FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE SISTEMAS E SERVIÇOS DE SAÚDE BRUNA LUNARA MARTINS DE MENDONÇA SILVA AVALIAÇÃO DA COBERTURA VACINAL DA ROTAVIRUS NO MUNICÍPIO DE JABOATÃO DOS GUARARAPES – PE, 2009 - 2011 RECIFE 2012 BRUNA LUNARA MARTINS DE MENDONÇA SILVA AVALIAÇÃO DA COBERTURA VACINAL DA ROTAVIRUS NO MUNICÍPIO DE JABOATÃO DOS GUARARAPES – PE, 2009 - 2011 Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde do Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, para obtenção do título de especialista em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde. Orientador (a): Gabriela da Silveira Gaspar RECIFE 2012 Catalogação na fonte: Biblioteca do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães S586a Silva, Bruna Lunara Martins de Mendonça Avaliação da Cobertura Vacinal da Rotavirus no Município de Jaboatão dos Guararapes – PE, 2009 2011. / Bruna Lunara Martins de Mendonça Silva. Recife: B. L. M. de M. Silva, 2012. 43 p. Monografia (Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços em Saúde) - Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, 2012. Orientadora: Gabriela da Silveira Gaspar. 1. Projeto de Intervenção. 2. Qualidade. 3. Monitoramento e Avaliação. I. GASPAR, Gabriela da Silveira. II. Título. CDU 314.39 BRUNA LUNARA MARTINS DE MENDONÇA SILVA AVALIAÇÃO DA COBERTURA VACINAL DA ROTAVIRUS NO MUNICÍPIO DE JABOATÃO DOS GUARARAPES – PE, 2009 - 2011 Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde do Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, para a obtenção do título de especialista em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde. Aprovada em: ___/___/___ BANCA EXAMINADORA ____________________________________ Gabriela da Silveira Gaspar UPE _____________________________________ Naíde Teodósio Valois Santos CPqAM/Fiocruz/PE AGRADECIMENTO A Deus, pelas bênçãos dispensadas ao longo de toda minha vida e pelo fortalecimento durante o período do curso. À minha família pela compreensão e incentivo constante no aprimoramento profissional. Ao meu esposo Wilker Sandro e filha Maria Eduarda pela paciência nas ausências. À Secretaria Municipal de Saúde, na pessoa de Gessyane Paulino, pela oportunidade concedida a participar do presente curso. A todos os amigos de trabalho Fátima Lopes, Roberta, Priscilla, Elayne, Ana Corina, Rosângela Firmo, Ivanilde, Evânia, Márcia Lêdo, Felipe, Rodolfo Carlos e Rodolfo Moura que contribuíram para a concretização desse plano. À minha orientadora Gabriela Gaspar, pelas brilhantes orientações e paciência durante a construção deste plano de intervenção. Aos professores do Aggeu Magalhães que muito contribuíram para engrandecimento e aperfeiçoamento profissional, em prol da melhoria da assistência e gestão do SUS. Em especial pela dedicação e paciência de Ive e Semente. SILVA, Bruna Lunara Martins de Mendonça. Avaliação da Cobertura vacinal da Rotavírus no Município de Jaboatão dos Guararapes – PE, 2009 e 2011. Plano de Intervenção do V Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde - Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, Recife, 2012. RESUMO Entre as doenças evitáveis por vacina, a doença diarreica aguda é ainda um dos principais problemas mundial de saúde pública, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade infantil. O rotavírus provoca uma diarréia que mata milhares de crianças em todo o mundo. A introdução da vacina contra o rotavírus oral humano – VORH – no calendário de vacinação das crianças foi, inegavelmente, um esforço do país para proteger crianças entre 6 e 24 meses de complicações da infecção por rotavírus. O município de Jaboatão dos Guararapes tem contribuído através do Programa Municipal de Imunização (PMI) para a redução da morbidade e mortalidade por doenças evitáveis por vacinação, especialmente em crianças menores de um ano de idade. Devido à baixa cobertura da vacina contra o rotavírus, o presente estudo tem como objetivo desenvolver um plano de intervenção destinado a melhorar os indicadores de cobertura vacinal contra o rotavírus no município de Jaboatão dos Guararapes. O plano de intervenção analisou a cobertura vacinal contra o rotavírus nas crianças menores de um ano, no período entre 2009 e 2011. Para a viabilidade deste plano, é fundamental que os profissionais de saúde estejam empenhados em ampliar a cobertura vacinal contra o rotavírus em crianças de 2 e 4 meses idade, e que a população tome conhecimento sobre a prevenção de doenças imunopreveníveis através da vacinação. Espera-se que, após a execução do plano de intervenção, atingir 90% ou mais de cobertura vacinal no grupo etário de 2 e 4 meses, de acordo com a recomendação do Ministério da Saúde. Este plano foi programado para ser implementado a partir de janeiro de 2013. Palavras Chaves: Programas de Imunização; Esquemas de Imunização; Vacinas contra Rotavírus. SILVA, Bruna Lunara Martins de Mendonça. Avaliação da Cobertura Vacinal da Rotavirus no Município de Jaboatão dos Guararapes – PE 2009 e 2011. Plano de Intervenção do V Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde - Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, Recife, 2012. ABSTRACT Among the vaccine-preventable diseases, the acute diarrheal disease is still a major public health problem worldwide, being one of the main causes of morbidity and mortality. The Rotavirus causes a diarrhea that kills thousands of children worldwide. The introduction of Oral Human Rotavirus Vaccine - OHRV, the vaccination schedule of the children was undeniably a demonstration of the country's effort to protect in advance children of 6 to 24 months of life from complications of rotavirus infection. The city of Jaboatão Guararapes has contributed through the Programa Municipal de Imunização (Municipal Program on Immunization , PMI) for the reduction of morbidity and mortality from vaccine-preventable diseases especially for children under one year old. Due to the low coverage of the rotavirus, the present study aims to develop an action plan aimed at improving indicators of Rotavirus vaccination coverage in the city of Jaboatão Guararapes. The program analyzed the rotavirus vaccination coverage for all children under one year old in the period between 2009 and 2011. For the feasibility of this plan it is vital that professionals are committed to extend the rotavirus vaccine coverage in children under one year old, and that the population become aware about the prevention of vaccine-preventable diseases through vaccination. It is expected that after implementation of the intervention plan the aim of 95% or more of coverage is reached in the age group recommended according to Ministry of Health. This plan was scheduled to be implemented as from January 2013. Keywords: Immunization Programs; Schemes Immunization, Vaccines against rotavirus LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ACS Agentes Comunitários de Saúde ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária CeD Crescimento e Desenvolvimento CV Cobertura Vacinal DTP+Hib Difteria, Tétano, Coqueluche, Haemophilus influenzae tipo b EACS Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde ESF Estratégia de Saúde da Família IS Intussuscepção Intestinal NASF Núcleo de Apoio à Saúde da Família OMS Organização Mundial da Saúde PAI Programa Ampliado de Imunização PMI Programa Municipal de Imunização PNI Programa Nacional de Imunização RMR Região Metropolitana de Recife SES Secretaria Estadual de Saúde SI-PNI/API Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização / Avaliação do Programa de Imunização SMS Secretara Municipal de Saúde UBS Unidade Básica de Saúde VE Vigilância Epidemiológica VORH Vacina Oral de Rotavírus Humano VOP Vacina Oral da Poliomielite SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................10 2 REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................13 2.1 História da vacinação ........................................................................................13 2.2 Programa Nacional de Imunização ...................................................................14 2.3 Epidemiologia da Doença Diarreica causada pelo Rotavírus............................18 3 ANÁLISE SITUACIONAL .................................................................................23 4 OBJETIVOS......................................................................................................27 4.1 Objetivo Geral ...................................................................................................27 4.2 Objetivos Específicos ........................................................................................27 5 DIRETRIZES .....................................................................................................28 6 METAS..............................................................................................................29 7 ESTRATÉGIAS/AÇÕES ...................................................................................30 8 PLANO OPERATIVO........................................................................................33 8.1 Período de realização........................................................................................33 8.2 População de referência....................................................................................33 8.3 Critérios exclusão..............................................................................................33 9 RESULTADOS ESPERADOS ..........................................................................34 10 CRONOGRAMAS DE ATIVIDADES.................................................................35 10.1 Recursos Humanos.........................................................................................35 10.2 Recursos Materiais e Equipamentos .............................................................36 10.3 Fonte de Financiamento .................................................................................36 11 VIABILIDADE ...................................................................................................37 12 CONCLUSÃO ...................................................................................................38 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................39 ANEXO 1...........................................................................................................43 10 1 INTRODUÇÃO Sabe-se que, mundialmente, as doenças infectocontagiosas são consideradas um significativo desafio para a saúde pública, devido ao seu difícil controle, já que se alastram rapidamente (NETO, 2011). De acordo com a epidemiologia e o comportamento das doenças, evidenciamos que é possível com estratégias bem elaboradas e com sistemas de vigilância epidemiológica (VE) eficientes interromper a transmissão dessas doenças. A vacinação é um dos instrumentos da vigilância epidemiológica imprescindível na eliminação de doenças e mostrou-se exitosa dentro dos programas de erradicação da varíola no mundo, na eliminação poliomielite nas Américas e na diminuição de outras doenças (PINTO, 2007). Portanto, para que ocorra uma quebra na cadeia de transmissão das doenças infectocontagiosas e consequentemente uma redução na circulação dos agentes infecciosos na população, possuímos um recurso preventivo de extrema importância, a vacinação. Esta confere imunidade individual e imunidade coletiva, dependendo, a coletiva, da proporção de indivíduos que estão vacinados (OLIVEIRA et al, 2010). Entretanto, é importante que as vacinas estejam disponíveis em todas as unidades de saúde, para que profissionais habilitados possam administrá-las nos indivíduos em todos os períodos da vida recomendados, que perpassa desde a infância, adolescência, adulto e idoso, onde dentre eles as crianças e os idosos são os mais vulneráveis, pois estes indivíduos encontram-se, do ponto de vista imunológico, mais susceptível às doenças. No tocante às crianças, é imprescindível que estas sejam vacinadas durante seus cinco primeiros anos de vida, para prevenir a ocorrência de várias doenças imunopreveníveis, como a difteria, tétano, coqueluche, meningite, poliomielite, hepatite B, tuberculose, diarréia por rotavírus, febre amarela, sarampo, caxumba e rubéola (OLIVEIRA et al, 2010). De acordo com Neto (2011), as vacinas são comprovadamente o meio mais eficiente e seguro para alcançar o objetivo de eliminação de doenças. Para tanto, devem apresentar boas coberturas na vacinação de rotina e, quando necessário, serem complementadas através de campanhas de vacinação. Cada doença apresenta suas singularidades e, assim, as campanhas devem ser adaptadas de acordo com a análise do comportamento da doença. 11 Em 1973, o Ministério da Saúde, criou o Programa Nacional de Imunizações (PNI), sendo implantando para proteger a população brasileira contra doenças evitáveis que podem ser prevenidas através do uso de imunobiológicos, dentre eles a vacina, através da vacinação de rotina, dias nacionais de vacinação, estratégia está iniciada em 1980 e mantida até hoje, que permitiu ampliar significativamente a cobertura vacinal da população imunizada, campanhas periódicas e vigilância epidemiológica. Mostrando evidentemente os significativos resultados alcançados pelo esforço do país em ampliar o nível de proteção da população contra as doenças preveníveis por imunização (MORAES et al, 2003). Ao ser implantado, o Programa Nacional de Imunizações incorporou como principal objetivo fornecer a todas as crianças que nascem no país, vacinas com qualidade, tentando alcançar coberturas vacinais de 100% de forma homogênea em todos os municípios (SOUZA, 2010). A doença diarreica aguda é uma das doenças mais comuns em crianças em todo o mundo, sendo um dos grandes problemas de saúde pública, e permanecendo como uma das principais causas de morbidade e mortalidade em crianças menores de dois anos de idade, principalmente nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. Estima-se que, anualmente, 1,3 bilhões de episódios de diarreia possam acometer crianças, sendo responsáveis por quatro milhões de mortes (ARAÚJO et al, 2010). Dentre as doenças imunopreveníveis, a doença diarreica aguda, causada por rotavírus mata milhões de crianças no mundo. Devido a este elevado índice de morbimortalidade