SEXTA-FEIRA, 17 DE ABRIL DE 2015 G DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS 14 Política LAVA JATO REFORMA POLÍTICA CURTAS Haddad critica ‘dois pesos e duas medidas’ em investigações “Fomos, no nosso nascimento, e continuamos sendo, um partido parlamentarista. Acredito no sistema parlamentarista.” G O ministro Gilmar Mendes, do G O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), criticou, em entrevista à rádio “CBN” ontem, a diferença na condução das apurações de suspeitas de atos ilícitos contra partidos distintos. Para ele, não pode haver “dois pesos e duas medidas”. Além disso, Haddad relembrou o caso do mensalão mineiro, que está há mais de um ano parado na Justiça e a ponto de prescrever. O processo é movido contra o ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB). Segundo o Ministério Público, R$ 3,5 milhões foram desviados para a campanha à reeleição do tucano em 1998. “Nós não podemos ter dois pesos e duas medidas. Assim como que eu quero a punição de quem prejudicou a Petrobrás, eu quero a punição dos tucanos de Minas Gerais que inauguraram o mensalão”, disse Haddad. O mensalão Tucano, como também é conhecido, começou a ser investigado em 2005 e dois anos depois, em 2007, a Procuradoria Geral da República apresentou a acusação à Justiça. Após as denúncias, Azeredo ainda se elegeu como senador / Agências Supremo Tribunal Federal (STF), criticou ontem a proposta de fazer uma reforma política “álibi” ou “simbólica” e ironizou a ideia de que mudar o sistema de financiamento de campanhas eleitorais causaria o fim da corrupção. “Roubaram porque tinham o DNA do roubo e não porque fizeram para a campanha eleitoral. Não é o modelo que vai resolver esse tipo de questão”, disse o ministro./ Agências G A cunhada do ex-tesoureiro Senador Aécio Neves em reunião da comissão de reforma política. Foto: AGÊNCIA BRASIL do PT, João Vaccari Neto, deve ser apresentar à Polícia Federal hoje. Marice Corrêa de Lima foi dada como foragida, depois de ter a sua prisão temporária decretada pela Justiça Federal, na quarta-feira (15). Ontem, um representante da defesa de Marice fez contato com a PF e comunicou que ela se entregará em Curitiba. Na quarta-feira, quando Vaccari foi preso em sua casa./ Agências G A chapa Mensagem ao Partido, segunda maior força dentro do PT, vai condicionar sua aprovação ao nome do novo tesoureiro do partido à aceitação da proposta de que o partido não receba mais doações empresariais. A proposta conta com o apoio de setores do Partido que Muda o Brasil (PMB), maior força do PT, mas é difícil sua aprovação antes do 5º Congresso, em junho em Salvador. A PMB tem cerca de metade dos integrantes do diretório./ Agências Segundo relatos, os tucanos Andrea Matarazzo, José Aníbal, Bruno Covas, Ricardo Tripoli e até Fernando Capez estão no mesmo ‘patamar’ na disputa pela candidatura à prefeitura paulista Nogueira pode elevar disputa interna no PSDB DIVULGAÇÃO ELEIÇÕES Fernando Barbosa São Paulo [email protected] G O nome do secretário estadual de Logística e Transportes e presidente do PSDB em São Paulo, Duarte Nogueira, pode acirrar o nível da disputa interna dos tucanos pela corrida à Prefeitura de São Paulo. O entendimento é que se Nogueira transferir seu título eleitoral de Ribeirão Preto (interior paulista) para a capital, é um ‘sinal’ que contará com apoio do governador paulista, Geraldo Alckmin. O vereador Andrea Matarazzo, o senador suplente por São Paulo, José Aníbal, além dos deputados federais Bruno Covas e Ricardo Tripoli, também disputam indicação como candidatos e estão no mesmo ‘patamar’, assim como o deputado estadual Fernando Capez – mais votado no estado e recém-eleito presidente da Assembleia Legislativa. “O secretário do governador tem domicílio em Ribeirão Preto. Se existe essa possibilidade, não está no mesmo patamar. Só será se o governador pedir para ser”, diz uma fonte do PSDB, em sigilo. Esse membro lembra que se não fosse José Serra candidato ao Senado, Nogueira estaria na corrida eleitoral do ano passado. Se for candidato, Duarte Nogueira deve receber o apoio de Alckmin Outro nome avaliado como forte candidato é o do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), que integrou a chapa como vice de Aécio Neves na disputa pela Presidência em 2014. No ano 2000, Geraldo Alckmin transferiu seu título eleitoral de Pindamonhangaba (no Vale do Paraíba, interior de São Paulo) para a capital paulista a pedido do então governador Mário Covas e acabou como vice-governador. “É preciso observar se o secretário (Nogueira) vai transferir seu domi- COMANDO DA