NOS CAMINHOS DA RELAÇÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA: O Uso
do MOODLE no Ensino de Língua Japonesa À Alunos Não-Nikkei
Vanessa Marcela Buch¹, Nuria Vilardell Pons Camas
1. [email protected]
Resumo
A proposta deste artigo é explorar a relação entre a tecnologia do Moodle, juntamente com as
implicações que permeiam o ensino da língua japonesa básica Hiragana (いらがな) e
Katakana (カタカナ) para alunos não - nikkei. A pesquisa tem como objetivo desenvolver
propostas metodológicas de ensino da língua japonesa online no ambiente virtual Moodle,
engendrando habilidades com a escrita dessa língua, buscando um diálogo com os
significados cognitivos em sintonia com desenvolvimento da linguagem do adolescente,
expressada na operacionalização da significação da palavra, Vygotsky (1991), bem como as
influências e contribuições que se estabelecem entre as línguas Portuguesa e Japonesa, no que
tange aspectos pragmáticos de uso contextualizado da língua japonesa. No que tange a
ciberpragmática o aporte teórico está sustentado em Yus (2011), através das interações dos
alunos não – nikkei no fórum de dúvidas disponibilizados no Moodle. Com apoio em Camas
(2008), (2012), (2013), no uso do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) Moodle. Em
relação a Análise do Discurso, utilizamos Marcuschi e Xavier (2004). Este trabalho também
objetiva demonstrar como o trabalho com gêneros discursivos pode fortalecer os aprendizes
de língua japonesa não-nikkei. O presente trabalho encontra-se em fase de coleta de dados de
forma qualitativa.
Palavras-chave: Análise do Discurso ; Sujeito não – nikkei ; Produção de Efeitos de Sentido
na aprendizagem virtual.
Abstract
The aim of this article is to explore the relation between the Moodle´s technology, with the
implications that exists in the Japanese basic language teaching Hiragana (いらがな) and
katakana (カタカナ)to no-nikkei students. This research has as aim develops methodological
proposes to the Japanese teaching online in the virtual environment Moodle, with skills and
writing of this language, searching for a dialogue with cognitive meanings in tuning with
development of teenagers, expressed on the meaning of the words, Vygotsky (1991), as the
influences and contributions that are settled on the Japanese and Portuguese languages, in the
pragmatics aspects of contextual usage of Japanese language. What it comes to the cyber
pragmatics the theoretical approach is on Yus (2011), in the interactions of the no-nikkei
students in the doubts forum available on Moodle. With the supported of Camas (2008),
(2012), (2013), in the usage of virtual environment of learning Moodle. What it comes to the
analyses of speech we use Marcuschi and Xavier (2004). This work also aims demonstrated
how the work with analyses of speech can improved the learners of Japanese language nonikkei. This research is in data stage on qualitative way.
Key-Words: Analyses of speech ; No Nikkei student ; Production of the sense effects in the
virtual learning.
Introdução
Para se compreender a teoria do não-nikkei é necessário entender acima de tudo que o aluno
não-nikkei é o aluno não descendente de japonês – cidadão estrangeiro Frédéric (2008), que
não possui como língua materna a japonesa.
Historicamente a língua japonesa não foi estudada ou ensinada como língua estrangeira,
porém, na medida em que o ensino de língua japonesa se propaga, incluive entre não-nikkei,
são necessárias pesquisas sobre a língua japonesa visando melhorar a competência linguística,
por meio de cursos de softwares.(MORIWAKI ; NAKATA, 2008).
Nesse sentido, Yus (2011), relaciona a pragmática com a ciberpragmática, definindo a
ciberpragmática como o uso que os falantes fazem da mesma, porém online, através de suas
interações. Através da Análise do Discurso, Marcuschi (2004), também objetiva demonstrar
como o trabalho com gêneros discursivos pode fortalecer os aprendizes de língua japonesa
não-nikkei. Essas interações disponíveis no presente estudo, através do software Moodle no
site www.vmbidiomas.com.br e realizadas no fórum de dúvidas pelos alunos não-nikkei do
Colégio Técnico Coltec, da Cidade de União da Vitória, PR. As interações feitas neste
presente estudo se encontram em final de análise de dados e fazem parte da dissertação de
Mestrado do Programa de Mestrado Profissional em Educação da Universidade Federal do
Paraná.
Referencial Teórico: O software moodle, algumas considerações e definições
A nova web, chamada de WEB 2.0 é uma rede de colaboração de leitura, escrita e
participativa, Camas (2013). Essa WEB 2.0 facilitou o processo de notificação e transmissão
de conteúdo por redes sociais (COSTA, 2012).
Neste sentido, trazemos o Moodle, posto que nossa coleta de dados se deu no uso deste AVA,
como mediador do ensino da língua japonesa no Colégio Técnico Coltec, do Centro
Universitário Uniuv, no município de União da Vitória, Paraná.
Figura 1: Moodle
Fonte: www.moodle.org
O software moodle, a ciberpragmática e a análise do discurso para o ensino de língua
japonesa básica hiragana ひらがなe katakana カタカナà alunos não-nikkei
Graças aos não-nikkei, o debate sobre o ensino de língua japonesa como LE está na pauta de
interesse dos professores de japonês do Brasil.
Na falta de professores competentes de língua japonesa, faz – se necessária a
competência, pois ensino da língua japonesa para estrangeiros se faz de maneira
diferente do que para japoneses nativos. Os professores devem ter criatividade
(TOMINAGA, p. 138, 2001).
Como dito anteriormente, o uso de Moodle como ferramenta para a facilitação da
aprendizagem do aluno não-nikkei em língua japonesa passa a ser uma saída, considerando
vários aspectos. Oliveira (2013) aponta que muitos são os fatores que influenciam a escolha
de uma estratégia, neste estudo o que se pretende através da utilização do Moodle é verificar
se esse software é viável ou não para a aprendizagem de língua japonesa básica. Neste
sentido, todas as observações e contribuições desenvolvidas com seriedade são bem-vindas
(BRITO, 2007).
Figura 2: Página do site vmbidiomas.
Disponível no site: www.vmbidiomas.com.br
Ou seja, os professores de língua japonesa terão de estar munidos de conhecimentos não
somente para ensinar o idioma, mas também para discorrer sobre as diversas perguntas feitas
pelos alunos, atualmente assegurar a formação de alunos de língua japonesa, tornou-se alvo
de grande preocupação.
De certa forma, pode-se dizer que a habilidade do professor acabará por influenciar na decisão
desses estudantes de continuar ou não o curso de japonês. O que se deseja do ensino de
japonês, conforme MORIWAKI ; NAKATA (2008) é que professores bem preparados
incentivem os alunos a estudar.
Para este artigo selecionamos uma das ferramentas que serão usadas no Moodle, justamente
por se tratar da ferramenta que possibilita interação entre alunos e professor, assim, a
ciberpragmática se faz presente no uso desses diálogos Yus (2011), essas mesmas interações
serão analisadas para a dissertação de mestrado que faz parte desse estudo e encontram-se em
fase final de análise de dados.
O Fórum, que utilizamos em nosso estudo, é um recurso bastante utilizado no Moodle, que se
baseia na discussão de temas variados, foi uma das primeiras ferramentas de interação por
comunidades online. (ORTEGA, 2012). É definido como um sistema que suporta grupos de
pessoas em uma meta comum.
Desta forma, segue na figura abaixo alguns exemplos das interações dos alunos na sala de
aula virtual, disponível no site vmbidiomas, destacamos que essas interações no presente
momento encontram-se em fase final de análise de dados, do trabalho de dissertação de
mestrado. Essas interações refletem a ciberpragmática proposta nos trabalhos de YUS (2011).
