000 (peso 5) crescimento do emprego 1996/2000 (peso 15) crescimento de estabelecimentos 1996/2000 (peso 5) dinamismo do mercado internacional 1996/2000 (peso 5) crescimento da receita líquida total 1996/2000 (peso 15) concentração PO em 2000 (peso 15) 10) participação das PMEs em 2000 (peso 10). 9 Por meio de um sistema de pontuação (scoring-model), foram distribuídos 100 pontos entre as 10 variáveis selecionadas, de forma a identificar as concentrações industriais que atendam aos principais objetivos do projeto, a saber: transferibilidade das soluções encontradas; impacto no emprego participação de MPEs crescimento do mercado nacional e internacional e) crescimento da concentração industrial setorial. 10 Tendo como base a relação de municípios classificados, um novo crivo foi realizado a partir de alguns critérios qualitativos, a saber: - Experiências de sucesso em estabelecer a governança do projeto. Os participantes do projeto já promoveram atividades em várias das localidades selecionadas. É critério de qualificação da localidade quando uma ou mais entidades conseguem reunir número mínimo de interessados nesta iniciativa. Da mesma forma, é critério de desqualificação da localidade quando as entidades já tentaram mas não conseguiram reunir interessados; - Foram evitados setores com classificação difusa, onde o tipo de produto e processo de produção seja de uma gama ampla, de difícil tipificação. Assim, setores como “Produtos de panificação, confeitaria e pastelaria”, “Fabricação de produtos diversos de plástico”, “Fabricação de outros produtos elaborados de metal”, “Fabricação de outras máquinas e equipamentos de uso diverso”, “Fabricação de artefatos diverso de madeira, palha, cortiça e material trançado – exceto móveis”, entre outros, não foram selecionados; - Foram também desconsiderados, em um primeiro momento, vários arranjos do mesmo setor. Por exemplo, o setor de produtos cerâmicos possui 18 arranjos em diversas localidades no Estado. Foram considerados apenas os arranjos que possuem melhor classificação pela metodologia adotada. Evita-se assim que o projeto tenha uma indesejada concentração setorial. 11 Os arranjos com pontuação baixa, mas geograficamente próximos a outros melhor classificados e de setor similar ou complementar, foram classificados como pertencentes aos melhores pontuados. Deste modo as pontuações iniciais foram alteradas pela dinâmica regional, resultando numa classificação que não leva em conta somente o município isoladamente, mas também o entorno deste. Fonte: Fiesp (2003). 3.2. Política Estadual para APLs: Critérios para Seleção dos 15 APLs A Rede Paulista de APLs, instância interinstitucional (SD, Sebrae-SP e Fiesp) constituída em julho de 2007, dentre outras atribuições, tem a função de selecionar os setores produtivos e as regiões a serem apoiados por recursos do Estado, seguindo critérios quantitativos e qualitativos. Os principais são: I. Concentração produtiva, ou seja, aglomeração territorial de empresas de um mesmo setor ou cadeia produtiva; II. Interesse e organização dos empresários, cultura empresarial de participação e presença de governança local. Estes dois critérios permitem classificar os APLs segundo seu estágio de desenvolvimento (de acordo com a sua importância para o desenvolvimento local, para o setor ou cadeia produtiva ao qual pertencem) e a organização da chamada governança local: APLs consolidados: importantes para o desenvolvimento local ou para o setor em que estão inseridos, com governança local consolidada. APLs em desenvolvimento: importantes o desenvolvimento local ou possuem participação expressiva no setor industrial em que estão inseridos, mas ainda não têm uma governança consolidada. APLs embrionários: concentrações de empresas com pouca representatividade para o setor industrial, mas com potencial para o desenvolvimento da economia local, sem governança consolidada. Além disso, conta na seleção as experiências acumuladas nos projetos anteriores das três instituições no apoio a arranjos do Estado (inclusive fazendo uso das metodologias desenvolvidas). Foi assim que a SD, junto com seus co-executores, Sebrae-SP e Fiesp, chegaram aos 15 APLs considerados prioritários para compor o Projeto BID. A relação destes arranjos já foi apresentada anteriormente no Quadro 1. 