FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
CENTRO DE PESQUISAS AGGEU MAGALHÃES
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE SISTEMAS E SERVIÇOS DE SAÚDE
BRUNA LUNARA MARTINS DE MENDONÇA SILVA
AVALIAÇÃO DA COBERTURA VACINAL DA ROTAVIRUS
NO MUNICÍPIO DE JABOATÃO DOS GUARARAPES – PE,
2009 - 2011
RECIFE
2012
BRUNA LUNARA MARTINS DE MENDONÇA SILVA
AVALIAÇÃO DA COBERTURA VACINAL DA ROTAVIRUS NO MUNICÍPIO DE
JABOATÃO DOS GUARARAPES – PE, 2009 - 2011
Monografia apresentada ao Curso de
Especialização em Gestão de Sistemas e
Serviços de Saúde do Departamento de
Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas
Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo
Cruz, para obtenção do título de
especialista em Gestão de Sistemas e
Serviços de Saúde.
Orientador (a): Gabriela da Silveira Gaspar
RECIFE
2012
Catalogação na fonte: Biblioteca do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães
S586a
Silva, Bruna Lunara Martins de Mendonça
Avaliação da Cobertura Vacinal da Rotavirus no
Município de Jaboatão dos Guararapes – PE, 2009 2011. / Bruna Lunara Martins de Mendonça Silva.
Recife: B. L. M. de M. Silva, 2012.
43 p.
Monografia (Especialização em Gestão de
Sistemas e Serviços em Saúde) - Centro de
Pesquisas Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo
Cruz, 2012.
Orientadora: Gabriela da Silveira Gaspar.
1. Projeto de Intervenção. 2. Qualidade. 3.
Monitoramento e Avaliação. I. GASPAR, Gabriela da
Silveira. II. Título.
CDU 314.39
BRUNA LUNARA MARTINS DE MENDONÇA SILVA
AVALIAÇÃO DA COBERTURA VACINAL DA ROTAVIRUS NO MUNICÍPIO DE
JABOATÃO DOS GUARARAPES – PE, 2009 - 2011
Monografia apresentada ao Curso de
Especialização
em
Gestão
de
Sistemas e Serviços de Saúde do
Departamento de Saúde Coletiva,
Centro
de
Pesquisas
Aggeu
Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz,
para a obtenção do título de
especialista em Gestão de Sistemas e
Serviços de Saúde.
Aprovada em: ___/___/___
BANCA EXAMINADORA
____________________________________
Gabriela da Silveira Gaspar
UPE
_____________________________________
Naíde Teodósio Valois Santos
CPqAM/Fiocruz/PE
AGRADECIMENTO
A Deus, pelas bênçãos dispensadas ao longo de toda minha vida e pelo
fortalecimento durante o período do curso.
À minha família pela compreensão e incentivo constante no aprimoramento
profissional. Ao meu esposo Wilker Sandro e filha Maria Eduarda pela paciência nas
ausências.
À Secretaria Municipal de Saúde, na pessoa de Gessyane Paulino, pela
oportunidade concedida a participar do presente curso.
A todos os amigos de trabalho Fátima Lopes, Roberta, Priscilla, Elayne, Ana
Corina, Rosângela Firmo, Ivanilde, Evânia, Márcia Lêdo, Felipe, Rodolfo Carlos e
Rodolfo Moura que contribuíram para a concretização desse plano.
À minha orientadora Gabriela Gaspar, pelas brilhantes orientações e
paciência durante a construção deste plano de intervenção.
Aos professores do Aggeu Magalhães que muito contribuíram para
engrandecimento e aperfeiçoamento profissional, em prol da melhoria da assistência
e gestão do SUS.
Em especial pela dedicação e paciência de Ive e Semente.
SILVA, Bruna Lunara Martins de Mendonça. Avaliação da Cobertura vacinal da
Rotavírus no Município de Jaboatão dos Guararapes – PE, 2009 e 2011. Plano
de Intervenção do V Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de
Saúde - Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, Recife,
2012.
RESUMO
Entre as doenças evitáveis por vacina, a doença diarreica aguda é ainda um dos
principais problemas mundial de saúde pública, sendo uma das principais causas de
morbidade e mortalidade infantil. O rotavírus provoca uma diarréia que mata
milhares de crianças em todo o mundo. A introdução da vacina contra o rotavírus
oral humano – VORH – no calendário de vacinação das crianças foi, inegavelmente,
um esforço do país para proteger crianças entre 6 e 24 meses de complicações da
infecção por rotavírus. O município de Jaboatão dos Guararapes tem contribuído
através do Programa Municipal de Imunização (PMI) para a redução da morbidade e
mortalidade por doenças evitáveis por vacinação, especialmente em crianças
menores de um ano de idade. Devido à baixa cobertura da vacina contra o rotavírus,
o presente estudo tem como objetivo desenvolver um plano de intervenção
destinado a melhorar os indicadores de cobertura vacinal contra o rotavírus no
município de Jaboatão dos Guararapes. O plano de intervenção analisou a cobertura
vacinal contra o rotavírus nas crianças menores de um ano, no período entre 2009 e
2011. Para a viabilidade deste plano, é fundamental que os profissionais de saúde
estejam empenhados em ampliar a cobertura vacinal contra o rotavírus em crianças
de 2 e 4 meses idade, e que a população tome conhecimento sobre a prevenção de
doenças imunopreveníveis através da vacinação. Espera-se que, após a execução
do plano de intervenção, atingir 90% ou mais de cobertura vacinal no grupo etário de
2 e 4 meses, de acordo com a recomendação do Ministério da Saúde. Este plano foi
programado para ser implementado a partir de janeiro de 2013.
Palavras Chaves: Programas de Imunização; Esquemas de Imunização; Vacinas
contra Rotavírus.
SILVA, Bruna Lunara Martins de Mendonça. Avaliação da Cobertura Vacinal da
Rotavirus no Município de Jaboatão dos Guararapes – PE 2009 e 2011. Plano
de Intervenção do V Curso de Especialização em Gestão de Sistemas e Serviços de
Saúde - Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz, Recife,
2012.
ABSTRACT
Among the vaccine-preventable diseases, the acute diarrheal disease is still a major
public health problem worldwide, being one of the main causes of morbidity and
mortality. The Rotavirus causes a diarrhea that kills thousands of children worldwide.
The introduction of Oral Human Rotavirus Vaccine - OHRV, the vaccination schedule
of the children was undeniably a demonstration of the country's effort to protect in
advance children of 6 to 24 months of life from complications of rotavirus infection.
The city of Jaboatão Guararapes has contributed through the Programa Municipal de
Imunização (Municipal Program on Immunization , PMI) for the reduction of morbidity
and mortality from vaccine-preventable diseases especially for children under one
year old. Due to the low coverage of the rotavirus, the present study aims to develop
an action plan aimed at improving indicators of Rotavirus vaccination coverage in the
city of Jaboatão Guararapes. The program analyzed the rotavirus vaccination
coverage for all children under one year old in the period between 2009 and 2011.
For the feasibility of this plan it is vital that professionals are committed to extend the
rotavirus vaccine coverage in children under one year old, and that the population
become aware about the prevention of vaccine-preventable diseases through
vaccination. It is expected that after implementation of the intervention plan the aim
of 95% or more of coverage is reached in the age group recommended according to
Ministry of Health. This plan was scheduled to be implemented as from January
2013.
