A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORAS
ALFABETIZADORAS: FALE COMO ESPAÇO DE DIÁLOGO
E REFLEXÃO PARA A ALFABETIZAÇÃO
Joseli Almeida da Silva DAMAS
[email protected]
FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES/UERJ
Polyana de Araújo SILVA
[email protected]
FACULDADE DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES/UERJ
RESUMO EXPANDIDO
Este trabalho pretende compartilhar uma pesquisa que vem sendo realizada na
Faculdade de Formação de Professores (FFP) da UERJ. Temos como foco de nossa investigação
o Fórum de Alfabetização, Leitura e Escrita (FALE) em São Gonçalo.
Este fórum existe desde 2007 e já foram realizados 22 encontros. A quantidade de
pessoas que assistem o fórum é por volta de 150 a 289. Algumas temáticas realizadas pelo
FALE foram: “E essa lei, sai ou não sai do papel? Caminhos para lei 10.639/03 no cotidiano
escolar”; “Pensando com crianças pequenas: a escola, a alfabetização, o ensinar e o aprender”;
“Ler e escrever o mundo: produzindo vídeos no cotidiano escolar”; “Linguagem, sociedade e
escola: alguns desafios na apropriação da leitura e da escrita”.
O grupo que participa da pesquisa é composto atualmente por oito bolsistas do curso
de Pedagogia. O trabalho é coordenado pela professora Jacqueline Morais, pesquisadora
pertencente ao grupo Vozes da Educação e pela mestra em educação Aline Gomes.
Este fórum acontece uma vez por mês na FFP. Conta com a participação dos/as
alunos/as de graduação, pós-graduação e professores/as que buscam nestes encontros formas
de compreender e ampliar práticas alfabetizadoras, já que tem sido este o foco das ações do
FALE.
O objetivo do FALE é ouvir as experiências de professores/as, alunos/as e socializa-las
em um espaço acadêmico que muitas vezes não valoriza as práticas construídas no cotidiano
da sala de aula. Nos encontros do FALE, compreendidos como um espaço de formação
continuada, buscamos refletir criticamente sobre a prática, ajudadas por Freire:
Por isso é que, na formação permanente dos professores, o momento
fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente
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a prática de ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. (FREIRE,
1996, p.17)
Como nos lembra (Freire, 1996) para que possa melhorar a prática educativa é
necessário refletir criticamente sobre o que se faz. O FALE proporciona espaço para que os/as
professores/as e os/as futuros/as educadores/as possam dialogar sobre possibilidades de
ensinar a leitura e a escrita de maneira não tradicional. Os encontros do fórum provocam
todos/as a problematizarem, refletirem e gerarem novas práticas alfabetizadoras.
A busca da mudança parte dos sujeitos de acordo com suas inquietações. O FALE
convida a cada encontro para falarmos e ouvirmos. A fala de cada um tem grande importância,
pois representa a possibilidade de compartilharmos experiências. Quando partilhamos através
do diálogo estamos trabalhando para que possamos modificar as práticas alfabetizadoras.
Os/As convidados/as do encontro fazem parte de universidades e também das
escolas básicas. Os sujeitos compartilham narrativas de suas experiências sobre o ensinoaprendizagem da leitura e da escrita. De acordo com Morais e Araújo:
Narrativa multiforme, que transfigura a experiência e a realidade sempre
que a reconta. Nesse sentido, a narrativa é sempre um exercício que alia, à
memória da experiência vivida... (MORAIS e ARAÚJO, 2012, p.23).
Através das narrativas os sujeitos pensam e repensam nas experiências e a partir delas
geram conhecimentos.
Esses encontros valorizam o diálogo entre a universidade e a escola básica. Segundo
Freire:
Por isto, o diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o encontro em que
solidariza o refletir e o agir de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser
transformado e humanizado, não pode reduzir-se a um ato de depositar
ideias de um sujeito no outro, nem tampouco tornar-se simples troca das
ideias a serem consumidas pelos permutantes. (FREIRE, 1987, p.45).
De acordo com (Freire, 1987) dialogar faz com que os sujeitos pensem nas atitudes.
Seguindo este mesmo raciocínio dialogamos sobre as práticas do ensino-aprendizagem. O FALE
articula a prática e a teoria na formação docente. O/A professor/a vai se assumindo como
pesquisador/a de sua própria prática. Nestes encontros procuramos dar visibilidade às atitudes
alfabetizadoras que se afastam dos métodos tradicionais de ensino, com reflexões que
fortaleçam essa perspectiva.
Acreditamos na possibilidade de contribuir para que os/as professores/as reflitam
sobre a própria prática e renovem os conceitos de alfabetização em direção a concepções que
ajudem seus alunos/as a se apropriarem criticamente da leitura e da escrita.
PALAVRAS-CHAVE: Diálogo - Formação continuada - Alfabetização.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, M.S.; MORAIS, J.F.S. Vozes da educação: formação de professores, narrativas,
políticas e memórias. Formação é viagem... narrativa é memória dela... Rio de Janeiro, v.997,
p.23, 2012.
FREIRE, Paulo. Não há docência sem discência. In: Pedagogia da autonomia: saberes
necessários à prática educativa. 25 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
FREIRE, Paulo. A dialogicidade-essência da educação como prática da liberdade. In: Pedagogia
do oprimido. 17 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
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A formação continuada de professoras alfabetizadoras - CAp