Seis mil anos de história do céu
Cronologia astronômica
Gilberto Henrique Buchmann
Introdução
Esta cronologia apresenta os principais fatos que, desde os primórdios da
civilização até nossos dias, fazem a história da astronomia. Com o intuito de evitar
repetições enfadonhas e tendo em vista impedir que esta exposição fique
demasiado extensa, observa-se sempre o critério do ineditismo, incluindo-se
somente os acontecimentos que trazem novidades e contribuem, efetivamente,
para a evolução do pensamento humano no que concerne à ciência dos astros.
Ficam de fora, por esse critério, os inúmeros objetos celestes (galáxias, estrelas,
cometas, asteroides e mesmo exoplanetas) descobertos todos os anos, a não ser que
a descoberta signifique algo novo ou, por alguma razão, esteja revestida de
importância especial. Estão excluídos, pelo mesmo motivo, os inumeráveis satélites
lançados nas últimas décadas, exceção feita àqueles cujo papel é relevante.
Ademais, considerando-se que a intenção aqui é ressaltar os fatos, não os
cientistas, estão ausentes desta cronologia referências diretas às datas de
nascimento ou de morte dos pesquisadores. Contudo, sendo essas informações
importantes para uma melhor compreensão e contextualização dos acontecimentos
apresentados, elas são colocadas, sempre que possível, entre parênteses.
Por fim, informamos que esta cronologia continuará sendo constantemente
atualizada e revisada, na intenção de torná-la cada vez mais precisa e confiável. Seu
máximo objetivo é divulgar a astronomia entre aqueles que apreciam essa ciência.
O Autor
Seis mil anos de história do céu
Cronologia astronômica
Gilberto Henrique Buchmann
c. 4200 a.C. – Segundo alguns historiadores, é criado no Egito, ainda no período
pré-dinástico, um calendário lunar primitivo com 12 meses: 6 com 29 e 6 com 30
dias, totalizando 354 dias. O mês, em média, tem 29,5 dias, uma boa aproximação
para o mês sinódico (de Lua nova a Lua nova). Um 13º mês é acrescentado a
cadatrês, às vezes dois anos, a critério dos sacerdotes e astrônomos, para
sincronizar esse calendário com o nascer helíaco de Sirius (Sótis para os egípcios),
a mais brilhante estrela noturna. Esse evento, denominado Iniciador do Ano,
coincide com a chegada da cheia do rio Nilo, em sincronia com as estações anuais.
A necessidade de elaborar calendários deve-se à descoberta da agricultura: é
preciso ser capaz de estabelecer o tempo certo para o plantio e a colheita.
3761 a.C. (7 de outubro) – Esta é, para os judeus, a data da criação do mundo,
sendo o calendário judaico contado a partir de então, embora tenha sido criado e
adotado muito tempo depois, tendo a versão definitiva sido estabelecida no século
IV d.C. O ano civil judaico tem de 353 a 355 dias, divididos em 12 meses lunares.
Para ajustar esse calendário ao ano solar, intercala-se um mês suplementar nos
anos 3º, 6º, 8º, 11º, 14º, 17º e 19º ao longo de 19 anos. Há, assim, um total de 383 a
385 dias, no ano da intercalação.
c. 3500 a.C. – São construídos, no Egito e na Mesopotâmia, os primeiros relógios
de Sol (Gnomon), feitos, basicamente, de uma haste fincada na vertical, em pedra
ou madeira. Assim, de acordo com o comprimento da sombra desta haste, é
possível ter uma ideia do tempo.
c. 3000 a.C. – Os chineses descobrem o Saros: intervalo de 18 anos, 11 dias e 8
horas, após o qual a Terra, o Sol e a Lua retornam, aproximadamente, às mesmas
posições relativas. Nesse intervalo ocorrem, em média, 43 eclipses solares e 28
lunares.
c. 2900 a.C. – É oficializado no Egito um calendário com 365 dias. Mas o ano
propriamente tem apenas 12 meses de 30 dias (360 dias) divididos em três
quadrimestres correspondentes às três estações regidas pelo Nilo: Cheia, Plantio e
Colheita. No fim do 12º mês, são acrescentados cinco dias suplementares que não
entram no cômputo oficial dos dias. Esse é um calendário solar, e o mês nele não
mantém sincronia com as fases da Lua.
2636 a.C. (15 de fevereiro) – Data a partir da qual começa a contagem do tempo no
calendário chinês. Trata-se de um calendário lunissolar. Cada ano tem doze
lunações, num total de 354 dias. Para que não se perca a sincronia com o ciclo solar
(de 365,25 dias), a cada oito anos são acrescentados noventa dias
(aproximadamente três lunações). Os anos começam sempre em uma lua nova,
entre 21 de janeiro e 20 de fevereiro. Considerando um ciclo de doze anos, cada ano
é dedicado a um animal: "shu" 鼠 (rato), "neo" (boi), "hu" (tigre), "tu" (coelho),
"long" (dragão), "she" (serpente), "ma" (cavalo), "yang" (carneiro), "rou" (macaco),
"di" (galo), "gou" (cão), "zhu" (porco).
Possivelmente 2608 a.C. – O imperador chinês Houng-Ti constrói um observatório
para elaborar um calendário.
Possivelmente 2377 a.C. – Sob o império do chinês Yao, o zodíaco (Kyklos zokiakos,
do grego, que significa círculo de animais) é dividido em 28 constelações.
2317 a.C. – Primeiro registro conhecido da passagem de um cometa, que se
encontra nos anais astronômicos chineses.
c. 2000 a.C. – Os chineses descobrem que Júpiter leva cerca de 12 anos para
completar uma órbita ao redor do Sol (valor correto: 11,86 anos).
Segundo milênio a.C. – A ideia de um Sistema Solar heliocêntrico é possivelmente
sugerida pela primeira vez na literatura védica da antiga Índia, que com frequência
faz referência ao Sol como o “centro das esferas”.
c. 1930 a.C. – Termina a construção de Stonehenge (cuja última fase de edificação
tem início por volta de 2280 a.C.), observatório astronômico do período megalítico,
localizado no condado de Wiltshire, 13 km ao norte de Salisbury, na Inglaterra,
onde são feitas observações do Sol e da Lua.
1800-1400 a.C. – Durante a Dinastia de Hammurabi, os astrônomos babilônios
realizam observações das transições de Vênus através do Sol, das fases da Lua e
organizam um calendário lunissolar.
c. 1400 a.C. – Os egípcios usam relógios de água. Estes são, essencialmente, ,
recipientes na forma de balde com um pequeno furo na base por onde a água se
escoa. Escalas uniformes de tempo são marcadas no interior do balde, uma para
cada mês, por causa da variação das noites e, também, devido às estações do ano.
1400-900 a.C. – Sob o Império dos Kassites e dos Assírios, organiza-se uma lista de
constelações helíacas (que acompanham o Sol), assim como são elaboradas as
primeiras regras aritméticas para o cálculo da duração do dia e da noite.
1361 a.C. – Os anais astronômicos chineses registram a observação de um eclipse
solar, o primeiro a ser documentado por qualquer povo de que se tem notícia.
c. 1100 a.C. – Os chineses determinam o equinócio da primavera.
Século VIII a.C. – Na Babilônia, durante o reinado de Nabonassar (747-733 a.C.), o
registro sistemático de fenômenos considerados como mau agouro em diários
astronômicos permite que seja descoberto um ciclo repetitivo de eclipses lunares a
cada 18 anos.
Século VIII a.C. – Na Ilíada e na Odisseia, de Homero (os mais antigos exemplos da
literatura grega que se conhecem), são mencionadas as constelações do Cocheiro,
de Órion e da Ursa Maior, os aglomerados estelares das Plêiades e das Híades e a
estrela Sirius.
780 a.C. (4 de junho) – Primeiro registro confiável de um eclipse total do Sol de
que se tem notícia, feito na China.
753 a.C. – Segundo a lenda, Rômulo e Remo (filhos de Rhea Silvia, filha de
Numitor, rei de Alba Longa) fundam a cidade de Roma, iniciando-se, então, o
calendário Romano. Conforme esse calendário, o ano civil consta de 304 dias
divididos em 10 meses, dos quais seis têm 30 dias e quatro, 31. Março é o primeiro
mês do ano, seguindo-se Abril, Maio, Junho, quintilis, sextilis, Setembro, Outubro,
Novembro e Dezembro.
c. 740 a.C. – Acaz, rei da Pérsia, supostamente é o primeiro monarca a possuir um
relógio de Sol que funciona com boa precisão.
Possivelmente 713 a.C. – Numa Pompílio, o segundo rei de Roma (717-673 a.C.),
introduz os meses de Janeiro e Fevereiro no calendário Romano e, desse modo, o
ano civil passa a ter 355 dias, começando em Março e terminando em Fevereiro.
700 a.C. – Os chineses já têm registros com anotações precisas sobre meteoritos e
cometas.
Século VI a.C. – O filósofo grego Tales de Mileto (624-546 a.C.) introduz na Grécia
os fundamentos da geometria e da astronomia, trazidos do Egito. Pensa que a Terra
é um disco plano em uma vasta extensão de água e flutuando no ar que, para ele, é
considerado como substância primordial do Universo. Afirma que a Lua está mais
próxima de nós do que o Sol e que não tem luz própria.
Século VI a.C. – O filósofo grego Anaximandro de Mileto (610-545 a.C.) concebe os
planetas como sendo rodas de fogo girando em torno da Terra, considerada como
um cilindro que repousa sobre um eixo orientado no sentido leste-oeste e cuja
altura corresponde a um terço de seu diâmetro.
Século VI a.C. – O filósofo e matemático grego Pitágoras de Samos (c. 572-c. 497
a.C.) acredita na esfericidade da Terra, da Lua e de outros corpos celestes. Pensa
que os planetas, o Sol e a Lua são transportados por esferas separadas daquela que
carrega as estrelas. É o primeiro a chamar o céu de cosmos. Parece haver sido o
primeiro a reconhecer que a estrela matutina (estrela Dalva) e a estrela vespertina
(Vésper ou Hésper) são o mesmo planeta: Vênus. Alguns estudiosos atribuem a ele
uma constatação análoga ao determinar que Apolo (corpo celeste visível pela
manhã) e Hermes (visível à tarde) são o mesmo astro: Mercúrio. Observa ainda que
o Sol, a Lua e os planetas não possuem o mesmo movimento uniforme das estrelas,
e que a órbita da Lua não se situa no plano do equador celeste. Os pitagóricos
acreditam que os cometas são planetas e afirmam que muitas de suas passagens
não podem ser observadas, pois raramente se elevam acima da linha do horizonte.
Século VI a.C. – O filósofo grego Anaxímenes de Mileto (570-500 a.C.), discípulo de
Anaximandro, concebe os astros celestes como corpos fixos a esferas de revolução,
bem como acredita que o Sol é um corpo plano e parece haver feito, pela primeira
vez, a distinção entre planeta e estrela.
Século VI a.C. – O filósofo grego Xenófanes (571-480 a.C.) considera os cometas
resultado do movimento e do choque de nuvens de fogo. Ele também fala da Lua
como sendo habitada, com cidades e montanhas.
585 a.C. (28 de maio) – Eclipse do Sol previsto, segundo a tradição, por Tales de
Mileto. Trata-se da primeira referência conhecida à previsão de um eclipse solar.
Século V a.C. – O filósofo grego Anaxágoras (c. 500-428 a.C.) afirma que os astros
são pedras incandescentes, o que lhe vale a acusação de impiedade (ateísmo) e o
leva ao exílio em Lâmpsaco, colônia de Mileto, onde morre. Descobre que a Lua
recebe luz do Sol e explica os eclipses solares e lunares. Deve-se a Anaxágoras a
primeira avaliação das dimensões de um corpo celeste: afirma que “O Sol é pelo
menos tão grande quanto o Peloponeso”. Tenta medir a distância da Terra ao Sol,
mas chega a um valor muito inferior ao real.
Século V a.C. – O filósofo grego Philolaus de Tarento – ou de Crotona – (470-390
a.C.) elabora a hipótese da existência de um fogo central representando o centro de
seu Universo esférico. Esse fogo d’Hestia (Hestia era a Deusa da lareira sagrada,
nas casas e nos edifícios públicos) é invisível, pois está sempre encoberto pelo Sol.
Além do mais, ele é envolvido por dez esferas concêntricas representando,
respectivamente: Terra, Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno,
antiTerra (antichthon – planeta sempre oculto para os terráqueos e situado do
outro lado do Sol) e estrelas. Para Philolaus, o Sol (visível) é um reflexo do fogo
central (invisível), e cada uma dessas esferas gira de oeste para leste, completando
uma revolução no período correspondente ao do astro que ela representa.
Século V a.C. – O astrônomo babilônio Nabu-Rimani elabora uma tabela de
efemérides contendo o registro das posições da Lua, do Sol e dos planetas em dado
momento. Ele também calcula o intervalo do mês sinódico como sendo de
29,530614 dias (valor real: 29,530596 dias) e do ano solar em 365d6h15min41s
(valor real: 365d5h48min45,97s).
Século V a.C. – O filósofo grego Demócrito (460-370 a.C.) postula que a Via Láctea
é composta de estrelas distantes.
acredita também haver montanhas elevadas e vales profundos na Lua.
Século V a.C. – É compilado, na China, o “Gan Shi Xing Jing”, o mais antigo
catálogo estelar que se conhece.
413 A.C. (27 de agosto) – Um eclipse lunar causa pânico em uma frota de Atenas e
assim afeta o resultado de uma batalha na Guerra do Peloponeso. Os atenienses
estão prontos a mover suas forças de Siracusa quando a Lua é eclipsada. Os
soldados e marinheiros ficam assustados por este presságio celeste e relutam em
partir. O comandante Nicias consulta o oráculo e adia a partida por 27 dias. Esta
demora dá uma vantagem a seus inimigos de Siracusa, que então derrotam toda a
frota e o exército ateniense e matam Nicias.
Século IV a.C. – O filósofo grego Hicetas de Siracusa (400-335 a.C.) modifica o
sistema de Philolaus, postulando um movimento de rotação diurna da Terra em
torno de seu eixo.
Século IV a.C. – O filósofo grego Ecphantus de Siracusa substitui pela Terra o fogo
central defendido por Philolaus.
Século IV a.C. – O astrônomo babilônio Kiddinu (nascido c. 340 a.C.) recalcula o
mês sinódico e o mês solar. Supõe-se que tenha descoberto a precessão dos
equinócios, decorrente de uma ligeira rotação do eixo da Terra. O equinócio
representa o ponto de intersecção da eclíptica (trajetória aparente do Sol entre as
estrelas) com o equador celeste (círculo na esfera celeste que coincide com o
equador terrestre), no qual os dias e as noites têm a mesma duração.
Século IV a.C. – O filósofo grego Platão (427-347 a.C.) assenta as bases conceituais
sobre as quais se fundamentam os estudos astronômicos durante muitos séculos,
sendo as principais: 1. A Terra, que é esférica, é imóvel e está no centro do Universo
(geoestatismo e geocentrismo). 2. Todos os movimentos dos astros devem ser
circulares e uniformes. 3. Os astros não podem ter outro movimento ou mudança
fora desse movimento circular (imutabilidade do céu). Em seus diálogos
“Timaeus”, “Phaedo”, “República” e “Epinomis”, argumenta que a Terra, em sua
imobilidade absoluta, é envolvida por quatro capas esféricas, sendo a primeira, de
espessura igual a dois raios terrestres, composta do elemento água, e a segunda,
composta do elemento ar, com a espessura de cinco raios terrestres e constituindo
a atmosfera. Em seguida, há uma camada do elemento fogo, de dez raios terrestres,
tendo em sua parte superior a quarta capa esférica, na qual se encontram as
estrelas. Os sete astros então considerados planetas (Lua, Sol, Mercúrio, Vênus,
Marte, Júpiter e Saturno) evoluem entre a atmosfera e as estrelas.
Século IV a.C. – O astrônomo e matemático grego Eudóxio de Cnido (408-355
a.C.), discípulo de Platão, formula um modelo planetário segundo o qual,
basicamente, o movimento dos astros no Universo é consequência de um conjunto
de 27 esferas homocêntricas à Terra, seguindo o esquema: quatro para cada um dos
planetas (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno), três para o Sol, três para a
Lua e uma para as estrelas fixas. Essas esferas são assim distribuídas: o planeta se
encontra fixo no equador de uma esfera que gira em torno da Terra. Por sua vez, os
polos dessa esfera são deslocados por uma segunda esfera que gira em torno de um
eixo normal ao plano da eclíptica. Uma terceira esfera, exterior às duas
antecedentes, dá o movimento do planeta em relação ao céu das estrelas fixas. Por
fim, uma quarta esfera é necessária (no caso dos planetas propriamente ditos, para
explicar o seu movimento retrógrado, isto é, o movimento no qual o planeta, no céu
das estrelas fixas, se move num determinado sentido até um “ponto estacionário”;
depois, volta no sentido oposto até outro “ponto estacionário”, retornando então ao
primeiro sentido, e assim por diante, formando laços (cúspides). É oportuno
registrar que Eudóxio inventa a curva hipópede (resultante da intersecção de uma
esfera com um cilindro) com o objetivo de explicar esse modelo planetário.
Eudóxio é o primeiro a fixar a duração do ano em 365 dias e 6 horas.
Século IV a.C. – O astrônomo grego Calipo de Cízico (370-300 a.C.), aluno de
Eudóxio, aperfeiçoa o modelo de seu mestre, adicionando mais 8 esferas, com o
objetivo de explicar os complicados movimentos de Mercúrio e de Vênus, já que
estes têm um afastamento limitado em relação ao Sol.
Século IV a.C. – O grego Heráclides de Pontus (388-315 a.C.) propõe que a Terra
gira diariamente sobre seu próprio eixo, que Vênus e Mercúrio orbitam o Sol, e a
existência de epiciclos, um sistema centrado na Terra em que todos os objetos
celestes se movem em círculos perfeitos ao redor do nosso planeta.
Século IV a.C. – O filósofo grego Aristóteles de Estagira (384-322 a.C.) apresenta a
mais influente de todas as teorias astronômicas gregas, que seria considerada
verdadeira por quase dois mil anos. Segundo essa teoria, o Universo está dividido
em dois estratos, um sublunar e outro extralunar. Na região abaixo da Lua ocorrem
mudanças, estando as coisas e os seres vivos sujeitos à morte e à degeneração. Aí se
encontram os cometas, que não passam de fenômenos atmosféricos, visíveis em
forma de estrelas cadentes. A outra região estende-se para além da Lua, e nela nada
jamais se transforma ou perece. Disso decorre que os planetas e as estrelas fixas
pertencentes à região extralunar são regidos por leis distintas das que se aplicam à
Terra e aos cometas. Aristóteles formula ainda outros conceitos em astronomia.
Sustenta que as fases lunares dependem de quanto da parte da face da Lua
iluminada pelo Sol está voltada para a Terra. Explica também os eclipses: um
eclipse solar ocorre quando a Lua passa entre a Terra e o Sol; um eclipse lunar
ocorre quando a Lua entra na sombra da Terra. Aristóteles argumenta a favor da
esfericidade terrestre, já que a sombra da Terra na Lua durante um eclipse lunar é
sempre arredondada. Afirma que o Universo é esférico e finito. Aperfeiçoa a teoria
das esferas concêntricas de Eudóxio de Cnido, acrescentando-lhe outras esferas
homocêntricas, perfazendo um total de 55. Ele admite ainda que além da esfera das
estrelas fixas existe o Primum Mobile (Primeiro Móvel), acionado por Deus, o
motor primordial e imóvel, e que além dele não há nem movimento, nem tempo e
nem lugar. No tomo II do seu livro “De Caelo” (Dos Céus), propõe que “o Universo
é finito e esférico, ou não terá centro e não pode se mover”.
Século IV a.C. – O grego Hipócrates e seu discípulo Ésquilo defendem, no que
concerne aos cometas, posição semelhante à dos pitagóricos. No entanto, para eles,
a cabeleira não constitui uma característica estável do astro: ela corresponderia à
reflexão dos raios solares sobre os vapores úmidos que o cometa leva consigo. Uma
ideia semelhante seria exposta na metade do século XX.
386 a.C. – Eudóxio de Cnido compila um elenco das 47 estrelas mais brilhantes do
céu, denominando-as conforme a posição que assumem na respectiva constelação.
Por exemplo, ele escreve: “A estrela pequena do lado esquerdo da Águia”, “O joelho
esquerdo de Ofiúco”, “A estrela no meio da cintura de Órion” e assim por diante.
364 a.C. – O astrônomo chinês Gan De parece haver observado o satélite
Ganímedes (ou Ganimedes) do planeta Júpiter.
Século III a.C. – O astrônomo babilônio Berossus constrói um relógio de Sol num
bloco cúbico de pedra ou madeira, no qual é cortada uma abertura hemiesférica
tendo uma haste no centro, cujo caminho percorrido por sua sombra é,
aproximadamente, um arco de círculo. O comprimento e a posição do arco variam
com as estações do ano.
Século III a.C. – O astrônomo grego Aristarco de Samos (310-230 a.C.) é o primeiro
a propor (c. 260 a.C.) que a Terra se move em volta do Sol, antecipando Copérnico
em mais de 1.700 anos. No entanto, para defender seu modelo, tem de fazer duas
suposições. A primeira delas é no sentido de justificar por que as estrelas parecem
fixas, isto é, por que suas posições aparentes não mudam em consequência do
movimento da Terra em torno do Sol. Essa imobilidade, afirma Aristarco, decorre
da imensa distância em que se encontram as estrelas em relação à Terra. A sua
segunda suposição não é original, já que havia sido considerada por Heráclides de
Pontos, qual seja, a rotação da Terra em torno de seu eixo. Entre outras coisas,
desenvolve um método para determinar as distâncias do Sol e da Lua à Terra e
mede os tamanhos relativos da Terra, do Sol e da Lua. Chega à conclusão de que a
distância Terra-Sol é de 8 milhões de km (valor correto: 149,6 milhões de km) e
que a relação entre os diâmetros da Lua e do Sol é de 1/20 (valor correto: 1/400).
Aristarco conclui ainda que as relações entre os diâmetros Lua-Terra e Terra-Sol
valem, respectivamente, 1/3 e 1/7 (valores corretos: 1/3,67 e 1/109).
Século III a.C. – O inventor grego Ctesíbio de Alexandria (285-247 a.C.) constrói
uma clepsidra (do grego: kleptein – roubar; hydor – água). Basicamente, ela
contém um mecanismo movido a água que opera um cilindro rotativo, no qual
estão dispostas as horas desiguais do dia e da noite. Ele é, também, o precursor do
relógio de cuco, pois algumas de suas clepsidras são dotadas de um fluxo constante
de água que opera toda espécie de alavancas e peças automáticas, assim como
sinos, bonecos movediços e pássaros canoros.
Século III a.C. – O grego Eratóstenes de Cirênia (276-194 a.C.), diretor da
Biblioteca Alexandrina de 240 a.C. a 194 a.C., é o primeiro a tentar medir o
diâmetro da Terra, determinando que a distância entre Alexandria e Siena (hoje
Assuã) é de 7° e que, levando em conta que um círculo completo mede 360°, a
distância entre essas duas cidades corresponde a aproximadamente 1/50 da
circunferência total da Terra, redutível depois ao diâmetro mediante a divisão pelo
valor numérico de “pi” (3,141592538...). A circunferência terrestre calculada por
Eratóstenes é de 39.425 km (valor correto: 40.075 km). Compila também um
catálogo com cerca de setecentas estrelas e calcula a distância Terra-Lua em
aproximadamente um terço do valor real.
Século III a.C. – O matemático grego Apolônio de Perga (261-190 a.C.) explica o
movimento dos planetas no céu das estrelas fixas, usando para isso o sistema
epiciclo-deferente, sistema em que o centro de um círculo menor (epiciclo) se
desloca ao longo de um círculo maior (deferente). O epiciclo representa o
movimento circular do planeta, e o deferente é um círculo em cujo centro situa-se o
astro em torno do qual orbita o planeta.
240 a.C. – Anais chineses fornecem detalhada descrição da passagem de um
cometa. Não é certo que as observações se refiram ao cometa Halley, mas, segundo
cálculos modernos, ele passa pela Terra em maio.
238 a.C. – A adoção do que mais tarde viria a ser chamado de ano bissexto é
proposta no Egito, mas os sacerdotes se opõem, e a ideia não é posta em prática.
Século II a.C. – O grego Hiparco de Niceia (190-125 a.C.), considerado o maior
astrônomo da era pré-cristã, constrói um observatório na ilha de Rodes, onde faz
observações durante o período compreendido entre 160 e 127 a.C. Suas observações
lhe permitem compilar um catálogo com a posição no céu e a “grandeza” (hoje
magnitude) de 850 estrelas, especificando, dessa forma, o seu brilho aparente. As
estrelas estão classificadas em seis “grandezas”, correspondendo a 1ª às mais
brilhantes e a 6ª àquelas que estão no limite da visibilidade do olho humano. Além
disso, deduz corretamente a direção dos polos celestes, e até mesmo a precessão
dos equinócios, resultante do movimento cíclico ao longo da eclíptica, na direção
oeste, causado pela ação do Sol e da Lua sobre a dilatação equatorial da Terra e que
tem um período de 25.772 anos. Hiparco também chega ao valor correto de 8/3
para a razão entre o tamanho da sombra da Terra e o tamanho da Lua e afirma que
a Lua está à distância de 59 raios terrestres (o valor correto é 60). Também
determina a duração do ano com uma margem de erro de 6 minutos. Inventa ainda
o astrolábio (c. 150 a.C.), instrumento astronômico que mede a altura de um astro
em relação ao horizonte.
163 a.C. – O cometa Halley deve ter passado pelo periélio (ponto de maior
aproximação do Sol) em 5 de outubro, e os astrônomos chineses assinalam um
cometa nesse período.
Século I a.C. – O filósofo romano Lucrécio (c. 99-55 a.C.), em sua obra “De Rerum
Natura” (Sobre a Natureza das Coisas), sustenta a pluralidade dos mundos
habitados, fundamentando suas ideias nos escritos do filósofo grego Demócrito
(460-370 a.C.) e dos atomistas.
87 a.C. – Observa-se na China um cometa, que parece ser o mesmo a que o
naturalista e escritor romano Plínio, o Velho (23-79), faz alusão neste texto: “O
cometa é um astro terrível e um sinal de derramamento de sangue. Já tivemos
exemplo disso nas desordens civis sob o consulado de Otávio”. Provavelmente,
trata-se do cometa Halley, cujo periélio, segundo cálculos modernos, ocorre em
agosto.
46 a.C. – Júlio César, com a ajuda do astrônomo grego Sosígenes, decide criar um
novo calendário, que fica conhecido como calendário juliano. O ano passa a ter 365
dias e 6 horas, iniciando-se em 1º de janeiro (antes começava em 1º de março).
Embora o ano civil continue com 365 dias, o novo calendário institui, a cada 4
anos, o ano bissexto, de 366 dias, para recuperar as 6 horas perdidas todos os anos.
Os meses, como os atuais, têm 30 ou 31 dias, menos o mês de fevereiro, com
apenas 28 ou 29 dias, quando o ano é bissexto. Para corrigir o atraso acumulado ao
longo dos séculos, Sosígenes acrescenta 90 dias ao ano 46 a.C., que teve 15 meses e
445 dias. O calendário Juliano é modificado por duas vezes: na primeira, em 44
a.C., por ordem do General e Cônsul romano Marco Antônio(81-30 a.C.), o mês
Quintilis passa a ser chamado de Julius (Julho) em homenagem a Júlio César; na
segunda, em 8 a.C., por ordem do Senado romano, o mês Sextilis passa a ser
chamado de Augustus (Agosto) em homenagem a Otávio Augusto (63 a.C.-14 d.C.),
o primeiro imperador de Roma. No entanto, a fim de que Agosto não tivesse menos
dias que Julho (31), é tirado um dia do mês de Fevereiro.
28 a.C. – Primeiras referências conhecidas a observações de manchas solares, feitas
por astrônomos chineses, que provavelmente puderam ver os maiores grupos de
manchas quando a luz do sol foi filtrada pela poeira deslocada pelo vento nos
desertos da Ásia Central.
12 a.C. – A “História de Roma”, de Dion Cassius (155-235), registra: “Antes da
morte de Agripa, viu-se um cometa pairando durante muitos dias sobre a cidade de
Roma; ele apareceu em seguida transformado em muitas pequenas tochas”. O
mesmo cometa é observado na China, de agosto a outubro, e as observações, bem
detalhadas, não deixam dúvidas quanto a ser o cometa Halley. A proximidade desta
passagem com a época atribuída pela Bíblia ao nascimento de Cristo faz com que o
cometa Halley seja identificado, por vezes, com a Estrela de Belém, a qual, segundo
o evangelista Mateus (capítulo 2, versículos 1 e 2), guiou os reis magos até Jesus.
4 a.C. (12 de março) – Ocorre um eclipse da Lua e, alguns dias depois, de acordo
com o historiador judeu Flávio Josefo (37-100), morre Herodes, o Grande (nascido
por volta de 73 a.C. e rei da Judeia desde 37 a.C.). O fato de Herodes estar, segundo
a Bíblia, ainda vivo quando Jesus nasceu é um dos principais argumentos utilizados
para apontar erros na contagem dos anos da era cristã. Investigadores modernos
situam o nascimento de Cristo entre os anos 7 e 4 a.C.
Século I d.C. – O filósofo romano Sêneca (4 a.C.-65 d.C.), rejeitando a explicação
“atmosférica” dada por Aristóteles acerca dos cometas, propõe uma atitude
realmente científica frente ao problema das “estrelas de cabeleira”. Ele salienta a
necessidade de se compilar todos os aparecimentos de cometas e chega a levantar a
hipótese de que estes possam retornar periodicamente.
Século I – O historiador e biógrafo grego Plutarco (46-120) sugere que na Lua
existem reentrâncias onde a luz do Sol jamais chega e que as manchas visíveis em
sua superfície são resultantes de sombras de rios ou de abismos profundos.
Também cogita a possibilidade de o satélite ser habitado.
66 – Em “A Guerra dos Hebreus contra os Romanos”, o historiador judeu Flávio
Josefo escreve: “Aquele povo infeliz... fechou os olhos e cobriu os ouvidos para não
ver nem ouvir os sinais seguros pelos quais Deus havia predito sua ruína. Citarei
alguns desses sinais e dessas predições: um cometa, do tipo chamado Xiphias,
porque sua cauda parece representar a lâmina de uma espada, foi visto sobre
Jerusalém durante um ano inteiro...” Os judeus se rebelam contra os romanos em
66 e Jerusalém é destruída em 70. Os chineses também observam um cometa entre
os meses de fevereiro e março. Segundo cálculos atuais, o Halley passa pelo periélio
em 25 de janeiro.
Século II – O grego Cláudio Ptolomeu (c. 90- c. 168), último grande astrônomo da
Antiguidade, compila (127-151) um volume sobre astronomia, dividido em treze
seções denominadas livros (152 páginas numa edição impressa de 1515), conhecido
como o “Almagesto” (“grande Tratado”, em árabe), que é a maior fonte de
conhecimento astronômico na Grécia. Nessa obra, Ptolomeu inclui um catálogo de
estrelas baseado nos trabalhos de Hiparco; lista 48 constelações, cujos nomes
prevalecem até hoje; descreve e aperfeiçoa os instrumentos usados pelos
astrônomos, tendo, inclusive, no livro quinto do “Almagesto”, demonstrado como
se constrói e usa um astrolábio; faz, também, uma descrição matemática detalhada
dos movimentos do Sol e da Lua, o que lhe permite calcular com maior precisão as
datas dos futuros eclipses solares e lunares. A contribuição mais importante de
Ptolomeu é uma representação geométrica do Sistema Solar, geocêntrica, com
círculos e epiciclos, que permite predizer o movimento dos planetas com
considerável precisão e que é usada até o Renascimento, no século XVI.
123 – O astrônomo chinês Zhang Zeng corrige o calendário lunar vigente em seu
país. A duração do ano passa de 354 para 365 dias.
141 – O único registro desta passagem do cometa Halley está nos anais
astronômicos chineses. Data do periélio, segundo cálculos modernos: 22 de março.
185 – Primeiro registro conhecido de uma supernova, feito nos Anais Astrológicos
chineses do Houhanshu.
218 – Os chineses observam a passagem do cometa Halley a partir de 14 de abril
(periélio provável: 17 de maio). Dion Cassius escreve: “Pouco antes da morte do
imperador Macrinus, uma estrela, que por muitas noites estendeu sua cauda do
Ocidente ao Oriente, causou grande medo”. Macrinus morreu em junho de 218.
295 – O cometa Halley é observado em maio pelos chineses. Data provável do
periélio: 20 de abril.
363 (27 de junho) – Ocorre o mais longo eclipse solar já observado, com duração de
sete minutos e 24 segundos.
374 – Os chineses registram a presença de um cometa, visível de março a maio. A
passagem do Halley pelo periélio foi modernamente calculada em 16 de fevereiro.
451 – Um cometa é observado na China, nas constelações de Leão e de Virgem. No
Ocidente, é visto de junho a agosto (periélio: 27 de junho), e muitos autores
relacionam seu aparecimento com a vitória do general romano Aécio sobre Átila,
ocorrida na Batalha dos Campos Catalaúnicos (21 de junho de 451). Este cometa
deve ter sido o Halley.
Século VI – O astrônomo hindu Ariabata I (476-550) afirma que "A esfera das
estrelas fixas é estacionária e a Terra, realizando uma revolução, produz o
nascimento e o ocaso diário das estrelas e dos planetas".
c. 525 – O monge Dionisius Exiguus (500-560) reorganiza a contagem dos anos,
cujo marco inicial deixa de ser a fundação de Roma. Ele estabelece que o ano 1 é o
do nascimento de Jesus Cristo (não existe ano 0), mas comete erros nos cálculos,
pois os historiadores modernos acreditam que Jesus nasceu entre os anos 7 e 4 a.C.
Ele também introduz, para assinalar o período posterior ao nascimento de Cristo, a
expressão A.D., “Anno Domini” (Ano do Senhor).
530 – Esta passagem do cometa Halley é observada na China e em Constantinopla,
onde, segundo o astrônomo Alexandre-Gui Pingré, “viu-se do lado do Ocidente,
durante 20 dias, um cometa muito grande e assustador estendendo seus raios em
direção à parte mais elevada do céu”. Data provável do periélio: 27 de setembro.
Séculos VI e VII – o espanhol Isidoro de Sevilha (560-636) e o inglês Beda, o
Venerável (673-735), acreditam na esfericidade da Terra, na rotação diurna da
abóbada celeste, no movimento dos planetas para leste e no movimento anual do
Sol. Alguns historiadores consideram Beda como o introdutor da notação A.D.,
referente à Era Cristã.
607 – Dois cometas aparecem e são observados na China, um em fevereiro e outro
em abril. Á época em que surge o segundo coincide com a de uma passagem
calculada do cometa Halley (periélio em 7 de março).
622 (16 de julho) – A fuga de Maomé de Medina (Hégira) constitui o ponto de
partida do calendário muçulmano, que é composto de 12 meses lunares (de 29 ou
30 dias), perfazendo um total de 354 ou 355 dias.
Possivelmente 628 – o astrônomo e matemático hindu Brahmagupta (598-660)
escreve um livro em versos sobre Astronomia, com dois capítulos dedicados à
matemática. Nessa obra, há a negação da rotação da Terra.
684 – O historiador chinês Ma-Toan-Lin menciona um cometa observado em
setembro e outubro. Anotações japonesas confirmam tais aparecimentos.
Passagem do Halley pelo periélio, conforme cálculos modernos: 2 de outubro.
687 – Os chineses fazem o primeiro registro conhecido de um "chuveiro de
meteoros".
Século VIII – O erudito inglês Alcuíno de York (735-804), ao dirigir em Paris a
reforma educacional proposta pelo imperador franco-alemão Carlos Magno (742814), defende a ideia de um modelo geoheliocêntrico para o Sistema Solar, nos
moldes do que havia sido proposto por Heráclides de Pontos.
760 – “No vigésimo ano do reinado de Constantino”, escreve Alexandre-Gui Pingré,
“um cometa muito brilhante, semelhante a uma barra de ferro incandescente,
apareceu durante três dias do lado do Oriente, e em seguida durante 21 dias no
Ocidente”. Os registros dos chineses não deixam dúvidas: trata-se do cometa
Halley. Periélio provável: 20 de maio.
Séculos VIII e IX – O astrônomo árabe Abu-Abdullah Muhammad ibn Jabir alBattani, conhecido como Albatênio (858-929), constrói novos instrumentos
astronômicos e melhora os existentes, tais como relógio de sol, esfera armilar e
quadrante mural. Com eles, obtém melhores resultados que os de Ptolomeu,
estabelecendo a posição correta do afélio terrestre (ponto mais distante do Sol) e
obtendo valores mais precisos para o ano solar, para as estações e para a inclinação
da eclíptica.
Século IX – O califa árabe al-Mamun (786-833) constrói uma série de
observatórios planetários.
807 (17 de março) – O monge beneditino Adelmus observa uma grande mancha
solar, visível durante oito dias. Ele pensa estar vendo um trânsito de Mercúrio.
837 – A passagem do Halley desse ano é bem próxima do Sol (periélio em 28 de
fevereiro) e dela encontramos vários registros (devidos, provavelmente, a seu
grande esplendor), tanto nos anais chineses como em numerosos textos ocidentais,
que o assinalam entre 11 de abril e 7 de maio. Cálculos modernos indicam que o
Halley passa a 5,1 milhões de km da Terra, a menor distância entre todas as
passagens observadas. A cauda pode ter-se estendido ao longo de 90° no céu, mas
não há registro astronômico desse fato.
871 – Mercúrio chega a 77,3 milhões de km da Terra, a menor distância em
aproximadamente 41.000 anos.
Século X – O médico e filósofo persa Abu-Ali al-Husain ibn Abdullah Ibn Sina,
conhecido como Avicena (980-1037), defende a hipótese de que todos os corpos
celestes têm luz própria.
912 – Pingré escreve: “Sob o reinado do imperador Alexandre de Constantinopla,
que durou de 11 de maio de 911 a 7 de junho de 912, viu-se por quinze dias um
cometa no Ocidente. Chamaram-no de Xiphias, pois tinha a forma de uma espada”.
Nesse caso, as observações chinesas e japonesas são contraditórias e por isso é
difícil uma clara identificação com o cometa Halley, embora o periélio desta
passagem seja calculado como tendo ocorrido em 18 de julho.
964 – O astrônomo árabe Abd Al-Rahman Al-Sufi (903-986) estabelece o “livro das
estrelas fixas”, que permite à astronomia moderna úteis comparações para a
pesquisa das variações de brilho das estrelas. Os nomes árabes de algumas delas,
dados por ele, ainda hoje permanecem: Aldebarã, Altair, Betelgeuse e Rigel. Neste
livro, Al-Sufi faz o primeiro registro conhecido da Grande Nuvem de Magalhães.
989 – A passagem do Halley é relatada tanto na Europa quanto na China. Os textos
chineses falam de dois cometas. O periélio do Halley, segundo cálculos modernos,
ocorre em 5 de setembro.
Século XI – O astrônomo árabe Ibn Al-Haytham (965-1039) faz os primeiros
estudos sistemáticos sobre a Lua.
1006 (30 de abril) – Primeiro registro de supernova observada na Via Láctea
(constelação do Lobo). Os chineses afirmam tê-la avistado durante mais de dois
anos. Distante 7.200 anos-luz, chega a atingir a magnitude –7,5, sendo a estrela
mais brilhante já observada a olho nu. Um ano-luz é a distância percorrida pela luz
no vácuo, durante um ano, à velocidade de 299.792 km/s, ou seja, 9,461 trilhões de
km.
1054 (4 de julho) – Os anais astronômicos chineses registram o aparecimento de
uma supernova tão brilhante que é visível de dia (durante 23 dias) e permanece no
céu noturno por mais de um ano. Essa supernova, localizada na constelação de
Touro, dá origem à nebulosa do Caranguejo.
1066 – Em abril, um grande cometa aparece na Europa e é considerado o anúncio e
a causa da morte do rei anglo-saxão Haroldo II (ocorrida em 14 de outubro),
conforme foi perpetuado na célebre tapeçaria de Bayeux. Nesse trabalho, encontrase a primeira representação gráfica de um cometa, observado com terror por um
grupo de pessoas. A passagem do Halley é seguida e registrada com precisão na
China, com periélio em 20 de março. Registros da época afirmam ter o cometa
atingido magnitude aparente quatro vezes superior à de Vênus.
1074 – O poeta, matemático e astrônomo persa Omar Khayyam (1048-1131) monta
um observatório e conduz trabalhos visando a compilar tabelas astronômicas,
tendo também contribuído para a reforma do calendário Persa. Ademais, ele
calcula a duração do ano como sendo de 365,24219858156 dias, valor preciso até a
sexta casa decimal.
1106 (2 de fevereiro) – Um grande cometa (formalmente denominado X/1106 C1)
torna-se visível, sendo a passagem registrada na Europa (País de Gales e
Inglaterra) e na Ásia (Coreia, Japão e China). É observado até a metade de março.
1129 – O monge e cronista inglês John de Worcester (morto c. 1140) descreve
observações de manchas solares.
1145 – As observações chinesas assinalam um cometa visível de abril a junho. Na
Europa, o astro é observado por um longo período a partir de maio. Uma passagem
do Halley ocorre nesse ano, com periélio em 18 de abril.
c. 1150 – O italiano Geraldo de Cremona (1114-1187) traduz o Almagesto, de
Ptolomeu, do árabe para o latim, o que leva a Igreja Católica a adotar o livro como
um "texto aprovado".
1178 (18 de junho) – Monges ingleses afirmam ter visto uma explosão na Lua,
descrita em uma crônica por Gervase de Canterbury (1141-1210).
1222 – A passagem de um cometa é registrada na China e na Europa entre
setembro e outubro. As interpretações ocidentais associam-no à morte, em 1223,
do rei francês Filipe II. Esse cometa é, possivelmente, o Halley, cujo periélio ocorre
em 28 de setembro.
c. 1230 – O inglês Johannes de Sacrobosco (c. 1195-c. 1250) escreve “De sphaera
mundi” (“Sobre a esfera do mundo”), livro em quatro capítulos que apresenta
elementos básicos de astronomia. Inspirado em grande parte no Almagesto, de
Ptolomeu, e acrescentando ideias da astronomia árabe, torna-se uma das obras
mais influentes na Europa antes de Nicolau Copérnico.
1252 – São publicadas, com o patrocínio do rei de Castela e Leão Afonso X (12211284), as chamadas "Tabuas Afonsinas”, que constituem uma revisão e uma
melhoria das tabelas Ptolomaicas, tendo sido as melhores tabelas afins disponíveis
durante a Idade Média e não são substituídas durante mais de três séculos. Os
dados astronômicos acerca da posição e do movimento dos planetas contidos
nessas tábuas são compilados por aproximadamente cinquenta astrônomos,
reunidos pelo rei para esse fim. O monarca questiona a complexidade do sistema
ptolomaico.
1262 – O filósofo, matemático e astrônomo persa Nasir ad-Din at-Tusi (1201-1274)
termina, com a ajuda de astrônomos chineses, um observatório construído em
Maragheh. O observatório conta com vários instrumentos, destacando-se um
quadrante mural de 4m feito de cobre e um quadrante de azimute inventado por
ele mesmo. Usando com precisão os movimentos planetários, ele modifica o
modelo do sistema planetário de Ptolomeu, baseado em princípios mecânicos. O
observatório e sua biblioteca se tornam um centro para um largo alcance de
trabalho em ciência, matemática e filosofia.
1267 – o erudito inglês Roger Bacon (1219-1292) publica o livro intitulado "Opus
Majis" (Obra Maior), no qual apresenta a ideia de se usar lentes para olhar para o
Sol, a Lua e as estrelas.
Século XIV – O erudito Alberto da Saxônia (1316-1390), em seu "Quaestiones
Super Quator Liber de Caelo et Mundi", sustenta a tese de que todas as estrelas e
planetas recebem sua luz do Sol.
1301 – Vários historiadores relatam a passagem, entre setembro e outubro, de um
cometa muito luminoso, que é visto por seis semanas. Provavelmente, essa
passagem do cometa Halley (com periélio em 25 de outubro) inspira o pintor
Giotto di Bondone (1267-1337) quando retrata o astro em seu afresco Adoração dos
Reis Magos, de 1304.
1330 – O matemático e astrônomo judeu francês Levi Bem Gerson (1288-1344)
constrói o instrumento denominado "bastão de Jacob", com o objetivo de
determinar as distâncias entre astros celestes, usando para isso as suas paralaxes.
Paralaxe é a alteração da posição angular de dois pontos estacionários relativos um
ao outro como vistos por um observador em movimento. De forma simples,
paralaxe é a alteração aparente de um objeto contra um fundo devido ao
movimento do observador.
1378 – Embora seguida tanto na Europa quanto na China por seis semanas, essa
passagem do cometa Halley não é tão brilhante quanto a anterior. O periélio ocorre
em 10 de novembro.
1428 – O astrônomo e matemático mongol Ulugh Beg (1394-1449) inicia a
construção de um observatório em Samarkand (no atual Uzbequistão). Em suas
observações, ele descobre vários erros nos cômputos de Ptolomeu, cujas figuras
ainda estavam sendo usadas. Seu mapa estelar de 994 estrelas é o primeiro desde o
trabalho realizado por Hiparco. Ulugh Beg é assassinado por seu filho, e depois
disso o observatório cai em ruínas por 500 anos, tendo os seus estudos sido
redescobertos apenas em 1908. Escrito em árabe, seu trabalho não é lido pela
geração subsequente de astrônomos do mundo. Quando suas tabelas são
traduzidas para o latim, em 1665, suas observações telescópicas estão
ultrapassadas.
1440 – o astrônomo, matemático e filósofo alemão, Cardeal Nicolau de Cusa (14011464), publica o livro "De Docta Ignorantia" (Sobre A Douta Ignorância), no qual
afirma que a Terra gira em torno de seu eixo e em torno do Sol, que o Universo é
infinito e que as estrelas são outros sóis com planetas habitados. Há ainda nesse
livro uma ideia revolucionária: o princípio cosmológico segundo o qual o
observador verá o Universo girar em torno de si em qualquer parte dele em que
esteja, isto é, no Sol, na Terra, na Lua, em qualquer planeta ou mesmo estrela.
1456 – O aparecimento do cometa Halley desse ano ocorre em junho (periélio no
dia 9), e o cometa se encontra em posição tal que seu esplendor é extraordinário. As
observações são numerosas. Alguns afirmam que o papa Calisto III (1378-1458)
pediu a todos os cristãos que orassem para afastar o cometa.
1471 – É inaugurado, em Nuremberg, o primeiro observatório astronômico da
Europa. O astrônomo e matemático alemão Johannes Müller von Königsberg, ou
Regiomontano (1436-1476), responde não apenas por sua construção, mas também
pela equipagem do edifício com instrumentos desenhados por ele próprio.
1472 (janeiro) – Regiomontano faz observações de um cometa que 210 anos depois
é identificado como o cometa Halley.
1475 – O papa Sixto IV (1414-1484) pede a Regiomontano para efetuar estudos
sobre a reforma do calendário, mas o astrônomo alemão morre no ano seguinte,
sem realizar a tarefa.
1492 (16 de novembro) – Um meteorito de 140 kg cai em Ensisheim, na Alsácia, e é
colocado na igreja local, onde é conservado até hoje. Trata-se do primeiro registro
“oficial” da queda de um meteorito.
1500 (1º de maio) – Um integrante da esquadra de Pedro Álvares Cabral, João
Meneslau, conhecido como "Mestre João" e que acompanha a frota na condição de
"cirurgião e físico", envia ao rei Português D. Manuel I, por intermédio de Gaspar
de Lemos, uma carta na qual faz referência a suas atividades astronômicas no novo
mundo. Refere-se, na mencionada missiva, à "Cruz", nome pelo qual era conhecido
o Cruzeiro do Sul, já observado por Hiparco e por Ptolomeu, que o consideravam
parte da constelação do Centauro. Na "Cruz", Mestre João assinala o fato de que
suas "Guardas", as estrelas alfa e gama, apontam na direção do polo sul celeste, tal
qual as "Guardas" ou "Ponteiros" da Grande Ursa em relação ao polo norte celeste.
Talvez por querer comparar em excesso é que Mestre João escreve ter visto uma
estrela "pequena" e "muito clara", réplica austral da "Polaris" boreal. Mestre João
observ ainda as principais estrelas da constelação do Centauro, do Triângulo ( alfa,
beta e delta ) e do Pavão ( beta, gama e delta ). Bastante curioso é que, em sua
carta, não tenha aquele cirurgião, suposto astrônomo", feito qualquer menção a
objetos já conhecidos de observadores dos céus austrais e que não têm equivalente
no hemisfério norte, como as Nuvens de Magalhães, e que nenhuma palavra tenha
dedicado ao "Saco de Carvão", nebulosa escura tão nítida no Cruzeiro do Sul.
1514 – O astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543) apresenta, pela
primeira vez, sua teoria heliocêntrica no livro “Commentariolus” (Pequenos
Comentários), que circula apenas entre seus amigos.
1521 – O navegador português Fernão de Magalhães (1480-1521) observa as hoje
chamadas Nuvens de Magalhães, duas galáxias-satélites da Via Láctea, durante a
sua viagem de circum-navegação da Terra.
A Grande Nuvem de Magalhães, localizada nas constelações de Monte Mesa e
Dourado, é a quarta maior galáxia do Grupo local, depois de Andrômeda (M31), Via
Láctea e Triângulo (M33). Tem massa total equivalente a 10 bilhões de massas
solares, está a 157.000 anos-luz da Terra e apresenta magnitude aparente 0,9.
A Pequena Nuvem de Magalhães, bem menor, é formada por algumas centenas de
milhões de estrelas (A Via Láctea contém entre 200 e 400 bilhões). Localiza-se na
constelação de Tucano, dista da Terra cerca de 200.000 anos-luz e apresenta
magnitude aparente 2,7.
1531 – Durante esta passagem do cometa Halley, cujo periélio ocorre em 26 de
agosto, o astrônomo germânico Peter Apianus (1495-1552) observa que as caudas
dos cometas estão sempre voltadas para a direção oposta à do Sol.
Os conhecimentos hoje disponíveis permitem explicar esse fenômeno. Quando
estão distantes do Sol, os cometas não têm cauda. À medida que se aproximam da
estrela, o vento solar, emissão contínua de partículas eletricamente carregadas
provenientes da coroa, empurra para trás parte da poeira e dos gases (cabeleira)
que envolvem o núcleo cometário, formando a cauda. O processo inverso se dá
quando, depois de passarem pelo periélio, os cometas se afastam do Sol: o vento
solar empurra na direção dos cometas os gases e poeira que eles arrastam consigo,
os quais voltam a se juntar ao núcleo, e então a cauda desaparece. As caudas dos
cometas são, portanto, fenômenos cíclicos.
1534 – O italiano Marcellus Stellatus Palingenius (c. 1500-1543) afirma, em seu
livro "Zodiacus Vitae", que o Universo é infinito.
1540 – Peter Apianus publica "Astronomicum Caesareum", que dedica ao
imperador Carlos V (1500-1558). É uma edição ilustrada da concepção cosmológica
de Ptolomeu, constituindo-se num dos trabalhos mais importantes antes do
aparecimento da obra de Copérnico.
1543 (24 de maio) – Nicolau Copérnico publica, com a decisiva colaboração do
matemático e astrônomo austríaco Georg Joachim von Lauchen, Rheticus (15141576), “De Revolutionibus Orbium Coelestium” (Sobre as Revoluções dos Orbes
Celestes), um dos livros mais importantes da história da ciência. Nele, o astrônomo
polonês propõe o heliocentrismo, que coloca o Sol no centro do Sistema Solar,
contrariando o geocentrismo de Aristóteles e de Ptolomeu, e simplifica a
compreensão dos movimentos planetários. A obra inclui cinco postulados que
caracterizam o modelo heliocêntrico copernicano: 1. O princípio metafísico básico é
o da perfeição do movimento circular; 2. O centro da Terra não é o centro do
Universo, mas apenas o centro da esfera lunar; 3. O centro do mundo é Próximo do
Sol; 4. É a Terra, e não a esfera das estrelas fixas, que gira em torno de seu eixo a
cada 24 horas; 5. A distância Terra-Sol é muito menor do que a distância Solestrelas fixas. As ideias copernicanas abrem o caminho para o início do
desenvolvimento da moderna ciência dos astros, contribuindo decisivamente para
separar a astronomia da astrologia e da teologia.
1551 – o matemático alemão Erasmus Reinhold (1511-1553) publica, com base no
modelo copernicano, novas tabelas astronômicas – as chamadas prutênicas ou
prussianas –, superiores às alfonsinas, que haviam sido publicadas em 1252.
1558 – o físico e filósofo italiano Giambattista Della Porta (1535-1615), em sua obra
"Magia Naturalis" (Magia Natural), chega a descrever um telescópio.
1561 – O Observatório de Kassel (Alemanha) é erguido por ordem de Guilherme IV
e funciona ativamente por mais de trinta anos, durante os quais são acumulados
numerosos registros sobre planetas.
1568 – O papa Pio V (1504-1572) manda publicar um novo Breviário tentando
ajustar as tabelas lunares e o sistema de anos bissextos, pois havia uma diferença
de cerca de dez dias entre os anos trópico e juliano, o que interferia na data da
Páscoa.
1570 – O Papa Pio V manda publicar um novo Missal tentando, mais uma vez,
ajustar as tabelas lunares e o sistema de anos bissextos.
1572 – É inaugurado o Observatório do Colégio Romano, onde o astrônomo e
jesuíta alemão Christopher Clavius (1538-1612) inicia observações regulares,
servindo-se de um setor zenital.
1572 (11 de novembro) – O astrônomo dinamarquês Tycho Brahe (1546-1601)
observa uma “estrela nova”. Ele havia descoberto uma supernova, que hoje tem o
seu nome, na constelação de Cassiopeia.
1574 – Tycho Brahe publica o livro intitulado "De Stella Nova", (Sobre A Estrela
Nova) para registrar a observação por ele feita, dois anos antes, acerca da existência
de uma nova estrela nos céus. Em vista desse livro, eventos assim ficam conhecidos
como "novas". Ao analisar suas próprias medidas e compará-las com as de outros
observadores europeus, como as de Thomas Digges, Tycho Brahe descobre que essa
“nova” estrela está muito além da Lua, indicando, portanto, um rompimento com a
tradição aristotélica, segundo a qual tal objeto deveria estar na esfera sublunar, já
que o céu era imutável. Registre-se que Tycho Brahe recusa o modelo de Copérnico
porque ele contradiz a Bíblia e, também, porque não se observam paralaxes anuais
das estrelas, uma consequência natural desse modelo.
1576 – O astrônomo inglês Thomas Digges (1546-1595), o Primeiro a romper com a
ideia das esferas fixas de Ptolomeu, considerando-os objetos a diferentes distâncias
mas uniformemente distribuídos no espaço, decide escrever e anexar um
suplemento a uma obra de seu pai, Leonard Digges (1520-1559), intitulada
“Prognostication Everlasting”. O suplemento, escrito para divulgar a teoria
heliocêntrica de Copérnico, da qual Thomas Digges é um dos mais apaixonados
defensores na Inglaterra, intitula-se “A Perfit Description of the Coelestial Orbits”
(Uma descrição Completa das Esferas Celestes) e acaba se tornando um dos
trabalhos científicos mais populares na Inglaterra da época, a ponto de merecer
pelo menos sete edições entre 1586 e 1605. A remoção das esferas fixas, indicando
que as estrelas não se acham sempre à mesma distância do Sol, mas se distribuem
pelo espaço infinito, constitui uma ruptura radical, que salta de um Universo
medieval, finito, para o Cosmo infinito e uniformemente povoado de estrelas.
Efetua-se, dessa maneira, decorridos apenas trinta anos da revolução copernicana,
outra revolução, que abre caminho às modernas concepções do Universo.
1576 (8 de agosto) – Tycho Brahe começa a construção do mais importante
observatório da era pré-telescópica, chamado Uraniborg (Castelo dos Céus), na ilha
de Hveen. Oito anos mais tarde, Brahe conclui um segundo edifício com
dependências subterrâneas, que visam a proteger os instrumentos contra a ação
dos ventos da ilha.
1577 – Tycho Brahe observa um cometa, visível durante vários meses, e usa a
paralaxe para provar (por meio da medida da distância à Terra) que os cometas são
objetos distantes e não fenômenos atmosféricos, como postulara Aristóteles. Ao
atribuir a esses astros uma órbita ovalada, Brahe contraria o pensamento
dominante desde a Antiguidade, pois supunha-se até então que as órbitas dos
corpos celestes deveriam, necessariamente, ser circulares, pois esta era a forma
mais perfeita, e a perfeição caracterizaria a região extralunar.
1582 (24 de fevereiro) – o papa Gregório XIII (1502-1585), assessorado por
Christopher Clavius, decreta, por meio da bula “Inter Gravissimas”, a reforma do
calendário juliano. Cria assim o calendário gregoriano, que vigora até hoje. O novo
calendário suprime 10 dias do ano de 1582, saltando imediatamente do dia 4 de
outubro (quinta-feira) para o dia 15 (sexta-feira) do mesmo mês. Ainda segundo as
reformas instituídas por Gregório XIII, convenciona-se que só são bissextos os
anos divisíveis por 4. Adota-se, no entanto, um critério especial para os anos de
final de século: são bissextos apenas aqueles cujas centenas são divisíveis por 4
(1600, 2000). O ano de 1900, por exemplo, não foi bissexto, porque 19 não é
divisível por 4; já o ano 2000 foi bissexto, porque 20 é divisível por 4. O calendário
gregoriano é proposto num momento de grandes conflitos de ordem religiosa.
Assim, de início, é aceito apenas nos países católicos: Itália, Espanha, Portugal,
Polônia, França, Bélgica e Luxemburgo. Nos demais países, vai sendo adotado com
o tempo.
1583 – Tycho Brahe propõe para o Sistema Solar um modelo híbrido, com
características heliocêntricas e geocêntricas. Segundo esse modelo, os planetas
então conhecidos (Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno) giram em torno do
Sol, e todos juntos, incluindo o Sol, orbitam a Terra. Sendo Brahe um cientista
eminente e tendo convicções religiosas bastante arraigadas, esta é a fórmula que ele
encontra para conciliar o geocentrismo bíblico, defendido pela Igreja católica, com
o heliocentrismo, cuja realidade se torna cada vez mais evidente à medida que os
seus estudos em astronomia progridem.
1584 – A Áustria e partes da Suíça adotam o calendário gregoriano.
1584 – O monge dominicano e filósofo italiano Giordano Bruno (1548-1600), o
primeiro a idealizar uma verdadeira construção cosmológica, indo muito além das
limitações de Copérnico e lançando as bases da moderna concepção do Universo,
em seu diálogo intitulado “De L’Infinito Universo et Mondi” (Do Infinito Universo
e Mundos), escreve: “Uno, portanto, é o céu, o espaço imenso, o âmago, o
continente universal, a eterna região onde tudo se move. Ali se encontram
inumeráveis estrelas, astros, globos, sóis e terras, que, infinitos, argumentam
racionalmente entre si. O Universo, imenso e infinito, é o composto resultante de
tal espaço e de tantos corpos”. Nessa mesma obra, ao discorrer sobre os sóis e os
mundos que povoam o Universo, esforçando-se por não permanecer num nível
demasiadamente abstrato, Giordano Bruno se pergunta se tais sóis seriam visíveis
de alguma forma. A resposta, um pouco indecisa, demonstra ter ele intuído que os
outros sóis não poderiam ser senão estrelas. Esse é um ponto fundamental na
história do pensamento científico: pela primeira vez se considera a natureza física
das estrelas, vistas como astros semelhantes ao Sol, apenas diferentes entre si em
termos de brilho aparente, devido às diferentes distâncias a que se encontram da
Terra.
1587 – A Hungria adota o calendário gregoriano.
1596 – No livro intitulado "Precursor dos Tratados Cosmográficos", contendo o
Mistério Cósmico das admiráveis proporções entre as órbitas celestes e as
verdadeiras e corretas razões dos seus Números, Grandezas e Movimentos
Periódicos, conhecido popularmente apenas como Mistério Cosmográfico, o
astrônomo alemão Johannes Kepler (1571-1630) publica os primeiros resultados de
seu modelo planetário.