19 Dos 15 APLs selecionados para compor o Programa BID, 8 fizeram parte de projetos anteriores da Fiesp (em parceria com o Sebrae-SP ou MDIC). Os demais contam com presença atuante do Sebrae-SP (que, aliás, atua em todos), sendo que vários deles estavam na “lista de espera” segundo a metodologia da Fiesp. Entretanto, revendo os critérios de identificação e seleção propostos nesta metodologia, dois pontos chamam a atenção: 1o) a ampliação do número de APLs da região metropolitana de São Paulo (além do APL de plásticos do ABC, que já havia sido incorporado na segunda etapa do projeto Fiesp/Sebrae-SP, na lista dos 15 prioritários consta mais um APL da RM de SP: o de móveis); 2o) a inclusão dos APLs de calçados de Franca e têxtil de Americana (arranjos que ficariam de fora pelos critérios de seleção anteriores). Estas constatações confirmam que, atualmente, no entendimento da Rede Paulista, as ações voltadas para APLs devem priorizar arranjos produtivos com significativa capacidade de coordenação entre os atores locais, ou seja, com possibilidades mais concretas para o desenvolvimento de ações conjuntas. 4. Os Principais Mapeamentos Existentes de Arranjos Produtivos Locais no Estado e Identificação dos APLs que são Focos de Políticas Públicas No Brasil, inúmeros mapeamentos de aglomerações ou concentrações produtivas têm sido produzidos basicamente como resultado de24: a) aplicação de propostas de metodologias de identificação de APLs apoiadas no cálculo de índices de concentração setorial e de especialização regional de atividades econômicas (geralmente resultam na elaboração de extensas listas de aglomerações, que requerem procedimentos complementares para se chegar à identificação de fato de APLs); b) exercícios de listar localidades que receberam, recebem ou são candidatas a receber algum tipo de apoio (mais ou menos abrangente). Para o Estado de São Paulo, a situação não é diferente. Existe um grande volume de informações, de origens variadas. Com níveis de agregação, rigor e propósitos diferentes, os mapeamentos produzem listagens em geral incompatíveis, que não podem ser simplesmente reunidas em uma lista mais ampla, sob o risco de incorrer em graves erros. Por exemplo, a simples divergência na identificação da cidade-pólo do 24 Para compor o acervo de mapeamentos de APLs, pode-se considerar ainda os inúmeros estudos de casos geralmente empreendidos no meio acadêmico (monografias, dissertações , teses e relatórios de pesquisa), além de informações geradas pelas instituições fomentadoras visando apoiar a tomada de decisões. 20 arranjo pode levar a considerar como dois APLs o que na verdade compõe um único arranjo produtivo. Diferentes níveis de agregação da informação também podem induzir a erros25. Por outro lado, apesar do grande volume de informações, os mapeamentos disponíveis são incompletos. Geralmente, são restritos às atividades industriais e mesmo estas são captadas parcialmente, apenas o segmento formalizado (empresa e emprego). Também têm dificuldades de lidar com as especificidades e complexidades das regiões metropolitanas. Em resumo, na prática o acervo de mapeamentos abrange: a) enormes listas de aglomerações ou concentrações produtivas – em