COLÓQUIO “NOS 500 ANOS DO FORAL MANUELINO DE SERPA” Biblioteca Municipal de Serpa │25 de outubro de 2013 PROGRAMA E RESUMOS 10h00: Abertura (intervenção de representantes da Câmara Municipal de Serpa e do Instituto Prometheus) 10h30 – 11h00: D. Manuel I, um rei reformista │João Paulo Oliveira e Costa 1 O reinado de D. Manuel I corresponde a um dos períodos de maior renovação do país. A epopeia dos Descobrimentos e a gesta da fundação do Estado da Índia foram os acontecimentos espetaculares que mais vincaram a nossa memória coletiva. No entanto, o monarca empreendeu uma ampla política de reformas desde que subiu ao trono, e que se repercutiu nas Artes, no Urbanismo, nas Letras, na Guerra, na Economia, na Política e na Administração. A reforma dos forais foi uma das mais bem-sucedidas operações da administração pública da nossa História. Embora os seus resultados sejam discutíveis, sobressai por ter sido um empreendimento que foi levado a cabo durante 25 anos por uma equipa abnegada, que calcorreou o país para observar in loco as particularidades de muitas localidades e que levou a sua missão até ao fim. 11h00 - 11h30: Intervalo para café 11h30 - 12h00: Os forais. Modos de fazer e estruturar! │Silvestre Lacerda 2 A partir da constatação do desajustamento dos forais antigos e das queixas dos povos inicia-se todo um processo de reforma administrativa que culmina com a atribuição do Foral Novo. Para além das diferentes tipologias classificativas, importa conhecer a forma de estruturar e materializar este novo documento, identificando as várias fases da sua produção e destino final. 1 João Paulo Oliveira e Costa, nascido em 1962, é doutor em História e Professor Catedrático da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. É Diretor do Centro de História de Além-Mar (CHAM) e membro da Direção do Centro de Estudos de Povos e Culturas de Expressão Portuguesa da Universidade Católica Portuguesa. Foi um dos coordenadores científicos das Biografias dos Reis de Portugal e autor de D. Manuel I, publicado nesta coleção. Iniciou-se na escrita de ficção com o romance O Império dos Pardais (2008), a que se seguiu O Fio do Tempo (2011). 2 Subdiretor da Direcção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas; Director do Arquivo Nacional da Torre do Tombo; Membro do European Board of National Archives, Membro do European Archival Group, junto da Comissão Europeia; Membro da Direção da Associação Latino Americana de Arquivos, Ramo Regional do Conselho Internacional de Arquivos, Presidente da Secção Portuguesa da COLUSO – Comissão para a Salvaguarda de Documentação Luso-brasileira; Autor de vários livros e artigos em revistas, publicados nacional e internacionalmente. Com o apoio de: COLÓQUIO “NOS 500 ANOS DO FORAL MANUELINO DE SERPA” Biblioteca Municipal de Serpa │25 de outubro de 2013 12h00 - 12h30: Conservação e restauro do foral de Serpa │Maria Helena Nunes 3 O projeto de conservação e restauro do Foral de Serpa teve como objetivo devolver estabilidade física e química à obra, assim como criar condições que garantam a sua preservação, protegendo-a da ação dos agentes externos de degradação. Nesta intervenção falaremos sobre as principais etapas e procedimentos do tratamento de conservação e restauro de que foi alvo o documento. 12h30 – 13h00: Debate 13h00 – 15h00: Pausa para almoço 15h00 – 15h30: Ligados pelo foral: o concelho de Serpa e o reino de Portugal │Manuela Santos Silva 4 A atribuição de um foral ao Concelho de Serpa em 1295 revestiu-se de um significado especial por pôr cobro a um período longo de indefinição quanto à sua localização em terras portuguesas ou castelhanas. Dois anos depois, o Tratado de Alcañices viria a reforçar essa pertença de Serpa ao território de Portugal mas a sua localização, na margem esquerda do rio Guadiana, ainda continuaria a fazer da sua terra um alvo fácil para as tropas do reino vizinho, sempre que se abria um novo conflito armado entre os dois reinos. A mesma localização geográfica de fronteira, fazia de Serpa uma zona privilegiada de transferência de mercadorias entre regiões e é natural que quer D. Dinis – que lhe atribui o primeiro foral – quer D. Manuel – que lhe outorgou o chamado “Foral Novo” – tenham tido também em mente a sua valia em termos da economia do reino, quando quiseram chamar aos seus domínios esta vila alentejana. 