Keywords: Immunization Programs; Schemes Immunization, Vaccines against
rotavirus
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACS
Agentes Comunitários de Saúde
ANVISA
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CeD
Crescimento e Desenvolvimento
CV
Cobertura Vacinal
DTP+Hib
Difteria, Tétano, Coqueluche, Haemophilus influenzae tipo b
EACS
Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde
ESF
Estratégia de Saúde da Família
IS
Intussuscepção Intestinal
NASF
Núcleo de Apoio à Saúde da Família
OMS
Organização Mundial da Saúde
PAI
Programa Ampliado de Imunização
PMI
Programa Municipal de Imunização
PNI
Programa Nacional de Imunização
RMR
Região Metropolitana de Recife
SES
Secretaria Estadual de Saúde
SI-PNI/API
Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização /
Avaliação do Programa de Imunização
SMS
Secretara Municipal de Saúde
UBS
Unidade Básica de Saúde
VE
Vigilância Epidemiológica
VORH
Vacina Oral de Rotavírus Humano
VOP
Vacina Oral da Poliomielite
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO ..................................................................................................10
2
REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................13
2.1 História da vacinação ........................................................................................13
2.2 Programa Nacional de Imunização ...................................................................14
2.3 Epidemiologia da Doença Diarreica causada pelo Rotavírus............................18
3
ANÁLISE SITUACIONAL .................................................................................23
4
OBJETIVOS......................................................................................................27
4.1 Objetivo Geral ...................................................................................................27
4.2 Objetivos Específicos ........................................................................................27
5
DIRETRIZES .....................................................................................................28
6
METAS..............................................................................................................29
7
ESTRATÉGIAS/AÇÕES ...................................................................................30
8
PLANO OPERATIVO........................................................................................33
8.1 Período de realização........................................................................................33
8.2 População de referência....................................................................................33
8.3 Critérios exclusão..............................................................................................33
9
RESULTADOS ESPERADOS ..........................................................................34
10
CRONOGRAMAS DE ATIVIDADES.................................................................35
10.1 Recursos Humanos.........................................................................................35
10.2 Recursos Materiais e Equipamentos .............................................................36
10.3 Fonte de Financiamento .................................................................................36
11
VIABILIDADE ...................................................................................................37
12
CONCLUSÃO ...................................................................................................38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................39
ANEXO 1...........................................................................................................43
10
1 INTRODUÇÃO
Sabe-se
que,
mundialmente,
as
doenças
infectocontagiosas
são
consideradas um significativo desafio para a saúde pública, devido ao seu difícil
controle, já que se alastram rapidamente (NETO, 2011).
De acordo com a epidemiologia e o comportamento das doenças,
evidenciamos que é possível com estratégias bem elaboradas e com sistemas de
vigilância epidemiológica (VE) eficientes interromper a transmissão dessas doenças.
A vacinação é um dos instrumentos da vigilância epidemiológica imprescindível na
eliminação de doenças e mostrou-se exitosa dentro dos programas de erradicação
da varíola no mundo, na eliminação poliomielite nas Américas e na diminuição de
outras doenças (PINTO, 2007).
Portanto, para que ocorra uma quebra na cadeia de transmissão das doenças
infectocontagiosas e consequentemente uma redução na circulação dos agentes
infecciosos na população, possuímos um recurso preventivo de extrema importância,
a vacinação. Esta confere imunidade individual e imunidade coletiva, dependendo, a
coletiva, da proporção de indivíduos que estão vacinados (OLIVEIRA et al, 2010).
Entretanto, é importante que as vacinas estejam disponíveis em todas as
unidades de saúde, para que profissionais habilitados possam administrá-las nos
indivíduos em todos os períodos da vida recomendados, que perpassa desde a
infância, adolescência, adulto e idoso, onde dentre eles as crianças e os idosos são
os mais vulneráveis, pois estes indivíduos encontram-se, do ponto de vista
imunológico, mais susceptível às doenças.
No tocante às crianças, é imprescindível que estas sejam vacinadas durante
seus cinco primeiros anos de vida, para prevenir a ocorrência de várias doenças
imunopreveníveis, como a difteria, tétano, coqueluche, meningite, poliomielite,
hepatite B, tuberculose, diarréia por rotavírus, febre amarela, sarampo, caxumba e
rubéola (OLIVEIRA et al, 2010).
De acordo com Neto (2011), as vacinas são comprovadamente o meio mais
eficiente e seguro para alcançar o objetivo de eliminação de doenças. Para tanto,
devem apresentar boas coberturas na vacinação de rotina e, quando necessário,
serem complementadas através de campanhas de vacinação. Cada doença
apresenta suas singularidades e, assim, as campanhas devem ser adaptadas de
acordo com a análise do comportamento da doença.
11
Em 1973, o Ministério da Saúde, criou o Programa Nacional de Imunizações
(PNI), sendo implantando para proteger a população brasileira contra doenças
evitáveis que podem ser prevenidas através do uso de imunobiológicos, dentre eles
a vacina, através da vacinação de rotina, dias nacionais de vacinação, estratégia
está iniciada em 1980 e mantida até hoje, que permitiu ampliar significativamente a
cobertura vacinal da população imunizada, campanhas periódicas e vigilância
epidemiológica. Mostrando evidentemente os significativos resultados alcançados
pelo esforço do país em ampliar o nível de proteção da população contra as doenças
preveníveis por imunização (MORAES et al, 2003).
Ao ser implantado, o Programa Nacional de Imunizações incorporou como
principal objetivo fornecer a todas as crianças que nascem no país, vacinas com
qualidade, tentando alcançar coberturas vacinais de 100% de forma homogênea em
todos os municípios (SOUZA, 2010).
A doença diarreica aguda é uma das doenças mais comuns em crianças em
todo o mundo, sendo um dos grandes problemas de saúde pública, e permanecendo
como uma das principais causas de morbidade e mortalidade em crianças menores
de dois anos de idade, principalmente nos países subdesenvolvidos e em
desenvolvimento. Estima-se que, anualmente, 1,3 bilhões de episódios de diarreia
possam acometer crianças, sendo responsáveis por quatro milhões de mortes
(ARAÚJO et al, 2010).
Dentre as doenças imunopreveníveis, a doença diarreica aguda, causada por
rotavírus mata milhões de crianças no mundo. Devido a este elevado índice de
morbimortalidade ficou evidente a necessidade de medidas urgentes como o
desenvolvimento de vacinas contra esse vírus, cujo objetivo principal é a diminuição
da gravidade da doença diarreica. Portanto, em 1988, foi licenciada nos EUA, a
primeira vacina contra o rotavírus sendo o seu desenvolvimento reconhecido como
um dos grandes avanços da saúde pública. Porém, menos de um ano depois, sua
comercialização foi suspensa, devido ao aumento na notificação de casos de
intussuscepção intestinal (IS) em crianças vacinadas. A IS é a uma invaginação do
intestino em um segmento distal, com isquemia e edema da parede intestinal;
fenômeno raro em crianças e adultos (BRICKS, 2005).