Acessando a sala de aula virtual o aluno encontrará esse link, trata-se de um link em que o
aluno poderá acessar caso sinta algum tipo de dificuldade ou dúvida no decorrer de sua
aprendizagem de língua japonesa.
Figura 3: Fórum de dúvidas dos alunos, juntamente com suas interações as mesmas propostas
por Yus (2011), através da ciberpragmática e de Marcuschi ; Xavier (2004), com a Análise do
Discurso.
Disponível no site: www.vmbidiomas.com.br
por A.V. L - Segunda, 5 Janeiro 2015, 2
Re: FÓRUM DE DÚVIDAS por A.V. L - Segunda, 5 Janeiro
2015, 21:49 Professora quero saber das atividades dah pra fazer
jah?porq jah vi os vídeos ... por vanessa buch - Segunda, 5 Janeiro
2015, 22:00 Olá A., pode sim. Qualquer outra dúvida que você
tenha é só entrar em contato. Fico feliz que já tenha visto os
vídeos, o que achou deles? Entendeu as explicações? Não esqueça
que será preciso baixar a apostila em PDF para a realização das
atividades, fique a vontade para consultar. Abraços. por A. V. L Segunda, 5 Janeiro 2015, 22:17 aham jah baixei a apostila tbm ...
curti os videos ... deixei eles carregando e depois assisti todos d
uma vez soh deu pra entende bem os alfabetos ...os videos d
cultura japonesa tbm sao massa a ayumi hamasaki canta mto
msmo. vo arrisca fala japones por aki sayonara sensei
No link da figura 3, acima, percebemos as interações dos alunos com o tutor do curso, trata-se
de um momento em que os mesmos podem utilizar suas próprias expressões e colocar a
língua portuguesa e japonesa de uma maneira informal com a utilização dos “internetes”,
propostos por YUS (2011) em seu livro sobre ciberpragmática.
A tecnologia é um elemento da cultura bastante expressivo, mas necessita ser devidamente
compreendida no que permeia implicações de seu próprio uso no processo de ensino e
aprendizagem (YUS, 2011).
Nessa perspectiva de interatividade, o professor deixa de ser transmissor de saberes para se
tornar um formulador de problemas.
Num ambiente colaborativo, de coconstrução de conhecimento, todos os envolvidos
interagem e combinam esforços intelectuais numa tentativa de explorar e resolver
questões. (CAMAS;RIBEIRO;MANDAJI, p.5, 2013).
Discutir tecnologias e educação é importante para que o professor possa de fato nortear suas
práticas, nesse contexto devemos encontrar os caminhos capazes de estimular a inteligência
coletiva, Vygotsky (1991), de nossos alunos.
A criação de um ambiente virtual – com todas as suas potencialidades instituídas
pelas diversas formas de comunicação existente na mídia digital poderá beneficiar o
aluno e o professor, permitindo e favorecendo construção do conhecimento.
(CAMAS, p.22, 2008).
O ciberespaço abre-se como um novo oceano a se conhecer, a se descobrir e explorar. Quando
se alcança a fase do apropriar-se das tecnologias, com a finalidade do processo educacional, já
se instaurou o senso crítico de uso significativo.
Neste sentido, esta não será uma abordagem da linguagem na Internet nem uma ánalise de
todos os gêneros emergidos ou em fase de emergência no meio virtual.
Um dos aspectos essenciais da mídia virtual é a centralidade da escrita, pois a tecnologia
digital depende totalmente da escrita. Assim, nessa era eletrônica não se pode mais postular
como propriedade típica da escrita a relação assíncrona, pois os bate – papos virtuais são
síncronos, ou seja, realizados em tempo real e essencialmente escritos. (MARCUSCHI ;
XAVIER, 2004).
O papel da linguagem na Internet e o efeito da Internet na linguagem, um aspecto para
Marchuschi ; Xavier (2004), pode ser destacado: Do ponto de vista dos usos da linguagem,
temos uma pontuação minimalista, abundância de siglas, abreviaturas nada convencionais,
estruturas frasais pouco ortodoxas e uma escrita semi-alfabética. Como é o caso de nossa
pesquisa, em que percebemos nos textos dos alunos (disponível na figura 3), as mesmas
características.