geral industriais – que são potenciais APLs (mas que exigem um olhar mais detido para a confirmação) obtidas pela aplicação de alguma metodologia; e b) pequenas listas de arranjos apoiados (ou pretendentes a apoio) produzidas pelas instituições envolvidas. Neste relatório, procedeu-se da seguinte forma: 1o) identificou-se os arranjos que são atualmente objetos de políticas voltadas para APLs no Estado. Desta forma, chegou-se a uma lista de 23 APLs (todos industriais) apoiados pelas três instituições que conduzem a política estadual para APLs (SD, Fiesp e Sebrae-SP), segundo o entendimento das mesmas (o Anexo I apresenta esta listagem); 2o) reuniu-se o conjunto de APLs já identificados pelas principais instituições e que ou não recebem apoio ou o recebem no âmbito de outros programas que não o de apoio a APLs. Desta forma, chegou-se a uma lista de 109 APLs, abrangendo um espectro mais amplo de atividades econômicas (o Anexo II apresenta esta listagem); 3o) procurou-se identificar possíveis APLs ausentes das duas listagens anteriores (Anexo III). Os 23 APLs que compõem a primeira lista correspondem ao que o Sebrae-SP atualmente apoia no âmbito do seu Programa “Arranjos Produtivos Locais”, sendo que 15 deles passaram a compor a lista de arranjos prioritários para o Programa BID (envolvendo a atuação da SD e da Fiesp). Atualmente, o Sebrae-SP considera no Programa “Arranjos Produtivos Locais” apenas arranjos industriais. Ademais, o apoio a um arranjo industrial não significa a inclusão automática da localidade no Programa APL. O Sebrae-SP pode iniciar o apoio pela atuação setorial (projetos coletivos), com a finalidade de entender e auxiliar na dinâmica do setor específico, além de estabelecer vínculos com a governança local. Ou seja, os projetos de APL podem ser descritos como APL (quando existe essa configuração e articulação local) ou podem ser iniciados como pequenos projetos setoriais (que podem, mais tarde, vir a fazer do Programa APL). De qualquer modo, segundo a orientação atual do Sebrae-SP, apenas os projetos setoriais industriais podem trilhar este caminho. No caso do apoio setorial aos agronegócios, embora a atuação também ocorra territorialmente, este caminho na direção do Programa APL não se verifica, uma vez que o Sebrae-SP prioriza a questão produtiva industrial apenas. O mesmo vale para o Programa “Circuitos e Roteiros Turísticos”, que atualmente abrange 27 projetos, em todo o Estado de São Paulo (listados adiante). 25 Por exemplo, além das agregações de municípios usuais (região administrativa, região de governo, microrregião, região metropolitana), há também agregações específicas de outras instituições: ERs – Escritórios Regionais do Sebrae-SP e Escritórios Regionais da Ciesp/Fiesp, que frequentemente agregam sob uma mesma denominação conjuntos diferentes de municípios. 21 5. Arranjos não Contemplados na Política de Apoio a APLs 5.1. Os Arranjos Identificados nos Mapeamentos Existentes e que não estão sendo Estimulados pela Política de Apoio a APLs no Estado O Anexo II apresenta os arranjos identificados pelas principais instituições apoiadoras de APLs do Estado e que não recebem apoio ou o recebem no âmbito de outros programas que não o de apoio a APLs. Desta lista, fazem parte vários arranjos que atualmente recebem apoio do Sebrae-SP, no âmbito do Programa Setorial na Indústria (totalizando 25 projetos) e do Programa de Agronegócios (das dezenas de projetos deste Programa26, foi possível incorporar os 18 que recebem acompanhamento pelo Sigeor). Quanto ao apoio a diversas localidades que vem sendo desenvolvido no âmbito do Programa “Circuitos e Roteiros Turísticos”, a incorporação exigirá uma avaliação mais detida de cada um dos 27 projetos, tendo em vista sua grande abrangência geográfica e de escopo. 