No Brasil, os primeiros estudos com a vacina de rotavírus foi desenvolvido no
início da década de 1990, e somente em 2006, esta vacina foi incluída no Programa
Nacional de Imunizações fazendo parte do calendário de vacinação da criança
12
(BRASIL, 2008), denominada Vacina Oral Rotavírus Humano - VORH, tornando-se
inegavelmente uma demonstração de esforço do país em proteger antecipadamente
as crianças de 6 a 24 meses das complicações decorrentes da infecção pelo
rotavírus, pois é nesta faixa etária que se observa a maior carga da doença
(SALVADOR et al, 2003). Antes de ser introduzida, vários estudos foram realizados
com as novas vacinas contra o rotavírus, onde observou-se o risco aumentado de
invaginação intestinal em relação à idade de aplicação, com isso a faixa etária
estabelecida para a população de menores de seis meses de idade (01 mês e 15
dias idade mínima a 5 meses e 15 dias de vida idade máxima), portanto, a vacina
não deve ser aplicada fora deste prazo (BRASIL, 2008).
Nesse contexto, a Atenção Primária à Saúde (APS) tem como principal
desafio promover a reorientação das praticas e ações de saúde de forma integral e
contínua, estando mais próxima das famílias e comunidade, a fim de melhorar a
qualidade de vida da população (BRASIL, 2006).
O relatório final da Conferência de Alma Ata em 1978 apontou como
elementos fundamentais da APS a educação em saúde, saneamento ambiental,
programas de saúde materno-infantil, inclusive imunização e planejamento familiar,
prevenção de doenças endêmicas locais, tratamento adequado de doenças e lesões
comuns, fornecimentos de medicamentos essenciais, promoção de boa nutrição, e
medicina tradicional de alto impacto na saúde da população (STARFIELD, 2002).
Em 2006, o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Atenção Básica
(PNAB) considerando a estratégia saúde da família prioritária para a organização da
APS, especificando esses serviços como a porta de entrada preferencial no sistema
de saúde (ROCHA; SOUZA; BORTOLOZZO, 2011).
No município do Jaboatão dos Guararapes, o Programa Municipal de
Imunização (PMI) associado com a APS vem contribuindo gradativamente para a
redução da morbimortalidade por doenças imunopreveníveis principalmente em
crianças menores de um ano. Para que esta redução ocorra, o município busca
estratégias através vacinação de rotina e campanhas de vacinação que facilitem o
cumprimento do esquema básico de vacinação, e o incentivo do início da vacinação
o mais precocemente possível, através vacinação de rotina e campanhas de
vacinação.
13
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 História da vacinação
De acordo com Teixeira e Almeida (2003), a história das vacinas começa em
1796, com as experiências de Edward Jenner. O médico inglês, interessado nas
ciências naturais, investigou uma crença comum entre os camponeses, de que os
ordenhadores de vacas que se infectavam com cowpox desenvolviam pústulas
semelhantes às dos animais (vaccinia), mas não eram infectados com a varíola. A
cowpox era uma doença não fatal do gado, semelhante à varíola pela formação de
pústulas.
A história registra que no dia 14 de maio de 1796, Edward Jenner inoculou
em um menino de oito anos, James Phipps, que nunca tinha tido nem
varíola nem vaccínia, o material coletado de uma lesão pustular de uma
jovem ordenhadora, Sarah Nelms, infectada com cowpox. O menino teve
sintomas benignos de vaccinia e, meses depois, foi inoculado com o vírus
da varíola humana e não desenvolveu a doença (SCHATZMAYR, v. 17, n.
6, 2010).
Antes do desenvolvimento da experiência no menino James Phipps, o médico
Edward Jenner, teve com referência a técnica de variolização que consistia na
inoculação de crostas ou pus de pessoas acometidas por varíola em pessoas
saudáveis. Com isso, o médico passou a substituiu o vírus da varíola, na técnica de
variolização, pelo vírus causador da cowpox originando uma menor mortalidade,
fenômeno explicado pelo menor poder de infecção do vírus das vacas. Então a
prática se espalhou pelo continente europeu, popularizada pela adesão da
aristocracia. A essa nova técnica, posteriormente, foi dado o nome de vacinação
(JUAREZ et al, 2009).
A partir de então, o médico inglês passou a imunizar crianças utilizando
fragmentos de pústulas de cowpox. Por volta de 1798, foram publicados os seus
experimentos. Devido ao sucesso desses, em 1805 Napoleão Bonaparte ordenou a
vacinação de todos os soldados franceses. Somente no limiar do século XIX é que o
processo toma maiores dimensões, com a cultura do vírus na pele de bezerros, que
era posteriormente usada para várias inoculações (FERNANDES, 2010).
No final da década de 1870, Pasteur estabeleceu a relação de causa e efeito
entre
microrganismos
patogênicos
e
determinadas
doenças,
uma
relação
desconhecida até então: a teoria da origem microbiana das doenças. Em 1885, ao
14
anunciar o imunizante contra a raiva, o cientista francês deu o nome de vacina a
qualquer preparação de agente patogênico atenuado usado para imunizar contra
uma doença infecciosa, em homenagem a Edward Jenner. A partir de então, as
vacinas de Pasteur foram produzidas de forma científica, o que tornou possível a sua
fabricação em larga escala (JUAREZ et al,2009).
2.2 Programa Nacional de Imunização
No Brasil, a vacinação iniciou-se em 1904, no Rio de Janeiro, através das
campanhas de vacinação em massa contra a varíola, de forma obrigatória, chefiada
por Oswaldo Cruz (PORTO; PONTE, 2003).
As atividades relativas às vacinas até 1973 eram caracterizadas pela
descontinuidade e pela forma isolada como aconteciam. Eram ações conduzidas em
forma de programas especiais, como as Campanhas de Erradicação da Varíola,
Controle da Tuberculose e o Plano Nacional de Controle da Poliomielite. Não havia
uma coordenação nacional, os programas eram desenvolvidos através dos
Governos Estaduais (MARCHIONATTI et.al, 2003).
Em 1973, foi criado o Programa Nacional de Imunizações, como parte de um
conjunto de medidas que visavam redirecionar a atuação governamental, ajustandose aos objetivos e diretrizes do Programa Ampliado de Imunizações (PAI) da
Organização Mundial de Saúde (OMS) (PONTE, 2003). Neste mesmo ano, o Brasil
foi internacionalmente certificado como livre de varíola, fato que contribuiu para focar
a atenção e os esforços em ações de prevenção.
A história recente da política de imunizações do país tem como marco o ano
de 1973 com o término da campanha de erradicação da varíola, iniciada em
1962, e com a criação do Programa Nacional de Imunização (PNI)
(TEMPORÃO, 2002, p.102).
A partir de então, Programa Nacional de Imunizações passa a coordenar,
nacional e uniformemente, as ações referentes à vacinação (HOCHMAN, 2011), e
defini com o Ministério da Saúde as vacinas obrigatórias do calendário vacinal; além
de permitir que as unidades federadas proponham medidas complementares no
âmbito de seu território (SOUZA, 2010).
Dentro desse contexto, o Programa Nacional de Imunização tornou-se uma
peça importante no controle das doenças transmissíveis que podem ser prevenidas
mediante imunização. Fato observado através das ações desenvolvidas pelo
15
programa que fizeram com que, em 1980, a estratégia dos Dias Nacionais de
Vacinação contra a Poliomielite, criada no Brasil, fosse recomendada pela
Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e adotada por diversos países no
mundo. Essa estratégia permitiu, também, que o Brasil não registrasse qualquer
caso de poliomielite desde junho de 1989 e recebesse da OMS, em 1994, o
Certificado de Erradicação da Poliomielite e a interrupção da circulação autóctone do
vírus do sarampo nas Américas (KEMPS et al, 2008).