3 Maria Helena Lopes do Reis de Oliveira Nunes, formada pela Escola Superior de Conservação e Restauro de Lisboa, em 1993. Desde 2001 sócia gerente e responsável técnica na empresa Mão de Papel, Conservação e Restauro de Obras de arte, Lda. Desde 2004 que é orientadora técnica do gabinete de conservação e restauro do Arquivo Municipal de Lisboa., desenvolvendo a sua atividade como conservadora restauradora, para diversas entidades públicas e privadas, nomeadamente, Fundação Calouste Gulbenkian, Fundação de Serralves, Museu da Farmácia, Museu Nacional de Arqueologia e Museu do Oriente. Efetuou os trabalhos de conservação e restauro dos forais de Serpa, Portel e Coruche. 4 Manuela Santos Silva é Licenciada em História e Mestre em História Medieval pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e Doutora em História Medieval pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa onde leciona no Departamento de História unidades curriculares do 1º, 2º e 3º Ciclos (Licenciatura, Mestrado e Doutoramento). Parte da sua investigação tem sido dedicada ao estudo do território medieval de Portugal, tanto nos aspetos espaciais como do ponto de vista administrativo, e nos últimos anos tem investigado aspetos da monarquia medieval, nomeadamente no que diz respeito ao seu caráter familiar, dedicando atenção sobretudo ao papel das rainhas-consortes. Com duas outras colegas dirigiu e coordenou a coleção “Rainhas de Portugal” publicada pelo Círculo de Leitores e Temas e Debates e é autora da biografia de “A Rainha Inglesa de Portugal: Filipa de Lencastre”. Com o apoio de: COLÓQUIO “NOS 500 ANOS DO FORAL MANUELINO DE SERPA” Biblioteca Municipal de Serpa │25 de outubro de 2013 O estudo do foral manuelino revela isso mesmo: um local de passagem de mercadorias e dos seus agentes, merecedora por isso de muita atenção por parte do monarca que sobre todas as transações fazia cair o peso do fisco, embora pretendesse que a vida dos seus moradores decorresse de forma confortável, aligeirando-os de muitos dos itens previstos nos direitos da portagem. Era baseada em premissas como esta que se estabeleciam as alianças dos reis com os concelhos: a lealdade dos habitantes das zonas de fronteira recompensava-se com a concessão de privilégios e a garantia de proteção. 15h30 – 16h00: Uma leitura do sistema defensivo da vila de Serpa no tempo de D. Manuel I │Ana Sofia Antunes 5 No âmbito do projeto de requalificação e de ampliação do Museu Municipal de Arqueologia, promovido pela Câmara Municipal de Serpa, realizaram-se escavações arqueológicas no perímetro exterior do os Castelo, contíguo à Torre da Horta, numa área que era atualmente ocupada pelo edifício com os n. 2933 da Rua da Barbacã e pelo seu logradouro. Esta intervenção permitiu colocar a descoberto, entre outros vestígios, alguns dos elementos arquitetónicos que integram as muralhas, os quais testemunham uma parte da evolução do sistema defensivo da vila de Serpa ao longo das épocas medieval e moderna. Efetuar-se-á um enquadramento dos testemunhos arqueológicos e arquitetónicos identificados com o apoio das fontes históricas de teor escrito e iconográfico, procurando-se obter uma leitura do sistema defensivo da vila no tempo de D. Manuel I, explorando-se as problemáticas que lhe estão associadas. 