ficou evidente a necessidade de medidas urgentes como o desenvolvimento de vacinas contra esse vírus, cujo objetivo principal é a diminuição da gravidade da doença diarreica. Portanto, em 1988, foi licenciada nos EUA, a primeira vacina contra o rotavírus sendo o seu desenvolvimento reconhecido como um dos grandes avanços da saúde pública. Porém, menos de um ano depois, sua comercialização foi suspensa, devido ao aumento na notificação de casos de intussuscepção intestinal (IS) em crianças vacinadas. A IS é a uma invaginação do intestino em um segmento distal, com isquemia e edema da parede intestinal; fenômeno raro em crianças e adultos (BRICKS, 2005). No Brasil, os primeiros estudos com a vacina de rotavírus foi desenvolvido no início da década de 1990, e somente em 2006, esta vacina foi incluída no Programa Nacional de Imunizações fazendo parte do calendário de vacinação da criança 12 (BRASIL, 2008), denominada Vacina Oral Rotavírus Humano - VORH, tornando-se inegavelmente uma demonstração de esforço do país em proteger antecipadamente as crianças de 6 a 24 meses das complicações decorrentes da infecção pelo rotavírus, pois é nesta faixa etária que se observa a maior carga da doença (SALVADOR et al, 2003). Antes de ser introduzida, vários estudos foram realizados com as novas vacinas contra o rotavírus, onde observou-se o risco aumentado de invaginação intestinal em relação à idade de aplicação, com isso a faixa etária estabelecida para a população de menores de seis meses de idade (01 mês e 15 dias idade mínima a 5 meses e 15 dias de vida idade máxima), portanto, a vacina não deve ser aplicada fora deste prazo (BRASIL, 2008). Nesse contexto, a Atenção Primária à Saúde (APS) tem como principal desafio promover a reorientação das praticas e ações de saúde de forma integral e contínua, estando mais próxima das famílias e comunidade, a fim de melhorar a qualidade de vida da população (BRASIL, 2006). O relatório final da Conferência de Alma Ata em 1978 apontou como elementos fundamentais da APS a educação em saúde, saneamento ambiental, programas de saúde materno-infantil, inclusive imunização e planejamento familiar, prevenção de doenças endêmicas locais, tratamento adequado de doenças e lesões comuns, fornecimentos de medicamentos essenciais, promoção de boa nutrição, e medicina tradicional de alto impacto na saúde da população (STARFIELD, 2002). Em 2006, o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) considerando a estratégia saúde da família prioritária para a organização da APS, especificando esses serviços como a porta de entrada preferencial no sistema de saúde (ROCHA; SOUZA; BORTOLOZZO, 2011). No município do Jaboatão dos Guararapes, o Programa Municipal de Imunização (PMI) associado com a APS vem contribuindo gradativamente para a redução da morbimortalidade por doenças imunopreveníveis principalmente em crianças menores de um ano. Para que esta redução ocorra, o município busca estratégias através vacinação de rotina e campanhas de vacinação que facilitem o cumprimento do esquema básico de vacinação, e o incentivo do início da vacinação o mais precocemente possível, através vacinação de rotina e campanhas de vacinação. 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 História da vacinação De acordo com Teixeira e Almeida (2003), a história das vacinas começa em 1796, com as experiências de Edward Jenner. O médico inglês, interessado nas ciências naturais, investigou uma crença comum entre os camponeses, de que os ordenhadores de vacas que se infectavam com cowpox desenvolviam pústulas semelhantes às dos animais (vaccinia), mas não eram infectados com a varíola. A cowpox era uma doença não fatal do gado, semelhante à varíola pela formação de pústulas. A história registra que no dia 14 de maio de 1796, Edward Jenner inoculou em um menino de oito anos, James Phipps, que nunca tinha tido nem varíola nem vaccínia, o material coletado de uma lesão pustular de uma jovem ordenhadora, Sarah Nelms, infectada com cowpox. O menino teve sintomas benignos de vaccinia e, meses depois, foi inoculado com o vírus da varíola humana e não desenvolveu a doença (SCHATZMAYR, v. 17, n. 6, 2010). Antes do desenvolvimento da experiência no menino James Phipps, o médico Edward Jenner, teve com referência a técnica de variolização que consistia na inoculação de crostas ou pus de pessoas acometidas por varíola em pessoas saudáveis. Com isso, o médico passou a substituiu o vírus da varíola, na técnica de variolização, pelo vírus causador da cowpox originando uma menor mortalidade, fenômeno explicado pelo menor poder de infecção do vírus das vacas. Então a prática se espalhou pelo continente europeu, popularizada pela adesão da aristocracia. A essa nova técnica, posteriormente, foi dado o nome de vacinação (JUAREZ et al, 2009). A partir de então, o médico inglês passou a imunizar crianças utilizando fragmentos de pústulas de cowpox. Por volta de 1798, foram publicados os seus experimentos. Devido ao sucesso desses, em 1805 Napoleão Bonaparte ordenou a vacinação de todos os soldados franceses. Somente no limiar do século XIX é que o processo toma maiores dimensões, com a cultura do vírus na pele de bezerros, que era posteriormente usada para várias inoculações (FERNANDES, 2010). No final da década de 1870, Pasteur estabeleceu a relação de causa e efeito entre microrganismos patogênicos e determinadas doenças, uma relação desconhecida até então: a teoria da origem microbiana das doenças. Em 1885, ao 14 anunciar o imunizante contra a raiva, o cientista francês deu o nome de vacina a qualquer preparação de agente patogênico atenuado usado para imunizar contra uma doença infecciosa, em homenagem a Edward Jenner. A partir de então, as vacinas de Pasteur foram produzidas de forma científica, o que tornou possível a sua fabricação em larga escala (JUAREZ et al,2009). 2.2 Programa Nacional de Imunização No Brasil, a vacinação iniciou-se em 1904, no Rio de Janeiro, através das campanhas de vacinação em massa contra a varíola, de forma obrigatória, chefiada por Oswaldo Cruz (PORTO; PONTE, 2003). As atividades relativas às vacinas até 1973 eram caracterizadas pela descontinuidade e pela forma isolada como aconteciam. Eram ações conduzidas em forma de programas especiais, como as Campanhas de Erradicação da Varíola, Controle da Tuberculose e o Plano Nacional de Controle da Poliomielite. Não havia uma coordenação nacional, os programas eram desenvolvidos através dos Governos Estaduais (MARCHIONATTI et.al, 2003). Em 1973, foi criado o Programa Nacional de Imunizações, como parte de um conjunto de medidas que visavam redirecionar a atuação governamental, ajustandose aos objetivos e diretrizes do Programa Ampliado de Imunizações (PAI) da Organização Mundial de Saúde (OMS) (PONTE, 2003). Neste mesmo ano, o Brasil foi internacionalmente certificado como livre de varíola, fato que contribuiu para focar a atenção e os esforços em ações de prevenção. A história recente da política de imunizações do país tem como marco o ano de 1973 com o término da campanha de erradicação da varíola, iniciada em 1962, e com a criação do Programa Nacional de Imunização (PNI) (TEMPORÃO, 2002, p.102). A partir de então, Programa Nacional de Imunizações passa a coordenar, nacional e uniformemente, as ações referentes à vacinação (HOCHMAN, 2011), e defini com o Ministério da Saúde as vacinas obrigatórias do calendário vacinal; além de permitir que as unidades federadas proponham medidas complementares no âmbito de seu território (SOUZA, 2010). Dentro desse contexto, o Programa Nacional de Imunização tornou-se uma peça importante no controle das doenças transmissíveis que podem ser prevenidas mediante imunização. Fato observado através das ações desenvolvidas pelo 15 programa que fizeram com que, em 1980, a estratégia dos Dias Nacionais de Vacinação contra a Poliomielite, criada no Brasil, fosse recomendada pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e adotada por diversos países no mundo. Essa estratégia permitiu, também, que o Brasil não registrasse qualquer caso de poliomielite desde junho de 1989 e recebesse da OMS, em 1994, o Certificado de Erradicação da Poliomielite e a interrupção da circulação autóctone do vírus do sarampo nas Américas (KEMPS et al, 2008). A institucionalização do Programa Nacional de Imunização aconteceu no ano de 1975 regulamentado pela Lei nº 6.259, de 30/10/1975, que dispunha sobre a organização das ações de vigilância epidemiológica, da notificação compulsória de doenças e da regulamentação do Programa Nacional de Imunização. Esta lei tornava obrigatória a vacinação básica no primeiro ano de vida, sujeitando os pais infratores à suspensão do pagamento do salário-família e instituía também a notificação compulsória de um conjunto de doenças selecionadas (TEMPORÃO, 2003). A referida lei é regulamentada pelo Decreto nº. 78.231, de12/08/1976, que tem como objetivo disseminar as ações de imunização em todo o território brasileiro tornando-as sistematizadas e com alta cobertura (BRASIL, 2001) representando assim um instrumento destinado à proteção da população brasileira contra doenças que podem ser evitadas com o uso de imunobiológicos, incluindo as vacinas (MARCHIONATTI et.al, 2003). Nas últimas duas décadas, o Programa Nacional de Imunização organizou e programou estratégias específicas para atingir altas coberturas de forma homogênea em todos os municípios brasileiros, fornecendo vacinas para toda a população de modo altamente competente e eficaz (BRASIL, 2001), através da vacinação de rotina, dos dias nacionais de vacinação, das campanhas periódicas e da vigilância epidemiológica. A vacinação de rotina consiste no estabelecimento de um calendário nacional de vacinação que deve ser aplicado a cada indivíduo a partir de seu nascimento, visando garantir, no âmbito individual, a prevenção específica das doenças imunopreveníveis; e, no âmbito coletivo, a indução da imunidade de massa, responsável pela interrupção da transmissão. Dentre as estratégias mencionadas acima, a vacinação de rotina e os dias nacionais de vacinação, constitui um dos principais elementos para garantir o impacto populacional (MORAES et al, 2003). No Brasil, as doenças infectocontagiosas prioritárias para o Programa Nacional de Imunizações são: tuberculose, hepatite B, difteria, coqueluche, tétano, 16 poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola, infecções pelo Haemophilus influenzae tipo b, rotavírus, Pneumonia, otite e outras doenças causadas pelo pneumococo, infecções causada por Neisseria meningitidis do sorogrupo C e, em algumas regiões, a febre amarela (NETO, 2011). Ao longo dos anos, o Programa Nacional de Imunizações vem expandindo suas ações, em todo o território nacional, ofertando esquema básico de vacinação para a população nas diversas faixas etárias, que perpassa desde as crianças até os idosos e povos indígenas, bem como para a população especial que não podem receber os produtos utilizados na rotina, prioritariamente os imunodeprimidos (TEMPORÃO, 2003). Segundo (Teixeira e Rocha, 2010) o monitoramento das coberturas vacinais (CV) é uma atividade de rotina no âmbito da gestão do Programa Nacional de Imunizações no Ministério da Saúde e em grande parte, das Secretarias Estaduais de Saúde (SES) e Secretarias Municipais de Saúde (SMS). O monitoramento de coberturas vacinais é feito de modo contínuo e regular, utilizando o percentual de vacinados na população alvo para cada vacina, dados obtidos no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-API). Com o objetivo de diminuir a morbimortalidade causada pelas doenças preveníveis por vacinação, são estabelecidas normas específicas para cada vacina, como por exemplo, vacinar 90% dos suscetíveis contra o rotavírus, para garantir desta forma que sejam vacinados um percentual da população capaz de interromper a cadeia de transmissão baseadas no comportamento epidemiológico das doenças (KEMPS et al, 2008). Com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), que constitui um conjunto de ações e serviços de saúde sob gestão pública e está organizado em redes regionalizadas e hierarquizadas e atua em todo o território nacional, com direção única em cada esfera de governo, contribuiu desta forma para fortalecendo as ações de imunização a partir do momento que instituiu um novo conceito ampliado de saúde, definindo-a como direito de todos e dever do Estado, adotando assim os princípios da equidade, universalidade e integralidade que desta forma garanti a todos os cidadãos o direito a vacinação. O objetivo maior do Programa e do Sistema Único de Saúde e de garantir e coordenar as ações de vacinação tornando-as sistemáticas e garantindo coberturas vacinais altas e homogêneas (BRASIL, 2004). 17 Então, na década de 90 com a criação do Sistema Único de Saúde, surgiram as leis Orgânicas da Saúde (LOS) para regulamentar esse novo sistema, dentre elas Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990, que descentralizou os serviços de saúde para Estados e Municípios e consequentemente ampliou a responsabilidade do poder local (municípios) sobre as ações de saúde, como por exemplo, promoção, proteção e recuperação da saúde, organização e o funcionamento dos serviços correspondentes (BRASIL, 1988) Com a responsabilização dos municípios pelas ações da atenção básica, a operacionalização das ações de imunização passou a ser responsabilidade do poder local, sendo assim, sua rotina foi incorporada às unidades de saúde (SANTOS, 2003). Para garantira a efetividade do programa e sua credibilidade, alcançada ao longo de décadas, tornou-se necessária à estruturação das salas de vacinas nas unidades de saúde que envolveu uma logística complexa, bem como, a incorporação de tecnologia, objetivando a qualidade dos imunobiológicos e que dessa conta não só da cadeia produtiva, mas de todas as etapas, indo da fabricação até a sua utilização pelos profissionais nas unidades de saúde (ARAÚJO, 2008). Todavia, em 1994 é instituído no Brasil o Programa de Saúde da Família PSF, utilizando como estratégia a reorientação do modelo de atenção à saúde, em consonância com os princípios do SUS, tendo seu campo de atuação voltada para promoção, prevenção e reabilitação (SOUZA, 2002). É importante destacar que as estratégias do Programa de