21/01/2014
Convênio entre Eletrobras e FIERGS gera economia de 6,5 GWh ao ano
Capacitação de profissionais promove implementação de ações de eficiência energética em indústrias de
médio porte no Rio Grande do Sul
Indústrias de médio porte do Rio Grande do Sul estão fazendo uma economia total de
energia elétrica estimada em 6,5 GWh ao ano. O dado foi apresentado hoje (21), no
workshop realizado na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS)
para divulgação de resultados do convênio firmado com a Eletrobras, que implementou
medidas de eficiência energética em empresas do estado.
Na cerimônia, a Eletrobras foi representada pelo diretor de Geração da companhia, Valter
Cardeal, que destacou ser o investimento em eficiência energética estratégico para o país.
“A geração de energia está cada vez mais difícil e cara. A sua conservação e o seu uso
racional tornou-se fundamental”, disse o executivo, que acenou com a possibilidade de um
novo convênio ser assinado com a FIERGS. Um novo projeto seria bem-vindo pela entidade.
O presidente do Sistema FIERGS, Heitor José Müller, reconheceu a importância da aplicação
de seu conhecimento técnico na indústria. “Em toda a trajetória a Eletrobras desempenhou
uma função essencial aplicando nas suas ações a visão de futuro no cenário brasileiro”,
disse.
O convênio, encerrado em dezembro de 2013, durou cinco anos e recebeu aporte de R$
1.025.150,00, sendo cerca de 75% arcados pela Eletrobras e 25% pela FIERGS. O projeto
teve como foco a implementação de ações de eficiência energética nas indústrias, com
medições realizadas pelos próprios técnicos das plantas, que foram capacitados com esse
objetivo. As medidas de eficiência energética foram realizadas nos chamados sistemas
motrizes, que compreendem instalações elétricas, motores elétricos, transmissão e
instalações mecânicas, além de compressores, bombas, ventiladores e o uso final da
energia. Além de representarem elevado consumo de energia — equivalente a 62% do total
consumido pela indústria —, os sistemas motrizes foram escolhidos como objeto de estudo
pelo seu grande potencial de eficiência energética. Em 2012, o setor industrial foi
responsável por 41% do consumo de energia elétrica no Brasil.
“O grande legado deste convênio é a estrutura criada e o repasse de conhecimento, o que
permitirá a continuidade do trabalho, com ganhos adicionais de eficiência energética e
produtividade. O êxito alcançado mostra ao país a viabilidade da aplicação da metodologia e
que atualmente ainda existem ações de curto prazo que dão retornos expressivos”,
destacou Fernando Perrone, gerente do Departamento de Projetos de Eficiência Energética
da Eletrobras.
Segundo ele, houve o projeto realizado com a FIERGS marcou uma mudança de paradigma.
“A eficiência energética na indústria tinha uma abordagem equivocada, pois era sinônimo de
simples troca de motor elétrico, o que só dava retorno ao empresário, em muitos casos,
anos depois do investimento realizado”, afirmou Perrone. Neste trabalho, segundo o
especialista da Eletrobras, com a otimização dos sistemas, o tempo médio de retorno de
investimento para os empresários foi de 12 meses. “Além da troca dos equipamentos do
sistema, ações relacionadas à instalação, operação e manutenção também devem ser
avaliadas. Em alguns casos, o investimento de capital feito pelo empresário foi nulo”, disse.
A capacitação dos técnicos das indústrias foi realizada pela Eletrobras, por meio do Procel
Indústria, que se dedica à eficiência energética industrial desde 2003, já tendo realizado
convênios com federações estaduais de indústrias em outros 12 estados. No Rio Grande do
Sul, foram treinados 21 multiplicadores (professores e consultores locais), em um curso de
188 horas especialmente criado para o convênio, ministrado pelos maiores especialistas em
sistemas motrizes no país. Os multiplicadores transferiram esse conhecimento a 133
agentes (engenheiros e técnicos das indústrias) em cursos de 40 horas.
Ao término do treinamento, os agentes elaboraram relatórios de autodiagnósticos
energéticos de suas empresas. Participaram do programa 83 indústrias, tendo sido
implementadas as medidas de eficiência energética indicadas nos relatórios em 39 delas,
comprovadas por medições posteriores. Dentre as 39 empresas, quatro - dos subsetores
metal, mecânico, plásticos e bebidas - foram selecionadas para serem “casos de sucesso”,
visando à replicação setorial das ações. Neste caso, os diagnósticos energéticos não foram
realizados diretamente pelos técnicos das indústrias, mas por Escos (Energy Saving
Companies), empresas focadas em serviços de eficiência energética.
Os participantes — indústrias, multiplicadores e agentes que participaram com sucesso dos
trabalhos — receberam certificados no workshop. O trabalho contou com o suporte do
Laboratório de Otimização de Sistema Motrizes da Universidade de Caxias do Sul (LamotrizUCS), criado em outro convênio, que envolveu a Eletrobras e a universidade, com
financiamento de bolsas de estudos e pesquisa aplicada, utilizando a infraestrutura do
laboratório. Existem outros 13 Lamotrizes pelo país, em todas as regiões.
Informações adicionais
Assessoria de Comunicação da Eletrobras
21-2514-5900
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