Comissão europeia - Comunicado de Imprensa Comissão Europeia lança as bases de uma abordagem mais justa e transparente da fiscalidade na UE Bruxelas, 18 Fevereiro 2015 A Comissão Europeia deu hoje início aos trabalhos com vista à concretização do seu programa ambicioso de combate à evasão fiscal e ao planeamento fiscal agressivo. O Colégio de Comissários realizou um primeiro debate de orientação sobre possíveis medidas essenciais para assegurar uma abordagem mais justa e transparente da fiscalidade na UE. O Presidente Jean-Claude Juncker fez do combate à evasão e à fraude fiscais uma prioridade política absoluta da Comissão, e o debate de hoje incidiu sobre as medidas mais urgentes a tomar para esse fim. Foi acordado que um dos principais objetivos é assegurar que as empresas sejam tributadas no local onde são exercidas as atividades económicas geradoras dos lucros, não podendo, assim, evitar o pagamento da sua quota-parte de impostos graças a um planeamento fiscal agressivo. Neste contexto, existe, no Colégio, forte consenso em torno da necessidade de colocar a tónica na melhoria da transparência fiscal no domínio da tributação das sociedades. Para o efeito, o Colégio de Comissários chegou a acordo quanto à apresentação, em março, de um pacote sobre transparência fiscal. «A prosperidade da Europa pressupõe sistemas fiscais justos, transparentes e previsíveis que permitam às empresas investir e aos consumidores recuperar a confiança. No âmbito do trabalho que exercemos em prol de um mercado interno mais profundo e mais justo, queremos estabelecer uma maior transparência e assegurar uma concorrência fiscal mais justa, na UE e no mundo. Não é aceitável que as autoridades fiscais tenham de confiar em fugas antes de fazer aplicar a legislação em matéria fiscal», declarou o Vice-Presidente Valdis DOMBROVSKIS, responsável pelo euro e o diálogo social. Pierre MOSCOVICI, Comissário dos Assuntos Económicos e Financeiros, Fiscalidade e União Aduaneira, afirmou: «As práticas fiscais abusivas e os regimes fiscais prejudiciais proliferam na sombra; a transparência e a cooperação são os seus inimigos naturais. É chegada uma nova era de abertura entre as administrações fiscais e de solidariedade entre os governos, a fim de garantir uma fiscalidade justa para todos. A Comissão está fortemente empenhada em assegurar uma transparência fiscal exemplar na Europa.» A Comissão está a envidar esforços para respeitar, o quanto antes, as promessas que fez no seu Programa de Trabalho, em dezembro último. No próximo mês, apresentará uma proposta legislativa destinada a alargar o intercâmbio automático de informações sobre acordos fiscais. Ao abrigo das regras atualmente em vigor na UE, os Estados-Membros partilham muito pouca informação sobre acordos relativos aos respetivos regimes de tributação das sociedades, que se caracterizam, muitas vezes, por uma grande complexidade. Este facto dificulta a tarefa das autoridades fiscais de determinar o local onde é efetivamente exercida a atividade económica real de uma empresa e aplicar, de forma justa, a legislação fiscal nessa base. Em consequência, muitas empresas multinacionais tentam desviar os lucros e minimizar os respetivos encargos fiscais, privando os governos da UE de importantes receitas fiscais e comprometendo a justiça fiscal. A proposta a apresentar em março será acompanhada de um conjunto mais vasto de medidas destinadas a aumentar a transparência fiscal; no debate de orientação de hoje, foram consideradas diversas opções de natureza legislativa e não legislativa. O pacote sobre transparência fiscal do próximo mês será apenas a primeira etapa, estando previstas para 2015 mais iniciativas neste domínio. No verão, a Comissão apresentará um segundo pacote de medidas em matéria de tributação justa e eficaz das sociedades, que terá também em conta as iniciativas atualmente em curso no âmbito do G20 e da OCDE para combater a evasão fiscal. Contexto geral: Em março, a Comissão irá apresentar um pacote sobre transparência fiscal, incluindo uma proposta legislativa com vista ao intercâmbio automático de informações sobre acordos fiscais. No seu Programa de Trabalho de dezembro, a Comissão afirmou o seu compromisso de combater a fraude e a evasão fiscais, a fim de assegurar que os impostos são pagos no país em que são gerados os lucros. Nas suas Orientações políticas apresentadas ao Parlamento Europeu em 15 de julho de 2014, o Presidente Juncker afirmou: «Temos necessidade de uma maior equidade no nosso mercado interno. Embora reconhecendo a competência dos Estados-Membros no que se refere aos seus sistemas fiscais, devemos intensificar os nossos esforços para lutar contra a evasão e a fraude fiscais, para que todos contribuam com a sua quota-parte.» Ao mesmo tempo, a Comissão está a proceder a quatro investigações em matéria de auxílios estatais (ver aqui) relativas a acordos fiscais adotados nos Países Baixos, na Irlanda e no Luxemburgo. No princípio deste mês, lançou uma investigação deste tipo de um sistema fiscal belga que permite às empresas multinacionais reduzir consideravelmente o seu imposto sobre as sociedades na Bélgica. Além disso, a Comissão solicitou já a todos os Estados-Membros que forneçam informações sobre as suas práticas em matéria de acordos fiscais, de modo a poder identificar se e onde se verifica uma distorção da concorrência no mercado único graças a vantagens fiscais seletivas. IP/15/4436 Contactos para a imprensa Vanessa MOCK (+32 2 295 61 94) Audrey AUGIER (+32 2 297 16 07) Perguntas do público em geral: Europe Direct pelo telefone 00 800 67 89 10 11 ou por e-mail