26 O Programa de Apoio ao Agronegócios abrange inúmeras atividades produtivas: aquicultura, agroenergia, caprinos, café, derivados artesanais de cana-de-açúcar, flores, frutas, leite, mandioca, mel ovinos, produtos orgânicos e olericultura. 22 Programa “Circuitos e Roteiros Turísticos do Sebrae-SP 1. Projeto Circuito Turístico Caminhos das Águas e Nascentes 2. Projeto Circuito Turístico da Mantiqueira 3. Projeto Circuito Turístico da Costa da Mata Atlântica 4. Projeto Circuito Turístico dos Lagos 5. Roteiro Turístico do Alto Vale – Sudoeste Paulista 6. Roteiro Turístico da Cidade de Batatais 7. Roteiro Turístico da Cidade de Franca 8. Roteiro Turístico da Região de Osasco 9. Roteiro Turístico de Paranapanema 10. Projeto Circuito Turístico Chapada Guarani 11. Projeto Circuito Turístico das Frutas 12. Projeto Circuito Turístico das Águas Paulistas 13. Projeto Roteiro Turístico da Região do Vale do Ribeira 14. Roteiro Turístico da Região de São João da Boa Vista 15. Roteiro Turístico da Região de São José do Rio Preto 16. Projeto Circuito Turístico Entre Serras e Águas 17. Projeto Circuito Turístico Caminhos do Centro Oeste Paulista 18. Projeto Circuito Turístico Caminhos do Tietê 19. Projeto Circuito Turístico da Tropa Paulista 20. Projeto Circuito Turístico do Litoral Norte Paulista 21. Projeto Circuito Turístico do Vale Histórico 22. Projeto Circuito Turístico Oeste Rios 23. Projeto Circuito Turístico Religioso 24. Projeto Circuito Turístico de Mogi Mirim 25. Projeto Circuito Turístico da Região Sul de São Paulo 26. Projeto Circuito Turístico Águas Limpas 27. Projeto Roteiro Turístico Cultura e Lazer do Ipiranga Fonte: Sebrae-SP. 23 Um outro conjunto de APLs incluídos no Anexo II são aqueles denominados pela SD “outros APLs prioritários”, uma espécie de lista de espera (para futura atuação como a do projeto BID). Em um terceiro nível, a SD considera ainda um conjunto de arranjos sob a denominação “aglomerados produtivos” (uma segunda lista de espera para atuação futura). Há também arranjos identificados pelo MDIC, por terem recebido apoio de algum dos integrantes do GTP APL (Apex, Banco do Brasil etc.) 5.2. Os Arranjos não Incluídos em Listagens e Mapas Estaduais de APLs – Vazios de Política A opção de realizar um grande esforço de identificação a partir de indicações (mesmo que não sistematizadas27) das principais instituições envolvidas com o desenvolvimento de APLs no Estado resultou na inclusão de boa parte dos arranjos no Anexo II. Para compor o Anexo III restaram apenas alguns poucos casos não referidos por qualquer uma das instituições pesquisadas. Com relação às regiões metropolitanas do Estado, será necessário empreender um trabalho mais apurado, tendo em vista as centenas de concentrações de atividades econômicas apontadas em diversos mapeamentos. 27 A identificação inicial feita pela equipe de inúmeros APLs foi submetida a um amplo levantamento em periódicos e sites das instituições relevantes, levando a confirmação do arranjo por uma das fontes. 24 Bibliografia ALESP – Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Arranjos Produtivos Locais e o Desenvolvimento Sustentado do Estado de São Paulo. São Paulo, 2005 (95 p). DEDDING, A.T. & DELGADO, J.A.S. Inovação Tecnológica em Arranjos Produtivos Locais. São Paulo, out. 2007 (21 p). FIESP/DECOMTEC. Relatório de Execução – Etapa I – Mapeamento e Seleção. Relatório do Projeto “Aumento da Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias Localizadas em APLs do Estado de São Paulo”. São Paulo, março 2003 (250 p). FIESP/DECOMTEC. A Experiência dos APLs da Fiesp. São Paulo, julho 2005 (42 p). FIESP/DECOMTEC. A Experiência da Fiesp junto ao APL de Jóias de São José do Rio Preto. São Paulo, maio 2006 (19 