A institucionalização do Programa Nacional de Imunização aconteceu no ano
de 1975 regulamentado pela Lei nº 6.259, de 30/10/1975, que dispunha sobre a
organização das ações de vigilância epidemiológica, da notificação compulsória de
doenças e da regulamentação do Programa Nacional de Imunização. Esta lei
tornava obrigatória a vacinação básica no primeiro ano de vida, sujeitando os pais
infratores à suspensão do pagamento do salário-família e instituía também a
notificação compulsória de um conjunto de doenças selecionadas (TEMPORÃO,
2003). A referida lei é regulamentada pelo Decreto nº. 78.231, de12/08/1976, que
tem como objetivo disseminar as ações de imunização em todo o território brasileiro
tornando-as sistematizadas e com alta cobertura (BRASIL, 2001) representando
assim um instrumento destinado à proteção da população brasileira contra doenças
que podem ser evitadas com o uso de imunobiológicos, incluindo as vacinas
(MARCHIONATTI et.al, 2003).
Nas últimas duas décadas, o Programa Nacional de Imunização organizou e
programou estratégias específicas para atingir altas coberturas de forma homogênea
em todos os municípios brasileiros, fornecendo vacinas para toda a população de
modo altamente competente e eficaz (BRASIL, 2001), através da vacinação de
rotina, dos dias nacionais de vacinação, das campanhas periódicas e da vigilância
epidemiológica. A vacinação de rotina consiste no estabelecimento de um calendário
nacional de vacinação que deve ser aplicado a cada indivíduo a partir de seu
nascimento, visando garantir, no âmbito individual, a prevenção específica das
doenças imunopreveníveis; e, no âmbito coletivo, a indução da imunidade de massa,
responsável pela interrupção da transmissão. Dentre as estratégias mencionadas
acima, a vacinação de rotina e os dias nacionais de vacinação, constitui um dos
principais elementos para garantir o impacto populacional (MORAES et al, 2003).
No Brasil, as doenças infectocontagiosas prioritárias para o Programa
Nacional de Imunizações são: tuberculose, hepatite B, difteria, coqueluche, tétano,
16
poliomielite, sarampo, caxumba, rubéola, infecções pelo Haemophilus influenzae tipo
b, rotavírus, Pneumonia, otite e outras doenças causadas pelo pneumococo,
infecções causada por Neisseria meningitidis do sorogrupo C e, em algumas
regiões, a febre amarela (NETO, 2011).
Ao longo dos anos, o Programa Nacional de Imunizações vem expandindo
suas ações, em todo o território nacional, ofertando esquema básico de vacinação
para a população nas diversas faixas etárias, que perpassa desde as crianças até os
idosos e povos indígenas, bem como para a população especial que não podem
receber os produtos utilizados na rotina, prioritariamente os imunodeprimidos
(TEMPORÃO, 2003).
Segundo (Teixeira e Rocha, 2010) o monitoramento das coberturas vacinais
(CV) é uma atividade de rotina no âmbito da gestão do Programa Nacional de
Imunizações no Ministério da Saúde e em grande parte, das Secretarias Estaduais
de Saúde (SES) e Secretarias Municipais de Saúde (SMS). O monitoramento de
coberturas vacinais é feito de modo contínuo e regular, utilizando o percentual de
vacinados na população alvo para cada vacina, dados obtidos no Sistema de
Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-API).
Com o objetivo de diminuir a morbimortalidade causada pelas doenças
preveníveis por vacinação, são estabelecidas normas específicas para cada vacina,
como por exemplo, vacinar 90% dos suscetíveis contra o rotavírus, para garantir
desta forma que sejam vacinados um percentual da população capaz de interromper
a cadeia de transmissão baseadas no comportamento epidemiológico das doenças
(KEMPS et al, 2008).
Com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), que constitui um conjunto
de ações e serviços de saúde sob gestão pública e está organizado em redes
regionalizadas e hierarquizadas e atua em todo o território nacional, com direção
única em cada esfera de governo, contribuiu desta forma para fortalecendo as ações
de imunização a partir do momento que instituiu um novo conceito ampliado de
saúde, definindo-a como direito de todos e dever do Estado, adotando assim os
princípios da equidade, universalidade e integralidade que desta forma garanti a
todos os cidadãos o direito a vacinação. O objetivo maior do Programa e do Sistema
Único de Saúde e de garantir e coordenar as ações de vacinação tornando-as
sistemáticas e garantindo coberturas vacinais altas e homogêneas (BRASIL, 2004).
17
Então, na década de 90 com a criação do Sistema Único de Saúde, surgiram
as leis Orgânicas da Saúde (LOS) para regulamentar esse novo sistema, dentre elas
Lei nº 8.080 de 19 de setembro de 1990, que descentralizou os serviços de saúde
para Estados e Municípios e consequentemente ampliou a responsabilidade do
poder local (municípios) sobre as ações de saúde, como por exemplo, promoção,
proteção e recuperação da saúde, organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes (BRASIL, 1988)
Com a responsabilização dos municípios pelas ações da atenção básica, a
operacionalização das ações de imunização passou a ser responsabilidade do poder
local, sendo assim, sua rotina foi incorporada às unidades de saúde (SANTOS,
2003). Para garantira a efetividade do programa e sua credibilidade, alcançada ao
longo de décadas, tornou-se necessária à estruturação das salas de vacinas nas
unidades de saúde que envolveu uma logística complexa, bem como, a
incorporação de tecnologia, objetivando a qualidade dos imunobiológicos e que
dessa conta não só da cadeia produtiva, mas de todas as etapas, indo da fabricação
até a sua utilização pelos profissionais nas unidades de saúde (ARAÚJO, 2008).
Todavia, em 1994 é instituído no Brasil o Programa de Saúde da Família PSF, utilizando como estratégia a reorientação do modelo de atenção à saúde, em
consonância com os princípios do SUS, tendo seu campo de atuação voltada para
promoção, prevenção e reabilitação (SOUZA, 2002). É importante destacar que as
estratégias do Programa de Saúde da Família têm como base a Atenção Básica que
se caracteriza por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo,
que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o
diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde, realização das
ações programáticas e de vigilância à saúde; realizar busca ativa e notificação de
doenças e agravos de notificação compulsória e de outros agravos e situações de
importância local (PORTARIA 648, 2006), Sendo desenvolvida por meio do exercício
de práticas gerenciais e sanitárias democráticas e participativas, sob forma de
trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios bem delimitados, pelas
quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente
no território em que vivem essas populações.
No país, a estratégia governamental para estruturar a atenção primária foi
baseada na implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde e do
Programa de Saúde da Família que vem contribuindo para a redução da morbidade
18
e da mortalidade infantil, através do acesso aos serviços de saúde. Portanto, é dever
da equipe manter todas as crianças do seu território de abrangência com vacinas em
dia, fato esse que deve ser observado durante as consultas de crescimento e
desenvolvimento, em crianças menores de um ano de idade (BRASIL, 2004).