1596 (13 de agosto) – É descoberta a primeira estrela variável (Omicron Ceti, hoje
mais conhecida como Mira Ceti) pelo astrônomo alemão David Fabricius (15641617). Distante cerca de 420 anos-luz, seu brilho varia entre as magnitudes 2,0 e
10,1, completando um ciclo em aproximadamente 332 dias. Uma estrela cujo brilho
varia contradiz o dogma aristotélico da imutabilidade e da incorruptibilidade do
céu.
1598 – Na obra “Astronomicae INstauratae Mecanica”, Tycho Brahe substitui o
cattálogo de estrelas de Ptolomeu, ainda em uso, por um novo catálogo, baseado
totalmente em observações independentes.
1600 – O físico inglês William Gilbert (1544-1603) publica "De Magnete", livro em
que afirma ser a Terra um imenso ímã e defende a infinitude do Universo.
1600 (17 de fevereiro) – Condenado pela Inquisição, Giordano Bruno é queimado
vivo no Campo di Fiori, em Roma.
1603 – William Gilbert compila os primeiros desenhos da superfície lunar feitos a
partir de observações a olho nu.
1603 (1º de setembro) – O astrônomo alemão Johann Bayer (1572-1625) publica
“Uranometria” e neste trabalho introduz a designação das estrelas pela sua
constelação e por letras gregas na ordem aproximada de brilho aparente, como, por
exemplo, Alpha Centauri. É importante ressaltar que este texto aparece ainda antes
da introdução do telescópio na Astronomia, que só ocorre em 1609.
1604 – O astrônomo e matemático italiano Galileu Galilei (1564-1642) demonstra,
no livro “De Moto Acceleratu” (Sobre O Movimento Acelerado), que o movimento
de um corpo em queda livre é acelerado, crescendo em relação ao tempo. Ele
conclui que a gravidade não produz movimento, somente o altera, uma vez que um
corpo, livre da ação da gravidade, desloca-se com trajetória retilínea e velocidade
uniforme, argumento que justifica o movimento dos astros.
1604 (9 de outubro) – a supernova de Johannes Kepler é observada na constelação
de Ofiúco. Distante cerca de 20 mil anos-luz da Terra, atinge a magnitude –2,5 e
permanece visível por dezoito meses. Esta é a última das quatro supernovas
observadas na Via Láctea até hoje.
1607 – Johannes Kepler e Christian Longomontanus (1562-1647, um dinamarquês
discípulo de Tycho Brahe, observam a passagem do cometa Halley, cujo periélio
ocorre em 27 de outubro.
1608 – O fabricante de lentes holandês Hans Lippershey (1570-1619) tenta
patentear um telescópio refrator óptico.
1609 – Johannes Kepler, usando as observações de Tycho Brahe, estabelece, no
livro “Astronomia Nova”, suas duas primeiras leis empíricas do movimento
planetário: 1. Os planetas descrevem órbitas elípticas, com o Sol num dos focos. 2.
O raio vetor que liga um planeta ao Sol descreve áreas iguais em tempos iguais. A
primeira lei de Kepler desfaz a crença no movimento circular dos planetas, vigente
desde a Antiguidade, por estar o círculo relacionado à perfeição.
1609 (maio) – Galileu Galilei constrói o primeiro telescópio refrator óptico
astronômico. Trata-se de uma modesta luneta, capaz de aumentar três vezes os
objetos focados. No entanto, o progresso é rápido, a ponto de, no ano seguinte,
Galileu dispor de um telescópio com capacidade de 33 aumentos. A partir da
utilização destes instrumentos ópticos, tem início a astronomia moderna. O olho
humano deixa de ser o único meio disponível para observar o céu, passando a
receber o auxílio de telescópios cada vez mais potentes.
1609 (26 de julho) – O matemático e astrônomo inglês Thomas Harriot (15601621) é o primeiro a fazer desenhos da Lua com o auxílio de um telescópio,
antecipando-se a Galileu Galilei em vários meses. Esses desenhos, contudo, não são
publicados.
1609 (agosto) – Utilizando seu telescópio, Galileu Galilei observa que a Lua possui
vales, montanhas, "mares" e "oceanos".
1610 – Galileu Galilei vê os anéis de Saturno, mas não reconhece que são anéis.
Além disso, ele observa as crateras da Lua, distingue as fases de Vênus e descobre
que a Via Láctea é formada por estrelas. Com isso, Galileu dá início ao principal
ramo da astronomia atual, a astrofísica.
1610 - Galileu Galilei observa Marte, sugerindo, de forma correta, que o planeta não
é perfeitamente esférico, embora não lhe seja possível distinguir detalhes da
superfície.
1610 – Num trabalho intitulado “Dissertatio cum Muntio Sidereo”, Johannes
Kepler usa o fato de que o céu é escuro à noite como argumento para provar que o
Universo é finito, como que encerrado por uma parede cósmica escura, rejeitando
com veemência a ideia de um Universo infinito recoberto de estrelas, que nessa
época estava ganhando vários adeptos, principalmente depois da comprovação, por
Galileu Galilei, de que a Via Láctea é composta de uma miríade de estrelas. É a
primeira formulação daquilo que mais tarde será conhecido como paradoxo de
Olbers.
1610 – O astrônomo francês Nicholas-Claude Peiresc (1580-1637) descobre a
primeira nebulosa gasosa, difusa e brilhante, que é hoje conhecida como nebulosa
de Órion (M 42), em torno da estrela Theta Orionis.
Situada a aproximadamente 1350 anos-luz da Terra, é visível a olho nu (magnitude
4) e tem diâmetro estimado em 24 anos-luz. Nela se encontra o aglomerado estelar
do Trapézio.
1610 –Thomas Harriot apresenta os primeiros diagramas sobre as manchas
solares.
Ele também sustenta que as leis de Kepler enunciadas em 1609 são válidas para os
cometas, defendendo a ideia de que estes astros orbitam o Sol.
1610 (7 de Janeiro) – Galileu Galilei descobre três dos quatro grandes satélites de
Júpiter hoje conhecidos como “galileanos”: Calisto, Io e Europa.
Calisto – Diâmetro: 4.820 km (segundo maior satélite de Júpiter e terceiro de todo
o Sistema Solar); período orbital: 16,689 dias; distância média ao planeta:
1.882.700 km; superfície: 73 milhões de km2; volume: 59 bilhões de km3; massa:
107,5 quintilhões de toneladas; densidade: 1,834g/cm3; gravidade: 0,126 G (a
gravidade da Terra é de 1 G); magnitude aparente: 5,65.
Io – Diâmetro: 3.660 x 3.637,4 x 3.630,6 km (quarto maior satélite do Sistema
Solar ); período orbital: 1,769 dia; distância média ao planeta: 421.700 km;
superfície: 41,910 milhões de km2; volume: 25,3 bilhões de km3; massa: 89,319
quintilhões de toneladas; densidade: 3,528g/cm3; gravidade: 0,183 G; magnitude
aparente: 5,02.
Europa – Diâmetro: 3.138 km (o menor dos “galileanos”); período orbital: 3,551
dias; distância média ao planeta: 670.900 km; superfície: 39 milhões de km2;
volume: 15,93 bilhões de km3; massa: 48 quintilhões de toneladas; densidade:
3,01g/cm3; gravidade: 0,134 G; magnitude aparente: 5,29.
1610 (7 de janeiro) – Galileu Galilei redige sua primeira carta descrevendo as
observações telescópicas das crateras e superfície da Lua feitas por ele usando sua
luneta com 20 aumentos. Ele escreve: “... é visto que a Lua não é evidentemente
plana, lisa e de superfície regular, como acredita um grande número de pessoas,
mas, pelo contrário, é áspera e desigual. Em resumo, ela está cheia de
proeminências e cavidades semelhantes, mas muito maiores, que as montanhas e
vales esparramados em cima da superfície da Terra”.
1610 (11 de janeiro) – Galileu Galilei descobre Ganímedes, o quarto satélite
“galileano” de Júpiter. É o maior satélite do Sistema Solar, com diâmetro de 5,268
km (superior ao de Mercúrio) e período orbital de 7,154 dias, estando, em média, a
1.070.400 km do planeta.
Dados complementares – Superfície: 87 milhões de km2; volume: 76 bilhões de
km3; massa: 148,19 quintilhão de toneladas; densidade: 1,936g/cm3; gravidade:
0,146 G; rotação: síncrona: magnitude aparente: 4,61.
Ele denomina essas luas jovianas de “Estrelas medicianas”, em homenagem a
Cósimo II de Medici (1590-1621), o quarto grão-duque da Toscana. Simon Marius
(1573-1624), astrônomo alemão que dá a estes quatro satélites os nomes pelos
quais são hoje conhecidos, afirma tê-los observado antes de Galileu, mas a
“paternidade” de tal descoberta jamais lhe foi oficialmente atribuída. Trata-se dos
primeiros corpos celestes até então observados girando ao redor de outro planeta, o
que constitui um grande argumento a favor do heliocentrismo, pois a Terra perde o
“status” de único planeta ao redor do qual orbitam satélites.
1610 (março) – Galileu Galilei publica, em Veneza, “Sidereus Nuncius”
(Mensageiro Sideral) e comunica ao mundo as sensacionais descobertas que fizera
graças à sua pequena luneta. Poucos meses antes, no auge de uma frenética
atividade de observação, ele escrevera: “Sou infinitamente grato a Deus, que teve a
bondade de fazer de mim o primeiro e o único observador de coisas admiráveis e
que por séculos permaneceram ocultas”.
1611 (1º de janeiro) – numa carta dirigida a Giuliano de Médici (1469-1516), Galileu
Galilei dá conhecimento de suas observações sobre as fases de Vênus.
1611 (14 de abril) – É empregada pela primeira vez a palavra "telescópio", numa
festa oferecida pelo Príncipe italiano Federico Cesi (1585-1630). O termo deriva do
grego tele (longe) e skopein (ver).
1611 (13 de junho) – O Astrônomo holandês Johannes Fabricius (1587-1615) é o
primeiro cientista a publicar informação sobre observações de manchas solares, em
seu “Narração em Manchas Observadas no Sol e a Rotação Aparente delas com o
Sol”.
1612 – Galileu Galilei começa a observar Mercúrio, e dos seus escritos deduz-se que
ele está convencido de que esse planeta tem fases, embora seu instrumento não lhe
permita observá-las diretamente.
1612 – Galileu Galilei registra duas observações de um astro luminoso que, mais de
três séculos depois (1980), é identificado por astrônomos norte-americanos como
sendo Netuno.
1612 – Simon Marius é o primeiro a observar Andrômeda (M31), distante
aproximadamente 2,5 milhões de anos-luz e maior galáxia do Grupo Local, do qual
faz parte a Via Láctea..
1612 (5 de janeiro) – O jesuíta alemão Christopher Scheiner (1573?-1650)
publica as Cartas de Apelles, nas quais expõe o resultado das observações que
fizera, a partir do ano anterior, de manchas solares, atribuindo-as à sombra
projetada no Sol por pequenos corpos opacos que, segundo ele, orbitam a estrela.
Portanto, para Scheiner, as tais manchas são apenas uma ilusão de óptica.
Este livro dá início a uma violenta polêmica com Galileu Galilei.
1613 (abril) – Galileu Galilei publica o livro “Istoria E Dimostrazione Intorno alle
Macchie Solare” (História e Demonstração em Torno das Manchas Solares), no
qual observações das manchas solares são utilizadas com o objetivo de provar a
existência da rotação do Sol. Ele assume assim, publicamente, o sistema
heliocêntrico de Nicolau Copérnico. Trata-se de uma resposta ao livro de
Christopher Scheiner, acirrando uma polêmica que durará anos.
Uma novidade em relação a esta obra é que ela está escrita em italiano, e não em
latim, como era costume na época. Segundo Galileu, ele pretende que o livro possa
ser lido pelas pessoas comuns, não estando restrito a letrados que sabem latim. A
partir daí, escreverá em italiano todas as suas obras.
No final desse mesmo ano, em carta ao discípulo Benedetto Castelli (1578-1643),
afirma que o caráter alegórico das Sagradas Escrituras não autoriza conclusões
sérias, visto serem destituídas de qualquer teor científico.
1613 (janeiro) – Galileu Galilei observa Netuno, mas pensa tratar-se de uma
estrela.
1614 – Simon Marius publica "Mundus Jovalis", descrevendo o planeta Júpiter e
suas luas. Na obra, afirma ter descoberto as quatro maiores luas de Júpiter dias
antes de Galileu, dando início a uma disputa com o cientista italiano.
1616 – A repercussão das declarações de Galileu sobre o heliocentrismo é tão
violenta, e os ânimos se exaltam a tal ponto que culminam com a inclusão do livro
de Copérnico no “Index Librorum Proibitorum” (relação de obras proibidas pela
Igreja), criado em 1559 pela Inquisição. Algumas passagens bíblicas são apontadas
como "provas" contra o heliocentrismo, estando a mais citada delas em Josué,
capítulo 10, versículos 12 e 13: "No dia em que Javé entregou os amorreus aos
israelitas, Josué falou a Javé e disse na presença de Israel: "Sol, detenha-se em
Gabaon! E você, lua, no vale de Aialon!" E o sol se deteve e a lua ficou parada, até
que o povo se vingou dos inimigos. No Livro do Justo está escrito assim: "O sol
ficou parado no meio do céu e um dia inteiro ficou sem ocaso".
1616 (25 de fevereiro) – o cardeal Roberto Bellarmino (1542-1621) intima Galileu
Galilei a renunciar à sua afirmação de que a Terra gira em torno do Sol. Ele fica
proibido de discutir o heliocentrismo.
1616 (5 de maio) – A teoria de Copérnico é condenada oficialmente pela Igreja. A
proposição segundo a qual o Sol é o centro imóvel do Universo é declarada falsa,
filosoficamente absurda e formalmente herética por uma comissão do Santo Ofício
presidida pelo cardeal Bellarmino.
1618 – Ocorre uma polêmica, tendo de um dos lados Galileu Galilei e do outro
Johannes Kepler e o jesuíta Orazio Grassi (1583-1654), acerca dos cometas.
Enquanto o cientista italiano defende a concepção aristotélica da origem
atmosférica, o astrônomo alemão e o religioso sustentam que os cometas são
corpos celestes e pertencem à região extralunar.
1618 – Johannes Kepler, em seu tratado “Epitome Astronomiae Copernicae”
(Síntese da Astronomia de Copérnico), fornece uma representação do Universo,
segundo a visão de Giordano Bruno, por meio de uma ilustração na qual as estrelas
se distribuem uniformemente sobre um fundo escuro, e uma letra M, próxima de
uma estrela qualquer, indica a posição não-privilegiada do Sol, do nosso mundo
(daí a letra M).
1619 – Johannes Kepler publica “Harmonices Mundi (Harmonias do Mundo) e
postula um vento solar para explicar a direção das caudas dos cometas. Ele também
estabelece a sua terceira lei empírica do movimento planetário: os quadrados dos
períodos de revolução são proporcionais aos cubos das distâncias médias do Sol aos
planetas. Isso significa que, quanto mais afastado um planeta está da estrela em
torno da qual gira, menor é sua velocidade de translação. Ademais, essa lei
kepleriana permite, conhecendo-se o período de translação, estabelecer a distância
a que um planeta orbita uma estrela.
1621 – O astrônomo e sacerdote francês Pierre Gassendi (1592-1655) descreve as
auroras boreais, cunhando também o nome do fenômeno.
1623 – Galileu Galilei publica "Il Saggiatore" (O Ensaiador), obra na qual
demonstra que as observações astronômicas estão mais de acordo com o
heliocentrismo, afirma que os cometas e as auroras boreais são ilusões ópticas
causadas por reflexões em vapores terrestres que atingem o céu além da Lua e
enuncia sua famosa frase: "A matemática é a linguagem da natureza".
1624 – Numa carta dirigida a Francesco Ingoli, um estudioso de Ravenna, Galileu
Galilei escreve: “As estrelas fixas, senhor Ingoli, brilham por si mesmas, como já
provei anteriormente, e, portanto, nada lhes falta para poderem ser chamadas
sóis”. Galileu concorda, pois, com as ideias acerca das estrelas defendidas quatro
décadas antes por Giordano Bruno.
1627 – Johannes Kepler publica seu último trabalho: "Tabelas Rodolfinas", em
homenagem ao Imperador romano-austríaco Rodolfo II (1552-1612) e dedicadas à
memória de Tycho Brahe, as quais contêm as observações de Tycho e dele próprio
sobre o movimento dos planetas. Em sua confecção, Kepler utiliza um novo método
de cálculo matemático (os logaritmos) inventado pelo matemático escocês John
Napier (1550-1617), em 1614.
1631 (7 de novembro) – Pierre Gassendi faz a primeira observação do trânsito de
um planeta (Mercúrio), o qual havia sido previsto por Kepler. Ocorre um trânsito
quando um planeta, visível da Terra, passa entre esta e o Sol, ocultando parte do
disco solar. É semelhante a um eclipse, e os três corpos celestes (Terra, planeta e
Sol) precisam estar alinhados. Pode haver apenas trânsitos de Mercúrio e de Vênus,
os únicos planetas internos à órbita terrestre.
1632 – Galileu Galilei publica “Dialogo sopra I Due Massimi Sistemi del Mondo”
(Diálogo sobre os Dois Máximos Sistemas do Mundo), com clara inclinação pelo
heliocentrismo. Na parte final da obra, ele demonstra que a Terra gira em redor do
Sol.
1633 (22 de junho) – Diante do Santo Ofício, Galileu, temendo o agravamento da
sua situação e para evitar condenação maior – de consequências certamente
trágicas –, se vê obrigado a voltar atrás e a negar tudo o que escrevera. É
condenado a passar os últimos oito anos de sua vida sob prisão domiciliar.
1634 – É editado, postumamente, o livro "Somnium sive opus postumum de
astronomia lunari", de Johannes Kepler, que relata uma viagem à Lua feita pelo
adolescente Duracotus, personagem central da narrativa e uma projeção literária
do próprio autor. Mescla de autobiografia e de ficção, o livro é considerado
precursor e inspirador da futura novela de aventuras siderais.
1637 – É inaugurado o Observatório de Copenhague, sob a direção de Christian
Longomontanus.
1639 – O astrônomo e jesuíta italiano Zupus – Giovanni Battista Zupi (1590-1650)
– consegue distinguir as fases de Mercúrio, demonstrando conclusivamente que
este planeta orbita o Sol.
1639 – Os astrônomos ingleses Jeremiah Horrocks (1618-1641) e William Crabtree
(1610-1644) observam pela primeira vez um trânsito de Vênus.
1639 (28 de setembro) – O astrônomo e naturalista alemão George Marcgrave
(1601-1644) inaugura, numa das torres do palácio de Friburgo, que Maurício de
Nassau (1604-1679) fizera construir na Ilha de Antônio Vaz (Pernambuco), um
observatório astronômico, o primeiro do Novo Mundo e do hemisfério austral. Aí
são igualmente feitas as primeiras observações astronômicas e meteorológicas
sistemáticas do Novo Continente.
1640 (13 de novembro) – Primeiro eclipse da Lua cientificamente acompanhado no
novo mundo, registrado por George Marcgrave a partir de suas observações, feitas
no Brasil.
1641 – William Gascoigne (1612-1644) inventa os fios de retículo do telescópio.
1641 – O astrônomo alemão de origem polonesa Johann Hevelius (1611-1687)
inaugura um observatório (denominado Stellaburgum) em sua própria casa, em
Danzig, equipando-o com um quadrante azimutal de 1,5m de raio, além de um
sextante de 1,8m.
1643 - O físico e matemático italiano Evangelista Torricelli (1608-1647) inventa o
barômetro, instrumento utilizado para medir a pressão atmosférica, que pode ser
definida como a força, por unidade de área, exercida pelo ar contra uma superfície.
Ao nível do mar, a pressão atmosférica é de aproximadamente 101,325 quilopascais
(kPa), o que equivale a uma densidade do ar de 1,25 kg/m3; ela diminui com a
altitude, sendo de pouco menos de 0,3 kg/m3 a 8.840m, o que corresponde,
aproximadamente, ao pico do Monte Everest, o ponto mais alto da Terra. A
variação da pressão atmosférica implica também uma variação proporcional do
ponto de fusão e de ebulição dos elementos químicos. A água, por exemplo, que
ferve a 100°c ao nível do mar, atinge o ponto de ebulição a 69°c no topo do Everest.
1643 (9 de janeiro) – O jesuíta italiano Giovanni Battista Riccioli (1598-1671) é o
primeiro a informar o fenômeno conhecido como Luz Pálida de Vênus. Trata-se de
uma luminescência lânguida no lado noturno do planeta, semelhante ao brilho da
Terra na Lua, embora não tão luminoso. A Luz pálida é observada quando Vênus
está no céu da noite, e a face escura do planeta está voltada para a Terra. Estudos
são mais tarde tentados por algumas missões espaciais, inclusive pelas sondas
Pioneer e pelas sondas russas Venera 11 e 12. O fenômeno ainda permanece
esporádico e a explicação, duvidosa.
1644 – Johann Hevelius confirma as fases de Mercúrio observadas cinco anos antes
por Zupus.
1644 – O filósofo e matemático francês René Descartes (1596-1650) aventa a
hipótese de que o Sol, os planetas e os satélites originaram-se a partir de uma
nebulosa primordial. Ele também apresenta, em seu livro "Princípios de Filosofia",
a ideia da infinitude do Universo, por não se poder pensar sobre um limite para a
sua extensão. Na mesma obra, ele afirma que o espaço é a extensão do que se move
em torno dos corpos, como também rejeita a existência do átomo, já que podemos
pensar em dividir a matéria ilimitadamente. Rejeita também a ideia de vácuo, ao
considerar o espaço como um "plenum", cheio de matéria da mesma espécie e em
movimento, movimento esse dado inicialmente por Deus. Como não admite a ideia
de força de atração a distância, e considerando que a interação de sistemas físicos
só pode ocorrer por contato, Descartes é levado ao conceito de éter – o seu
"plenum" – e, em consequência, formula a teoria dos vórtices para explicar a
gravitação.
1645 – o cartógrafo e astrônomo holandês Michael Florent van Langren (1598-
1675) elabora o primeiro mapa da Lua.
1647 – Johann Hevelius publica “Selenographia, sive Lunae descriptio”, obra pela
qual é considerado o fundador da topografia lunar ou selenografia.
1650 – Giovanni Battista Riccioli é o primeiro a observar uma estrela dupla: MizarAlcor, na constelação da Ursa Maior. Hoje sabe-se que se trata de um sistema
estelar múltiplo, com pelo menos seis componentes.
1651 – É editado postumamente o livro "De Mundo nostro Sublunari Philosophia
Nova", de William Gilbert, no qual o cientista defende a rotação da Terra, nega a
existência de uma esfera de estrelas fixas e nega, também, a finitude do Universo.
1651 - Giovanni Battista Riccioli publica um mapa da Lua denominado
"Almagestum novum", com observações de seu aluno Francesco Maria Grimaldi
(1618-1663), em que são dados às montanhas lunares nomes de formações
terrestres (Apeninos, Alpes, Cárpatos...), e as crateras mais notáveis recebem
nomes de astrônomos famosos anteriores a ele e contemporâneos. Os “mares”
recebem denominações meteorológicas ou abstratas (Mar da Serenidade, da
Fecundidade, da Tempestade, dos Humores...). Este sistema perdura até hoje e
continua servindo de modelo para a nomenclatura da topografia lunar.
1654 – O siciliano Giovanbattista Hodierna (1597-1660) publica o primeiro
catálogo de nebulosas, relacionando 41 objetos e tentando dar-lhes classificações
em termos de fundamentação estelar.
1654 – O religioso irlandês James Ussher (1581-1656), Arcebispo de Armagh, após
o exame de fontes históricas antigas e das Escrituras Sagradas, conclui que o
mundo foi criado às 9h da manhã do dia 26 de Outubro de 4004 a.C.
1655 (25 de março) – O astrônomo holandês Christian Huygens (1629-1695)
descobre Titã, primeiro satélite conhecido de Saturno. Ele o chama simplesmente
de “Saturni Luna” (ou “Luna Saturni”), forma latina de “Lua de Saturno”. O nome
Titã é dado apenas em 1847.
Titã, segundo maior satélite do Sistema Solar, tem diâmetro de 5.152 km (superior
ao de Mercúrio) e orbita Saturno, à distância média de 1.221.870 km, em 15,945
dias.
Dados complementares: superfície: 83 milhões de km2; massa: 134,52 quintilhões
de toneladas; densidade: 1,88g/cm3; gravidade: 0,14 G; magnitude aparente: 7,9.
1656 – Christian Huygens identifica os anéis A e B de Saturno como sendo anéis e
descobre formações estelares na nebulosa de Órion. Ademais, é o primeiro a
observar sulcos na superfície de Marte.
1656 – Christian Huygens patenteia o primeiro relógio de pêndulo, que havia
desenvolvido para satisfazer a necessidade de uma medida exata de tempo ao longo
de suas observações dos céus.
1659 – Christian Huygens observa a mancha escura hoje conhecida como Syrtis
Major, o primeiro detalhe da superfície marciana a ser identificado.
1661 – Johann Hevelius publica o catálogo “Sternverzeichnis” (“Índice de
Estrelas”).
1663 – O matemático e físico teórico escocês James Gregory (1638-1675) propõe
um telescópio refletor óptico.
1664 – O inglês Robert Hooke (1635-1703) descobre a Grande Mancha Vermelha
de Júpiter, região anticiclônica (sistema de alta pressão) localizada no hemisfério
sul do planeta.
1665 – O astrônomo francês de origem italiana Giovanni Domenico (ou JeanDominique) Cassini (1625-1712) determina as velocidades rotacionais de Júpiter e
de Vênus.
1665 – O astrônomo amador alemão Johann Abraham Ihle (1627-1699) descobre o
primeiro aglomerado globular, M22, em Sagittário. Aglomerados globulares são
grupos estelares com forma aproximadamente esférica, com dimensões médias de
cem anos-luz, em cujo interior há grande concentração de estrelas antigas (podem
ser até centenas de milhares). Em geral, estão localizados longe do centro da
Galáxia, havendo mesmo aglomerados globulares extragalácticos.
1666 – Giovanni Cassini determina o período de rotação de Marte, concluindo que
é de 24h40min (valor real: 24h37min22,7s).
1666 – Giovanni Cassini assinala a presença de calotas polares em Marte, supondo
serem formadas por neve.
1667 – Entra em atividade o Observatório Nacional de Paris, que se celebriza
graças ao trabalho dos astrônomos da família Cassini.
1668 – O físico, matemático e astrônomo inglês Isaac Newton (1642-1727) descobre
que, fazendo-se um feixe de luz branca atravessar um prisma de vidro, obtém-se
sua decomposição nas sete cores do espectro visível (as mesmas do arco-íris):
vermelho, alaranjado, amarelo, verde, azul, anil e violeta. O princípio físico em que
se baseia a decomposição da luz é a refração: ao atravessar a superfície de
separação entre dois meios transparentes, de índices de refração diferentes, o feixe
luminoso sofre um desvio proporcional ao comprimento de onda da luz.
1668 – Isaac Newton constrói o primeiro telescópio refletor óptico, baseado
parcialmente em um desenho criado, em 1663, por James Gregory.
1668 – O astrônomo italiano Geminiano Montanari (1633-1687) descobre a
primeira binária eclipsante: Algol, beta de Perseu. Binárias eclipsantes são duplas
de estrelas em que o plano de órbita de ambas se aproxima de tal forma da linha de
visão do observador que as componentes passam por eclipses mútuos. São estrelas
variáveis, não porque a luz de cada uma varie, mas por causa do movimento
eclipsante.
1670 – O astrônomo francês Jean Picard (1620-1682) mede o raio da Terra com
uma precisão sem precedentes, obtendo o valor de 6.328,9 km (valor correto do
raio polar: 6.356,8 km). Essa medição mais precisa é usada por Newton no
aperfeiçoamento da sua lei da gravitação universal.
1671 (25 de outubro) – É descoberto o satélite Jápeto, segundo conhecido de
Saturno, por Giovanni Cassini.
Diâmetro: 1.494,8 x 1.424,8 km; período orbital: 79,321 dias; distância média ao
planeta: 3.560.820 km; massa: 1,805 quintilhão de toneladas; densidade:
1,83g/cm3.
1672 – Jean Richter e Giovanni Cassini medem a unidade astronômica (distância
da Terra ao Sol) com o valor de 138.370.000 km, mais de 11.000.000 de km abaixo
do valor real (149.600.000 km).
1672 – O padre francês Laurent Cassegrain (1629-1693) desenvolve o modelo de
telescópios que leva o seu nome.
1672 (13 de agosto) – Christian Huygens descobre as calotas polares do planeta
Marte.
1672 (23 de dezembro) – Giovanni Cassini descobre Reia, terceiro satélite
conhecido de Saturno.
Diâmetro: 1.535,2 x 1.525 x 1.526,4 km (segundo maior de Saturno); período
orbital: 4,518 dias; distância média ao planeta: 527.108 km; massa: 2,307
quintilhão de toneladas; densidade: 2,233g/cm3.
1675 – O astrônomo dinamarquês Ole Römer (1644-1710) usa a mecânica orbital
dos satélites de Júpiter para estimar que a velocidade da luz é de cerca de 227.000
km/s (valor real: 299.792,458 km/s).
1675 – Giovanni Cassini verifica que, entre os anéis A e B (mais interno) de Saturno
há um vazio, que recebe o nome de “divisão de Cassini”.
1675 (22 de junho) – É fundado o Royal Greenwich Observatory (Observatório Real
de Greenwich), com o intuito específico de aperfeiçoar instrumentos e desenvolver
novos métodos para a determinação das posições geográficas para a navegação.
Projetado por Sir Christopher Wren (1632-1723), sua construção termina no ano
seguinte, sendo John Flamsteed (1646-1719) nomeado primeiro astrônomo real.
1678 – O astrônomo inglês Edmond Halley (1656-1742) publica um catálogo de 341
estrelas do hemisfério sul, o primeiro levantamento sistemático do céu desse
hemisfério.
1680 (14 de novembro) – O astrônomo alemão Gottfried Kirch (1639-1710)
descobre C/1680 V1, um dos mais brilhantes cometas do século XVII (segundo
alguns, visível durante o dia) e o primeiro a ser identificado por telescópio.
Conhecido também como Grande Cometa de 1680 ou Cometa de Kirch, passa a 60
milhões de km da Terra em 30 de novembro. Alcança o periélio (a apenas 898.000
km) em 18 de dezembro e, onze dias mais tarde, atinge o brilho máximo. A última
observação ocorre em 19 de março de 1681.
Este cometa é famoso por ter sido utilizado por Isaac Newton para testar e verificar
as leis do movimento planetário de Kepler, fundamentais para a elaboração da sua
teoria da gravitação universal.
1682 – Edmond Halley observa e calcula a órbita do cometa que mais tarde levará
seu nome. O periélio ocorre em 15 de setembro.
1684 (21 de março) – Giovanni Cassini descobre Tétis e Dione, quarto e quinto
satélites conhecidos de Saturno.
Tétis – Diâmetro: 1.080,8 x 1.062,2 x 1.055 km; período orbital: 1,887 dia;
distância média ao planeta: 294.619 km; massa: 617,4 quatrilhões de toneladas;
densidade: 0,973g/cm3.
Dione – Diâmetro: 1.127,6 x 1.122 x 1.120 km: período orbital: 2,736 dias; distância
média ao planeta: 377.396 km; massa: 1,095 quintilhão de toneladas; densidade:
1,476g/cm3.
1687 (5 de julho) – Isaac Newton publica seu livro “Philosophiae Naturalis
Principia Mathematica” (Princípios Matemáticos da Filosofia Natural), em três
volumes, esboçando as leis da mecânica e a lei da gravidade (ou da gravitação
universal), concebida a partir de 1666, segundo a qual a força de atração entre dois
corpos é proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional ao
quadrado da distância que os separa. As três leis da mecânica de Newton são: 1.
princípio da inércia: um corpo que esteja em movimento ou em repouso tende a
manter seu estado inicial. 2. Princípio fundamental da mecânica: a resultante das
forças que agem num corpo é igual ao produto de sua massa pela aceleração
adquirida. 3. lei de ação e reação: Para toda força aplicada existe outra de mesmo
módulo, mesma direção e sentido oposto. Newton rompe assim, definitivamente,
com a concepção de mundo vigente desde a Antiguidade. A partir daí, as mesmas
leis da mecânica passam a reger tanto os fenômenos terrestres como os do céu, e o
Cosmo deixa de ser fechado – como acreditavam os gregos – para se estender até o
infinito.
1690 – Christian Huygens publica “Traité de la lumière” (“Tratado da Luz”), em
que formula a teoria ondulatória da propagação da luz, elaborando o "princípio de
Huygens", no qual expõe sua concepção da luz como onda de energia que se
propaga no espaço, teoria que é posteriormente desenvolvida pelo físico francês
Augustin Fresnel (1788-1827).
1690 – Giovanni Cassini percebe que a rotação da atmosfera superior de Júpiter
não é constante em todos os seus pontos. A rotação da região polar da atmosfera do
planeta é aproximadamente cinco minutos mais demorada do que a da região
equatorial.
1690 - John Flamsteed observa Urano pelo menos seis vezes, mas não reconhece o
astro como planeta e o cataloga como sendo a estrela 34 Tauri.
1698 – Edmond Halley calcula as órbitas dos 24 cometas observados entre 1337 e
1698, determinando que são elípticas, como as dos planetas. Intrigado com a
semelhança dos parâmetros orbitais dos cometas de 1531, 1607 e 1682, ele
apresenta a hipótese de que se trata sempre do mesmo astro e de que ele
reapareceria em 1758.
1700 – A Alemanha, a Holanda e a Dinamarca (incluindo a Noruega) adotam o
calendário gregoriano.
1702 – É fundado pelos jesuítas o Observatório de Marselha, onde Jean Louis Pons
(1761-1831) descobre 37 cometas, inclusive o de 1818, cuja periodicidade é
reconhecida por Johann Franz Encke (1791-1865), aluno do matemático alemão
Gauss.
1704 – Isaac Newton publica "Opticks", a sua obra mais importante sobre óptica,
na qual expõe suas teorias anteriores e suas ideias acerca da natureza corpuscular
da luz, apresentando também um estudo detalhado sobre fenômenos como
refração, reflexão e dispersão luminosa.
1705 – Edmond Halley publica “A Synopsis of the Astronomy of Comets”, em que
descreve 24 cometas. Neste livro, utilizando as leis de Newton, calcula
corretamente o período do cometa que mais tarde levará seu nome como sendo de
aproximadamente 76 anos. Suas reaparições (1758 e 1835) confirmam os Cálculos
do astrônomo.
1715 – Edmond Halleycalcula a trajetória da sombra de um eclipse solar.
1716 – Edmond Halley sugere uma medição de alta precisão da distância Terra-Sol
cronometrando o trânsito de Vênus.
1718 – Edmond Halley descobre o “movimento próprio” das estrelas, que se
caracteriza como deslocamentos retilíneos com velocidade constante. Ele faz essa
descoberta ao notar que algumas estrelas haviam mudado de posição, ao comparar
suas localizações recentes com as antigas medidas tomadas por Ptolomeu.
1718 – Todas as obras de Galileu Galilei, com exceção do Diálogo sobre os Dois
Máximos Sistemas do Mundo, são publicadas em Florença, com autorização do
Santo Ofício.
1720 – Edmond Halleypropõe uma forma primitiva do paradoxo de Olbers.
1724 – Daniel Gabriel Fahrenheit (1686-1736), físico e químico germânico, inventa
uma escala uniforme de leitura da temperatura, utilizada até os dias de hoje nos
países anglo-saxões, em que a temperatura de congelamento da água ou fusão do
gelo à pressão de uma atmosfera está a 32°F (0°C) e a de ebulição, ponto máximo, a
212°F (100°C).
1725 – É publicada a “Historia Coelestis Britannica”, em três volumes, principal
obra de John Flamsteed, terminada por seus assistentes, na qual os dois primeiros
volumes contêm os resultados de todas as suas observações, e o terceiro é um
catálogo de 3.000 estrelas.
1728 – O astrônomo inglês James Bradley (1693-1762) anuncia a descoberta da
aberração da luz estelar, uma leve mudança aparente nas posições das estrelas
causada pelo movimento anual da Terra.
1731 – O astrônomo inglês John Bevis (c. 1693-1771) descobre o primeiro resto de
supernova, a nebulosa do Caranguejo (M1), originada a partir da supernova de
1054.
1733 – É eliminado o maior defeito dos telescópios refratores, a aberração
cromática, quando o britânico Chester Moor Hall (1703-1771) obtém objetivas
acromáticas, combinando diversas lentes.
1734 - No livro "Opera Philosophica et Mineralia" ("Obras Filosóficas e
Mineralógicas"), o sueco Emanuel Swedenborg (1688-1772) propõe a primeira
hipótese de origem nebular para o Sistema Solar, o qual teria se formado com
partículas se projetando do sol em espirais e se juntando para formar os planetas.
1736 – Chega ao Brasil (Estado do Pará) uma equipe de cientistas franceses, da
qual faz parte Charles Marie de La Condamine (1701-1774), nomeada pela
Academia de Ciências de Paris para determinar, no equador terrestre, um arco de
meridiano, incumbência que outra comissão equivalente, chefiada por Pierre Louis
Maupertuis (1698-1759) e trabalhando a 70° de latitude norte, trata também de
fazer para fins comparativos. Estes cientistas conseguem, por tal processo,
demonstrar o achatamento polar da Terra.
1737 (28 de maio) – John Bevis registra a única ocultação de Mercúrio por Vênus
visível da Terra historicamente observada. O próximo fenômeno semelhante
ocorrerá em 2133.
1741 – Cai, no Japão, um meteorito que é venerado por 150 anos. Os japoneses
veem nele a bela imagem de uma pedra caída do jardim da deusa Shokuyo, situado
às margens do grande rio celeste (a Via Láctea).
1741 – Galileu Galilei é "reabilitado" pelo Papa Bento XIV (1675-1758) mediante a
concessão do "Imprimatur", uma declaração oficial da Igreja Católica na qual se
afirma que determinada obra literária ou similar não é contrária às doutrinas da
Igreja e que constitui uma boa leitura para qualquer pessoa de fé católica. É
permitida a publicação de todas as obras científicas de Galileu, incluindo uma
versão levemente censurada do Diálogo sobre os Dois Máximos Sistemas do
Mundo.
1742 – Anders Celsius (1701-1744), astrônomo sueco, Idealiza uma escala de
termometria na qual o ponto de fusão do gelo marca o 0 e o ponto de ebulição da
água o 100. Uma vez marcadas estas duas temperaturas, a distância existente entre
ambos os pontos divide-se em 100 partes. Cada uma destas divisões é um grau
Celsius (°C) de temperatura. Esta escala recebe o nome de escala centígrada e o
grau Celsius (°C) chama-se grau centígrado.
1744 (1º de março) – O Grande Cometa de 1744, oficialmente denominado C/1743
X1, descoberto (29 de novembro de 1743) por Jan de Munck e observado
independentemente (09 de dezembro) pelo holandês Dirk Klinkenberg (1709-1799)
e (13 de dezembro) pelo suíço Jean-Philippe de Chéseaux (1718-1751), atinge o
periélio, à distância de 33.300.000 km do Sol. Visível a olho nu por vários meses,
atinge a magnitude aparente -7. Pouco depois do periélio, um “leque” de seis
caudas do cometa é observado no céu, o que configura um fenômeno bastante raro.
A última observação ocorre em 22 de abril.
Charles Messier, então com treze anos, observa o cometa, que causa nele uma
profunda impressão.
1744 – O astrônomo suíço Jean-Phillipe de Cheseaux (1718-1751) propõe uma
forma primitiva do paradoxo de Olbers.
1744 (31 de dezembro) – James Bradley anuncia a descoberta do movimento de
Nutação da Terra. Trata-se de uma pequena oscilação periódica do eixo de rotação
terrestre, com ciclo de 18,6 anos, causada pela força gravitacional da Lua.
1745 – O naturalista francês Georges Louis Leclerc Buffon (1707-1788) formula
uma teoria segundo a qual um corpo massivo (que Buffon acredita ser um cometa)
aproximou-se do Sol, arrancando-lhe o material que depois se condensou nos
planetas.
1749 – O astrônomo francês Le Gentil (1725-1792) descobre a primeira galáxia
visível apenas com o telescópio, M32.
1750 – O matemático inglês e construtor de instrumentos científicos Thomas
Wright
(1711-1786) publica um tratado intitulado “An Original Theory on New Hypothesis
of the Universe” (Uma Teoria Original sobre Novas Hipóteses do Universo), no
qual tenta, pela primeira vez, explicar a presença da Via Láctea em nossa Galáxia,
vista como um dos infinitos sistemas que povoam o espaço. Via Láctea, neste caso,
é a faixa leitosa que atravessa o céu, formando o plano horizontal do nosso sistema
galáctico. Contudo, essse aspecto “lácteo”, de onde vem o nome da Galáxia, é
apenas ilusão de óptica, pois desaparece se o céu for observado com um simples
binóculo.
1752 (2 de setembro) – A Inglaterra e a Irlanda adotam o calendário gregoriano.
Neste mesmo mês, também o Canadá o adota.
1753 – O jesuíta e astrônomo croata Roger Joseph Boscovich (1711-1787) descobre
a ausência de atmosfera na Lua.
1753 – A Suécia (incluindo a Finlândia) adota o calendário gregoriano.
1755 – O francês Nicolas de Lacaille (1713-1762) fornece uma lista de nebulosas,
compreendendo também objetos do hemisfério sul.
1755 – O filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) publica a sua “História Geral
da Natureza e Teoria do Céu”, obra na qual imagina as nebulosas como outras viaslácteas, cada uma formada por miríades de estrelas, distribuídas de modo a formar
uma estrutura achatada, como um disco. Tais estruturas girariam em torno de um
ponto central, do mesmo modo que os planetas giram em torno do Sol. Kant afirma
ainda que as manchas elípticas visíveis no céu (as nebulosas) “são mundos iguais
ao nosso, a Via Láctea”. A concepção kantiana não se limita à natureza desses
sistemas, mas mostra-se muito mais ampla. Abrange mesmo a ordenação de todo o
Universo, ao afirmar que as galáxias se agrupam entre si em outros sistemas (hoje
dizemos “aglomerados de galáxias”). Esses agrupamentos, por sua vez, formam
novos conjuntos (os “superaglomerados de galáxias”, na terminologia atual), e
assim por diante.
1758 – A censura à publicação de livros defendendo o heliocentrismo é retirada do
”Index Librorum Proibitorum”, à exceção do Diálogo sobre os Dois Máximos
Sistemas do Mundo, de Galileu, e da obra “De Revolutionibus Orbium Coelestium”,
de Copérnico.
1758 – O físico, astrônomo e matemático jesuíta croata Rudjer Josip Boscovich
(1711-1787) desenvolve sua teoria de forças, na qual a gravidade pode ser repulsiva
a pequenas distâncias. De acordo com ele, estranhos corpos com essas
características, similares a "buracos brancos", podem existir, não sendo possível a
outros corpos atingir suas superfícies.
1758 (25 de dezembro) – O astrônomo amador alemão Johann Palitzsch (17231788) é o primeiro a observar o retorno do cometa Halley, conforme havia sido
previsto pelo astrônomo inglês (o periélio ocorre em 13 de março de 1759). É o
primeiro cometa a ter sua periodicidade comprovada. Nicolas de Lacaille sugere
dar o nome de Halley ao cometa.
1761 – O trânsito de Vênus observado pelo escritor e cientista russo Mikhail
Lomonosov (1711-1765) fornece a primeira evidência de que o planeta possui uma
atmosfera.
1764 – O astrônomo francês Charles Messier (1730-1817) descobre a primeira
nebulosa planetária, a nebulosa Dumbbell (M27).
Nebulosas planetárias são objetos constituidos por um invólucro brilhante de gases
e plasma, formados por certos tipos de estrelas no período final do seu ciclo de
vida. Não estão de todo relacionadas com planetas; o seu nome é originário de uma
suposta similitude de aparência com planetas gigantes gasosos.
Têm um período de existência pequeno (dezenas de milhares de anos) quando
comparado com o tempo de vida típico das estrelas (vários bilhões de anos). As
nebulosas planetárias desempenham um papel importante na evolução química
das galáxias, libertando material para o meio interestelar, enriquecendo-o com
elementos pesados e outros produtos de nucleossíntese (carbono, nitrogênio,
oxigênio e cálcio). A associação desses objetos com planetas (1779) é de autoria do
astrônomo francês Antoine Darquier ou D'Arquier de Pellepoix (1718-1802), mas a
expressão "nebulosa planetária" é cunhada (1784) por William Herschel.
1764 – O astrônomo francês Joseph Jérôme Lalande (1732-1807) publica o “Traité
d’astronomie” (“Tratado de Astronomia”), tabelas das posições planetárias que são
consideradas as melhores disponíveis para o resto do século XVIII.
1765 – O físico e químico inglês Henry Cavendish (1731-1810) descobre o
hidrogênio e, no ano seguinte, constata que esse gás é mais leve do que o ar.
1766 – O matemático alemão Johann D. Titius (1729-1796) descobre uma curiosa
relação matemática entre as distâncias a que os planetas então conhecidos orbitam
o Sol. Se se tomar a progressão geométrica 0, 3, 6, 12, 24, 48 e 96, em que cada
número, depois do 3, é o dobro do anterior, e se se somar 4 a cada elemento da
sucessão, obtém-se 4, 7, 10, etc., até alcançar 100. Esta última sequência numérica,
dividida por 10, reproduz com grande precisão a distância relativa, em unidades
astronômicas, a que os planetas se encontram do Sol, com Mercúrio à distância 0,4
e Saturno, o planeta mais longínquo que então se conhecia, à distância 10. Outro
alemão, Johann Elert Bode (1747-1826), passa a divulgar essa relação numérica,
que se torna impropriamente conhecida como “Lei de Titius-Bode” (na verdade,
trata-se de uma regra, e não de uma lei).
1766 – O italiano Troili publica uma nota em que apresenta os resultados de seus
estudos sobre o meteorito de Alboreto, mas é completamente ignorado pela
“ciência oficial” da época.
1767 o Observatório REal de Greenwich começa a publicar O Almanaque Náutico,
que estabelece a longitude de Greenwich como a linha-base para cálculos de tempo.
1769 – O padre Bachelay apresenta à Academia Real de Ciências de Paris um
pedaço de pedra com incrustações. Bachelay testemunhara, um ano antes, a queda
desse objeto no céu de Lucé e enriquece sua descrição com detalhes. A Academia
nomeia uma comissão, incumbindo-a de esclarecer todos os casos de pedras que
caíam do céu. No entanto, as conclusões obtidas (a crosta de fusão do meteorito de
Lucé fora produzida pela vitrificação induzida por um raio) servem apenas para
retardar a compreensão do fenômeno.
1771 - Surge a segunda (e definitiva) versão do catálogo de Charles Messier com 103
objetos nebulosos, cuja denominação ainda se encontra em uso, sendo
representada por uma letram (de Messier) seguida, sem espaço, por um número
(por exemplo, M31, M42). Posteriormente, entre 1921 e 1966, astrônomos
identificam outros sete objetos nebulosos observados por Messier e seu assistente
Pierre Méchain (1744-1804), mas não catalogados. Estes objetos fazem parte,
atualmente, do Catálogo Messier, o que eleva o seu número para 110.
1772 – Johann Bode dá publicidade à regra de Titius-Bode para distâncias
planetárias.
1772 – O matemático francês de origem italiana Joseph-Louis de Lagrange (17361813) sugere que existem cinco pontos na órbita da Terra nos quais os efeitos da
gravidade do planeta se anulam em relação ao Sol. Dois dos pontos de Lagrange
(L4 e L5) são considerados estáveis, uma vez que qualquer material que lá se
encontre só pode ser libertado por colisão ou outro tipo de evento catastrófico.
1774 (1º de agosto) – Joseph Priestley (1733-1804), ministro presbiteriano e
químico britânico, identifica um gás que ele chama de "dephlogisticated air",
posteriormente denominado de oxigênio.
1778 – Charles Messier descobre M54, que hoje é sabido ser o primeiro aglomerado
globular extragaláctico identificado.
1779 – Antoine Darquier descobre a nebulosa do Anel (M57) e pela primeira vez
compara uma nebulosa planetária com planetas.
1780 – O governo imperial lusitano cria o Observatório Astronômico do Rio de
Janeiro, que passa a funcionar apartir de uma missão científica oficial dirigida pelo
cosmógrafo português Bento Sanches d’Orta (1739-1795).
1781 – Charles Messier e Pierre Méchain descobrem o aglomerado de galáxias
Virgo, que eles supõem ser um aglomerado de nebulosas.
1781 (13 de março) – O astrônomo inglês de origem alemã William Herschel (17381822) descobre Urano durante um levantamento, feito com telescópio, do céu do
hemisfério norte. Herschel pensa tratar-se de uma estrela e dá ao astro o nome de
“Georgium Sidus” (Estrela de Jorge), em homenagem a Jorge III, rei da GrãBretanha (1760-1801) e posteriormente do Reino Unido. A confirmação de que é
um planeta ocorre em 1783, e o nome Urano é oficialmente adotado a partir de
1850.
Com diâmetro de 51.118 x 49.946 km e volume de 68,33 trilhões de km3 (63,086
vezes superior ao terrestre), Urano é o terceiro maior planeta do Sistema Solar.
Tem massa de 86,810 sextilhões de toneladas (14,536 massas terrestres), e a área
da superfície é de 8,116 bilhões de km2 (15,91 superfícies da Terra). É o sétimo
planeta a partir do Sol, que orbita a uma distância média de 2.876.679.082 km
(varia entre 2.748.938.461 e 3.004.419.704 km). Leva 30.799,095 dias terrestres
(84,323 anos), ou 42.718 dias uranianos, à velocidade média de 24.500 km/h, para
girar em torno do Sol, e 17h14min24s para completar uma rotação. A densidade é
de 1,27g/cm3, a gravidade equivale a 88,6% da terrestre, e a velocidade de escape é
de 21,3 km/s. Os principais componentes da atmosfera são hidrogênio (82%), hélio
(15%) e metano (2%). A magnitude aparente varia entre 5,3 e 5,9. O planeta tem 27
satélites conhecidos.
Na mitologia, Urano é o deus grego que personifica o Céu, gerado
espontaneamente por Gaia (a Terra), com quem tem grande quantidade de filhos:
os titãs, os Ciclopes e os Hecatonquiros (seres gigantes de 50 cabeças e 100 braços).
1782 – O astrônomo inglês de origem holandesa John Goodricke (1764-1786)
observa que as variações de brilho na estrela Algol são periódicas e propõe que ela é
parcialmente eclipsada por um corpo que se move em seu redor.
1782 – Henry Cavendish descobre que a água é constituída por dois átomos de
hidrogênio e um de oxigênio.
1783 – O geólogo e naturalista inglês John Michell (1724-1793) postula a existência
de corpos celestes cuja velocidade de fuga é superior à da luz, o que mais tarde
passa a ser conhecido como “buraco negro”.
1783 (31 de janeiro) – William Herschell descobre Eridani B e Eridani C, estrelas
situadas a 16,5 anos-luz da Terra. No século XX, Eridani B é identificada como a
primeira anã branca conhecida.
Anãs brancas são remanescentes estelares, formadas quando estrelas de massa
menor que 9 ou 10 vezes a solar esgotam o seu combustível nuclear. É uma etapa
evolutiva (posterior à de gigante vermelha) pela qual passarão 97% das estrelas que
conhecemos, inclusive o Sol. As anãs brancas são estrelas extremamente densas
(densidade estimada entre 1 e 10 toneladas por centímetro cúbico) compostas
basicamente por carbono e oxigênio, que são os resíduos da fusão do hélio.
1784 – É encontrado, 35 km a noroeste de Monte Santo, na Bahia, por um garoto
chamado Bernardino da Motta Botelho, o Bendengó, meteorito de 5,4t, conservado,
desde 1888, no Museu Nacional do Rio de Janeiro. Na língua dos índios quiriris, da
Bahia, Bendengó significa “vindo do céu”.
1784 – O astrônomo inglês Edward Piggot (1753-1825) descobre Eta Aquilae, a
primeira estrela variável Cefeida conhecida.
1784 – John Goodricke descobre delta Cephei, protótipo da categoria estelar das
variáveis cefeidas. Cefeidas são estrelas gigantes ou supergigantes cujo brilho varia
com regularidade e de forma previsível, sendo um importante referencial na
medição de distâncias estelares.
1785 – William Herschel elabora um modelo de sistema estelar galáctico no qual o
Sol ocupa o centro da Via Láctea. Essa concepção cosmológica é conhecida como
“galactocentrismo”.
1786 – É construído o primeiro observatório australiano, perto da atual cidade de
Sydney.
1787 – Caroline Herschel (1750-1848), irmã de William Herschel, passa a receber,
por determinação do rei inglês Jorge III, um salário anual de 50 libras, sendo
nomeada assistente de William, então astrônomo real. É a primeira mulher a
exercer a astronomia profissionalmente.
1787 (11 de janeiro) – William Herschel descobre Titânia e Oberon, primeiros
satélites conhecidos de Urano.
Titânia – Diâmetro: 1.577 km; período orbital: 8,706 dias; distância média ao
planeta: 435.910 km; massa: 3,527 quintilhões de toneladas; densidade:
1,711g/cm3.
Oberon – Diâmetro: 1.523 km; período orbital: 13,463 dias; distância média ao
planeta: 583.520 km; massa: 3,014 quintilhões de toneladas: densidade:
1,63g/cm3.
Os nomes das luas de Urano são tirados de personagens das obras dos ingleses
William Shakespeare (1564-1616) e Alexander Pope (1688-1744).
1789 – William Herschel constrói um telescópio óptico refletor, o maior que o
mundo havia visto até então, com 1,20m de diâmetro, localizado em Slough,
Inglaterra.
1789 (28 de agosto) – William Herschel descobre Encélado, sexto satélite
conhecido de Saturno.
Diâmetro: 513,2 x 502,8 x 496,6 km; período orbital: 1,370 dia; distância ao
planeta: 237.948 km; massa: 108 quatrilhões de toneladas; densidade: 1,61g/cm3.
1789 (17 de setembro) – William Herschel descobre Mimas, sétimo satélite
conhecido de Saturno.
Diâmetro: 414,8 x 394,4 x 381,4 km; período orbital: 0,942 dia; distância ao
planeta: 185.520 km; massa: 37,49 quatrilhões de toneladas; densidade:
1,148g/cm3.
1790 (17 de dezembro) – É descoberta, na Cidade do México, uma pedra contendo
o calendário asteca. Pesando 24t, a "Pedra do Sol" contém símbolos astronômicos
esculpidos em uma superfície em formato de disco. Baseada nos movimentos das
estrelas, reflete o conhecimento dos astecas de astronomia e matemática. Este
calendário é 103 anos mais velho que o calendário gregoriano em uso na maioria
das culturas atuais.
1791 – No poema "The Economy of Vegetation", o médico inglês Erasmus Darwin
(1731-1802), avô de Charles Darwin, apresenta a primeira descrição conhecida de
um Universo que se expande e se contrai ciclicamente.
1792 (22 de setembro) – Entra em vigor o Calendário Revolucionário Francês ou
Calendário republicano, instituído pela Convenção Nacional, durante a Revolução
Francesa, para simbolizar a ruptura com a ordem antiga. É um calendário solar
composto de 12 meses de 30 dias, distribuídos em três semanas de dez dias
(decâmeros ou décadas). Os dias de cada década recebem os nomes de primidi,
duodi, tridi, quartidi, quintidi, sextidi, septidi, octidi, nonidi e decadi. O dia é
dividido em 10 horas de 100 minutos, cada minuto com 100 segundos. Aos 360
dias regulares acrescentam-se, anualmente, cinco dias complementares, e um sexto
a cada quadriênio, consagrados à celebração de festas republicanas. O ano começa
no equinócio de outono (22 de setembro, no hemisfério norte), data da
proclamação da República francesa, e os nomes dos meses são baseados nas
condições climáticas e agrícolas das estações na França – outono: Vindimiário,
Brumário, Frimário; inverno: Nivoso, Pluvioso, Ventoso; primavera: Germinal,
Florial, Pradial; verão: Messidor, Termidor, Frutidor.
1794 – Baseado em ampla documentação, o físico alemão Ernst Florens Friedrich
Chladni (1756-1827), de Riga, apresenta um trabalho que faz dele o primeiro a
reconhecer com exatidão a proveniência celeste dos meteoritos. Na verdade, a obra
de Troili já apresentava o embrião dessa ideia, além de uma meticulosa descrição
mineralógica das amostras recuperadas do meteorito de Alboreto. O mérito de
Chladni é ter descrito, com extrema precisão e muito senso crítico, tanto as
amostras encontradas como as circunstâncias da queda e da descoberta. Sua
descrição, muito convincente, facilita a queda do tabu segundo o qual nada de
muito sólido poderia cair do céu.
1795 (8 e 10 de maio) – Joseph Lalande observa o planeta Netuno e o cataloga
como estrela.
1796 – O matemático e astrônomo francês Pierre Laplace (1749-1827) apresenta
sua “hipótese nebular” para a formação do Sistema Solar a partir de uma nebulosa
de gás e poeira que encerra um núcleo extremamente massivo a altas temperaturas
e está em rotação.
1798 – No livro "Philosofical Translations" (“Traduções Filosóficas”), Henry
Cavendish divulga a primeira medição, feita por ele, da constante gravitacional,
uma constante física fundamental que aparece na lei de gravitação universal de
Newton e na teoria da Relatividade geral de Einstein. Seu valor expressa a atração
gravitacional que se produz entre dois objetos pesando 1 kg cada um, separados por
1m de distância. Com isso, torna-se possível calcular a massa e a densidade da
Terra.
1800 – Johann Schröter e Karl Hardin comunicam ter observado manchas
características sobre a superfície de Mercúrio, fornecendo a primeira base para a
cartografia do planeta. Schröter estima, erroneamente, que a rotação de Mercúrio é
de cerca de 24 horas (valor correto: 58,646 dias).
1800 – William Herschel capta, com um termômetro, as radiações infravermelhas
do Sol, separando-as das radiações visíveis com a ajuda de um prisma.
1800 – Reúne-se, na cidade alemã de Lilienthal, um grupo de seis astrônomos,
liderado por Johann Hieronymos Schröter (1745-1816) e autodenominado “polícia
celeste”, tendo por objetivo iniciar a procura sistemática de um suposto planeta
que, de acordo com a “Lei de Titius-Bode” (aparentemente confirmada com a
descoberta de Urano, em 1781), deveria existir entre Marte e Júpiter.
1801 – Johann Elert Bode publica “Uranographia”, uma das primeiras tentativas
prósperas de traçar todas as estrelas visíveis a olho nu sem qualquer interpretação
artística das figuras das constelações.
1801 (1º de janeiro) – O astrônomo e jesuíta italiano Giuseppe Piazzi (1746-1826),
trabalhando no Observatório de Palermo, descobre, na constelação de Touro, um
objeto situado entre as órbitas de Marte e de Júpiter, batizado de 1 Ceres,
exatamente no local onde a impropriamente chamada “Lei de Titius-Bode” previa a
existência de um quinto planeta. Essa descoberta causa euforia no meio científico,
pois acredita-se verdadeiramente tratar-se do quinto planeta em ordem de
distância do Sol. Mais tarde, quando outros objetos são encontrados nas cercanias,
compreende-se que a faixa situada entre as órbitas de Marte e de Júpiter contém
uma série de pequenos corpos celestes, a que William Herschel dá o nome de
asteroides. Hoje Ceres é classificado como planeta anão.
Ceres é o nome latino de Deméter, deusa grega da terra cultivada, das colheitas e
das estações do ano.
Diâmetro: 974,6 x 909,4 km; período orbital: 1.679,819 dias (4,599 anos); distância
média ao Sol: 414.703.838 km (varia entre 381.419.582 e 447.838.164 km); massa:
943 quatrilhões de toneladas; densidade: 2,077g/cm3; período de rotação:
9h4min27s.
1801 (31 de dezembro) – Graças aos cálculos efetuados pelo matemático alemão
Karl Friedrich Gauss (1777-1855), que havia inventado um procedimento conhecido
como “método dos mínimos quadrados” e que permite combinar observações e,
com base nelas, estimar os parâmetros de uma função (neste caso, uma órbita), o
barão húngaro Franz Xaver von Zach (1754-1832) consegue reencontrar Ceres, cuja
trajetória no espaço se perdera logo depois da descoberta de Piazzi.
1802 – O físico inglês William Hyde Wollaston (1766-1828) faz um feixe de luz
branca atravessar um prisma de vidro, colocando à frente do prisma uma placa
com uma pequena fenda vertical. Nasce o primeiro espectroscópio rudimentar, que
permite a ele observar linhas escuras no espectro do Sol.
1802 – O diâmetro de Ceres é estimado em 260 km (o valor correto gira em torno
de 975 km), o que faz os astrônomos compreenderem que não se trata de um
planeta, mas sim de uma nova classe de objetos, a que William Herschel dá o nome
de asteroides.
1802 (28 de março) – O médico e astrônomo alemão Heinrich Wilhelm Olbers
(1758-1840) descobre o asteroide 2 Pallas. Com a inclusão de Ceres entre os
planetas anões, Palas passa a ser o maior asteroide do Sistema Solar.
Diâmetro: 582 x 556 x 500 km; período orbital: 1.686,044 dias (4,62 anos).
Distância média ao Sol: 414.737.000 km.
1803 (26 de abril) – Uma chuva de meteoritos, oriunda do estilhaçamento de um
único bólido, cai em L’Aigle, na França. Trata-se de um evento excepcional: são
recuperados mais de 2.000 fragmentos. Toda a comunidade científica desperta
com o acontecimento. A respeitável Academia de Ciências da França apoiara, até
então, os resultados da comissão de 1769 – não obstante os dezoito eventos
registrados na Europa, naqueles anos. Forçada pelas novas evidências a
reconsiderar a questão, a Academia nomeia nova comissão, chefiada pelo físico
francês Jean-Batiste Biot (1774-1862), para investigar as pedras de L’Aigle. Esse
evento, esclarecido com a contribuição iluminadora de Biot, não deixa lugar a
dúvidas. Em seu relatório à Academia, a comissão conclui que as pedras de L’Aigle,
e igualmente todas as recolhidas em condições análogas, têm proveniência
cósmica. Nasce então, oficialmente, a ciência dos meteoritos, reconhecendo-se que
os pesquisadores estavam lidando com amostras de material não-terrestre.
1804 (2 de setembro) – O alemão Karl Ludwig Harding (1765-1834) descobre o
asteroide 3 Juno.
Diâmetro: 290 x 240 x 190 km; período orbital: 1.595,4 dias (4,37 anos); distância
média ao Sol: 399.155.000 km.
1805 – William Herschel determina o ápice do movimento solar.
1806 (1º de janeiro) – Napoleão Bonaparte (1769-1821) restabelece o calendário
gregoriano na França.
1807 (29 de março) – Heinrich Olbers descobre 4 Vesta, único asteroide visível a
olho nu. Diâmetro: 578 x 560 x 458 km; período orbital: 1.325,15 dias (3,63 anos);
distância média ao Sol: 353.268.000 km.
1809 – O Observatório Astronômico do Rio de Janeiro muda-se para a Academia
Real Militar com o propósito de atender a necessidades de navegação e conduzir
estudos geográficos, geodésicos e astronômicos.
1810 – É erguido, a mando de Frederico Guilherme III (1770-1840), rei da Prússia,
o Observatório de Koennigsberg, que tem como um de seus diretores Friedrich
Wilhelm Bessel.
1811 – A Imprensa Régia brasileira imprime sua primeira publicação astronômica:
as Efemérides Náuticas, calculadas para o meridiano do Rio de Janeiro.
1811 (setembro) – O chamado Grande Cometa de 1811, descoberto em 25 de março
pelo astrônomo francês Honoré Flaugergues (1755-c. 1835), chega ao periélio. O
astro, que permanece visível durante 260 dias, atinge seu brilho máximo em
outubro, e o escritor russo Léon Tolstói (1828-1910), numa cena de Guerra e Paz,
descreve o personagem Pierre observando este cometa.
1814 – O físico alemão Joseph von Fraunhofer (1787-1826) constrói um
espectroscópio aperfeiçoado e estuda sistematicamente as linhas escuras no
espectro solar. O instrumento apresenta uma fenda de duas lunetas; uma faz com
que os raios componentes do feixe luminoso incidam paralelamente sobre o prisma
e a outra recolhe os feixes refratados e os focaliza numa tela. Utilizando um feixe de
luz solar, ele descobre as primeiras 547 linhas do espectro do Sol, que passam a ser
conhecidas como “raias de Fraunhofer” ou “de absorção”.
1815 – Manuel Ferreira de Araujo, professor da Academia Real Militar, que com o
tempo se transforma em escola politécnica, publica o primeiro livro de astronomia
no Brasil: Elementos de Geodésia. No ano seguinte, surge outra publicação do
mesmo autor: Elementos de Astronomia.
1818 – Joseph Fraunhofer é o primeiro a conseguir um bom espectro do Sol e
descobre 576 linhas escuras nele. Ele classifica as linhas mais proeminentes com as
letras de A a K.
1820 (12 de janeiro) – É criada a Royal Astronomical Society, com sede em
Londres.
1821 – O astrônomo francês Alexis Bouvard (1767-1843) detecta irregularidades na
órbita de Urano, o que dá início à busca por Netuno..
1821 – É fundada, pelo astrônomo alemão Heinrich Christian Schumacher (17801850), e com o patrocínio de Cristiano VIII (1786-1848), rei da Dinamarca (18391848), a revista Astronomische Nachrichten (Notas Astronômicas), que afirma ser
a mais antiga publicação sobre astronomia ainda editada. Atualmente, é
especializada em física solar, astronomia
extragaláctica, cosmologia, geofísica, bem como na instrumentação destes campos.
1822 – A Igreja católica admite oficialmente que a Terra gira ao redor do Sol,
pondo fim à proibição de ensinar a teoria heliocêntrica de Copérnico.
1824 – O astrônomo e astrofísico alemão Franz von Gruithuisen (1774-1852)
explica a formação das crateras lunares como o resultado de impactos de
meteoritos.
1825 – Pierre Laplace completa o seu estudo da gravitação, da estabilidade do
Sistema Solar, das marés, da precessão dos equinócios, da libração da Lua e dos
anéis de Saturno no seu livro “Mécanique Céleste”.
1826 – Heinrich Olbers propõe o paradoxo que leva seu nome. O paradoxo de
Olbers pode ser assim resumido: se o Universo é infinito, possuindo um número
infinito de estrelas luminosas, uniformemente distribuídas, o céu deveria ser
inteiramente luminoso porque haveria estrelas em qualquer direção.
1827 (15 de outubro) – É criado, por decreto do imperador D. Pedro I (1798-1834),
o Observatório Astronômico, hoje Observatório Nacional (ON), instalado no
torreão da Escola Militar, na cidade do Rio de Janeiro, tendo como primeiro diretor
o professor de matemática Pedro de Alcântara Bellegarde. Os objetivos iniciais são
orientar os estudos geográficos do território brasileiro e de ensino da navegação.
Hoje o Observatório Nacional é responsável pela geração e divulgação da Hora
Legal Brasileira e por diversas pesquisas e estudos em Astronomia, Astrofísica e
Geofísica, possuindo cursos de pós-graduação com mestrado e doutorado nas duas
áreas.
1828 – Caroline Herschel recebe a medalha de ouro da Royal Astronomical Society
por seus trabalhos em astronomia. É a primeira mulher a receber essa distinção. A
segunda será a norte-americana Vera Rubin, em 1996.
1829 – Os britânicos organizam o Observatório do Cabo da Boa Esperança, em
complemento ao de Greenwich.
1830 – É criado o Observatório Naval dos Estados Unidos (EUA), em Washington.
1831 – O astrônomo amador alemão Samuel Heinrich Schwabe (1789-1875) faz o
primeiro desenho detalhado conhecido da Grande Mancha de Júpiter.
1831 – Surge o primeiro observatório universitário dos EUA, na Universidade da
Carolina do Norte.
1832 – O escocês David Brewster (1781-1868) mostra que gases frios produzem
linhas de absorção escuras nos espectros contínuos.
1835 – O Diálogo sobre os Dois Máximos Sistemas do Mundo e o “De
Revolutionibus Orbium Coelestium” são retirados do “Index Librorum
Proibitorum”. Com isso, desaparece toda a oposição oficial da Igreja ao
heliocentrismo.
1835 – Cientistas iniciam o estudo físico do cometa Halley. Trabalhando no
Observatório de Yale, o naturalista Denison Olmsted (1791-1859) e o matemático
Elias Loomis
(1811-1839) são os primeiros norte-americanos a observá-lo. O periélio ocorre em
16 de novembro.
1835 – O livro “De Revolutionibus Orbium Coelestium”, de Nicolau Copérnico, é
retirado do Index (relação das obras proibidas pela Igreja Católica).
1835 – Caroline Herschel e a escritora científica escocesa Mary Somerville (17801872) tornam-se as primeiras mulheres admitidas na Royal Astronomical Society.
1836 – O banqueiro e astrônomo amador alemão Wilhelm Beerd (1797-1850),
junto com Johann Heinrich von Mädler (1794-1874), prepara o mapa mais
completo da Lua de seu tempo, o “Mappa Selenographica”. Primeiro mapa lunar a
ser dividido em quadrantes, contém uma representação detalhada da face da Lua
voltada para a Terra.
1836 (15 de maio) – O astrônomo inglês Francis Baily (1774-1844) observa as
"Contas de Baily" durante um eclipse solar anular. A vívida descrição dele desperta
novo interesse no estudo de eclipses. As Contas de Baily são os pontos luminosos
de luz que aparecem na extremidade ao redor da Lua durante um eclipse Solar. As
contas são criadas por luz do Sol que atravessa os vales da lua. A última conta é a
mais luminosa e se assemelha a um brilhante anel de diamantes.
1837 – Johann Franz Encke descobre, no interior do anel A de Saturno, uma
divisão muito tênue, que recebe seu nome.
1838 – O escocês Thomas Henderson (1798-1844), o alemão de origem russa
Friedrich Struve (1793-1864) e o alemão Friedrich Bessel (1784-1846) medem as
primeiras paralaxes estelares, refutando um dos mais antigos argumentos
contrários ao heliocentrismo. A primeira estrela que tem sua distância à terra
medida é 61 Cygni, localizada a 11,36 (anos-luz (107 trilhões de km). Hoje sabe-se
que 61 Cygni é uma estrela binária (dupla).
1839 – É criado o Observatório de Harvard, graças a uma coleta organizada entre a
população local, que soma 3.000 dólares. Seu primeiro diretor, William Cranch
Bond, mediante a instalação de instrumentos de sua propriedade, estuda as
manchas solares, os planetas, a nebulosa de Órion e a de Andrômeda.
1839 – O escritor norte-americano Edgar Allan Poe (1809-1849) publica o primeiro
conto de ficção científica sobre cometas. Em "A Palestra de Eiros e Charmion", do
livro “Novas Histórias Extraordinárias”, encontra-se a descrição da destruição da
Terra por um cometa, relatada pela alma de uma das vítimas depois de sua chegada
ao céu.
1839 – O astrônomo russo de origem alemã Friedrich William Struve (1793-1864)
funda o Observatório de Pulkovo, localizado ao sul de São Petersburgo, que se
destaca rapidamente e chega a ser um dos melhores do mundo.
1839 (9 de janeiro) – o processo de fotografia de daguerreótipo é anunciado na
Academia francesa de Ciências.
1840 – Dominique François Arago (1786-1853), astrônomo francês, descobre a
cromosfera solar, camada localizada acima da fotosfera e abaixo da coroa, com
aproximadamente 10.000 km de profundidade e composta, essencialmente, de
hidrogênio ionizado, hélio e cálcio.
1840 (23 de março) – O químico e botânico norte-americano de origem inglesa
John William Draper (1811-1882) inventa a fotografia astronômica e fotografa a
Lua.
1842 – O físico alemão Robert von Mayer (1814-1878) formula o princípio da
conservação da energia, segundo o qual a energia não pode ser criada do nada nem
destruída, mas apenas transformada.
1842 – No livro "Über das farbige Licht der Doppelsterne" (Sobre a Luz Colorida
das Estrelas Duplas), o físico, matemático e astrônomo austríaco Christian Johann
Doppler (1803-1853) formula as bases do "efeito Doppler", utilizado na acústica e
na astronomia: a cor de um corpo luminoso, do mesmo modo que a altura do som
de uma fonte sonora, deve mudar em virtude do movimento relativo do corpo e do
observador. Esse efeito é utilizado para determinar o afastamento (desvio do
espectro para o vermelho) ou a aproximação (desvio para o azul) de um corpo
celeste ou de um sistema galáctico relativamente à Terra. É por meio dele que,
posteriormente, Edwin Hubble descobre que o Universo continua se expandindo.
1843 – O matemático e astrônomo britânico John Couch Adams (1819-1892) prevê
a existência e a localização de Netuno a partir de irregularidades na órbita de
Urano.
1843 – Samuel Heinrich Schwabe constata que o número de manchas na fotosfera
solar sofre variações periódicas, completando um ciclo em aproximadamente onze
anos.
1843 – O astrônomo prussiano Friedrich Argelander (1799-1875) publica "Neue
Uranometrie” ("Uranometria Nova"), um atlas de estrelas que podem ser
observadas a olho nu.
1843 (5 de fevereiro) – É descoberto um grande cometa (C/1843 D1 ou 1843 I),
cujo periélio (27 de fevereiro) é o mais próximo observado até então: menos de
830.000 km. Em março, torna-se extremamente brilhante, atingindo o ponto de
maior proximidade com a Terra no dia 6.
1844 – Friedrich Bessel explica os movimentos oscilantes de Sirius e de Procyon,
sugerindo que estas estrelas têm companheiras escuras.
1845 – William Parsons, astrônomo irlandês mais conhecido como Lord Rosse
(1800-1867) termina o telescópio refletor óptico de 1,83m do Birr Castle, localizado
em Parsonstown, Irlanda. Nesse mesmo ano, observa uma “nebulosa” com uma
estranha forma espiral. Ele havia descoberto a natureza espiral da galáxia M51.
Mais tarde ele nota a mesma forma espiral em M99 e em mais 13 “nebulosas” que
passam então a ser conhecidas como “nebulosas espirais” e que hoje sabemos
serem galáxias espirais.
1845 – O naturalista alemão Friedrich von Humboldt (1769-1859) introduz a
expressão “Universo-ilha”, para designar sistemas estelares análogos ao nosso. À
concepção da natureza extragaláctica das nebulosas se opõe outra, segundo a qual o
Universo não passa de uma gigantesca Via Láctea, sendo as nebulosas nada mais
que objetos pequenos aí contidos. O confronto entre essas duas concepções
cosmológicas é conhecido como “Grande Debate”.
1845 – O astrônomo inglês George Biddell Airy (1801-1892) publica "Tides and
Waves (Marés e Ondas)", tornando-se uma referência no estudo da influência do
sol e da lua sobre as marés.
1845 (2 de abril) – Hippolyte Fizeau e Léon Foucault obtêm a primeira fotografia
do Sol.
1846 – Um decreto altera o nome do Observatório Astronômico do Rio de Janeiro
para Imperial Observatório.
1846 – Durante sua aproximação do Sol, o cometa 3D/Biela, registrado pela
primeira vez pelo astrônomo francês Jacques Laibats-Montaigne (1716-1788), em 8
de março de 1772, e identificado como periódico pelo militar austríaco Wilhelm
Von Biela (1682-1756), em 27 de fevereiro de 1826, desintegra-se em duas partes.
Na passagem seguinte (1852), ambos os fragmentos são vistos a 2.400.000 km um
do outro, e vestígios do que fora outrora o cometa só voltam a ser observados em 27
de novembro de 1872, sob a forma de chuva de meteoros (3.000 por hora), a que se
dá o nome de “Andromedídeos” ou "Bielídeos".
1846 (agosto) - O astrônomo francês Urbain Le Verrier (1811-1877), a exemplo do
que fizera John Couch Adams, prevê a existência e a localização de Netuno a partir
de irregularidades na órbita de Urano.
1846 (23 de setembro) – Com base nos cálculos orbitais feitos por John Couch
Adams e Urbain Le Verrier, os astrônomos alemães Johann Gottfried Galle (18121910) e seu assistente Heinrich Louis D'Arrest (1822-1875), ambos do Observatório
de Berlim, localizam o planeta Netuno, na constelação de Aquário. No dia 1º de
outubro, o jornal The Times publica a notícia da descoberta. Deve-se a Le Verrier o
nome dado ao planeta.
Netuno é o mais longínquo dos oito planetas, orbitando o Sol a uma distância que
varia entre 4.452.940.833 e 4.553.946.490 km, numa média de 4.503.443.661 km.
É o menor dos “planetas gasosos” (os outros são Júpiter, Saturno e Urano), com
diâmetro de 49.528 x 48.682 km e área superficial de 7.640.800.000 km2
(equivalente a 14,98 superfícies terrestres). Ocupa um volume de 62,54 trilhões de
km3 (57,74 vezes superior ao terrestre) e tem massa de 102,43 sextilhões de
toneladas (o que equivale a 17,147 massas da Terra), resultando numa densidade de
1,638g/cm3. A gravidade é 14% superior à terrestre, e a velocidade de escape é de
23,5 km/s. Completa uma órbita em torno do Sol, à velocidade média de 19.550
km/h, em 60.190 dias terrestres (164,79 anos), ou 89.666 dias netunianos, e leva
16h6min36s para girar em torno de si mesmo. Os principais componentes da
atmosfera são hidrogênio (79%), hélio (19%) e metano (1,5%). A magnitude
aparente varia entre 7,78 e 8,0. Tem treze satélites conhecidos.
Netuno é o nome latino de Posídon (ou Poseidon, ou, ainda, Possêidon, deus
supremo do mar.
1846 (10 de outubro) – William Lassell (1799-1880), astrônomo amador inglês,
descobre Tritão, primeiro satélite conhecido de Netuno.
Diâmetro: 2.707 km; período orbital: 5,877 dias; distância média ao planeta:
354.759 km; massa: 20,4 quintilhões de toneladas; densidade: 2,061g/cm3.
1847 – O matemático, astrônomo e fotógrafo inglês John Herschel (1792-1871),
filho de William Herschel, publica “Resultados de Observações Astronônicas Feitas
no cabo da Boa Esperança”, obra em que dá aos sete satélites de Saturno então
conhecidos os seus nomes atuais: Mimas, Encélado, Tétis, Dione, Reia, Titã e
Jápeto.
1847 – John William Draper observa que sólidos quentes emitem luz em espectros
contínuos enquanto que gases quentes produzem espectros de linha.
1848 – O francês Hippolyte Fizeau (1819-1896) Faz as primeiras experiências com
o "efeito Doppler", utilizando as raias de Fraunhofer como linhas de referência para
determinar os deslocamentos das estrelas na direção da Terra, com o objetivo de
medir suas velocidades radiais. Por isso hoje o fenômeno tem o nome de "efeito
Doppler-Fizeau".
1848 – Edgar Allan Poe oferece a primeira solução correta do paradoxo de Olbers
em "Eureka: A Prose Põem", ensaio que também sugere a expansão e o colapso do
Universo.
1848 - O físico e engenheiro irlandês William Thompson, Lorde Kelvin (18241907), desenvolve uma escala de temperaturas que, diferentemente das escalas de
Celsius e de Fahrenheit, não parte do ponto de fusão da água, mas sim do zero
absoluto, isto é, a menor temperatura a que se pode chegar, caracterizada pela
ausência total de qualquer energia térmica, determinada em laboratório como
sendo equivalente a -273,15°c. Para obter o valor de uma temperatura em graus
Kelvin (K), basta acrescentar 273 ao seu equivalente em graus Celsius. Por
exemplo, nesta escala, o ponto de fusão da água, à pressão atmosférica do nível do
mar, é de (0+273) 273 K, e o seu ponto de ebulição é de (100+273) 373 K.
1848 (19 de setembro) – Ocorre a descoberta simultânea do satélite Hipérion,
oitavo conhecido de Saturno, por William Bond e William Lassell.
Diâmetro: 360 x 280 x 225 km; período orbital: 21,276 dias; distância média ao
planeta: 1.481.009 km; massa: 5,584 quatrilhões de toneladas; densidade:
0,567g/cm3.
1850 – O astrônomo inglês Norman Robert Pogson (1829-1891) sugere uma
classificação do brilho das estrelas definindo aumentos decimais de magnitude
para refinar a escala existente, de apenas magnitudes inteiras. Ele usa uma escala
por meio da qual uma estrela de primeira magnitude é cem vezes mais luminosa
que uma estrela de sexta magnitude. Nesta escala, o Sol é uma estrela de
magnitude -26,74. Assim, quando um objeto é muito luminoso, a magnitude é
expressa usando números negativos. Sirius têm magnitude –1,47, e a Estrela de
Barnard é de magnitude 9,5.
1850 – William Cranch Bond (1789-1859) e William Rutter Dawes (1799-1868) –
trabalhando nos EUA e na Grã-Bretanha, respectivamente, e sem estarem em
contato – anunciam, com poucos dias de diferença, a descoberta de um terceiro
anel de Saturno, localizado entre os dois já conhecidos. O anel C é tão transparente
que se pode ver o perfil de Saturno através dele, sendo por isso conhecido como
“anel de crepe”.
1850 – O astrônomo francês Edouard A. Roche (1820-1883) descobre que existe
uma distância mínima do centro de Saturno – hoje conhecida como “limite de
Roche” – abaixo da qual nenhum satélite fluido pode permanecer inteiro,
reforçando com isso a hipótese de os anéis do planeta serem formados por material
orbitante desagregado.
1850 – O sétimo planeta em ordem de afastamento do Sol passa a se chamar
Urano, nome sugerido, muitos anos antes, por Johann Elert Bode. Mantém-se,
dessa forma, a tradição de dar aos planetas nomes derivados da mitologia grecoromana.
1850 (16 de julho) – É obtida no Harvard Observatory (EUA) uma fotografia da
estrela Vega (Alpha Lyrae). Esta é a primeira imagem fotográfica de uma estrela,
excluindo-se, naturalmente, o Sol.
1850 (16 de dezembro) – Vênus chega a 39.514.827 km da Terra. Outra
aproximação semelhante ocorrerá somente em 2101, quando o planeta chegará à
distância de 39.541.578 km.
1851 – No livro “Pluralidade dos Mundos”, o filósofo inglês William Whewell (17941866), cético ou no mínimo cauteloso quanto à existência de vida extraterrestre,
lembra o conjunto de condições necessárias para o desenvolvimento da vida – luz,
temperatura, pressão, água, etc. –, que formam a chamada “zona de
habitabilidade”. Muito próximos do Sol, planetas como Vênus e Mercúrio estariam
fora dessa zona, acontecendo o mesmo com Saturno, Urano e Netuno,
excessivamente distantes.
1851 – O astrônomo norte-americano Stephen Alexander (1806-1883) mostra a
existência de um tipo de galáxia sem estrutura em espiral, a qual denomina
“elíptica”.
1851 (28 de julho) – O astrônomo e jesuíta italiano Angelo Secchi (1818-1878)
Obtém a primeira fotografia de um eclipse total do Sol e descobre a coroa solar, a
camada mais externa da atmosfera estelar, caracterizada por baixa densidade de
matéria e temperatura elevada, superior a 1 milhão de graus.
1851 (24 de outubro) – São descobertos o terceiro e o quarto satélites de Urano,
Ariel e Umbriel, por William Lassell.
Ariel – Diâmetro: 1.162,2 x 1.155,8 x 1.155,4 km; período orbital: 2,520 dias;
distância média ao planeta: 191.020 km; massa: 1,353 quintilhão de toneladas;
densidade: 1,66g/cm3.
Umbriel – Diâmetro: 1.169 km; período orbital: 4,144 dias; distância média ao
planeta: 266.000 km; massa: 1,172 quintilhão de toneladas: densidade: 1,39g/cm3.
1852 – John Herschel dá aos quatro satélites de Urano então conhecidos (Titânia,
Oberon, Ariel e Umbriel) os seus nomes atuais.
1852 (6 de abril) – O físico, astrônomo e explorador irlandês Edward Sabine (17881883) postula que o ciclo de onze anos das manchas solares é “absolutamente
idêntico” ao ciclo de onze anos do campo geomagnético. Isso significa que as
perturbações ocorridas na superfície do Sol afetam o campo magnético da Terra.
1853 – É criado um observatório na cidade australiana de Williamstown,
transferido para Melbourne dez anos mais tarde.
1854 - O médico e físico alemão Hermann Helmholtz (1821-1894) propõe a
contração gravitacional como a fonte de energia para o Sol.
1854 (10 de junho) – O matemático alemão Georg Friedrich Bernhard Riemann
(1826-1866) propõe que o espaço é curvo. Ele sugere que todas as leis físicas ficam
mais simples quando expressas em dimensões mais altas. Einstein, em 1916,
usando o trabalho de Rieman em sua teoria da Relatividade Geral, incorpora o
tempo como a quarta dimensão.
1855 – O físico escocês James Clerk Maxwell (1831-1879) amplia a teoria da visão
em três cores, seguindo o trabalho anterior do físico inglês Thomas Young (17731829).
1856 – É construído o Observatório Nacional de Santiago do Chile.
1858 (28 de setembro) – O cometa Donati, descoberto neste mesmo ano por
Giovanni Batista Donati (1826-1873), torna-se o primeiro astro celeste desse tipo a
ser fotografado. Trata-se de um cometa luminoso, com uma cauda de pó
espetacularmente encurvada e duas caudas magras de gás. Sua imagem é capturada
pelo fotógrafo comercial inglês William Usherwood.
1859 – Surge a explicação para o mistério das linhas escuras do espectro solar,
quando Robert W. Bundsen (1811-1899), químico e físico alemão, e Gustav R.
Kirchhoff (1824-1887), físico alemão, descobrem as bases experimentais para a
interpretação dos espectros das substâncias químicas. O método é aplicado, por
analogia, aos espectros solares e aos das estrelas.
1859 - James Clerk Maxwell ganha um prêmio instituído pela Universidade de
Cambridge ao pesquisador capaz de explicar a estrutura e os movimentos dos anéis
de Saturno. Descartando matematicamente a hipótese do anel fluido, ele passa a
estudar com maior profundidade a teoria do anel desagregado, formado por
pequenos corpos orbitantes e independentes. Maxwell chega à conclusão de que
aquilo que existe ao redor de Saturno é um sistema composto por anéis finos e
concêntricos, com raios diferentes, cada um com sua velocidade de revolução, sem
intercâmbio de partículas.
1859 (setembro) - Na tentativa de justificar características da órbita de Mercúrio
que não podem ser explicadas com base nas leis de Newton, Urbain Lê Verrier
propõe a existência, entre Mercúrio e o Sol, de um planeta, a que dá o nome de
Vulcano. Nos anos seguintes, astrônomos mobilizam-se para encontrá-lo, o que
jamais ocorre.
1859 (1º de setembro) – O astrônomo inglês Richard Carrington (1826-1875)
descobre os “flares” solares. Flares são erupções de gás súbitas e violentas, com
grande liberação de energia, que ocorrem na superfície das estrelas.
1860 – O astrônomo francês Emmanuel Liais (1826-1900) argumenta que as
manchas escuras de Marte são o resultado da presença de vegetação.
1860 – É obtida a primeira fotografia da cromosfera solar.
1860 (18 de julho) – Primeiro eclipse solar em que se utiliza a fotografia
astronômica. As fotos facilitam a descoberta de que os jatos de gás incandescente
conhecidos como proeminências surgem da superfície solar e não externamente a
ela, conforme se acreditava na época.
1861 – O astrônomo alemão Friedrich Gustav Spörer (1822-1895) descobre a
variação das latitudes das manchas solares durante um ciclo do Sol, fenômeno
conhecido como “lei de Spörer”.
1861 – É inaugurado o Observatório de Adelaide, na Austrália.
1861 (13 de maio) – O astrônomo australiano John Debbutt (1834-1916) descobre
um grande cometa ( C/1861 J1), visível a olho nu por aproximadamente três meses.
Ao longo de dois dias, durante a aproximação máxima com a Terra (19.900.000
km), nosso planeta fica dentro da cauda do cometa, e jatos de matéria convergindo
para o núcleo podem ser vistos. Gás e poeira do cometa chegam a obscurecer a luz
do sol.
1862 – no sul da França, o observatório de Marselha implanta o primeiro
telescópio refletor moderno, com um espelho em vidro metalizado, feito pelo físico
Léon Foucault
(1819-1868).
1862 – O astrônomo sueco Anders Jonas Angström (1814-1874) descobre a
presença de hidrogênio na atmosfera solar.
1862 – Analisando as linhas espectrais do Sol e comparando-as às de outras
estrelas, Angelo Secchi determina que o Sol é uma estrela.
Estrela amarela, com temperatura superficial de 5.500°c e temperatura central de
15,7 milhões de °C, o Sol é, tecnicamente, de quinta magnitude, com magnitude
aparente (como é visto da Terra) -26,74 e magnitude absoluta (que teria se
estivesse à distância-padrão de dez parsecs – 308 trilhões de km) 4,83. Situado a
aproximadamente 26.000 anos-luz do centro da Via Láctea (cerca de 250
quatrilhões de km), o Sol leva entre 225 e 250 milhões de anos, à velocidade
estimada de 250 km/s, para completar uma órbita ao redor da Galáxia. O período
de rotação varia entre 25,05 dias (7.189 km/h), no equador, e 34,3 dias, nos polos.
Com diâmetro de 1.392.109 km (109 vezes o da Terra) e ocupando um volume de
1,412 quatrilhão de km3 (1.300.000 vezes o volume terrestre), o Sol tem massa de
1,989 octilhão (um octilhão = 1 seguido de 27 zeros) de toneladas, o que equivale a
332.946 vezes a massa da Terra e 99,86% de toda a massa do Sistema Solar. A
gravidade solar é 27,94 vezes a terrestre (uma pessoa pesando 80 kg na Terra
pesaria, no Sol, 2.235 kg), e a velocidade de escape (velocidade necessária para
libertar-se de um campo gravitacional) é de 617,7 km/s, 55 vezes a da Terra. Os
principais elementos componentes do Sol são hidrogênio (73,46%), hélio (24,85%)
e oxigênio (0.77%). A cada segundo, o Sol transforma cerca de seiscentos milhões
de toneladas de hidrogênio em hélio.
1862 (31 de janeiro) – O norte-americano Alvan Clark (1804-1887), astrônomo e
fabricante de telescópios, identifica Sirius B, confirmando as previsões de sua
existência, feitas em 1844 por Friedrich Bessel.
1863 – Anders Jonas Angstrom publica seu mapa do espectro solar com a
identificação das linhas que correspondem aos elementos químicos.
1863 – Richard Carrington descobre a natureza diferencial da rotação solar. O
período de rotação do Sol, devido à sua natureza gasosa, varia de acordo com a
latitude, indo de 25,05 dias no equador até 34,3 dias nos polos.
1863 – Angelo Secchi propõe a primeira classificação espectral das estrelas,
dividindo os espectros em quatro classes, de acordo com a cor: branca, amarela,
alaranjada ou vermelha. Acrescenta ainda uma quinta classe, com espectros de
estrelas peculiares.
1863 – Friedrich Argelander publica “Bonner Durchmusterung”, último mapa
estelar elaborado sem o uso da fotografia.
1863 – É fundada, em Heidelberg, na Alemanha, a Astronomische Gesellschaft
(Sociedade Astronômica), segunda organização do gênero no mundo, depois da
Royal Astronomical Society.
1864 – John Herschel publica o “General Catalogue” de nebulosas e aglomerados
estelares.
1864 – O astrônomo inglês William Huggins (1824-1910) estuda o espectro da
nebulosa de Órion e mostra que ela é uma nuvem de gás. Um dos primeiros
astrônomos a utilizar o espectroscópio para estudar a natureza física dos astros,
Huggins assinala a coexistência de dois tipos de nebulosas: as formadas por
estrelas e as constituídas por material difuso.
1864 (5 de agosto) – Giovanni Batista Donati descobre, estudando o cometa
Tempel II, que os espectros destes astros contém linhas de emissão, um dos dois
tipos de linhas espectrais existentes (o outro são as linhas de absorção). As linhas
espectrais são Finas linhas vistas quando a luz de um objeto se divide em seus
componentes de comprimento de onda ou espectro e cujo estudo denomina-se
espectroscopia. Como são diferentes para cada elemento, o estudo das linhas
espectrais permite estabelecer a composição química de um astro ou de material
interestelar analisado.
1865 – James Clerk Maxwell formula uma teoria sobre a natureza eletromagnética
da luz. Esta constitui-se de campos elétricos e magnéticos oscilantes, que se
propagam juntos no espaço, à velocidade aproximada de 300.000 km/s, sob a
forma de ondas. A teoria é matematicamente descrita nas quatro equações de
Maxwell, as quais expressam, respectivamente, como cargas elétricas produzem
campos elétricos (Lei de Gauss), a ausência experimental de cargas magnéticas,
como corrente elétrica produz campo magnético (Lei de Ampère), e como variações
de campo magnético produzem campos elétricos (Lei da indução, de Faraday).
1865 – O escritor francês Júlio Verne (1828-1905) publica “Da Terra à Lua”, obra
de ficção em que um grupo de homens viaja até o satélite natural terrestre num
gigantesco canhão. Curioso observar que o canhão é lançado da Flórida, local de
onde partem hoje os veículos espaciais norte-americanos.
1866 – Giovanni Schiaparelli compreende que as “chuvas” de meteoros ocorrem
quando a Terra passa através da órbita de um cometa que deixou restos ao longo de
sua trajetória.
1866 – William Huggins estuda o espectro de uma “nova” e descobre que ela é
circundada por uma nuvem de hidrogênio.
1866 – O astrônomo norte-americano Daniel Kirkwood (1814-1895) descobre que,
no cinturão de asteroides, há regiões vazias em que estes corpos celestes não
conseguem estabelecer órbitas estáveis, conhecidas como “lacunas de Kirkwood”.
1867 – O astrônomo inglês Richard Anthony Proctor (1837-1888) elabora um mapa
da superfície de Marte que mostra continentes, mares, baías e outras características
geográficas, mas não distingue canais, como faz Schiaparelli mais tarde.
1867 – Anders Jonas Angström é o primeiro a examinar o espectro das auroras
boreais.
1867 – Os astrônomos franceses Charles Wolf (1827-1918) e Georges Rayet (18391906) descobrem, espectroscopicamente, uma classe de estrelas denominada WolfRayet. Trata-se de estrelas quentes e massivas (mais de 20 massas solares), que
perdem rapidamente sua matéria constituinte em razão de ventos estelares muito
fortes.
1868 – Durante um eclipse, é realizada a primeira análise espectroscópica da
radiação da cromosfera solar.
1868 – Confirma-se a hipótese de que a coroa solar é um invólucro gasoso, graças
ao primeiro estudo espectroscópico de uma protuberância, realizado por Jules
Janssen.
1868 – Anders Jonas Angström publica sua extensa pesquisa do espectro solar no
trabalho clássico "Recherches sur le espectro solaire" (“Pesquisas sobre O Espectro
Solar”), com medidas detalhadas de mais de 1.000 linhas espectrais.
1868 (18 de agosto) – O astrônomo francês Pierre-Jules-César Janssen (1824-1907)
e o astrônomo britânico Norman Lockyer (1836-1920) descobrem uma linha
amarela não identificada nos espectros das proeminências solares e sugerem que
ela é proveniente de um novo elemento, que eles chamam de “hélio”.
1869 (7 de agosto) – Um espectro completo da coroa solar é obtido, durante um
eclipse, pelo norte-americano Charles A. Young (1834-1908).
1870 – É criado o Observatório Nacional de Córdoba, o primeiro da Argentina.
1871 – O fotógrafo e físico inglês Richard Leach Maddox (1816-1902) inventa as
placas fotográficas secas. Esta invenção é uma importante conquista por tornar
possível fotos duráveis.
1871 – o astrônomo e físico alemão Hermann Karl Vogel (1841-1907) aplica o efeito
Doppler na determinação da velocidade de rotação do Sol.
1872 – O norte-americano Henry Draper (1837-1882) inventa a fotografia espectral
astronômica. Ele obtém o primeiro espectrograma (foto de um espectro) de uma
estrela: Vega (Alpha de Lira).
1873 – O Japão adota o calendário gregoriano.
1873 – O astrônomo francês Camille Flammarion (1842-1925) atribui a cor
vermelha de Marte a uma possível vegetação.
1873 – Daniel Kirkwood apresenta uma lista, extraída de várias fontes, de antigos
acontecimentos envolvendo quedas de meteoritos.
1873 – Richard Anthony Proctor é o primeiro a sugerir que as crateras lunares são
o resultado de impactos de meteoritos e não de ação vulcânica, como tinha sido
anteriormente pensado.
1875 – O Egito adota o calendário gregoriano.
1876 – William Kingdon Clifford (1845-1879), matemático inglês, escreve a Teoria
Espacial da Matéria, cuja ideia tem papel fundamental na Teoria Geral da
Relatividade de Einstein. Segundo esse postulado, o movimento da matéria pode
dever-se a variações na geometria do espaço.
1877 – Tem início a polêmica acerca dos canais marcianos. O astrônomo italiano
Giovanni Virginio Schiaparelli (1835-1910) elabora um minucioso mapa de Marte,
propondo nova nomenclatura para as várias regiões caracterizadas por diferentes
valores de albedo (relação entre a luz refletida pela superfície de um planeta e a que
este recebe do Sol. Nos mapas de Schiaparelli, aparecem numerosas estruturas
lineares, que ele denomina “canais” e que, por anos seguidos, provocam muita
discussão: uns afirmam serem características naturais, outros defendem a tese de
que se trata de estruturas artificiais construídas pelos habitantes de Marte. Por
algum tempo, prevalece a segunda hipótese, sobretudo nos países de língua inglesa,
uma vez que a palavra “canali” usada por Schiaparelli é traduzida em inglês por
“canals”, que significa “canais artificiais”. O desejo comum a toda a humanidade de
não se sentir sozinha no Universo sobrepõe-se a esse possível erro de tradução, e
cada nova observação “reforça” a existência de marcianos. A hipótese dos canais de
Marte só é definitivamente abandonada na segunda década do século XX.
1877 – O astrônomo e matemático norte-americano George William Hill (18381914) é o primeiro a usar infinitos determinantes para analisar o movimento do
perigeu da Lua.
1877 (12 e 18 de agosto) – O astrônomo norte-americano Asaph Hall (1829-1907)
descobre, respectivamente, Deimos e Fobos, satélites de Marte.
Deimos – Diâmetro: 15 x 12,2 x 10,4 km; período orbital: 1,262 dia; distância média
ao planeta: 23.460 km; massa: 1,48 trilhão de toneladas; densidade: 1,471g/cm3.
Fobos – Diâmetro: 26,8 x 22,4 x 18,8 km; período orbital: 0,319 dia (7h39min);
distância média ao planeta: 9.377,2 km (menor distância conhecida entre um
planeta do Sistema Solar e um satélite); massa: 10,72 trilhões de toneladas;
densidade: 1,887g/cm3.
1878 – O físico holandês Hendrik Antoon Lorentz (1853-1928) publica um trabalho
em que relaciona a velocidade da luz em um meio com a sua densidade e
composição.
1878 – Camille Flammarion publica um catálogo com 10.000 estrelas duplas.
1878 – O astrônomo inglês George Darwin (1845-1912) formula uma das primeiras
teorias para explicar o aparecimento da Lua, baseada num mecanismo de fissão.
Essa teoria considera que, no início, a Terra e a Lua constituíam um único corpo
celeste. Segundo Darwin, a proto-Terra girava em torno de seu eixo com altíssima
velocidade, suficiente para fazer com que seu corpo se alongasse e assumisse a
forma de uma pêra. O rompimento e a expulsão do material existente nessa
saliência teriam originado a Lua.
1879 – O físico austríaco Josef Stefan (1835-1893) formula a lei de estados da
energia radiante de um corpo negro – objeto teórico que absorve toda a radiação
que cai sobre ele. Sua lei é um dos primeiros passos importantes para a
compreensão da radiação de corpo negro.
1880 – O astrônomo norte-americano Samuel Pierpont Langley (1834-1906)
aperfeiçoa um medidor de radiação, que depois passa a ser chamado de
“bolômetro”.
1880 (30 de setembro) – Henry Draper obtém a primeira fotografia da Nebulosa de
Órion (M42).
1881 – William Huggins (1824-1910) e Henry Draper (1837-1882) introduzem a
técnica de análise do espectro da luz emitida pelos cometas, abrindo caminho para
a identificação de seus elementos constituintes.
1882 – É inaugurado o segundo observatório da Argentina, em La Plata.
1882 (1º de setembro) – Um grande cometa (C/1882 R1) aparece, sendo já visível a
olho nu no momento da descoberta. Em 17 de setembro, atinge o periélio, podendo
ser visto durante o dia.
1883 – O físico e filósofo austríaco Ernst Mach (1838-1916) publica um estudo
crítico da mecânica Newtoniana.
1884 – O belga Luis Cruls (1848-1908), diretor do Imperial Observatório,
representa o Brasil na Conferência de Washington em que se adota o meridiano de
Greenwich como meridiano inicial de referência para longitudes e hora
internacional (o que ocorre a 13 de outubro).
1885 (19 de agosto) – O astrônomo amador irlandês Isaac Ward descobre S
Andromedae (ou SN 1985A), primeira (e até agora única) supernova observada na
galáxia de Andrômeda e a primeira supernova localizada fora da Via Láctea.
Distante 2,6 milhões de anos-luz e atingindo a magnitude 6, é observada no dia
seguinte, independentemente, pelo astrônomo alemão Ernst Hartwig (1851-1923).
1886 – O físico alemão Heinrich Hertz (1857-1894) produz e detecta ondas
eletromagnéticas, do tipo que mais tarde seria chamado “rádio”.
1886 – Luis Cruls lança a Revista do Imperial Observatório, de publicação mensal.
1886 (7 de fevereiro) – É fundada a Astronomical Society of the Pacific, nos EUA.
1887 – Camille Flammarion funda a Société Astronomique de France.
1887 – É instituído em Paris o projeto “Carte du Ciel” (Carta do Céu), cujo objetivo
é mapear, fotograficamente, todos os objetos celestes visíveis até a 14ª magnitude.
1888 – O astrônomo dinamarquês Johan Ludvig Emil Dreyer (1852-1926). compila
o Novo Catálogo Geral de Nebulosas e Agrupamentos de Estrelas, (NGC),
inicialmente com 7.840 objetos.
1888 – Isaac Roberts (1829-1904), um amador inglês pioneiro da fotografia
astronômica, descobre a estrutura em espiral de Andrômeda e a presença de dois
sistemas-satélites.
1888 (1º de junho) – Têm início as atividades do Lick Observatory em Mount
Hamilton, Califórnia.
1891 – É fundado, pelo papa Leão XIII (1810-1903), o Observatório do Vaticano,
para mostrar que "a Igreja e seus pastores não se opõem à ciência autêntica e
sólida, tanto a humana como a divina, mas a abraça, a impulsiona e a promove com
a mais completa dedicação". As palavras de Leão XIII vêm após as várias negações
da Igreja sobre descobertas científicas, entre elas as astronômicas, como a rotação
da Terra ao redor do Sol.
1891 – O físico britânico John Henry Poynting (1852-1914) determina a densidade
média da Terra: 5,5g/cm3.
1891 – É inaugurado o Observatório de Perth, na Austrália.
1892 – O astrônomo norte-americano George Ellery Hale (1868-1938) inventa o
espectroheliógrafo, um aparelho que permite fotografar o Sol na luz de um
elemento apenas, ou seja, na luz de uma única cor espectral. Isso implica analisar
somente as linhas mais intensas e características da radiação cromosférica.
1892 – O astrônomo norte-americano William Henry Pickering (1858-1935) afirma
ter visto oásis em Marte.
1892 (5 de janeiro) – É tirada a primeira fotografia da aurora boreal.
1892 (9 de setembro) – É descoberto Amalteia, quinto satélite conhecido de
Júpiter, pelo astrônomo norte-americano Edward Emerson Barnard (1857-1923).
Diâmetro: 250 x 146 x 128 km; período orbital: 0,498 dia (11h57min); distância
média ao planeta: 181.365 km; massa: 2,18 quatrilhões de toneladas; densidade:
0,857g/cm3.
1893 – John Henry Poynting faz uma determinação da constante gravitacional,
usando precisos equilíbrios de torção.
1894 – O astrônomo amador norte-americano Percival Lowell (1855-1916) funda
em Flagstaff, no Arizona, um observatório particular, que leva seu nome, dedicado
essencialmente a tentar provar a existência dos canais de Marte e de um planeta
para além da órbita de Netuno.
1895 (8 de novembro) – O físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen (1845-1923)
descobre os raios X, que décadas mais tarde passam a ter ampla aplicação na
astronomia, permitindo o estudo de radiações eletromagnéticas emitidas nos
comprimentos de onda que os caracterizam.
1896 – Jules Janssen faz o primeiro registro fotográfico dos “grânulos” da fotosfera
solar. Trata-se de zonas de convecção, que de cujo centro é ejetado gás quente,
proveniente do interior do Sol, e em cujas bordas este mesmo gás, resfriado pela
menor temperatura da fotosfera em relação às zonas internas solares, volta a cair.
Os grânulos são fenômenos temporários, que duram minutos, e o gás ejetado
atinge alturas de várias centenas de km.
1896 – O físico e químico sueco Svante August Arrhenius (1859-1927) cunha a
expressão “efeito estufa”, prevendo que a queima de combustíveis fósseis, como o
petróleo, aumentaria a quantidade de dióxido de carbono na atmosfera e levaria ao
aumento das temperaturas em todo o globo terrestre.
1897 – Henry A. Rowland (1848-1901), físico norte-americano, prossegue os
estudos de Fraunhofer e completa um atlas das linhas de absorção solar.
1897 – O físico britânico Joseph John Thompson (1856-1940) descobre o elétron,
partícula atômica elementar e estável, que circunda o núcleo do átomo e tem carga
negativa.
1897 (21 de outubro) – É inaugurado em Williams Bay, Wisconsin, nos EUA, a 58m
acima do lago Geneva e a 334m acima do nível do mar, o telescópio refrator de
Yerks, cuja objetiva tem 1,01m de diâmetro, o que faz dele o maior do mundo em
sua categoria.
1898 – O físico alemão Wilhelm Wien (1864-1928) identifica uma partícula
positiva igual em massa à do átomo de hidrogênio. Com este trabalho, ele
fundamenta a espectroscopia de massa.
1898 (13 de agosto) – O asteroide 433 Eros é descoberto pelo astrônomo alemão
Carl Gustav Witt (1866-1946), do Observatório Urania, em Berlim. Mais de um
século depois, torna-se o primeiro asteroide em cuja superfície pousa uma sonda
espacial (Near-Shoemaker).
Diâmetro: 13 x 13 x 33 km. Período orbital: 643,219 dias (1,76 ano); distância
média ao Sol: 218.155.000 km.
1898 (16 de agosto) – William Henry Pickering descobre Febe, nono satélite
conhecido de Saturno, a primeira lua de movimento retrógrado descoberta no
Sistema Solar. Movimento retrógrado é aquele realizado por um corpo no sentido
leste-oeste, oposto ao do movimento normal dos planetas.
Febe – Diâmetro: 230 x 220 x 210 km; período orbital: 550,565 dias (1,51 ano);
distância média ao planeta: 12.955.759 km; massa: 829 trilhões de toneladas;
densidade: 1,634g/cm3.
1899 (6 de setembro) – É fundada a Astronomical and Astrophysical Society of
America, hoje denominada American Astronomical Society (AAS), com sede em
Washington.
1900 – Max Planck (1858-1947) introduz o conceito fundamental de quantum de
luz ou fóton. Segundo esse físico alemão, a luz não é emitida de modo contínuo,
mas em "rajadas" descontínuas de fótons. Para Planck, esses são os entes físicos
elementares que constituem a luz, e parâmetros tipicamente ondulatórios, como a
frequência e o comprimento de onda, os caracterizam.
1900 – O geólogo irlandês Richard Dixon Oldham (1858-1936) consegue identificar
as ondas primárias (longitudinais) e secundárias (transversais) num sismograma
terrestre.
1900 – Max Planck enuncia a lei que rege a distribuição da energia de um gás:
aquecido, ele emite radiações no espectro contínuo.
1900 – Svante Arrhenius formula a teoria da Panspermia, ideia de que a vida pulsa
em todo o Universo e é transportada pela pressão de radiação das estrelas como
sementes levadas pelo vento para germinar em ambientes apropriados. Segundo
essa hipótese, a vida na Terra poderia ter origem extraterrestre, trazida, por
exemplo, na cauda de um cometa.
1901 – Wilhelm Conrad Röntgen recebe o Prêmio Nobel de Física pela descoberta
dos raios X.
1902 O meteorologista francês Leon-Philippe Teisserenc de Bort (1855-1913)
descobre a estratosfera.
1902 – O francês Georges Mélies (1861-1938), um dos pioneiros do cinema, realiza
“Voyage dans la Lune” (“Viagem à Lua”), um dos primeiros filmes de ficção
científica, que narra uma viagem ao satélite natural da Terra.
1903 – William Henry Pickering afirma ter visto sinais de vida na Lua.
1903 – O físico e astrônomo norte-americano Edward Charles Pickering (18461919) publica o primeiro atlas fotográfico de todo o céu.
1903 – O cientista russo Konstantin Eduardovich Tsiolkovsky (1857-1935) publica
"A Exploração do Espaço com Equipamentos Reativos", que descreve como os
foguetes espaciais poderiam queimar hidrogênio e oxigênio líquido, um princípio
utilizado até hoje.
1904 – O astrônomo inglês Edward Walter Maunde (1851-1928) rrepresenta
graficamente o primeiro “diagrama borboleta”, indicando a evolução temporal das
manchas solares em latitude.
1904 – Pierre-Jules-César Janssen publica um grande atlas solar, com 6.000
fotografias.
1904 – O astrônomo inglês William Ward constata que somente 35 amostras de
meteoritos caídos antes de 1800 são conservadas nas coleções de todo o mundo.
1904 – O astrônomo alemão Johannes Franz Hartmann (1865-1936) descobre a
existência, no espaço interestelar, de átomos diferentes daqueles detectáveis nas
atmosferas das estrelas.
1904 (3 de dezembro) – O astrônomo norte-americano Charles Dillon Perrine
(1867-1951) descobre Himalia, sexto satélite conhecido de Júpiter.
Diâmetro: 170 km; período orbital: 250,56 dias; distância média ao planeta:
11.460.000 km; massa: 6,7 quatrilhões de toneladas; densidade: 2,6g/cm3.
1904 (20 de dezembro) – É fundado o Observatório Solar de Monte Wilson,
localizado na Califórnia, onde Edwin Hubble faz suas descobertas sobre a expansão
do Universo.
1905 – O físico alemão Albert Einstein (1879-1955) formula a teoria da relatividade
Especial (ou restrita). Esta teoria propõe que a velocidade da luz no vácuo é
constante, independente da velocidade da fonte, que a massa depende da
velocidade, que há dilatação do tempo durante movimento em alta velocidade, que
massa e energia são equivalentes e que nenhuma informação ou matéria pode se
mover mais rápido do que a luz. A teoria é especial somente porque está restrita ao
caso em que os campos gravitacionais são pequenos, ou desprezíveis. É nesta teoria
que aparece a famosa equação relacionando massa e energia: E = mc2, onde E
representa a energia, m, a massa, e c2, a velocidade da luz ao quadrado.
1905 – O Observatório Lowell dá início a um projeto visando a descobrir o planeta
que Percival Lowell acredita existir além de Netuno, o qual ele chama de “Planeta
X”.
1905 (2 de fevereiro) – Charles Dillon Perrine descobre Elara, sétimo satélite
conhecido de Júpiter.
Diâmetro: 86 km; período orbital: 259,64 dias; distância média ao planeta:
11.740.000 km; massa: 870 trilhões de toneladas; densidade: 2,6g/cm3.
1906 – O físico e astrônomo alemão Karl Schwarzschild (1873-1916) modela a
atmosfera solar a partir da teoria de equilíbrio termodinâmico. Ele também explica
o escurecimento do limbo solar. Limbo é o contorno, a parte luminosa do perfil de
um astro.
1906 – O astrônomo inglês Arthur Eddington (1882-1944) começa o seu estudo
estatístico dos movimentos estelares.
1906 – Com base em observações de Netuno feitas na segunda metade do século
XIX, de acordo com as quais perturbações na órbita de Urano indicavam a
presença de mais um planeta no Sistema Solar, Percival Lowell dá início a um
amplo projeto visando a encontrar este astro, que ele denomina “planeta X”.
1906 (22 de fevereiro) – O astrônomo alemão Max Wolf (1863-1932) descobre o
primeiro asteroide troiano, 588 Aquiles. Asteroides troianos são grupos de objetos
localizados em pontos de órbita estável previstos por Lagrange, grupos estes que
precedem e seguemum planeta (no caso em questão, Júpiter), formando com este
planeta e o Sol um triângulo equilátero. Os nomes destes asteroides são todos
tirados de personagens da Guerra de Tróia.
Aquiles – Diâmetro: 135,5 km; período orbital: 4.320,083 dias (11,83 anos);
distância média ao Sol: 776.669.000 km.
1908 – George Ellery Hale descobre a separação Zeeman das linhas espectrais
provenientes de manchas solares, mostrando com isso que elas devem ser
intensamente magnéticas.
1908 – A astrônoma norte-americana Henrietta Swan Leavitt (1868-1921),
estudando a Pequena Nuvem de Magalhães, descobre a relação períodoluminosidade das Cefeidas Como todos os corpos celestes nesta nuvem estão à
mesma distância, ela compara o tempo de duração dos ciclos das estrelas variáveis
com relação ao seu brilho e chega à conclusão de que as cefeidas variam
regularmente e podem fornecer indicações confiáveis acerca da distância a que
estão. Mais tarde, Edwin Hubble utiliza os dados de Leavitt para calcular a
distância até as galáxias próximas e lança o debate sobre se estas nebulosas espirais
são aglomerados de poeira dentro da Via Láctea ou verdadeiras galáxias à parte.
1908 – O astrônomo espanhol Josep Comas y Sola (1868-1937) observa o
escurecimento das bordas de Titã e conclui, acertadamente, que o satélite tem
atmosfera.
O escurecimento das bordas (“limb darkening”, em inglês) de um astro indica que a
luz refletida por essas regiões percorre um caminho mais longo do que aquela
proveniente de zonas centrais.
1908 (27 de janeiro) – O astrônomo inglês de origem belga Philibert Jacques
Melotte (1880-1961) descobre Pasífae, oitavo satélite conhecido de Júpiter.
Diâmetro: 60 km; período orbital: 764,086 dias (2,092 anos); distância média ao
planeta: 24.094.770 km; massa: 300 trilhões de toneladas; densidade: 2,6g/cm3.
1908 (30 de junho) – Um grande bólido, caindo na Sibéria, próximo do rio
Tunguska, causa uma tremenda explosão na atmosfera. A onda de choque devasta
cerca de 2.000 km2 de floresta fechada, derrubando aproximadamente 80 milhões
de árvores. O estrondo é ouvido a milhares de km, e a perturbação atmosférica
ligada ao evento se faz sentir em todo o globo.
1909 – O astrônomo inglês John Evershed (1864-1956) descobre o efeito Evershed:
o movimento horizontal dos gases externos dos centros de manchas solares.
1909 – Estudando um terremoto com epicentro nos Bálcãs, o astrônomo croata
Andrija Mohorovicic (1857-1936) conclui que há descontinuidade em termos de
densidade e de composição entre uma camada superficial da Terra, a crosta, e outra
inferior, o manto.
1909 (1º de janeiro) – astrônomos de Londres indicam a existência de um planeta
para além de Netuno.
1909 (16 de janeiro) – o explorador britânico Ernest Shackleton (1874-1922)
encontra o Polo Magnético Sul da Terra.
1910 (12 de janeiro) – Um grande cometa, oficialmente denominado C/1910 A1, é
visto por vários observadores de diversos países. A aparição é espetacular e, ao ser
registrado pela primeira vez, já é visível a olho nu. O periélio (19.350.000 km) é
atingido cinco dias mais tarde e, pouco depois, a luminosidade ultrapassa a de
Vênus, fazendo desse astro, observável durante o dia, possivelmente o mais
brilhante cometa do século XX.
1910 (20 de abril) - O cometa Halley atinge o periélio, numa passagem
exaustivamente estudada, com instrumentos e a olho nu. A superstição gera grande
medo do "fim do mundo". Os cientistas seguem o cometa desde o seu aparecimento
nas regiões mais internas do Sistema Solar. Com potentes telescópios, é possível
estudar o núcleo. Datam dessa ocasião as primeiras fotografias do astro. Em 18 de
maio, ocorre a maior aproximação: a Terra passa através da cauda do cometa. A
imprensa, apesar de todos os pedidos em contrário dos astrônomos, divulga
histórias sensacionalistas segundo as quais cianureto proveniente do Halley
envenenaria o planeta. Na realidade, o gás é tão difuso que nenhum efeito maléfico
ocorre com a Terra devido à sua passagem pela cauda do cometa.
1910 – É observado o espectro de 40 Eridani B, a primeira anã branca identificada.
Anãs brancas são estrelas em estágio final de evolução, de pequena massa e
altíssima densidade.
1911 – O neozelandês Ernest Rutherford (1871-1937), utilizando os fenômenos
radiativos no estudo da estrutura atômica, descobre que o átomo não é uma esfera
maciça, mas sim formada por uma região central, o núcleo, e uma região externa a
este, a eletrosfera. No núcleo atômico estão as partículas positivas, os prótons, e na
eletrosfera, as partículas negativas, os elétrons. Considerando que os elétrons
giram em torno de um centro, assim como os planetas giram ao redor das estrelas,
a concepção atômica de Rutherford é por vezes denominada “modelo planetário”.
1912 – A China adota o calendário gregoriano.
1912 – O físico austríaco Victor Franz Hess (1883-1964) descobre que partículas
carregadas, principalmente prótons, chamadas de raios cósmicos, altamente
energéticas, atingem a Terra vindas do espaço e são produzidas de alguma forma
pelos processos mais energéticos no Universo, com energias trilhões de vezes
maiores do que se pode obter em nossos laboratórios, e mesmo muito maiores do
que as estrelas podem gerar.
1912 – O norte-americano Vesto Melvin Slipher (1875-1969) descobre que as linhas
espectrais das estrelas na galáxia M31 mostram um enorme deslocamento para o
azul, indicando que esta galáxia está se aproximando do Sol, a uma velocidade de
300 km/s. Slipher inicia então um trabalho sistemático que leva duas décadas,
demonstrando que, das 41 galáxias por ele estudadas, a maioria apresenta
deslocamento espectral para o vermelho, indicando que as galáxias estão se
afastando de nós. Slipher descobre que quanto mais fraca a galáxia, e portanto mais
distante, maior é o deslocamento para o vermelho (velocidade de afastamento ou
de recessão) de seu espectro.
1912 – Aparecem as primeiras publicações acerca da evolução continental da Terra,
elaboradas pelo astrônomo, geofísico e meteorologista alemão Alfred Wegener
(1880-1930), o pioneiro da moderna teoria da deriva dos continentes.
1912 (dezembro) – A Albânia adota o calendário gregoriano.
1913 – Aplicando a teoria quântica formulada por Max Planck ao modelo atômico
de Rutherford, o físico dinamarquês Niels Bohr (1885-1962) elabora uma nova
teoria, na qual Conclui que os elétrons dos átomos não emitem radiações enquanto
permanecem numa mesma órbita, mas somente ao se deslocarem de um nível mais
energético (órbita mais distante do núcleo) a outro de menor energia (órbita menos
distante). A teoria quântica lhe permite formular essa concepção de modo mais
preciso: as órbitas não se localizam a quaisquer distâncias do núcleo; ao contrário,
apenas algumas órbitas são possíveis, cada uma delas correspondendo a um nível
bem definido de energia do elétron. A transição de uma órbita a outra não é
gradativa, mas se faz por saltos: ao absorver energia, o elétron salta para uma
órbita mais externa; ao emiti-la, passa para outra mais interna.
1913 - O explorador e físico norueguês Kristian Birkeland (1867-1917)
é o primeiro a predizer que o espaço não é apenas um plasma, mas que contém
matéria não-visível pelos meios tradicionais. Ele escreve: “Parece uma
consequência natural, do nosso ponto de vista, supor que o espaço inteiro está
cheio de elétrons e de íons de todo tipo. Supomos que cada sistema estelar em
evolução lança corpúsculos elétricos ao espaço. Parece, portanto, razoável pensar
que a maior parte da massa do Universo se encontra, não em sistemas solares ou
nebulosas, mas no espaço “vazio”.
1913 – É usado pela primeira vez o termo "parsec", surgido da contração das
palavras "paralax" (paralaxe) e "second" (segundo. Trata-se de uma unidade de
medida astronômica, equivalente à distância de um objeto cuja paralaxe anual
média vale um segundo de arco, ou seja, 3,26 anos-luz (30,857 trilhões de km).
Segundo Frank Watson Dyson, a palavra "parsec" é cunhada pelo astrônomo e
sismologista britânico Herbert Hall Turner (1861-1930).
1914 – O astrônomo dinamarquês Ejnar Hertzsprung (1873-1967) e o norteamericano Henry Norris Russell (1877-1957) demonstram esquematicamente que
existe uma relação direta entre a luminosidade (magnitude absoluta) e o espectro
(cor) das estrelas. Trata-se do “diagrama H-R” ou “diagrama cor-magnitude”.
1914 (21 de julho) – O astrônomo norte-americano Seth Barnes Nicholson (18911963) descobre Sinope, nono satélite conhecido de Júpiter.
Diâmetro: 38 km; período orbital: 724,1 dias (1,95 ano); distância média ao
planeta: 23.540.000 km; massa: 75 trilhões de toneladas; densidade: 2,6g/cm3.
1915 – O astrônomo escocês Robert Thorburn Ayton Innes (1861-1933) descobre
Proxima Centauri, situada a uma distância de 4,243 anos-luz (40,16 trilhões de
km), o que faz dela a estrela mais próxima da Terra, depois do Sol.
1915 – O astrônomo norte-americano de origem síria Walter Sydney Adams (18761956) vence o obstáculo representado pela intensa luminosidade de Sirius A e
consegue registrar o espectro de Sirius B. Trata-se de uma estrela anã, de cor
branca.
1915 – O teórico alemão Ludwig Flamm (1885-1964) encontra nas equações de
Einstein indicações da existência de "buracos de verme", atalhos entre um ponto e
outro do espaço-tempo grandes e estáveis o suficiente para permitir viagens
interestelares. Partindo da ideia de que é possível curvar o espaço, o cientista
Considera a possibilidade de curvaturas produzidas em distantes regiões se
tocarem, criando um atalho.
1915 (19 de março) – O Observatório de Flagstaff obtém duas imagens tênues de
Plutão, mas o astro não é reconhecido como sendo o planeta procurado desde 1906.
1916 – Albert Einstein propõe a teoria da relatividade geral que, embora só difira
da teoria da gravitação de Isaac Newton em poucas partes em um milhão na Terra,
resulta bastante diferente em grandes dimensões e grandes massas, como o
Universo. A teoria da relatividade geral é universal no sentido de ser válida mesmo
nos casos em que os campos gravitacionais não são negligíveis. Trata-se, na
verdade, da teoria da gravitação, descrevendo a gravidade como a ação das massas
nas propriedades do espaço e do tempo, que afeta o movimento dos corpos e outras
propriedades físicas. Enquanto na teoria de Newton o espaço é rígido, descrito pela
geometria Euclidiana, na relatividade geral o espaço-tempo é distorcido pela
presença da matéria que ele contém.
1916 – O astrônomo alemão Karl Schwarzschild encontra soluções específicas para
as equações einsteinianas do campo gravitacional, dando início à teoria moderna
dos buracos negros. Ele evidencia a existência de um limite no espaço e no tempo
que impossibilita obter-se do exterior qualquer informação a respeito do que
acontece além dele. Esse limite recebe o nome de “horizonte de eventos” e aplica-se
às grandes massas quando estas se encontram particularmente comprimidas.
1916 – Edward Emerson Barnard descobre a estrela que leva seu nome, a segunda
mais próxima da Terra (5,98 anos-luz).
1916 – Kristian Birkeland é o primeiro a predizer, corretamente, que, “do ponto de
vista físico, é muito provável que os raios solares não sejam exclusivamente
negativos ou positivos, mas de ambos os tipos”. Isto quer dizer que o vento solar é
formado por elétrons negativos e íons positivos.
1917 – A Bulgária adota o calendário gregoriano.
1917 – o telescópio refletor óptico de 2,54m de Monte Wilson entra em operação,
localizado em Monte Wilson, Califórnia.
1917 – Albert Einstein publica seu artigo histórico sobre cosmologia,
"Kosmologische Betrachtungen Zur Allgemeinen Relativitätstheorie"
(Considerações Cosmológicas sobre a Teoria da Relatividade), construindo um
modelo esférico do Universo. Como as equações da Relatividade Geral não levam
diretamente a um Universo estático de raio finito, mesma dificuldade encontrada
com a teoria de Newton, Einstein modifica suas equações, introduzindo a famosa
constante cosmológica, para obter um Universo estático, já que ele não tem
nenhuma razão para supor que o Universo esteja se expandindo ou contraindo. A
constante cosmológica age como uma força repulsiva que previne o colapso do
Universo pela atração gravitacional.
1917 - O físico e astrônomo britânico James Jeans (1877-1946) aventa a hipótese de
que os planetas do Sistema Solar se formaram a partir de material arrancado, por
força de maré, do Sol e de outra estrela, durante uma aproximação entre ambas.
Posteriormente, trabalhos do britânico Harold Jeffrey e do americano Henry
Norris Russell demonstram a inviabilidade dessa teoria.
1917 (julho) – Astrônomos do Observatório de Monte Wilson descobrem uma
“nova” na galáxia espiral NGC 6946; outras “novas” são descobertas por Heber
Doust Curtis
(1872-1942), da equipe do Observatório de Lick. Recorrendo-se à simples hipótese
de que essas estrelas, cujo brilho aumenta substancialmente, possuem a mesma
natureza e a mesma luminosidade intrínseca daquelas que aparecem na Via Láctea,
é possível perceber que as galáxias espirais devem estar muito distantes e,
portanto, atingir enormes dimensões.
1918 – A Rússia adota o calendário gregoriano.
1918 – O alemão Hans Reissner (1874-1967) e o finlandês Gunnar Nordstrøm
(1881-1923) resolvem as equações de campo de Einstein-Maxwell para sistemas
esfericamente simétricos carregados. As equações de campo de Einstein estão
expressas na teoria da relatividade geral e descrevem como a matéria gera
gravidade e, inversamente, como a gravidade afeta a matéria. Estas equações são
restritas à lei de Newton da gravidade no limite não-relativista, isto é, a velocidades
baixas e campos gravitacionais pouco intensos.
1918 – O astrônomo norte-americano Harlow Shapley (1885-1972) demonstra que
os aglomerados globulares circundam a nossa galáxia como um halo e não estão
centrados em volta da Terra. Ele realiza os primeiros cálculos confiáveis das
dimensões da Via Láctea, atribuindo-lhe um diâmetro de 100.000 anos-luz (950
quatrilhões de km), valor ainda hoje aceito. Estabelece ainda que o Sol se encontra
a cerca de 30.000 anos luz do centro galáctico (valor atualmente aceito: 26.000
anos-luz), mais próximo, portanto, da borda do que da região central.
A Via Láctea, galáxia espiral barrada, apresenta espessura de 1.000 anos-luz
(12.000 anos-luz, incluindo o disco de gás que a rodeia). Tem massa total de 580
bilhões de massas solares e contém de 200 a 400 bilhões de estrelas. É a segunda
maior galáxia do Grupo Local, depois de Andrômeda.
1918 – Max Planck recebe o Prêmio Nobel de Física pela descoberta da energia
quântica.
1919 – É fundada a União Astronômica Internacional (UAI, ou IAU – International
Astronomical Union, na sigla em inglês). Essa organização tem como missão
promover a ciência da astronomia em todos os seus aspectos através de cooperação
internacional. É a autoridade internacionalmente reconhecida com poder para
atribuir designações a corpos celestes e a quaisquer aspectos de sua superfície. As
atividades educacionais e relativas à ciência da IAU estão organizadas em 11
divisões científicas e, através delas, em 40 comissões mais especializadas, que
cobrem todos os aspectos da astronomia. As divisões científicas são: Astronomia
Fundamental, Sol e Heliosfera, Ciências Planetárias, Estrelas, Estrelas Variáveis,
Matéria Interestelar, Via Láctea, Galáxias e Universo, Espectroscopia,
Radioastronomia e Física de Altas Energias e Técnicas Espaciais. A política de
longo termo da IAU é definida por uma Assembleia Geral e implementada por um
Comitê Executivo. O ponto focal de suas atividades é o IAU Secretariat
(permanente), localizado no Institut d’Astrophysique, em Paris, França.
1919 – A Romênia adota o calendário gregoriano.
1919 (29 de maio) – Ocorre um famoso eclipse total do Sol, visível em Sobral
(Ceará), cuja observação permite confirmar a previsão da Teoria da Relatividade
sobre o desvio dos raios luminosos na presença de campos gravitacionais.
Organiza-se uma expedição ao Brasil, coordenada pelo inglês Andrew Claude de la
Cherois Crommelin (1865-1939), a qual retorna com 7 fotografias boas. Medindo a
distância entre as estrelas à esquerda e à direita do Sol durante o eclipse, quando
elas estão visíveis pelo curto espaço de tempo que ele dura, e comparando com
medidas das mesmas estrelas obtidas 6 meses antes, quando elas eram visíveis à
noite, o chefe internacional deste estudo, o astrônomo inglês Sir Arthur Stanley
Eddington (1882-1944), observa que as estrelas parecem mais distantes umas das
outras durante o eclipse. Isto implica que os raios de luz destas estrelas são
desviados pelo campo gravitacional do Sol, como predito por Einstein. Tais desvios
são o que se chama em astronomia de “lentes gravitacionais”.
1920 – É descoberto, nas vizinhanças de Grootfontein, na Namíbia, o maior
meteorito conhecido, o Hoba, uma rocha com peso estimado de 59t composta de
ferro-níquel.
1920 (26 de abril) – A discussão entre os astrônomos sobre a natureza das
nebulosas torna-se tão intensa que a Academia Nacional de Ciências de
Washington decide formalizá-la, convidando Harlow Shapley e Heber Curtis – os
dois maiores representantes das tendências antagônicas – para um debate, que
seria assistido pelos mais ilustres astrônomos da época. Shapley considera as
espirais como parte integrante da nossa galáxia; Curtis permanece fiel à ideia dos
Universos-ilha. Desse modo, depois de quase um século e meio, encerra-se o
Grande Debate, iniciado por William Herschel no final do século XVIII. Sua
conclusão evidencia a genialidade das intuições de Wright e de Kant sobre os
Universos-ilha, noção “intuitiva” à qual sucessivas gerações de pesquisadores se
apegaram. A partir de 1920, entretanto, surgem provas rigorosamente científicas
de sua validade. Para muitos astrônomos, a natureza das “nebulosas espiraladas” se
apresentava ainda incerta antes daquele ano. Depois do confronto, porém, torna-se
clara para todos.
1920 (13 de dezembro) – O astrônomo norte-americano Francis Gladheim Pease
(1881-1938) faz a primeira determinação do diâmetro de uma estrela ( Betelgeuse,
alfa de Órion, distante 640 anos-luz) com o uso do interferômetro, no Observatório
de Monte Wilson. O valor por ele obtido é de 400 milhões de km (valor atualmente
aceito: 1,3 bilhão de km).
1922 – Vesto Sliphe rresume suas descobertas sobre os deslocamentos para o
vermelho sistemático das nebulosas espirais.
1922 – O matemático russo Alexander Friedmann (1888-1925) encontra uma
solução para as equações de campo de Einstein que sugere uma expansão geral do
espaço.
1922 – Ocorre em Roma, Itália, a primeira assembleia geral da UAI.
1922 – A UAI adota como oficial o Central Bureau for Astronomical Telegrams
(CBAT), fundado pela Astronomische Gesellschaft, em 1882, em Kiel, na
Alemanha, e funcionando, desde a segunda metade da década de 1910, no
Observatório de Østervold, na Dinamarca, a cargo da Universidade de Copenhague.
A instituição passa a ser o organismo internacional responsável pela catalogação e
identificação de eventos astronómicos recentemente descobertos. O CBAT reúne e
distribui informações sobre cometas, satélites naturais, novas, supernovas e outros
eventos astronômicos recentes. Também estabelece a prioridade das descobertas (a
quem devem ser creditadas) e atribui designações provisórias e nomes a novos
objetos. Ademais, distribui as circulares da UAI, as quais, desde meados da década
de 1980, também estão disponíveis em meio eletrônico.
1922 – O astrônomo norte-americano de origem holandesa Willem Luyten (18991994) utiliza pela primeira vez o termo “anã branca” para se referir a estrelas
semelhantes a Sirius B. Essa denominação deve-se ao fato de a temperatura de
todas as estrelas desse tipo então conhecidas girar em torno de 10.000°C,
correspondendo à classe espectral A, constituída por estrelas de cor branca. Hoje,
contudo, sabe-se que a temperatura dessas estrelas pode variar entre 3.000°C e
20.000°C, com as cores variando do vermelho ao azul. Isso significa, portanto, que
nem todas as anãs brancas são efetivamente brancas.
1922 – Na gestão de Henrique Charles Morize (1860-1930), o antigo Imperial
Observatório, atual Observatório Nacional, como passara a denominar-se após a
proclamação da República, instala-se no morro de São Januário.
1922 (22 de outubro) – É publicada a primeira Circular da UAI (IAU).
1923 – Todos os países aderem ao calendário gregoriano, pelo menos para regular
o ano civil.
1923 – O matemático norte-americano George Birkhoff (1884-1944) prova que a
geometria de espaço-tempo de Schwarzschild é a única solução esfericamente
simétrica das equações de campo de Einstein no vácuo.
1923 – O físico romeno Hermann oberth (1894-1989) publica “Die Rakete zu den
Planetenräumen” (“O Foguete Ao Espaço Planetário”), livro em que descreve como
um telescópio poderia ser colocado em órbita terrestre por meio de um foguete. Ele
também cunha a expressão "estação espacial" para descrever uma estrutura que
serviria como ponto de partida para viagens à Lua e a Marte.
1924 – Arthur Eddington desenvolve a relação massa-luminosidade para as
estrelas da sequência principal.
1924 (dezembro) – O astrônomo norte-americano Edwin Powell Hubble (18891953) publica os importantíssimos resultados das medições por ele efetuadas no
ano anterior. Ao determinar, com o auxílio de variáveis cefeidas, a distância a que
estão da Terra M31 (Andrômeda) e M33 (Triângulo), ele conclui que se trata de
sistemas estelares semelhantes à Via Láctea e que estão localizados fora dela. A
relutância de Hubble em publicar suas conclusões deve-se ao fato de estarem em
franca contradição com as medições tomadas, em 1916, pelo astrônomo holandês
Adriaan van Maanen (1884-1946), então tidas em alta conta no meio científico.
Com a constatação de que estão corretas as medições efetuadas por Hubble,
encerra-se o Grande Debate e fica provada a natureza extragaláctica das nebulosas
em espiral.
1925 – O climatologista e geofísico austríaco Victor Conrad (1876-1962) verifica a
existência de uma descontinuidade entre a parte superior e a parte inferior da
crosta terrestre continental.
1925 – Edwin Hubble propõe um sistema, ainda em uso atualmente, para
classificar as galáxias de acordo com sua forma e estrutura.
1925 – A astrônoma anglo-americana Cecília Payne (1900-1979) estabelece que o
hidrogênio é o elemento químico mais abundante na composição das estrelas.
1925 (9 de maio) – O físico alemão Albert Einstein visita o Observatório Nacional
(Rio de Janeiro).
1926 – O físico inglês Ralph Fowler (1889-1944) usa a estatística de Fermi-Dirac
para explicar as estrelas anãs brancas.
1926 – O sismólogo alemão Beno Gutenberg (1889-1960) descobre, no manto
terrestre, uma zona de baixa velocidade de ondas sísmicas, a cerca de 150 km de
profundidade e com espessura de quase 100 km. Essa camada recebe a
denominação de “astenosfera”.
1926 – Arthur Eddington sugere que o calor do Sol provém de um "reator nuclear"
interno.
1926 – O físico norte-americano de origem polonesa Albert Michelson (1852-1931)
mede com precisão a velocidade da luz, concluindo que ela é de 299.796+-4 km/s.
O valor aceito atualmente é de 299.792,458 km/s. De acordo com a definição da
UAI, ano-luz é a distância percorrida pela luz, no vácuo, ao longo de um ano juliano
(exatamente 365,25 dias, ou 31.557.600 segundos), o que corresponde a
9.460.730.472.580,8 km.
1926 (16 de março) – Primeiro voo de foguete propelido a combustível líquido
(gasolina e oxigênio), construído pelo norte-americano Robert Hutchings Goddard
(1882-1945) e lançado em Auburn, Massachusetts.
1927 – O astrônomo norte-americano Ira Sprague Bowen (1898-1973) explica as
linhas espectrais não identificadas provenientes do espaço como linhas de
transição proibidas.
1927 – O padre e cosmólogo belga Georges-Henri Édouard Lemaître (1894-1966) é
provavelmente o primeiro a propor um modelo específico para o Big Bang. Ele
imagina que toda a matéria esteja concentrada no que ele chama de átomo
primordial e que este átomo se partiu em incontáveis pedaços, cada um se
fragmentando sempre mais, até formar os átomos presentes no Universo, numa
enorme fissão nuclear. Este modelo não obedece às leis da relatividade e à
estrutura da matéria (quântica), mas ele inspira os modelos modernos.
1927 – Têm início as atividades do Instituto Astronômico e Geofísico da
Universidade de São Paulo (USP).
1927 – O astrônomo holandês Jan Hendrik Oort (1900-1992) analisa movimentos
de estrelas distantes, encontrando evidências de uma rotação diferencial, e funda a
teoria matemática da estrutura galáctica.
1927 – O geólogo inglês Arthur Holmes (1890-1965), pioneiro no uso dos
elementos radioativos para datar as rochas, propõe um mecanismo capaz de
explicar o movimento dos continentes. Quando decaem, os elementos radioativos
existentes no interior da Terra produzem calor e aquecem o manto. Essa camada
constitui um meio sólido para a pesquisa sísmica, pois as ondas secundárias
propagam-se em seu interior. Num período de milhares de anos, porém, o manto
comporta-se como um fluido extremamente viscoso, capaz de transportar por
convecção o calor do centro para a superfície. No fenômeno físico da convecção, as
porções quentes do fluido ficam ainda mais quentes e tendem a subir, enquanto
suas partes frias afundam. Se a diferença de temperatura for suficiente, cria-se uma
circulação ordenada, com a formação de células de convecção. Holmes afirma que
esse mecanismo é capaz de deslocar os continentes, assim como as correntes
marítimas fazem com os “icebergs”.
1929 – Edwin Hubble verifica que a velocidade de afastamento (deslocamento para
o vermelho) das galáxias é proporcional à distância entre elas, demonstrando que o
Universo está em expansão e criando a “constante de Hubble”.
1929 – O norte-americano George Antonovich Gamow (1904-1968) propõe a fusão
do hidrogênio como a fonte de energia das estrelas.
1929 – Henry Norris Russell conduz os primeiros estudos espectroscópicos para
determinar a composição química do Sol.
1929 – O astrônomo e fabricante de instrumentos ópticos Bernhard Voldemar
Schmidt (1879-1935) inventa um novo sistema de espelho para telescópios
refletores que supera os problemas anteriores de aberração da imagem. Tais
instrumentos são conhecidos como telescópios Schmidt. Para conseguir isso, ele
instala uma lente corretora à frente do espelho de um telescópio refletor e obtém
excelentes resultados. Seu sistema combina, portanto, os princípios de refração
com os de reflexão, dando origem aos instrumentos mistos.
1929 (abril) – O astrônomo norte-americano Clyde Tombaugh (1906-1997) começa
a procurar sistematicamente Plutão. Antes que Tombaugh nascesse, Percival
Lowell havia lançado uma busca por Plutão, um nono planeta cuja gravidade
explicaria as divergências nas posições de Urano e Netuno. Lowell não consegue
encontrar o planeta, e em seu testamento decreta que a caça deve continuar.
1930 – Seth Nicholson mede a temperatura da superfície da Lua.
1930 – O astrônomo norte-americano de origem suíça Robert Trumpler (18861956) descobre e calcula a absorção da luz por poeira interestelar, comparando os
tamanhos angulares e brilhos de aglomerados globulares.
1930 – O astrônomo francês Bernard-Ferdinand Lyot (1897-1952) inventa o
coronógrafo, um instrumento que permite a observação da coroa solar quando o
Sol não está em eclipse.
1930 – O astrônomo francês Eugéne Antoniadi (1870-1944) publica um tratado que
se torna clássico na história das pesquisas sobre Marte, em que ele escreve:
“Ninguém jamais observou canais de verdade em Marte, e as linhas mais ou menos
retilíneas de Schiaparelli não existem nem como canais nem como formas
geométricas. O local onde eles teriam sido observados corresponde a uma
superfície com estrias irregulares manchadas, zonas de reflexão não-uniformes,
terrenos descontínuos ou talvez margens esverdeadas de um lago de morfologia
complexa”. Observando os detalhes da superfície marciana com um dos refratores
mais aperfeiçoados da época, Antoniadi dá o golpe de misericórdia nos canais.
1930 – A UAI adota a proposta do astrônomo belga Eugène Delporte (1882-1955) e
fixa em 88 o número das constelações. São elas: Águia, Altar, Andrômeda, Aquário,
Áries (ou Carneiro), Ave do Paraíso, Baleia, Boieiro, Buril (do Escultor), Bússola,
Cabeleira de Berenice, Cães de Caça, Camaleão, Câncer (ou Caranguejo), Cão
Maior, Cão Menor, Capricórnio, Carena (ou Quilha), Cassiopeia, Cefeu, Centauro,
Cisne, Cocheiro, Compasso, Coroa Austral, Coroa Boreal, Corvo, Cruzeiro do Sul,
Delfim, Dourado, Dragão, Erídano, Escorpião, Escudo (de Sobieski), Escultor,
Fênix, Flecha, Forno Químico, Gêmeos, Girafa, Grou, Hércules, Hidra Fêmea,
Hidra Macho, Índio, Lagarto, Leão, Leão Menor, Lebre, Libra (ou Balança), Lince,
Lira, Lobo, Máquina Pneumática, Microscópio, Monte Mesa, Mosca, Ofiúco (ou
Serpentário), Oitante, Órion, Pavão, Pégaso, Peixe Austral, Peixes, Peixe Voador,
Pequena Raposa, Pequeno Cavalo, Perseu, Pintor, Pomba (de Noé), Popa (da nave
Argos), Régua, Relógio, Retículo, Sagitário, Serpente (dividida em Cabeça e Cauda),
Sextante, Taça, Telescópio, Touro, Triângulo, Triângulo Austral, Tucano,
Unicórnio, Ursa Maior, Ursa Menor, Vela e Virgem.
1930 – O físico indiano Subrahmanyan Chandrasekhar (1910-1995) descobre e
calcula o limite que leva seu nome, o qual representa a máxima massa possível para
uma estrela do tipo anã branca (um dos estágios finais das estrelas que
consumiram toda a sua energia) suportada pela pressão da degeneração de
elétrons, e é de aproximadamente três octiliões de toneladas, cerca de 1,44 vez a
massa do Sol. Acima desse limite, a anã branca entra em colapso, devido ao efeito
da gravidade.
1930 (21 de janeiro) – Clyde William Tombaugh fotografa Plutão, mas não o
identifica ainda como planeta. Outras fotografias são tiradas nos dias 23 e 29.
1930 (18 de fevereiro) – Clyde William Tombaugh descobre Plutão, então
considerado o nono planeta do Sistema Solar, utilizando o telescópio refrator de
33cm do Lowell Observatory, em Flagstaff, no Arizona.
Plutão tem diâmetro estimado de 2.390 km e área superficial de 17,95 milhões de
km2 ((3,3% da terrestre). Ocupa um volume de 7,15 bilhões de km3 (0,66% do
volume da Terra) e tem massa de 13,05 quintilhões de toneladas (0,21% da
terrestre), o que resulta numa densidade de 2,03g/ km3. A força de gravidade
equivale a 5,9% da terrestre, e a velocidade de escape é de 1,2 km/s. orbita o Sol à
distância média de 5.906.376.272 km (varia entre 4.436.824.613 e 7.375.927.931
km), completando uma órbita, à velocidade média de 16.800 km/h, em 90.613,305
dias terrestres (248,09 anos), ou 14.164,4 dias plutonianos. O período de rotação é
de 6d9h17min36s. Os principais componentes da atmosfera são nitrogênio e
metano. A magnitude aparente é superior a 13,65, sendo a média 15,1. Tem três
satélites conhecidos.
Plutão é o nome latino de Hades, deus grego do submundo e das riquezas dos
mortos.
1930 (24 de março) – Plutão é oficialmente batizado, tendo o nome sido sugerido
por Venetia Phair (1918-2009), uma menina de onze anos vivendo em Oxford. Esta
decisão é anunciada em 1º de maio.
1930 (10 de maio) – o primeiro planetário é aberto ao público nos EUA, o
Planetário de Adler, em Chicago, Illinois.
1931 – O astrônomo alemão Otto Hermann Leopold Hec kmann (1931-1983)
afirma que a matéria é, sob alguma circunstância, homogeneamente distribuída ao
longo do Universo e é isotrópica, isto é, tem propriedades idênticas em toda
direção).
1932 – O físico inglês James Chadwick (1891-1974) descobre o nêutron, partícula
atônica com carga elétrica nula, que compõe, juntamente com o próton, o núcleo do
átomo.
1932 – Estudando as perturbações e as interferências verificadas durante as
transmissões radiofônicas, o físico e engenheiro norte-americano Karl Jansky
(1905-1950) descobre que parte dessas perturbações se deve a radiações cósmicas
que atingem regularmente a Terra e conclui que a fonte contínua dessas radiações
deve estar situada na direção da constelação de Sagitário, a mesma em que se
encontra o centro da Via Láctea. Trata-se das ondas de rádio, cujo estudo
sistemático dá origem à radioastronomia.
1932 – Ao estudar o destino de uma estrela massiva após o esgotamento de todo o
seu combustível nuclear, o físico e matemático azerbaijano Lev Davidovich Landau
(1908-1968) chega à conclusão de que, na fase de resíduo estelar, a matéria se
encontra num estado de elevada densidade, composta basicamente por nêutrons.
Descobre-se, assim, as estrelas de nêutrons.
1932 – Harlow Shapley e Adelaide Ames publicam um levantamento das galáxias
com brilho superior à 13ª magnitude, conhecido mais tarde como “Catálogo
Shapley-Ames”.
1932 – O astrônomo estoniano Ernst Öpik (1893-1985) postula que os cometas de
longo período têm origem numa nuvem localizada nos confins do Sistema Solar.
Essa região é hoje conhecida como Nuvem de Oort.
1933 – O astrônomo suíço Fritz Zwicky (1898-1974) postula a existência da matéria
escura. Esta é a matéria suplementar necessária para explicar as curvas de rotação
das galáxias e as velocidades observadas das galáxias em aglomerados, maiores que
as explicáveis através da matéria observada, chamada matéria luminosa. Zwicky,
trabalhando nos EUA, observando que as velocidades das galáxias em aglomerados
são muito maiores do que o esperado, calcula que a massa do aglomerado deve ser
pelo menos dez vezes maior do que a massa da matéria visível no próprio
aglomerado, isto é, da massa em estrelas e gás pertencentes às galáxias.
1933 – Fritz Zwicky e Walter Baade propõem a ideia da existência de estrelas de
nêutrons e sugerem que as supernovas poderiam ser criadas pelo colapso de
estrelas normais para estrelas de nêutrons. Eles também sugerem que tais eventos
podem explicar o fundo de raios cósmicos.
1933 – Bernard-Ferdinand Lyot inventa o filtro de Lyot, formado por uma série de
lâminas de quartzo separadas por polarizadores e analisadores, a fim de ser
possível isolar a luz de um comprimento de onda determinado; permite a
observação das protuberâncias e da coroa solar pelo isolamento de uma de suas
raias de emissão..
1933 – A União Soviética (URSS) lança seu primeiro foguete de propelente líquido,
com a importante colaboração do engenheiro russo Sergey Pavlovich Korolev
(1907-1966).
1933 – O astrônomo norte-americano Donald Menzel (1901-1976) descobre,
juntamente com J. C. Boyce, que a coroa solar contém oxigênio.
1933 – O matemático e astrofísico inglês Edward Milne (1896-1950) formaliza o
princípio cosmológico, uma das principais hipóteses da cosmologia moderna,
baseada em um número crescente de evidências observacionais, as quais afirmam
que, Em escalas espaciais suficientemente grandes, o Universo é homogêneo e
isótropo.
1933 – É fundada a Meteoritical Society, organização sem fins lucrativos cujo
objetivo é promover a pesquisa e a educação em ciência planetária, com ênfase em
meteoritos e outros materiais extraterrestres. Além de meteoritos, o interesse da
organização abrange poeira cósmica, asteroides, cometas, satélites naturais,
planetas, impactos e a origem do Sistema Solar.
1933 (17 de agosto) – É lançado o Gird 9, primeiro foguete soviético, que atinge a
altitude de 400m.
1933 (13 de outubro) – É fundada a British Interplanetary Society, organização sem
fins lucrativos com sede em Londres.
1934 – Georges-Henri Lemaître interpreta a constante cosmológica como devida a
uma energia do “vácuo”, com uma equação de estado incomum de fluido perfeito.
1934 – O físico norte-americano Richard Tolman (1881-1948) mostra que a
radiação de corpo negro em um Universo que se expande esfria mas permanece
térmica.
1934 – O astrônomo norte-americano de origem alemã Walter Baade (1893-1960)
propõe, com Fritz Zwicky, que as supernovas poderiam produzir raios cósmicos e
nêutrons.
1934 – Walter Baade e Fritz Zwicky formulam a hipótese (posteriormente
confirmada) de que as estrelas de nêutrons são remanescentes da explosão de uma
supernova.
1935 – Nicolas Stoyco (1884-1973) confirma a existência de flutuações no
movimento de rotação da Terra, causadas pelo movimento lunar.
1935 – James Chadwick recebe o Prêmio Nobel de Física pela descoberta (1932) do
nêutron.
1935 (2 de abril) – É concedida ao escocês Robert Watson-Watt (1892-1973) a
patente para o RADAR.
1935 (14 de maio) – É inaugurado o Griffith Observatory, em Los Angeles,
Califórnia.
1936 – o telescópio refletor óptico Schmidt de 46cm de Palomar entra em
operação, localizado em Palomar, Califórnia.
1936 – No livro "The Realm of the Nebulae" (O Reino das Nebulosas), Edwin
Hubble apresenta uma classificação morfológica das galáxias, representada num
diagrama que se torna conhecido como "forquilha de Hubble". As galáxias estão
divididas em espirais, espirais barradas, elípticas, lenticulares e irregulares, com
diversas subcategorias.
1936 – Raimond Arthur Lyttleton (1911-1995), matemático e físico teórico inglês,
apresenta a hipótese de Plutão ter sido, até um período relativamente recente, um
satélite de Netuno.
1936 – A sismóloga dinamarquesa Inge Lehmann (1888-1993) interpreta algumas
observações anômalas das ondas primárias como indício da presença, no centro da
Terra, de um núcleo provavelmente sólido, envolvido por uma parte líquida.
1936 – Os norte-americanos Victor Franz Hess (1883-1964), de origem austríaca, e
Carl David Anderson (1905-1991) recebem o Prêmio Nobel de Física, o primeiro
por seus estudos acerca dos raios cósmicos e o segundo pela descoberta (1932) do
pósitron, partícula subatômica que tem a mesma carga elétrica de um próton e a
mesma massa de um elétron.
1937 – O físico inglês Paul Dirac (1902-1984) apresenta uma teoria cosmológica em
que a constante gravitacional diminui lentamente, de modo que a idade do
Universo, dividida pelo tempo de cruzamento da luz atômica, sempre é igual à
razão da força elétrica para a força gravitacional entre um próton e um elétron.
1937 – Fritz Zwicky sugere o termo "supernova" para nomear as grandes explosões
estelares.
1938 – O físico norte-americano de origem alemã Hans Albrecht Bethe (19062005) conclui que as elevadíssimas temperaturas e pressões existentes no centro
do Sol podem fazer com que quatro núcleos de hidrogênio (ou seja, quatro prótons)
se fundam para formar um único núcleo de hélio. Como a massa total dos quatro
prótons equivale a 4,0325 unidades de massa atômica, e a de um núcleo de hélio a
4,0039, a reação libera uma energia correspondente a 0,0286 (ou seja, 0,7% da
massa em questão).
1938 – O físico francês Pierre Victor Auger (1899-1993) é o primeiro a observar as
faíscas produzidas na atmosfera terrestre pela interação entre a região atmosférica
e os raios cósmicos.
1938 (6 de julho) – Seth Barnes Nicholson Descobre Lisiteia, décimo satélite
conhecido de Júpiter.
Diâmetro: 36 km; período orbital: 259,20 dias; distância média ao planeta:
11.720.000 km; massa: 63 trilhões de toneladas; densidade: 2,6g/cm3.
1938 (30 de julho) – Seth Barnes Nicholson descobre Carme, 11º satélite conhecido
de Júpiter.
Diâmetro: 46 km; período orbital: 702,28 dias (2,045 anos); distância média ao
planeta: 23.400.000 km; massa: 130 trilhões de toneladas; densidade: 2,6g/cm3.
1938 (30 de outubro) – O cineasta norte-americano Orson Welles (1915-1985)
realiza, na rádio CBS (Columbia Broadcasting System), uma dramatização
intitulada A Guerra dos Mundos, baseada no livro homônimo publicado, em 1898,
por H. G. Welles (1866-1946). A obra descreve uma invasão da Terra por
marcianos, e a dramatização causa pânico entre a população norte-americana, pois
a crença na existência de vida em Marte faz muitas pessoas acreditarem na
veracidade da história transmitida pelo rádio.
1939 – O químico alemão Otto Hahn (1879-1968), a física sueca de origem
austríaca Lise Meitner (1878-1968) e o químico alemão Fritz Strassmann (19021980) descobrem a fissão nuclear: quando um núcleo de urânio absorve um
nêutron, ele pode ser “sacudido” até o ponto em que ele se divide em dois
fragmentos de tamanhos comparáveis, liberando uma grande quantidade de
energia.
1939 – O astrônomo norte-americano de origem alemã Rupert Wildt (1905-1976)
nota a importância do ion negativo de hidrogênio para a opacidade estelar.
1939 – O físico norte-americano Julius Robert Oppenheimer (1904-1967) e seu
discípulo George Michael Volkoff (1914-2000), físico canadense, estabelecem que a
dimensão máxima de uma estrela de nêutrons não ultrapassa algumas dezenas de
km.
1939 - Robert Oppenheimer e Hartland Snyder calculam o colapso de uma esfera
de fluido homogênea livre de pressão e observam que ela interrompe suas próprias
comunicações com o resto do Universo.
1939 – Bernard-Ferdinand Lyot faz a primeira imagem em movimento das
proeminências solares.
1939 – Estudos realizados pelo radioastrônomo norte-americano Grote Reber
(1911-2002) confirmam os resultados obtidos em 1932 por Karl Jansky acerca da
proveniência cósmica das ondas de rádio que interferem nas telecomunicações
terrestres.
1939 (30 de abril) – É produzida a primeira energia elétrica gerada por raios
cósmicos, no Planetário de Hayden, Cidade de Nova Iorque.
1941 – O astrônomo canadense Andrew McKellar (1910-1960) usa a excitação das
linhas do dubleto CN para medir que a “temperatura efetiva do espaço” é de cerca
de 2,3 K.
1942 – Jan Julius Duyvendak, Nicholas Mayall e Jan Oort deduzem que a Nebulosa
do Caranguejo é um resto da supernova 1054, observada pelos astrônomos
chineses.
1942 – Southworth, nos EUA, e Hey, na Inglaterra, descobrem que o Sol também é
uma fonte de ondas de rádio e são os primeiros a registrá-las.
1943 – O astrônomo norte-americano Carl Keenan Seyfert (1911-1960) identifica 6
galáxias espirais com linhas de emissão incomumente largas, conhecidas como
"galáxias Seyfert", as quais têm núcleos ativos em seus centros e fornecem ligação
entre as galáxias normais e os quasares.
1944 – O astrônomo holandês Hendrik Christoffer van de Hulst (1918-2000) prevê
a linha hiperfina de 21cm do hidrogênio interestelar neutro.
1944 – A teoria da nebulosa primordial formadora do Sol e dos planetas é
retomada quando, com base em novos dados sobre a composição solar, o físico
alemão Carl Friedrich von Weizsäcker (1912-2007) sugere que a nebulosa teria
massa muito maior que a dos planetas e que, submetida a um processo de
turbilhonamento interno, promoveria a condensação desses corpos celestes.
1944 – Grote Reber, compilador do primeiro radiomapa do céu, escreve: “A fonte
mais intensa está na constelação de Sagitário; outras menores se acham no Cisne,
em Cassiopeia, no Cão Maior, na Popa e em Perseu”. Pela primeira vez na história,
o homem “vê” o céu através de uma janela diferente da tradicional, tendo a
possibilidade de descobrir fatos novos e inesperados.
1944 – O astrônomo norte-americano de origem holandesa Gerard Peter Kuiper
(1905-1973) detecta metano no espectro de Titã, evidenciando a presença de uma
atmosfera naquele satélite de Saturno.
1945 – É construído o primeiro computador eletrônico, o Electronic Numerical
Integrator and Computer (ENIAC), produzido em parceria pelo governo dos EUA e
a Universidade da Pensilvânia. Ele consiste de 18.000 válvulas, 70.000 resistores e
5.000 de juntas soldadas. Este computador é tão grande que consome 160
kilowatts de potência elétrica, energia suficiente para enfraquecer as luzes de uma
parte inteira da cidade de Filadélfia. Ele é desenvolvido por John Presper Eckert
(1919-1995) e John W. Mauchly (1907-1980). O ENIAC, ao contrário de outros
equipamentos da época, é um computador de uso geral.
1945 (outubro) – O escritor britânico Arthur C. Clarke (1917-2008) publica, na
revista "Wireless World", um artigo científico intitulado "Can Rocket Stations Give
Worldwide Radio Coverage?", no qual lança o conceito de satélite geoestacionário
como futura ferramenta para desenvolver as telecomunicações. Um satélite é
geoestacionário quando está em órbita a uma altitude de 35.786 km (em que as
forças centrífuga e centrípeta da Terra se anulam reciprocamente), o que faz com
que seu período orbital seja equivalente ao da rotação terrestre, permanecendo o
satélite parado sobre um ponto determinado do planeta (na maioria das vezes, o
equador), característica que permite o seu emprego nas telecomunicações e para
observar regiões específicas da Terra.
1946 – O astrônomo norte-americano Lyman Spitzer (1914-1997) escreve um
documento intitulado “Vantagens astronômicas de um observatório extraterrestre”.
Ele observa as duas grandes vantagens oferecidas por um observatório espacial
relativamente aos telescópios terrestres: em primeiro lugar, a resolução óptica
(distância mínima de separação entre objetos na qual eles permaneçam claramente
distintos) estaria limitada apenas por difração, em oposição aos efeitos da
turbulência da atmosfera, que provocam o cintilamento das estrelas, conhecido
entre astrônomos como "visão". A segunda grande vantagem seria a possibilidade
de observar luz infravermelha e ultravioleta, em grande parte absorvidas pela
atmosfera.
1946 – Com o desenvolvimento da radioastronomia, consolida-se o conceito de
“coroa solar muito quente”, com temperatura da ordem de 1 milhão de K.
1946 – É criada a NIVR (Nederlands Instituut voor Vliegtuigontwikkeling en
Ruimtevaart),
Agência Holandesa para Programas Aeroespaciais. fundada pelo governo holandês,
Ela é uma organização semi-governamental que não visa a lucros e cujo objetivo
geral é promover as atividades da indústria aeroespacial na Holanda.
1946 (10 de janeiro) – a equipe do U.S. Army Project Diana lança sinais de radar
refletidos à superfície da Lua. Uma pulsação de 180 ondas de ciclo com duração de
0,25 segundo é irradiada pelo Army Signal Corps do Evans Signal Laboratories,
Belmar, Nova Jersey. O eco é recebido 2.4 segundos depois. O evento prova que as
ondas de rádio podem penetrar a atmosfera da Terra.
1947 – O físico britânico Bernard Lovell, juntamente com seu grupo, completa o
rádio-telescópio não dirigível de 66,45m em Jodrell Bank.
1947 – Gerard Peter Kuiper identifica anidrido carbônico na atmosfera de Marte.
1947 – É fundado, na Universidade de Cincinnati, o Minor Planet Center, sob a
direção de Paul Herget (1908-1981). Posteriormente (1978), transfere-se para o
Smithsonian Astrophysical Observatory, onde opera atualmente. É a organização
oficialmente responsável por reunir informações acerca de planetas menores
(asteroides) e cometas, calculando suas órbitas e publicando os resultados por meio
de circulares.
1948 – Os norte-americanos George Antonovich Gamow (1904-1968), físico de
origem russa, Ralph Alpher (1921-2007) e Robert Herman (1914-1997) preveem
que um Universo com Big Bang terá um fundo de microndas cósmico de corpo
negro com temperatura de cerca de 5 graus Kelvin. Eles sugerem para o Big Bang
um modelo com início oposto ao de Lemaître – fusão nuclear.
1948 – Ralph Alpher, Hans Bethe e George Gamow examinam a síntese de
elementos em um Universo que está rapidamente se expandindo e esfriando e
sugerem que os elementos foram produzidos por captura de nêutrons rápida.
1948 – O matemático anglo-austríaco Hermann Bondi (1919-2005), o astrofísico
austríaco Thomas Gold (1920-2004) e o matemático e astrônomo inglês Fred Hoyle
(1915-2001) propõem cosmologias do estado estacionário baseadas no princípio
cosmológico perfeito.
1948 – O rádio-astrônomo australiano de origem inglesa John Gatenby Bolton
(1922-1993) sugere que uma fonte de rádio na constelação do Touro nada mais é do
que a nebulosa do Caranguejo, um dos objetos mais fascinantes da Galáxia.
1948 (16 de fevereiro) – Gerard Peter Kuiper descobre Miranda, quinto satélite
conhecido de Urano.
Diâmetro: 480 x 468,4 x 465,8 km; período orbital: 1,413 dia; distância média ao
planeta: 129.390 km; massa: 65,9 quatrilhões de toneladas; densidade: 1,20g/cm3.
1948 (3 de junho) – O telescópio refletor de 5,08m do Observatório Palomar, na
Califórnia, recebe o nome de Hale, em homenagem a George Ellery Hale, que o
concebeu, projetou e promoveu, mas morreu (1938) antes que fosse completado. O
primeiro estudo com esse instrumento ocorre em 1º de fevereiro de 1949, com
observações da constelação de Cabeleira de Berenice.
1949 – Dois telescópios entram em operação em Palomar, na Califórnia: o
telescópio refletor óptico Schmidt de 1,2m e o telescópio refletor óptico Schmidt de
5,08 m.
1949 – O norte-americano Herbert Friedman (1916-2000) detecta raios X solares.
1949 – J. G. Bolton, G. J. Stanley e O. B. Slee identificam NGC 4486 (M87) e NGC
5128 como rádio-fontes extragalácticas.
1949 – Fred Hoyle usa, pela primeira vez, o nome “Big Bang” para se referir a esta
teoria da origem do Universo, que ele contestava.
1949 (9 de fevereiro) – É criado o primeiro Departamento de Medicina Espacial,
estabelecido na United States Air Force School of Aviation Medicine, em Randolph
Field, Texas.
1949 (1º de maio) – Gerard Peter Kuiper descobre Nereida, segundo satélite
conhecido de Netuno.
Diâmetro: 340 km; períodoorbital: 360,136 dias; distância média ao planeta:
5.513.787 km; massa: 31 quatrilhões de toneladas; densidade: 1,5g/cm3.
1949 (10 de maio) – É montado o primeiro planetário norte-americano em uma
universidade aberta, Chapel Hill, na Carolina do Norte.
1950 – Jan Hendrik Oort sugere a existência de uma nuvem cometária, mais tarde
chamada de “nuvem de Oort”. Trata-se de vasta região que envolve o Sistema Solar,
à distância estimada de um ano-luz, na qual há grande quantidade de poeira e
bilhões de núcleos cometários. Os astrônomos acreditam que muitos dos cometas
que ingressam no Sistema Solar, sobretudo aqueles de longo período, têm origem
nesta nuvem, de onde são expulsos por perturbações gravitacionais.
1950 – O astrônomo norte-americano Fred Laurence Whipple (1906-2004) afirma
que o núcleo dos cometas não passa de “uma bola de gelo sujo”, ou seja, compõe-se
principalmente de gelo misturado com matéria rochosa pulverizada.
1951 – Gerard Peter Kuiper defende a existência de um “reservatório” de cometas,
em forma de anel, a uma distância de 40 a 100 unidades astronômicas do Sol (valor
atualmente aceito: 30 a 55). Essa região é hoje denominada de “cinturão de
Kuiper”.
1951 – H. I. Ewen e Edward Purcell (1912-1997) observam a linha hiperfina de
21cm do hidrogênio interestelar neutro.
1951 – O astrônomo e matemático irlandês William McCrea (1904-1999) mostra
que o campo-C do estado estacionário pode ser acomodado dentro da relatividade
geral, interpretando-o como uma contribuição ao tensor “energia-momentum” com
uma equação de estado incomum.
1951 – o astrônomo norte-americano William Wilson Morgan (1906-1994)
apresenta a primeira evidência de que a Via Láctea tem braços espirais.
1951 – O astrônomo norte-americano Harold Delos Babcock (1882-1968),
juntamente com seu filho, Horace (1912-2003), inventa o magnetógrafo solar para
observação detalhada do campo magnético do Sol. Com seu Babcocks, mede a
distribuição dos campos magnéticos em cima da superfície solar com precisão sem
precedente e descobre magneticamente estrelas variáveis.
1951 – Tem início uma renovação quase completa dos equipamentos do
Observatório Nacional, quando se introduzem aparelhos eletrônicos e o uso da
técnica de exposição fotográfica múltipla.
1951 – Levando em conta a descoberta feita pelo astrônomo holandês Hank Van de
Hulst de que o hidrogênio é capaz de emitir radiação no comprimento de onda de
21cm, Ewen e Purcell, em Harvard (EUA), e Oort, Van de Hulst e colaboradores,
em Leiden (Holanda), descobrem a “linha espectral de radiofrequência” do
hidrogênio.
1951 (28 de setembro) – Seth Barnes Nicholson descobre Ananque, 12º satélite
conhecido de Júpiter.
Diâmetro: 28 km; período orbital: 610,45 dias (1,68 ano); distância média ao
planeta: 21.280.000 km; massa: 30 trilhões de toneladas; densidade: 2,6g/cm3.
1952 – Durante a assembleia da UAI em Roma, Walter Baade anuncia importantes
descobertas feitas em anos anteriores. A constante falta de energia elétrica ao longo
da Segunda Guerra Mundial diminui a poluição luminosa nas imediações do
Observatório de Monte Wilson, na Califórnia, permitindo-lhe estudar, pela
primeira vez, estrelas da galáxia de Andrômeda. Percebe que estrelas azuis, jovens
e pobres em elementos pesados (que ele chama de população I), existem no disco
da galáxia, mas não no halo, onde predominam estrelas vermelhas, velhas e ricas
em elementos pesados (população II). Conclui daí que a formação estelar é muito
mais freqüente nas zonas periféricas das galáxias.
Ademais, as mesmas observações permitem-lhe identificar dois tipos de cefeidas,
estrelas variáveis usadas para determinar distâncias de corpos celestes em relação à
Terra. Com base nessa descoberta, determina com mais precisão a distância de
Andrômeda e conclui que o tamanho do Universo conhecido é o dobro daquele
estabelecido por Hubble em 1929.
1953 – O geoquímico norte-americano Clair Cameron Patterson (1922-1995) faz a
primeira medida precisa da idade da Terra: 4,55 bilhões de anos.
1953 – O astrônomo francês Gérard de Vaucouleurs (1918-1995) descobre que as
galáxias situadas num raio de aproximadamente 200 milhões de anos-luz do
Aglomerado de Virgem estão confinadas no disco de um aglomerado supergigante.
1953 (14 de maio) – O químico e biólogo norte-americano Stanley L. Miller (19202007) consegue simular as condições que seriam as da atmosfera primitiva da
Terra, obtendo uma mistura de aminoácidos. Sua descoberta marca o começo do
estudo moderno para entender a origem da vida na Terra.
1954 – Walter Baade e Rudolph Minkowski (1895-1976) identificam a contraparte
óptica extragaláctica da rádio-fonte Cygnus A.
1955 – Tigran Shmaonov encontra excesso de emissão de microondas com uma
temperatura de aproximadamente 3 K.
1955 – Kenneth Linn Franklin (1923-2007) e Bernard F. Burke, astrônomos da
Fundação Carnegie em Washington, descobrem que Júpiter emite ondas de rádio,
que parecem ser estouros pequenos de estática, semelhantes aos produzidos por
temporais em receptores de rádio convencionais. A surpreendente descoberta é
feita por completa casualidade enquanto eles estão esquadrinhando o céu para
ruídos de galáxias de rádio. É a primeira descoberta desse tipo em planetas do
Sistema Solar.
1955 – O Observatório Nacional estabelece 30 estações magnéticas e distribui pelo
Brasil uma rede de 3.000 estações gravimétricas, o que o coloca, durante muito
tempo, na liderança das pesquisas astronômicas brasileiras.
1956 – Lyman Spitzer prevê gás coronal em torno da Via Láctea.
1956 – Herbert Friedman detecta evidência de raios X extrassolares.
1956 – Os Astrofísicos britânicos Margaret Burbidge e Geoffrey Burbidge (1925-
2010) descobrem, em conjunto com William Fowler (1911-1995) e Fred Hoyle, que
há a formação, através de fusão, de elementos mais pesados do que o hidrogênio
nas estrelas. Esta afirmação contradiz a teoria anterior de que todos os elementos
teriam sido criados durante o Big Bang.
1956 – Clyde Cowan (1919-1974), Frederick Reines (1918-1998), F. B. Harrison, H.
W. Kruse e A. D. McGuir comprovam a existência dos neutrinos, partículas
subatômicas elementares que viajam a velocidades próximas à da luz, não têm
carga elétrica, são capazes de passar através da matéria comum sem sofrer
alterações (sendo, por isso, de detecção muito difícil) e possuem massa diminuta
(até 1999, pensava-se que não tivessem massa alguma). Os neutrinos haviam sido
previstos teoricamente (1930) pelo físico austríaco Wolfgang Pauli (1900-1958).
1956 (23 de abril) – É fundada a Associação Brasileira de Astronomia (Rio de
Janeiro).
1956 (8 de outubro) – A China abre seu primeiro centro de pesquisa de mísseis e
foguetes, o "Instituto Número 5", subordinado ao Ministério da Defesa e dirigido
por Qian Xueshen, um cientista chinês formado nos EUA.
1957 – É criada a Associação de Universidades para Pesquisa em Astronomia
(AURA), desenvolvida por um grupo de universidades norte-americanas. Trata-se
de um consórcio de universidades e outras instituições educacionais que não visam
a lucro e cujo objetivo é operar observatórios astronômicos de alta qualidade.
1957 (21 de agosto) – A URSS lança o primeiro projétil balístico intercontinental.
Essa tecnologia é empregada para enviar o Sputnik ao espaço.
1957 (4 de outubro) – é lançado o primeiro satélite artificial da Terra, o Sputnik 1,
do Cosmódromo de Baikonur (base de lançamento de foguetes da URSS), em
Tyuratam, no Cazaquistão. Trata-se de uma esfera revestida de alumínio polido,
altamente reflexivo, com 58cm de diâmetro e pesando 83,6 kg, que dá mais de
1.400 voltas em torno da Terra, à razão de pouco menos de 100 minutos por órbita,
durante aproximadamente três meses, queimando no momento da reentrada na
atmosfera. Sem função específica, é dotado de dois radiotransmissores com
antenas flexíveis, transmitindo em frequências que podem ser captadas por
radioamadores do mundo inteiro, o que contribui para conferir grande notoriedade
à URSS. Sputnik, em russo, significa "companheiro" ou "satélite". Este
acontecimento provoca uma corrida pela conquista do espaço entre a URSS e os
EUA, que culmina com a chegada do homem à Lua.
1957 (3 de novembro) – é lançado o Primeiro ser vivo no espaço: a cadela
Kudriavka (de raça Laika), que viaja a bordo do Sputnik 2 e morre quatro dias
depois, devido ao calor, na reentrada.
1958 – Evry Schatzman, Kent Harrison, Masami Wakano e John Wheeler mostram
que as anãs brancas são instáveis em relação ao decaimento beta inverso. O
decaimento beta é uma das três formas de energia de decaimento ou de
desintegração (as outras são alfa e gama), aquela liberada por um decaimento
nuclear. Portanto, a energia de decaimento é a diferença de energia existente entre
as partículas iniciais e finais de um processo de desintegração nuclear.
1958 – O físico norte-americano Eugene Parker demonstra que a coroa solar,
caracterizada por temperaturas acima de 1 milhão de °C, não pode se comportar
como um fluido estático. A essa temperatura, o gás que compõe a coroa solar deve
se encontrar num estado de contínua e violenta evaporação. Isso implica um fluxo
de partículas com densidade próxima de dez átomos por centímetro cúbico e cuja
velocidade, nas proximidades da Terra, alcança de 400 a 800 km/s. Trata-se do
vento solar.
1958 – Tendo como base a curva de luz, o astrônomo russo Boris Vassilievich
Kukarkin (1909-1977) propõe a divisão das estrelas variáveis em três classes
principais: pulsantes, eruptivas e eclipsantes.
1958 (31 de janeiro) – É lançado o Explorer 1, primeiro satélite norte-americano. É
a reação dos EUA ao envio para o espaço do Sputnik, marcando a entrada do país
na corrida espacial. O Explorer 1 permanece 115 minutos em órbita, e suas imagens
são decisivas para a descoberta dos cinturões de Van Allen.
1958 (19 de março) – É aberto o primeiro planetário da Inglaterra no mme
Tussaud, em Londres.
1958 (1º de maio) – Um grupo de pesquisadores dirigido pelo físico norteamericano James Van Allen (1914-2006) descobre o que hoje se conhece como
“cinturão de Van Allen”, formado por duas faixas de partículas atômicas,
carregadas e muito energéticas, que permanecem presas ao longo das linhas de
força mais internas do campo magnético terrestre. Trata-se de duas regiões, dentro
da magnetosfera, onde as partículas que chegam à Terra – trazidas pelo vento solar
ou pelas radiações cósmicas em geral – se concentram. Ao atingirem o campo
magnético terrestre, seu movimento se altera, e elas entram numa trajetória
espiralada. O resultado é a formação de dois verdadeiros escudos protetores, que
impedem a radiação de atingir a Terra de maneira direta e frontal, o que seria
extremamente perigoso para o ser humano. Atuando como enormes filtros, os
cinturões deixam passar apenas uma pequena parcela da energia total que chega ao
nosso planeta.
1958 (15 de maio) – É lançada a sonda soviética Sputnik 3, destinada a estudar a
atmosfera superior da Terra e a radiação que envolve o planeta. Os instrumentos,
contudo, não são capazes de detectar o cinturão de Van Allen. Permanece em órbita
até 6 de abril de 1960.
1958 (29 de julho) – O presidente norte-americano Dwight D. Eisenhower (18901969) assina o “National Aeronautics and Space Act”, pelo qual é criada a NASA
(National Aeronautics and Space Administration), a agência espacial norte-
americana. Ela é responsável pela pesquisa e pelo desenvolvimento de tecnologias e
programas de exploração espacial.
1958 (1º de outubro) – A Nasa começa efetivamente a operar.
1958 (18 de outubro) – É fundada a Liga Latino-Americana de Astronomia
(LLADA), em Lima, no Peru, depois transformada na Liga Ibero-Americana de
Astronomia (LIADA).
1958 (2 e 3 de novembro) – Nicolas Kozirev observa uma erupção vulcânica na
cratera lunar Alphonsus com o auxílio de um espectroscópio adaptado ao
telescópio.
1959 – Harold Babcock anuncia que o Sol inverte sua polaridade magnética
periodicamente.
1959 – É inaugurado o Centro de Voos Espaciais Goddard, Centro de pesquisas e
projetos da NASA, construído na cidade de Greenbelt, Maryland, especializado em
tecnologia de satélites. Este Centro desenvolve os satélites Explorer, Landsat e
outros satélites de comunicação e meteorológicos.
1959 (2 de janeiro) – É lançada a sonda soviética Luna 1, primeira astronave a
deixar a órbita da Terra. Deveria se chocar com a Lua, mas perde-se e entra em
órbita solar.
1959 (3 de março) – É lançada a Pioneer 4, que passa a 60.000 km da Lua e se
torna a primeira nave norte-americana a ser colocada em órbita solar.
1959 (9 de abril) – A Nasa anuncia a seleção dos primeiros sete astronautas da
América para o projeto Mercury: Scott Carpenter, Gordon Cooper, John Glenn, Gus
Grissom, Walter (Wally) Schirra, Alan Shepard e Donald Slayton. Eles ficam
conhecidos como os "Mercury 7" ou "7 originais".
1959 (28 de maio) – Primeiros primatas no espaço: os macacos Able e Baker
completam um voo sub-orbital.
1959 (14 de setembro) – A sonda soviética Luna 2, lançada no dia 12, torna-se o
primeiro engenho humano a se chocar com a Lua, na região do Mar da Serenidade,
próximo à cratera Aristides. Trata-se do primeiro impacto de um artefato humano
contra a superfície de outro corpo celeste.
1959 (4 de outubro) – É lançada a sonda soviética Luna 3, primeiro artefato
humano a contornar a Lua e a obter imagens (7 de outubro) do lado oculto do
satélite.
1959 (1º de dezembro) – É feita a primeira fotografia colorida da Terra vista do
espaço. A imagem é obtida a partir de uma câmera instalada no nariz de um míssil
Thor lançado do Cabo Canaveral, Flórida.
1960 – O físico britânico Martin Ryle (1918-1984) testa a síntese de abertura (ou
interferometria) usando a rotação da Terra. A interferometria consiste em
combinar a luz proveniente de diferentes receptores (telescópios ou antenas de
rádio) para obter uma imagem de maior resolução, sendo utilizada sobretudo na
radioastronomia.
1960 – O rádio-telescópio com 27m de diâmetro de Owens Valley começa a sua
operação, localizado em Big Pine, Califórnia.
1960 – O físico norte-americano John Reynolds (1923-2000) estabelece a idade do
Sistema Solar em 4.950.000.000 de anos.
1960 – O geólogo norte-americano Harry Hammond Hess (1906-1969) retoma o
modelo de Arthur Holmes e propõe uma teoria segundo a qual a deriva dos
continentes resulta da expansão das plataformas oceânicas.
1960 – É inaugurado em Cerro La Silla, norte do Chile, o Observatório Europeu do
Sul (ESO – European Southern Observatory, na sigla em inglês).
1960 (11 de março) – É lançada a sonda norte-americana Pioneer 5, cuja missão é
realizar a primeira cartografia do campo magnético interplanetário entre a Terra e
Vênus. Também efetua o estudo de partículas provenientes de erupções solares e
investiga aionização da região interplanetária. Chega a comunicar-se com a Terra à
distância de 22,5 milhões de km, um recorde para a época. A última transmissão de
dados ocorre em 26 de junho.
1960 (1º de abril) – É lançado do Cabo Kennedy, Flórida, o primeiro satélite de
observação do tempo, Tiros I.
1960 (11 de abril)– Tem início a rádio pesquisa por civilizações extraterrestres,
levada a efeito pelo astrônomo norte-americano Frank Drake – Projeto Ozma.
1960 (13 de abril) – O primeiro satélite de navegação norte-americano, o Transit1B, é lançado do Cabo Canaveral, Flórida, por um foguete Thor-Ablestar.
Permanece operacional até 1996.
1960 (15 de maio) – É lançada a sonda soviética Sputnik 4, a primeira de uma série
de espaçonaves utilizadas para investigar a possibilidade de voos espaciais
tripulados. Carrega instrumentos científicos, um sistema de televisão e uma cabine
de suporte biológico, com o manequim de um homem. Uma falha nos retrofoguetes
dirige a sonda para a direção errada, fazendo com que entre numa órbita bem mais
alta do que o previsto. A reentrada na atmosfera ocorre de forma não controlada,
em 5 de setembro de 1962.
1960 (julho) – A Nasa anuncia sua intenção de colocar astronautas na órbita da
Lua, já após o Projeto Mercury. No entanto, o discurso proferido em 1961 pelo
presidente Kennedy muda o foco do programa espacial dos EUA para o objetivo de
pousar uma nave tripulada na superfície da Lua antes do fim da década de 1960. Ao
contrário dos dois projetos anteriores concebidos para manobras na órbita
terrestre (o Mercury, com uma nave desenhada para um tripulante, e o Gemini,
projetado para dois ocupantes), o Apollo possui uma nave com capacidade para
três astronautas, tornando possível atingir órbita lunar e fazer descer um Módulo
(designado Módulo Lunar) na superfície da Lua e assegurar o regresso à Terra. Os
objetivos do projeto Apollo são: estabelecer a tecnologia para viabilizar os
interesses dos EUA no espaço; obter proeminência no espaço para os EUA;
Desenvolver um programa de exploração científica da Lua; Desenvolver as
capacidades do homem para trabalhar no ambiente lunar. Dos 18 veículos Apollo,
11 são tripulados e 6 pousam na Lua, colocando na superfície do satélite um total de
12 astronautas.
1960 (19 de agosto) – É lançado o Sputnik 5, o último da série, levando os
cachorros Belka e Strelka, quarenta camundongos, dois ratos e diversas plantas. A
espaçonave retorna à Terra no dia seguinte e, diferentemente do que aconteceu
com a cadela Laika, do Sputnik II, todos os animais são recolhidos a salvo. A
missão testa a possibilidade de enviar seres vivos ao espaço e fazer com que
retornem em segurança. São estudadas as reações dos animais à ausência da
gravidade.
1960 (outubro) – O foguete R-16 explode no Centro Espacial Baikonur, no
Cazaquistão, deixando 91 mortos.
1960 (dezembro) – Os astrônomos norte-americanos Thomas Mathews e Allan
Sandage anunciam a descoberta da fonte de rádio 3C 48, o primeiro quasar
(abreviatura da expressão inglesa “quasi stellar objects”, objetos quase estelares,
cunhada pelo astrofísico norte-americano de origem chinesa Hong-Yee Chiu).
Quasares são objetos de extrema luminosidade encontrados nos confins do
Universo conhecido, mais precisamente a partir de 2 bilhões de anos-luz da Terra
(a maioria dominante dos quasares, entretanto, está a mais de 10 bilhões de anosluz).
1961 – Harold Babcock propõe a teoria de manchas solares com espiralamento
magnético.
1961 – Chushiro Hayashi publica o seu trabalho sobre os “track de Hayashi” de
estrelas inteiramente convectivas.
1961 (12 de fevereiro) – É lançada a sonda soviética Venera 1, que se perde antes de
chegar a Vênus.
1961 (12 de abril) – O piloto da Força Aérea soviética Yuri Alexeievitch Gagárin
(1934-1968) é o primeiro homem no espaço, em um voo orbital de 108 minutos, a
bordo da nave Vostok 1. Neste voo ele diz a famosa frase: “A Terra é azul”. A missão
é completamente automatizada, sendo o cosmonauta russo pouco mais que um
espectador. Considerando que a Vostok não é capaz de pousar suavemente, a uma
altura de aproximadamente 7.000m, Gagárin é ejetado da nave, completando a
volta à Terra num paraquedas. Ele pousa na pradaria do "koljoz" (fazenda estatal)
Caminho de Lênin, a quase 400 km de distância do local onde era esperado pelas
brigadas de resgate.
A Terra é o maior dos “planetas terrestres “os outros são Mercúrio, Vênus e Marte)
e o quinto em ordem de tamanho do Sistema Solar, ocupa um volume de 1 trilhão,
083 bilhões, 207 milhões e trezentos mil km3 e tem um diâmetro equatorial
(medido ao longo da linha do equador) de 12.756,274 km e um diâmetro polar (de
um polo ao outro) de 12.713,504 km. Ocupa o terceiro lugar em ordem de
afastamento do Sol, que orbita à distância média de 149.597.887,5 km (varia entre
147.098.074 e 152.097.701 km. Completa uma órbita em 365d5h48min45,97s, à
velocidade média de 107.218 km/h. Tem uma superfície total de 510.072.000 km2,
dos quais 148.940.000 (29,2%) são ocupados por terras emersas e 361.132.000
(70,8%) por água. A velocidade de escape é de 11,186 km/s. A Terra tem massa total
de cinco sextilhões, 973 quintilhões e seiscentos quatrilhões de km3 e está
composta principalmente por ferro (32,1%), oxigênio (30,1%), silício (15,1%),
magnésio (13,9%) e enxofre( 2,9%). Os principais componentes da atmosfera, cuja
massa total é de 5,148 quatrilhões de toneladas, são nitrogênio (78,08%), oxigênio
(20,95%), argônio (0,93%) e dióxido de carbono (0,038%). A idade terrestre
estimada é de 4,54 bilhões de anos.
Terra é o nome latino de Gaia (ou Geia), segunda divindade grega primordial,
nascida depois de Caos. Sozinha, gera Urano, Pontos e as montanhas, sendo
cultuada por muitos povos primitivos como “deusa mãe” ou “mãe Terra”.
1961 (5 de maio) – Ocorre a missão da Freedom 7, primeiro voo tripulado do
projeto Mercury e de todo o programa espacial dos EUA. O piloto, Alan Shepard
(1923-1998), é o primeiro norte-americano a ir ao espaço, numa viagem suborbital
de 15 minutos.
1961 (21 de maio) – O Presidente norte-americano John Fitzgerard Kennedy (19171963) lança os EUA em uma jornada para a conquista da Lua. Em seu famoso
discurso, proferido na Universidade Rice, ele lança o desafio de “enviar homens à
Lua e retorná-los a salvo” antes que a década termine. E Kennedy diz ainda: “Nós
decidimos ir à Lua. Nós decidimos ir à Lua nesta década e fazer as outras coisas,
não porque elas são fáceis, mas porque elas são difíceis”.
1961 (21 de julho) – Ocorre a missão da sonda Liberty Bell 7, a segunda tripulada
do projeto Mercury, pilotada por Virgil Grisson (1926-1967).
1961 (3 de agosto) – O Presidente brasileiro Jânio da Silva Quadros (1908-1992)
assina o Decreto Nº 51.133, criando o Grupo de Organização da Comissão Nacional
de Atividades Espaciais (GOCNAE).
1961 (6 de Agosto) - A Vostok 2 é lançada pela URSS com o cosmonauta Gherman
Titov (1935-2000), o terceiro homem no espaço e o primeiro a protagonizar uma
missão longa (25 horas e 17 órbitas em torno da Terra). É o primeiro astronauta a
sentir enjoo no espaço.
1961 (dezembro) – É criado o CNES (Centre National d’Études Spatiales – Centro
Nacional de Estudos Espaciais), a Agência Espacial Francesa. Seu papel é propor ao
governo francês diretivas no que diz respeito à política espacial e realizar, com os
seus parceiros industriais, estes programas.
1962 – Riccardo Giacconi, Herbert Gursky, Frank Paolini e Bruno Rossi
formalmente descobrem o fundo de raios X.
1962 – surge um relatório da Academia Nacional de Ciências (EUA) recomendando
o desenvolvimento de um telescópio espacial como parte integrante do programa
espacial.
1962 (20 de fevereiro) – ocorre a missão da sonda Friendship 7, a terceira tripulada
do projeto Mercury, pilotada por John Glenn. É o primeiro voo orbital norteamericano, com duração de 4h55min e três órbitas completadas.
1962 (7 de março) – A NASA lança o OSO 1 (Orbiting Solar Observatory), primeiro
observatório solar colocado em órbita. Mais oito satélites compõe esta série,
lançada entre 1962 e 1975.
1962 (24 de maio) – Ocorre a missão da sonda Aurora 7, a quarta tripulada do
projeto Mercury, pilotada por Scott Carpenter.
1962 (junho) – Cientistas liderados por Vladimir Kotelnikov (1908-2005), da
Academia de Ciências da URSS, são os primeiros a enviar sinais de radar a
Mercúrio e recebê-los de volta, dando início à observação por radar do planeta.
1962 (12 de junho) – Um foguete da série Aerobee 150 leva um revelador de raios X
a 230 km de altitude. Tendo funcionado perfeitamente durante 350 segundos, esse
equipamento revela uma intensa fonte de raios X na constelação de Escorpião,
provando, assim, que também essa radiação eletromagnética pode ter proveniência
extraterrestre.
1962 (22 de junho) – É lançada a Mariner 1, primeira sonda interplanetária norteamericana, que falha e acaba no fundo do Oceano Atlântico. Essa primeira missão
fracassa, mas sete das dez Mariner obtêm sucesso, realizando missões em
Mercúrio, Vênus e Marte.
1962 (10 de julho) – Os EUA iniciam a exploração econômica do espaço lançando o
Telstar, primeiro satélite para comunicações.
1962 (11 e 12 de agosto) – São lançadas as sondas soviéticas Vostok 3 e Vostok 4,
tripuladas, respectivamente, por Andrian Nikolayev (1929-2004) e Pavel Popovich.
É o primeiro voo espacial conjunto da História, tendo havido experimentos de
comunicação entre ambas as naves. O retorno ocorre no dia 15.
1962 (3 de outubro) – Ocorre a missão da sonda Sigma 7, a quinta tripulada do
projeto Mercury, pilotada por Walter Schirra (1923-2007).
1962 (1º de novembro) – Depois de diversos lançamentos fracassados, a URSS
consegue fazer com que a sonda Marte 1 deixe a órbita terrestre. Contudo, perde
contato com a Terra a 21 de março de 1963, antes de chegar ao ponto de menor
distância do planeta vermelho.
1962 (14 de Dezembro) – A Mariner 2, lançada em 26 de agosto, torna-se a
primeira sonda a realizar uma viagem interplanetária, conseguindo uma passagem
bem sucedida por Vênus, a uma distância de 34.773 km. Transmite informações
que ajudam a confirmar que Vênus é um astro muito quente (425°C, atualmente
corrigido para 480°C), com uma atmosfera coberta de nuvens compostas
basicamente de dióxido de carbono.
1963 – É inaugurado o radiotelescópio de Arecibo, nas montanhas da cidade de
mesmo nome, ao norte da ilha caribenha de Porto Rico. Trata-se de uma enorme
antena, em forma de prato, de 305m de diâmetro, com um receptor suspenso a
137m de altura em uma plataforma móvel de 900t. A máquina recebe sinais de
rádio de corpos celestes, e o receptor as processa e esquadrinha ou faz mapas de
partes do Universo inacessíveis aos telescópios ópticos.
1963 – Fred Hoyle e William Fowler (1911-1995) concebem a ideia de estrelas
super-massivas.
1963 – Fred Hoyle e Jayant Narlikar mostram que a teoria do estado estacionário
pode explicar a isotropia do Universo, porque afastamentos da isotropia e
homogeneidade decaem espontaneamente no tempo.
1963 – Os oceanógrafos britânicos Frederick Vine e Drummond Matthews (19311997) sugerem que o magma basáltico é continuamente expulso do centro das
cordilheiras meso-oceânicas e que o material em processo de resfriamento
magnetiza-se na direção do campo magnético terrestre. As novas rochas são
expulsas de modo regular para as duas vertentes das cordilheiras, enquanto o
magma novo sobe à superfície, repetindo o ciclo.
1963 (14 de fevereiro) – Os EUA lançam o Syncom-1, primeiro satélite em órbita
geoestacionária (cerca de 36.000 km de altitude, o que o faz mirar sempre um
mesmo ponto na superfície terrestre).
1963 (15 e 16 de maio) – ocorre a missão da sonda Faith 7, sexta e última tripulada
do projeto Mercury, pilotada por Gordon Cooper (1927-2004). É o voo mais longo
da série Mercury, com duração de 34h19min e 22 órbitas completadas.
1963 (14 e 16 de junho) – São lançadas as sondas soviéticas Vostok 5 e Vostok 6,
tripuladas, respectivamente, por Valery Bykovsky e Valentina Tereshkova, a
primeira mulher no espaço.. O voo é conjunto, tendo como objetivo principal
comparar os efeitos do ambiente espacial nos organismos de homens e mulheres.
As duas naves chegam a 5 km uma da outra, permitindo comunicação via rádio.
Valentina Tereshkova permanece no espaço 2d22h50min, completando 48 órbitas.
1964 – Fred Hoyle e Roger Tayler (1929-1997) chamam a atenção para o fato de
que a abundância primordial de hélio depende do número de neutrinos.
1964 – Roger Penrose prova que uma estrela que implode necessariamente
produzirá uma singularidade logo que ela tenha formado um horizonte de eventos.
1964 – É fundada por dezoito países a INTELSAT – International
Telecommunications Satellite Organization (Organização Internacional de Satélites
de Telecomunicação).
1964 – Edwin Ernest Salpeter e Yakov Borisovich Zel'dovich (1914-1987) propõem
a teoria de que os quasares são na verdade galáxias ativas e não apenas objetos
associados a estas galáxias. Embora esta teoria seja a mais aceita, já foram
encontrados quasares dispersos, isto é, sem galáxias próximas, sugerindo que a
relação entre os quasares e as galáxias não é obrigatória e que não se trata de um
único objeto.
1964 (Julho) – A nave norte-americana Ranger 7 envia à Terra as primeiras
fotografias detalhadas da Lua.
1964 (19 de julho) – Um foguete transportando ratos albinos é lançado com sucesso
em Gangde, na província chinesa de Anhui.
1964 (12 de outubro) – A sonda soviética Voskhod 1 torna-se a primeira nave a ir ao
espaço com mais de uma pessoa a bordo. A tripulação é composta pelos
cosmonautas Vladimir Komarov (1927-1967) – piloto –, Konstantin Feoktistov –
engenheiro – e Boris Yegorov (1937-1994)– médico. Esta missão, que completa 16
órbitas em torno da Terra em 24h17min, é filmada e tem cenas transmitidas pela
televisão. Em russo, voskhod significa “amanhecer”.
1964 (5 de novembro) – É lançada a sonda norte-americana Mariner 3. perde-se ao
entrar no espaço interplanetário por falha do mecanismo de ejeção de seu escudo
protetor. Impossibilitada de alimentar seus painéis com energia solar, a sonda
deixa de transmitir quando suas baterias se esgotam. Está agora em órbita do Sol.
Sua missão original era voar ao redor de Marte com a Mariner 4.
1965 – Arno Allan Penzias e Robert Anton Wilson, com a colaboração de Bernie
Burke, Robert Henry Dicke (1916-1997) e James Peebles descobrem a radiação de
fundo de microondas cósmica, que é o sinal eletromagnético remanescente do Big
Bang e proveniente das regiões mais distantes do Universo e que havia sido predita
em 1948 por Ralph Asher Alpher e Robert Herman, associados de George Gamow,
como a radiação remanescente do estado quente em que o Universo se encontrava
quando se formou. A radiação cósmica de fundo é um espectro térmico de radiação
de corpo negro de 2,725 kelvin que preenche o Universo. Ela tem uma frequência
de pico de 160,4GHz, o que corresponde a um comprimento de onda de 1,9 mm.
1965 – O rádio-telescópio de 40m de Owens Valley inicia sua operação, localizado
em Big Pine, Califórnia.
1965 – E. T. Byram, H. Friedman e T. ª Chubb descobrem os primeiros raios X
cósmicos.
1965 – Martin Rees e Dennis Sciama (1926-1999) analisam dados da contagem de
fontes quasar e descobrem que a densidade de quasares aumenta com o
deslocamento para o vermelho.
1965 – Edward Harrison propõe a solução atualmente aceita para o paradoxo de
Olbers: Como o Universo tem uma idade finita, e a luz tem uma velocidade finita, a
luz das estrelas mais distantes ainda não teve tempo de chegar até nós. Portanto, o
Universo que enxergamos é limitado no espaço, por ser finito no tempo. A
escuridão da noite é uma prova de que o Universo teve um início.
1965 – Lyman Spitzer é indicado como dirigente do comitê para a definição de
objetivos científicos para um telescópio espacial de grandes dimensões.
1965 – C. J. Cohen e E. C. Hubbard reconstroem em computador as órbitas dos
quatro planetas externos e de Plutão nos últimos 120.000 anos, levando em conta
todas as perturbações recíprocas. No que diz respeito a Plutão e a encontros com
Netuno, o resultado é que não se verificaram passagens próximas: a distância entre
os dois astros jamais esteve abaixo de 18 unidades astronômicas, muito maior do
que a aproximação de todos os planetas “contíguos”.
1965 – Os norte-americanos Gordon Pettengill e R. Dyce, utilizando o
radiotelescópio do Observatório de Arecibo, em Porto Rico, determinam, de modo
conclusivo, que o período de rotação de Mercúrio é de aproximadamente 59 dias
terrestres, e não de 88 dias, como se acreditava então.
1965 (17 de fevereiro) – É lançada a sonda norte-americana Ranger 8, programada
para colidir com a Lua e obter imagens de alta resolução nos minutos antecedentes
ao impacto.
1965 (18 de março) – É lançada ao espaço a Voskhod 2, levando a bordo os
cosmonautas Pavel Belyayev (1925-1970) – comandante - e Aleksey Leonov piloto. Na segunda órbita, Leonov deixa a astronave pela entrada de ar. Ele é o
primeiro homem a sair de uma nave no espaço. Enquanto executa seu ''passeio
extraveicular'', realiza movimentos físicos e de locomoção fora da astronave
durante 10 minutos. A Voskhod 2 efetua 17 órbitas a aproximadamente 177 km
sobre a Terra.
1965 (23 de março) – Ocorre a missão da Gemini 3, apelidada de “Molly Brown”,
primeira sonda tripulada do projeto Gemini. A tripulação é formada por Virgil
Grisson (1926-1967) - Comandante - e John Young – Piloto. É a primeira vez que
os EUA enviam ao espaço dois astronautas ao mesmo tempo, num voo de 4h52min
de duração e três órbitas completadas. O objetivo principal é fazer testes de
manobra em ambiente espacial.
1965 (3 a 7 de junho) – Missão da Gemini 4, tripulada por James McDivitt Comandante - e Edward White (1930-1967) – Piloto. Ainda no dia 3, White tornase o primeiro norte-americano a realizar uma atividade extraveicular: faz uma
caminhada espacial de 22 minutos. A missão é planejada para permanecer vários
dias no espaço, tendo por objetivo avaliar a resistência humana a períodos mais
prolongados de ausência de gravidade. A nave completa 62 órbitas em 4d1h56min.
1965 (12 de junho) – A Teoria do Big Bang é apoiada pelo anúncio da descoberta de
novos corpos celestes, como as galáxias azuis.
1965 (14 de julho) – A sonda norte-americana Mariner 4, lançada em 28 de
novembro de 1964, chega a Marte, sobrevoando o planeta a uma distância de 9.920
km e obtendo as primeiras imagens em close da superfície marciana (22 ao todo). A
sonda encontra uma atmosfera muito mais tênue do que se pensava anteriormente
e composta sobretudo de anidrido carbônico. Muitos cientistas concluem dessa
varredura preliminar que Marte é um mundo “morto”, tanto biológica quanto
geologicamente. Tal impressão é revista em missões posteriores.
1965 (21 a 29 de agosto) – Missão da Gemini 5, tripulada por Gordon Cooper
(1927-2004) - Comandante - e Charles Conrad (1930-1999) – Piloto. Pela primeira
vez, são usadas células combustíveis como energia para as naves Gemini, antes
movidas a bateria. Isso permite quase dobrar o tempo de permanência no espaço
em relação à missão anterior, atingindo 7d22h55min (120 órbitas), período
considerado suficiente, pelos cientistas e técnicos da NASA, para uma viagem de
ida e volta à Lua. Centenas de fotografias em alta definição da Terra são tiradas
para o Departamento de Defesa dos EUA. Gordon Cooper, que havia sido piloto da
Faith 7, última missão do projeto Mercury, torna-se a primeira pessoa a ir pela
segunda vez ao espaço.
1965 (1º de outubro) – Fim da missão da Mariner 4, destruída por uma chuva de
meteoritos.
1965 (11 de outubro) – É inaugurado o centro de lançamento de foguetes de
Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte, primeiro local do Brasil a dispor de
infra-estrutura para esse fim.
1965 (18 de outubro) - O cometa Ikeya-Seki, descoberto, em 18 de setembro, pelos
astrônomos japoneses Kaoru Ikeya e Tsutomu Seki, atinge a magnitude -10 e
aparece como um dos cometas mais brilhantes observados nos últimos mil anos.
Visível durante o dia ao lado do Sol, há referências a ele como o Grande Cometa de
1965.
1965 (4 a 18 de dezembro) – Missão da Gemini 7 (lançada antes da Gemini 6-A),
tripulada por Frank Borman - Comandante - e James Lovell – Piloto. É a mais
longa missão do programa espacial norte-americano até o início do projeto Skylab,
na década de 1970, tendo durado 13d18h35min (206 órbitas).
1965 (15 e 16 de dezembro) – Missão da Gemini 6-A, tripulada por Walter Schirra
(1923-2007) - Comandante - e Thomas (Tom) Stafford – Piloto. A Gemini 6-A é a
substituta da Gemini 6, missão cancelada depois da explosão do foguete Agena com
o qual deveria se encontrar no espaço. Durante a 4ª órbita da Gemini 6-A, ela
realiza com a Gemini 7 o primeiro encontro de duas naves norte-americanas no
espaço, que dura 4h30min, tendo a aproximação máxima sido de 30cm. Esta é a
primeira missão cujo pouso é transmitido ao vivo, via satélite, pela televisão.
1966 – Jim Peebles mostra que o Big Bang quente prevê a abundância correta de
hélio.
1966 – É identificada a primeira fonte extragaláctica de raios X, localizada na
galáxia M87.
1966 (3 de fevereiro) – Três dias depois de sua partida, a sonda soviética nãotripulada Luna 9 pousa com segurança no Oceano das Tempestades, na borda
ocidental da Lua. É a primeira descida suave em outro corpo celeste, abrindo
caminho para as viagens tripuladas para o satélite natural da Terra, já que a
alunissagem mostra que a superfície lunar não é uma areia movediça parda e
insegura para pousos. O equipamento fotográfico da Luna 9 permite a tomada de
27 imagens, inclusive visões panorâmicas e visões mais íntimas das rochas
próximas, imagens essas enviadas para a Terra até 6 de fevereiro, quando as
baterias terminam e o contato com a sonda é perdido.
1966 (3 de fevereiro) – Os EUA lançam seu primeiro satélite meteorológico, o Essa1.
1966 (26 de fevereiro) – o primeiro foguete Saturno 1B é lançado do Cabo
Canaveral, Flórida, em um voo de teste sub-orbital não-tripulado no programa
lunar Apollo.
1966 (27 de fevereiro) A sonda soviética Venera 2, lançada em 12 de novembro de
1965, sobrevoa Vênus à distância de 24.000 km, mas não consegue transmitir
informações científicas.
1966 (1º de março) – A sonda soviética Venera 3, lançada em 16 de novembro de
1965, choca-se contra a superfície venusiana. É o primeiro impacto de uma sonda
na superfície de outro planeta.
1966 (15 e 16 de março) – Missão da Gemini 8, tripulada por Neil Armstrong Comandante - e David Scott – Piloto. Esta nave realiza a primeira acoplagem em
órbita da História, conectando-se a um foguete Agena. Após a acoplagem, ocorre a
avaria de um propulsor, fazendo com que a sonda gire ao redor de si mesma
descontroladamente. A Gemini 8 faz então o primeiro pouso de emergência da era
espacial, amerissando no Oceano Pacífico (e não no Atlântico, como estava
previsto), sendo resgatada por paraquedistas. A missão dura apenas 10h41min (6
órbitas).
1966 (3 de abril) – A sonda soviética Luna 10, lançada em 31 de março, entra em
órbita lunar, à distância de 350 km, e se torna o primeiro satélite artificial a orbitar
outro corpo celeste que não a Terra. Completa 485 órbitas em dois meses.
1966 (8 de abril) – É lançado o primeiro Observatório Astronómico Orbital (OAO),
da NASA, cujas baterias apresentam falhas após três dias, terminando a missão.
1966 (2 de junho) – Pousa no Oceanus Procellarum (Mar das Tormentas)o
Surveyor 1, lançado em 30 de maio, primeiro veículo de uma série cujo objetivo
consiste em enviar espaçonaves não-tripuladas para a Lua, com alunissagem suave
e sem retorno. O projeto Surveyor é preparatório para as missões Apollo, pois testa
equipamentos e analisa a superfície lunar.
1966 (3 a 6 de junho) – Missão da Gemini 9, tripulada por Thomas Stafford Comandante - e Eugene Cernan – Piloto. Os objetivos principais são realizar
encontros em órbita com um foguete Agena e atividades extraveiculares, feitas por
Eugene Cernan, com resultados insatisfatórios. Esta é a primeira missão espacial
cuja tripulação é composta de astronautas reservas, já que os tripulantes titulares,
Elliot See e Charles Bassett, morreram num acidente de avião três meses antes.
1966 (18 a 21 de julho) – Missão da Gemini 10, tripulada por John Young Comandante - e Michael Collins – Piloto. É a primeira a realizar dois encontros em
órbita com foguetes Agena e utilizar-se dos sistemas propulsores deste lançador de
espaçonaves para alterar sua órbita. Michael Collins realiza a primeira caminhada
espacial entre duas naves diferentes, para recolher um painel coletor de poeira
cósmica instalado na lateral do foguete Agena que deveria ter se encontrado com a
Gemini 8. Os astronautas também testam novos sistemas de navegação manual
através das estrelas.
1966 (23 de agosto) - A sonda não-tripulada norte-americana Lunar Orbiter 1,
lançada em 10 de agosto, capta as primeiras imagens da Terra obtidas a partir da
órbita da Lua. Elas mostram a Terra emergindo por trás do satélite, bem como
detalhes da superfície lunar.
1966 (8 de setembro) – Tem início a série de televisão Jornada nas Estrelas ( Star
Trek ) que atrai muitas pessoas para as ciências naturais, em especial para a
Astronomia.
1966 (12 a 15 de setembro) – Missão da Gemini 11, tripulada por Charles Conrad
(1930-1999) - Comandante - e Richard Gordon – Piloto. É estabelecido o recorde
de altitude de uma nave Gemini em órbita: 1189,3 km. A missão Gemini 11 é a
primeira a ter uma reentrada controlada completamente por computadores,
fazendo com que a cápsula amerisse apenas 4,5 km fora do ponto de descida
designado.
1966 (23 de setembro) – A Surveyor 2, lançada no dia 20, choca-se contra a
superfície da Lua perto da cratera Copérnico. A missão fracassa, porque não
consegue uma alunissagem suave.
1966 (11 a 15 de novembro) – Missão da Gemini 12, última espaçonave desta série,
tripulada por James Lovell - Comandante - e Edwin Aldrin – Piloto. Edwin Aldrin
passa mais de 5h fora da nave, o período mais prolongado de atividades
extraveiculares do projeto Gemini.
O programa espacial norte-americano seguinte é o Apollo.
1966 (15 de dezembro) – O astrônomo francês Audouin Dollfus Descobre Jânus,
décimo satélite conhecido de Saturno.
Diâmetro: 193 x 163 x 137 km; período orbital: 0,695 dia; distância média ao
planeta: 151.460 km; massa: 1,912 quatrilhão de toneladas; densidade: 0,64g/cm3.
1967 – O físico norte-americano John Wheeler (1911-2008) utiliza, pela primeira
vez, o termo “buraco negro” (“black hole”).
1967 (27 de janeiro) – Um Incêndio destrói, no solo, a nave Apollo 1, matando 3
astronautas em seu interior: Virgil Ivan Grissom, Edward Higgins White II e Roger
Bruce Chaffee. A missão passa a se chamar Apollo 1 em homenagem póstuma às
vítimas do primeiro grande desastre do programa espacial norte-americano. Como
resultado desse acidente, toda a programação do projeto Apollo é atrasada em
quase 21 meses. Durante esse período, os engenheiros da NASA modificam
completamente a cabine do módulo de comando. Cerca de 1.300 alterações são
feitas.
1967 (20 de abril) – A Surveyor 3, lançada no dia 17, pousa no Oceanus
Procellarum. É a segunda nave norte-americana a fazer uma alunissagem suave.
Envia mais de 6.300 imagens para a Terra.
1967 (24 de abril) – Um acidente com a Soyuz 1 causa a morte do cosmonauta
Vladimir Komarov, que atrasa o Projeto Soyuz em 18 meses. Komarov é a primeira
vítima fatal soviética da exploração do espaço.
As naves Soyuz (“união”, em russo) têm capacidade para transportar três
astronautas e são sucessoras das sondas Vostok e Voskhod. São formadas por três
compartimentos: módulo de serviço, módulo orbital e cápsula de reentrada. Com o
tempo, três versões das naves Soyuz são desenvolvidas: T, TM e TMA.
1967 (30 de junho) – O Major Robert Lawrence (1935-1967) torna-se o primeiro
norte-americano negro a entrar no programa espacial dos EUA.
1967 (17 de julho) – A Surveyor 4, lançada no dia 14, impacta próximo ao Sinus
Medii. A meta da missão (uma alunissagem suave) não é alcançada.
1967 (11 de setembro) – A Surveyor 5, lançada no dia 3, pousa no Mare
Tranquillitatis (Mar da Tranquilidade).
1967 (outubro) - Hans Albrecht Bethe recebe o Prêmio Nobel de Física por ter
proposto (1938) que as estrelas utilizam a fusão como fonte de energia.
1967 (18 de outubro) – A Venera 4, lançada em 2 de junho, chega a Vênus e efetua
levantamentos das características físicas e químicas das camadas superiores da
atmosfera do planeta. É a primeira sonda a estabelecer contato radiofônico com a
Terra.
1967 (19 de outubro) – A Mariner 5, lançada em 14 de junho, chega a 4.100 km da
superfície de Vênus.
1967 (10 de novembro) – A Surveyor 6, lançada no dia 7, pousa no Sinus Medii.
1967 (28 de novembro) – A estudante Jocelyn Bell descobre o primeiro pulsar. Esta
fonte extraterrestre de rádio pulsante é observada no Mullard Radio Astronomy
Observatory, Cambridge University, Inglaterra, com o auxílio de um telescópio de
rádio especial, large array, de 2.048 antenas que cobrem uma área de 4,4 acres. A
descoberta destes objetos fascinantes abre novos horizontes a estudos tão diversos
como o quantum, fluidos degenerados, gravidade relativística e campos magnéticos
interestelares.
1968 – O astrofísico austríaco Thomas Gold (1920-2004) propõe que os pulsares
são estrelas de nêutrons.
1968 – É lançado o OAO 2, o segundo Observatório Astronômico Orbital, da NASA,
que permite fazer observações em ultravioleta das estrelas e galáxias até 1972,
prazo muito além do tempo de vida planejado, de apenas um ano. As missões OAO
comprovam o papel fundamental que as observações baseadas no espaço podem
desempenhar na astronomia.
1968 (9 de janeiro) – a sonda Surveyor 7, lançada no dia 6, faz uma alunissagem
suave próximo à cratera Tycho e marca o fim da série norte-americana de
explorações não-tripuladas na superfície lunar.
1968 (9 de fevereiro) – Antony Hewish publica a notícia da descoberta de um novo
tipo de objeto estelar – o “pulsar” (da expressão inglesa “pulsating radio source”,
fonte de rádio pulsante). Em junho de 1967, Jocelyn S. Bell, uma astrônoma de sua
equipe, começa a observar sinais peculiares nos traços obtidos com o
radiotelescópio do Observatório de Mullard, em Cambridge (Grã-Bretanha) –
certos impulsos que se repetiam, a curtos intervalos, com surpreendente
regularidade. Em novembro, esses sinais são reconhecidos como provenientes de
uma nova classe de corpos celestes. O primeiro pulsar é identificado pela sigla CP
1919, substituída posteriormente pela denominação definitiva PSR 1919-21 (os
números indicam as coordenadas equatoriais do objeto). Encontra-se na
constelação de Flecha, em plena Via Láctea. Seu período – ou seja, o intervalo entre
dois impulsos – é de apenas 1,33730115 segundo, mantendo-se constante com
extraordinária precisão.
1968 (14 de setembro) – É lançada a sonda soviética Zond 5, a primeira a dar uma
volta ao redor da Lua (dia 18) e depois retornar à Terra (dia 21). Durante a órbita
lunar, a menor distância atingida é de 1.950 km. São tiradas várias fotografias de
boa qualidade da Terra, à distância de 90.000 km. O sucesso da Zond 5 marca um
avanço importante da URSS na corrida espacial.
1968 (11 de outubro) – É lançada a Apollo 7, primeira nave tripulada do projeto
Apollo. Os três astronautas escalados são Walter M. Schirra, Jr. (1923-2007) –
comandante –, Donn F. Eisele (1930-1987) e Walter Cunningham. Com este voo,
Walter Schirra torna-se o único astronauta da história a participar de voos dos
Projetos Mercury, Gemini e Apollo. A missão consiste em diversas atividades em
órbita da Terra para testar o Módulo de Comando e Serviço. O retorno ocorre em
22 de outubro.
Estatísticas – Massa: 14.781 kg; órbitas terrestres: 163; duração da missão:
10d20h09min.
1968 (21 de dezembro) – É lançada a Apollo 8, primeira missão do projeto a levar
homens à Lua. Os astronautas Frank Borman – comandante -, James A. Lovell, Jr.
e William A. Anders não pousam no solo lunar mas, na noite de Natal de 1968, eles
se tornam os primeiros homens a circum-navegar a Lua (e a ver a face oculta do
satélite), enviando fotos inéditas do solo lunar. Além disso, eles são os primeiros
astronautas a abandonar a órbita da Terra. O retorno se dá em 27 de dezembro.
Estatísticas – Massa: 28.817 kg; órbitas lunares: 10; tempo em órbita lunar:
20h10min; duração da missão: 6d3h0min.
1969 – Começam as observações no Big Bear Solar Observatory, localizado em Big
Bear, Califórnia.
1969 – É fundado o Observatório de Las Campanas, localizado no Chile e operado
pela Instituição Carnegie, de Washington.
1969 – David Staelin, E. C. Reifenstein, William Cocke, Mike Disney e Donald
Taylor descobrem o pulsar da nebulosa do Caranguejo, conectando, deste modo,
supernovas, estrelas de nêutrons e pulsares.
1969 – Observações telescópicas de Júpiter feitas a partir de um jato da Nasa
mostram que o planeta irradia uma quantidade de calor maior do que a recebida do
Sol, pressupondo a existência de uma fonte interna de energia e reforçando os
argumentos daqueles que afirmam ser Júpiter uma “estrela que não deu certo”.
1969 – É descoberto o anel D de Saturno, ainda mais interno e transparente que os
três até então conhecidos.
1969 – O biólogo britânico James Lovelock apresenta a "hipótese de Gaia" (nome
da deusa grega que representa a Terra), a qual sustenta que o nosso planeta, em
sua totalidade, deve ser considerado como um organismo vivo e que os processos
biológicos estabilizam o meio ambiente.
1969 – É encontrado, na Lua, o “Bench Crater”, primeiro meteorito descoberto
num corpo celeste que não seja a Terra.
1969 (16 de janeiro) – Ocorre o primeiro “docking” (acoplagem), a ancoragem de
duas astronaves tripuladas, entre as naves soviéticas Soyuz 4 e Soyuz 5. As
astronaves formam a “primeira plataforma espacial” do mundo com uma
tripulação de quatro cosmonautas. Elas permanecem ligadas por quatro horas e
meia – três órbitas da Terra. Os engenheiros de voo Yevgeny Khrunov (1933-2000)
e Aleksei Yeliseyev, lançados ao espaço a bordo da Soyuz 5 (15 de janeiro), voltam
para a Terra na Soyuz 4 (17 de janeiro), protagonizando a primeira transferência de
tripulantes entre duas astronaves. Os comandantes de cada missão permanecem
nas respectivas naves: Vladimir Shatalov, Soyuz 4, e Boris Volynov, Soyuz 5. As
manobras de “docking” haviam sido antes treinadas por duas vezes – em 1967 e
1968 – entre naves Soyuz sob controle completamente automático.
1969 (20 de janeiro) – Astrônomos da Universidade de Arizona estabelecem a
primeira identificação óptica de um pulsar.
1969 (fevereiro) – A Nasa lança um programa de exploração voltado para os
planetas gigantes do Sistema Solar, cujo projeto mínimo contempla os seguintes
objetivos: exploração do meio interplanetário além da órbita de Marte; estudo da
região da faixa dos asteroides, com a finalidade de estabelecer os possíveis riscos de
uma missão para os planetas exteriores a ela; exploração do ambiente jupiteriano,
incluindo a região mais interna da magnetosfera do planeta. Desse programa
resultam as missões Pioneer 10, Pioneer 11, Voyager 1 e Voyager 2.
1969 (8 de fevereiro) – Um meteorito pesando mais de uma tonelada é recuperado
em Chihuahua, México.
1969 (21 de fevereiro) – Um foguete do programa lunar soviético cai, logo após o
lançamento, sobre uma zona urbana, matando 350 pessoas.
1969 (3 de março) – É lançada a Apollo 9, que tem como principal objetivo testar o
equipamento e, principalmente, o Módulo Lunar (a "Aranha"), em órbita da Terra.
A tripulação é formada pelos astronautas James McDivitt – comandante -, David
Scott e Russell Schweickart. Esta é a primeira missão do projeto que decola
completa, com suas três partes: Módulo de Comando, Módulo de Serviço (cujo
conjunto é chamado de Módulo de Comando e Serviço Apollo) e Módulo Lunar. O
retorno se dá no dia 13 de março.
Estatísticas – Massa: 26.801 kg; órbitas terrestres: 151; duração da missão:
10d1h0min.
1969 (25 de março) – É inaugurado o Observatório de La Silla, situado na
montanha de mesmo nome, a 2400m de altitude, na extremidade sul do deserto de
Atacama, no Chile.
1969 (16 e 17 de maio) – As sondas soviéticas Venera 5 e Venera 6, lançadas,
respectivamente, em 5 e 10 de janeiro, penetram na atmosfera do hemisfério escuro
de Vênus. São feitas medições até a altitude de 17 km.
1969 (18 de maio) – É lançada a Apollo 10, planejada para testar o módulo lunar
("Snoopy"), que pela primeira vez é completamente funcional, em órbita ao redor
da Lua. Chega a uma distância de 14 km do satélite, sem, entretanto, pousar. A
tripulação é composta pelos astronautas Thomas P. Stafford – comandante -, John
W. Young e Eugene A. Cernan. O retorno ocorre em 26 de maio.
Estatísticas – Massa: 28.830 kg; tempo em órbita lunar: 2d13h37min; duração da
missão: 8d0h3min.
1969 (16 de julho) – É lançada, a partir do Cabo Canaveral, a Apollo 11, primeira
missão tripulada a pousar na Lua. Compõem a tripulação os astronautas Neil
Armstrong – comandante –, Edwin Aldrin – piloto do módulo lunar – e Michael
Collins – piloto do módulo de comando. O Módulo de Comando recebe o nome de
Columbia, e o Módulo Lunar, de Eagle ("Águia"). Aproximadamente 850
jornalistas, de 55 países e falando 33 línguas, registram o evento.
1969 (20 de julho) – A Apollo 11 pousa na Lua, num local denominado Mar da
Tranquilidade, uma grande área plana, formada de lava basáltica solidificada, na
linha equatorial da face brilhante do satélite. Às 23h56min (horário de Brasília),
Neil Armstrong, de 38 anos, torna-se o primeiro ser humano a pisar na superfície
da Lua e pronuncia a frase mais épica da Era Espacial: "Este é um pequeno passo
para o Homem... mas um grande salto para a Humanidade". Edwin Aldrin junta-se
a Armstrong na superfície 15min depois e, durante as 4h40min seguintes, os
astronautas examinam o Módulo Lunar, montam e colocam para funcionar a
câmera de TV, hasteiam a bandeira norte-americana e batem continência, instalam
instrumentos científicos, dão pulos como cangurus, experimentando a baixa
gravidade lunar, tiram cerca de 100 fotografias, coletam mais amostras no solo e
falam ao vivo com o Presidente dos EUA, Richard Nixon (1913-1994). Além disso,
os astronautas deixam na Lua uma placa, assinada por eles e pelo presidente
Nixon, onde se lê: Here Men From Planet Earth First Set Foot Upon The Moon.
July 1969 A.D. We Came In Peace For All Mankind. (“Aqui os homens do planeta
Terra pisaram pela primeira vez na Lua. Julho de 1969. Viemos em paz, em nome
de toda a humanidade.”)
Com diâmetro de 3.476,28 x 3.471,94 km, área superficial de 37,93 milhões de km
(7,4% da terrestre) e localizada à distância média de 384.403 km (varia entre
363.104 e 405.696 km) da Terra, que orbita à velocidade média de 3.680 km/h, , a
Lua é o quinto satélite do Sistema Solar em ordem de tamanho. Como acontece
com boa parte dos satélites do nosso sistema planetário, a Lua tem rotação
síncrona, isto é, leva exatamente o mesmo tempo para completar uma órbita em
torno da Terra e girar ao redor de si mesma: 27d7h43min. Ocupa um volume de
21,95 bilhões de km3 (2% do terrestre) e tem massa de 73,47 quintilhões de
toneladas (1,2% da massa da Terra), o que resulta numa densidade de 3,346g/cm3.
A gravidade superficial equivale a 16,54% da terrestre (uma pessoa pesando 80 kg
na Terra pesaria, na Lua, 13,23 kg), e a velocidade de escape é de 2,38 km/s. A Lua
é o objeto mais brilhante do céu noturno: a magnitude aparente varia entre -12,9 e
-2,5.
1969 (24 de julho) – A Apollo 11 retorna à Terra.
Estatísticas – Massa: 30.320 kg; tempo de atividade extraveicular na superfície da
Lua: 2h37min; tempo total de permanência na superfície lunar: 21h31min; massa
trazida da Lua: 21,55 kg; órbitas lunares: 30; tempo em órbita lunar: 2d11h30min;
duração da missão: 8d3h18min.
1969 (31 de julho) – A Mariner 6, lançada em 24 de fevereiro, chega a Marte, com
uma aproximação máxima de 3300 km. Envia imagens, num total de 75,
principalmente da região equatorial. Analisa a atmosfera, a superfície e envia fotos
de Fobos.
1969 (5 de agosto) – A Mariner 7, lançada em 27 de março, chega a Marte, com
uma aproximação máxima de 3518 km. Envia 126 fotos e faz estudos semelhantes
aos da Mariner 6. Provavelmente apresenta uma danificação insignificante
provocada por um meteoro poucos dias antes da chegada a Marte.
1969 (15 de agosto)- É criada a Indian Space Research Organisation (ISRO), a
agência espacial da Índia, com sede em Bangalore.
1969 (14 de novembro) – É lançada a Apollo 12, segunda missão tripulada a descer
na Lua e a primeira a fazer um pouso de precisão num ponto pré-determinado da
superfície, a fim de resgatar partes de uma sonda não-tripulada enviada dois anos
antes, a Surveyor III, e trazer partes dela de volta à Terra, para estudos do efeito da
permanência em ambiente lunar sobre o material empregado no artefato. O
Módulo de comando chama-se Yankee Clipper e o Módulo lunar, Intrepid. A
tripulação é formada por Charles Conrad
(1930-1999) – comandante –, Alan Bean – piloto do módulo lunar – e Richard
Gordon – piloto do módulo de comando.
1969 (19 de novembro) – A Apollo 12 pousa no Oceano das Tormentas, cerca de
1.500 km a oeste do Mar da Tranquilidade, local da alunissagem anterior.
1969 (24 de novembro) – A Apollo 12 retorna à Terra.
Estatísticas – Massa: 28.838 kg; tempo total das duas atividades extraveiculares na
superfície da Lua: 7h45min; tempo de permanência na superfície lunar: 31h31min;
massa trazida da Lua: 34,35 kg; órbitas lunares: 45; tempo em órbita lunar:
3d16h58min; duração da missão: 10d4h36min.
1970 – Arno Penzias e Robert Wilson encontram monóxido de carbono
interestelar.
1970 – George Carruthers observa hidrogênio molecular no espaço.
1970 – o telescópio refletor óptico de 4,01m de Cerro Tololo entra em operação,
localizado em Cerro Tololo, Chile.
1970 – o telescópio refletor óptico de 4,01m do Kitt Peak National Observatory
começa a operar, localizado próximo de Tucson, Arizona.
1970 – Roger Ulrich, John Leibacher e Robert Stein deduzem, a partir de modelos
solares teóricos, que o interior do Sol pode agir como uma cavidade acústica
ressonante.
1970 (11 de fevereiro) – É lançado o Osumi 5, o primeiro satélite artificial japonês.
1970 (11 de abril) – É lançada a Apollo 13, terceira missão tripulada do projeto, que
não consegue pousar na Lua devido a um acidente durante a viagem de ida. A
tripulação é composta por James Lowell – comandante –, Fred Haise – piloto do
módulo lunar – e John Swigert (1931-1982) – piloto do módulo de comando. O
módulo lunar chama-se Aquarius, e o módulo de comando, Odissey. Na noite de 13
de abril, quando a espaçonave está a 321.860 km da Terra, ocorre uma explosão no
módulo de serviço, causada, segundo os resultados de investigações posteriores da
Nasa, por uma mudança de voltagem dos suprimentos de energia da Apollo, feita
pelos projetistas do tanque da nave, sem o respectivo reforço da ventoinha de
resfriamento do motor. Com o módulo de serviço e também o módulo de comando
inutilizados, os astronautas são obrigados a se transferir para o módulo lunar, no
qual iniciam o retorno à Terra e onde são submetidos a um rigoroso racionamento
de eletricidade, de alimentos e de água. Contudo, a viagem de volta é bem-sucedida
e, no dia 17 de abril, cansados, molhados, famintos, desidratados e com frio, eles
conseguem aterrissar em segurança.
Estatísticas – Massa: 28.945 kg; duração da missão: 5d22h55min.
1970 (22 de abril) – É criado o Dia da Terra, comemorado em âmbito nacional nos
EUA.
1970 (24 de abril) – A China se torna o quinto país do mundo a lançar um satélite
em órbita, o DFH-1, impulsionado por um foguete "Longa Marcha" e destinado à
experimentação científica.
1970 (24 de setembro) – A sonda soviética Luna 16, lançada em 12 de setembro
(alunissagem em 20 de setembro), retorna à Terra trazendo 101g de basalto lunar,
primeira amostra do solo da Lua trazida de volta à Terra por uma espaçonave de
forma totalmente automatizada.
1970 – A sonda soviética Luna 17, lançada em 10 de novembro, pousa na Lua
transportando o primeiro veículo lunar, o Lunokhod 1.
1970 (12 de dezembro) – É lançado o Uhuru, observatório espacial norteamericano, o primeiro projetado para fazer observações especificamente em raios
X. Uhuru significa “liberdade” em suaíle, nome dado em homenagem ao Quênia,
país de onde é lançado.
1970 (15 de dezembro) – A sonda soviética Venera 7, lançada em 17 de agosto, é a
primeira a pousar em outro planeta (Vênus) É ainda a primeira a medir
diretamente a temperatura na superfície daquele mundo (460°C) e também sua
pressão atmosférica (equivalente a mais de noventa vezes a terrestre). Sobrevive
durante 26 minutos, sendo depois inutilizada pela pressão e pelo calor venusianos.
Os radares da Venera 7 registram ventos de mais de 100 km/h.
Com diâmetro de 12.103,6 km, Vênus é o planeta do Sistema Solar de dimensões
mais parecidas com as da Terra. Ocupa um volume de 938 milhões de km3 (85,7%
do terrestre), a área da superfície é de 460 milhões de km2 (90,2% da área da
Terra) e tem massa de 4,868 sextilhões de toneladas (81,5% da terrestre). A
densidade venusiana é de 5,204g/cm3, a gravidade equivale a 90,4% da terrestre e
a velocidade de escape é de 10,46 km/s. O planeta situa-se à distância média do Sol
de 108.208.930 km (varia entre 107.476.259 e 108.942.109 km), e é o planeta com
menor excentricidade orbital (0,0068), isto é, aquele cuja órbita menos se desvia
da distância solar média (a excentricidade da Terra é de 0,0167). Vênus tem a
velocidade de rotação mais baixa do Sistema Solar (6,52 km/h) e leva mais tempo
para girar em torno de si mesmo (243d0h27min) do que para completar, à
velocidade média de 126.000 km/h, uma órbita em torno do Sol (224,701 dias
terrestres - 0,615 ano) ou 0,92 dia venusiano. Vênus é o objeto mais brilhante do
céu noturno depois da Lua, podendo atingir a magnitude aparente -4,6. Apesar de
ser o segundo em distância do Sol, é o mais quente dos planetas (temperaturas
superficiais superiores a 460°C), em razão de possuir a atmosfera mais densa do
Sistema Solar (a massa total é de 480 quatrilhões de toneladas, e a pressão, 93
vezes superior à da terrestre), composta sobretudo de dióxido de carbono (96,5%),
seguindo-se nitrogênio (3%) e dióxido de enxofre (0,015%). O planeta não tem
satélites.
Vênus é o nome latino de Afrodite, deusa grega do amor e da beleza.
1971 – O britânico Martin Rees propõe que algumas galáxias, como a Via Láctea,
têm em seu centro buracos negros supermassivos, ou seja, com massa da ordem de
milhões de vezes superior à solar.
1971 (31 de janeiro) – É lançada a Apollo 14, terceira missão da série a pousar na
Lua, tendo a delicada tarefa de recomeçar as viagens espaciais tripuladas após o
acidente ocorrido com a Apollo 13. A tripulação é composta por Alan Shepard –
comandante –, Edgar Mitchell – piloto do módulo lunar – e Stuart Roosa (1933-
1994) – piloto do módulo de comando. O Módulo de Comando chama-se Kitty
Hawk e o Módulo Lunar, Antares.
1971 (5 de fevereiro) – A Apollo 14 pousa em Fra Mauro, uma região repleta de
crateras e ondulada, o que faz com que o Antares fique inclinado 8° durante sua
estada na Lua. O principal objetivo da missão (originalmente atribuída à Apollo 13)
é chegar a pé à cratera Cone, localizada numa região elevada em relação ao local do
pouso, visando a testar a capacidade de caminhar na superfície lunar em regiões
não-planas. O objetivo não é plenamente alcançado: os astronautas param pouco
antes de atingir a borda da cratera. Nessa missão, Alan Shepard dá com sucesso
uma tacada de golfe.
1971 (9 de fevereiro) – A Apollo 14 retorna à Terra.
Estatísticas – Massa: 29.240 kg; tempo total das duas atividades extraveiculares na
superfície da Lua: 9h23min; tempo de permanência na superfície lunar:
1d9h30min; massa trazida da Lua: 42,28 kg; tempo em órbita lunar: 2d18h36min;
duração da missão: 9d0h1min.
1971 (2 de abril) – É criado o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE),
cuja sede está localizada em São José dos Campos, São Paulo. Os objetivos do INPE
são promover e executar estudos, pesquisas científicas, desenvolvimento
tecnológico e capacitação de recursos humanos, nos campos da Ciência Espacial e
da Atmosfera, das Aplicações Espaciais, da Meteorologia e da Engenharia e
Tecnologia Espacial, bem como em domínios correlatos, conforme as políticas e
diretrizes definidas pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. As atividades
atualmente desenvolvidas pelo INPE buscam demonstrar que a utilização da
ciência e da tecnologia espacial pode influir na qualidade de vida da população
brasileira e no desenvolvimento do País.
1971 (19 de abril) – É lançada a Salyut 1, primeira estação orbital soviética e
primeira estação espacial construída pelo homem. É formada de três
compartimentos pressurizados: o de transferência, onde são acopladas as naves
Soyuz, o principal, onde vive a tripulação, e outro contendo os equipamentos de
controle e comunicações, a fonte de energia, o sistema de suporte de vida e outros
equipamentos auxiliares. Há um quarto compartimento, despressurizado, com as
instalações do motor e equipamentos de controle associados. A Salyut tem baterias
químicas, suprimentos reservas de água e oxigênio e sistemas de regeneração. A
energia é fornecida por dois pares de painéis solares.
Em russo, Salyut significa “saudação”.
1971 (30 de junho) – A despressurização de uma nave Soyuz mata os cosmonautas
Georgy Dobrovolsky, Vladislav Volkov e Viktor Patsayev, que haviam cumprido
uma missão de 24 dias em órbita. Eles protagonizam a primeira ocupação humana
de uma estação orbital, a pioneira Salyut 1.
1971 (26 de julho) – É lançada a Apollo 15, quarta missão da série a pousar na Lua e
a primeira a utilizar um jipe lunar. A tripulação é formada por David Scott –
comandante –, James Irwin (1930-1991) – piloto do módulo lunar – e Alfred
Worden – piloto do módulo de comando. O Módulo de Comando denomina-se
Endeavour e o Módulo Lunar, Falcon.
1971 (30 de julho) – A Apollo 15 pousa em Hadley Hille, uma área de grande
interesse do ponto de vista geológico, localizada na orla do Mare Imbrium (Oceano
das Chuvas), num pequeno vale rodeado por altas montanhas. O jipe, um veículo
de quatro rodas (todas com tração elétrica), desmontável e pesando 209 kg, dá aos
astronautas considerável mobilidade, permitindo-lhes realizar passeios de vários
km. Um fato curioso a destacar é o experimento executado por David Scott: para
comprovar a teoria da queda dos corpos, de Galileu Galilei, ele deixa cair um
martelo e uma pluma, constatando que, na ausência de ar, ambos chegam juntos ao
solo.
1971 (7 de agosto) – A Apollo 15 volta à Terra. Durante o voo de retorno, Alfred
Worden torna-se o primeiro homem a executar uma atividade extravveicular fora
da órbita terrestre.
Estatísticas – Massa: 30.370 kg; tempo total das três atividades extraveiculares na
superfície da Lua: 18h34min; tempo de permanência na superfície lunar:
2d18h55min; massa trazida da Lua: 77 kg; tempo em órbita lunar: 6d1h13min;
órbitas lunares: 74; duração da missão: 12d7h12min.
1971 (11 de outubro) – A Salyut 1 faz uma reentrada controlada na atmosfera
terrestre, caindo no Oceano Pacífico.
Estatísticas – Massa: 18.425 kg; espaço habitável: 90m3; dias em órbita: 175; dias
ocupada: 24; órbitas terrestres: 2.929; distância percorrida: 118.602.524 km.
1971 (14 de novembro) – A sonda norte-americana Mariner 9, lançada em 30 de
maio, torna-se o primeiro engenho espacial a operar ao redor de outro planeta:
Marte. Durante quase dois anos, transmite mais de 7.300 imagens de Marte,
cobrindo a totalidade da superfície e obtendo informações sobre o Planeta
Vermelho que nenhuma outra sonda antes havia conseguido, revelando grandes
vulcões na superfície marciana (entre os quais o Monte Olimpo, o maior de todo o
Sistema Solar, com 27 km de altura), bem como gigantescos canyons, e indícios de
que já houve água na superfície do planeta. A sonda também obtém as primeiras
imagens em close das duas pequenas luas de Marte, Fobos e Deimos.
Marte é, do ponto de vista climático, o planeta mais parecido com a Terra: tem um
ciclo de estações e um período de rotação (24h37min22,67s)semelhantes aos
terrestres, sendo o alvo mais frequente de missões interplanetárias. A temperatura
varia entre -140°C, nas regiões polares, e mais de 20°C, no equador, durante o
verão marciano. Com diâmetro de 6.792,4 x 6.752,4 km, é o sétimo planeta em
tamanho e o quarto a partir do Sol, que orbita à distância média de 227.939.100 km
(varia entre 206.669.000 e 249.209.300 km), demorando 686,971 dias terrestres
(1,88 ano), ou 668,599 dias marcianos, para completar uma órbita, à velocidade
média de 86.675 km/h. A área da superfície é de 144.798.500 km2 (28,4% da área
da Terra), o volume é de 163,18 bilhões de km3 (15,1% do terrestre) e a massa é de
641,85 quintilhões de toneladas (10,7% da massa da Terra). A densidade de Marte é
de 3,934g/cm3, a gravidade equivale a 37,6% da terrestre e a velocidade de escape
é de 5,027 km/s. A atmosfera marciana é tênue, sendo composta sobretudo por
dióxido de carbono (95,72%), nitrogênio (2,7%), argônio (1,6%) e oxigênio (0,2%).
A magnitude aparente varia entre –2,9 e 1,8. O planeta tem dois satélites.
Marte é o nome latino de Ares, deus grego da guerra e da agricultura. A cor
avermelhada do planeta talvez tenha sido a responsável pela sua associação à
divindade guerreira (que lembra sangue).
1972 – Jacob Bekenstein sugere que buracos negros têm entropia proporcional à
área de suas superfícies devido aos efeitos da perda de informação. Entropia é uma
grandeza termodinâmica relativa à desordem, que mede a parte da energia que não
pode ser transformada em trabalho.
1972 (27 de novembro) – A sonda soviética Marte 2, lançada em 19 de maio, é
inserida na órbita marciana, transmitindo dados, até 22 de agosto de 1972, sobre
atmosfera, superfície, magnetosfera, gravidade e temperatura. Fotografa
montanhas e detecta a presença de hidrogênio e oxigênio nas partes altas da
atmosfera. O aterrissador falha e choca-se contra Marte, sendo o primeiro objeto de
fabricação humana a atingir a superfície daquele planeta.
1971 (2 de dezembro) – A sonda soviética Marte 3, lançada em 28 de maio, realiza a
primeira descida perfeita em Marte. Falha depois de retransmitir dados durante 20
segundos. Faz medidas de temperatura da superfície, da gravidade e da composição
atmosférica.
1972 – Stephen Hawking prova que a área do horizonte de eventos de um buraco
negro clássico não pode diminuir.
1972 – James Bardeen, Brandon Carter e Stephen Hawking propõem 4 leis da
mecânica de buraco negro em analogia com as leis da termodinâmica.
1972 (2 de março) – É lançada, com destino a Júpiter, a sonda norte-americana
Pioneer 10, primeiro artefato humano enviado às regiões exteriores do Sistema
Solar. Em sua fase interplanetária (antes e depois da passagem por Júpiter), os
objetivos da missão são: Mapear o campo magnético do meio interplanetário;
Verificar as alterações do vento solar ao longo das diversas distâncias analisadas;
Medir os raios cósmicos originários do Sistema Solar e de fora dele; Estudar as
interações entre o campo magnético interplanetário, o vento solar e os raios
cósmicos; Estudar a heliosfera; Medir as quantidades de hidrogênio não ionizado
no meio interplanetário; Medir as quantidades de partículas; Estudar o cinturão de
asteroides. A fase joviana da missão tem por objetivos: Mapear o campo magnético
de Júpiter; Mapear as energias dos prótons e dos elétrons ao longo da trajetória da
sonda pelo sistema; Verificar a existência de auroras; Obter informação sobre as
causas para as ondas de rádio de Júpiter; Mapear a interação entre o campo
magnético joviano e o vento solar; Medir a temperatura da atmosfera de Júpiter;
Determinar a composição e a estrutura das altas camadas da atmosfera do planeta;
Medir a estrutura térmica daquele astro; Obter imagens do sistema; Sondar a
atmosfera de Júpiter com ondas de rádio na altura da ocultação e Realizar o mesmo
em Io; Investigar as características físicas e químicas dos satélites de Júpiter;
Calcular com maior precisão as massas de Júpiter e dos quatro maiores satélites;
Fornecer informação mais precisa para o cálculo das efemérides dos principais
corpos do sistema. A Pioneer 10, assim como sua gêmea Pioneer 11, está equipada
com dois magnetômetros, um analisador de plasma, um detector de radiação
capturada, um radiômetro de infravermelhos, um sensor para a detecção de
asteroides e uma placa sensora de impactos de meteoritos, um telescópio de raios
cósmicos e outros instrumentos para captação de imagens.
1972 (16 de abril) – É lançada a Apollo 16, quinta missão tripulada do projeto a
pousar na Lua. A tripulação é formada por John Young – comandante –, Charles
Duke Jr. – piloto do módulo lunar – e Thomas Mattingly – piloto do módulo de
comando. O Módulo de Comando chama-se Casper e o Módulo Lunar, Orion.
1972 (20 de abril) – A Apollo 16 pousa na Lua, na região de Descartes, uma área
puramente montanhosa.
1972 (27 de abril) – Retorno da Apollo 16 à Terra.
Estatísticas – Massa: 30.395 kg; tempo total das três atividades extraveiculares na
superfície da Lua: 20h14min; tempo de permanência na superfície lunar:
2d23h2min; massa trazida da Lua: 95,71 kg; tempo em órbita lunar: 5d5h50min;
órbitas lunares: 64; duração da missão: 11d1h51min.
1972 (15 de julho) – A Pioneer 10 torna-se a primeira nave espacial a atingir o
cinturão de asteroides.
1972 (22 de julho) – A sonda soviética Venera 8, lançada em 27 de março, pousa
suavemente no hemisfério iluminado de Vênus, sobrevivendo por 50 minutos.
1972 (7 de dezembro) – É lançada a Apollo 17, sexta e última missão tripulada do
projeto Apollo para a Lua. A tripulação é formada por Eugene Cernan –
comandante –, Harrison Schmitt – piloto do módulo lunar – e Ronald Evans
(1933-1990) – piloto do módulo de comando. O Módulo de Comando chama-se
America e O Módulo Lunar, Challenger.
1972 (11 de dezembro) – A Apollo 17 pousa na Lua, na região de Taurus-Littrow,
um vale cercado de montanhas no limite do Mar da Serenidade. Nessa missão,
Schmitt e Cernan andam 34 km de jipe lunar, batendo o recorde de distância
percorrida por uma tripulação na superfície do satélite terrestre durante o Projeto
Apollo. Schmitt é o primeiro cientista (geólogo) a viajar para a Lua para pesquisar
seu solo. Uma das descobertas científicas da Apollo 17 é a existência de solo cor de
laranja na Lua. Nesta missão é tirada a famosa foto "A Bolinha Azul", em que
aparece o disco azulado da Terra de forma nítida, amplamente divulgada e que tem
um impacto muito grande para o aparecimento de uma cultura ecológica nos anos
seguintes. Os astronautas deixam na Lua uma placa que diz: Here Man completed
his first exploration of the Moon, December 1972 A.D. May the spirit of peace in
which we came be reflected in the lives of all mankind. (“Aqui homens
completaram sua primeira exploração da Lua, dezembro de 1972. Possa o espírito
de paz no qual viemos refletir-se nas vidas de toda a humanidade.”)
1972 (19 de dezembro) – A Apollo 17 retorna à Terra, encerrando o ciclo de missões
tripuladas à Lua deste projeto.
Estatísticas – Massa: 30.369 kg; tempo total das três atividades extraveiculares na
superfície da Lua: 22h4min; tempo de permanência na superfície lunar:
3d3h0min; massa trazida da Lua: 111 kg; tempo em órbita lunar: 6d3h44min;
órbitas lunares: 75; duração da missão: 12d13h52min.
No total, as seis missões Apollo trazem da Lua 381,7 kg de material: cerca de 2.000
pedras, cem amostras de terreno, milhares de pedregulhos.
A fase seguinte do programa espacial norte-americano é a Skylab.
1973 – Jeremiah Ostriker e James Peebles descobrem que a quantidade de matéria
visível nos discos das galáxias espirais típicas não é suficiente para a gravitação
Newtoniana impedir os discos de se romperem violentamente ou mudarem
drasticamente de forma.
1973 – Por meio de medições do campo magnético interplanetário durante três
períodos de rotação solar (cada um deles de 27 dias), descobre-se que ele pode
orientar-se tanto na direção do Sol quanto na trajetória oposta. Essa característica
significa que no espaço interplanetário se formam, no curso de uma rotação solar,
de dois a seis setores onde o campo magnético se mostra alternadamente positivo
(orientado para o exterior) e negativo (orientado para o Sol).
1973 (fevereiro) – A Pioneer 10 sai da faixa de asteroides sem ter sofrido qualquer
dano, comprovando assim a inexistência da temida concentração de poeira cósmica
naquela região.
1973 (fevereiro) – A UAI realiza em Varsóvia, Polônia, uma assembleia
extraordinária para celebrar os quinhentos anos de nascimento de Nicolau
Copérnico.
1973 (5 de abril) – É lançada a sonda norte-americana Pioneer 11, com destino a
Júpiter e Saturno.
1973 (14 de maio) – É lançada, pelos EUA, a Estação Espacial Skylab, composta de
cinco partes: um telescópio (ATM); um adaptador para acoplagem múltipla (MDA);
um módulo selado (AM); uma unidade de instrumentos (IU); e um espaço de
trabalho orbital (OWS).
1973 (25 de maio a 22 de junho) – Missão da Skylab 2, que leva os primeiros
tripulantes à estação espacial Skylab, sendo eles Charles Conrad - Comandante -,
Paul Weitz - Piloto - e Joseph Kerwin - Cientista. A principal tarefa dessa tripulação
é reparar a Skylab: a proteção contra meteoritos e raios solares e as placas de
captação de energia solar haviam sido destruídas durante a decolagem, e o painel
solar principal estava travado. Os astronautas realizam experimentos médicos,
além de colher informações sobre o Sol e a Terra. Eles dobram o recorde de
permanência no espaço, até então pertencente aos tripulantes da Gemini 7.
Duração da missão: 28d0h50min; órbitas terrestres: 404; distância percorrida:
18,5 milhões de km.
1973 (28 de julho a 25 de setembro) – Missão da Skylab 3, que leva à estação
homônima a segunda tripulação, composta por Alan Bean – Comandante -, Jack
Lousma - Piloto - e Owen Garriott – cientista. São realizadas muitas experiências
científicas, destacando-se: estudo da saúde dental, instalação de protetores solares
contra micrometeoritos, adaptação psicológica humana ao espaço, estudo de
cobaias de laboratório e de características de células do pulmão humano na
microgravidade.
Duração da missão: 59d11h9min; órbitas terrestres: 858; distância percorrida: 39,4
milhões de km.
1973 (3 de novembro) – É lançada a sonda norte-americana Mariner 10, com
destino a Mercúrio. É a primeira espaçonave a visitar dois planetas (Vênus e
Mercúrio) e também a primeira a utilizar a força gravitacional de um planeta
(Vênus) para ganhar velocidade e se dirigir a outro corpo celeste (Mercúrio). Os
objetivos da missão são estudar as características físicas, a atmosfera e o ambiente
de Vênus e de Mercúrio, bem como fazer levantamentos acerca do meio
interplanetário.
16 de novembro de 1973 a 8 de fevereiro de 1974 – Missão da Skylab 4, que leva à
estação homônima a terceira e última tripulação, composta por Gerald Carr Comandante -, William Pogue - Piloto - e Edward Gibson – Cientista. É a primeira
missão espacial a fazer (13 de dezembro) observações em órbita de um cometa
(Kohoutek). São feitas mais de 75.000 imagens da Terra e do Sol.
Duração da missão: 84d1h15min; órbitas terrestres: 1.214; distância percorrida:
55,5 milhões de km.
1973 (26 de novembro) – A uma distância de 6,4 milhões de km de Júpiter, tem
início a missão científica propriamente dita da Pioneer 10. No dia seguinte, a sonda
penetra na magnetosfera do planeta.
1973 (2 de dezembro) – A Pioneer 10 chega a 130.000 km da atmosfera externa de
Júpiter, o ponto de aproximação máxima. Esta sonda é a primeira a fazer imagens
de Júpiter.
Com diâmetro de 142.984 x 133.708 km, Júpiter é o maior planeta do Sistema Solar
e o quinto a partir do Sol, que orbita a uma distância média de 778.547.200 km
(varia entre 740.573.600 e 816.520.800 km). Demora 4.331,572 dias terrestres
(11,859 anos), ou 10.475,8 dias jupiterianos, para completar uma órbita, à
velocidade média de 47.000 km/h. Tem a velocidade rotacional mais rápida do
Sistema Solar: gira em torno de si mesmo a 45.300 km/h (27,05 vezes maior que a
da Terra, que é de 1.674,4 km/h) e completa uma rotação em 9h55min, a mais
rápida, inclusive, em números absolutos, apesar das dimensões consideravelmente
menores dos demais planetas. Júpiter ocupa um volume de 1 quatrilhão, 431
trilhões e 280 bilhões de km3 (1.321,3 volumes terrestres), tem massa de 1 setilhão,
898 sextilhões e seiscentos quintilhões de toneladas, o que equivale a 317,8 massas
da Terra ou 71% da massa de todos os planetas somados. A densidade joviana é de
1,326g/cm3, e a área da superfície, de 62 bilhões, 179 milhões e seiscentos mil km2,
o que corresponde a 121,9 superfícies terrestres. A força de gravidade é 2,528 vezes
superior à terrestre (uma pessoa pesando 80 kg na Terra pesaria, em Júpiter, 202
kg), e a velocidade de escape é de 59,5 km/s (5,32 vezes superior à do nosso
planeta. Os principais componentes da atmosfera são hidrogênio (89%) e hélio
(10%). A magnitude aparente varia entre –2,9 e –1,6. Tem 63 satélites conhecidos.
Júpiter é o nome latino de Zeus, deus grego do Céu e da Terra, o senhor do Olimpo,
o deus supremo.
1974 – Robert Wagoner, William Fowler e Fred Hoyle mostram que o Big Bang
quente prevê as abundâncias corretas de deutério e lítio.
1974 – O telescópio refletor óptico de 3,9m anglo-australiano entra em operação,
localizado em Siding Springs, Austrália.
1974 – Os astrofísicos R. Hulse e J. M. Taylor descobrem o primeiro pulsar duplo.
1974 – O físico teórico inglês Stephen Hawking calcula que buracos negros devem
termicamente criar ou emitir partículas subatômicas, conhecidas como "radiação
Hawking”.
1974 (5 de fevereiro) – A sonda norte-americana Mariner 10 obtém as primeiras
imagens em close da atmosfera de Vênus em ultravioleta, feitas a uma distância de
5.768 km da superfície, revelando detalhes ainda desconhecidos da cobertura de
nuvens e mostrando, além disso, que todo o sistema de nuvens faz uma volta
completa em torno do planeta a cada quatro dias terrestres. Nesta missão ocorre a
primeira assistência gravitacional da história: a Mariner 10 usa a gravidade de
Vênus para ganhar velocidade em sua viagem a Mercúrio.
1974 (29 de março) – A Mariner 10 sobrevoa Mercúrio pela primeira vez, à
distância de 704 km, e faz as primeiras imagens (poucas) do planeta.
Com diâmetro de 4.879,4 km e ocupando um volume de 60,83 bilhões de km3
(5,4% do da Terra), Mercúrio é o planeta mais próximo do Sol e o menor do
Sistema Solar. A área da superfície é de 74,8 milhões de km2 (14,7% da terrestre).
Tem massa de 330,22 quintilhões de toneladas (5,5% da massa da Terra) e
densidade média de 5,427g/cm3 (segundo mais denso do Sistema Solar, depois da
Terra). Gira em torno do Sol, à distância média de 57.909.100 km (varia entre
46.001.200 e 69.816.900 km), em 87,969 dias terrestres (0,241 ano), ou 1,5 dia
mercuriano, à velocidade média de 172.300 km/h. Completa uma rotação em
58d15h30min. Tem a gravidade mais fraca de todos os planetas, equivalente a 37%
da terrestre, o que faz com que a velocidade de escape também seja a mais baixa:
4,25 km/s. De todos os planetas que orbitam o Sol, Mercúrio é aquele que tem
maior amplitude térmica: a temperatura oscila entre –190°C (à noite) e 430°C
(durante o dia). A atmosfera mercuriana é muito tênue e está composta sobretudo
por oxigênio molecular (42%), sódio (29%), hidrogênio (22%) e hélio (6%). Por
estar muito próximo do Sol, Mercúrio pode ser visto apenas ao amanhecer e ao
entardecer, e a magnitude aparente varia entre –2,0 e 5,5. O planeta não tem
satélites.
Mercúrio é o nome latino de Hermes, deus grego dos viajantes e dos comerciantes.
Muito veloz, era também mensageiro do Olimpo, sendo esta uma possível razão
para o seu nome ter sido dado ao planeta, o mais rápido dentre os astros que
orbitam o Sol.
1974 (16 de abril) – É fundada a Sociedade Astronômica Brasileira (SAB),
localizada em São Paulo. Segundo o seu estatuto, suas tarefas são: Congregar os
astrônomos do Brasil; Zelar pela liberdade de ensino e pesquisa; Zelar pelos
interesses e direitos dos astrônomos; Zelar pelo prestígio da ciência do País;
Estimular as pesquisas e o ensino de astronomia no País; Manter contato com
institutos e sociedades correlatas no País e no exterior; Promover reuniões
científicas, congressos especializados, cursos e conferências.
1974 (19 de abril) – A Pioneer 11 conclui a travessia do cinturão de asteroides.
1974 (21 de setembro) – A Mariner 10 sobrevoa Mercúrio pela segunda vez, à
distância de 48.000 km. Nesta passagem, assim como na seguinte, obtém-se um
conjunto de imagens detalhadas do planeta, mas que, devido à geometria da órbita,
apenas permite a observação de menos de metade da superfície total.
1974 (14 de setembro) – Charles T. Kowal descobre Leda, 13º satélite conhecido de
Júpiter.
Diâmetro: 20 km; período orbital: 240,92 dias (0,654 ano); distância média ao
planeta: 11.160.000 km; massa: 11 trilhões de toneladas; densidade: 2,6g/cm3.
1974 (outubro) - O astrofísico britânico Antony Hewish recebe o Prêmio Nobel de
Física (o primeiro a ser concedido a um astrônomo observacional) por ter
descoberto (1967), juntamente com Jocelyn Bell, os pulsares.
1974 (2 de dezembro) – A Pioneer 11 alcança o ponto máximo de aproximação de
Júpiter: 34.000 km.
1975 – investigadores do Instituto de Ciências Planetárias de Tucson e do Instituto
Harvard-Smithsonian de Astrofísica propõe a teoria do Big Splash, a qual postula a
formação da Lua através do impacto de um planeta desaparecido, conhecido como
Theia, com a Terra.
1975 – São feitos os primeiros testes de um protótipo de veículo espacial
reutilizável (space shuttle), acoplado a um avião Boeing adaptado a experimentos
de voo a grande altitude. O objetivo é testar a aerodinâmica e a dirigibilidade do
Ônibus Espacial.
1975 (16 de março) – A Mariner 10 sobrevoa Mercúrio pela terceira e última vez, à
distância de 327 km.
1975 (24 de março) – A Mariner 10 perde contato com a Terra, e encerra-se assim a
missão e o programa homônimo. A sonda está hoje em órbita solar.
1975 (31 de maio) – É oficialmente criada a Agência Espacial Europeia (ESA –
European Space Agency, na sigla em inglês).
1975 (17 de julho) – Primeiro encontro entre russos e norte-americanos no espaço,
a bordo das naves espaciais Apollo 18 e Soyuz 19, comandadas por Thomas Stafford
e Alexei Leonov.
1975 (9 de agosto) – A ESA (ESA), formada pela Áustria, Bélgica, Dinamarca,
França, Alemanha, Irlanda, Itália, Holanda, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido,
lança seu primeiro satélite, COS-B, que é usado para estudar os raios gama.
1975 (20 de agosto) – É lançada, do Cabo Canaveral, acoplada a um foguete Titã, a
sonda norte-americana Viking 1, com destino a Marte.
1975 (9 de setembro) – É lançada a sonda norte-americana Viking 2, com destino a
Marte.
1975 (20 de outubro) – A sonda soviética Venera 9 é inserida na órbita de Vênus,
sendo a primeira a orbitar aquele planeta.
1975 (22 e 25 de outubro) – As sondas soviéticas Venera 9 e Venera 10, lançadas,
respectivamente, em 8 de junho e 14 de maio, efetuam descidas suaves na
superfície de Vênus. Elas tiram as primeiras fotografias do solo venusiano.
1975 (26 de novembro) – A China lança seu primeiro satélite recuperável, que volta
à Terra três dias depois, e se transforma no terceiro país do mundo a conseguir esta
façanha.
1976 – É inaugurado o observatório russo Zelenchukskaya, localizado no monte
Pastukhov, ao norte do Cáucaso. depois de anos de "domínio" do grande telescópio
norte-americano de monte Palomar, o telescópio de Zelenchukskaya passa a ser o
maior do mundo, com um espelho de 6m de diâmetro e 65cm de espessura.
1976 – Sandra Faber e Robert Jackson descobrem a relação Faber-Jackson entre a
luminosidade de uma galáxia elíptica e a velocidade de dispersão em seu centro.
1976 (19 de junho) – A Viking 1 entra na órbita de Marte.
1976 (20 de julho) – O aterrissador da Viking 1 desce nas encostas ocidentais de
Chryse Planitia. Logo começa sua procura de microorganismos marcianos e envia
para a Terra incríveis imagens em cores do cenário à sua volta. É através delas que
os cientistas veem que o céu de Marte tem uma cor rosada, e não azul-escura, como
eles pensavam anteriormente. (a cor rosa observada é o reflexo da luz solar nas
partículas de poeira avermelhadas da atmosfera rarefeita). O lander desce num
local de areia vermelha e matacões, que se estende até onde suas câmeras podem
alcançar.
1976 (25 de julho) – A Viking 1 fotografa uma formação rochosa na região marciana
de Cydonia, na qual muitos julgam ver um rosto humano esculpido artificialmente.
Surgem especulações sobre vida em Marte e acerca de segredos descobertos e não
revelados pela Nasa.
1976 (7 de agosto) – A Viking 2 entra na órbita de Marte.
1976 (9 a 22 de agosto) – Missão da Luna 24, a última da série, que é a terceira
(depois das Lunas 16 e 20) a trazer material da superfície da Lua (170g), retirado
do Mar da Crise. É a última sonda lunar lançada pela URSS e também a última
nave, de qualquer país, a realizar um pouso suave na Lua.
1976 (3 de setembro) – O orbitador da Viking 2 desce na planície de Utopia. Realiza
basicamente as mesmas tarefas da sonda anterior, exceto que desta vez o
sismômetro funciona, registrando um tremor de terra no planeta.
1977 – O telescópio refletor óptico-infravermelho Multiple Mirror, com espelho
equivalente a 4,47m, começa a operar, localizado em Amado, Arizona.
1977 (fevereiro) – R. Brent Tully e J. Richard Fisher descobrem a relação TullyFischer entre a luminosidade de uma galáxia espiral isolada e a velocidade da parte
achatada de sua curva de rotação.
1977 (18 de fevereiro) – O primeiro lançador de nave espacial, o Enterprise, é
testado em voo "captive mode" ("modo cativo"), preso ao topo de um gigantesco
jato 747. Inicialmente o empreendimento é nomeado Constitution (em
comemoração ao Bicentenário da Constituição norte-americana). Porém, os
espectadores de televisão fãs de ficção científica da série Star Trek começam uma
campanha de assinaturas, enviadas à Casa Branca, para que o veículo seja
rebatizado como Enterprise.
1977 (8 de março) – James Elliot descobre os primeiros nove anéis de Urano
durante uma experiência de ocultação estelar a bordo do Kuiper Airborne
Observatory.
1977 (20 de agosto) – É lançada a sonda norte-americana Voyager 2 (antes da
Voyager 1), com destino a Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.
1977 (5 de setembro) – É lançada a sonda norte-americana Voyager 1, que explora
Júpiter e Saturno. Assim como sua gêmea, a Voyager 2, a sonda é equipada com um
detector de raios cósmicos, um magnetômetro, um detector de ondas de plasma,
um detector de partículas de baixa energia, um espectrômetro de ondas ultravioleta
e um detector de ventos solares. Para o caso de serem algum dia interceptadas por
alienígenas, ambas as naves carregam um disco (e a respectiva agulha) de cobre
revestido a ouro, contendo uma apresentação da raça humana, com 115 imagens
(entre as quais está a Grande Muralha da China), 35 sons naturais (vento, pássaros,
água...), saudações em 55 línguas (incluindo português) e música (Mozart e
Beethoven, entre outros).
1977 (29 de setembro) – É lançada a estação espacial soviética Salyut 6, a primeira
a permitir o acoplamento de naves Progress de reabastecimento. Ao longo de cinco
anos, vários recordes de permanência no espaço são quebrados. Além de russos, a
estação hospeda cosmonautas de Hungria, Polônia, Romênia, Cuba, Mongólia,
Vietnam e Alemanha Oriental. Doze Progress de carga entregam mais de 20t de
equipamento, suprimentos e combustível.
1977 (1º de novembro) – É descoberto o asteroide 2060 Chiron (diâmetro de 233
km), primeiro componente conhecido de um grupo de objetos chamados
Centauros, por apresentarem características tanto de cometa como de asteroide.
1978 – A astrônoma norte-americana Sandra Faber publicA um trabalho no qual
mostra que a velocidade de rotação de galáxias espirais corresponde a uma
concentração de massa maior do que a inferida por observações da luz emitida pela
galáxia. Essa discrepância fica conhecida como O problema da massa faltante.
1978 – Vera Rubin, Kent Ford, N. Thonnard e Albert Bosma medem as curvas de
rotação de várias galáxias espirais e encontram desvios importantes relativamente
ao que é previsto pela gravitação Newtoniana de estrelas visíveis.
1978 (2 a 10 de março) – Vladimír Remek, da Tchecoslováquia, tripulante da Soyuz
28, visita a Salyut 6 e se torna o primeiro homem que não é soviético nem norteamericano a ir ao espaço. Em 2004, com a entrada da República Tcheca na União
Europeia, ele passa a ser considerado o primeiro astronauta da Europa.
1978 (22 de junho) – É descoberto Caronte, satélite de Plutão, pelo astrônomo
norte-americano James Christy, do Naval Observatory, em Flagstaff, Arizona. Com
diâmetro de 1.207 km e orbitando Plutão à distância média de 19.571 km, Caronte
tem uma característica única no Sistema Solar: uma rotação duplamente síncrona,
ou seja, além de girar em torno de si mesmo e de Plutão exatamente no mesmo
espaço de tempo, esse tempo ainda é igual ao da rotação de Plutão: 6d9h17min36s.
Disso resulta que Caronte apresenta sempre a mesma face a Plutão, e sempre ao
mesmo hemisfério. Um hipotético observador colocado na superfície de Plutão
veria Caronte o tempo inteiro (jamais se põe) se estivesse no hemisfério acima do
qual o satélite orbita, ou então nunca o veria, caso estivesse no hemisfério oposto.
1978 (outubro) - Arno Penzias e Robert Wilson recebem o prêmio Nobel de Física
por terem descoberto (1965) a radiação cósmica de fundo, remanescente do Big
Bang.
1978 (outubro) – Stephen M. Larson e John W. Fountain preconizam a existência
de Epimeteu, 11º satélite conhecido de Saturno originalmente observado, em 18 de
dezembro de 1966, por Richard Walker, mas então confundido com Jânus. A
existência de Epimeteu é confirmada em 1980, pela Voyager 1, e os três cientistas
passam a compartilhar oficialmente a descoberta.
Diâmetro: 135 x 108 x 105 km; período orbital: 0,394 dia; distância média ao
planeta: 151.410 km; massa: 530,4 trilhões de toneladas; densidade: 0,69g/cm3.
1978 (4 e 9 de dezembro) – As sondas norte-americanas Pioneer-Venus 1 e 2,
lançadas, respectivamente, em 20 de maio e 8 de agosto, começam a operar e
fazem o primeiro mapa de alta qualidade da superfície de Vênus.
1978 (21 de dezembro) – A sonda soviética Venera 12, lançada em 14 de setembro,
pousa em Vênus e transmite dados durante 110 minutos. São registradas descargas
elétricas, possivelmente atribuíveis a um raio.
1978 (25 de dezembro) – A sonda soviética Venera 11, lançada em 9 de setembro,
pousa em Vênus e transmite dados durante 95 minutos. Os sistemas de imagem
falham.
1979 – Dois telescópios entram em operação em Mauna Kea, no Havaí: o telescópio
refletor infravermelho de 3,81m UKIRT e o telescópio refletor óptico de 3,55m
Canada-France-Hawaii.
1979 – O norte-americano Brian G. Marsden publica um compêndio em que são
relatados os aparecimentos de 1.027 cometas, observados no período
compreendido entre os primeiros documentos disponíveis (os anais astronômicos
chineses) e o ano de 1978. Essas passagens se referem a 658 cometas diferentes, 113
dos quais têm um período inferior a 200 anos. Destes, 72 foram observados pelo
menos duas vezes. Os outros 545 cometas eram de longo período; sua órbita foi
calculada com base na única passagem registrada. 285 pareciam mover-se ao longo
de uma parábola; 162 descreviam uma elipse; e 98, uma hipérbole.
1979 – Peter Goldreich e Scott Tremaine propõem a ideia de satélites pastores para
explicar porque os anéis de Urano são tão estreitos. Trata-se de pequenos satélites
que têm sua órbita próxima a anéis planetários e confinam estes anéis através de
interações gravitacionais. Um satélite pastor é uma lua de um planeta que está em
órbita lado a lado com um anel daquele planeta. A força gravitacional do satélite
confina o anel, dando a ele uma borda nítida.
1979 (janeiro) – A Voyager 1 começa a fotografar Júpiter.
1979 (21 de janeiro) – Netuno passa a estar, por vinte anos (até 14 de março de
1999), mais próximo do Sol do que Plutão. Isso ocorre uma vez em cada translação
de Plutão (248 anos), pois a órbita deste planeta anão é tão elíptica que o leva a
uma distância ao Sol inferior à de Netuno.
1979 (4 de março) – Analisando imagens da Voyager 1, Stephen P. Synnott
descobre Métis, 14º satélite conhecido de Júpiter. É a primeira lua do Sistema Solar
descoberta a partir de imagens de uma sonda espacial.
Diâmetro: 60 x 40 x 34 km; período orbital: 0,295 dia; distância média ao planeta:
128.000 km; massa: 36 trilhões de toneladas: densidade: 0,86g/cm3.
1979 (5 de março) Analisando imagens da Voyager 1, Stephen P. Synnott descobre
Tebe, 15º satélite conhecido de Júpiter.
Diâmetro: 116 x 98 x 84 km; período orbital: 0,675 dia; distância média ao planeta:
221,889 km; massa: 430 trilhões de toneladas; densidade: 0,86g/cm3.
1979 (5 de março) – A Voyager 1 sobrevoa Júpiter, a uma distância de 349.000 km.
Durante a missão, obtém 19.000 fotografias, num período que vai até abril. A
maior parte das observações acerca das luas, dos anéis, do campo magnético e das
condições de radiação é realizada durante as 48 horas de máxima aproximação.
Também efetua um detalhado estudo da Grande Mancha Vermelha.
1979 (7 de março) – É anunciada a descoberta, feita três dias antes graças às
imagens transmitidas pela Voyager 1, de um tênue anel em torno de Júpiter, o qual
faz parte de um sistema de anéis de partículas sólidas que circunda o planeta na
região equatorial.
1979 (8 de março) – É descoberta atividade vulcânica em Io, satélite de Júpiter. Io
é o primeiro astro do Sistema Solar, com exceção da Terra, onde se descobrem
vulcões ativos. Hoje sabe-se que os satélites Encélado (de Saturno) e Tritão (de
Netuno) também apresentam atividade vulcânica, chamada pelos astrônomos de
criovulcanismo (por se tratar de mundos gelados). No momento de sua passagem, a
Voyager 1 consegue observar nove vulcões ativos em Io, mas atualmente
conhecemos centenas deles (estimativas giram em torno de quatrocentos).
1979 (8 de julho) – Analisando imagens da Voyager 2, David C. Jewitt e G. Edward
Danielson descobrem Adrasteia, 16º satélite conhecido de Júpiter.
Diâmetro: 20 x 16 x 14 km; período orbital: 0,298 dia; distância média ao planeta:
129.000 km; massa: 2 trilhões de toneladas; densidade: 0,86g/cm3.
1979 (9 de julho) – A Voyager 2 sobrevoa Júpiter à distância de 570.000 km. São
fotografados com mais detalhes o sistema de anéis e os vulcões de Io. As câmeras
da nave revelam uma atmosfera de hidrogênio e hélio cujas nuvens apresentam
uma dinâmica muito mais complexa do que se imaginava, incluindo relâmpagos e
auroras. Também é confirmada a hipótese de que Júpiter emite muito mais energia
do que recebe, o que poderia justificar uma atividade atmosférica tão intensa que
permite a formação de fenômenos como a Grande Mancha Vermelha.
Imagens da Voyager 2 revelam que as longas séries de estrias descobertas em
Europa pela Voyager 1 são fraturas em uma crosta de gelo que pode abrigar um
oceano interior.
Ganimedes apresenta dois tipos bem diferentes de terreno, um coberto de crateras
e o outro estriado, sugerindo que a crosta gelada do satélite pode ter sofrido
fenômenos tectônicos.
Calisto mostra uma crosta de gelo antiga, com muitas crateras remanescentes de
grandes impactos.
1979 (11 de julho) – ocorre a reentrada controlada da estação espacial Skylab na
atmosfera terrestre. Ela cai no Oceano Índico, nas proximidades da cidade
australiana de Perth.
Estatísticas – Massa: 77.088 kg; espaço habitável: 283,17m3; dias em órbita:
2.249; dias ocupada: 171; órbitas terrestres: 34.981; distância percorrida: 1,43
bilhão de km.
1979 (1º de setembro) – A Pioneer 11 chega às proximidades de Saturno, torna-se a
primeira sonda espacial a visitar aquele mundo e tira as primeiras fotografias a
curta distância do planeta.
Com diâmetro de 120.536 x 108.728 km, Saturno é o segundo planeta em ordem de
tamanho e o sexto a partir do Sol, que orbita à distância média de 1.433.449.370
km (varia entre 1.353.572.956 e 1.513.325.783 km), completando uma órbita, à
velocidade média de 24.000 km/h, em 10.832,327 dias terrestres (29,657 anos), ou
24.491,07 dias saturnianos. O planeta ocupa um volume de 827,13 trilhões de km3
(763,59 vezes o terrestre) e tem massa de 568,46 sextilhões de toneladas (95,152
vezes a da Terra. A área da superfície é de 42,7 bilhões de km2 (83,7 superfícies
terrestres). A gravidade equivale a 91,4% da terrestre, e a velocidade de escape é de
35,5 km/s. Saturno tem o maior achatamento polar entre todos os planetas, igual a
9,8% (o da Terra é de 0,33%), e possui também a menor densidade: 0,687g/cm3
(inferior à da água, o que significa que o planeta flutuaria se pudesse ser colocado
sobre um oceano como os terrestres); o planeta mais denso é a Terra (5,515g/cm3.
A rotação de Saturno, cujo período atualmente é de 10h39min24s, apresenta um
mistério que intriga os cientistas: sua velocidade parece variar rapidamente, visto
ter sido considerável a diferença (seis minutos) entre os valores obtidos com as
medições efetuadas pelas sondas Voyager e Cassini. Os principais componentes da
atmosfera são hidrogênio (96%), hélio (3%) e metano (0,4%). A magnitude
aparente varia entre -0,24 e 1,2. Tem 61 satélites confirmados, e há mais de cem
pequenos corpos candidatos a satélites.
Saturno é o nome latino de Cronos, o mais jovem dos titãs, filho de Urano e de
Gaia. Divindade suprema da segunda geração de deuses da mitologia grega, reinava
tiranicamente, até ser destronado por seu filho Zeus.
1979 (24 de dezembro) – Ocorre o lançamento inaugural do Ariane, o primeiro
foguete espacial europeu.
1980 – Um grupo de pesquisadores norte-americanos descobre uma quantidade
anômala de irídio (elemento raro na Terra) nas camadas de sedimentos marinhos e
aventa a hipótese de que a extinção dos dinossauros, há cerca de 65 milhões de
anos, tenha sido causada pelo impacto, sobre a Terra, de um enorme meteorito.
1980 – O astrônomo e divulgador científico norte-americano Carl Sagan (19341996) apresenta, em 13 episódios, a série de televisão Cosmos, produzida por ele e
filmada, ao longo de 3 anos, em 40 localidades de 12 países. Assistida por mais de
600 milhões de pessoas em todo o mundo, a série Cosmos é um dos maiores êxitos
da história da divulgação científica.
Ainda no mesmo ano, é publicado o livro homônimo.
1980 (1º de março) – P. Laques e J. Lecacheux descobrem Helena, 12º satélite
conhecido de Saturno.
Diâmetro: 36 x 32 x 30 km; período orbital: 2,736 dias; distância média ao planeta:
377.396 km.
1980 (13 de março) – Uma equipe liderada por D. Pascu descobre Calipso, 13º
satélite conhecido de Saturno.
Diâmetro: 30 x 23 x 14 km; período orbital: 1,888 dia; distância média ao planeta:
294.619 km.
1980 (18 de março) – Cinquenta técnicos morrem no centro espacial Plesetsk,
Rússia, depois da explosão de um propulsor que estava sendo abastecido. O
incidente só é relatado em 1989.
1980 (8 de abril) – Imagens das sondas Voyager possibilitam a descoberta de
Telesto, 14º satélite conhecido de Saturno. Com diâmetro de 29 x 23 x 20 km,
Telesto orbita Saturno à mesma distância média (294.619 km) e no mesmo período
(1,888 dia) que Calipso.
1980 (outubro) – A partir de imagens da Voyager 1, são descobertos, por Richard J.
Terrile e Stewart A. Collins, os satélites de Saturno Atlas, Pandora e Prometeu,
passando a ser 17 o número de luas conhecidas daquele planeta.
Atlas – Diâmetro: 46 x 38 x 19 km; período orbital: 0,602 dia; distância média ao
planeta: 137.670 km; massa: 6,6 trilhões de toneladas; densidade: 0,44g/cm3.
Pandora – Diâmetro: 103 x 80 x 64 km; período orbital: 0,628 dia; distância média
ao planeta: 141.720 km; massa: 135,6 trilhões de toneladas; densidade: 0,49g/cm3.
Prometeu – Diâmetro: 119 x 87 x 61 km; período orbital: 0,613 dia; distância média
ao planeta: 139.380 km; massa: 156,6 trilhões de toneladas; densidade: 0,47g/cm3.
1980 (10 de outubro) – É inaugurado o Very Large Array (VLA), radiotelescópio
localizado na planície de San Augustin, norte de Socorro, Novo México, com uma
formação em "Y" na qual são dispostas as diversas antenas de recepção.
1980 (12 de novembro) – A Voyager 1 sobrevoa Saturno a uma distância de
124.000 km. Descobre estruturas complexas no sistema de anéis do planeta e
obtém dados acerca da atmosfera e de Titã, tendo passado a menos de 6.500 km do
satélite. Também ocorrem passagens por Dione, Mimas e Reia. A fim de estudar
mais detidamente a atmosfera de Titã, os controladores da missão decidem realizar
outro sobrevôo, o que impede a Voyager 1 de se dirigir a Urano e Netuno. Assim,
ela é colocada numa rota que a leva para fora do Sistema Solar..
1981 - A NASA recupera dados de 1978, que mostram um cometa colidindo com o
Sol.
1981 (12 de abril) – Ocorre o voo inaugural do Columbia (STS-1), o primeiro dos
cinco ônibus espaciais construídos pelos EUA. A tripulação é composta por John
W. Young – comandante – e Robert Crippen – piloto. O retorno ocorre em 14 de
abril, tendo a missão durado 2d6h21min e realizado 37 órbitas em torno da Terra,
percorrendo uma distância de 1.728.000 km.
Os ônibus espaciais são veículos tripulados reutilizáveis, sucessores das naves
Apollo, empregadas em viagens que levaram astronautas à Lua. O programa dos
ônibus espaciais norte-americanos chama-se oficialmente Space Transportation
System, daí as iniciais STS (seguidas de um número) com que são designados os
voos. O Columbia recebe este nome em homenagem a um barco que em 1792
passou pelos perigosos bancos de areia na boca de um rio e chegou ao que hoje é a
British Columbia, no Canadá, na fronteira de Washington-Oregon, nos EUA.
1981 (24 de maio) – Harold J. Reitsema, William B. Hubbard, Larry A. Lebofsky e
David J. Tholen descobrem Larissa, terceiro satélite conhecido de Netuno.
Diâmetro: 216 x 204 x 168 km; período orbital: 0,555 dia; distância média ao
planeta: 73.548 km; massa: 4,2 quatrilhões de toneladas; densidade: 1,2g/cm3.
1981 (26 de agosto) – A Voyager 2 sobrevoa Saturno a 38.000 km de distância. As
investigações concentram-se sobretudo nas camadas superiores da atmosfera.
1982 (janeiro) Durante uma expedição à Antártida, o montanhista norte-americano
John Schutt encontra um meteorito pouco usual. O meteorito é enviado a
Washington, onde Brian Harold Mason, geoquímico do Instituto Smithsonian,
reconhece tratar-se de objeto diferente de todos até então encontrados, cujo
material é muito semelhante a algumas rochas trazidas da Lua pelo Programa
Apollo. Batizado de Allan Hills 81005, é considerado o primeiro meteorito de
proveniência lunar descoberto.
1982 (1º de março) – A sonda soviética Venera 13, lançada em 30 de outubro de
1981, envia as primeiras fotos coloridas de Vênus e imagens panorâmicas da
superfície do planeta. A sonda sobrevive por 127 minutos.
1982 (5 de março) – A sonda soviética Venera 14, lançada em 4 de novembro de
1981, pousa em Vênus e envia imagens panorâmicas do planeta. Também analisa
uma amostra do solo venusiano, composta de basalto.
1982 (10 de março) – Ocorre um "syzygy", quando todos os oito planetas e também
Plutão se alinham no mesmo lado do Sol. Nesta data os planetas estão
esparramados pelo céu a mais de 98°.
1982 (19 de abril) – É lançada a Salyut 7, última estação espacial desse programa
soviético.
1982 (13 de Maio) – Os cosmonautas soviéticos Anatoli Berezovoy e Valentin
Lebedev chegam à Salyut 7 e tornam-se os primeiros tripulantes dessa estação
espacial. Ficam lá por 211 dias (até 10 de dezembro de 1982).
1982 (29 de julho) – Ocorre a reentrada da Salyut 6 na atmosfera terrestre.
Estatísticas – Massa: 19.824 kg; espaço habitável: 90m3; dias em órbita: 1.764;
dias ocupada: 683; órbitas terrestres: 28.024; distância percorrida: 1.136.861.930
km.
1982 (agosto) – Num manifesto divulgado no final da Conferência Internacional de
Astronomia realizada na Grécia, cientistas de renome – como o astrofísico soviético
Iosif Shklovsky, o prêmio Nobel de Química Linus Pauling e o astrônomo norteamericano Carl Sagan, autor do livro e da série de televisão Cosmos– aceitam fazer
parte de uma comissão dedicada à busca de sinais de vida no espaço cósmico. Pela
primeira vez, uma entidade científica – a UAI – apóia a realização de pesquisas
para tentar comprovar a existência de seres extraterrestres.
1982 (11 de setembro) – A Viking 1 faz sua última transmissão de dados à Terra.
1983 (25 de janeiro) – É lançado o IRAS (Infrared Astronomical Satellite), missão
conjunta dos EUA, Grã-Bretanha e Países Baixos, que inaugura a astronomia
espacial no infravermelho, realizando um sensível levantamento do céu nesta
região do espectro eletromagnético. Permanece ativo até novembro de 1983, tendo
mapeado 250.000 fontes de infravermelho, cobrindo 96% do céu. Os dados do
IRAS também revelam a existência de material sólido em torno das estrelas Vega e
Fomalhaut.
1983 (4 a 9 de abril) – Primeiro vôo do ônibus espacial Challenger (STS-6), com o
objetivo de lançar o primeiro satélite de comunicações da série Tracking and Data
Relay Satellite (TDRS). A tripulação é formada por Paul Weitz - Comandante -,
Karol Bobko - Piloto -, Donald Peterson e Story Musgrave.
1983 (21 de maio) – Termina oficialmente a missão da Viking 1.
1983 (26 de maio) – Entra em operação o Exosat, primeiro observatório de raios X
da ESA, que permanece ativo até 9 de abril de 1986, realizando 1780 observações
na banda de raios X de um grupo bastante variado de objetos astronômicos.
1983 (13 de junho) – A nave Pionner 10 torna-se o primeiro engenho humano a
deixar o Sistema Solar, cruzando a órbita de Plutão, limite do nosso sistema
planetário para a época. A Pionner 10 obtém o primeiro “close up” de Júpiter e
revela que a heliosfera possui tamanho muito superior ao que se imaginava. Para o
caso de ser algum dia interceptada por uma civilização inteligente, uma série de
símbolos indica a data e o local de partida da sonda, além de fornecer imagens
estilizadas de um homem (que saúda) e de uma mulher.
1983 (18 de junho) – Sally K. Ride torna-se a primeira mulher norte-americana a ir
ao espaço, a bordo do ônibus espacial Challenger (STS-7). Os demais integrantes da
tripulação são Robert Crippen - Comandante -, Frederick Hauck - Piloto -, John
Fabian e Norman Thagard.
1983 (30 de agosto a 5 de setembro) – Missão do Challenger (STS-8), que marca a
primeira decolagem e a primeira aterrissagem noturnas de um ônibus espacial. A
tripulação é formada por Richard Truly - Comandante -, Daniel Brandenstein Piloto -, Dale Gardner, Guion Bluford e William Thornton. Bluford é o primeiro
afro-americano a ir ao espaço.
1983 (outubro) - O astrônomo indiano Subrahmanyan Chandrasekhar (1910-1995)
recebe o Prêmio Nobel de Física pelos seus importantes trabalhos sobre a teoria da
evolução das estrelas.
1983 (10 e 14 de outubro) – As sondas soviéticas Venera 15 e Venera 16, lançadas,
respectivamente, em 2 e 7 de junho, chegam a Vênus e produzem um mapa do
hemisfério norte do planeta. Estas são as últimas missões da série Venera. As
sondas Venera conseguem, ao longo de 22 anos (1961-1983), resultados
importantes para a história da exploração espacial, destacando-se as seguintes
realizações: primeiro artefato humano a pousar suavemente em outro planeta e
conseguir transmitir informações durante certo tempo; primeiras máquinas criadas
pelo homem a entrar na atmosfera de outro planeta que não a Terra; primeira nave
a fotografar e enviar à Terra imagens de outro planeta; primeira sonda a realizar o
mapeamento em radar da superfície de um planeta.
1984 (7 de fevereiro) – Primeira “caminhada” no espaço sem o uso de cabos, feita
pelo astronauta norte-americano Bruce McCandless, durante uma missão do
Challenger
(STS-41-B). Os demais integrantes da tripulação são Vance Brand - Comandante -,
Robert Gibson - Piloto -, Ronald McNair (1950-1986) e Robert Stewart.
De 1984 até a explosão do Challenger, o número das missões não é seqüencial, isto
é, não corresponde à ordem dos vôos. A STS-41-B é a décima do programa dos
ônibus espaciais, vindo após a STS-9. A seqüência é retomada depois do acidente
com o Challenger, a partir da STS-26. Contudo, como o número da missão é
atribuído no agendamento, e não no lançamento, a numeração das missões não
segue uma ordem rigorosamente cronológica.
1984 (8 de fevereiro) – Chega à Salyut 7, transportada pela Soyuz T-10, a terceira
tripulação, formada por Leonid Kizim, Vladimir Solovyev e Oleg Atkov, cujo
período de permanência é de 237 dias (até 2 de outubro), o mais longo da estação.
1984 (11 de abril) – Astronautas do Challenger completam o primeiro conserto de
satélite no espaço. George Nelson e James Van Hoften recuperam o satélite
defeituoso Max Solar.
1984 (25 de julho) – A cosmonauta soviética Svetlana Savitskaya torna-se a
primeira mulher a caminhar no espaço em uma experiência de mais de 3h fora da
plataforma espacial Salyut Sete. Ela havia sido a segunda mulher a ir ao espaço em
1982, sete meses antes de Sally Ride, a primeira astronauta norte-americana, fazer
uma viagem espacial.
1984 (30 de agosto a 5 de setembro) – Primeiro vôo do ônibus espacial Discovery
(STS-41-D), durante o qual são lançados três satélites de comunicação. A tripulação
é composta por Henry Hartsfield, Jr. - Comandante -, Michael Coats – Piloto-,
Judith Resnik (1939-1986), Steven Hawley, Richard Mullane e Charles Walker.
O nome é uma homenagem ao RRS Discovery (Royal Research Ship Discovery)
último barco de madeira de tres mastros construído no Reino Unido, empregado
por Robert Falcon Scott (1868-1912) na primeira de suas duas viagens de
exploração à Antártida (1901-1904).
1984 (15 e 21 de dezembro) – São lançadas, respectivamente, as sondas soviéticas
Vega 1 e Vega 2, com destino ao cometa Halley. O nome VeGa é decorrente da
contração das palavras Venera e Gallei, termos em russo para Vênus e Halley,
respectivamente. como instrumentos científicos, são dotadas de câmeras
teleobjetiva e grande angular, espectrômetros de três faixas, magnetômetros, sonda
para o plasma e uma antena direcional tipo cônica.
1985 – os dois telescópios norte-americanos Keck, construídos no Havaí, utilizam
pela primeira vez um espelho composto (10 m), formado por 36 espelhos
hexagonais, todos direcionáveis individualmente.
1985 – É inaugurado (Rio de Janeiro) o Museu de Astronomia e Ciências Afins
(MAST), uma instituição pública federal que trabalha com a história científica e
tecnológica do Brasil, ao mesmo tempo em que promove e estuda a divulgação e a
educação em ciências.
1985 (8 de janeiro) – É lançada a sonda japonesa Sakigake ("pioneiro"), com
destino ao cometa Halley. Transporta instrumentos científicos destinados a medir
o espectro do plasma, os íons do vento solar e o campo magnético interplanetário.
É a primeira espaçonave japonesa a deixar as imediações da Terra.
1985 (junho) – É oficialmente inaugurado o Observatório de Roque de los
Muchachos, numa cerimônia que conta com a presença do rei Juan Carlos e da
rainha Sofia, da Espanha, além de sete chefes de Estado europeus. Contudo, o
Observatório já operava havia seis anos, desde a instalação, em 1979, do telescópio
Isaac Newton, vindo da Inglaterra. Localizado no município de Garafía, em La
Palma, uma das Ilhas Canárias, na Espanha, Roque de Los Muchachos está situado
a 2.396m de altitude e possui a maior concentração de telescópios do Hemisfério
Norte. É Administrado pelo Instituto de Astrofísica das Canárias (IAC), situado na
ilha de Tenerife.
1985 (11 e 15 de junho) – As sondas VeGa 1 e Vega 2 chegam a Vênus no seu
caminho para o cometa Halley. Cada uma Libera um aterrissador semelhante
àqueles das sondas Venera e um balão atmosférico para pesquisar as nuvens de
Vênus. O balão flutua na atmosfera durante cerca de 48h a uma altitude de 54 km.
1985 (12 de julho) – É lançada a sonda Giotto, da ESA, levada ao espaço por um
foguete Ariane-1, com destino ao cometa Halley. Recebe este nome em homenagem
a um pintor da época medieval, Giotto di Bondone (1276-1336). Ele havia
observado o cometa em 1301, e este fato o inspirou a incluir o astro na sua pintura
sobre a história do Natal, um afresco denominado Adoração dos Reis Magos. Os
objetivos da Missão são: Obter fotos coloridas do núcleo do cometa; Determinar os
elementos químicos e os componentes isotópicos da cauda do cometa e de suas
moléculas formadoras; Caracterizar os componentes físicos e químicos dos
processos que ocorrem na atmosfera do cometa e na sua ionosfera; Determinar os
elementos e a composição isotópica das partículas de sua Cauda; Medir a produção
total do gás, do fluxo e do tamanho das partículas, a relação entre a produção de
gás e de partículas; Investigar o fluxo de plasma, sob o ponto de vista
macroscópico, resultado da interação entre o cometa e o Sol. A Giotto carrega dez
equipamentos: Uma câmera teleobjetiva, três espectrômetros, de massa, de
nêutrons e de íons. Vários detectores de partículas, um fotopolimerizador e um
conjunto de experimentos para a análise do plasma.
1985 (18 de agosto – É lançada a sonda japonesa Suisei ("cometa"), segunda missão
nipônica enviada para pesquisar o cometa Halley, inicialmente batizada de PlanetA. Possui um sistema de processamento de imagem para a radiação ultravioleta e
um instrumento científico de medição do vento solar. Tal como a Sakigake, esta
sonda é feita para testar as tecnologias japonesas para missões em espaço
profundo, incluindo comunicações, controle de altitude e a obtenção de dados
científicos. O principal objetivo da missão é a obtenção de imagens em ultravioleta
da enorme nuvem de átomos de hidrogênio que envolve o núcleo do cometa e de
sua grande cauda de cerca de 20 milhões de km de extensão. Fotos são tiradas nos
trinta dias anteriores e trinta dias posteriores à passagem do cometa sobre o plano
da eclíptica. São medidos parâmetros do vento solar durante um período muito
mais longo de tempo do que aquele obtido pela Sakigake.
1985 (3 a 7 de outubro) – Primeiro vôo do ônibus espacial Atlantis (STS-51-J), que
transporta uma carga não revelada para o Departamento de Defesa dos EUA. A
tripulação é constituída por Karol Bobko - Comandante -, Ronald Grabe – Piloto-,
David Hilmers, Robert Stewart e William Pailes.
O nome é uma homenagem ao R/V Atlantis, primeiro navio a realizar pesquisas
para o Instituto Oceanográfico de Woods Hole, nos EUA.
1985 (30 de dezembro) – A partir de imagens da Voyager 2, Stephen P. Synnott
descobre Puck, sexto satélite conhecido de Urano.
Diâmetro: 162 km; período orbital: 0,761 dia; distância média ao planeta: 86.004
km; massa: 2,9 quatrilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
1986 (3 de janeiro) – A partir de imagens da Voyager 2, Stephen P. Synnott
descobre Julieta e Pórcia, sétimo e oitavo satélites conhecidos de Urano.
Julieta – Diâmetro: 150 x 74 km; período orbital: 0,493 dia; distância média ao
planeta: 64.358 km; massa: 560 trilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
Pórcia – Diâmetro: 156 x 126 km; período orbital: 0,513 km; distância média ao
planeta: 66.097 km; massa: 1,7 quatrilhão de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
1986 (9 de janeiro) – A partir de imagens da Voyager 2, Stephen P. Synnott
descobre Créssida, nono satélite conhecido de Urano.
Diâmetro: 92 x 74 km; período orbital: 0,464 dia; distância média ao planeta:
61.767 km; massa: 340 trilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
1986 (13 de janeiro) – A partir de imagens da Voyager 2, Stephen P. Synnott
descobre Desdêmona, Rosalinda e Belinda, passando a ser 12 o número de satélites
conhecidos de Urano.
Desdêmona – Diâmetro: 90 x 54 km; período orbital: 0,474 dia; distância média ao
planeta: 62.658 km; massa: 180 trilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
Rosalinda – Diâmetro: 72 km; período orbital: 0,558 dia; distância média ao
planeta: 69.927 km; massa: 250 trilhões de km; densidade: 1,3g/cm3.
Belinda – Diâmetro: 128 x 64 km; período orbital: 0,624 dia; distância média ao
planeta: 75.256 km; massa: 360 trilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
1986 (20 de janeiro) – A partir de imagens da Voyager 2, Richard J. Terrile
descobre Cordélia e Ofélia, 13º e 14º satélites conhecidos de Urano.
Cordélia – Diâmetro: 50 x 36 km; período orbital: 0,335 dia; distância média ao
planeta: 49.752 km; massa: 44 trilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
Ofélia – Diâmetro: 54 x 38 km; período orbital: 0,376 dia; distância média ao
planeta: 53.763 km; massa: 53 trilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
1986 (23 de janeiro) – A partir de imagens da Voyager 2, Bradford A. Smith
descobre Bianca, 15º satélite conhecido de Urano.
Diâmetro: 64 x 46 km; período orbital: 0,435 dia; distância média ao planeta:
59.165 km; massa: 92 trilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
1986 (24 de janeiro) – A Voyager 2 sobrevoa Urano a uma distância de 81.593 km.
Urano tem uma aparência extremamente monocromática. Curiosamente, verificase que seu campo magnético é completamente oblíquo em relação ao eixo
rotacional (que já é extremamente oblíquo), dando ao planeta uma magnetosfera
peculiar. Canais gelados são observados em Ariel. Miranda é uma bizarra colcha de
retalhos de diferentes terrenos. Outro anel é observado.
1986 (28 de janeiro) – O ônibus espacial Challenger explode 73 segundos depois do
lançamento, em sua décima missão (STS-51L), matando os sete astronautas norteamericanos a bordo: Francis R. Scobee – comandante -, Michael J. Smith – piloto
-, Judith A. Resnik, Ellison S. Onizuka, Ronald E. McNair, Gregory B. Jarvis e
Sharon Christa McAuliffe. A professora Christa McAuliffe é a primeira civil a
participar de um voo espacial. A causa da explosão é atribuída à deterioração de um
anel de vedação, acarretando um defeito no tanque de combustível.
Estatísticas – Tempo em atividade: dois anos, nove meses e 24 dias; Número de
missões: 10; tempo no espaço: 62d7h56min22s; órbitas terrestres: 995; distância
percorrida: 41.518.538 km; satélites lançados: 10.
1986 (9 de fevereiro) – O cometa Halley atinge o periélio: 88 milhões de km do Sol,
entre as órbitas de Mercúrio e de Vênus. O próximo periélio deste cometa ocorrerá
em 28 de julho de 2061.
1986 (20 de fevereiro) – Um foguete de carga Proton-K, lançado do cosmódromo
de Baikonur, no Casaquistão, coloca em órbita o primeiro módulo da estação
espacial Mir (Paz, em russo). Nos anos seguintes, outros módulos vão sendo
acrescentados. A Mir é concluída em 1996.
1986 (6 de março) – Ocorre a maior aproximação da Vega 1 com o cometa Halley:
8.889 km.
1986 (8 de março) – A Suisei atinge seu ponto de maior aproximação do cometa
Halley: 152.400 km.
1986 (9 de março) – Ocorre a maior aproximação da Vega 2 com o cometa Halley:
8.030 km.
1986 (11 de março) – A sonda Sakigake atinge seu ponto de maior aproximação do
cometa Halley: 7 milhões de km.
1986 (13 de março) – A sonda Giotto passa a 596 km do cometa Halley. A nave
carrega 10 instrumentos, inclusive uma câmera multicor, e transmite informações
até um pouco antes de sua máxima aproximação, quando a transmissão é
interrompida temporariamente. A Giotto sofre sérios danos causados por choque
com poeira de alta velocidade, durante a passagem pelo cometa, e é colocada em
hibernação logo depois.
1986 (15 de março) – A Soyuz T-15, lançada no dia 13, chega à Mir, levando os
primeiros tripulantes daquela estação espacial: Leonid Kizim - Comandante - e
Vladimir Solovyov - Engenheiro de voo. Em 5 de maio, ambos os cosmonautas
partem para a Salyut 7, realizando a primeira transferência de pessoas entre duas
estações orbitais da história, numa viagem de 2.500 km e 29 horas. Cinquenta dias
mais tarde, em 25 de junho, depois de terem realizado duas atividades
extraveiculares, os dois russos iniciam a viagem de volta à Mir, outra vez com
duração de 29 horas. A aterrissagem ocorre em 16 de julho, configurando uma
missão com duração de 125 dias.
1986 (11 de abril) – o Cometa Halley atinge seu ponto de maior aproximação da
Terra nesta passagem: 63 milhões de km. A menor distância alguma vez registrada
entre o Halley e a Terra ocorre em 10 de abril de 837: 5,1 milhões de km.
O Halley é, inquestionavelmente, o mais famoso e estudado dos cometas, com
trinta passagens registradas ao longo de 2.200 anos. Descreve uma órbita
fortemente elíptica (em média, a cada 75,3 anos), que o leva desde regiões internas
a Vênus (88 milhões de km do Sol) até zonas além de Netuno (5,250 bilhões de
km). O núcleo, com diâmetro de 15 x 8 x 8 km, completa uma rotação em 52h. O
Halley tem densidade de 0,6g/cm3, e a massa é de 220 bilhões de toneladas (27
bilhões de vezes inferior à da Terra). A cada passagem pelo periélio, parte dessa
massa é perdida por evaporação causada pelo calor solar.
1987 (23 de fevereiro) – Ian Shelton descobre a supernova 1987 A na Grande
Nuvem de Magalhães (constelação do Dourado). É a supernova mais luminosa
descoberta no século XX e a primeira visível a olho nu (magnitude aparente 3)
desde 1604. Dista da Terra aproximadamente 168.000 anos-luz.
1987 (22 a 29 de julho) – O sírio Mohamed Faris é o primeiro estrangeiro a visitar a
Mir. Ele parte a bordo da Soyuz TM03 e retorna à Terra na Soyuz TM02.
1988 – Martin Duncan, Thomas Quinn e Scott Tremaine sugerem que os cometas
de curto período vêm principalmente do cinturão de Kuiper e não da nuvem de
Oort. Atualmente, aceita-se que a região de onde provêm esses cometas é o disco de
dispersão (descoberto em 1995).
1988 – É fundada a Agência Espacial Italiana (ASI), com a finalidade de promover,
gerenciar e administrar programas italianos e de colaboração multilateral com
vários outros países no estudo científico do espaço.
1988 – Aproveitando a ocultação de uma estrela por Plutão, cientistas conseguem,
pela primeira vez, detectar a atmosfera do planeta anão, composta de nitrogênio,
metano e monóxido de carbono, em equilíbrio com nitrogênio sólido e gelos de
monóxido de carbono na superfície.
1988 (5 e 12 de julho) – São lançadas as sondas soviéticas Fobos 1 e Fobos 2, com
destino à lua marciana homônima.
1988 (2 de setembro) – A Fobos 1 perde contato com a Terra devido a erros na
execução da sequência de comandos.
1988 (7 de setembro) – A China lança seu primeiro satélite meteorológico, o FY-1A,
da base de lançamento de Taiyuan, norte do país.
1988 (29 de setembro a 3 de outubro) – O Discovery volta ao espaço (STS-26),
retomando os voos dos ônibus espaciais (depois de 975 dias), interrompidos após a
explosão do Challenger, em janeiro de 1986. A tripulação é formada por Frederick
Hauck - Comandante -, Richard Covey - Piloto -, John Lounge, George Nelson e
David Hilmers.
1989 – Os astrônomos norte-americanos Margaret Geller e John Huchra
descobrem a "Grande Muralha", uma gigantesca estrutura com mais de 500
milhões de anos-luz de extensão, 200 milhões de anos-luz de largura e 15 milhões
de anos-luz de espessura, composta por centenas de milhares de galáxias e distante
da Terra cerca de 300 milhões de anos-luz.
1989 (31 de janeiro) – A sonda Fobos 2 entra com sucesso na órbita de Marte,
chegando a 800 km da lua homônima, mas uma perda súbita de energia provoca o
encerramento da missão.
1989 (março) – É fundada a Agência Espacial Canadense, com sede em SaintHubert, Quebec.
1989 (4 de maio) – É lançada, a bordo do Atlantis (STS-30), a sonda Magellan
(Magalhães), uma missão conjunta da NASA e da Agência Espacial Francesa, com
destino a Vênus, cujos objetivos principais são efetuar um levantamento
cartográfico e uma análise gravimétrica do planeta.. O nome é uma homenagem ao
navegante português Fernão de Magalhães (1480-1521), o primeiro a circumnavegar a Terra.
Magellan é a primeira sonda interplanetária a ser lançada a partir de um ônibus
espacial. A tripulação da missão é formada por David Walker - Comandante -,
Ronald Grabe - Piloto -, Norman Thagard, Mary Cleave e Mark Lee.
1989 (16 de junho) – A partir de imagens da Voyager 2, Stephen P. Synnott
descobre Proteu, quarto satélite conhecido de Netuno. Trata-se da última lua de
dimensões consideráveis descoberta no Sistema Solar. Todos os satélites
encontrados posteriormente são pequenos, com diâmetro de poucos km, tendo
grande parte deles sido capturada pela força gravitacional dos planetas em torno
dos quais giram.