p). FIESP/DECOMTEC. A Experiência da Fiesp junto ao APL de Enxovais Bordados de Cama, Mesa e Banho de Ibitinga. São Paulo, set. 2006 (25 p). IPT. Agenda de Competitividade para a Economia Paulista. São Paulo, 2007 (136 p). LEMOS, C.; ALBAGLI, S. & SZAPIRO, M. Promoção de Arranjos Produtivos Locais: iniciativas em nível federal. Redesist, jan.2004 (65 p). MDIC. Manual de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais – GTP APL. Brasília, 2006 (108 p). MDIC & FIESP/DECOMTEC. Manual de Atuação em Arranjos Produtivos Locais - APLs. Brasília, 2007 (56 p). SEBRAE-NA. Termo de Referência para Atuação do Sistema SEBRAE em Arranjos Produtivos Locais. Brasília, jul. 2003 (73 p). SEBRAE-NA. Metodologia de Desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais – projeto Promos/Sebrae/BID (versão 2.0). Brasília, 2004 (292 p). SEBRAE-SP. Subsídios para a Identificação de Clusters no Brasil: Atividades da indústria. São Paulo, 2002 (79 p). SEBRAE-SP. Atlas das Concentrações Industriais do Estado de São Paulo. São Paulo, 2002 (56 p). SEBRAE-SP. Trabalhos em Arranjos Produtivos Locais – Diretrizes para o Modelo de Atuação do SEBRAE/SP. São Paulo, dez. 2004 (21 p). www.al.sp.gov.br www.desenvolvimento.sp.gov.br www.fiesp.com.br www.ibge.gov.br www.mdic.gov.br www.rais.gov.br www.seade.gov.br www.sebraesp.com.br www.sebrae.sigeor.com.br 25 Siglas ALESP – Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento CNI – Confederação Nacional das Indústrias FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo GTP APL – Grupo de Trabalho Permanente para Arranjos Produtivos Locais MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior MTE – Ministério do Trabalho e Emprego PC-TAS – Banco de Dados da UNCTAD-ONU PIA – Pesquisa Industrial Anual do IBGE PROMOS – Agência de Promoção de Negócios da Câmara de Comércio de Milão RAIS - Relatório Anual de Indicadores Sociais do MTE SCTDE – Secret. Estadual da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico SD – Secretaria Estadual de Desenvolvimento SEBRAE-NA – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Nacional SEBRAE-SP – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo 26 Anexo 1 - Lista de APLs Identificados e Apoiados APL Têxtil e Confecções de Americana e Região Atividade Produtiva Principal (CNAE*) 132 Confecções de Cerquilho e Tietê (Moda Infantil) 141 Confecções de Ibitinga (Bordados; Cama, Mesa e Banho; Enxoval de Bebê) 141 Confecções de Tabatinga (Artefatos Têxteis/Bichos de Pelúcia e Enxoval de Bebê) Couros e Calçados de Birigui e Região (Calçados Infantis) 141 Calçados de Franca (Calçados Masculinos) 153 153 Localização Geográfica** Código Município 3501608 3519071 3533403 3545803 3552403 3511508 3554508 Americana Hortolândia Nova Odessa Santa Bárbara D'Oeste Sumaré Cerquilho Tietê 3519600 Ibitinga 3552700 3506508 3501103 3502804 3512506 3517109 3537701 3516200 3523701 3536307 Tabatinga Organização Responsável pelo Apoio SEBRAE SD FIESP Outras Instituições Apoiadoras Apex BB SEBRAE SD FIESP SEBRAE Apex SD FIESP MDIC Bradesco CNI MEC SEBRAE SD SEBRAE SD FIESP MDIC Birigui Alto Alegre Araçatuba Coroados Glicério Piacatu Franca SEBRAE Itirapuã SD Patrocínio Paulista FIESP Apex BB Bradesco MEC Apex BB Bradesco 27 3537008 3549409 3525300 3505203 3505302 3506805 3514106 3514304 3522901 3528007 3529807 3536703 Calçados de Jaú e Região (Calçados Femininos) OBS.: inclui luvas de couro de Bocaina 153 Calçados de Santa Cruz do Rio Pardo Álcool de Piracicaba e Região 153 193 3546405 3538709 Cosméticos de Diadema e Região 206 3513801 3529401 3543303 3544103 3547809 3548708 Plásticos da Região do Grande ABC 222 3548807 3547809 3513801 3529401 3543303 Pedregulho São Joaquim da Barra Jaú Bariri Barra Bonita Bocaina Dois Córregos Dourado Itapuí