A NOTÍCIA
SEXTA-FEIRA - 4/7/2008
AN.geral 15
✱ ACIDENTE COM BARCAÇA
Começa a retirada das bobinas
Carga de nove mil toneladas, que estava na embarcação que virou, deve ser resgatada do mar até agosto
SÃO FRANCISCO DO SUL
Após mais de três meses de
trabalho, o resgate do comboio
empurrador-barcaça da empresa de navegação Norsul caminha
para a fase final, prevista para
agosto. Uma a uma, as 344 bobinas de aço que compõem a carga
do comboio estão sendo retiradas
do fundo do mar por um guindaste instalado sobre uma balsa marítima. Os destroços do comboio
e as bobinas estão afundadas a
cerca de 20 metros de profundidade no local do acidente, entre
as praias de Itaguaçu e Forte, em
São Francisco do Sul.
Para tirar da água cada bobina, mergulhadores ajudam a
prender os cabos em torno das
peças de aço, que pesam cerca de
26,5 toneladas cada. O tempo da
remoção depende das condições
do mar. Em dias de visibilidade
e mar parado, em torno de cinco
delas podem ser retiradas em dez
horas de atividade. As bobinas são
acondicionadas sobre a balsa. Depois, são levadas para a laminadora Vega do Sul, dona da carga. De
lá, partem para o descarte.
Na segunda-feira, o empurrador deve ser levado ao Rio de
Janeiro pelo rebocador carioca
Antares. Ele foi desvirado no final
de junho no interior da baía da
Babitonga. A estrutura está atracada no Porto de São Francisco
do Sul, onde passa por reparos.
Após mais de quatro meses de
ponta-cabeça no fundo do mar, a
embarcação está coberta de ferrugem e cracas marinhas. É possível
que o motor não possa mais ser
reutilizado. O empurrador era a
parte que impulsionava a barcaça
de carga e abrigava a tripulação.
A torre (parte habitável) do
empurrador ainda está submersa
no local do acidente. Os destroços
terão de ser picados com maçaricos para facilitar a retirada da
água. O casco, de 122 metros, da
barcaça foi desvirado em 21 de junho e rebocado ao Rio de Janeiro.
Perícia vai
medir óleo
derramado
DEU EM AN
O acidente com a barcaça ocorreu em
30 de janeiro deste ano na baía da
Babitonga, em São Francisco do Sul.
Reportagens mostraram como foi, as
conseqüências, o vazamento de óleo e
as tentativas de resgate do comboio,
que duram até hoje.
JESSÉ GIOTTI
PARTE DA ESTRUTURA
Empurrador está atracado no porto de São Francisco, onde passa por reparos
Os vestígios de óleo e outras
substâncias químicas coletados
no dia 24 de junho no empurrador Vitória, da Norsul, estão no
Rio de Janeiro, onde serão analisados por um laboratório. Um
grupo de engenheiros e biólogos
da Univille teve acesso à estrutura
por ordem da Justiça Federal.
A análise, pedida pelo juiz Roberto Fernandes Júnior, deve servir para determinar a composição
das substâncias que vazaram no
mar de São Francisco por conta
do tombamento das embarcações.
A contratação da análise laboratorial custou R$ 300 mil. Os resultados saem nos próximos dias.
A Norsul divulgou que, no
momento do acidente, os cinco
tanques do comboio continham
cerca de 124 metros cúbicos de
óleo. Mas ainda não se tem conhecimento de quanto foi derramado nem a extensão dos danos
ambientais. Ainda por decisão da
Justiça, a Norsul é obrigada a contratar análises de água mensais,
que devem ser informadas à Justiça pelos próximos meses.
A reportagem tentou contato
com a Norsul, mas a assessoria de
imprensa não retornou a ligação.
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Começa a retirada das bobinas