Saúde da Família têm como base a Atenção Básica que se caracteriza por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde, realização das ações programáticas e de vigilância à saúde; realizar busca ativa e notificação de doenças e agravos de notificação compulsória e de outros agravos e situações de importância local (PORTARIA 648, 2006), Sendo desenvolvida por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações. No país, a estratégia governamental para estruturar a atenção primária foi baseada na implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde e do Programa de Saúde da Família que vem contribuindo para a redução da morbidade 18 e da mortalidade infantil, através do acesso aos serviços de saúde. Portanto, é dever da equipe manter todas as crianças do seu território de abrangência com vacinas em dia, fato esse que deve ser observado durante as consultas de crescimento e desenvolvimento, em crianças menores de um ano de idade (BRASIL, 2004). Caso, a equipe identifique a existência de alguma criança com vacinas em atraso ou incompleto temos como ferramenta fundamental os agentes comunitários de saúde que devem estar em contato permanente com todas as famílias/ indivíduos sob sua responsabilidade, e realizar a busca ativa dos faltosos de acordo com as necessidades definidas pela equipe, por meio das visitas domiciliares, mantendo a equipe informada, principalmente a respeito daquelas em situação de risco e orientar quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis. 2.3 Epidemiologia da Doença Diarreica causada pelo Rotavírus As gastroenterites representam um dos mais expressivos problemas de Saúde Pública em todo o mundo, particularmente nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, onde se constituem em uma das principais causas de morbidade e mortalidade infantis (CARMO, 2006). Segundo (BRICKS, 2005) os rotavírus são os mais importantes agentes de gastrenterites graves. Globalmente, estima-se que, a cada ano, causem mais de 125 milhões de episódios de diarreia e mais de 400.000 mortes. Estudos realizados em mais de 50 países revelaram que os rotavírus são responsáveis por 6% a 24% das gastrenterites infantis da comunidade, e por 20% a 70% das hospitalizações por diarreia em crianças menores de 5 anos. A maioria das infecções sintomáticas ocorre em crianças menores de dois anos de idade e, entre as crianças menores de 5 anos, estima-se que uma em cada 5 precisará de cuidados médicos, e uma em cada 65 será hospitalizada. Tornando, o rotavírus um dos mais importantes agentes etiológicos da doença diarreica nas crianças menores de cinco anos (ARAÚJO et al, 2010). Os primeiros achados de rotavírus no homem remontam há duas décadas, a partir de estudos realizados por Bishop e col. em Melborne, Austrália. No Brasil, o achado pioneiro associado à detecção de gastroenterite aguda por esse vírus foi em Belém, no ano de 1976. Esses achados surgiram de estudo - piloto envolvendo 25 19 crianças hospitalizadas ou com atendimento ambulatorial, com quadro diarreico agudo (OLIVEIRA et al, 2010). Nesse contexto, a realidade brasileira não difere da mundial. Dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DataSUS) referentes ao ano de 2006, revelam que ocorreram nesse período 2.236 óbitos por doenças diarreicas em menores de 5 anos. Esse contingente, por região de procedência, totalizou 1.291 óbitos na região Nordeste; 363 na região Norte; 348 na Sudeste; 143 na Centro-Oeste; e 91 na região Sul. O estado com a número absoluto foi a Bahia, onde ocorreram 271 óbitos por doença diarreica nessa faixa etária, e o de menor número de casos de óbito foi o Amapá, com apenas três mortes. Dados de 2008 disponíveis na Sala de Situação do Ministério da Saúde revelam que, nesse ano, ocorreram 47.223 óbitos por doenças infecciosas e parasitárias na população brasileira. Desse total, 3.737 decorreram de diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumida e 1.128, de diarreia em menores de 05 anos, o que representa uma tendência decrescente em relação ao ano de 2006 (SALVADOR et al, 2011). Os rotavírus são membros da família Reoviridae. Atualmente, são reconhecidos sete diferentes grupos de rotavírus, designados de A a G .Os dos grupos A, B e C infectam o homem, enquanto os demais (D a G) não têm sido associados à patologia humana. De maneira geral, os grupos sorológicos do rotavírus de importância epidemiológica para a espécie humana apresentam as seguintes características: o Grupo A, que abrange dois subgrupos com, pelo menos, 14 sorotipos diferentes, destaca-se como o de maior importância epidemiológica; o Grupo B causou, apenas na China, grandes focos de gastrenterite em crianças e adultos; e o Grupo C, mesmo de distribuição mundial, só foi encontrado em baixa prevalência. (VRANJAC, 2006; BRICKS, 2005). A rotavirose pode ocorrer em qualquer idade, embora as doenças sintomáticas predominem na faixa etária de 06 a 24 meses. Em geral, as crianças se infectam nos primeiros anos de vida, sendo que os casos mais graves ocorrem principalmente até os dois anos de idade (BRASIL, 2006). A forma clássica da doença, principalmente na faixa de seis meses a dois anos, é caracterizada por uma forma abrupta de vômito, na maioria das vezes há diarréia (caráter aquoso, aspecto gorduroso e explosivo), e a presença de febre alta. Podem ocorrer formas leves e subclínicas nos adultos e formas assintomáticas na 20 fase neonatal e durante os quatro primeiros meses de vida. Os rotavírus, eliminados em grande concentração nas fezes infectadas, são transmitidos pela via fecal-oral, por água, alimentos e objetos contaminados, por pessoa a pessoa e, provavelmente, por secreções respiratórias, mecanismos que permitem a disseminação explosiva da doença. O tratamento da rotavírus consiste na reposição hidroeletrolítica e manejo dietético adequado. Não é recomendado o uso de antimicrobianos e antidiarreicos. Como principal medida de prevenção temos a administração da vacina contra rotavirus (VORH) em crianças menores de seis meses (VRANJAC, 2003). Devido ao elevado índice de morbimortalidade associado à diarreia por rotavírus, ficou evidente a necessidade de medidas urgentes como o desenvolvimento de vacinas contra esse vírus, cujo objetivo principal é a atenuação da gravidade da doença diarreica (VRANJAC, 2003). Apesar dos importantes avanços alcançados no controle das doenças infecciosas, as doenças diarreicas agudas são um dos principais problemas de saúde pública e um grande desafio às autoridades sanitárias. Além das medidas tradicionais de higiene e de saneamento básico para sua prevenção, a vacina contra rotavírus continua sendo a forma mais eficaz de prevenir esta doença (BRASIL, 2008). Os investimentos em pesquisas para disponibilizar uma vacina eficaz e segura contra o rotavírus vem sendo realizados desde 1980, quando já se reconhecia a importância epidemiológica desse patógeno para os altos índices de morbidade e mortalidade infantil, por diarreia, dele decorrente (SALVADOR, et.al, 2011). A primeira vacina contra rotavírus foi licenciada nos EUA em 1998, a qual, menos de um ano depois, teve sua comercialização suspensa em