Macatuba Mineiros do Tietê Pederneiras Santa Cruz do Rio Pardo Piracicaba Diadema Mauá Ribeirão Pires Rio Grande da Serra Santo André São Bernardo do Campo São Caetano do Sul Santo André Diadema Mauá Ribeirão Pires MDIC Caixa SEBRAE SD FIESP MDIC Sistema C&T Apex BB MEC Sistema C&T SEBRAE SEBRAE SD FIESP MDIC SEBRAE SEBRAE SD FIESP MDIC Apex Sistema C&T 28 3544103 3548708 Cerâmica Vermelha de Itú 234 Cerâmica Vermelha de Panorama e Região 234 3548807 3523909 3535408 3534807 3536406 3541307 Rio Grande da Serra São Bernardo do Campo São Caetano do Sul Itú Panorama Ouro Verde Paulicéia Presidente Epitácio Presidente Prudente Teodoro Sampaio Tambaú Cerâmica Vermelha de Tambaú 234 3541406 3554300 3553302 Cerâmica Vermelha de Tatuí 234 3554003 Tatuí Cerâmica Vermelha de Vargem Grande do Sul 234 3556404 Vargem Grande do Sul Metal-Mecânico da RM São Paulo 253 3548708 São Bernardo do Campo SEBRAE SD FIESP MDIC SEBRAE MDIC Apex MME SEBRAE SD FIESP MDIC SEBRAE SD FIESP MDIC Bradesco CNI IEL MEC Apex SEBRAE SD FIESP MDIC Bradesco CNI IEL MEC SEBRAE Sistema C&T 29 (Autopeças e Ferramentaria) 3513801 3529401 3543303 3548807 Diadema Mauá Ribeirão Pires Rio Grande da Serra Santo André São Caetano do Sul 266 3543402 Ribeirão Preto Aeroespacial de São José dos Campos 304 Móveis de Mirassol e Região 310 3549904 3508504 3524402 3554102 3530300 3500204 3500907 3504602 3504800 3511300 3517901 3519402 3519808 3521150 3524501 3525706 3529500 3530409 3532504 3532801 São José dos Campos Caçapava Jacareí Taubaté Mirassol Adolfo Altair Bady Bassitt Bálsamo Cedral Guaraci Ibirá Icém Ipiguá Jaci José Bonifácio Mendonça Mirassolândia Neves Paulista Nova Aliança 3544103 3547809 Equipamentos Médico-Odontológicos de Ribeirão Preto SEBRAE SD FIESP Apex MDIC SEBRAE SD FIESP MDIC SEBRAE SD FIESP MDIC Apex Apex Bradesco CNI IEL MEC Sistema C&T 30 3533007 3533908 3534005 3535002 3536604 3539608 3549805 3556008 3557105 Móveis da RM São Paulo 310 3548708 3504107 3507100 3509007 3513801 3515004 3515103 3516309 3516408 3522208 3526209 3528502 3529401 3534401 3543303 3544103 3547809 3548807 Nova Granada Olímpia Onda Verde Palestina Paulo de Faria Planalto São José do Rio Preto Urupês Votuporanga São Bernardo do Campo Atibaia Bom Jesus dos Perdões Caieiras Diadema Embu Embu-Guaçu Francisco Morato Franco da Rocha Itapecerica da Serra Juquitiba Mairiporã Mauá Osasco Ribeirão Pires Rio Grande da Serra Santo André São Caetano do Sul SEBRAE SD Apex FIESP MDIC 31 Semi-jóias de Limeira Jóias de São José do Rio Preto 321 321 3550308 3552809 3526902 São Paulo Taboão da Serra Limeira 3549805 São José do Rio Preto SEBRAE SD FIESP Apex Bradesco SEBRAE SD FIESP CNI MDIC * CNAE (código) = utilizado o código a três dígitos para Extração, Indústria e Serviços e a quatro dígitos para Agricultura, da CNAE 2.0. ** Municípios que integram o APL - código IBGE. 32 Anexo 2 - Lista de APLs Identificados e não Apoiados APL Cereais de Mococa Agropecuária de Assis Legumes e Verduras de Pilar do Sul Produtos Orgânicos da Região de Itapeva Hortifruticultura de Mogi das Cruzes e Região (Alto Tietê) Horticultura e Amendoim de Tupã Floricultura de Bragança Paulista e Região Floricultura de Holambra e Região Hortifruticultura de Barretos Fruticultura de Fernandópolis Hortifruticultura de Itapetininga Fruticultura da Região de Atividade Produtiva Principal (CNAE*) Localização Geográfica** Código Município Organização Responsável pela Identificação Outras Instituições Identificadoras 0111 0113 3530508 3504008 Mococa Assis ALESP ALESP 0119 3537909 Pilar do Sul ALESP 0119 3522406 Itapeva SEBRAE 0121 3530607 Mogi das Cruzes MDIC SEBRAE 0121 3555000 Tupã ALESP 0122 3507605 Bragança Paulista MDIC Apex 0122 3519055 3509502 Holambra Campinas MDIC SD Apex 0131 3505500 Barretos MDIC 