Diâmetro: 440 x 416 x 404 km; período orbital: 1,122 dia; distância média ao
planeta: 117.584 km; massa: 50 quatrilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
1989 (julho) – A partir de imagens da Voyager 2, Stephen P. Synnott descobre
Despina e Galateia, quinto e sexto satélites conhecidos de Netuno.
Despina – Diâmetro: 180 x 148 x 128 km; período orbital: 0,334 dia; distância
média ao planeta: 52.526 km; massa: 2,1 quatrilhões de toneladas; densidade:
1,2g/cm3.
Galateia – Diâmetro: 204 x 184 x 144 km; período orbital: 0,429 dia; distância
média ao planeta: 61.953 km; massa: 2,12 quatrilhões de toneladas: densidade:
0,75g/cm3.
1989 (8 de agosto) – É lançado o Hipparcos (High Precision Parallax Collecting
Satellite), primeira missão espacial da ESA com objetivo astrométrico: medir
posições, distâncias, movimentos, brilhos e cores de estrelas. Hipparcos mede essas
variáveis para mais de 100.000 estrelas, obtendo resultados duzentas vezes
superiores àqueles até então disponíveis. A missão permanece ativa até 1993.
1989 (22 de agosto) – É descoberto o primeiro anel completo em torno de Netuno.
1989 (25 de agosto) – A Voyager 2 sobrevoa Netuno a uma distância de 4.850 km.
Diferentemente de Urano, verifica-se que a atmosfera de Netuno é bastante ativa,
incluindo-se numerosas formações de nuvens. Os arcos anelares observados são
nódulos brilhantes em um dos anéis. Dois outros anéis são descobertos.
1989 (1ª quinzena de setembro) – Richard J. Terrile descobre Náiade e Talassa,
sétimo e oitavo satélites conhecidos de Netuno.
Náiade – Diâmetro: 96 x 60 x 52 km; período orbital: 0,294 dia; distância média ao
planeta: 48.227 km; massa: 190 trilhões de toneladas; densidade: 1,2g/cm3.
Talassa – Diâmetro: 108 x 100 x 52 km; período orbital: 0,311 dia; distância média
ao planeta: 50.075 km; massa: 350 trilhões de toneladas; densidade: 1,2g/cm3.
1989 (18 de outubro) – É lançada, pelo ônibus espacial Atlantis (STS-34), a sonda
norte-americana Galileo, com a finalidade de estudar Júpiter e suas luas. Entre os
instrumentos transportados estão: Sistema de detecção de poeira, Detector de
partículas energéticas, Espectrômetro ultravioleta, Contador de íons pesados,
Magnetômetro, Espectrômetro em infravermelho próximo, Subsistema de plasma,
Fotopolarímetro radiométrico e Sistema de medida de plasma.
A tripulação desta missão do Atlantis é composta por Donald Williams Comandante -, Michael McCulley - Piloto -, Franklin Chang-Diaz, Shannon Lucid e
Ellen Baker.
1989 (18 de novembro) – É lançado o satélite norte-americano COBE ( Cosmic Bac
kground Explorer), o primeiro dedicado à cosmologia. Seus objetivos são investigar
a radiação cósmica de fundo e fornecer medições capazes de auxiliar na
compreensão da estrutura do Universo. O trabalho do COBE contribui para
consolidar a teoria do Big Bang.
1990 – As sondas Voyager 1 e Voyager 2 ultrapassam a órbita de Plutão, então
considerado o último planeta do Sistema Solar.
1990 (24 de janeiro) - É lançada a sonda Hiten ("anjo voador"), anteriormente
denominada Muses A, primeira missão lunar japonesa. Com ela, o Japão torna-se o
terceiro país (depois de URSS e EUA) a enviar uma nave à Lua. Em 19 de março, a
sonda é inserida numa órbita lunar fortemente elíptica e libera um orbitador
menor, Hagoromo, que falha e não transmite dados. Após completar dez órbitas, a
Hiten é intencionalmente levada a se chocar contra o solo da Lua (10 de abril de
1993).
1990 (9 de fevereiro) – A sonda Galileo sobrevoa Vênus.
1990 (14 de fevereiro) – A Voyager 1 realiza uma fotografia do Sistema Solar
inteiro.
1990 (abril) – A sonda Giotto é reativada. Três dos instrumentos funcionam
perfeitamente, 4 estão parcialmente danificados, mas em condições de uso; o
restante, inclusive a câmera, está inutilizado.
1990 (24 de abril) – É lançado, pelo ônibus espacial Discovery (STS-31), o
Telescópio Espacial Hubble, um projeto conjunto da NASA e da ESA. Com massa
de 11.110 kg, espelho de 2,4m e colocado em órbita a uma altitude média de 559
km, está concebido para observar o céu em luz visível, ultravioleta e infravermelho.
É a primeira missão da NASA pertencente aos Grandes Observatórios Espaciais
(Great Observatories Program), consistindo numa família de quatro Observatórios
Orbitais, composta também pelos telescópios Compton (raios gama), Chandra
(raios X) e Spitzer (infravermelho). Transporta cinco instrumentos científicos:
câmera planetária de alcance amplo, espectrógrafo de alta resolução Goddard,
fotômetro de alta velocidade, câmera para objetos débeis e espectrógrafo para
objetos débeis. O nome é uma homenagem a Edwin Powell Hubble (1889-1953).
A tripulação do Discovery é formada por Loren Shriver - Comandante -, Charles
Bolden Jr. - Piloto -, Steven Hawley, Bruce McCandless e Kathryn Sullivan.
1990 (20 de maio) – O Telescópio Espacial Hubble envia para a Terra sua primeira
fotografia do espaço, uma imagem de uma estrela dupla localizada a 1.260 anos-luz
de distância.
1990 (2 de julho) – A Giotto faz uma máxima aproximação com a Terra e é
redirecionada para um encontro bem sucedido com o cometa Grigg-Skjellerup, a 10
de julho de 1992. A descoberta deste cometa data de 1902, realizada pelo
astrônomo neozelandês John Grigg (1838-1920. Em sua passagem seguinte (1922),
é redescoberto pelo australiano John Francis Skjellerup (1875-1952).
1990 (16 de julho) – N. R. Showalter descobre Pã, 18º satélite conhecido de
Saturno.
Diâmetro: 35 x 32 x 21 km; período orbital: 0,575 dia; distância média ao planeta:
133.584 km; massa: 4,95 trilhões de toneladas; densidade: 0,41g/cm3.
1990 (16 de julho) – A China elabora e testa o foguete lançador "Longa Marcha CZ2E", projetado para transportar naves espaciais tripuladas.
1990 (10 de agosto) – A sonda norte-americana Magellan, lançada em 4 de maio de
1989, chega a Vênus. Sua missão primária é rastrear Vênus por radar, já que a
superfície do planeta é obscurecida por nuvens grossas de gás carbônico que a faz
invisível para instrumentos ópticos. Mapeia 99% da superfície venusiana em quatro
anos. Depois de concluído o mapeamento, a Magellan faz mapas globais do campo
de gravidade de Vênus.
1990 (7 de setembro) – Parte do foguete norte-americano Titan cai do guindaste e
explode na Base da Força Aérea Edwards, matando pelo menos uma pessoa.
1990 (6 de outubro) – É lançada, a bordo do Discovery (STS-41), a sonda europeia
Ulysses, com a missão de realizar explorações do Sol em altas latitudes, ou seja, nas
regiões dos polos solares. Entre os instrumentos transportados estão: antena de
rádio, antena de plasma, detectores de elétrons, íons, gás neutro, poeira, rayos
cósmicos e raios X, bem como dois magnetômetros.
O nome Ulysses é a tradução latina de Odisseu, protagonista da Odisseia, de
Homero, que também faz, a exemplo desta sonda, uma viagem bastante intrincada.
Os tripulantes do Discovery são Richard Richards - Comandante -, Robert Cabana Piloto -, William Shepherd, Bruce Melnicke Thomas Akers.
1991 (7 de fevereiro) – Ocorre a reentrada da Salyut 7 na atmosfera terrestre.
Estatísticas – Massa: 19.824 kg; espaço habitável: 90m3; dias em órbita: 3.216;
dias ocupada: 816; órbitas terrestrs: 51.917; distância percorrida: 2.106.297.129
km.
1991 (5 de abril) – É lançado, a bordo do Atlantis (STS-37), o observatório espacial
de raios gama Compton, batizado inicialmente de Gamma Ray Observatory (GRO).
O nome do telescópio é uma homenagem a Arthur Holly Compton (1892-1962), o
ganhador, em 1927, do Prêmio Nobel de Física, por seus estudos da dispersão dos
fótons de alta energia pelos elétrons, um processo fundamental nas técnicas de
detecção dos raios gama.
A tripulação do Atlantis é formada por Steven Nagel - Comandante -, Kenneth
Cameron - Piloto -, Jerry Ross, Jay Apt e Linda Godwin.
1991 (18 de maio) – Helen Sharman torna-se a primeira britânica a ser lançada ao
espaço, com dois cosmonautas, em uma nave Soyuz.
1991 (11 de julho) – Um eclipse total do Sol lança uma faixa escura que se estende
por 14.500 km, do Havaí até a América do Sul, e dura quase sete minutos em
alguns lugares. Esse fenômeno é denominado "eclipse do século".
1991 (29 de outubro) – A sonda Galileu sobrevoa 951Gaspra à distância de 1.600
km e obtém a primeira imagem detalhada de um asteroide. Descoberto em 30 de
julho de 1916 pelo astrônomo russo Grigory Nikolayevich Neujmin (1886-1946),
Gaspra tem diâmetro de 18,2 x 10,5 x 8,9 km, período orbital de 1.199,647 dias
(3,28 anos) e orbita o Sol à distância média de 330.544.000 km.
1992 – O Governo da China anuncia que os voos tripulados são um de seus
principais projetos estatais, e cria o nome "Shenzhou" ("Barco Divino") para os
veículos espaciais desse programa específico.
1992 – O satélite Cobe revela flutuações de intensidade da radiação de fundo a 3 K,
origem possível da formação das galáxias.
1992 – É criada a Agência Espacial Federal Russa, mais conhecida como
Roskosmos, derivada da antiga Agência Espacial e de Aviação Russa, extinta com o
fim da URSS e após a dissolução do então programa espacial soviético. A sede fica
em Moscou.
1992 (26 de janeiro) – A sonda automática norte-americana Magellan inicia o
mapeamento por radar da superfície do planeta Vênus.
1992 (8 de fevereiro) – A sonda Ulysses recebe impulso gravitacional de Júpiter e
torna-se a primeira a ser inserida numa órbita polar ao redor do Sol.
1992 (7 a 16 de maio) – Primeiro voo do ônibus espacial Endeavour (STS-49),
construído para substituir o Challenger. A tripulação é formada por Daniel
Brandenstein - Comandante -, Kevin Chilton - Piloto -, Pierre Thuot, Kathryn
Thornton, Richard Hieb, Thomas Akers e Bruce Melnick. Thuot, Hieb e Akers
realizam a primeira atividade extraveicular com três astronautas, e também a mais
longa até o momento (8h29min).
O nome é uma homenagem ao His Majesty’s Bark Endeavour, navio da Marinha
Real Britânica comandado por James Cook (1728-1779) na primeira das suas três
viagens ao Pacífico sul (1768-1771).
1992 (10 de julho) – A sonda Giotto obtém êxito em seu encontro com o cometa
Grigg-Skjellerup, Chegando à máxima aproximação de 200 km. Para esta nova
jornada de pesquisa, os equipamentos da sonda são ligados na noite de 9 de Julho,
e os operadores da missão ficam surpresos com a boa resposta que obtêm da nave.
Desafios e resultados da missão: É a primeira missão de espaço profundo da
Europa. É a primeira sonda a encontrar de perto dois cometas. É a primeira missão
de espaço profundo que faz uso da assistência gravitacional para mudar seu curso
de volta à Terra. Descobre o tamanho e as características morfológicas do núcleo do
cometa Halley. Consegue obter dados de um cometa a uma pequena distância (200
km do cometa Grigg-Skjellerup), algo nunca conseguido anteriormente. Descobre
uma crosta negra e jatos de gás brilhantes do núcleo do Halley. Mede a dimensão, a
composição e a velocidade das partículas de poeira de dois Cometas. Mede a
composição do gás produzido por dois cometas. Descobre ondas magnéticas
incomuns próximas ao cometa Grigg-Skjellerup.
1992 (30 de agosto) – É descoberto, pelo astrônomo canadense David Jewitt e pela
astrônoma vietnamita Jane X. Luu, o primeiro objeto transnetuniano (que orbita
além da órbita de Netuno), denominado 1992 QB1 e ainda sem designação
definitiva.
Com diâmetro de 160 km, este astro orbita o Sol à distância média de 6,542 bilhões
de km (varia entre 6,115 e 6,970 bilhões de km), demorando 289,225 anos para
completar uma órbita, à velocidade média de 16.200 km/h.
Este é também o primeiro corpo celeste encontrado no cinturão de Kuiper, uma
região do Sistema Solar que se estende de aproximadamente 30 a 55 unidades
astronômicas (4,5 a 8,2 bilhões de km) do Sol, caracterizada, assim como o
cinturão de asteroides, pela presença de grande número de pequenos astros,
chamados “KBO” (Kuiper Belt Objects), numa referência a Gerard Peter Kuiper, o
proponente dessa região. Hoje conhecem-se mais de mil componentes do cinturão
de Kuiper, e estimativas sugerem que bem mais de 100.000 objetos (talvez
centenas de milhares) devem existir nesta região.
1992 (31 de outubro) – Durante um discurso na Pontifícia Academia das Ciências,
por ocasião dos 350 anos da morte de Galileu Galilei, João Paulo II (1920-2005)
afirma que foram cometidos erros na forma como o processo contra o cientista foi
conduzido e reconhece “oficialmente” que a Terra não está imóvel. Dizendo que a fé
não deve entrar nunca em conflito com a razão, o Papa utiliza as palavras que o
próprio Galileo empregou em sua defesa: “As Escrituras nunca erram, mas os
teólogos podem errar em sua interpretação”. João Paulo II diz também que a Igreja
lamenta que o caso de Galileu tenha contribuído para um trágico e mútuo malentendido entre a religião e a ciência. Além disso, qualifica o cientista de “físico
genial” e “crente sincero”.
1993 – O telescópio refletor óptico-infravermelho de 10m Keck entra em operação,
localizado em Mauna Kea, Havaí.
1993 (22 de abril) – É criada a "China National Space Administration" (CNSA), a
agência espacial chinesa, com sede em Pequim.
1993 (30 de abril) – um astronauta recebe uma infusão de teste enquanto em órbita
na nave espacial Columbia. O Físico alemão Hans Schlegel tem uma solução salina
à temperatura corporal bombeada nele por uma agulha. A experiência fornece os
meios para evitar a desidratação e outros problemas espaciais comuns, como face
inchada e pernas fracas.
1993 (21 de agosto) – A sonda norte-americana Mars Observer, lançada em 25 de
setembro de 1992, perde contato com a Terra pouco antes de entrar na órbita de
Marte.
1993 (28 de agosto) – A nave Galileo fotografa Dactyl, satélite do asteroide 243 Ida.
É a primeira vez que se observa uma lua orbitando um asteroide. Ida, descoberto
em 29 de setembro de 1884 pelo astrônomo austríaco Johann Palisa (1848-1925),
tem diâmetro de 53,6 x 24,0 x 15,2 km, com período orbital de 1.767,724 dias (4,84
anos) e dista do Sol, em média, 428.025.000 km (varia entre 408.207.000 e
447.843.000 km. Sua lua, Dactyl, tem diâmetro de 1,4 km e orbita Ida em 1,54 dia,
à distância de 108 km. Atualmente, conhecem-se mais de cem satélites de
asteroides.
1993 (2 de setembro) – Formalmente, os EUA e a Rússia terminam décadas de
competição pela conquista do espaço em um acordo com o objetivo de construir
uma plataforma espacial.
1993 (outubro) - Os norte-americanos Russell Alan Hulse e Joseph Hooton Taylor
Jr. Recebem o Prêmio Nobel de Física pela descoberta de um novo tipo de pulsar,
abrindo novas possibilidades no estudo da gravitação.
1993 (2 de dezembro) – É lançado o ônibus espacial Endeavour (STS-61), com o
objetivo de realizar a primeira missão de manutenção do telescópio Hubble, uma
das mais sofisticadas da astronáutica norte-americana, na qual são empregados
mais de 100 instrumentos especializados. A tripulação é composta por Richard
Covey - Comandante -, Kenneth Bowersox - Piloto -, Story Musgrave, Kathryn
Thornton, Claude Nicollier, Jeffrey Hoffman e Thomas Akers.
1993 (4 de dezembro) – O suíço Claude Nicollier conduz a manobra de captura do
Hubble, a fim de colocá-lo dentro do compartimento de carga do Endeavour.
1993 (5 de dezembro) - É realizada a primeira das cinco caminhadas espaciais
previstas. Story Musgrave e Jeffrey Hoffman substituem dois giroscópios, duas
unidades de controle elétricas e oito fusíveis.
1993 (6 de dezembro - Thomas Akers e Kathryn Thornton substituem os dois
painéis solares do Hubble.
1993 (7 de dezembro) - Story Musgrave e Jeffrey Hoffman substituem a câmera
planetária de alcance amplo do Hubble por outra, mais moderna, especialmente na
faixa ultravioleta, que inclui seu próprio sistema de correção de aberração esférica.
São também trocados os dois magnetômetros, dispositivos que permitem ao
telescópio orientar-se relativamente ao campo magnético da Terra.
1993 (8 de dezembro) - Thomas Akers e Kathryn Thornton substituem o fotômetro
de alta velocidade do Hubble por um dispositivo denominado Costar )acrônimo
para “Corrective Optics Space Telescope Axial Replacement”), desenhado para
corrigir um defeito de foco que impedia o telescópio de operar com toda a sua
capacidade..
1993 (10 de dezembro) – A primeira missão de reparos do telescópio Hubble é
concluída com sucesso. O Endeavour aterrissa no dia 13.
1994 – A Nasa lança o Programa Discovery, com a finalidade de desenvolver
missões espaciais num tempo menor e a um custo mais baixo. Para isso, estimula o
desenvolvimento de novas tecnologias e a participação de empresas privadas. As
primeiras missões planejadas e executadas pelo Programa Discovery são: NEAR,
Mars Pathfinder, Lunar Prospector, Stardust, Gênesis, Contour, Messenger e Deep
Impact.
1994 (25 de janeiro) – É lançada a sonda Clementine, uma missão conjunta da
Ballistic Missile Defense Organization e da NASA, até uma órbita de 425 km por
2950 km da Lua, para uma missão de mapeamento com duração de 2 meses. A
sonda tem como metas a obtenção de várias fotos em diversos comprimentos de
onda, que incluem a luz visível, o infravermelho e o ultravioleta, a medição de
altimetria a laser e a medição de partículas eletricamente carregadas. Os
instrumentos a bordo incluem formadores de imagens, do ultravioleta ao
infravermelho médio, inclusive um radar laser infravermelho formador de imagens
com capacidade para obter dados altimétricos para as latitudes médias da Lua.
1994 (Fevereiro) – O russo Sergei Krikalev viaja a bordo da Discovery, na primeira
missão conjunta de ônibus espacial entre EUA e Rússia.
1994 (20 de fevereiro) – A sonda Clementine é inserida na órbita lunar.
1994 (maio) – O telescópio espacial Hubble fornece algumas evidências de que no
núcleo da galáxia M87 poderia estar um buraco negro supermassivo, equivalente a
3 bilhões de massas solares. Essas evidências constituem um passo decisivo rumo à
confirmação da existência de buracos negros.
1994 (maio) – A Clementine deveria ter sido enviada para fora da órbita lunar para
um encontro com o asteroide Geographos, mas uma falha impede que isso
aconteça. Os controladores de terra retomam o controle da nave.
1994 (16 a 22 de julho) – O cometa Shoemaker-Levy 9, Descoberto em 24 de março
de 1993 por Eugene e Carolyn Shoemaker e David Levy, dividido em 21 fragmentos,
choca-se com Júpiter. É a primeira vez que os cientistas têm a oportunidade de ver,
via telescópio, um evento como esse. A sonda Galileo, que se aproxima de Júpiter,
faz excelentes imagens do choque.
1995 – Imagens realizadas pelo Hubble mostram que o asteroide 4 Vesta tem uma
superfície complexa, com uma geologia semelhante à dos mundos terrestres (como
a Terra ou Marte). Trata-se de um mundo surpreendentemente diversificado, com
um manto exposto, formado de lava antiga que fluiu de bacias de impacto.
1995 – O cometa 73P/Schwassmann-Wachmann, descoberto, em 2 de maio de
1930, pelos astrônomos alemães Arnold Schwassmann (1870-1964) e Arno Arthur
Wachmann
(1902-1990), começa a desintegrar-se, dividindo-se em cinco fragmentos. Desde
março de 2006, pelo menos oito partes do astro são conhecidas, devendo
fragmentar-se por completo, a exemplo do que ocorreu com o cometa Biela no
século XIX.
1995 (3 a 11 de fevereiro) – Missão do Discovery (STS-63), preparatória para o
primeiro acoplamento com a Mir. Eileen Collins torna-se a primeira mulher a
pilotar um ônibus espacial. Os demais integrantes da tripulação são James
Wetherbee - Comandante -, Michael Foale, Janice Voss, Bernard Harris e Vladimir
Titov.
1995 (16 de março) Norman Thagard torna-se o primeiro norte-americano a visitar
a Mir, onde chega a bordo da Soyuz TM-21 (lançada dois dias antes). Retorna À
Terra no Atlantis (STS-71), em 7 de julho..
1995 (22 de março) – O cosmonauta Valeri Poliakov volta à Terra depois de 438
dias a bordo da Mir (desde 8 de janeiro de 1994), recorde de permanência que se
mantém até hoje.
1995 )27 de junho a 7 de julho) – Missão do Atlantis (STS-71), a primeira a realizar
um acoplamento com a Mir. A tripulação é composta por Robert Gibson Comandante -, Charles Precourt - Piloto -, Ellen Baker, Bonnie Dunbar e Gregory
Harbaugh. Ocorre a primeira troca de tripulantes num ônibus espacial: Anatoly
Solovyev e Nikolai Budarin são deixados na Mir, enquanto Norman Thagard,
Vladimir Dezhurov e Gennady Strekalov, que estavam na estação, são trazidos de
volta à Terra. Esta missão também marca o 100º vôo tripulado do programa
espacial norte-americano.
1995 (6 de outubro) – Michel Mayor e Didier Queloz, do Observatório de Genebra,
descobrem o primeiro planeta extrassolar, ao detectarem um planeta (chamado
"Bellerophon") orbitando a estrela 51 Pegasi, a uma distância de 50 anos-luz.
1995 (15 de outubro) - A Astrônoma Arianna E. Gleason, do Projeto Spacewatch
(gerenciado pela Universidade do Arizona), descobre 48639 1995 TL8, primeiro
objeto identificado como pertencente ao disco disperso, uma região situada nos
confins do Sistema Solar povoada por corpos celestes gelados denominados SDOs
(abreviatura, em inglês, para "scattered disc objects"). A porção interna do disco
disperso penetra nos domínios do cinturão de Kuiper, mas os limites externos
prolongam-se para muito além de cem unidades astronômicas. O objeto 1995 TL8
tem diâmetro de 350 x 160 km e orbita o Sol em 137.907 dias (377,57 anos), à
distância média de 7,815 bilhões de km (varia entre 5,986 e 9,643 bilhões de km).
Possui um satélite, denominado S/2002 (48639) I, com diâmetro estimado de 160
km e, embora a órbita correta não tenha sido determinada, estava a apenas 420 km
de 1995 TL8 no momento da descoberta (2002).
1995 (novembro) – São captados, pela última vez, sinais transmitidos pela Pioneer
11.
1995 (15 de novembro) – Os controladores da Sakigake perdem contato com a
sonda, encerrando a curta fase de sua missão estendida, que pretendia observar o
cometa Honda-Mrkos-Pajdusakova em 3 de Fevereiro de 1996 e o cometa
Giacobini-Zinner em 29 de novembro de 1998.
1995 (2 de dezembro) – É lançado o SOHO (Solar and Heliospheric Observatory),
missão conjunta da ESA e da NASA projetada para estudar a estrutura interna do
Sol, sua extensa atmosfera mais externa e a origem do vento solar. O legado
científico do SOHO revela-se importante. Pela primeira vez os cientistas têm uma
visão ininterrupta do Sol, vendo as mudanças que ocorrem em sua superfície e
presenciando fenômenos jamais observados anteriormente.
1995 (7 de dezembro) – Depois de viajar por 3,7 bilhões de km, durante um período
de seis anos, a sonda Galileo chega a Júpiter e se torna o primeiro artefato humano
a orbitar aquele planeta. Por um período de 1h15min, uma pequena sonda, que se
desprende da Galileo (a primeira a entrar na atmosfera de um planeta gasoso)
atravessa as densas e ácidas nuvens do planeta, transmitindo para a Terra dados
sobre a composição química, a pressão, a temperatura e a densidade atmosférica.
1996 – Entra em operação, no Havaí, o telescópio Keck II. Ele forma, com o Keck I,
um conjunto que se converte no maior telescópio do mundo, arrebatando esse
título ao telescópio de Zelenchukskaya. ao invés de um único e gigantesco espelho,
os telescópios de Keck possuem 36 espelhos sextavados montados de forma a
equivalerem a um espelho de 10m de diâmetro.
1996 – A sonda Clementine encontra sinais de gelo em regiões escuras perto dos
polos lunares.
1996 (17 de fevereiro) – É lançada a sonda norte-americana Near Earth Asteroid
Rendezvouz-Shoemaker (NEAR-Shoemaker), batizada após a largada em
homenagem a Eugene Merle Shoemaker (1928-1997). Os objetivos científicos
primários da NEAR são: recolher dados sobre propriedades, composição,
mineralogia, morfologia, distribuição interna da massa e campo magnético do
asteroide Eros. Os objetivos secundários incluem interações com o vento solar,
possível atividade sugerida pela existência de poeira ou gás e o estado da sua
rotação. a nave carrega um espectrômetro de raios-X/raios-gamma, um
espectrógrafo de infravermelho, uma câmera multi-espectro equipada com um
detector de imagem CCD, um laser localizador e um magnetômetro.
1996 (março) – O ônibus espacial Atlantis é lançado e se conecta à estação espacial
russa Mir. A astronauta Shannon Lucid fica na estação e bate recordes de
permanência no cosmo para uma mulher.
1996 (7 de março) – São feitas as primeiras fotografias da superfície de Plutão,
obtidas com o telescópio Hubble.
1996 (1º de maio) - A sonda Ulysses passa, inesperadamente, por dentro da cauda
do cometa Hyakutake, descoberto, em janeiro deste mesmo ano, pelo astrônomo
amador japonês Yuji Hyakutake (1950-2002).
1996 (6 de agosto) – A Nasa afirma haver fortes evidências da presença de vestígios
de microorganismos, sob a forma de pequenos cristais com propriedades
magnéticas, no interior do meteorito ALH84001, supostamente proveniente de
Marte e encontrado na Antártida em 1984. Isso reacende uma vez mais a polêmica
em torno da existência de vida no planeta vermelho, havendo quem defenda
entusiasticamente essa possibilidade.
1996 (7 de novembro) – É lançada a sonda norte-americana Mars Global Surveyor,
marcando o regresso de missões a Marte após quase duas décadas. A sonda está
equipada com seis instrumentos científicos distintos: Uma câmera de alta
resolução, um espectrômetro de emissão térmica, um altímetro laser, um
magnetômetro-refletômetro de elétrons, um oscilador ultra-estável e um sistema
de retransmissão rádio.
1996 (19 de novembro) – É lançada a sonda russa Mars 96. O foguete que carrega a
sonda levanta voo com sucesso, mas ao entrar em órbita há uma falha, enviando a
sonda para uma queda no Oceano Pacífico, entre a costa do Chile e a Ilha de
Páscoa. Afunda com 27g de plutônio radioativo, usado como fonte de energia.
1996 (4 de dezembro) – É lançada a sonda norte-americana Mars Pathfinder,
Levando a bordo um pequeno veículo de seis rodas, denominado Sojourner, capaz
de se deslocar autonomamente e tendo por objetivo analisar o solo marciano nas
redondezas do local de pouso. O Sojourner pesa cerca de 10 kg, tem 62cm de
comprimento, 47cm de largura e 32cm de altura.
1996 (4 de dezembro) - O presidente chileno, Eduardo Frei, e o rei sueco, Carlos
XVI Gustavo, inauguram, simbolicamente, o Observatório Paranal, operado pelo
European Southern Observatory (ESO) e localizado no Cerro Paranal, no deserto
de Atacama, norte do Chile, a 130 km de Antofagasta e à altitude de 2.635 m.
1997 (17 de janeiro) – A sonda automática Galileo capta as primeiras imagens da
lua Europa de Júpiter.
1997 (11 a 21 de fevereiro) – Segunda missão de manutenção do telescópio Hubble,
realizada por astronautas do Discovery (STS-82), cuja tripulação é formada por
Kenneth Bowersox - Comandante -, Scott Horowitz - Piloto -, Mark Lee, Steven
Hawley, Gregory Harbaugh, Steven Smith e Joseph Tanner. São instalados dois
novos instrumentos, um Imageador Espectrográfico e uma Câmera Infravermelha e
Espectrômetro para MultiObjetos, os quais aumentam significativamente a gama
de comprimentos de onda em que o telescópio é capaz de operar. Além disso,
outros equipamentos são trocados ou removidos: Sensor Fino de Orientação, Kit de
Reparo do Controle de Óptica Eletrônico, Engrenagens de Controle de Posição e
Dispositivo de Movimentação dos Painéis Solares.
1997 (23 de fevereiro) – Ocorre um incêndio a bordo da Mir, com duração de
aproximadamente 7 minutos, obrigando os tripulantes a usar máscaras. Os reparos
aos danos causados pelo fogo começam em abril, pois é necessário levar
ferramentas da Terra.
1997 (1º de abril) – O cometa Hale-Bopp, descoberto em 23 de julho de 1995,
independentemente, pelos norte-americanos Alan Hale e Thomas Bopp, chega ao
periélio. Este cometa permanece visível a olho nu durante 569 dias (até dezembro
de 1997), superando amplamente o Grande Cometa de 1811, observável por 260
dias.
1997 (29 de abril) – O astronauta norte-americano Jerry M. Linenger e o
cosmonauta russo Vasily Tsibliyev completam o primeiro passeio russo-americano
no espaço, uma excursão de 5h feita a partir da plataforma espacial russa Mir.
1997 (25 de junho) – A estação espacial russa Mir, transportando dois astronautas
russos e um norte-americano, colide com uma nave de carga Progress. A tripulação
escapa da morte por pouco, já que a nave fica temporariamente sem oxigênio.
1997 (27 de junho) – A sonda Near-Shoemaker sobrevoa, à distância de 1.200 km,
o asteróide 253 Mathilde, descoberto em 12 de novembro de 1885 pelo astrônomo
austríaco Johann Palisa (1842-1925). São feitas mais de 500 imagens, cobrindo
60% da superfície, e obtidos dados gravitacionais que permitem cálculos sobre a
massa e as dimensões do asteroide.
Diâmetro: 66 x 48 x 46 km; distância média ao Sol: 395.949.000 km (varia entre
290.564.000 e 501.334.000 km); período orbital: 1572,787 dias (4,31 anos).
1997 (4 de julho) – A sonda Mars Pathfinder pousa na planície de Ares Vallis, no
hemisfério norte de Marte. O local exato do pouso é batizado de "Memorial Carl
Sagan", em homenagem ao cientista e divulgador científico norte-americano (19341996). O robô explorador Sojourner, que viaja a bordo da espaçonave, passeia pela
superfície de Marte, recolhendo informações durante mais de um mês terrestre. No
total são obtidas 16.500 fotos a partir do módulo de pouso e 550 imagens do
Sojourner.
1997 (6 de setembro) – Usando o telescópio Hale, Philip D. Nicholson, Brett J.
Gladsman, Joseph A. Burns e John J. Kavelaars descobrem Caliban e Sicorax, 16º e
17º satélites conhecidos de Urano.
Caliban – Diâmetro: 72 km; período orbital: 579,3 dias; distância média ao planeta:
14.462.000 km; massa: 250 trilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
Sicorax – Diâmetro: 150 km; período orbital: 1.288,28 dias; distância média ao
planeta: 24.358.000 km; massa: 2,3 quatrilhões de toneladas; densidade:
1,3g/cm3.
1997 (12 de setembro) – A sonda Mars Global Surveyor é colocada em órbita ao
redor de Marte.
1997 (15 de outubro) – É lançada a missão Cassini-Huygens, projeto conjunto da
Nasa e da ESA, destinada a Saturno e suas luas. A nave compõe-se de dois
elementos: A sonda Cassine, construída pela NASA para orbitar Saturno, e a sonda
Huygens, menor, concebida pela ESA para pousar em Titã. Os objetivos da missão
são os seguintes: determinar a composição das superfícies e a história geológica dos
satélites; determinar a estrutura tridimensional e o comportamento dinâmico dos
anéis; determinar a natureza e origem do material escuro do hemisfério dianteiro
de Jápeto; medir a estrutura tridimensional e o comportamento dinâmico da
magnetosfera; estudar o comportamento dinâmico das nuvens de Saturno; estudar
a vulnerabilidade temporal das nuvens e a meteorologia de Titã; caracterizar a
superfície de Titã a uma escala regional. A instrumentação da Cassini é formada
por um mapeador de RADAR, um sistema de imagem CCD, um espectrômetro de
mapeamento visível/infravermelho, um espectrômetro de infravermelhos
composto, um analisador de poeira cósmica, uma experiência de ondas de rádio e
plasma, um espectrômetro de plasma, um espectrômetro de imagens ultravioleta,
um instrumento de imagens de magnetosferas, um magnetômetro, um
espectrômetro de massa de íons e Telemetria para a antena de comunicações,
assim como outros transmissores especiais.
1997 (novembro) – O ônibus espacial Columbia vai ao espaço com o primeiro
astronauta japonês, Takao Doi.
1998 (janeiro) – Durante um congresso da Sociedade norte-Americana de
Astronomia, cientistas da Universidade de Harvard e do Instituto Max Planck para
Física Extraterrestre, da Alemanha, apresentam um estudo no qual afirmam ter
encontrado provas da existência de um buraco negro no centro da Via Láctea.
1998 (9 de janeiro) – Duas equipes de cientistas em colaborações internacionais
anunciam a descoberta de que as galáxias estão acelerando e separando-se a
velocidades cada vez mais rápidas. Esta observação implica a existência de uma
misteriosa propriedade do espaço de auto-repulsão, proposta por Albert Einstein, a
qual ele chamou de primeira constante cosmológica.
1998 (11 de janeiro) – A sonda norte-americana Lunar Prospector, lançada a 7 de
janeiro, entra em órbita lunar. A missão tem por objetivos mapear a composição da
superfície da Lua e possíveis depósitos de gelo nos polos, bem como efetuar
medidas dos campos gravitacional e magnético do satélite.
1998 (março) – A sonda Lunar Prospector revela fortes indícios da existência de
água congelada nos polos da Lua.
1998 (26 de abril) – Primeira passagem da Cassini pelo planeta Vênus para
empurrão gravitacional.
1998 (28 de maio) - O ESO libera as primeiras imagens captadas no Observatório
Paranal. Elas mostram a estrela Eta Carinae e são obtidas pelo telescópio Antu,
primeiro dos quatro instrumentos do Very Large Telescope (VLT) a entrar em
operação
1998 (4 de julho) – É lançada a sonda japonesa Nozomi, com destino a Marte. Uma
erupção solar danifica o sistema de comunicação, impedindo a inserção da nave em
órbita marciana e acabando com a missão. Nozomi, em japonês, significa
“esperança”.
1998 (12 de agosto) – O programa norte-americano de foguetes Titan é suspenso
quando um Titan 4 explode pouco depois do lançamento. É um dos desastres mais
caros. O custo do foguete e de sua carga de satélite militar é estimado em mais de 1
bilhão de dólares.
1998 (setembro) – Cientistas norte-americanos divulgam a descoberta, feita pela
sonda Galileo, de mais um anel (o terceiro conhecido) em torno de Júpiter.
1998 (24 de outubro) – É lançada a sonda norte-americana Deep Space 1. É a
primeira de uma série de missões de pesquisa do espaço profundo e de órbita
terrestre, sendo parte de um programa da NASA denominado Discovery, que visa a
experimentar novas tecnologias no espaço. Seu objetivo principal é o de avaliar 12
novas tecnologias durante a fase primária de sua missão. Tem bastante sucesso em
sua empreitada e, na sua fase estendida, encontra-se com o cometa Borrelly e
obtém as melhores imagens deste astro até o momento.
1998 (29 de outubro a 7 de novembro) – O astronauta norte-americano John Glenn
retorna ao espaço a bordo do Discovery (STS-95) e torna-se o homem mais velho a
viajar ao cosmo (77 anos). Nessa segunda viagem, ele completa 134 órbitas em
torno da Terra.
1998 (20 de novembro) – Tem início a construção da Estação Espacial
Internacional (ISS), uma cooperação sem precedentes entre diversos países,
projetada para ser a maior estrutura já construída pelo homem no espaço. Nesta
data, ocorre o lançamento do primeiro módulo, Zaria (Alvorada), construído pelos
russos e financiado pelos norte-americanos.
1998 (4 a 15 de dezembro) – Missão do Endeavour (STS-88), que dá início à
construção da Estação Espacial Internacional (ISS), ao conectar o módulo norteamericano Unity (o primeiro fabricado pelos EUA) ao módulo russo Zarya, lançado
por foguetes do Cosmódromo de Baikonur, no Casaquistão, em novembro. A
tripulação é formada por Robert Cabana - Comandante -, Frederick Sturckow Piloto -, Nancy Currie, Jerry Ross, James Newman e Sergei Krikalev.
1998 (11 de dezembro) – É lançada a sonda norte-americana Mars Climate Orbiter.
1999 (janeiro) – É inaugurado o telescópio óptico infravermelho Subaru, com um
espelho de 8,3m de diâmetro, pré-fabricado no Japão e posteriormente
transportado para Mauna Kea.
1999 (3 de janeiro) – É lançada a sonda norte-americana Mars Polar Lander.
Deveria pousar no polo sul de Marte e estudar o solo e clima. A sonda chega a
Marte sem problemas, mas, ao atingir a superfície, perde contato com a base. A
razão disso não é conhecida, mas muito provavelmente tenha sido destruída com o
impacto no solo.
1999 (23 de janeiro) – A sonda NEAR obtém a primeira sequência de imagens da
rotação terrestre.
1999 (5 de fevereiro) – Um estudo de autoria do astrônomo norte-americano
Robert Carlson, publicado na revista Science, afirma que dados enviados pela
sonda Galileo revelam a existência, em Calisto, de uma tênue atmosfera, com cerca
de 100 km de altitude, composta de gás carbônico.
1999 (9 de fevereiro) – É lançada a sonda norte-americana Stardust (Poeira de
Estrelas), com a finalidade de investigar o cometa Wild 2 e o asteroide Annefrank,
além de recolher poeira interestelar. É a primeira missão norte-americana dedicada
única e exclusivamente a explorar um cometa com o objetivo de retornar material
extraterrestre de regiões além da órbita da Lua.
1999 (maio) – O ônibus espacial Discovery torna-se a primeira nave a se conectar
com a ISS.
1999 (maio) – Pesquisadores da Nasa e do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts divulgam o primeiro conjunto completo de imagens tridimensionais
de Marte, feitas a partir de medições da sonda Mars Global Surveyor. O planeta
tem vulcões altíssimos, montanhas cobertas de neve, vales profundos, platôs e
planícies que lembram o contorno de continentes e oceanos.
1999 (18 de maio) – A partir de imagens da Voyager 2, Erich Karkoschka descobre
Perdita, 18º satélite conhecido de Urano.
Diâmetro: 30 km; período orbital: 0,638 dia; distância média ao planeta: 152.834
km; massa: 18 trilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
1999 (24 de junho) – Segunda passagem da Cassini pelo planeta Vênus para
empurrão gravitacional.
1999 (24 de junho) – É lançado o FUSE (Far Ultraviolet Spectroscopic Explorer),
tendo por objetivo explorar o Universo usando a técnica de espectroscopia de alta
resolução na região espectral do ultravioleta longínquo. É uma missão
internacional que envolve EUA, Canadá e França.
1999 (29 de junho) – É inaugurado o telescópio Gemini norte, de 8m, localizado no
Havaí.
1999 (9 de julho) – É revelado o texto do discurso fúnebre que Richard Nixon faria
caso a missão Apollo 11 falhasse e os astronautas (Neil Armstrong e Edwin Aldrin)
tivessem de ser deixados na Lua.
1999 (18 de julho) – John J. Kavelaars, Brett J. Gladsman, Matthew J. Holman,
Jean-Marc Petit e Hans Scholl descobrem Stefano, Próspero e Setebos, satélites de
Urano, aumentando para 21 o número de luas conhecidas daquele planeta.
Stefano – Diâmetro: 32 km; período orbital: 677,37 dias; distância média ao
planeta: 16.008.000 km; massa: 22 trilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
Próspero – Diâmetro: 50 km; período orbital: 1.978,29 dias; distância média ao
planeta: 33.012.000 km; massa: 85 trilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
Setebos – Diâmetro: 48 km; período orbital: 2.225,21 dias; distância média ao
planeta: 34.816.000 km; massa: 75 trilhões de km; densidade: 1,3g/cm3.
1999 (23 de julho) – É lançado, a bordo do Columbia (STS-93), o observatório de
raios X Chandra. É assim chamado em homenagem ao físico indiano
Subrahmanyan Chandrasekhar, um dos fundadores da astrofísica. A palavra
"chandra" significa, em sânscrito, "lua" ou "luminoso".
1999 (28 de julho) - A sonda Deep Space 1 aproxima-se do asteroide 9969 Braille,
descoberto, em 27 de maio de 1992, por Eleanor F. Helin (1932-2009) e Kenneth J.
Lawrence. Durante esta aproximação, à distância de 26 km são obtidas fotos e
medidas as suas propriedades físicas básicas: composição mineral, tamanho,
morfologia e brilho. A denominação do asteroide é uma homenagem ao professor
francês Louis Braille
(1809-1852), criador do sistema de escrita para cegos que leva o seu nome.
Diâmetro: 2,1 x 1 x 1 km; período orbital: 1.311,047 dias (3,59 anos: distância média
ao Sol: 350.705.000 km.
1999 (31 de julho) – A Lunar Prospector é deliberadamente levada a se chocar com
a superfície lunar, caindo numa cratera próxima do polo sul, numa tentativa
frustrada de detectar a presença de água.
1999 (18 de agosto) – A sonda Cassine sobrevoa a Terra para emppurrão
gravitacional.
1999 (23 de setembro) – A Mars Climate Orbiter perde contato com a Terra
quando, devido a erros de navegação (causados pela confusão resultante da adoção
de diferentes sistemas de medidas), passa muito perto da superfície, sofrendo
superaquecimento e destruição na atmosfera.
1999 (6 de outubro) – É Descoberto Caliroe, 17º satélite conhecido de Júpiter.
1999 (20 de novembro) – A China lança a Shenzhou 1, de caráter experimental, que
volta com sucesso aos locais desertos da região autônoma da Mongólia Interior,
norte do país.
1999 (3 de dezembro) – A sonda Mars Polar Lander perde contato com a Terra.
1999 (10 de dezembro) – É lançado, pela ESA, o telescópio espacial XMM-Newton
(X-Ray Multi-Mirror Mission). Programado para realizar observações em ondas
milimétricas e em raios X, tem como objetivo estudar o céu inteiro e descobrir
grande número de fontes dessa radiação eletromagnética.
1999 (19 a 27 de dezembro) – Terceira missão de manutenção do telescópio
Hubble, realizada por astronautas a bordo do Discovery (STS-103), cuja tripulação
é composta por Curtis Brown - Comandante -, Scott Kelly - Piloto -, Steven Smith,
Michael Foale, John Grunsfeld, Claude Nicollier e Jean-François Clervoy. São
substituídos os seis giroscópios e o computador de bordo, trocado por um vinte
vezes mais rápido e memória seis vezes maior, além de serem melhoradas a
capacidade e a velocidade do sistema de transmissão de dados à Terra. É trocado o
isolamento externo, cuja função é proteger o Hubble do ambiente inóspito do
espaço.
2000 – Tem início o Sloan Digital Sky Survey (SDSS), o mais ambicioso
levantamento astronômico em andamento. quando concluído, fornecerá imagens
ópticas cobrindo mais de um quarto do céu e um mapa tridimensional com cerca de
um milhão de galáxias e quasares. À medida que o levantamento progride, os dados
são liberados para a comunidade científica (e para o público em geral) em
incrementos anuais. O nome faz referência à Alfred P. Sloan Foundation, um dos
financiadores do projeto.
2000 (3 de janeiro) – Dados da Galileo revelam fortes evidências de que existe um
oceano abaixo da superfície gelada do satélite Europa, de Júpiter.
2000 (14 de fevereiro) – A sonda Near-Shoemaker entra em órbita ao redor do
asteroide 433 Eros.
2000 (10 de março) – Com base no mapeamento do subsolo de Marte feito pela
Mars Global Surveyor, cientistas da NASA afirmam ter descoberto antigos canais
soterrados que, há milhões de anos, podem ter transportado água na superfície do
planeta.
2000 (abril) - Entra em operação o Kueyen, , segundo dos quatro instrumentos que
compõem o VLT, localizado no Observatório Paranal, Chile.
2000 (6 de abril) – Pesquisadores do Colégio Imperial, em Londres, publicam na
revista Nature artigo no qual identificam a maior cauda de cometa já vista:
pertence ao Hyakutake, um dos maiores cometas a passar perto da Terra No século
XX. Tem 570 milhões de km de extensão, superando amplamente o recorde
anterior, do Grande Cometa de 1843: 323 milhões de km.
2000 (6 de abril) – Chega à Mir, a bordo da Soyuz TM-30 (lançada no dia 4), a
última tripulação da estação espacial, formada pelos cosmonautas Sergei Zalyotin e
Alexandr Kaleri. O regresso à Terra ocorre em 16 de junho.
2000 (maio) – O satélite Imager for Magnetosphere to Aurora Global Exploration
(IMAGE) realiza as primeiras imagens globais da plasmosfera terrestre. A
plasmosfera é uma parte interna da magnetosfera, que fica além da última
subdivisão da atmosfera e se estende por alguns milhares de km. É formada
basicamente por plasma, um gás altamente ionizado, composto de cargas positivas
e negativas em igual número e, portanto, globalmente neutro.
2000(5 de maio) – Ocorre uma conjunção dos cinco planetas luminosos, Mercúrio,
Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Nada pode ser observado da Terra, porque a linha
formada pelos planetas está atrás do Sol e escondida em seu brilho. A última
conjunção semelhante acontecera em fevereiro de 1962 e não ocorrerá novamente
até abril de 2438.
2000 (4 de junho) – O observatório espacial de raios gama Compton é desativado e
se desintegra ao ingressar, de forma controlada, na atmosfera. Seus fragmentos
caem no Oceano Pacífico.
2000 (julho) – Chega à ISS o módulo de serviço Zvezda (Estrela), segundo
fabricado pelos russos e terceiro da Estação.
2000 (7 de julho) – O telescópio Hubble capta imagens da explosão do cometa
Linear (descoberto em setembro de 1999), em sua única aproximação do Sol, a 120
milhões de km da Terra. É a primeira vez que a morte de um cometa é registrada
com tantos detalhes.
2000 (16 de julho) – Ocorre o mais longo eclipse lunar do século XX, com duração
de 1h47min1s.
2000 (22 de agosto) – É inaugurado, no Observatório Nacional de RádioAstronomia dos EUA, em West Virginia, na cidade de Pocahontas, o Green Bank
Telescope. Com uma superfície metálica de reflexão de 100 por 110m, o projeto do
mecanismo permite ao instrumento captar sinais a partir de uma altura de 5°
acima do horizonte.
2000 (outubro) – Imagens da Galileo revelam a existência de nuvens de amônia
congelada em Io e também indicam que neva enxofre no satélite.
2000 (16 de outubro) – Têm início as atividades dos telescópios Gemini norte,
localizados no Havaí, cada qual com um espelho de 8m de diâmetro. A primeira
foto tirada por esses instrumentos é da região central da Via Láctea, na direção da
constelação de Sagitário.
2000 (20 de outubro) – Um estudo publicado na revista Science, cuja principal
autora é a norte-americana Caitlin Griffith, afirma que são encontrados os
primeiros indícios de que em Titã chove metano, principal componente do gás
natural.
2000 (2 de novembro) – Chega à ISS a sua primeira tripulação, composta pelo
astronauta norte-americano William Shepherd e pelos cosmonautas russos Yuri
Gidzenko e Sergei Krikalev.
2000 (20 de novembro) – Temisto, satélite de Júpiter observado, em 30 de
setembro de 1975, por Charles Kowal e Elizabeth Roemer, e posteriormente
perdido, é redescoberto por Scott S. Sheppard, David C. Jewitt, Yanga R. Fernández
e Eugene A. Magnier. O nome é oficialmente atribuído em 2001. É a décima oitava
lua joviana conhecida.
Diâmetro: 8 km; período orbital: 129,827 dias; distância média ao planeta: 15.782
km; massa: 689 bilhões de toneladas; densidade: 2,6g/cm3.
2000 (23 de novembro a 5 de dezembro) – São descobertos, desde o Observatório
de Mauna Kea, no Havaí, dez satélites de Júpiter, aumentando para 28 o número
de luas jovianas conhecidas. Nove deles têm nomes definitivos: Praxidique,
Harpalique, Iocasta, Caldene, Isonoe, Erinome, Taigete, Calique e Megaclite.
2000 (30 de dezembro) – A Cassini passa pelo planeta Júpiter para empurrão
gravitacional. A sonda efetua diversas medições científicas e produz o retrato
colorido global mais detalhado de Júpiter: as características menores têm
aproximadamente 60 km de diâmetro.
2001 (janeiro) – François Spite e Pascale Jablonka, utilizando o telescópio Hubble,
são os primeiros a observar estrelas individuais no centro de outra galáxia:
Andrômeda.
2001 (10 de janeiro) – A Shenzhou 2 é lançada ao espaço, levando em seu interior
projetos científicos experimentais, e aterrissa na Mongólia Interior.
2001 (fevereiro) – Cientistas norte-americanos de diversas instituições afirmam
que o impacto de um corpo celeste contra a superfície da Terra foi responsável, há
250 milhões de anos, por uma extinção em massa, eliminando 90% das criaturas
marinhas, 70% das espécies vertebradas terrestres e quase todas as formas
vegetais. Segundo os pesquisadores, as provas da ocorrência dessa catástrofe, que
abriu caminho para o desenvolvimento dos dinossauros, estão nas proporções
anormais de isótopos de hélio e de argônio encontradas no interior de rochas
sedimentares descobertas no Japão, na China e na Hungria, mais compatíveis com
as verificadas nos condritos (comuns em meteoritos e asteroides) do que com
aquelas existentes na Terra em qualquer tempo.
2001 (12 de fevereiro) – A sonda Near-Shoemaker pousa no asteroide 433 Eros. É a
primeira vez que uma nave espacial chega à superfície desse tipo de corpo celeste.
2001 (28 de fevereiro) – Chega à ISS, transportado pelo Atlantis (STS-98), o
Destiny,
segundo módulo fabricado pelos norte-americanos e quarto da Estação.
2001 (28 de fevereiro) – A missão Near-Shoemaker é oficialmente encerrada.
2001 (23 de março) – A Mir volta para a Terra, após uma reentrada induzida em
nossa atmosfera como uma bola de fogo. Os restos que não se desintegraram
repousam no fundo do Oceano Pacífico, a 2.000 km da Austrália, abrigando
centenas de organismos marinhos. Construída para durar apenas cinco anos, a Mir
permanece 15 anos no espaço, a uma altitude de 400 km, realizando uma órbita a
cada 88min9s, completando 86.331 voltas em torno da Terra. Entre 1986 e 2001,
São acopladas à Mir 25 missões russas e 30 estrangeiras, tendo sido um exemplo de
cooperação internacional, ao acolher astronautas de Eslovênia, Bulgária,
Afeganistão, Casaquistão, França, Japão, Reino Unido, Áustria, Alemanha, Canadá,
EUA e Síria, sem contar as missões conjuntas com a ESA. Entre cosmonautas
russos e de outras nações, um total de 103 pessoas estiveram a bordo da Mir.
Segundo a agência espacial russa, o custo da Mir é de 3 bilhões de dólares, e o de
seus equipamentos científicos, de 1,8 bilhão de dólares. Com a participação de
outros 29 países, a estação abriga 24 programas espaciais internacionais, e seus
laboratórios testam diversos materiais e substâncias em experiências impossíveis
de ser feitas na Terra. Graças a essas pesquisas, é possível desenvolver
equipamentos médicos que tornam viável a sobrevivência humana durante longos
períodos sem gravidade. São realizados 14.000 experimentos científicos. São
também realizados 66 passeios no espaço, sendo que o mais duradouro leva 7h. O
record de permanência em órbita é de 438 dias, do cosmonauta russo Valeri
Poliakov. Outro russo, Serguei Avdeyev, acumula, em três voos, 747 dias no cosmos
(mais de dois anos). A viagem mais curiosa, no entanto, é a de Serguei Krikaliov,
que sai da Terra como cidadão soviético e regressa, após o colapso da URSS, como
cidadão russo.
Estatísticas adicionais – Massa: 124.340 kg; espaço habitável: 350m3; total de dias
em órbita: 5.519; dias ocupada: 4.592; distância percorrida: 3.638.470.307 km.
2001 (7 de abril) – É lançada a sonda norte-americana Mars Odyssey.
2001 (28 de abril) – O milionário norte-americano Dennis Tito, de 60 anos, o
primeiro turista espacial, parte para a ISS e diz: "Eu amo o espaço". O retorno
ocorre em 6 de maio.
2001 (junho) - Entra em operação o Yepun , terceiro dos quatro instrumentos que
compõem o VLT, localizado no Observatório Paranal, Chile.
2001 (30 de junho) – É lançada a sonda norte-americana WMAP (Wilkinson
Microwave Anisotropy Probe), cujo objetivo é medir as variações da temperatura
da radiação cósmica de fundo, a fim de auxiliar nos testes das teorias acerca da
natureza do Universo. O nome desta sonda, sucessora do Cobe, é dado em
homenagem a David Wilkinson (1935-2002), um dos pioneiros no estudo da
radiação resultante do Big Bang.
2001 (12 de julho) – Uma equipe internacional de astrônomos, utilizando o
Observatório Europeu do Sul e o Telescópio Canadá-França-Havaí, divulga a
descoberta (feita em 2000) de doze pequenos satélites de Saturno (diâmetros entre
3 e 13 km). São eles: Kiviuq, Ijiraq, Paaliaq, Skathi, Albiorix, Erriapo, Siarnaq,
Tarvos, Mundialfari, Suttungr, Thrymr e Ymir. Passam a ser 30 as luas saturninas
conhecidas.
2001 (agosto) - Entra em operação o Melipal, último dos quatro instrumentos que
compõem o Very Large Telescope (VLT), localizado no Observatório Paranal, Chile.
O VLT é um sistema composto por quatro telescópios refletores principais, cada um
deles com espelho de 8,2m, e quatro instrumentos auxiliares, com espelho de 1,8m.
Cada um desses telescópios é capaz de observar objetos de magnitude 30, ou seja, 4
bilhões de vezes menos brilhantes do que aqueles observáveis a olho nu. Embora
passem a maior parte do tempo funcionando de forma independente, os quatro
telescópios podem, com a ajuda do Very Large Telescope Interferometer (VLTI),
ser combinados interferometricamente, adquirindo um poder de resolução
equivalente ao de um telescópio com espelho de 16m, o que faz do VLT o maior
telescópio óptico do mundo.
2001 (8 de agosto) – É lançada a missão Gênesis, da Nasa, com o objetivo de
coletar partículas do vento solar e trazê-las de volta à Terra.
2001 (13 de agosto) – Matthew J. Holman, John J. Kavelaars, Dan Milisavljevic e
Brett J. Gladman descobrem dois satélites de Urano: Trínculo e Fernando. Passa a
ser de 23 o número de luas conhecidas do planeta.
Trínculo – Diâmetro: 18 km; período orbital: 749,24 dias; distância média ao
planeta: 17.008.000 km; massa: 3,9 trilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
Fernando – Diâmetro: 20 km; período orbital: 2.887,21 dias; distância média ao
laneta: 41.802.000 km; massa: 5,4 trilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
2001 (16 de agosto) – Os astrônomos norte-americanos Robin Canup e Erik
Asphaug publicam na revista Nature um artigo segundo o qual a Lua se originou de
um impacto ocorrido há 4,5 bilhões de anos entre a Terra, praticamente formada, e
um corpo celeste com dimensões comparáveis às de Marte.
2001 (22 de setembro) – A sonda Deep Space 1 encontra-se com o cometa Borrelly,
Descoberto em dezembro de 1904 pelo astrônomo francês Alphonse Louis Borrelly
(1842-1926), e envia uma série de dados científicos à Terra, incluindo revelações
acerca do núcleo e da cauda.
2001 (24 de outubro) – A Mars Odyssey chega ao seu destino, tendo por objetivos:
orbitar Marte por pelo menos três anos para coletar dados sobre quais elementos
químicos e minerais predominam na superfície do planeta; obter informações
sobre o risco potencial de radiação para futura exploração humana; estudar o clima
e ser um possível meio de comunicação com sondas landers.
2001 (30 de novembro) – Um estudo publicado na revista Science e assinado por
Vladimir Krasnopolsky e Paul Feldman, da Universidade Católica da América e da
Universidade Johns Hopkins, ambas nos EUA, revela a detecção, por parte do
satélite norte-americano Fuse, de hidrogênio molecular (H2) na alta atmosfera de
Marte, o que pode indicar a presença, no passado, de grandes quantidades de água
no planeta.
2001 (7 de dezembro) – Um estudo conduzido por Michael Malin, Michael
Caplinger e Scott Davis, da Malin Space Science Systems (EUA), feito a partir de
fotos tiradas pela Mars Global Surveyor e publicado na revista Science, afirma que
há diminuição da calota polar sul de Marte, indicando aumento da temperatura
global do planeta.
2001 (9 a 11 de dezembro) – São descobertos mais onze satélites de Júpiter,
aumentando o número das luas jovianas conhecidas para 39. São eles: Euante,
Tione, Euporia, Ortósia, Hermipe, Pasite, Cale, Aitne, Euridome, Esponde e
Autone.
2001 (28 de dezembro) – A sonda Deep Space 1 é desativada.
2002 – É Descoberto Arque, quadragésimo satélite de Júpiter conhecido.
2002 (18 de janeiro) – É inaugurado em Cerro Pachón, no Chile, o telescópio
Gemini Sul. Ele faz parte de um projeto que, como o nome indica, é gêmeo.
Compreende um telescópio instalado em Mauna Kea, no Havaí, para observar o
hemisfério Norte (em operação desde 1999), e outro no Chile, para as estrelas do
Sul.
2002 (1º a 12 de março) – Quarta missão de manutenção do telescópio Hubble,
executada pelo Columbia (STS-109), cujos tripulantes são Scott Altman Comandante -,
Duane Carey - Piloto -, John Grunsfeld, Nancy Currie, James Newman, Richard
Linnehan e Michael Massimino. Os astronautas instalam um novo instrumento
científico, a Máquina Fotográfica para Pesquisa (Advanced Camera for Surveys,
ACS), novos painéis solares, uma nova Unidade de Controle de Força e um novo
Sistema de refrigeração para a Câmera de Multiobjetos Infravermelha e
Espectrométrica . O Hubble é desligado (pela primeira vez) durante 4h30min. O
procedimento, bem sucedido, aumenta significativamente a potência do telescópio.
2002 (25 de março) – A China lança a Shenzhou 3, que continua não-tripulada,
mas consegue orbitar o planeta 108 vezes, e retorna à Mongólia Interior em 1º de
abril.
2002 (Abril) – Mark Shuttleworth, um magnata sul-africano, parte para uma
viagem à ISS e torna-se o segundo turista no espaço.
2002 (25 de abril) – Os físicos Paul Steinhardt (americano) e Neil Turok (inglês)
publicam na revista Science uma teoria segundo a qual o Universo se destrói e se
refaz em implosões e explosões separadas por trilhões de anos. Isso significa que o
Big Bang não seria um evento único, mas ocorreria ciclicamente.