Caso, a equipe identifique a existência de alguma criança com vacinas em
atraso ou incompleto temos como ferramenta fundamental os agentes comunitários
de saúde que devem estar em contato permanente com todas as famílias/ indivíduos
sob sua responsabilidade, e realizar a busca ativa dos faltosos de acordo com as
necessidades definidas pela equipe, por meio das visitas domiciliares, mantendo a
equipe informada, principalmente a respeito daquelas em situação de risco e orientar
quanto à utilização dos serviços de saúde disponíveis.
2.3 Epidemiologia da Doença Diarreica causada pelo Rotavírus
As gastroenterites representam um dos mais expressivos problemas de
Saúde Pública em todo o mundo, particularmente nos países subdesenvolvidos e
em desenvolvimento, onde se constituem em uma das principais causas de
morbidade e mortalidade infantis (CARMO, 2006).
Segundo (BRICKS, 2005) os rotavírus são os mais importantes agentes de
gastrenterites graves. Globalmente, estima-se que, a cada ano, causem mais de 125
milhões de episódios de diarreia e mais de 400.000 mortes. Estudos realizados em
mais de 50 países revelaram que os rotavírus são responsáveis por 6% a 24% das
gastrenterites infantis da comunidade, e por 20% a 70% das hospitalizações por
diarreia em crianças menores de 5 anos. A maioria das infecções sintomáticas
ocorre em crianças menores de dois anos de idade e, entre as crianças menores de
5 anos, estima-se que uma em cada 5 precisará de cuidados médicos, e uma em
cada 65 será hospitalizada.
Tornando, o rotavírus um dos mais importantes agentes etiológicos da doença
diarreica nas crianças menores de cinco anos (ARAÚJO et al, 2010).
Os primeiros achados de rotavírus no homem remontam há duas décadas, a
partir de estudos realizados por Bishop e col. em Melborne, Austrália. No Brasil, o
achado pioneiro associado à detecção de gastroenterite aguda por esse vírus foi em
Belém, no ano de 1976. Esses achados surgiram de estudo - piloto envolvendo 25
19
crianças hospitalizadas ou com atendimento ambulatorial, com quadro diarreico
agudo (OLIVEIRA et al, 2010).
Nesse contexto, a realidade brasileira não difere da mundial. Dados do
Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DataSUS)
referentes ao ano de 2006, revelam que ocorreram nesse período 2.236 óbitos por
doenças diarreicas em menores de 5 anos. Esse contingente, por região de
procedência, totalizou 1.291 óbitos na região Nordeste; 363 na região Norte;
348 na Sudeste; 143 na Centro-Oeste; e 91 na região Sul. O estado com a número
absoluto foi a Bahia, onde ocorreram 271 óbitos por doença diarreica nessa faixa
etária, e o de menor número de casos de óbito foi o Amapá, com apenas três
mortes. Dados de 2008 disponíveis na Sala de Situação do Ministério da Saúde
revelam que, nesse ano, ocorreram 47.223 óbitos por doenças infecciosas e
parasitárias na população brasileira. Desse total, 3.737 decorreram de diarreia e
gastroenterite de origem infecciosa presumida e 1.128, de diarreia em menores de
05 anos, o que representa uma tendência decrescente em relação ao ano de 2006
(SALVADOR et al, 2011).
Os
rotavírus
são
membros
da
família Reoviridae.
Atualmente,
são
reconhecidos sete diferentes grupos de rotavírus, designados de A a G .Os dos
grupos A, B e C infectam o homem, enquanto os demais (D a G) não têm sido
associados à patologia humana. De maneira geral, os grupos sorológicos do
rotavírus de importância epidemiológica para a espécie humana apresentam as
seguintes características: o Grupo A, que abrange dois subgrupos com, pelo menos,
14 sorotipos diferentes, destaca-se como o de maior importância epidemiológica; o
Grupo B causou, apenas na China, grandes focos de gastrenterite em crianças e
adultos; e o Grupo C, mesmo de distribuição mundial, só foi encontrado em baixa
prevalência. (VRANJAC, 2006; BRICKS, 2005).
A rotavirose pode ocorrer em qualquer idade, embora as doenças
sintomáticas predominem na faixa etária de 06 a 24 meses. Em geral, as crianças se
infectam nos primeiros anos de vida, sendo que os casos mais graves ocorrem
principalmente até os dois anos de idade (BRASIL, 2006).
A forma clássica da doença, principalmente na faixa de seis meses a dois
anos, é caracterizada por uma forma abrupta de vômito, na maioria das vezes há
diarréia (caráter aquoso, aspecto gorduroso e explosivo), e a presença de febre alta.
Podem ocorrer formas leves e subclínicas nos adultos e formas assintomáticas na
20
fase neonatal e durante os quatro primeiros meses de vida. Os rotavírus, eliminados
em grande concentração nas fezes infectadas, são transmitidos pela via fecal-oral,
por água, alimentos e objetos contaminados, por pessoa a pessoa e, provavelmente,
por secreções respiratórias, mecanismos que permitem a disseminação explosiva da
doença. O tratamento da rotavírus consiste na reposição hidroeletrolítica e manejo
dietético adequado. Não é recomendado o uso de antimicrobianos e antidiarreicos.
Como principal medida de prevenção temos a administração da vacina contra
rotavirus (VORH) em crianças menores de seis meses (VRANJAC, 2003).
Devido ao elevado índice de morbimortalidade associado à diarreia por
rotavírus,
ficou
evidente
a
necessidade
de
medidas
urgentes
como
o
desenvolvimento de vacinas contra esse vírus, cujo objetivo principal é a atenuação
da gravidade da doença diarreica (VRANJAC, 2003).
Apesar dos importantes avanços alcançados no controle das doenças
infecciosas, as doenças diarreicas agudas são um dos principais problemas de
saúde pública e um grande desafio às autoridades sanitárias. Além das medidas
tradicionais de higiene e de saneamento básico para sua prevenção, a vacina contra
rotavírus continua sendo a forma mais eficaz de prevenir esta doença (BRASIL,
2008).
Os investimentos em pesquisas para disponibilizar uma vacina eficaz e
segura contra o rotavírus vem sendo realizados desde 1980, quando já se
reconhecia a importância epidemiológica desse patógeno para os altos índices de
morbidade e mortalidade infantil, por diarreia, dele decorrente (SALVADOR, et.al,
2011).
A primeira vacina contra rotavírus foi licenciada nos EUA em 1998, a qual,
menos de um ano depois, teve sua comercialização suspensa em decorrência do
aumento na notificação de casos de IS. A IS é a invaginação do intestino em um
segmento distal, com isquemia e edema da parede intestinal; fenômeno raro em
crianças e adultos. As principais manifestações da intussuscepção intestinal são dor
abdominal, vômitos e presença de sangue nas fezes, em crianças vacinadas
(BRICKS, 2005). Com isso, o desenvolvimento de uma vacina segura e efetiva
contra rotavírus foi uma grande prioridade, especialmente, em países em
desenvolvimento onde é mais elevada a carga da doença diarreica (CARMO, 2006).