AERONÁUTICA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA AEROESPACIAL GRUPAMENTO DE INFRAESTRUTURA E APOIO-SJ AVISO DE LICITAÇÃO O GRUPAMENTO DE INFRAESTRUTURA E APOIO-SJ (GIA-SJ), Cód. UASG 120016 realizará PREGÃO ELETRÔNICO nº 044/GIA-SJ/2015. OBJETO: Contratação de empresa para prestação de Serviços Continuados de Limpeza, Conservação e Higienização das instalações do Campus do DCTA, e ainda, a prestação de serviços de Limpeza Hospitalar e Odontológica, conforme condições estabelecidas no Edital. INFORMAÇÕES: A partir de 17/04/15, DAS 8H ÀS 11H E DAS 13H ÀS 16H pelo telefone (012) 3947-3032, fax (012) 3947-3350. ABERTURA DAS PROPOSTAS: 05/05/15 às 09h, no endereço: www.comprasgovernamentais.gov.br. JOÃO ALBERTO GAVIOLI JUNIOR Cel Int Ordenador de Despesas cílio eleitoral”, observa um tucano, que lembra o movimento semelhante. Segunda opção A candidatura à Prefeitura de São Paulo é vista como um grande salto que projeta os nomes dos concorrentes a nível nacional. Com essa tese, Nogueira também seria candidato. Há ainda possibilidade de que, caso o PSDB não avance ao 2º turno, apoie Marta Suplicy, que já anunciou que deixa o PT para se filiar ao PSB, em uma eventual disputa com Fernando Haddad (PT) ou Celso Russomanno (PRB). Marta deve anunciar ainda em abril sua desfiliação do Partido dos Trabalhadores em direção ao PSB, que elegeu Márcio França na chapa de Alckmin como vice-governador do Estado de São Paulo. “Dentro do projeto que está se configurando, ela [Marta] passa a ser uma segunda alternativa. Se ela está no PSB do Márcio França passa a ser uma segunda opção”, conta uma fonte do PSDB. O vice-presidente do PSDB em São Paulo, deputado estadual Ramalho da Construção, despista sobre a corrida eleitoral. “Quem vai indicar as candidaturas é a conjuntura do País. Hoje nós estamos em um momento de crise por todos os lados (política e econômica) e certamente isso tudo vai contar na balança”, diz. Ramalho conta que “há uma meia dúzia de candidatos”, mas que é necessário observar quem vai “despontar” nas avaliações de intenção de voto até o final deste ano. “Nenhum dos nossos falou que é candidato”, conclui o deputado. O vereador paulista Mário Covas Neto, lembra que Andrea Matarazzo, Ricardo Tripoli, José Aníbal e Bruno Covas são concorrentes naturais porque participaram das prévias em 2012, quando, o hoje senador, José Serra (SP) foi o nome escolhido pelo PSDB. “O pro- cesso mais natural é de que aqueles que estiveram nas prévias dois anos atrás sejam candidatos. Mas podemos ter outras alternativas. Temos um conjunto de deputados e ex-prefeitos que podem disputar a eleição”, diz. Mário Covas pontua que se o PSDB apostar em uma ‘renovação’, provavelmente começará a disputa com índices baixos nas pesquisas de intenção de voto. “Como são candidatos que não tiveram oportunidades no passado de disputar cargos majoritários, qualquer um desses deve começar a campanha com índices baixos nas pesquisas. Mas o candidato do PSDB ganha força porque tem todo um time junto com ele, como José Serra, Geraldo Alckmin e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso”, relata o vereador. União interna Os membros do PSDB paulista trabalham para unir o partido internamente. Nos bastidores, o receio é que uma disputa muito acirrada entre ‘Serristas’ e ‘Alckmistas’ pela cadeira de candidato à prefeitura paulista pode diminuir as chances de vitória do partido. O Covas Neto lembra a vitória de Aécio Neves (64,31%) sobre Dilma Rousseff na cidade de São Paulo, a reeleição de Alckmin ao governo estadual já no 1º turno e a vitória de Serra para o Senado como bons desempenhos na cidade. Dilma empossa Henrique Alves no Turismo UNIÃO G Na tentativa de reforçar a articulação política e melhorar a relação com o PMDB, a presidente Dilma começou agradecendo Vinícius Lages, de saída do Turismo, e fez uma série de afagos ao novo ministro e ex-presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Dilma disse que Alves sempre foi “nosso parceiro de tantas horas no Congresso Nacional”, desejou-lhe muita sorte e trabalho na nova função e disse que o ministro vai ajudar a desenvolver, ainda mais, a indústria do turismo brasileiro. A solenidade contou com a presença de ministros e parlamentares, mas teve duas ausências importantes: os presi- dentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDBRJ). Irritado com o Palácio do Planalto por ter desalojado seu apadrinhado político, Renan decidiu nomear Vinícius Lages chefe de seu gabinete. Cunha apadrinhou a indicação de Alves para o ministério após ele não ter entrado na lista da Lava Jato. /Agências