Associação dos Amigos do Museu Histórico Nacional Ano XVI – nº 38 - novembro 2014 Boletim Informativo Leopoldina Leopoldina, Arquiduqueza d’Austria princeza real do Reino Unido de Portugal, Brazil e Algarves. Jean François Badoureau Reprodução litográfica da gravura colorida original de cerca de 1819, editado pelo Palácio Nacional de Queluz por ocasião da visita a Portugal de S. E. o Presidente do Brasil, 4-8 de maio, 1986. Gravura nº 360 em 500 exemplares. A imperatriz do Brasil Foto: Daniella Gomes dos Santos Em 5 de novembro de 1817, desembarcava no Rio de Janeiro a Arquiduquesa austríaca Leopoldina Josefa Carolina Francisca, casada, por procuração, com D. Pedro. Leopoldina, como assinava, viveria no Brasil até a sua morte, em 1826. Primeira imperatriz consorte do país, regente em setembro de 1821 e rainha consorte de Portugal por oito dias, Leopoldina teve papel relevante na política imperial, sobretudo no processo que levaria a independência da colônia em 1822, com a constituição de um Estado autônomo, o Império do Brasil. Portadora de uma cultura acima da média para a época, pesquisou e recolheu espécimes de nossa fauna, flora e minerais, sendo a responsável pela vinda de cientistas e artistas, cujo trabalho deu origem a acervos de museus europeus e a importantes fontes documentais da história do Brasil. Ao realizar a exposição “Com a palavra, D. Leopoldina, Imperatriz do Brasil”, em cartaz de 14 de outubro a 01 de março de 2015, e o Seminário Internacional “D. Leopoldina e seu tempo: Sociedade, política, ciência e arte no século XIX”, de 14 a 16 de outubro, o MHN lança as bases para o início das comemorações do bicentenário da chegada de Leopoldina ao Brasil a ser celebrado em 2017. A exposição e o seminário integram um projeto maior do MHN, iniciado no final da década de 1990, para comemorar os 200 anos da transferência da corte portuguesa para o Brasil e os significativos fatos que se seguiram; as transformações política, econômica, social e cultural que se fizeram sentir, através de atos governamentais e da abertura de muitas instituições. Ao assumir a liderança nas comemorações dessa efeméride em 2008, o MHN realizou seminários dedicados a D. João VI, Carlota Joaquina e D. Pedro I e exposições internacionais sobre o tema, além de publicar obras de referência. Com curadoria da historiadora Solange Godoy e cerca de 200 peças do acer vo do próprio Sessão do Conselho de Estado Georgina de Albuquerque (1885-1962) Óleo sobre tela; 1922, 2 600 X 2 070 mm Continua pag 2. Leopol “A arquiduquesa Leopoldina, primeira imperatriz do Brasil” J. B. Debret Reprodução de arte: litografia, color.: 38 X 57 cm Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil: aquarelas e desenhos que não foram reproduzidos na edição de Firmin Didot – 1834. R. de Castro Maya –Editor, Paris, 1955 Foto: Daniella Gomes dos Santos MHN, a exposição “Com a palavra D. Leopoldina, Imperatriz do Brasil” aborda a infância da arquiduquesa, o casamento e os compromissos assumidos em decorrência desse, a viagem para o Brasil, a chegada ao Rio de Janeiro e as acomodações no Palácio de São Cristóvão; a missão científica, o papel político de Leopoldina, as relações familiares e a sua morte prematura aos 29 anos. O fio condutor da exposição são trechos da vasta correspondência escrita por Leopoldina, que abrange desde a sua infância até a última noite de sua vida, quando já tinha consciência de sua morte iminente, num total de mais de 1.000 cartas conhecidas. Com caráter didático e lúdico, a exposição é aberta com o módulo “A Imperatriz Leopoldina no imaginário popular” apresentando como ela é percebida BADOUREAU, Jean François. D. Pedro de Alcantara, Príncipe Real do reino Unido de Portugal, Brazil e Algarves: dedicado ao Senhor D. Miguel Pereira Forjaz Coutinho... por seus humildes criados Orsoloni e Fontana. D. Pierre d’Alcantara, Prince Royal du Royaume Uni du Portugal du Brésil et dês Algarves / Badoureau sculpt; Vautier delt. Lisboa: Orsolini & C°. -- [18--]. gravura: color; 58 x 42 cm. Foto: Daniella Gomes dos Santos hoje, através da nomeação de locais, cidades e instituições; emissão de selos, moedas e medalhas; tema de músicas e de enredos, como os da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, e obras de artistas contemporâneos. Com a exposição, o MHN aspira, ainda, resgatar, sobretudo junto aos jovens, a figura dessa extraordinária mulher, tantas vezes esquecida ou relegada ao segundo plano no cenário político do século XIX. J. B. Debret “Desembarque de Sua Alteza Real/a Archiduqueza D. Carolina Leopoldina/Princeza Real do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves/no Rio de Janeiro em 05 de novembro de 1817” / [gravura de] Carlos Simão; [óleo de] Debret. gravura: buril; 53 x 71,7 cm Foto: Daniella Gomes dos Santos O SELFIE DA PRINCESA, por Solange Godoy Num mundo obcecado pelo novo hábito ou gesto de cristalizarmos a nossa imagem só ou acompanhada, em muitos momentos do cotidiano, tornou-se natural querermos nos ver dentro do mundo em instantâneos. Parece que de certo modo trocamos a observação do que é ou de quem está a nossa volta. Não basta ver, não vale o esforço de observar, é essencial registrar visualmente a nossa inserção na realidade retratada. Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda de Habsburgo-Lorena, arquiduquesa da Áustria, princesa de Portugal e Imperatriz do Brasil preocupara-se desde a infância em se retratar em suas cartas, mais de mil, e seus diários. Havia uma preocupação constante em retratar o ambiente social e político. O espaço arquitetônico e a natureza ao seu redor referenciam sua forma de retratar o mundo. Na carta escrita pela arquiduquesa, quando tinha apenas onze anos ela faz um selfie do seu cotidiano durante sua 2 Boletim Informativo ldina adolescência; a autoridade da irmã mais velha Maria Luiza, o lazer, os compromissos de estudo, suas observações. Não basta parabenizar o pai distante, há a preocupação no relato minucioso e finalmente a afirmativa protocolar do seu querer bem. D. Leopoldina na Ilha da Madeira Óleo sobre tela; 1817; 890 X 605 mm Foto: Rômulo Fialdini/Livro MHN/Banco Safra Luxemburgo, 7 de outubro de 1808 Querido papai! Permita-me fazer um pequeno relato da maneira agradável como celebramos a festa do seu dia onomástico e a do irmão Francisco. Às três da tarde, a irmã Luísa organizou a colheita de fruta e a vindima no Pequeno Prater. Depois disso, ela nos ofereceu uma bela merenda no pavilhão de recreio. Francisco estava muito animado. À noite, a irmã Luísa veio ter conosco. Nós nos distraímos brincando de alfabeto, que o bom papai certamente conhece. Como a tarde de ontem estava muito bonita, fomos ver a fortaleza de Liechtenstein e admirar os arredores. O príncipe pensa em restaurar a antiga construção o melhor possível. Está bem conservada, pois me disseram que já existe há seiscentos anos. De lá fomos para casa, passando por Modling; depois de estudarmos geografia, jogamos sombra com as irmãs Luísa e Maria, um jogo que ainda não entendi bem... Nota: Nesta ocasião o irmão Francisco (arquiduque Francisco Carlos) tinha apenas seis anos e a irmã mais velha e preferida de Leopoldina, Maria Luiza dezessete. Tinham perdido a mãe no ano anterior (1807) e no principio de 1808 o pai havia se casado com Maria Ludovica princesa D’Este. Com o passar dos anos a princesa passa a retratar acontecimentos políticos em que desempenhará o seu papel, como nas negociações de Metternich para casá-la com D. Pedro o primogênito da casa de Bragança. Retratará o seu pasmo na chegada ao Rio de Janeiro, já casada, mas sem ter conhecido ainda seu marido português. São Cristovão, 8 de novembro 1817 Querido papai! Com a ajuda divina cheguei muito feliz e saudável ao Rio de Janeiro, após uma travessia de 84 dias, da qual me despedi no penúltimo dia com uma tempestade bastante violenta; a entrada do porto é estreita e acho que nem pena nem pincel podem descrever a primeira impressão que o paradisíaco Brasil causa a qualquer estrangeiro;... Ela falará de seu aspecto físico no decorrer do tempo que viveu no Brasil assim como e principalmente da modificação de estado de espírito até mergulhar em profunda melancolia. Carta a Maria Luiza em 18.6.1823 Tenho a lhe confessar que estou muito melancólica, porque me encontro sem amigo ou amiga em que possa depositar minha confiança; todos os meus deveres me ligam ao meu esposo e infelizmente não posso lhe oferecer minha confiança; nossas mentalidades e educação são muito distintas... Na exposição que o Museu Histórico Nacional organizou para outubro deste ano, vamos deixar Leopoldina se mostrar através dos seus relatos e vamos conhecê-la melhor através dos retratos que deixa de si mesma: Com a palavra D. Leopoldina, Imperatriz do Brasil! Boletim Informativo 3 EXPOSIÇÕES Design - De 21 de março a 4 de maio Foto: Divulgação Retrospectiva da obra do carioca Brunno Jahara – um dos mais promissores designers brasileiros – para comemorar os dez anos de sua carreira. A exposição “Hiperbólico”, com curadoria de Marcelo Vasconcellos, integra uma série de mostras temporárias relacionadas ao design de móveis e objetos que vêm