0131 3515509 Fernandópolis ALESP 0131 3522307 Itapetininga 0131 3503208 Araraquara SD ALESP SEBRAE Apex 33 Araraquara Fruticultura de Jundiaí e Região 0132 3525904 Jundiaí Fruticultura de Jales 0132 3524808 Jales Fruticultura de Brotas (Goiaba) Limão de São José do Rio Preto e Catanduva (Limão Tahiti) Agricultura Orgânica do Vale da Ribeira 0133 3507902 3526902 0133 3549805 3511102 Brotas Limeira São José do Rio Preto Catanduva 0133 3524600 Jacupiranga SEBRAE MDIC 0133 3542602 Registro ALESP 0133 3502804 Araçatuba SEBRAE 0133 3530607 Mogi das Cruzes SEBRAE 0133 3541406 Presidente Prudente SEBRAE 0134 0134 0134 3515186 3516200 3538808 0134 0134 3550803 3507506 Banana e Plantas Ornamentais de Registro Fruticultura da Região de Araçatuba (Abacaxi) Fruticultura de Mogi das Cruzes e Região (Alto Tietê) (Caqui e Nêspera) Fruticultura da Região de Presidente Prudente (Manga) Café Fino de Espírito Santo do Pinhal Café Fino de Franca Café Fino de Piraju Café Fino de São Sebastião da Grama Café da Região de Espírito Santo do Pinhal Franca Piraju São Sebastião da Grama Botucatu SD ALESP MDIC SD MDIC BB Apex SD BB SD SD SD SD SEBRAE 34 Botucatu Café da Região de Marília Leite da Região de Franca Leite da Região de Itapeva Leite da Região de Marília Leite da Região de Votuporanga Agropecuária de Presidente Prudente Agropecuária de Pindamonhangaba Ovinocultura da Região de Bauru Ovinocultura da Região de Marília Ovinocaprinocultura da Região de Piracicaba Ovos de Bastos Apicultura da Região de Bauru Apicultura da Região de Marília Apicultura da Região de Ribeirão Preto Silvicultura da Região de Votuporanga (Seringueira) Aquicultura de llha Comprida (Mariscos) Construção Civil de Tremembé (Areia para Construção 0134 0151 0151 0151 3529005 3516200 3522406 3529005 Marília Franca Itapeva Marília SEBRAE SEBRAE SEBRAE SEBRAE 0151 3557105 SEBRAE 0151 3541406 Votuporanga Presidente Prudente 0151 3538006 Pindamonhangaba ALESP 0153 3506003 Bauru SEBRAE 0153 3529005 Marília SEBRAE 0153 0155 3538709 3505807 Piracicaba Bastos SEBRAE SD 0159 3506003 Bauru SEBRAE 0159 3529005 Marília SEBRAE 0159 3543402 Ribeirão Preto SEBRAE 0210 3557105 Votuporanga SEBRAE 0311 3520426 llha Comprida MDIC MI 081 3554805 Tremembé MDIC MME ALESP 35 Civil) Farinha de Mandioca de Cândido Mota Bioenergia da Região Noroeste (RA-Araçatuba; Álcool e Açúcar) Alimentos de Marília Doces de Santa Rita de Passa Quatro Doces de Taquaritinga Vinho de São Roque Águas Minerais da Região Sudoeste da RM São Paulo Seda de Gália Têxtil de Campos do Jordão (Malhas de Inverno) Confecções de Amparo (Moda Bebê) Confecções de Auriflama (Moda Íntima) Confecções da Baixada Santista (Moda Praia/Íntima) Confecções de Jundiaí 106 3510005 Cândido Mota ALESP 107 3502804 Araçatuba SEBRAE 109 3529005 SD 109 109 111 3547502 3553708 3550605 112 3522208 132 3549953 3516606 Marília Santa Rita do Passa Quatro Taquaritinga São Roque Itapecerica da Serra São Lourenço da Serra Gália 133 3509700 141 3501905 Campos do Jordão PPA ALESP Amparo SD 141 3504206 Auriflama SD SEBRAE 141 3548500 3506359 3518701 3541000 3551009 3525904 Santos Bertioga Guarujá Praia Grande São Vicente Jundiaí SEBRAE SD 141 ALESP ALESP SD IPT ALESP SEBRAE SD MDIC Sistema C&T 36 Confecções de Novo Horizonte (Modas Infantil, Praia e Cama & Mesa) Confecções da RM São Paulo Confecções de Espírito Santo do Pinhal Confecções de Franca Confecções de Araçatuba Confecções de Ourinhos Têxtil e Confecções de Sorocaba Malhas de Socorro e Região Têxtil e Confecções de Araraquara Couros e Calçados de Presidente Prudente Couros e Calçados de Conchal Couros e Calçados da RM São Paulo Gráfica do Grande ABC 141 3533502 Novo Horizonte SEBRAE SD MDIC 141 3550308 3518800 São Paulo Guarulhos SEBRAE SD MDIC PMSP 141 141 141 141 3515186 3516200 3502804 3534708 Espírito Santo do Pinhal Franca Araçatuba Ourinhos SD SEBRAE ALESP SEBRAE 141 3552205 Sorocaba PPA 142 3552106 3500501 3527009 Socorro Águas de Lindóia Lindóia SD 142 3503208 MDIC 151 3541406 Araraquara Presidente Prudente 152 3512209 Conchal SEBRAE 152 181 3550308 3547809 3513801 3529401 São Paulo Santo André Diadema Mauá SD SEBRAE Apex Apex SD SEBRAE 37 3543303 3544103 3548708 3548807 Gráfica de Campinas e Região Cosméticos de Ribeirão Preto Plásticos de Pedreira (Utilidades Domésticas) Plásticos de São Paulo (Zona Leste) Artefatos Cimento de Sorocaba Cerâmica Artística e Utilitária de Porto Ferreira Cerâmica de Revestimento de Santa Gertrudes Cerâmica Vermelha de Laranjal Paulista Cerâmica Vermelha de Ourinhos Cerâmica Branca de Pedreira Cerâmica de Mogi Guaçu 181 Ribeirão Pires Rio Grande da Serra São Bernardo do Campo São Caetano do Sul Campinas SEBRAE 206 222 3543402 3537107 Ribeirão Preto Pedreira SEBRAE SEBRAE 222 3550308 São Paulo SEBRAE 233 3552205 Sorocaba SEBRAE 234 3540705 Porto Ferreira SEBRAE SD MDIC BB 234 3546702 Santa Gertrudes SD MDIC MME Sistema C&T 234 3526407 Laranjal Paulista SD 234 3534708 Ourinhos ALESP 234 3537107 Pedreira 234 3530706 Mogi Guaçu FIESP IPT SEBRAE SEBRAE 38 Cerâmica de Barra Bonita Cerâmica de José Bonifácio Cerâmica de Palmital Cerâmica de Cabreúva Cerâmica de Socorro Cerâmica de Rio Claro Alumínio de Ferraz de Vasconcelos Aço Inox de Batatais 234 3505302 Barra Bonita SEBRAE 234 234 234 234 234 3525706 3535309 3508405 3552106 3543907 SEBRAE SEBRAE SEBRAE SEBRAE SEBRAE 244 245 3515707 3505906 José Bonifácio Palmital Cabreúva Socorro Rio Claro Ferraz de Vasconcelos Batatais 259 3550308 São Paulo 261 3516705 Garça SD SEBRAE SD 266 3506003 Bauru ALESP 273 3550308 São Paulo SEBRAE 286 3551702 Sertãozinho SD SEBRAE Metal-Mecânica de Pompéia Móveis de Itatiba 286 310 3540002 3523404 Pompéia Itatiba Móveis de Garça Móveis de Iperó Móveis de Tupã Jóias da RM São Paulo 310 310 310 321 3516705 3521002 3555000 3550308 Garça Iperó Tupã São Paulo SEBRAE SEBRAE SD SEBRAE ALESP SEBRAE SD Metais de São Paulo (Zona Leste) (Metais-Sanitários) Eletroeletrônica de Garça (Para Área de Segurança) Equipamentos Médicos de Bauru Setor de Iluminação de São Paulo (Capital) (Reatores, Tranformadores, Luminárias, etc) Metal-Mecânica de Sertãozinho SEBRAE SD SEBRAE MDIC 39 Brinquedos de Laranjal Paulista Equipamentos Médicos de Campinas Equipamentos MédicosOdontológicos da RM São Paulo Equipamentos Odontológicos de Araraquara Tecnologia da Informação de Campinas Tecnologia da Informação do Grande ABC 324 3526407 Laranjal Paulista SD 325 3509502 Campinas SD 325 3550308 São Paulo SD 325 3503208 Araraquara ALESP 263 3509502 Campinas MDIC SD 265 3547809 3513801 3529401 Santo André Diadema Mauá São Bernardo do Campo São Caetano do Sul SEBRAE SEBRAE 3548708 3548807 Tecnologia da Informação de Ribeirão Preto Tecnologia da Informação de São José do Rio Preto Tecnologia da Informação de Sorocaba Tecnologia da Informação da Baixada Santista 266 3543402 266 3549805 Ribeirão Preto São José do Rio Preto 262 3552205 Sorocaba SEBRAE 262 3548500 Santos SEBRAE Apex SEBRAE * CNAE (código) = utilizado o código a três dígitos para Extração, Indústria e Serviços e a quatro dígitos para Agricultura, da CNAE 2.0. ** Municípios que integram o APL - código IBGE. 40 APL Anexo 3 - Lista de APLs "Não" Identificados Localização Geográfica** (quando possível delimitar) Atividade Produtiva Principal (CNAE*) Código Município Vinho de Jundiaí 111 3525904 Jundiaí Frangos de Descalvado 0155 3513702 Descalvado * CNAE (código) = utilizado o código a três dígitos para Extração, Indústria e Serviços e a quatro dígitos para Agricultura, da CNAE 2.0. ** Municípios que integram o APL - código IBGE. 41