O fato é que a Intenet e todos os gêneros ligados a mesma são eventos textuais baseados na
escrita. Na Internet, a escrita continua essencial apesar da integração de imagens e de som.
É interessante indagar-se em que as comunidades virtuais distinguem-se das
comunidades sociais do mundo real com suas projeções discursivas. A noção de
comunidade virtual não parece descrever adequadamente o discurso on-line. Diante
disso, adota-se o conceito de gênero para melhor entender esse tipo de discurso. A
razão disso estaria no fato de a noção de gênero deslocar o foco de questões como a
natureza e o grau do relacionamento entre os membros da comunidade, para o
proprósito, da comunicação, suas regularidades de forma e substância e as forças
institucionais, sociais e tecnólogicas que subjazem a essas regularidades.
(MARCUSCHI ; XAVIER, p. 21, 2004).
Os ambientes da Intenet que constituem caractetísticas próprias. Estes ambientes distinguemse dos gêneros em vários sentidos, pois eles os abrigam e condicionam. Não são domínios
discursivos, mas domínios de produção e processamento textual em que surgem os gêneros. A
Internet não é um ambiente virtual homogêneo, mas de grande heterogeneidade
(MARCUSCHI ; XAVIER, 2004).
Metodologia
A localização da pesquisa, ocorreu o estudo de caso na Cidade de União da Vitória, os
participantes foram os alunos adolescentes do Colégio Técnico Coltec que aceitaram
participar da pesquisa, os críterios de escolha remetem aos alunos do Colégio Técnico Coltec
sem descedência japonesa ou não-nikkei, o instrumento de coleta utilizado foi o diário de
campo.
Os
procedimentos
realizados
foram
as
atividades
realizadas
no
site:
www.vmbidiomas.com.br, a proposta de análise de dados se encontram nas atividades
gravadas, na plataforma moodle e disponível no site vmbidiomas, foi utilizado um termo de
consentimento para os pais responsáveis dos alunos menores de idade.
Assim conclui-se que a proposta metodológica se encontra nesta pesquisa em sete eixos
temáticos: localização da pesquisa, critério de escolha, instrumentos de coleta, participantes,
proposta de análise de dados, procedimentos e termo de consentimento.
Resultados
Na pesquisa em questão encontramos resultados positivos que comprovam através da análise
dos fóruns de dúvidas disponíveis na plataforma Moodle no site: www.vmbidiomas.com.br
que é possível a aprendizagem de língua japonesa básica por alunos iniciantes não-nikkeis.
Considerações Finais
Concluí-se assim que são inúmeras as possibilidades de utilização do computador na escola e
igualmente diversificadas as possibilidades deste uso. O computador pode se constituir em
poderoso recurso didático para o processo ensino – aprendizagem. (MARCUSSO ; BRITO ;
TELLES, 2007).
A tecnologia nesse sentido representada através do software chamado: Moodle, que possui
um programa que pretende facilitar a aprendizagem de língua japonesa básica hiragana
いらがな e katakanaカタカpara o aluno não-nikkei, através da explicação de cada um desses
alfabetos, facilitando assim a produção de sua escrita.
O eixo comum com a ciberpragmática proposta por Yus (2011) e o Análise do Discurso por
Marcuschi e Xavier (2004), nos faz compreender que mesmo a língua japonesa não fazendo
parte do cotidiano desses alunos não-nikkei analisados neste estudo, os mesmos produziram
diálogos informais a respeito da língua japonesa no fórum disponível na sala de aula virtual, e
desta forma, produziram uma interação virtual em que foi possível uma aprendizagem efetiva
da língua japonesa básica.
Este artigo faz parte da dissertação de mestrado que possui o mesmo título, e encontra-se, no
presente momento, em fase final de análise de dados.
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