sendo realizadas no MHN. Artes Plásticas - De 30 de maio a 14 de setembro Marcando os dez anos do Prêmio CNI SESI SENAI Marcantonio Vilaça, foram realizadas as exposições “Inventário da Paixão – Homenagem a Marcantonio Vilaça”, reunindo obras de artistas premiados em edições anteriores (até 14 de setembro) , e “Cor, Luz e Movimento”, homenagem ao artista Abraham Palatnik (até 23 de julho). Instituído em 2004, o Prêmio homenageia o colecionador Marcantonio Vilaça, falecido em 2000 aos 37 anos, que se empenhou com afinco a lançar e divulgar novos artistas no mercado brasileiro e internacional de arte, tendo doado diversas obras de sua coleção para museus em todo o mundo. Beatriz Milhazes O Selvagem, 1999 Acrílica sobre tela Coleção particular Adriana Varejão Espécimes da flora, 1996 Óleo sobre tela e couro sintético - Coleção particular Gravuras e Arte Impressa - De 24 de julho a 28 de setembro Maria Alejandra Arangunren TRANSEUNTES I, 2014 Fotomontagem impressa em couro ecológico Argentina Marcelo Oliveira Cadê o Amarildo?, 2013 Xilogravura e fita adesiva colorida - Brasil 4 Boletim Informativo Sob a curadoria de Gerardo Torres, a “1º Bienal Sul Americana de Gravura e Arte Impressa – Rio/Córdoba 2004” reuniu 230 obras de 96 artistas da Argentina, Brasil, Chile e Peru, visando refletir o panorama atual da arte gráfica sul-americana em suas variadas formas de expressão, recursos técnicos de impressão e tendências. Segundo o curador Gerardo Torres, para a seleção de artistas considerou-se que fossem artistas em atividade, com obras atuais e que em conjunto representassem a diversidade de linguagens e estilos, abarcando desde a geração dos anos 60 até a atualidade. O evento encaixa-se dentro de um projeto que busca desenvolver um “Corredor Cultural” entre a cidade argentina de Córdoba e distintas cidades do Brasil, canalizando, ainda, manifestações artísticas de outros países sul-americanos com o propósito de enriquecer as relações ibero-americanas em seu aspecto cultural. Depois do Rio de Janeiro, a exposição será exibida no Museu Provincial de Bellas Artes Emilio Caraffa, em Córdoba. Artesanato japonês - De 8 a 24 de agosto Promovida pelo Consulado Geral do Japão no Rio de Janeiro e a Fundação Japão, em parceria com o MHN, a exposição “Artesanato do Japão – Tradições e Técnicas” apresentou um recorte do artesanato atual daquele país, sob o olhar das tradições e técnicas adotadas por reconhecidos artesãos japoneses, compartilhando a habilidade e a criatividade de seus trabalhos. Foram expostos objetos criados em diversos materiais típicos de várias regiões do Japão - cerâmica, metais, laqueados, bambu e madeira, papel, tecidos tingidos, entre outros, sempre trabalhados com técnicas adequadas, de acordo com a natureza de cada material, e que resgatam uma longa tradição da vida cotidiana japonesa. O Cônsul Geral do Japão, Yasushi Artesanato japonês Foto: Divulgação Takase, visitando a exposição. Foto: Roberto Alves Playmobil – De 17 de outubro a 23 de novembro Organizada pelo Fórum PlayBrasilmobil, a exposição “40 Anos Playmobil - O sorriso mais famoso de todos os tempos” apresenta a trajetória do brinquedo, da sua criação na Alemanha em 1974 até o s dias atuais. Painéis ilustrativos, peças raras nacionais e as últimas novidades da Europa revelam a evolução do playmobil e dioramas recriam cenários clássicos - o do Velho Oeste e do espaço sideral, entre outros. Paralelamente à exposição, a 4ª edição do Salão d e PlaymoArte apresenta criações de artistas e fotógrafos d e todo o país tendo como inspiração o sorridente bonequinho. Desde as três primeiras linhas lançadas (operários, índios e cavaleiros medievais) até as coleções mais recentes (como sereias, fadas e agentes secretos), já foram produzidos mais de 2,7 bilhões de bonecos playmobil no mundo. Fotos: Cesar Ojeda Playmobil e Leopoldina O playmobil também pode ser visto na exposição “Com a palavra, D. Leopoldina, Imperatriz do Brasil”, em diorama recriando o momento do desembarque da arquiduquesa austríaca no Rio de Janeiro em 1817. O rg a n i z a d o p e l o s c o l e c i o n a d o re s d o F ó r u m PlayBrasilmobil, o cenário conta com bonecos originais e outros customizados, ou seja, artisticamente modificados para retratarem melhor o momento em questão. Foto: João Cristiano Ribeiro Foto: João Cristiano Ribeiro Boletim Informativo 5 A despedida de uma Líder Por Lau Torquato Elegante, determinada, austera e educada. Assim pode ser definida Vera Lúcia Bottrel Tostes, atual Diretora do Museu Histórico Nacional e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Prestes a deixar a direção do Museu, ela se prepara para uma nova fase de uma vida profissional recheada de êxitos. Graduada em Museologia, Belas Artes e Mestre em História Social, Vera começou a carreira no Museu da Imagem e do Som, onde chegou a Coordenadora do Arquivo Fotográfico. Foi também Diretora do Museu Fundação Casa de Rui Barbosa e, em seguida, aventurouse em outra plaga e atuou como Assistent Curator do Philadelphia Art Museum, nas terras do Tio Sam. O mundo acadêmico é parte marcante na vida de Vera Tostes. Ela é professora da Universidade do Rio de Janeiro – UNI-RIO e Professora Titular da Faculdade de Museologia Estácio de Sá. Segundo relatos de alguns ex-alunos trata-se de uma das maiores autoridades do país em heráldica. Suas aulas são definidas como “fantásticas” ou “primorosas”. Na extinta Fundação Nacional pró-Memória Vera participou da equipe da Coordenadoria Geral de Acervos Museológicos, onde atuou como Coordenadora de Documentação dos Museus Brasileiros. Em 1990 chegou ao Museu Histórico Nacional, lugar onde começou a estudar museologia no início da década de 1960, e foi Chefe da Divisão Técnica e Diretora Substituta por quatro anos. Em seguida assumiu a Direção do Museu e começaram as transformações. Vera é uma profissional rígida, observadora, que sabe reconhecer quando um bom trabalho é executado. Vai além e faz questão de externar isto. Em 1994 o MHN foi vinculado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. No mesmo ano o Museu inaugurou sua primeira exposição com legendas em braile, em parceria com o Instituto 6 Boletim Informativo Benjamim Constant, que persiste até hoje no Pátio dos Canhões. Nesta época também foram inauguradas as mostras “No Tempo das Carruagens” e “Expansão, Ordem e Defesa” (3º e 4º módulos da mostra de longa duração.) Em 1996 Vera coordenou a inauguração da Alameda das Bandeiras, em frente à entrada do MHN, com lábaros que representaram o Brasil em diversos momentos de sua história. Jogando em todas as posições, Vera direcionou o Museu para o mundo virtual e assim foi criado o site do MHN, uma ação pioneira no país, na área museológica. Um dos primeiros automóveis a circular no Brasil foi restaurado e estrelou a mostra “Na velocidade do Protos”. As obras implementadas por Vera troxeram novas feições ao Museu. A acessibilidade foi adotada e rendeu a instituição o prêmio “Acessibilidade Nota 10”, concedido pela Comissão de Defesa da Pessoa Portadora de Deficiência, da assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Vera Tostes é uma líder. E como tal reconhece que o apoio da sua equipe foi fundamental para o sucesso das suas empreitadas: “Pessoas maravilhosas abraçaram meus sonhos e os do próprio Museu. Minhas equipes sempre foram parceiras e isso foi primordial para alcançarmos tudo o que conseguimos”, declara. Citar todas as realizações da gestão Vera Tostes à frente do Museu Histórico Nacional ocuparia páginas e páginas. O Museu tem uma estrutura administrativa das mais completas do Ibram. Um lugar onde tudo é cuidadosamente planejado e Vera Tostes e sua equipe! 2013 Foto: Paulo Scheuenstuhl raramente falta algo necessário ao trabalho. A comemoração dos 200 anos da chegada da Família Real ao Brasil, a grande transformação do circuito expositivo de longa duração, o lançamento da Sylloge Nummorum Graecorum (publicação sobre a série de moedas gregas) foram marcantes. Estas são apenas algumas dentre muitas intervenções sob seu comando. A chamada cereja do bolo foi conseguir a doação do terreno ocupado pelo Detran, vizinho ao museu, para construir um anexo que possibilitará a expansão da área expositiva e a otimização da parte administrativa. Vera justifica sua saída: ”Cheguei a uma etapa da minha vida em que esta decisão foi a mais coerente. Administrei o Museu por muito tempo. Minha passagem foi produtiva e o que planejei consegui alcançar. Chegou a hora de tomar outros rumos”, justifica. Segundo Vera, ela agora vai descansar. Quem a conhece sabe que isto é praticamente impossível, devido a sua inquietude. Vera simplesmente não consegue ficar parada. Uma opção é se dedicar mais a heráldica. “Eu tenho dois livros publicados e pretendo revisá-los e unilos. Se for o caso, poderei até adicionar informações. Outra coisa que certamente irei continuar, são as minhas palestras e consultorias, tanto no Brasil quanto no exterior”. Com a saída de Vera o Museu Histórico Nacional ganhará uma nova direção e, possivelmente, novas diretrizes. “Fui convidada pelo Presidente do Ibram, Ângelo Oswaldo, a participar da comissão que vai