16h00 - 16h30: Intervalo para café 16h30 – 17h00: Notas preliminares à arquitetura religiosa do século XVI em Serpa │Ana Pagará 6 5 Ana Sofia Antunes é licenciada em História, Variante de Arqueologia desde 1998 e Mestre em Pré-História e Arqueologia desde 2005 pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Especializou-se na Idade do Ferro do Alentejo, com a dissertação Castro da Azougada – conjunto cerâmico. Em torno da Idade do Ferro PósOrientalizante da margem esquerda do Baixo Guadiana, publicada em 2010 pelo Museu Nacional de Arqueologia. É autora de cerca de 3 dezenas de trabalhos científicos na área da Arqueologia, publicados desde 1997, em Portugal e em Espanha. Dirige, desde 1998, projetos de investigação e trabalhos arqueológicos no Alentejo, maioritariamente enquadrados na Pré-História Recente, na Idade do Bronze e na Idade do Ferro. Coordenou entre 2007 e 2010 as escavações arqueológicas realizadas no Castelo de Serpa. É Técnica Superior de Arqueologia da Câmara Municipal de Serpa desde 2004. 6 Licenciada em História, variante de História da Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (1993) e Mestre em Recuperação do Património Arquitetónico e Paisagístico pela Universidade de Évora (1999). Frequência Com o apoio de: COLÓQUIO “NOS 500 ANOS DO FORAL MANUELINO DE SERPA” Biblioteca Municipal de Serpa │25 de outubro de 2013 A arquitetura religiosa em Portugal, durante o século XVI e como em nenhum outro momento da sua história, sofre diversas alterações devidas à sucessão de conceções de espaço, formulários arquitetónicos e artísticos e sentimentos estéticos distintos, desde a Arte do manuelino ao maneirismo, e a novas exigências ao nível da organização espácio-funcional dos templos, ainda hoje presentes apesar de campanhas de obras posteriores. Esta comunicação tem como objetivo identificar, a partir da análise crítica do facto arquitetónico subsistente, a realidade de Serpa no domínio da arquitetura religiosa para o período quinhentista, à luz do contexto referido. 17h00 – 17h30: Debate 17h30: Encerramento do Doutoramento em Conservação do Património Arquitetónico pela mesma Universidade (1999-2005). Prepara tese de doutoramento sobre Arquitetura dos Cistercienses em Portugal. Colaborou com o Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, na exposição “Entre o Céu e a Terra. Arte Sacra da Diocese de Beja” (1997-1998) e com a DGEMN, na realização do Inventário do Património Arquitetónico (IPA) do distrito de Évora (1999-2001). Exerceu funções de técnico superior de História no Gabinete Técnico Local da Câmara Municipal de Portel (19992001), autarquia com a qual tem continuado a colaborar no desenvolvimento de projetos e ações no âmbito do estudo e salvaguarda do Património, de que se destaca o "Projeto para o estudo, conservação e divulgação do Mosteiro hospitalário de Vera Cruz de Marmelar" (2005-2008). Colaborou no inventário do património móvel do Museu de Évora (2002). Foi coordenadora do Gabinete do Património Histórico-Arquitetónico e Artístico e responsável pelas Galerias de Arte Municipais e pela Oficina Municipal de Artes Soares Branco da Câmara Municipal de Mafra (2002-2007), onde atualmente exerce funções, no Arquivo Municipal, tendo sido investigadora residente do projeto "Levantamento e digitalização de fontes locais sobre a Guerra Peninsular (1807-1814) ”, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian (2011-2012). Entre 2007 e 2010, desempenhou o cargo de Chefe de Divisão da Promoção e Dinamização Cultural na Direção Regional de Cultura do Alentejo, tendo sido responsável pela execução formal do "Programa Identidades – Salvaguarda do Património Imaterial do Alentejo". Corresponsável (com Paulo Lima) pelo Museu Digital de Alcáçovas. É coordenadora do Programa Comemorativo dos 750 anos da Fundação do Castelo e do Primeiro Foral de Portel (2011-2013), promovido pela Câmara Municipal de Portel. Autora de várias comunicações em encontros científicos nacionais e estrangeiros, tem diversos trabalhos publicados nas áreas de História, da História da Arte e do Património construído. Com o apoio de: