15º Encontro e Exposição Brasileira de Tratamentos de Superfície 4º INTERFINISH Latino Americano ESTUDO DA EFICIÊNCIA DO EXTRATO DE Allium Sativum L COMO INIBIDOR DE CORROSÃO PARA O AÇO CARBONO 1020 EM MEIO DE ÁCIDO CLORÍDRICO 0,5 mol.L-1 Lhaira Souza Barreto (Universidade Estadual de Santa Cruz – Brasil) *, Laís Paulo dos Santos Silva (Universidade Estadual de Santa Cruz – Brasil), Isabel Correa Guedes (Universidade de São Paulo) Vera Rosa Capelossi (Universidade Estadual de Santa Cruz – Brasil), Franco Dani Rico Amando (Universidade Estadual de Santa Cruz – Brasil) RESUMO Este trabalho relata a avaliação do extrato da casca do alho, Allium sativum. L., como inibidor de corrosão do aço carbono 1020 em meio ao ácido clorídrico 0,5 mol.L-1. A eficiência do extrato como inibidor de corrosão foi avaliada através de técnicas eletroquímicas, tais como espectroscopia de impedância eletroquímica (EIS) e curvas de polarização anódica e catódica. A composição química do extrato foi obtida por espectroscopia de infravermelho (IV). A morfologia do filme formado, após as medidas de EIS, foram obtidas por microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os resultados mostraram que o extrato de alho como inibidor de corrosão torna-se mais eficiente para massas mais elevadas, ou seja, na presença de 100mg o efeito inibidor é maior e consequentemente uma maior resistência à corrosão do que a amostra com 70 mg de extrato. ABSTRACT This paper reports the evaluation of the bark extract of garlic, Allium sativum L., as a corrosion inhibitor of 1020 carbon steel in solution of hydrochloric acid 0.5 mol.L-1. The corrosion resistance was evaluated by electrochemical techniques such as electrochemical impedance spectroscopy (EIS) and anodic and cathodic polarization curves. The chemical composition of the extract was determined by infrared spectroscopy (FTIR).The morphology of the surface were obtained by optical microscopy (MO) and scanning electron microscopy 15º Encontro e Exposição Brasileira de Tratamentos de Superfície 4º INTERFINISH Latino Americano (SEM). The results showed that the garlic extract as inhibitor corrosion becomes more efficient at high concentrations, in other words, in presence of 100 mg the effect of inhibitor corrosion is increased and thus presents a higher corrosion resistance than the sample with 70 mg of extract. INTRODUÇÃO A partir do momento em que os metais passaram a ser utilizados, o controle da corrosão também passou a ser um assunto relevante (NUNES, 2007). Desta forma, existem centros de pesquisa que estudam inibidores de corrosão menos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. (FELIPE, 2012). Em consonância com a necessidade de inovação na área, tendo emvista a possível substituição dos inibidores comumente utilizados, que são altamente tóxicos e prejudiciais ao ambiente, por outros que incluam inibidores econômicos e ecologicamente viáveis, se fez este estudo. Então o estudo de inibidores naturais de corrosão torna-se proeminente, principalmente pelo perfil sustentável, baixo custo e facilidade de obtenção dessas substâncias. Sendo assim, esse trabalho tem como objetivo relatar a avaliação do extrato da casca do alho, Allium sativum. L., como inibidor de corrosão do aço carbono 1020 em meio ao ácido clorídrico 0,5 mol.L-1. DESENVOLVIMENTO As cascas do alho foram secas em estufa a 70ºC. Depois de secas foram trituradas no moinho de facas. O pó das cascas foi imerso em álcool etílico. Essa solução foi estocada por 48 horas procedendo-se, em seguida, a filtração do material. A partir das soluções filtradas, produziram-se os extratos concentrados, com o auxilio do evaporador rotatório a 79,0ºC para retirar praticamente todo solvente, obtendo os extratos etanóicos. Amostras de aço carbono 1020 lixadas, nas dimensões 25.0 x 20.0 x 0.8 mm. Para avaliar a resistência à corrosão,as amostras de aço carbono foram imersas em solução de HCl 0,5 mol.L-1 na ausência e presença de diferentes concentrações do extrato etanóico de alho, que foram 70 e 100 mg. A seguir 15º Encontro e Exposição Brasileira de Tratamentos de Superfície 4º INTERFINISH Latino Americano foram realizados ensaios de perda de massa e medidas eletroquimicamente, que foram:espectroscopia de impedância eletroquímica e curvas de polarização.O filme formado foi avaliado morfologicamente por MEV. A composição química do extrato etanoico foi obtido por FTIR. RESULTADOS A caracterização química do extrato da casca de alho, obtida por FTIR, revelou a presença de alguns compostos, com características antioxidantes, principalmente o enxofre e nitrogênio, que podem atuar como inibidores de corrosão para o aço carbono. Os resultados obtidos por EIS apresentaram um valor de impedância superior para as amostras na presença do inibidor se comparada com as amostras sem inibidor, mostrando que o extrato estudado funciona bem como inibidor de corrosão para aço carbono 1020 em meio de HCl 0,5 mol.L-1 o que provavelmente é devido à ação dos componentes antioxidantes constatados por FTIR. As curvas de polarizaçãomostraram que com o aumento da massa de extrato na solução de HCl, a densidade de corrente de corrosãodiminui o que demonstra a eficiência inibidora do extrato, estudado resultado que é concordante com aqueles obtidos de perda de massa e de impedância eletroquímica. CONCLUSÃO Os resultados obtidos mostraram que o extrato da casca de alho inibi o processo corrosivo do aço carbono 1020 em solução aquosa de HCl 0,5 mol.L-1, com maior eficiência na presença de 100mg de extrato, pois exibem uma maior resistência ao processo corrosivo do que as amostras com 70mg e sem a presença do extrato. Os resultados obtidos por todas as técnicas estudadas são concordantes e revelam que a eficiência aumenta para concentrações crescentes do extrato estudado. 15º Encontro e Exposição Brasileira de Tratamentos de Superfície 4º INTERFINISH Latino Americano BIBLIOGRAFIA FELIPE, M. B. M. C. Avaliação da espécie vegetal Cronton Cajucara Benth como inibidores de biocorrosão em aço carbono AISI 1020 – NATAL, RN, 2012 FILGUEIRA, F. A. R. Novo Manual de Olericultura: agrotecnologia moderna na produção e comercialização de hortaliças. 2.ed. Viçosa: UFV, 2003. 412p. GOMES, A. W. M. inibidores naturais de corrosão extraídos em vegetais. – Campinas, SP: [S.N.], 1999. NUNES, L. P. Fundamentos de resistência à corrosão / Laerce de Paula Nunes. – Rio de Janeiro: Interciência: IBP: ABRACO, 2007. RANI, B. E. A; BASU, B. B. J. Green inhibitors for corrosion protection of metals and alloys: an overview. International Journal of Corrosion, V. 2012, p. 1-15, 2012.