Então, a China desenvolveu a vacina Monovalente ovina (LLR), licenciada em
2000. Apesar de a vacina LLR ter sido licenciada na China, não há informações
21
sobre estudos para avaliar seu perfil de segurança. Em 2004, o laboratório GSK na
Bélgica passa a produzir a vacina Monovalente, neonatal humana licenciada para
uso na República Dominicana e México e em outubro de 2005 é licenciada no Brasil
e Venezuela. Das novas vacinas desenvolvidas contra rotavírus apenas a Rotarix
(GSK) e a RotaTeq® (Merck) apresentaram baixa reatogenicidade, e não foram
associadas com intussuscepção intestinal ,tornando-se uma vacina segura(BRICKS,
2005).
A vacina oral de rotavírus humano (VORH) foi licenciada no Brasil, pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em junho de 2005, com o nome
comercial de Rotarix (GSK) (HOMMA, 2011 et al, 2011).
Em março de 2006, a vacina contra Rotavírus foi introduzida no calendário de
vacinação da criança. O Programa Nacional de Imunizações é considerado como um
dos mais completos dentre os países em desenvolvimento, tendo sido pioneiro a
introduzir no Calendário Básico de Imunização a Vacina Oral de Rotavírus Humano VORH dirigida à população de menores de seis meses de idade (01 mês e 15 dias a
05 meses e 15 dias de vida), o que representou um grande avanço nas ações de
proteção à saúde do país (BRASIL, 2008).
O esquema vacinal adotado depende do tipo da vacina. Para aquela utilizada
pelo Ministério da Saúde, a monovalente, o esquema é composto por duas doses, a
serem administradas aos 2 e 4 meses de idade. Convém ressaltar que existem
orientações precisas quanto à faixa etária de aplicação das doses vacinais que
devem ser rigorosamente respeitadas: para a administração da primeira dose, a
idade mínima é de 1 mês e meio, e a máxima, de 3 meses e 7 dias; e para a
segunda dose, a idade mínima é de 3 meses e 7 dias e a máxima, de 5 meses e
meio; pois e nesta faixa etária observa-se menor casos de intussuscepção intestinal
A proteção tem início cerca de duas semanas após a segunda dose (BRASIL, 2008).
A Vacina Oral de Rotavírus Humano (VORH) foi elaborada com vírus isolados
de humanos e atenuados para manter a capacidade imunogênica, porém não
patogênica. A vacina é monovalente, ou seja, a cepa utilizada possui apenas um
sorotipo em sua composição que é o G1[P8] da cepa RIX4414. A nova forma
farmacêutica da VORH é líquida. Apresenta-se em monodose, sendo que cada dose
da VORH contém: frasco com pó liofilizado e aplicador com diluente; após a
reconstituição, cada dose corresponde a 1 ml, a qual deve ser administrada
exclusivamente por via oral. O imunobiológico deve ser mantido a uma temperatura
22
entre + 2º C e + 8º C, seguindo, portanto, as normas técnicas de rede de frio do PNI
(BRASIL, 2006).
23
3 ANÁLISE SITUACIONAL
O presente trabalho será realizado no município de Jaboatão dos
Guararapes, o qual está situado no litoral do Estado de Pernambuco. Tem extensão
territorial de 256,07 quilômetros quadrados. Limita-se ao Norte com a capital
pernambucana e o município de São Lourenço da Mata, ao Sul com o Cabo de
Santo Agostinho, a Leste com o Oceano Atlântico e a Oeste com Moreno. Faz parte
da Região Metropolitana do Recife (RMR). Segundo estimativa do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE-2010) a população é de 644.620 habitantes.
Em 2009, o município do Jaboatão dos Guararapes implantou um novo
modelo de gestão municipal regionalizado baseado em critérios demográficos e
econômicos com o objetivo de descentralizar as ações do setor público atendendo
às características e demandas locais (PERNAMBUCO, 2009). Cada regional foi
criada com representações dos setores da saúde, educação, assistência social,
obras, defesa civil e esportes. Assim, foram implantadas seis regionais e,
posteriormente em 2011, foram divididas em sete regionais abrangendo os territórios
de Jaboatão Centro, Cavaleiro, Curado, Muribeca, Prazeres, Praias e Guararapes
(anexo 1). Cada regional de saúde conta com uma estrutura organizacional e
administrativa composta por uma coordenação, um ou dois supervisores da Atenção
Primária, um supervisor de saúde bucal, um profissional responsável pela
assistência farmacêutica, um apoio técnico do Programa Municipal de Imunização,
serviço de Ouvidoria e a digitação dos Sistemas de Informação Ambulatorial - SIA,
Sistema de Informação da Atenção Básica - SIAB e o Cartão SUS.
O Plano de Supervisão das Equipes de Saúde da Família foi implantado no
município do Jaboatão dos Guararapes em 2011 com a finalidade de acompanhar o
processo de trabalho e a estrutura da assistência básica de saúde. Nesse plano, são
encontradas orientações sobre o diagnóstico da USF, o cronograma de visitas
(incluindo ESF, PACS e UBS), o roteiro da supervisão, o modelo de relatório mensal,
as atribuições do supervisor e a composição da equipe de supervisores.
A rede de Atenção Primaria á Saúde do Município de Jaboatão dos
Guararapes é contemplada com dezessete Equipes de Agentes comunitários de
Saúde (EACS), oitenta e quatro Equipes de Saúde da Família (ESF) cobrindo 52,2%
da população, sete Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) e treze Unidades
Básicas de Saúde (UBS). A gestão atual tem se deparado com vários desafios para
24
avançar no desenvolvimento da Atenção Primária. Em relação as equipes de saúde,
dez novas ESF foram implantadas, investiu-se na infraestrutura com aquisição de
equipamentos, reformas e adequações em seis unidades básicas de saúde e 27
unidades de saúde da família, foram construídas seis novas unidades da Saúde da
Família, foram efetivados 446 agentes comunitários de saúde (ACS) e estão em
processo de efetivação 374 ACS, foram implantados sete núcleos de apoio à saúde
da família (NASF) com a contratação de 49 profissionais entre psicólogos,
assistentes sociais, nutricionistas, educadores físicos, fisioterapeutas, terapeutas
ocupacionais e fonoaudiólogos, houve fortalecimento da capacidade técnica por
meio de cursos e capacitações, entre outras melhorias realizadas (PERNAMBUCO,
2011). Contudo, faz-se necessário adotar estratégias para superar desafios como o
alcance de 70% da cobertura da Atenção Primária (PERNAMBUCO, 2010) a
ampliação da resolutividade das Equipes de Saúde da Família, aperfeiçoando os
processos de trabalho e o aprimoramento das atividades de monitoramento e
avaliação. (PERNAMBUCO, 2010).
O Programa Nacional de Imunização está estruturado dentro do setor da
Vigilância à Saúde que, por sua vez, é composta por quatro Departamentos
(Vigilância Epidemiológica, Sanitária, Ambiental e Imunização).
O município do presente plano de intervenção segue as recomendações do
Ministério da Saúde, cuja meta de cobertura vacinal para a vacina oral de rotavírus
humano ficou estabelecida em 90%. Os dados nacionais trazidos pela Sala de
Situação do Ministério da Saúde revelam que, em 2009, da população menor de um
ano, que totalizava 2.880.360 crianças, a vacina contra o rotavírus foi devidamente
aplicada em 2.476.766 infantes, o que traduz uma cobertura vacinal de 86%. Em
2010, da população menor de um ano, que totalizava 2.880.069 crianças, a vacina
contra o rotavírus foi devidamente aplicada em 2.391.533 infantes, o que traduz uma
redução na cobertura vacinal para 83%, enquanto 2011, da população menor de um
ano, que totalizava 2.880.069 crianças, a vacina contra o rotavírus foi devidamente
aplicada em 2.506.866 infantes, o que traduz uma elevação na cobertura vacinal
para 87%. No estado de Pernambuco, a cobertura vacinal da rotavírus, nos anos de
2009,2010 e 2011, são respectivamente 91%, 83% e 90%.
No período de 2009 a 2011, analisamos a cobertura vacinal da rotavírus em
menores de um ano, no município de Jaboatão dos Guararapes, utilizando os
25
bancos de dados disponíveis no SI-PNI/API (Sistema de Informação do Programa
Nacional de Imunização / Avaliação do Programa de Imunização).
Assim como para o Brasil, na tabela 1 observa-se que em todos os anos
analisados a cobertura vacinal de 90% conforme preconiza o Ministério da Saúde,
não foi alcançada pelo município.
Tabela 1. Cobertura vacinal contra rotavírus em crianças menores de um ano, no
município de Jaboatão dos Guararapes-PE, no período de 2009 a 2011.
ANO / COBERTURA VACINAL
CRIANÇAS MENORES DE 01 ANO
CRIANÇAS MENORES DE 01 ANO
VACINADAS
COBERTURA VACINAL
2009
2010
2011
9.423
9.423
8.950
7.700
6.897
7.394
81,71%
73,19%
82,61%
Fonte: SI- API / Coordenação Municipal de Imunização / VE / SMS / Jaboatão dos
Guararapes
Neste trabalho, analisou-se a situação vacinal da rotavírus em crianças
menores de 01 ano, nos subgrupos etários de 02 e 04 meses de idade. Na tabela 2
comparamos as coberturas vacinais da Tetravalente (DTP+Hib), Vacina Oral da
poliomielite (VOP), Pneumocócica 10 conjugada e Rotavírus, durante o período de
2009 a 2011.
De acordo com o Ministério da Saúde, a cobertura vacinal preconizada é de
90% para o rotavírus e 95% para as demais vacinas descritas na tabela 2. No ano
de 2009, observou-se que apenas a vacina Tetravalente atingiu a meta, chegando a
de 99,14%.Em 2010, nenhuma das vacinas relacionadas atingiram a meta
estabelecida, enquanto que no ano de 2011, apenas a rotavírus não atingiu a meta
preconizada.
26
Tabela 2. Cobertura vacinal para Tetravalente (DTP+Hib), Vacina Oral da
poliomielite (VOP), Pneumocócica 10 conjugada e Rotavírus (VORH), no município
de Jaboatão dos Guararapes, no período de 2009 a 2011.
ANO / COBERTURA VACINAL
2009
2010
2011
Tetravalente (DTP+Hib)
99,14%
85,61%
98,06%
Vacina Oral da poliomielite (VOP)
90,35%
85,80%
96,75%
Rotavírus
81,71%
73,19%
82,61%
*
25,30%
95,88%
Pneumocócica 10 conjugada
Fonte: SI- API / Coordenação Municipal de Imunização / VE / SMS / Jaboatão dos Guararapes.
*Vacina inserida no Calendário de Imunização a partir de 2010.
De acordo com (TEIXEIRA; ROCHA 2010) a disponibilidade de informação
sobre o indicador de coberturas vacinais de modo mais organizado no âmbito dos
estados e municípios, só foi possível em meados dos anos de 1990 com a
informatização do PNI. A Cobertura Vacinal (CV) que, no final dos anos 1980, ficava
em torno dos 60%, como média nacional, chegou, a partir da metade da década de
1990, a estimativas iguais ou superiores às preconizadas pelo Ministério da Saúde:
90% para a BCG ,Rotavírus e 95% para as demais vacinas. Ressalte-se, que a
obtenção desses indicadores de forma homogênea entre os estados é uma condição
para reduzir os bolsões de suscetíveis e garantir a imunidade coletiva. Além disso, a
vacina oral contra o rotavírus humano, devido às especificidades do acesso a essa
vacina, como a rigidez na idade para a vacinação, devido aos efeitos colaterais
apresenta maior dificuldade para alcançar a meta estabelecida.
27
4 OBJETIVOS
4.1 Objetivo Geral
Elaborar plano de intervenção visando à melhoria dos indicadores de
cobertura vacinal do Rotavírus no município do Jaboatão dos Guararapes-PE.
4.2 Objetivos Específicos
a) Ampliar a cobertura vacinal da rotavírus em crianças menores de 01 ano;
b) Detectar precocemente os não vacinados ou incompletamente vacinados
,através de busca ativa;
c) Efetuar a vacinação em crianças não vacinadas, com o esquema
incompleto ou em atraso;
d) Realizar ações de divulgação e mobilização da população para a
vacinação.
28
5 DIRETRIZES
Ampliar a cobertura vacinal do rotavírus em menores de um ano, através de
parceria entre a coordenação municipal de imunização e a coordenação de Atenção
Básica para fortalecer o processo de trabalho das Equipes de Saúde da Família
(ESF) e da Equipe de Agentes Comunitários de Saúde (EACS), no que diz respeito
a realização das busca ativa das crianças que estão sem vacinação contra a
rotavírus ou com esquema incompleto ou em atraso.
29
6 METAS
a) Alcançar 90% ou mais de cobertura para vacina do rotavírus em crianças
menores de um ano de vida, residentes no município de Jaboatão dos
Guararapes, no período de janeiro a dezembro de 2013.
b) Identificar, através de busca ativa, todas as crianças que não receberam
vacinação contra rotavírus ou estão com esquema vacinal incompleto,
mensalmente a partir de janeiro até dezembro 2013.
c) Completar o esquema vacinal da rotavírus de 100% das crianças com
vacinas incompletas ou em atraso, dentro da faixa etária permitida
mensalmente a partir de janeiro de 2013.
e) Capacitar trimestralmente os ACS sobre a importância da vacinação na
prevenção de doenças, no período de janeiro a agosto de 2013.
f) Realizar mensalmente reuniões com as 85 equipes de saúde para avaliar a
cobertura vacinal e atualizar os profissionais sobre as vacinas.
g) Divulgar a importância da vacinação junto à população, principalmente nos
50% de áreas sem cobertura da atenção básica onde não é realizada a
busca ativa.
30
7 ESTRATÉGIAS/AÇÕES
Para efetuar a meta de 90% de cobertura vacinal contra o rotavírus em
crianças menores de um ano de vida, residentes no município de Jaboatão dos
Guararapes, serão desenvolvidas as seguintes estratégias:
a) Apresentação do plano de intervenção para sensibilizar as Equipes de
Saúde da Família (ESF), Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde
(EACS) e Vacinadores, sobre a importância da vacinação contra o
rotavírus.
Ação:
•
Reunião com todos os profissionais das Equipes de Saúde da Família
(ESF), Estratégia de Agentes Comunitários de Saúde (EACS) e
Vacinadores.
• Apresentar um boletim de cobertura vacinal com as metas anuais de
vacinação em crianças menores de 1 ano.
b) Intensificação
das
visitas
domiciliares
realizadas
pelos
agentes
comunitários de saúde às crianças menores de um ano identificando
através do cartão espelho os não vacinados ou com esquema vacinal
incompleto para a rotavírus.
Ação:
• Realizar no mínimo 1 visita mensal a todas as crianças menores de 1
ano.
• Atualizar o cartão espelho das crianças durante as visitas identificando
as não vacinadas.
• Monitoramento realizado pelos enfermeiros das unidades de saúde,
nos cartões espelhos das crianças menores de 1 ano utilizados pelos
agentes comunitários de saúde.
• Realizar a busca ativa das crianças com vacinas incompletas ou em
atraso.
31
c) Implantação, mensalmente, de um dia nas unidades de saúde ações
voltada para atualização das vacinas em crianças menores de um ano.
Ação:
• Destinar um dia na segunda quinzena do mês para realização de
atividades voltadas para a atualização dos cartões de vacinação,
enfatizando à vacina contra o rotavírus .
• Palestra e orientação sobre a importância e benefícios de manter os
cartões atualizados.
d) Realização de oficinas para os agentes comunitários de saúde, que
explanarão as doenças imunopreveníveis e suas respectivas vacinas, com
doses e idades estabelecidas para sua realização.
Ação:
• A cada três meses convocar a coordenadora do PMI para atualizar os
agentes de saúde sobre as vacinas e os informar sobre a população
alvo de cada vacina com as respectivas metas.
• Oficina trimestral com duração de 8 horas, com participação das
supervisoras de regionais, técnicos regionais do programa de
imunização e coordenação de imunização e atenção básica.
e) Realização de reuniões com os profissionais das unidades de saúde para
avaliar e divulgar a situação da cobertura vacinal e metas a serem
alcançadas em cada regional de saúde.
Ação:
• Convocar
médicos,
enfermeiros,
odontólogos
e
técnicos
de
enfermagem, para oficina mensal com duração 4 horas.
• Emitir e divulgar os relatórios das coberturas vacinas para os níveis
regionais com as metas alcançadas e atingidas.
• Atualizar os profissionais sobre as novas vacinas, suas formas de
administração e efeitos adversos.
32
• Participação da coordenadora do programa de imunização,
coordenadores e supervisores de regionais, coordenação da atenção
básica.
f)
Disponibilização para as unidades de saúde de relatórios mensais
contendo o número de crianças vacinadas, com as respectivas coberturas
e as metas a serem alcançadas no mês seguinte.
Ação:
• A coordenação de imunização enviará mensalmente para todas as
unidades de saúde um relatório referente às coberturas vacinais.
• A coordenação de imunização deverá averiguar os motivos específicos
de não cumprimento das metas por parte das unidades de saúde.
g) Divulgação para a comunidade a importância da vacinação.
Ação:
•
Informar os locais de vacinação e horário de funcionamento das salas de
vacinas, através da rádio local e outros meios de comunicação (carro de
som, anuncicleta).
•
Divulgar através de panfletagem e cartazes na comunidade, carro de
som, as ações educativas desenvolvidas pelo Programa de Saúde da
Família.
•
Nas comunidades sem cobertura da ESF e EACS serão utilizados meios
de comunicação audiovisuais.
33
8 PLANO OPERATIVO
8.1 Período de realização
A intervenção proposta no presente trabalho será desenvolvida durante o
período compreendido entre Janeiro e Dezembro de 2013.
8.2 População de referência
Todas as crianças com idade mínima de um mês e meio, e a máxima de cinco
meses e meio que não possuem esquema vacinal contra a rotavírus ou encontramse com o esquema incompleto, e que residem no município de Jaboatão dos
Guararapes.
8.3 Critérios exclusão
Todas as crianças menores de um mês e quinze dias e maiores de cinco
meses e quinze dias, que não podem receber a vacina contra rotavírus.
34
9 RESULTADOS ESPERADOS
a) Vacinação de 90% ou mais da população do município em questão, de
acordo com a faixa etária preconizada.
b) Ampliação da cobertura vacinal contra rotavírus no município de Jaboatão
dos Guararapes após o período de 12 meses.
c) Profissionais comprometidos em ampliar a cobertura vacinal da rotavírus
em crianças menores de um ano.
d) População com acesso a informação sobre a prevenção de doenças
imunopreveníveis através da vacinação.
35
10 CRONOGRAMAS DE ATIVIDADES
MESES / 2013
ATIVIDADES
JAN
FEV
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
Apresentação do plano de
intervenção para os profissionais
X
das Unidades de Saúde.
Intensificar as visitas domiciliares
realizadas pelos agentes
X
comunitários de saúde
Implantar mensalmente um dia na
unidade de saúde ações voltadas
para atualizar as vacinas em
crianças menores de um ano,
dando ênfase a vacina da
rotavírus.
Oficinas para os agentes
comunitários de saúde
X
X
X
X
Reuniões com os profissionais das
unidades de saúde / Coordenação
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
X
do PNI e Atenção Básica
Emissão de relatórios pela
Coordenação de imunização
Divulgação das ações nas rádios e
comunidade
Fonte: autora, 2012
10.1 Recursos Humanos
A equipe envolvida para a construção do presente plano de intervenção será
a Gerência de Atenção Básica, a Coordenação do Programa Municipal de
Imunização com seus respectivos técnicos, profissionais das Unidades de Saúde e
os Coordenadores e Supervisores das Regionais de Saúde.
36
10.2 Recursos Materiais e Equipamentos
Os recursos materiais e equipamentos encontram-se disponibilizado para
aquisição e uso na Secretaria Municipal de Saúde.
Material
Papel oficio A4
Cartolina;
Lápis piloto preto, vermelho,
Quantidade
Valor unitário
Valor total
20 (Resma)
10,00
200,00
40
0,50
20,00
08 de cada
1,30
31,20
azul
Lanche
64
100,00
6400,00
Fita adesiva
08
3,00
24,00
Lápis grafite
30
0,30
Cola;
10
1,00
90,00
10,00
6775,20
Total
10.3 Fonte de Financiamento
A fonte de financiamento do presente plano de intervenção será a Secretária
Municipal de Saúde do Jaboatão dos Guararapes.
37
11 VIABILIDADE
Este plano de ação apresenta viabilidade política, uma vez que esta proposta
de intervenção teve a aprovação da Secretaria Municipal de Saúde.
É de fundamental importância a colaboração dos profissionais de saúde, com
ênfase os atuantes em salas de vacinas, para que as metas propostas possam ser
alcançadas.
A viabilidade financeira será com recursos próprios do Município, tanto em
relação à disponibilidade do espaço físico para as reuniões e oficinas, como do
material para realização das atividades.
38
12 CONCLUSÃO
Espera-se que este trabalho venha contribuir de forma positiva para melhorar
o alcance da cobertura vacinal da vacina contra o rotavírus em 90%, conforme
preconizado pelo Ministério da Saúde, e consequentemente aprimorar as condições
de saúde da população. Dessa forma evidenciamos a importância da mobilização
dos profissionais de saúde juntamente com a comunidade através de ações
articuladas que os levam a uma reflexão sobre suas respectivas responsabilidades
com a saúde da população.
39
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ANEXO 1 - Mapa Ilustrativo com a distribuição por Regional e por bairro
do Município de Jaboatão dos Guararapes
fonte: dados extraídos da Gerência de Planejamento/ IBGE – 2010
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Bruna Lunara - Desenvolvimento alterado e finalizado_