avaliar as propostas dos candidatos ao cargo de Diretor do Museu. Eu me senti lisonjeada e acho que posso contribuir em virtude do tempo que passei à frente da instituição. Após a escolha, deverei me afastar um pouco, pois não acho confortável ex-dirigente ficar por perto do local que já trabalhou”, ensina. “Esta será a primeira escolha de dirigente, por este método, para museus de grande porte. Isto é muito importante. Quem vier terá que ter um espírito empreendedor. O Museu Histórico funciona como uma empresa de médio porte, após a construção do anexo esta importância aumenta e o funcionamento certamente será como uma grande empresa”, aposta. Na opinião de Vera, os dois maiores desafios do Museu agora são: a construção do anexo e os preparativos para o centenário que ocorrerá em 2022. A saída de Vera Tostes abrirá uma lacuna no Museu Histórico Nacional que não será fácil de ser preenchida. Em tom de despedida ela declara que sempre estará à disposição para ajudar o Museu e o Ibram quando for necessário. “Foi um orgulho dirigir o Museu por todos esses anos. Com certeza sentirei saudades, mas tenho a convicção que, com o apoio desta equipe, a instituição tem um futuro promissor”, despede-se. Boletim Informativo 7 Jorge La Saigne de Botton, 65 anos, é formado em economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, em 1962, possuindo MBA pela Universidade de Stanford – EE.UU, com extensão em finanças e incorporações pelo INSEAD – França. Como executivo, trabalhou nos Estados Unidos e no Brasil na área financeira, em diversas empresas. Foi Vice-Presidente e Diretor no IBEF, bem como em diversas associações e entidades filantrópicas, tendo presidido a Associação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro por 7 anos. Atualmente, presta consultoria na área de grandes incorporações imobiliárias. Carta do Presidente Foi uma honra ter sido convidado em abril último para assumir o cargo de Presidente da Associação de Amigos do Museu Histórico Nacional. Há dois anos como Vice-Presidente da Associação, passo a substituir meu colega José Luiz Alquerés, que continuará a apoiar a Associação, agora no Conselho Deliberativo. Sendo uma das mais antigas Associações de Amigos, ela vem prestando um serviço importante ao Museu Histórico Nacional na obtenção de recursos e patrocínios. Além disso, apóia o Museu em inúmeras atividades, entre as quais o patrocínio de cursos de especialização a seus funcionários e a realização de obras emergenciais. Um dos grandes desafios para o Museu e, também para a Associação de Amigos, é dar continuidade ao projeto de construção do anexo do MHN em terreno localizado na lateral da Rua Santa Luzia. A partir da posse efetiva do terreno, com a cessão pelo Estado e pela Prefeitura das partes que lhes cabiam, avança-se para as etapas de demolição das benfeitorias existentes e o detalhamento de projeto e das obras a serem feitas. Na cerimônia de cessão do terreno pela Prefeitura, realizada em 21 de agosto desse ano, com as presenças do Prefeito Eduardo Paes e da Ministra da Cultura Marta Suplicy, destacamos a grande revitalização do centro da Cidade que vem acontecendo, com nítido crescimento do vetor cultural que volta ao centro do Rio de Janeiro. O ato corajoso do Prefeito em demolir o viaduto da Perimetral começa a mostrar quão bonito irá ficar o entorno do MHN e sua integração de novo com o mar. É importante que toda essa região, berço da cidade do Rio de Janeiro, esteja preparada para celebrar seus 450 anos em 2016. Mas o desafio do novo anexo irá exigir, também, uma readequação dos espaços atuais do Museu, a fim de permitir criar os grandes espaços de exposição. Além disso, a integração entre os dois prédios será outro desafio a ser vencido. Um dos projetos que a AAMHN pretende levar adiante é o de colaborar, juntamente com a FEAMBRA e o IBRAM, no desenvolvimento de regras de relacionamento entre as associações de amigos de museus, a fim de permitir uma melhor efetividade de suas ações. Queremos desejar à nossa atual Diretora, Vera Lúcia Bottrel Tostes, após sua profícua gestão ao longo dos últimos 20 anos, nossos agradecimentos e votos de sucesso em seus novos empreendimentos. Iremos aguardar a nomeação da nova Direção para com ela dar sequencia ao crescimento do MHN. Atenciosamente, Jorge de Botton Medalha Henrique Sérgio Gregori Em reconhecimento à cessão do terreno para a construção do anexo do MHN, o Governador Sérgio Cabral foi homenageado em 2013 com a Medalha Henrique Sérgio Gregori. Em 21 de agosto de 2014, dia da cessão da parte pertencente à Prefeitura do Rio de Janeiro, Eduardo Paes foi agraciado com a mesma medalha. Na ocasião, a Ministra da Cultura Marta Suplicy também foi homenageada. Da esquerda para a direita, Samuel Kauffmann, Prefeito Eduardo Paes, Ministra da Cultura Marta Suplicy, e Jorge La Saigne de Botton. Jorge La Saigne de Botton entrega a Medalha HSG à Sra. Maria Auxiliadora Pereira Carneiro da Silva, representando o Governador Sérgio Cabral. Foto: Roberto Alves 8 Boletim Informativo Melhorando o que já é bom. Uma nova era se abre para o MHN. A instituição recebeu, por cessão do Governo do Estado do Rio de Janeiro e da Prefeitura da cidade, o terreno vizinho ao prédio do Museu, onde funcionava um posto de atendimento do DETRAN e outro da Comlurb. No local será construído um edifício, cujo pré-projeto prevê diversos andares para abrigar a área administrativa, os arquivos histórico e institucional, a biblioteca e um centro de referência em conservação e restauração, além de restaurante, loja e estacionamento. Com isso, o museu ganhará mais espaço no atual conjunto arquitetônico, possibilitando a ampliação de áreas expositivas e de reserva técnica. A retirada dos vestígios da antiga edificação que abrigava o DETRAN está em curso. Já em 2015 deverá haver a finalização do projeto e início de obras. Com a remodelação do conjunto histórico e a construção do anexo, consolida-se um projeto maior que visa dotar o mais importante museu de história do país de infra-estrutura capaz de atender cada vez melhor os seus diversos públicos e, sobretudo, de legar em condições ideais às gerações futuras o imenso patrimônio sob a sua guarda. Foto: João Carlos Ribeiro Campos Canhão raro do século XVI é doado ao MHN O MHN recebeu em março desse ano da Marinha a doação de um raro exemplar de canhão naval português do século XVI, considerado um dos dez do tipo documentados no mundo. A peça foi recolhida de forma irregular em sítio arqueológico subaquático no litoral da Bahia nos anos 1980, proveniente de embarcação naufragada, e descoberta em 2011 numa residência em Belo Horizonte (MG). Em 2012, foi apreendida pela Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais. A doação ao MHN foi recomendada pelo IPHAN. De acordo com parecer técnico do IPHAN, o canhão – que mede cerca de 1,60 m e pesa cerca de 60 kg – data do século XVI, tendo sido produzido entre 1560 e 1580 em Lisboa pelo fundidor Francisco Alvares. O objeto, que tinha uso naval, é considerado extremamente raro e de imenso valor histórico. Baseado em registros internacionais, o IPHAN afirma que existem apenas 10 peças deste tipo no mundo, quatro das quais de fundição atribuída a Francisco Alvares. Não há nenhuma outra peça do tipo no Brasil. O número de canhões que reconhecidamente datam do século XVI, no Brasil, também é muito restrito: Fotos: João Carlos Ribeiro Campos além da peça citada, há apenas sete em todo o país. Após conservação da peça na reserva técnica, já pode ser vista na exposição “Portugueses no Mundo – 1425 a 1822” Boletim Informativo 9 DOAÇÕES Nossos agradecimentos aos doadores que contribuíram esse ano para ampliar as coleções do museu: Adriana Bandeira Cordeiro, Angela Cardoso Guedes, Ary Vicente Ferreira Filho, Banco Central do Brasil, Confederação Brasileira de Futebol, Debora Ferrez Weinberg, Eliane Vieira da Silva, Fernanda Caldeira de Andrada, Gláucia Côrtes Abreu, Helena Marcolina Filgueiras Laufer, João Carlos Ribeiro Campos, João Luiz Pirassinunga, João Marimônio Carneiro Lages, Lucia Verônica de Oliveira Trindade, Luis Guilherme Moura Pinto, Maria Bernardete Gonçalves Fernandes, Marici Martins Magalhães, Marisa Mariz , Marise Fraga Mendonça Silva, Nancy de Castro Nunes, Mônica Martha Kopfer Carlos de Souza Reginaldo Martins de Oliveira, Rosa Lúcia Benedetti Magalhães , Vera Lúcia Bottrel Tostes e Waldete Carmo Silva. Portaria reconhece AAMHN O Diário Oficial da União publicou em 25 de agosto do corrente portaria reconhecendo como legítima e pronta para produzir os efeitos decorrentes das ações previstas em estatutos sociais a AAMHN! Esse reconhecimento dá sequência ao ordenamento jurídico relacionado ao decreto que regulamentou o Estatuto de Museus, publicado em outubro de 2013, no qual há destaque para as associações de amigos, que devem “apoiar e colaborar com as atividades dos museus, contribuindo para seu desenvolvimento e para a preservação do patrimônio museológico”. Edição rara O jornal literário Dom Casmurro circulou entre 1937 e 1946 na cidade do Rio de Janeiro. Semanal, era dedicado às questões literárias e culturais e escrito por intelectuais. Em 1939, foram publicados quatro números temáticos, entre eles um dedicado ao Cinqüentenário da Proclamação da República. Graças à doação de Helena Marcolina Filgueiras Laufer, um exemplar dessa edição integra o acervo do MHN. Assis Pacheco A cantora lírica Marisa Mariz doou 1.123 itens - documentos, fotos, partituras, programas, re c o r t e s d e j o r n a i s , indumentária e medalhas - referentes a ela e ao tenor Armando de Assis Pacheco (1914-2005), seu esposo. Assis Pacheco, como era conhecido, brilhou nos palcos por 47 anos (1938 a 1985), sendo considerado o melhor tenor brasileiro de todos os tempos. A avó da doadora, Adalgisa Mariz de Figueiredo, foi funcionária do MHN à época de Gust avo Barroso. Capa do LP em homenagem a Villa-Lobos, lançado em 1965. O desenho da capa é de Assis Pacheco, 1958. Villa-Lobos faleceu em 1959. Foto: Daniella Gomes dos Santos Lápis Uma coleção de 479 lápis de publicidade e de propaganda política foi doada por Nancy de Castro Nunes, abrangendo exemplares do início do século XX até a década de 1980. Copa do Mundo Diversos itens relacionados à Copa do Mundo 2014 já integram o acer vo do MHN! Doação: Angela Cardoso Guedes Fotos: João Carlos Ribeiro Campos 10 Boletim Informativo Assis Pacheco interpretando Pery, ópera O Guarany de Carlos Gomes, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro em 1951. Foto: Daniella Gomes dos Santos Biscoitos Aymoré Entre os 64 itens doados por Gláucia Côrtes Abreu, encontram-se 19 latas de biscoito, em sua maioria da Aymoré, da década de 1960. Com o slogan “Qualidade inimitável, embalagens inconfundíveis! Peça biscoito ou bolacha, mas sempre Aymoré!” a fábrica fazia sucesso! Foto: Grazielle Alves O MHN E AS NOVAS TECNOLOGIAS MHN no Google! O MHN passou a integrar a partir de 17 de julho o seleto grupo de museus utilizando as tecnologias do Google Open Gallery para disponibilizar duas exposições virtuais especialmente criadas para computadores, celulares e tablets em sistema Android. A primeira exposição, intitulada “Museu Histórico Nacional Um breve passeio pelo maior museu de história do Brasil” faz um tour pela exposição principal do museu, destacando algumas de suas obras. A mostra abrange desde os primeiros habitantes da terra, passando pela chegada dos portugueses, até os dias atuais. A segunda exposição “A Fortaleza da Cultura Brasileira” ressalta os diversos ambientes que compõem o conjunto arquitetônico no qual está instalado o museu. Para acessar essas exposições através do computador visite http://goo.gl/X7CMg1 ou então baixe o aplicativo gratuito no seu celular diretamente na Google Play Store. Em 5 de agosto, foi lançada a página do MHN no facebook (https://www.facebook.com/MuseuHistoricoNacionalRJ). Curtindo a página, o visitante passa a receber regularmente as informações sobre as exposições em cartaz, cursos, seminários e outras atividades do museu. Depois do pioneirismo de seu site em 1996 e da implantação de áudio guias, inclusive em Libras, o MHN lançou em 2012 aplicativo para iPhone, iPad, iPod e iTouch, com vasto conteúdo multimídia (áudio, fotos e vídeos) . Através dessas novas tecnologias, o MHN ultrapassa fronteiras geográficas e amplia seu público, cumprindo sua missão de produção e difusão de conhecimento. SAUDADES É com pesar que registramos o falecimento da museóloga Ecyla Castanheira Brandão, ocorrido em 25 de março do corrente. Professora Adjunta de História da Arte da Escola de Belas Artes da UFRJ (1959-1985) e professora responsável pela Cadeira de História da Pintura e da Gravura no Curso de Museus (1964-1973), entre outras atividades acadêmicas, Ecyla Brandão foi responsável por vários setores dos museus Histórico Nacional, Nacional de Belas Artes e da República, entre 1964 e 1982. Foi Coordenadora Substituta do Programa Nacional de Museus/ Fundação Nacional Pró-Memória (1982-1985); Diretora Adjunta do Museu Nacional de Belas Artes (1985-1990) e Diretora do MHN (1990-1994). À frente do MHN, empreendeu iniciativas para a valorização do acervo, através de ações de pesquisa, restauração e exposição, destacando-se a restauração da monumental obra de Vitor Meireles - “O Combate Naval do Riachuelo” e a abertura de significativas exposições de longa duração como “Memória do Estado Imperial” e “No Tempo das Carruagens” e temporárias, tais como “Vitrines do Passado”, sempre com o apoio da AAMHN. Na sua gestão, o MHN teve papel importante na ECO 92, abrigando a exposição internacional “Mestres do Ártico” . Destaque também para a realização da exposição “A Arte do Marfim” no CCBB e respectivo catálogo, o que em muito contribuiu para a divulgação internacional da importante coleção de marfins religiosos do MHN. Recentemente fez ao IBRAM a doação de seus livros de museologia. Comemoração dos 70 anos do MHN. Foto: Arquivo MHN Boletim Informativo 11 Medalha Henrique Sérgio Gregori 2013 Heleny Pires de Castro, Diretora Executiva da AAMHN; Jorge La Saigne de Botton; Mauricio Vicente Ferreira Junior, Diretor do Museu Imperial; Monica Xexeo, diretora do Museu Nacional de Belas Artes; Vera Lúcia Bottrel Tostes; Angelo Oswaldo de Araújo Santos; Vera de Alencar, Diretora dos Museus Castro Maya; Eneida Braga Rocha de Lemos, Chefe de Gabinete da Presidencia do IBRAM;, Douglas Fasolato, diretor da Fundação Museu Mariano Procópio, e Magaly Cabral, Diretora do Museu da República. Fotos: Roberto Alves Em 3 de dezembro de 2013, foram agraciados com a medalha Henrique Sérgio Gregori o governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, representado pela Chefe de Gabinete, Maria Auxiliadora Pereira Carneiro da Silva; o Presidente do Instituto Brasileiro de Museus, Angelo Oswaldo de Araujo Santos; a Academia Nacional de Medicina, representada pelo Presidente Pietro Novelino; Diana Vianna de Souza e os funcionários Aline Montenegro Magalhães, José Pereira Ignácio e Reginaldo Martins de Oliveira. Jorge La Saigne de Botton, atual Presidente da AMMHN; Angelo Oswaldo de Araujo Santos, Presidente do IBRAM, Vera Lúcia Bottrel Tostes, Diretora do MHN; Maria Auxiliadora Pereira Carneiro da Silva, Chefe de Gabinete do Governador do Estado do Rio de Janeiro; Pietro Novelino, Presidente da Academia Nacional de Medicina; Ruth Beatriz Caldeira de Andrada, Coordenadora Técnica do MHN; Diana Vianna de Souza, assessora de Relações Internacionais da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços; Reginaldo Martins de Oliveira, José Pereira Ignácio e Aline Montenegro Magalhaes, funcionários do MHN, e Américo David Aurélio, Coordenador Administrativo do MHN. Sob nova direção José Luiz Alquéres, que continua a colaborar com a AAMHN no Conselho Deliberativo, recebe os agradecimentos da Diretora do MHN, da Diretora Executiva da AAMHN e do novo Presidente da Associação, Jorge La Saigne de Botton. Foto: Angela Guedes Em Assembléia Geral realizada em 02 de abril de 2014 foi eleita a nova diretoria da AAMHN para o biênio 2014/2016. Jorge La Saigne de Botton é o novo Presidente da AAMHN e do Conselho Deliberativo; Samuel Kauffmann o Vice-Presidente e Guilherme Pfisterer o Diretor Adjunto. Heleny Pires de Castro permanece no cargo de Diretora Executiva. Medalha Henrique Sérgio Gregori 2014 A cerimônia de entrega da Medalha Henrique Sérgio Gregori aos homenageados de 2014 será realizada no dia 4 de novembro, às 11h30h, no Auditório do Museu. Os agraciados desse ano são: Eliane Vieira da Silva, Elias Garcia, Jorge La Saigne de Botton, Laudessi Torquato Soares, Maricí Martins Magalhães, Marluci Guerrero Silva e Vera Mangas. Realização: Apoio: EXPEDIENTE: Presidente da AAMHN e do Conselho Deliberativo Jorge La Saigne de Botton Vice- Presidente da AAMHN e do Conselho Deliberativo Samuel Kauffmann Diretor Adjunto Guilherme Pfisterer Diretora Executiva Heleny Pires de Castro Conselho Fiscal Cesar Roberto Pinto de Mello Palhares José Antonio Ferreira Maria Linhares Pinto Martha Luiza Vieira Lopes Olavo Cabral Ramos Filho Paulo Roberto Ribeiro Pinto Conselho Deliberativo Guilherme Pfisterer Heleny Pires de Castro João Sergio Marinho Nunes Joaquim Arruda Falcão Neto Jorge La Saigne de Botton José Luiz Alquéres Lúcia Macedo Costa Luiz Aranha Correa do Lago Roberto Paulo Cezar de Andrade Samuel Kauffmann Sarah Fassa Benchetrit Vera Lúcia Bottrel Tostes Conselho Consultivo Alice Cezar de Andrade Vianna Antônio Gomes da Costa Arno Werling Carlos Ivan Simonsen Jorge de Souza Hue José Carlos Barbosa de Oliveira José Pio Borges Luis Eduardo Costa Carvalho Magali de Oliveira Cabral dos Santos Marcio Fortes Marcos Moraes Maria Elisabeth Banchi Alves Mauro Salles Síglia Mattos dos Reis Solange de Sampaio Godoy Vera Alencar Vera Lucia Bottrel Tostes Boletim Informativo Responsável: Heleny Pires de Castro Redação, seleção fotográfica e edição: Angela Cardoso Guedes Revisão: Nelson Jorge dos Santos Diagramação: Helcio Peynado www.helciopeynado.com.br Impressão: Gráfica Onida Tel. (21) 2560-5594 Associação dos Amigos do Museu Histórico Nacional CNPJ: 3 2 .268.617/0001-89 Sede - Rua do Ouvidor, 183/405 Centro - Cep: 20.040-970 Tel: 3299-0323 / 32990312 Site do Museu Histórico Nacional na Internet: www.museuhistoriconacional.com.br 12 Boletim Informativo