decorrência do aumento na notificação de casos de IS. A IS é a invaginação do intestino em um segmento distal, com isquemia e edema da parede intestinal; fenômeno raro em crianças e adultos. As principais manifestações da intussuscepção intestinal são dor abdominal, vômitos e presença de sangue nas fezes, em crianças vacinadas (BRICKS, 2005). Com isso, o desenvolvimento de uma vacina segura e efetiva contra rotavírus foi uma grande prioridade, especialmente, em países em desenvolvimento onde é mais elevada a carga da doença diarreica (CARMO, 2006). Então, a China desenvolveu a vacina Monovalente ovina (LLR), licenciada em 2000. Apesar de a vacina LLR ter sido licenciada na China, não há informações 21 sobre estudos para avaliar seu perfil de segurança. Em 2004, o laboratório GSK na Bélgica passa a produzir a vacina Monovalente, neonatal humana licenciada para uso na República Dominicana e México e em outubro de 2005 é licenciada no Brasil e Venezuela. Das novas vacinas desenvolvidas contra rotavírus apenas a Rotarix (GSK) e a RotaTeq® (Merck) apresentaram baixa reatogenicidade, e não foram associadas com intussuscepção intestinal ,tornando-se uma vacina segura(BRICKS, 2005). A vacina oral de rotavírus humano (VORH) foi licenciada no Brasil, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em junho de 2005, com o nome comercial de Rotarix (GSK) (HOMMA, 2011 et al, 2011). Em março de 2006, a vacina contra Rotavírus foi introduzida no calendário de vacinação da criança. O Programa Nacional de Imunizações é considerado como um dos mais completos dentre os países em desenvolvimento, tendo sido pioneiro a introduzir no Calendário Básico de Imunização a Vacina Oral de Rotavírus Humano VORH dirigida à população de menores de seis meses de idade (01 mês e 15 dias a 05 meses e 15 dias de vida), o que representou um grande avanço nas ações de proteção à saúde do país (BRASIL, 2008). O esquema vacinal adotado depende do tipo da vacina. Para aquela utilizada pelo Ministério da Saúde, a monovalente, o esquema é composto por duas doses, a serem administradas aos 2 e 4 meses de idade. Convém ressaltar que existem orientações precisas quanto à faixa etária de aplicação das doses vacinais que devem ser rigorosamente respeitadas: para a administração da primeira dose, a idade mínima é de 1 mês e meio, e a máxima, de 3 meses e 7 dias; e para a segunda dose, a idade mínima é de 3 meses e 7 dias e a máxima, de 5 meses e meio; pois e nesta faixa etária observa-se menor casos de intussuscepção intestinal A proteção tem início cerca de duas semanas após a segunda dose (BRASIL, 2008). A Vacina Oral de Rotavírus Humano (VORH) foi elaborada com vírus isolados de humanos e atenuados para manter a capacidade imunogênica, porém não patogênica. A vacina é monovalente, ou seja, a cepa utilizada possui apenas um sorotipo em sua composição que é o G1[P8] da cepa RIX4414. A nova forma farmacêutica da VORH é líquida. Apresenta-se em monodose, sendo que cada dose da VORH contém: frasco com pó liofilizado e aplicador com diluente; após a reconstituição, cada dose corresponde a 1 ml, a qual deve ser administrada exclusivamente por via oral. O imunobiológico deve ser mantido a uma temperatura 22 entre + 2º C e + 8º C, seguindo, portanto, as normas técnicas de rede de frio do PNI (BRASIL, 2006). 23 3 ANÁLISE SITUACIONAL O presente trabalho será realizado no município de Jaboatão dos Guararapes, o qual está situado no litoral do Estado de Pernambuco. Tem extensão territorial de 256,07 quilômetros quadrados. Limita-se ao Norte com a capital pernambucana e o município de São Lourenço da Mata, ao Sul com o Cabo de Santo Agostinho, a Leste com o Oceano Atlântico e a Oeste com Moreno. Faz parte da Região Metropolitana do Recife (RMR). Segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE-2010) a população é de 644.620 habitantes. Em 2009, o município do Jaboatão dos Guararapes implantou um novo modelo de gestão municipal regionalizado baseado em critérios demográficos e econômicos com o objetivo de descentralizar as ações do setor público atendendo às características e demandas locais (PERNAMBUCO, 2009). Cada regional foi criada com representações dos setores da saúde, educação, assistência social, obras, defesa civil e esportes. Assim, foram implantadas seis regionais e, posteriormente em 2011, foram divididas em sete regionais abrangendo os territórios de Jaboatão Centro, Cavaleiro, Curado, Muribeca, Prazeres, Praias e Guararapes (anexo 1). Cada regional de saúde conta com uma estrutura organizacional e administrativa composta por uma coordenação, um ou dois supervisores da Atenção Primária, um supervisor de saúde bucal, um profissional responsável pela assistência farmacêutica, um apoio técnico do Programa Municipal de Imunização, serviço de Ouvidoria e a digitação dos Sistemas de Informação Ambulatorial - SIA, Sistema de Informação da Atenção Básica - SIAB e o Cartão SUS. O Plano de Supervisão das Equipes de Saúde da Família foi implantado no município do Jaboatão dos Guararapes em 2011 com a finalidade de acompanhar o processo de trabalho e a estrutura da assistência básica de saúde. Nesse plano, são encontradas orientações sobre o diagnóstico da USF, o cronograma de visitas (incluindo ESF, PACS e UBS), o roteiro da supervisão, o modelo de relatório mensal, as atribuições do supervisor e a composição da equipe de supervisores. A rede de Atenção Primaria á Saúde do Município de Jaboatão dos Guararapes é contemplada com dezessete Equipes de Agentes comunitários de Saúde (EACS), oitenta e quatro Equipes de Saúde da Família (ESF) cobrindo 52,2% da população, sete Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) e treze Unidades Básicas de Saúde (UBS). A gestão atual tem se deparado com vários desafios para 24 avançar no desenvolvimento da Atenção Primária. Em relação as equipes de saúde, dez novas ESF foram implantadas, investiu-se na infraestrutura com aquisição de equipamentos, reformas e adequações em seis unidades básicas de saúde e 27 unidades de saúde da família, foram construídas seis novas unidades da Saúde da Família, foram efetivados 446 agentes comunitários de saúde (ACS) e estão em processo de efetivação 374 ACS, foram implantados sete núcleos de apoio à saúde da família (NASF) com a contratação de 49 profissionais entre psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, educadores físicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos, houve fortalecimento da capacidade técnica por meio de cursos e capacitações, entre outras melhorias realizadas (PERNAMBUCO, 2011). Contudo, faz-se necessário adotar estratégias para superar desafios como o alcance de 70% da cobertura da Atenção Primária (PERNAMBUCO, 2010) a ampliação da resolutividade das Equipes de Saúde da Família, aperfeiçoando os processos de trabalho e o aprimoramento das atividades de monitoramento e avaliação. (PERNAMBUCO, 2010). O Programa Nacional de Imunização está estruturado dentro do setor da Vigilância à Saúde que, por sua vez, é composta por quatro Departamentos (Vigilância Epidemiológica, Sanitária, Ambiental e Imunização). O município do presente plano de intervenção segue as recomendações do Ministério da Saúde, cuja meta de cobertura vacinal para a vacina oral de rotavírus humano ficou estabelecida em 90%. Os dados nacionais trazidos pela Sala de Situação do Ministério da Saúde revelam que, em 2009, da população menor de um ano, que totalizava 2.880.360 crianças, a vacina contra o rotavírus foi devidamente aplicada em 2.476.766 infantes, o que traduz uma cobertura vacinal de 86%. Em 2010, da população menor de um ano, que totalizava 2.880.069 crianças, a vacina contra o rotavírus foi devidamente aplicada em 2.391.533 infantes, o que traduz uma redução na cobertura vacinal para 83%, enquanto 2011, da população menor de um ano, que totalizava 2.880.069 crianças, a vacina contra o rotavírus foi devidamente aplicada em 2.506.866 infantes, o que traduz uma elevação na cobertura vacinal para 87%. No estado de Pernambuco, a cobertura vacinal da rotavírus, nos anos de 2009,2010 e 2011, são respectivamente 91%, 83% e 90%. No período de 2009 a 2011, analisamos a cobertura vacinal da rotavírus em menores de um ano, no município de Jaboatão dos Guararapes, utilizando os 25 bancos de dados disponíveis no SI-PNI/API (Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização / Avaliação do Programa de Imunização). Assim como para o Brasil, na tabela 1 observa-se que em todos os anos analisados a cobertura vacinal de 90% conforme preconiza o Ministério da Saúde, não foi alcançada pelo município. Tabela 1. Cobertura vacinal contra rotavírus em crianças menores de um ano, no município de Jaboatão dos Guararapes-PE, no período de 2009 a 2011. ANO / COBERTURA VACINAL CRIANÇAS MENORES DE 01 ANO CRIANÇAS MENORES DE 01 ANO VACINADAS COBERTURA VACINAL 2009 2010 2011 9.423 9.423 8.950 7.700 6.897 7.394 81,71% 73,19% 82,61% Fonte: SI- API / Coordenação Municipal de Imunização / VE / SMS / Jaboatão dos Guararapes Neste trabalho, analisou-se a situação vacinal da rotavírus em crianças menores de 01 ano, nos subgrupos etários de 02 e 04 meses de idade. Na tabela 2 comparamos as coberturas vacinais da Tetravalente (DTP+Hib), Vacina Oral da poliomielite (VOP), Pneumocócica 10 conjugada e Rotavírus, durante o período de 2009 a 2011. De acordo com o Ministério da Saúde, a cobertura vacinal preconizada é de 90% para o rotavírus e 95% para as demais vacinas descritas na tabela 2. No ano de 2009, observou-se que apenas a vacina Tetravalente atingiu a meta, chegando a de 99,14%.Em 2010, nenhuma das vacinas relacionadas atingiram a meta estabelecida, enquanto que no ano de 2011, apenas a rotavírus não atingiu a meta preconizada. 26 Tabela 2. Cobertura vacinal para Tetravalente (DTP+Hib), Vacina Oral da poliomielite (VOP), Pneumocócica 10 conjugada e Rotavírus (VORH), no município de Jaboatão dos Guararapes, no período de 2009 a 2011. ANO / COBERTURA VACINAL 2009 2010 2011 Tetravalente (DTP+Hib) 99,14% 85,61% 98,06% Vacina Oral da poliomielite (VOP) 90,35% 85,80% 96,75% Rotavírus 81,71% 73,19% 82,61% * 25,30% 95,88% Pneumocócica 10 conjugada Fonte: SI- API / Coordenação Municipal de Imunização / VE / SMS / Jaboatão dos Guararapes. *Vacina inserida no Calendário de Imunização a partir de 2010. De acordo com (TEIXEIRA; ROCHA 2010) a disponibilidade de informação sobre o indicador de coberturas vacinais de modo mais organizado no âmbito dos estados e municípios, só foi possível em meados dos anos de 1990 com a informatização do PNI. A Cobertura Vacinal (CV) que, no final dos anos 1980, ficava em torno dos 60%, como média nacional, chegou, a partir da metade da década de 1990, a estimativas iguais ou superiores às preconizadas pelo Ministério da Saúde: 90% para a BCG ,Rotavírus e 95% para as demais vacinas. Ressalte-se, que a obtenção desses indicadores de forma homogênea entre os estados é uma condição para reduzir os bolsões de suscetíveis e garantir a imunidade coletiva. Além disso, a vacina oral contra o rotavírus humano, devido às especificidades do acesso a essa vacina, como a rigidez na idade para a vacinação, devido aos efeitos colaterais apresenta maior dificuldade para alcançar a meta estabelecida. 27 4 OBJETIVOS 4.1 Objetivo Geral Elaborar plano de intervenção visando à melhoria dos indicadores de cobertura vacinal do Rotavírus no município do Jaboatão dos Guararapes-PE. 4.2 Objetivos Específicos a) Ampliar a cobertura vacinal da rotavírus em crianças menores de 01 ano; b) Detectar precocemente os não vacinados ou incompletamente vacinados ,através de busca ativa; c) Efetuar a vacinação em crianças não vacinadas, com o esquema incompleto ou em atraso; d) Realizar ações de divulgação e mobilização da população para a vacinação. 28 5 DIRETRIZES Ampliar a cobertura vacinal do rotavírus em menores de um ano, através de parceria entre a coordenação municipal de imunização e a coordenação de Atenção Básica para fortalecer o processo de trabalho das Equipes de Saúde da Família (ESF) e da Equipe de Agentes Comunitários de Saúde (EACS), no que diz respeito a realização das busca ativa das crianças que estão sem vacinação contra a rotavírus ou com esquema incompleto ou em atraso. 29 6 METAS a) Alcançar 90% ou mais de cobertura para vacina do rotavírus em crianças menores de um ano de vida, residentes no município de Jaboatão dos Guararapes, no período de janeiro a dezembro de 2013. b) Identificar, através de busca ativa, todas as crianças que não receberam vacinação contra rotavírus ou estão com esquema vacinal incompleto, mensalmente a partir de janeiro até dezembro 2013. c) Completar o esquema vacinal da rotavírus de 100% das crianças com vacinas incompletas ou em atraso, dentro da faixa etária permitida mensalmente a partir de janeiro de 2013. e) Capacitar trimestralmente os ACS sobre a importância da vacinação na prevenção de doenças, no período de janeiro a agosto de 2013. f) Realizar mensalmente reuniões com as 85 equipes de saúde para avaliar a cobertura vacinal e atualizar os profissionais sobre as vacinas. g) Divulgar a importância da vacinação junto à população, principalmente nos 50% de áreas sem cobertura da atenção básica onde não é realizada a busca ativa. 30 7 ESTRATÉGIAS/AÇÕES Para efetuar a meta de 90% de cobertura vacinal contra o rotavírus em crianças menores de um ano de vida, residentes no município de Jaboatão dos Guararapes, serão desenvolvidas as seguintes estratégias: a) Apresentação do plano de intervenção para sensibilizar as Equipes de Saúde da Família (ESF), Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS) e Vacinadores, sobre a importância da vacinação contra o rotavírus. Ação: • Reunião com todos os profissionais das Equipes de Saúde da Família (ESF), Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS) e Vacinadores. • Apresentar um boletim de cobertura vacinal com as metas anuais de vacinação em crianças menores de 1 ano. b) Intensificação das visitas domiciliares realizadas pelos agentes comunitários de saúde às crianças menores de um ano identificando através do cartão espelho os não vacinados ou com esquema vacinal incompleto para a rotavírus. Ação: • Realizar no mínimo 1 visita mensal a todas as crianças menores de 1 ano. • Atualizar o cartão espelho das crianças durante as visitas identificando as não vacinadas. • Monitoramento realizado pelos enfermeiros das unidades de saúde, nos cartões espelhos das crianças menores de 1 ano utilizados pelos agentes comunitários de saúde. • Realizar a busca ativa das crianças com vacinas incompletas ou em atraso. 31 c) Implantação, mensalmente, de um dia nas unidades de saúde ações voltada para atualização das vacinas em crianças menores de um ano. Ação: • Destinar um dia na segunda quinzena do mês para realização de atividades voltadas para a atualização dos cartões de vacinação, enfatizando à vacina contra o rotavírus . • Palestra e orientação sobre a importância e benefícios de manter os cartões atualizados. d) Realização de oficinas para os agentes comunitários de saúde, que explanarão as doenças imunopreveníveis e suas respectivas vacinas, com doses e idades estabelecidas para sua realização. Ação: • A cada três meses convocar a coordenadora do PMI para atualizar os agentes de saúde sobre as vacinas e os informar sobre a população alvo de cada vacina com as respectivas metas. • Oficina trimestral com duração de 8 horas, com participação das supervisoras de regionais, técnicos regionais do programa de imunização e coordenação de imunização e atenção básica. e) Realização de reuniões com os profissionais das unidades de saúde para avaliar e divulgar a situação da cobertura vacinal e metas a serem alcançadas em cada regional de saúde. Ação: • Convocar médicos, enfermeiros, odontólogos e técnicos de enfermagem, para oficina mensal com duração 4 horas. • Emitir e divulgar os relatórios das coberturas vacinas para os níveis regionais com as metas alcançadas e atingidas. • Atualizar os profissionais sobre as novas vacinas, suas formas de administração e efeitos adversos. 32 • Participação da coordenadora do programa de imunização, coordenadores e supervisores de regionais, coordenação da atenção básica. f) Disponibilização para as unidades de saúde de relatórios mensais contendo o número de crianças vacinadas, com as respectivas coberturas e as metas a serem alcançadas no mês seguinte. Ação: • A coordenação de imunização enviará mensalmente para todas as unidades de saúde um relatório referente às coberturas vacinais. • A coordenação de imunização deverá averiguar os motivos específicos de não cumprimento das metas por parte das unidades de saúde. g) Divulgação para a comunidade a importância da vacinação. Ação: • Informar os locais de vacinação e horário de funcionamento das salas de vacinas, através da rádio local e outros meios de comunicação (carro de som, anuncicleta). • Divulgar através de panfletagem e cartazes na comunidade, carro de som, as ações educativas desenvolvidas pelo Programa de Saúde da Família. • Nas comunidades sem cobertura da ESF e EACS serão utilizados meios de comunicação audiovisuais. 33 8 PLANO OPERATIVO 8.1 Período de realização A intervenção proposta no presente trabalho será desenvolvida durante o período compreendido entre Janeiro e Dezembro de 2013. 8.2 População de referência Todas as crianças com idade mínima de um mês e meio, e a máxima de cinco meses e meio que não possuem esquema vacinal contra a rotavírus ou encontramse com o esquema incompleto, e que residem no município de Jaboatão dos Guararapes. 8.3 Critérios exclusão Todas as crianças menores de um mês e quinze dias e maiores de cinco meses e quinze dias, que não podem receber a vacina contra rotavírus. 34 9 RESULTADOS ESPERADOS a) Vacinação de 90% ou mais da população do município em questão, de acordo com a faixa etária preconizada. b) Ampliação da cobertura vacinal contra rotavírus no município de Jaboatão dos Guararapes após o período de 12 meses. c) Profissionais comprometidos em ampliar a cobertura vacinal da rotavírus em crianças menores de um ano. d) População com acesso a informação sobre a prevenção de doenças imunopreveníveis através da vacinação. 35 10 CRONOGRAMAS DE ATIVIDADES MESES / 2013 ATIVIDADES JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Apresentação do plano de intervenção para os profissionais X das Unidades de Saúde. Intensificar as visitas domiciliares realizadas pelos agentes X comunitários de saúde Implantar mensalmente um dia na unidade de saúde ações voltadas para atualizar as vacinas em crianças menores de um ano, dando ênfase a vacina da rotavírus. Oficinas para os agentes comunitários de saúde X X X X Reuniões com os profissionais das unidades de saúde / Coordenação X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X do PNI e Atenção Básica Emissão de relatórios pela Coordenação de imunização Divulgação das ações nas rádios e comunidade Fonte: autora, 2012 10.1 Recursos Humanos A equipe envolvida para a construção do presente plano de intervenção será a Gerência de Atenção Básica, a Coordenação do Programa Municipal de Imunização com seus respectivos técnicos, profissionais das Unidades de Saúde e os Coordenadores e Supervisores das Regionais de Saúde. 36 10.2 Recursos Materiais e Equipamentos Os recursos materiais e equipamentos encontram-se disponibilizado para aquisição e uso na Secretaria Municipal de Saúde. Material Papel oficio A4 Cartolina; Lápis piloto preto, vermelho, Quantidade Valor unitário Valor total 20 (Resma) 10,00 200,00 40 0,50 20,00 08 de cada 1,30 31,20 azul Lanche 64 100,00 6400,00 Fita adesiva 08 3,00 24,00 Lápis grafite 30 0,30 Cola; 10 1,00 90,00 10,00 6775,20 Total 10.3 Fonte de Financiamento A fonte de financiamento do presente plano de intervenção será a Secretária Municipal de Saúde do Jaboatão dos Guararapes. 37 11 VIABILIDADE Este plano de ação apresenta viabilidade política, uma vez que esta proposta de intervenção teve a aprovação da Secretaria Municipal de Saúde. É de fundamental importância a colaboração dos profissionais de saúde, com ênfase os atuantes em salas de vacinas, para que as metas propostas possam ser alcançadas. A viabilidade financeira será com recursos próprios do Município, tanto em relação à disponibilidade do espaço físico para as reuniões e oficinas, como do material para realização das atividades. 38 12 CONCLUSÃO Espera-se que este trabalho venha contribuir de forma positiva para melhorar o alcance da cobertura vacinal da vacina contra o rotavírus em 90%, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde, e consequentemente aprimorar as condições de saúde da população. Dessa forma evidenciamos a importância da mobilização dos profissionais de saúde juntamente com a comunidade através de ações articuladas que os levam a uma reflexão sobre suas respectivas responsabilidades com a saúde da população. 39 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, T. et al. Surto de diarréia por rotavírus no município de Bom Jesus. Ciência e saúde coletiva. Rio de janeiro, v. 15, suplemento 1, 2010. BRASIL. Redução da mortalidade. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 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Informes Técnicos Institucionais. Brasília, v. 12, n. 3, set. 2003. 43 ANEXO 1 - Mapa Ilustrativo com a distribuição por Regional e por bairro do Município de Jaboatão dos Guararapes fonte: dados extraídos da Gerência de Planejamento/ IBGE – 2010