2002 (maio) – Os astrônomos norte-americanos Edward Scott e David Barber
publicam um estudo refutando a presença de vestígios de processos orgânicos no
interior de um meteorito proveniente de Marte encontrado na Antártida, como
haviam sugerido cientistas da NASA em agosto de 1996. Segundo a dupla de
astrônomos, os resultados por eles obtidos "fornecem forte evidência de que a
maioria dos grãos de magnetita no ALH 84001, senão todos, são abiogênicos em
origem e se formaram pelo calor do choque do meteorito".
2002 (maio) – Cientistas da Nasa e da Universidade do Arizona anunciam a
descoberta, feita a partir de imagens da Mars Odyssey, de grandes depósitos de
gelo no subsolo dos polos marcianos, alguns deles a apenas 1m da superfície.
2002 (maio) – A câmera infravermelha da Mars Odyssey obtém as primeiras fotos
noturnas do solo de Marte.
2002 (23 de maio) – O geólogo norte-americano Paul Schenk publica na revista
Nature um estudo afirmando que o satélite Europa tem um oceano sob uma
camada de gelo com 19 a 25 km de espessura. Sustenta ainda que Calisto e
Ganímedes também possuem oceanos, sob camadas de gelo de cerca de 80 km.
2002 (julho) – Chega a cem o número de exoplanetas descobertos.
2002 (3 de julho) – É lançada a sonda norte-americana Contour (Comet
NucleusTour), destinada a explorar dois cometas (Encke e SchwassmannWachmann 3), com a possibilidade de um terceiro (d’Arrest).
2002 (19 de julho) – Os cientistas conseguem, depois de 14 anos, estudar a
atmosfera de Plutão, quando o planeta anão oculta a estrela P126A.
2002 (6 de agosto) – A Nasa anuncia, com base em análise de imagens de satélites,
que a Terra está mais larga do que o normal na região da linha do Equador e mais
achatada nos polos. Tal fenômeno ocorre devido a uma mudança no campo
gravitacional.
2002 (13 de agosto) – Matthew J. Holman, John J Kavelaars, T. Grav, W. Fraser e
Dan Milisavljevic descobrem Laomedeia e Neso, nono e décimo satélites
conhecidos de Netuno.
Laomedeia - Diâmetro: 84 km; período orbital: 3.171,33 dias (8,68 anos); distância
média ao planeta: 47.134.000 km.
Neso - Diâmetro: 60 km; período orbital: 9.740,73 dias (26,67 anos); distância
média ao planeta: 49.285.000 km.
2002 (14 de agosto) - Matthew J. Holman, John J Kavelaars, T. Grav, W. Fraser e
Dan Milisavljevic descobrem mais dois satélites de Netuno: Halimede e Sao.
Passam a ser 12 as luas conhecidas do planeta.
Halimede – Diâmetro: 62 km; período orbital: 1.879,08 dias (5,14 anos); distância
média ao planeta: 16.611.000 km.
Sao – Diâmetro: 44 km; período orbital: 2.912,72 dias (7,97 anos); distância média
ao planeta: 22.228.000 km.
2002 (15 de agosto) – A Contour perde, definitivamente, contato com a Nasa, seis
semanas após o lançamento.
2002 (10 de setembro) – É divulgada a informação de que o sucessor do telescópio
Hubble, com lançamento previsto para 2010 (posteriormente remarcado para
2012), receberá o nome de James Webb (1906-1992), segundo diretor da NASA
(1961-1968), em cuja gestão foi desenvolvido o Programa Apollo.
2002 (outubro) - O norte-americano Raymond Davis Jr. (1914-2006) e o japonês
Masatoshi Koshiba recebem o Prêmio Nobel de Física pelas contribuições à
Astrofísica, em particular pela detecção dos Neutrinos cósmicos. O Prêmio é
atribuído também ao físico italiano Riccardo Giacconi, pelas contribuições à
Astrofísica que levaram à descoberta dos Raios X cósmicos.
2002 (outubro) – A sonda Cassini obtém a primeira fotografia de Saturno e de Titã,
tirada a uma distância de 285 milhões de km.
2002 (17 de outubro) – É lançado o telescópio europeu Integral, que faz parte de
um esforço para estudar os fenômenos espaciais de maior energia, normalmente
causados por astros como as supernovas, os buracos negros e as estrelas de
nêutrons. Os instrumentos a bordo do telescópio são capazes de detectar,
simultaneamente, emissões de raios gama, raios X e luz visível.
2002 (novembro) – Astrônomos do Observatório de Genebra conseguem medir o
diâmetro da estrela Próxima Centauri, concluindo ser ele sete vezes menor do que o
do Sol. A temperatura superficial encontrada equivale à metade da solar.
2002 (2 de novembro) – A sonda Stardust sobrevoa o asteroide 5535 Annefrank,
descoberto, em 23 de fevereiro de 1942, pelo astrônomo alemão Karl Reinmuth
(1892-1979), à distância de 3.079 km.. O objetivo é praticar as técnicas de sobrevoo
a serem utilizadas na passagem pelo cometa Wild 2. O nome do asteroide, cujo
diâmetro é de 6,6 x 5,0 x 3,4 km, é uma homenagem a Anne Frank (1929-1945),
alemã judia morta no campo de concentração de Bergen-Belsen.
2002 (30 de dezembro) – A Shenzhou 4, com uma tecnologia que, segundo a
China, "já é suficiente para enviar um homem ao espaço", é lançada e volta com
êxito.
2003 – É descoberto Narvi, trigésimo primeiro satélite conhecido de Saturno.
Diâmetro: 6,6 km; período orbital: 1.006,541 dias; distância média ao planeta:
19.371.000 km.
2003 – Scott S. Sheppard, David C. Jewitt e J. Kleyna descobrem Psámate, 13º
satélite conhecido de Netuno.
Diâmetro: 38 km; período orbital: 9.074,30 dias (24,84 anos); distância média ao
planeta: 48.096.000 km.
2003 (6 de janeiro) – É divulgada a descoberta de um anel de centenas de milhões
de estrelas que rodeiam a Via Láctea e poderiam ser restos do passado violento de
nosso sistema galáctico.
2003 (16 de janeiro) – O Columbia é lançado, naquela que seria sua última missão
(STS-107). O objetivo desse voo do ônibus espacial é fazer diversos experimentos
científicos, sobretudo relativos à microgravidade.
2003 (23 de janeiro) – São captados, pela última vez, sinais transmitidos pela
Pioneer 10.
2003 (1º de fevereiro) – Explode o ônibus espacial Columbia, sobre o céu do estado
norte-americano do Texas, em sua 28ª missão, quando a tripulação retornava para
a Terra após uma permanência de 16 dias no espaço. Sua tripulação de sete
astronautas morre no acidente. O Controle de missão perde contato com o ônibus
espacial aproximadamente 16 minutos antes de sua chegada À Flórida. A tripulação
do Columbia é composta pelos astronautas Rick Husband, Willie McCool, Dave
Brown, Laurel Clark, Kalpana Chawla, Mike Anderson e Ilan Ramon – primeiro
astronauta israelense a ir ao espaço e representante da Agência Espacial de Israel.
Estatísticas – Tempo em atividade: 21 anos, oito meses e vinte dias; Número de
missões: 28; tripulantes: 160; tempo no espaço: 300d17h40min22s; órbitas
terrestres: 4.808; distância percorrida: 201.497.772 km; satélites lançados: 8;
acoplagens à Mir: 0; acoplagens à ISS: 0.
2003 (11 de fevereiro) – Com base em dados obtidos pela sonda WMAP, cientistas
da NASA estimam a idade do Universo em 13,7 bilhões de anos, com uma margem
de erro, segundo eles, de 1%.
2003 (28 de abril) – É lançada a missão norte-americana Galaxy Evolution
Explorer (Galex), equipada com lentes ultravioleta para medir a formação de 80%
das estrelas surgidas desde o Big Bang.
2003 (8 de maio) – A Mars Global Surveyor mostra, pela primeira vez, imagens da
Terra vista de Marte. Trata-se de uma fotografia em que também é possível ver
Júpiter (então alinhado com a Terra) e suas grandes luas.
2003 (9 de maio) – É lançada a sonda japonesa Hayabusa ("falcão"), anteriormente
chamada de Muses C, com destino ao asteroide 25143 Itokawa, descoberto em 26
de setembro de 1998. Diâmetro (inferior a 1 km): 535 x 294 x 209 m; período
orbital: 556,355 dias (1,52 ano); distância média ao Sol: 198.044.000 km..
2003 (15 de maio) – Scott Sheppard publica na revista Nature a descoberta de 23
satélites de Júpiter (encontrados nos primeiros meses do ano), aumentando para
63 o número de luas jovianas conhecidas. Onze deles têm nomes definitivos: Carpo,
Telxinoi, Helique, Mneme, Euquelade, Calicore, Euridome, Hegemone, Cilene,
Aoede e Core.
2003 (2 de junho) – É lançada, pela ESA, a sonda Mars Express.
2003 (10 de junho) – É lançado o Spirit, da NASA, veículo de seis rodas capaz de
percorrer a superfície de Marte e perfurar rochas à procura de vestígios de água.
2003 (7 de julho) – É lançado para Marte o Opportunity, veículo explorador da
NASA semelhante ao Spirit, cuja missão principal é procurar água na superfície
marciana.
2003 (13 de agosto) – Matthew J. Holman, John J. Kavelaars, Dan Milisavljevic e
Brett J. Gladman descobrem Francisco, vigésimo quarto satélite conhecido de
Urano.
Diâmetro: 22 km; período orbital: 266,56 dias; distância média ao planeta:
8.552.000 km; massa: 7,2 trilhões de toneladas: densidade: 1,3g/cm3.
2003 (22 de agosto) – Uma explosão destrói o Veículo Lançador de Satélite (VLS1), na base brasileira de Alcântara, no Estado do Maranhão. A causa do acidente de
Alcântara, segundo as conclusões de investigações posteriores, é a ignição
espontânea de um dos quatro motores do VLS-1, causada por centelha elétrica. A
explosão destrói os equipamentos e mata 21 pessoas da equipe do Centro de
Lançamento de Alcântara (CLA).
2003 (25 de agosto) – É lançado o telescópio espacial norte-americano Spitzer,
inicialmente chamado de Sirtf (Space Infrared Telescope Facility) e projetado para
detectar radiações emitidas no infravermelho. O nome atual é uma homenagem a
Lyman Spitzer, astrofísico norte-americano, primeiro cientista a sugerir a
colocação de um telescópio no espaço.
2003 (25 de agosto) – Mark R. Showalter e Jack J. Lissauer descobrem Cupido e
Mab, satélites de Urano, que passa a ter 26 luas conhecidas.
Cupido – Diâmetro: 36 km; período orbital: 0,618 dia; distância média ao planeta:
74.392 km; massa: 3,8 trilhões de toneladas; densidade: 1,3 g/cm3.
Mab – Diâmetro: 48 km; período orbital: 0,923 dia; distância média ao planeta:
97.736 km; massa: 10 trilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
2003 (27 de agosto) – Às 6h51min, horário de Brasília, Marte chega ao ponto mais
próximo da Terra em quase 60.000 anos: 55,76 milhões de km de distância. A
última vez que havia ocorrido tamanha proximidade entre os planetas vizinhos foi
em 12 de setembro de 57617 a.C. Naquela ocasião, Terra e Marte estiveram a 55,72
milhões de km, ou seja, 40,2 mil km mais perto do que em 2003. O fenômeno de
aproximação só vai se repetir em 28 de agosto de 2287.
2003 (29 de agosto) – Scott S. Sheppard e David C. Jewitt descobrem Margaret,
vigésimo sétimo satélite conhecido de Urano.
Diâmetro: 20 km; período orbital: 1.687,01 dias; distância média ao planeta:
28.690.000 km; massa: 5,5 trilhões de toneladas; densidade: 1,3g/cm3.
2003 (21 de setembro) – a missão Galileu é intencionalmente encerrada, quando o
orbitador é enviado contra a densa atmosfera de Júpiter a 50 km/s, para garantir
que nenhuma lua local seja contaminada com algum microrganismo da Terra.
2003 (27 de setembro) – É lançada a Smart 1, primeira sonda lunar da ESA, cujo
objetivo é estudar a formação e a composição mineralógica da Lua, além de
verificar a existência ou não de água no satélite. Trata-se de uma nova geração de
sondas, e Smart quer dizer "small missions for advanced research and technology"
(pequenas missões para pesquisa e tecnologia avançada). A nave traz o lema "mais
ciência por menos dinheiro". Pela primeira vez, a ESA utiliza um sistema de
propulsão iônica (ou helioelétrica), alimentada por eletricidade gerada a partir de
painéis solares e que reduz sensivelmente o uso de combustível e permite melhor
dirigibilidade da nave.
2003 (outubro) – É lançada a missão Most, desenvolvida pelo Canadá para estudar
a microvariabilidade e as oscilações das estrelas.
2003 (outubro) – Astrônomos trabalhando com o telescópio de Parkes, no
sudoeste australiano, localizam o primeiro sistema duplo de pulsares que se
conhece, batizado de "PSR J07037-3039A e PSR J0737-3039B", e distante entre
1.600 e 2.200 anos-luz.
2003 (15 de outubro) – A China torna-se o terceiro país a colocar um homem no
espaço, depois da URSS e dos EUA. O astronauta (ou "taikonauta") Yang Liwei, 38
anos, ex-piloto da força aérea, completa, a bordo da nave Shenzhou 5, 14 órbitas em
21h e retorna com segurança.
2003 (20 de outubro) – J. Richard Gott III e Mario Juric, da Universidade de
Princeton, e colegas, baseados em dados do "Sloan Digital Sky Survey", anunciam a
descoberta da "Grande Muralha Sloan" ("Sloan Great Wall"), a maior estrutura já
catalogada no Universo, um gigantesco conjunto de galáxias com 1,37 bilhão de
anos-luz de extensão, localizado a aproximadamente um bilhão de anos-luz da
Terra.
2003 (5 de novembro) – O SOHO registra a maior explosão solar já testemunhada
pela ciência. Vive-se o período de maior atividade do Sol desde o início da
observação científica do astro.
2003 (25 de dezembro) – A Mars Express, primeira sonda europeia a visitar outro
planeta, é colocada com sucesso na órbita de Marte, tendo a missão por objetivos
enviar imagens de alta resolução para estudo da topografia e morfologia da
superfície, elaborar um mapa mineralógico, estudar a composição da atmosfera e
servir como meio de comunicação para as lander de 2003 a 2007. Também carrega
consigo a sonda Beagle 2, sendo responsável por enviá-la à superfície de Marte e
servir como meio de comunicação entre a Beagle 2 e a Terra.
2004 (janeiro) – Entra em operação o Observatório de raios cósmicos Pierre Auger,
situado em Malargüe, província de Mendoza, no oeste da Argentina. Batizado com
o nome do físico francês (1899-1993) que, em 1938, foi o primeiro a detectar as
faíscas produzidas na atmosfera terrestre por sua interação com os raios cósmicos,
o Observatório está equipado com 1.600 detectores de partículas e 24 telescópios,
ocupando uma área de 3.000 km2.
2004 (2 de janeiro) – A sonda Stardust chega ao Cometa Wild 2, descoberto em
1978 pelo astrônomo suíço Paul Wild, fotografando o núcleo cometário com
excelente resolução de imagem, e colhe amostras de poeira para serem trazidas de
volta à Terra.
2004 (4 de janeiro) – O veículo explorador Spirit pousa com sucesso em Marte,
numa cratera denominada Gusev.
2004 (6 de janeiro) – Astrônomos da Universidade da Flórida afirmam ter
identificado a mais massiva e brilhante estrela localizada até o momento:
"LBV1806-20", distante cerca de 45.000 anos-luz, tem massa duzentas vezes
superior à do Sol e luminosidade que pode ser até 40 milhões de vezes mais
elevada, segundo os cientistas.
2004 (6 de janeiro) – A Nasa divulga uma série de fotos coloridas tiradas pela
câmera de alta resolução do Spirit, as mais detalhadas imagens do solo marciano
obtidas até esta data.
2004 (23 de janeiro) – A ESA anuncia que imagens feitas pela Mars Express
revelam a presença de gelo no polo sul de Marte.
2004 (14 de janeiro) – O presidente norte-americano George W. Bush anuncia uma
nova política espacial para os EUA, denominada “Vision for Space Exploration”
(Visão para a Exploração do Espaço), conhecida também como programa
Constellation. Entre os principais objetivos estão: completar a ISS até 2010;
aposentar os ônibus espaciais até 2010; desenvolver a espaçonave Orion até 2008
(não concretizado) e realizar a sua primeira missão tripulada até 2014; explorar a
Lua com robôs a partir de 2008 (isso só ocorre no ano seguinte) e com seres
humanos em 2020; explorar Marte e outros destinos com missões automáticas e
tripuladas.
2004 (24 de janeiro) – O veículo explorador Opportunity pousa em Marte, na zona
conhecida como Meridianum Plani, no extremo oposto do ponto do planeta onde se
encontra seu módulo gêmeo, o Spirit.
2004 (6 de fevereiro) – A ESA dá como perdido o veículo britânico para exploração
da superfície de Marte Beagle 2, enviado a bordo da Mars Express.
2004 (6 de fevereiro) – A Mars Express entra em contato com o Spirit,
transmitindo ordens fornecidas a partir da Terra e enviando de volta dados
colhidos pelo robô da NASA. É a primeira vez que objetos espaciais da ESA e da
Nasa mantêm contato em órbita e que uma rede internacional de comunicações
funciona em outro planeta.
2004 (10 de fevereiro) – Um estudo publicado na revista Icarus, coordenado pelos
astrônomos norte-americanos Bruce Fegley e Laura Schaefer, afirma que a "neve
metálica" de Vênus, descoberta em 1995 pela sonda Magellan, é composta
principalmente de dióxido de enxofre e de sulfeto de chumbo.
2004 (2 de março) – É lançada a sonda Europeia Rosetta, com o objetivo de
estudar o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, descoberto, em 20 de setembro
de 1969, por Klim Ivanovich Churyamov e Svetlana Ivanovna Gerasimenco, cuja
órbita está localizada entre Júpiter e a Terra (a distância ao Sol varia entre 193
milhões e 856 milhões de km) e no qual deverá pousar em novembro de 2014. A
nave consiste em duas estruturas. A parte principal, denominada Rosetta, e o
módulo de aterrissagem, chamado Philae. O nome da sonda é uma homenagem à
Pedra da Rosetta, pedra esta que auxiliou o entendimento dos hieróglifos egípcios.
O módulo de aterrissagem recebe o nome de Philae, uma ilha no rio Nilo que
contém um obelisco, o qual também contribuiu para decifrar os hieróglifos. Os
objetivos da missão são: efetuar a Caracterização global do núcleo do cometa, com
a determinação de suas propriedades dinâmicas e de sua composição e morfologia;
determinar as características químicas, mineralógicas e isotópicas das composições
voláteis e refratárias do núcleo cometário; determinar as propriedades físicas e a
inter-relação entre as substâncias voláteis e refratárias do núcleo do cometa;
estudar o desenvolvimento da atividade do cometa e os processos que envolvem a
sua camada superficial com o interior de sua cauda. (analisar a interação entre a
poeira e o gás); estudar as características globais deste cometa, suas propriedades
dinâmicas, morfologia e a composição de sua superfície.
2004 (19 de março) – Uma equipe de astrônomos liderada por Ben Bussey, da
Universidade Johns Hopkins, nos EUA, anuncia que há uma região com "picos de
luz eterna" na Lua, onde o sol nunca se põe.
2004 (23 de março) – A Mars Odyssey completa 10.000 órbitas ao redor do
Planeta Vermelho.
2004 (26 de março) – A equipe de cientistas da Cassini publica a primeira
sequência de imagens de Saturno mostrando nuvens a moverem-se a alta
velocidade à volta do planeta. Usando um filtro para ver melhor o vapor de água no
topo da cobertura de nuvens densas, movimentos nas regiões equatorial e sul são
claramente visíveis.
2004 (8 de abril – A primeira observação de longo prazo da dinâmica das nuvens
da atmosfera de Saturno é publicada por cientistas da missão Cassini. Um grupo de
fotografias mostra duas tempestades, nas latitudes sul, a aglomerarem-se durante o
período de 19 a 20 de Março. Ambas as tempestades tinham um diâmetro de cerca
de 1.000 km antes de se juntarem.
2004 (20 de abril) – É lançada a sonda norte-americana Gravity Probe-B, criada
para verificar a veracidade da teoria da relatividade geral, de Albert Einstein. A
nave transporta quatro giroscópios sofisticados que compõem um sistema de
referência espaço-temporal quase perfeito.
2004 (maio) – Imagens captadas pelo telescópio espacial Spitzer mostram, pela
primeira vez, o processo de nascimento das estrelas, envolvidas por poeira
atmosférica, gás e partículas de água congelada. Elas incluem mais de 300 estrelas
formadas recentemente na área chamada de RCW 49, distante 13,7 mil anos-luz da
Terra, na constelação do Centauro.
2004 (18 de maio) – A Cassini entra no sistema de Saturno. O efeito gravitacional
do planeta começa a sobrepor-se à influência do Sol.
2004 (20 de maio) – É liberada a primeira imagem de Titã, com resolução superior
à de qualquer fotografia tirada da Terra, feita quinze dias antes a 29,3 milhões de
km.
2004 ( 1º de junho) – São descobertos, graças às imagens da Cassini, dois
pequenos satélites de Saturno, batizados posteriormente de Methone e Pallene.
Passam a ser 33 as luas conhecidas do planeta.
Methone – Diâmetro: 3 km; período orbital: 1,001 dia; distância média ao planeta:
194.440 km; massa estimada: 7 bilhões de toneladas; densidade: desconhecida.
Pallene – Diâmetro: 4 km; período orbital: 1,754 dia; distância média ao planeta:
212.280 km; massa estimada: 10 bilhões de toneladas: densidade: desconhecida.
2004 (8 de junho) – Ocorre um trânsito de Vênus, fenômeno não observado desde
1882. O próximo ocorrerá em 6 de junho de 2012.
2004 (11 de junho) – A Cassini sobrevoa Febe, a 2068 km de distância. Todos os
onze instrumentos a bordo operam como esperado e todos os dados previstos são
obtidos. Os cientistas planejam usar os dados para criar mapas globais do satélite
coberto de crateras e para determinar sua composição, massa e densidade. Partes
das superfícies craterizadas mostram-se muito brilhantes, e crê-se atualmente que
existe uma grande quantidade de gelo no estrato imediatamente inferior à
superfície.
2004 (21 de junho) – A nave SpaceShipOne realiza com êxito o primeiro voo
privado ao espaço. Mike Melvill, de 62 anos, é o primeiro astronauta a bordo de um
veículo não-patrocinado com recursos públicos a alcançar os confins da atmosfera
(atinge a altura de 100 km). A missão é um projeto da empresa Scaled Composites,
dirigida pelo projetista de aeronáutica Burt Rutan e patrocinada pelo
multimilionário Paul Allen, co-fundador da Microsoft.
2004 (1º de julho) – A Cassini é inserida com sucesso na órbita de Saturno, numa
manobra que dura 96 minutos. É a primeira sonda a orbitar aquele mundo.
2004 (2 de julho) – Primeira passagem da Cassini por Titã, a uma distância de
339.000 km. Fotografias mostram nuvens consideradas como compostas de
metano e características interessantes da superfície.
2004 (3 de agosto) – É lançada a sonda norte-americana Messenger, destinada a
realizar o primeiro estudo integral de Mercúrio (A Mariner 10, trinta anos antes,
havia efetuado um levantamento parcial). A sonda transporta sete instrumentos
científicos e seu objetivo é coletar informação acerca da composição e estrutura da
crosta de Mercúrio, da sua história geológica, da natureza de sua atmosfera e seus
campos magnéticos, de seu núcleo e de seus polos. MESSENGER é um acrônimo
para"MErcury Surface, Space ENvironment, GEochemistry and Ranging"
("Superfície, Ambiente Espacial, Geoquímica e Amplitude de Órbita de Mercúrio").
Depois de sobrevoar o planeta três vezes (14 de janeiro e 6 de outubro de 2008, 29
de setembro de 2009), a sonda será inserida na órbita mercuriana, para uma
missão de um ano, em 18 de março de 2011.
2004 (16 de agosto) – A Nasa divulga a provável descoberta de Polideuces e Dafne,
dois pequenos satélites de Saturno, elevando para 35 o número de luas conhecidas
daquele planeta. A existência desses corpos celestes é confirmada, respectivamente,
em 24 de outubro de 2004 e 6 de maio de 2005.
Polideuces – Diâmetro: 3,5 km; período orbital: 2,737 dias; distância média ao
planeta: 377.396 km; massa: entre 10 bilhões e 50 bilhões de toneladas; densidade:
desconhecida.
Dafne – Diâmetro: 9 x 9 x 6 km; período orbital: 0,594 dia; distância média ao
planeta: 273.010 km; massa: 84 bilhões de toneladas; densidade: 0,34g/cm3.
2004 (8 de setembro) – A sonda Gênesis aterrissa violentamente, devido a uma
falha no mecanismo de abertura do seu paraquedas. A queda acaba contaminando
muitas de suas amostras, mas processos laboratoriais subsequentes são capazes de
isolar e recuperar algumas delas.
2004 (26 de outubro) – Segunda passagem da Cassini por Titã.
2004 (11 de novembro) – A ESA divulga imagens detalhadas da superfície de
Fobos, feitas com a câmera estereofônica de alta resolução da Mars Express, as
quais mostram várias crateras, que em alguns casos possuem materiais escuros
perto do solo, em outros têm pó residual e em outros, um dos materiais mais
escuros do Sistema Solar.
2004 (15 de novembro) - A sonda Smart 1 entra em órbita lunar.
2004 (20 de novembro) – É lançado o observatório orbital norte-americano Swift,
cujo objetivo é estudar as explosões de raios gama, que constituem o fenômeno
mais luminoso conhecido do Universo e podem liberar em poucos minutos energia
equivalente à emitida pelo Sol em bilhões de anos. O nome do observatório (Swift
significa "rápido", em inglês) é uma referência à velocidade necessária para
detectar e estudar essas explosões, que são de curta duração (de poucos segundos a
algumas horas).
2004 (25 de dezembro) – A sonda Huygens se desprende da Cassini e inicia seu
deslocamento até Titã.
2005 (janeiro) – O robô Opportunity encontra, em Marte, o “Heat Shield Rock”, o
primeiro meteorito descoberto em outro planeta e o terceiro fora da Terra (dois
outros haviam sido encontrados na Lua. Do tamanho de uma bola de basquete e
composto de ferro e níquel, o objeto recebe da Meteoritical Society, em outubro, o
nome oficial de Meridiani Planum.
2005 (5 de janeiro) – Mike Brown, Chad Trujillo e David Rabinowitz descobrem o
objeto 2003 UB313, provisoriamente denominado de "Xena" (hoje Éris), planeta
anão que orbita além de Plutão. Ele já havia sido registrado, de forma automática,
no dia 21 de outubro de 2003, vindo daí o nome que recebeu, de acordo com os
critérios estabelecidos pela UAI. Suas dimensões (mais de 2.500 km) fazem desse
objeto candidato a ser considerado o décimo planeta do Sistema Solar e,
concomitantemente, acirram a polêmica em torno de Plutão, reabrindo a discussão
sobre se esse corpo celeste deve ou não continuar sendo considerado um planeta.
Éris – Diâmetro estimado: 2.600 km; período orbital: 203.600 dias (557 anos);
distância média ao Sol: 10,123 bilhões de km (varia entre 5,650 e 14,595 bilhões de
km.
2005 (10 de janeiro) – Um grupo internacional de astrônomos divulga a descoberta
das três maiores estrelas já observadas, todas com diâmetro superior a 1,6 bilhão
de km. São elas: KW Sagitarii (a 9,8 mil anos luz de distância), V354 Cephei (a 9
mil anos luz) e KY Cygni (5,2 mil anos luz).
2005 (12 de janeiro) – É lançada a sonda norte-americana Deep Impact (ou
Impacto Profundo) com destino ao cometa Tempel 1, Descoberto em 3 de abril de
1867 pelo astrônomo alemão Ernst Wilhelm Leberecht Tempel (1821-1889, que
circula entre as órbitas de Marte e de Júpiter. O objetivo da missão é lançar um
impactador contra o cometa, observar a explosão e dela analisar os componentes
químicos e físicos internos do astro.
2005 (14 de janeiro) – A sonda Huygens pousa com sucesso em Titã, depois de ter
atravessado a atmosfera do satélite de Saturno. Logo depois do pouso, envia as
primeiras fotos de Titã à Cassini, que as retransmite à Terra. Este é o primeiro
pouso de uma astronave num satélite natural que não seja a Lua.
2005 (21 de janeiro) – Imagens da Huygens revelam que em Titã há chuva de
metano líquido tão frequente que é capaz de modelar a superfície do satélite com
canais e lagos.
2005 (28 de janeiro) – Uma equipe de astrônomos coordenada por Jean-Loup
Bertaux, do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS – França), Publica na
revista Science Um artigo afirmando que A presença de moléculas de óxido nítrico
demonstra que existe luz na noite marciana, segundo registros de instrumentos da
sonda europeia Mars-Express.
2005 (fevereiro) – É anunciada a descoberta, pela Mars Express, de evidências de
um mar congelado logo abaixo da superfície de Marte, ao norte do equador do
planeta, com uma extensão de 900 km.
2005 (2 de março) – A sonda Smart 1 inicia suas observações científicas da Lua.
2005 (4 de março) - A sonda Rosetta sobrevoa a Terra pela primeira vez, a uma
altitude de 1.954,7 km. Os campos magnéticos terrestre e lunar são usados para
testar e calibrar os instrumentos.
2005 (16 de março) – A Nasa divulga a descoberta de uma atmosfera em Encélado,
que se torna a segunda lua de Saturno (depois de Titã) a ter uma atmosfera
conhecida.
2005 (abril) – A Mars Global Surveyor obtém, pela primeira vez, imagens de outras
sondas em órbita do mesmo planeta, fotografando a Mars Express e mais tarde a
Mars Odyssey.
2005 (abril) – A Nasa anuncia que, apesar dos problemas ocorridos na
aterrissagem, alguns dos objetivos científicos da missão Genesis são atingidos.
2005 (abril) – Astrônomos britânicos calculam que a "Grande Escuridão" –
período de escuridão total que se seguiu à explosão cósmica primordial – terminou
depois de 200 a 500 milhões de anos, quando as primeiras estrelas nasceram de
nuvens comprimidas de hidrogênio.
2005 (16 de abril) – A Cassini detecta, na atmosfera superior de Titã,
hidrocarbonetos complexos, elementos básicos na formação da vida, contendo até
sete átomos, bem como hidrocarbonetos em que há nitrogênio.
2005 (4 de maio) – Astrônomos trabalhando no Observatório de Mauna Kea
anunciam a descoberta de doze pequenos satélites de Saturno. Oito deles têm
nomes definitivos: Bebion, Bergelmir, Hati, Farbaute, Aegir, Fenrir, Bestla e
Fornjot. Com isso, passam a ser 47 as luas conhecidas do planeta.
2005 (junho) – Imagens obtidas pelo telescópio Hubble permitem a descoberta de
mais dois satélites de Plutão, posteriormente batizados de Nix e Hydra. Esses
nomes são escolhidos, em parte, por corresponderem às iniciais da sonda New
Horizons, lançada em janeiro de 2006 para Plutão. Nix é a deusa grega da
escuridão, e Hydra é a serpente de nove cabeças que guarda o inferno.
Nix – Diâmetro: entre 46 e 137 km; período orbital: 24,856 dias; distância média
ao planeta: 48.708 km; massa: desconhecida; densidade: desconhecida.
Hydra – Diâmetro: entre 60 e 168 km; período orbital: 38,206 dias; distância
média ao planeta: 64.709 km; massa: desconhecida; densidade: desconhecida.
2005 (4 de julho) – O impactador da Deep Impact é lançado contra o cometa
Tempel 1, colidindo com ele à velocidade de 37.000 km/h. A 700 km de distância, a
sonda registra o choque e envia as imagens para a Terra. Instrumentos a bordo da
Rosetta também fazem observações do impacto.
2005 (26 de julho) – Dados da Cassini confirmam que há chuva em Titã, composta
de metano líquido e, em menores proporções, de nitrogênio.
2005 (9 de agosto) – O ônibus espacial Discovery (STS-114) aterrissa com sucesso
na Califórnia (e não na Flórida, como previsto), em meio a tensão e incertezas.
Primeira missão de um ônibus espacial depois (907 dias) da explosão do Columbia,
em fevereiro de 2003, o Discovery tem problemas desde o lançamento, ocorrido de
Cabo Canaveral a 26 de julho, devido a fragmentos de espuma isolante
desprendidos da superfície do depósito de combustível externo que alimenta os
foguetes propulsores na partida da nave. A tripulação é composta por Eileen
Collins – Comandante -, James Kelly - Piloto -, Soichi Noguchi, Stephen Robinson,
Andrew Thomas, Wendy Lawrence e Charles Camarda.
Apesar do êxito da missão, os voos tripulados da NASA continuam suspensos, até
ser encontrada uma solução para o problema da espuma isolante.
2005 (12 de agosto) – Pesquisadores norte-americanos liderados por Mark
Thiemens publicam na revista Science um estudo afirmando que O Sol já brilhava
há mais de 4,5 bilhões de anos, quando a poeira e o gás ainda não tinham formado
os planetas do Sistema Solar. Para eles, trata-se da primeira evidência conclusiva
de que o chamado proto-Sol afetou o desenvolvimento do Sistema Solar ao emitir
energia ultravioleta suficiente para catalisar a formação de compostos orgânicos,
água e outros elementos necessários à evolução da vida na Terra.
2005 (12 de agosto) – É lançada a sonda norte-americana Mars Reconnaissance
Orbiter (MRO), que inclui entre seus objetivos determinar os melhores locais de
pouso para futuras missões a Marte e coletar dados geológicos e meteorológicos
sobre o planeta. A nave carrega instrumentos para analisar a atmosfera, a
superfície e o subsolo, a fim de conhecer a forma como Marte foi mudando ao longo
do tempo. Entre os instrumentos estão a câmera telescópica de maior diâmetro já
enviada para estudar um planeta, um espectrômetro, projetado para identificar
minerais relacionados à água em áreas do tamanho de um campo de futebol, e um
radar fornecido pela Agência Espacial Italiana que penetra no solo e permite a
detecção de camadas de rocha, gelo e, se houver, água.
2005 (10 de setembro) – É descoberto um satélite de 2003 UB313 (Éris),
provisoriamente designado de S/2005 (2003 UB313) 1, tendo recebido a a alcunha
de Gabrielle, a companheira de Xena na série televisiva Xena, A Princesa Guerreira.
Mais tarde (setembro de 2006), o astro recebe o nome oficial de Disnomia.
Diâmetro: entre 50 e 150 km; período orbital: 15,774 dias: distância média de Éris:
37.370 km.
2005 (19 de setembro) – A Nasa anuncia sua intenção de colocar outra vez
astronautas na Lua, estando a primeira viagem tripulada desse novo programa
prevista para 2018.
2005 (19 de setembro) – Uma colônia de vermes da seda mandada ao espaço pela
Agência Espacial da China retorna à Terra após uma viagem de 18 dias. Os animais
são enviados para que sejam estudados os processos de transformação da crisálida
em verme e a consequente produção de seda.
2005 (12 de outubro) – Segunda missão tripulada da China ao espaço. Os
taikonautas Fei Junlong e Nie Haisheng, a bordo da Shenzhou 6, permanecem
115,32h em órbita e retornam à Terra no dia 17.
2005 (9 de novembro) – É lançada a Venus Express, primeira sonda europeia com
destino a Vênus, cuja missão principal é estudar o efeito estufa existente naquele
planeta. A nave transporta sete instrumentos científicos, entre os quais um
espectroscópio de plasma para analisar a atmosfera.
2005 (20 de novembro) – A sonda Hayabusa chega ao asteroide 25143 Itokawa,
pousa, permanece por cerca de trinta minutos e estuda a sua morfologia, rotação,
topografia, cor, composição, densidade e história.
2005 (26 de novembro) – A sonda Hayabusa consegue recolher duas amostras do
solo do asteroide Itokawa, as quais devem ser enviadas à Terra dentro de pequenas
cápsulas incorporadas à nave especialmente para esse fim.
2006 (15 de janeiro) – A sonda Stardust libera na atmosfera terrestre uma cápsula
(que pousa no deserto de Utah) contendo milhares de grãos de poeira e de
partículas, capturados em janeiro de 2004 e provenientes do cometa Wild 2. É a
primeira vez que amostras originárias de um corpo celeste que não seja a Lua são
trazidas para a Terra. As amostras da Stardust incluem também poeira e partículas
interestelares, fato sem precedentes na história da astronomia.
2006 (19 de janeiro) – É lançada a sonda norte-americana New Horizons, com a
finalidade principal de caracterizar globalmente a geologia e a morfologia de Plutão
e de Caronte, além de mapear as suas superfícies. Objetivos secundários são
estudar a atmosfera neutra de Plutão e a sua taxa de fuga; estudar as variações da
superfície e da atmosfera de Plutão e de Caronte ao longo do tempo; obter imagens
de alta definição em estéreo de determinadas áreas de Plutão e de Caronte, para
caracterizar a sua atmosfera superior, a ionosfera; estudar a composição das
partículas energéticas do meio ambiente e a sua interação com o vento solar;
procurar pela existência de alguma atmosfera em torno de Caronte; caracterizar a
ação das partículas energéticas entre Plutão e Caronte; procurar por satélites ainda
não descobertos (além de estudar os já conhecidos) e por possíveis anéis que
envolvam Plutão e Caronte. A New Horizons carrega sete instrumentos científicos
principais, bem como uma pequena quantidade de cinzas de Clyde Tombaugh. A
sonda sobrevoará Plutão e Caronte em 14 de julho de 2015.
2006 (3 de fevereiro) – Um estudo publicado na revista Science afirma que o
cometa Tempel 1, alvo da sonda Deep Impact em julho de 2005, tem três trechos de
gelo em sua superfície. Pela primeira vez, gelo é localizado no núcleo de um
cometa.
2006 (21 de fevereiro) – É lançado o satélite japonês Astro-F, desenvolvido em
colaboração com a ESA e posteriormente renomeado como "Akari (luz), com o
objetivo de fazer um levantamento do céu no infravermelho.
2006 (9 de março) – Cientistas da Nasa afirmam ter encontrado evidências da
presença de água líquida em Encélado, satélite de Saturno, vinda do interior e
aflorando à superfície em forma de jatos.
2006 (10 de março) – A sonda Mars Reconnaissance Orbiter entra com sucesso
numa órbita elíptica em torno de Marte.
2006 (13 de março) – A Nasa divulga resultados preliminares das análises do
material proveniente do cometa Wild 2 trazido à Terra pela Stardust. São
encontrados vestígios de temperaturas extremas, tanto baixas quanto elevadas. Os
cometas revelam-se mais complexos do que se pensava, não estando sua
composição limitada a gelo, poeira e gás. Há no Wild 2 elementos cuja formação
requer altas temperaturas: cálcio, alumínio, titânio e peridoto (rocha natural
comum na areia de algumas praias, com elevada concentração de ferro e de
magnésio).
2006 (29 de março) – É lançada a Soyuz TMA-8, às 23h31min18s (horário de
Brasília), que leva ao espaço o primeiro astronauta brasileiro, o tenente-coronel da
Força Aérea e engenheiro aeronáutico Marcos César Pontes, de 43 anos. Participam
também da missão o astronauta norte-americano Jeffrey Williams e o cosmonauta
russo Pável Vinográdov. O retorno à Terra ocorre em 8 de abril.
2006 (7 de abril) – São liberadas as primeiras imagens em cores de Marte obtidas
pela Mars Reconnaissance Orbiter. As fotos mostram crateras, falésias e dunas
formadas pelo vento no hemisfério sul de Marte. Segundo os cientistas da NASA, a
diversidade dos acidentes geográficos mostra a importância que a água, o vento e
impactos de meteoros tiveram em moldar a superfície do planeta.
2006 (7 de abril) - A New Horizons cruza a órbita de Marte.
2006 (11 de abril) – A Venus Express entra com sucesso na órbita venusiana. No
dia seguinte, o espectrômetro Virtis capta as primeiras imagens do polo sul do
planeta. A 7 de maio, tendo completado 16 voltas em torno de Vênus, a sonda
atinge sua órbita operacional definitiva.
2006 (11 de abril) – É lançado nos EUA um telescópio construído especialmente
para capturar possíveis sinais de luz transmitidos à Terra por extraterrestres.
Financiado pela Planetary Society, o equipamento é o primeiro a ser desenvolvido
apenas para vasculhar o céu à procura de luz emitida por alienígenas.
2006 (30 de abril) – O sistema de radar da Cassini detecta a região de Xanadu, em
Titã, descoberta em 1994 pelo telescópio Hubble, e constata que ela tem
características geológicas parecidas com as da Terra. No extremo oeste, há dunas
escuras que se transformam em um terreno cortado pelo que parecem ser redes
fluviais, colinas e vales. Esses canais fluem em direção a áreas mais escuras, que
talvez sejam lagos.
2006 (início de maio) - A New Horizons entra no cinturão de asteroides.
2006 (5 de maio) – Um estudo publicado na revista Science afirma que em Titã
existem dunas semelhantes às dos desertos da Terra, com até 150m de altura e
centenas de km de extensão, não tendo sido possível, ainda, determinar de que
material são compostas.
2006 (13 de junho) - A New Horizons passa a 101.867 km do asteroide 132524 APL
e o fotografa.
Diâmetro: 2,3 km.
2006 (26 de junho) – Astrônomos utilizando o telescópio Subaru anunciam a
descoberta de nove satélites de Saturno, cujo número passa para 56. Cinco deles
têm nomes definitivos: Skoll, Hyrokkin, Surtur, Cari e Loge.
2006 (22 de julho) – A Mars Express fotografa a formação rochosa da região
marciana de Cydonia, onde está localizado o famoso "rosto de Marte". As
fotografias mostram uma pequena elevação que sofreu erosão, ficando com um
aspecto que lembra um rosto humano. Contudo, a hipótese de se tratar de um rosto
artificialmente esculpido perde por completo o sentido.
2006 (15 de agosto) – A Voyager 1 chega a 100 unidades astronômicas (14,96
bilhões de km) do Sol.
2006 (22 de agosto) – Uma resolução da UAI subdivide os então chamados
planetas menores em planetas anões e corpos pequenos do Sistema Solar (SMall
Solar System Bodies, SSSB, em inglês). Pela resolução, corpos pequenos do Sistema
Solar são todos os astros que giram em torno do Sol e que não são planetas,
planetas anões ou satélites. Portanto, pertencem a esta categoria asteroides,
centauros, troianos, objetos transnetunianos e cometas. Não está claro o status dos
meteoroides, (menores corpos macroscópicos em órbita solar) nem dos elementos
microscópicos que orbitam o Sol, como poeira interplanetária, partículas do vento
solar e partículas de hidrogênio livre. A expressão planetas menores pode
continuar sendo usada, mas deve-se dar preferência à nova nomenclatura.
2006 (23 de agosto) – A Nasa anuncia ser Orion o nome da série de veículos de
exploração tripulados projetados para substituir os ônibus espaciais e para
transportar astronautas em futuras missões à Lua.
2006 (24 de agosto) – A 26ª assembleia da UAI, reunida em Praga, na República
Tcheca, aprova pela primeira vez na história da astronomia uma definição para
planeta. Segundo essa definição, planeta é um corpo celeste que está na órbita de
uma estrela, sem ser ele mesmo uma estrela, que tem massa suficiente para que sua
própria gravidade o molde numa forma praticamente esférica e que tenha limpado
os arredores de sua órbita. Com isso, Plutão deixa de ser considerado um planeta,
passando a ser incluído na categoria de objetos criada na mesma assembleia e
denominada de planetas anões. Ceres, até então considerado asteroide, e 2003
UB313 (“Xena”, mais tarde Éris) também passam a ser classificados como planetas
anões.
2006 (30 de agosto) – A revista Nature publica quatro artigos nos quais
astrônomos afirmam ter acompanhado, pela primeira vez na história, a evolução de
uma supernova em todas as suas etapas. A explosão da supernova, batizada de
"SN2006aj" e localizada na constelação de Áries, a cerca de 440 milhões de anosluz da Terra, tem início a 18 de fevereiro de 2006.
2006 (setembro) – A sonda Cassini revela a ocorrência, nos polos de Titã, de chuva
ou nevascas de etano, substância que na Terra é um componente do gás natural.
2006 (1º de setembro) – A revista Science publica os primeiros dados obtidos pelo
impactador da sonda Deep Impact que, a 4 de julho de 2005, atingiu o cometa
Tempel 1. Os dados revelam que o cometa está envolvido por poeira, como uma
fina camada de neve fresca. De forma inesperada, o Tempel 1 dá sinais de ter tido
uma atividade geológica no passado, o que prova que o cometa não é, como havia
proposto Fred Whipple em 1950, uma massa de neve suja.
2006 (3 de setembro) – A sonda Smart 1 é levada a chocar-se intencionalmente
contra o polo sul da Lua. A poeira resultante do impacto deve fornecer informações
acerca dos elementos químicos presentes no satélite.
2006 (9 de setembro) – O satélite chinês Shijian 8 é lançado ao espaço carregando
215 kg de sementes e fungos, que são expostos a nove tipos de radiações cósmicas e
à microgravidade. O satélite retorna à Terra no dia 24, e o Ministério da
Agricultura da China pretende utilizar os dados obtidos para desenvolver novos
cultivos.
2006 (11 de setembro) – O ônibus espacial Atlantis, lançado no dia 9, acopla-se à
ISS. Os seis astronautas a bordo retomam a construção da ISS, interrompida desde
a explosão do Columbia, em fevereiro de 2003. O retorno ocorre em 21 de
setembro.
2006 (12 de setembro) – A Mars Reconnaissance Orbiter entra em órbita circular
em torno de Marte, o que lhe permite iniciar seus estudos do planeta.
2006 (13 de setembro) – O Centro de Planetas Menores, organização oficial que
coleta dados sobre asteroides e cometas, passa a considerar o planeta anão Plutão
como sendo o asteroide 134340. Os satélites de Plutão, Caronte, Nix e Hydra, são
considerados parte do mesmo sistema, mas não ganham números próprios: apenas
passam a ser identificados como 134340 I, II e III, respectivamente.
2006 (14 de setembro) – A UAI anuncia que o planeta anão 2003 UB313,
conhecido popularmente como "Xena", passa a se chamar oficialmente Éris, nome
da deusa grega da discórdia e do conflito. Sua lua, apelidada "Gabrielle", passa a ter
a denominação oficial de Disnomia, o demônio do caos e da anarquia, que na
mitologia é filha de Éris. Éris recebe esse nome porque a sua descoberta lança a
discórdia entre os astrônomos quanto à definição de um planeta e causa,
indiretamente, a descida de estatuto de Plutão de "planeta" para "planeta-anão".
2006 (14 de setembro) – Astrônomos do Centro Harvard-Smithsonian de
Astrofísica afirmam ter descoberto um planeta gigante, batizado como HAT-P-1,
que é cerca de 30% maior que Júpiter, mas cuja massa corresponde à metade da do
maior planeta do Sistema Solar. Gaspar Bakos, um dos cientistas envolvidos na
descoberta, diz ter o planeta cerca de 25% da densidade da água, o que faz dele um
objeto mais leve do que uma bola de cortiça gigante. A estrela em torno da qual ele
gira está localizada a 450 anos-luz da Terra.
2006 (18 de setembro) – A empresária de telecomunicações Anousheh Ansari, de
40 anos, nascida no Irã e naturalizada norte-americana, torna-se a primeira
mulher a viajar ao espaço na condição de turista. Ela parte para a ISS na Soyuz
TMA-9, ao lado do norte-americano Michael Lopez-Alegria e do russo Mikhail
Tyurin, para uma viagem de 11 dias. Ela volta à Terra em 29 de setembro.
2006 (20 de setembro) – A Nasa anuncia a descoberta, feita pela Cassini, de um
anel em Saturno. As câmeras da sonda também revelam imagens de material
gelado proveniente da lua Encélado.
2006 (22 de setembro) – É lançada a sonda japonesa Hinode (“nascer do sol”),
anteriormente denominada Solar-B, cujo objetivo é estudar, a partir de uma órbita
terrestre, as enormes explosões que ocorrem na atmosfera do Sol, conhecidas como
"chamas solares". Em apenas alguns minutos, essas explosões liberam energia
equivalente a milhões de bombas de hidrogênio. A missão pretende obter
informações sobre o campo magnético existente na atmosfera solar e entender o
mecanismo de ignição das explosões.
2006 (27 de setembro) – Uma equipe de médicos franceses, composta de três
cirurgiões e dois anestesistas, chefiada por Domenique Martin, realiza, a bordo de
um Airbus A300 G-Zero especialmente adaptado, a primeira cirurgia da história
em condições de ausência total de gravidade feita num ser humano. O paciente,
Philippe Sanchot, um voluntário de 46 anos anestesiado em terra, tem um cisto
sebáceo removido do antebraço. O objetivo da experiência é desenvolver
tecnologias que permitam realizar cirurgias em astronautas no espaço, em missões
futuras.
2006 (3 de outubro) – Os astrofísicos norte-americanos John C. Mather e George
F. Smoot são os ganhadores do Prêmio Nobel de Física por suas pesquisas sobre a
radiação de fundo das microondas cósmicas e a origem do Universo.
2006 (3 de outubro) – O cientista russo Oleg Korablev, do Instituto de Pesquisa
Espacial da Rússia, estabelece a idade de Marte como sendo de 4,65 bilhões de
anos.
2006 (5 de outubro) – Cientistas da NASA e da Itália determinam, com o auxílio do
telescópio espacial Swift, que as partículas emitidas em forma de jatos pelos
buracos negros (descobertas na década de 1970) são compostas de próttons e de
elétrons.
2006 (6 de outubro) – São apresentadas imagens da cratera Victoria, em Marte,
feitas pelo robô Opportunity. Essas fotografias representam uma das mais ricas
fontes de informação geológica sobre o planeta, por conta das camadas de rocha
aparentes na encosta da cratera.
2006 (8 de outubro) – Um pequeno meteorito cai sobre uma casa de campo em
Troidorf, norte da Alemanha, causando um incêndio que deixa um idoso de 77 anos
ferido no rosto e nas mãos.
2006 (11 de outubro) – Mais dois anéis de Saturno, descobertos pela Cassini, são
anunciados pela Nasa.
2006 (19 de outubro) – A revista britânica Nature publica um estudo, realizado por
astrônomos norte-americanos, contestando a existência de grandes quantidades de
gelo no polo sul da Lua, conforme havia sido deduzido a partir de dados coletados
pela sonda Clementine.
2006 (25 de outubro) – A Nasa lança a missão Stereo (Solar Terrestrial Relations
Observatories), formada por duas sondas, quase idênticas, cujo objetivo é estudar
as radiações produzidas pelas tempestades solares (mais especificamente, a
origem, a evolução e as consequências das explosões que ocorrem na coroa). Como
as sondas estão programadas para operar em órbitas opostas, pela primeira vez as
medidas do Sol e dos ventos solares são tomadas em três dimensões.
2006 (final de outubro) - A New Horizons deixa o cinturão de asteroides.
2006 (5 de novembro) – A Nasa perde contato com a Mars Global Surveyor, dois
dias antes do décimo aniversário do lançamento da sonda. Em órbita marciana
desde setembro de 1997, a sonda é dada como perdida no dia 21 de setembro.
2006 (9 de novembro) – Um grupo de cientistas, na maioria espanhóis, publica um
trabalho na revista Science, no qual sustenta que as estrelas mais evoluídas da Via
Láctea são altamente ricas em rubídio, o que confirma uma teoria de 40 anos sobre
a existência desses astros, que têm massa de quatro a oito vezes maior que a do Sol.
Segundo esse estudo, tais estrelas teriam "contaminado" a nebulosa da qual surgiu
o Sistema Solar, o que poderia ajudar a compreender a evolução química da
galáxia.
2006 (22 de novembro) – O presidente mexicano Vicente Fox inaugura o Grande
Telescópio Milimétrico, GTM (ou LMT, Large Milimeter Telescope, na sigla em
inglês), construído a uma altitude de 4.580m, no pico do vulcão inativo Sierra
Negra, no Estado de Puebla, centro do México. Sua antena, de 50m – a maior do
mundo –, é o resultado de um esforço conjunto do Instituto Nacional de
Astrofísica, Óptica e Eletrônica do México (INAOE) e da Universidade de
Massachusetts, dos EUA. Fabricado com projeto alemão, o GTM é concebido para
ser o radiotelescópio mais preciso do seu tipo quando entrar em plena atividade, a
partir de 2008, estando programado para estudar a composição de cometas, as
atmosferas dos planetas além do nosso Sistema Solar e as origens do Universo,
indo desde a formação das primeiras estrelas e galáxias à radiação cósmica de
microondas.
2006 (27 de novembro) – Uma equipe internacional de astrônomos anuncia, em
Paris, ter conseguido medir, pela primeira vez, o campo magnético de uma estrela
ao redor da qual gravita um dos cerca de 200 exoplanetas conhecidos. Situada a 50
anos-luz da Terra, a estrela Tau Bootis tem um campo magnético de alguns gauss
(unidade de medida de indução magnética), apenas um pouco maior que o do sol,
apesar de ter uma massa uma vez e meia superior.
2006 (28 de novembro) - São liberadas as primeiras imagens de Plutão feitas pela
New Horizons. Devido à grande distância, são pouco nítidas.
2006 (29 de novembro) – São divulgadas as primeiras imagens da superfície de
Marte obtidas pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter, cuja missão científica teve
início em 7 de novembro. As imagens mostram dunas intermináveis, algumas das
quais cruzadas por fendas que possivelmente se formaram durante o processo de
descongelamento do dióxido de carbono e da água pelo efeito dos raios solares.
Também mostram crateras de impacto, incluindo o "Endurance", percurso feito no
início de 2006 pela sonda Opportunity.
2006 (dezembro) – Imagens captadas pelo satélite norte-americano Galex (Galaxy
Evolution Explorer) permitem a um grupo internacional de astrônomos assistir,
pela primeira vez, "ao vivo" a todas as etapas da agonia de uma estrela sugada por
um buraco negro gigante, localizado a 4 bilhões de anos-luz da Terra.
2006 (4 de dezembro) – A Nasa anuncia que a Mars Reconnaissance Orbiter
fotografou três sondas na superfície de Marte: a Spirit e as duas Vikings.
2006 (4 de dezembro) – A Nasa anuncia que projeta construir, com cooperação
internacional, uma base ocupada de maneira permanente na Lua, provavelmente
em um dos polos do satélite.
2006 (6 de dezembro) – A Nasa anuncia a descoberta de evidências de que existe
água líquida em Marte na atualidade. Comparações entre imagens feitas pela Mars
Global Surveyor ao longo dos últimos anos demonstram a ocorrência de mudanças
morfológicas na superfície marciana nesse período, as quais podem ter sido
causadas por água fluindo por encostas de crateras.
Essa hipótese será contestada em fevereiro de 2008.
2006 (15 de dezembro) – A revista Science publica uma série de artigos, assinados
por 183 astrônomos de diversos países, nos quais são colocadas em dúvida as
teorias atualmente aceitas acerca da origem do Sistema Solar. As amostras de
poeira obtidas durante a passagem da sonda Stardust pelo cometa Wild 2 e trazidas
de volta à Terra demonstram, contrariamente ao que se pensava, a existência nos
cometas de minerais característicos das regiões internas do Sistema Solar,
indicando que, durante o processo de sua formação, deve ter ocorrido interação
entre os materiais das regiões interna e externa, o que não está de acordo com as
hipóteses formuladas até agora.
2006 (27 de dezembro) – É lançada de Baikonur, no Casaquistão, a missão espacial
Corot, desenvolvida sob a liderança da Agência Espacial Francesa (CNES) e
envolvendo a participação de mais cinco países (Alemanha, Áustria, Bélgica, Brasil
e Espanha) e da ESA. Os objetivos da missão são procurar planetas fora do Sistema
Solar (exoplanetas) e fazer a sismologia estelar (estudo da estrutura das estrelas e
de sua evolução). Com esse fim, o Corot está programado para medir variações na
intensidade da luz desses corpos celestes com uma precisão jamais alcançada que,
aliada a longos períodos de medição em cada região do céu, deve levar à detecção,
pela primeira vez na história, de outros planetas do tamanho da Terra e capazes de
abrigar vida superior. O acrônimo CoRot vem da fusão das palavras "COnveccão,
ROtação e Trânsitos". Mas também é homônimo de Jean-Baptiste Camille Corot
(1796-1875), pintor parisiense que foi um dos grandes nomes da transição entre o
classicismo e o impressionismo nas artes plásticas, um nome adequado para uma
missão que pretende pintar um novo quadro na astronomia moderna.
2007 (4 de janeiro) – Cientistas europeus e norte-americanos confirmam, num
artigo publicado pela revista britânica Nature e com base em imagens obtidas em
22 de julho de 2006 pela sonda Cassini, a existência de lagos de metano no
hemisfério norte de Titã.
2007 (8 de janeiro) – Uma equipe liderada por S. George Djorgovski, do
Observatório W.M. Keck, no Havaí, anuncia a descoberta do primeiro quasar triplo.
2007 (10 de janeiro) – Astrônomos norte-americanos divulgam estudo segundo o
qual Andrômeda (M31), a maior galáxia do Grupo Local, é cinco vezes maior do que
se imaginava, tendo um diâmetro de, pelo menos, um milhão de anos-luz.
2007 (18 de janeiro) – O cometa McNaught, descoberto em 7 de agosto de 2006, na
Austrália, por Robert McNaught, após passar pelo periélio em 12 de janeiro, atinge
sua luminosidade máxima (magnitude –6) e pode ser visto a olho nu no hemisfério
sul. Trata-se do cometa mais brilhante em 41 anos, superado pelo Ikeya-Seki,
visível durante o dia em 1965.
2007 (22 de janeiro) – A Índia torna-se o quarto país do mundo (depois de EUA,
Rússia e China) a trazer de volta, com sucesso, uma cápsula enviada ao espaço. O
satélite, lançado no dia 10 de janeiro, é dirigido, ao reentrar na atmosfera, para a
Baía de Bengala, atingindo-a a 36 km/h.
2007 (fevereiro) – O espectrômetro de mapeamento visual e infravermelho a bordo
da Cassini obtém imagens de uma nuvem com cerca de 2.400 km de diâmetro
sobre o polo norte de Titã. É possível que essa formação esteja diretamente
relacionada aos lagos descobertos em janeiro na superfície do satélite.
2007 (3 de fevereiro) – A sonda Ulysses faz uma passagem inesperada por dentro
da cauda do cometa McNaught, a 250 milhões de km do núcleo.
2007 (6 de fevereiro) – A sonda Opportunity completa 10 km percorridos sobre o
solo de Marte.
2007 (17 de fevereiro) – A Nasa lança os cinco satélites que compõem a missão
Themis, cujo objetivo é investigar as auroras boreais. Themis (“Time History of
Events and Macroscale Interactions during Substorms”) é a sigla em inglês para
"Histórico de Eventos e Interações a Macroescala durante as Subtempestades", mas
também o nome da deusa grega da Justiça.
2007 (25 de fevereiro) - A sonda Rosetta chega a 250 km de Marte, estuda o campo
magnético do planeta, faz diversas imagens e utiliza a gravidade marciana para
modificar sua rota.
2007 (28 de fevereiro) – A New Horizons passa por Júpiter e obtém impulso
gravitacional, aumentando sua velocidade de 70.000 para 84.000 km/h. A
aproximação máxima é de 2,3 milhões de km, e a sonda aproveita para fazer uma
série de imagens do planeta, bem como de suas principais luas. Nesta aproximação,
a sonda observa relâmpagos nos polos jovianos, O ciclo de vida das nuvens de
amoníaco, aglomerados de rochas viajando através dos fracos anéis que rodeiam o
planeta, a estrutura dentro das erupções vulcânicas em Io e a passagem de
partículas carregadas, nunca estudadas antes, ao longo da cauda magnética de
Júpiter.
2007 (26 de março) – Horst Bredekamp e William R. Shea apresentam em Pádua,
Itália, cinco páginas contendo desenhos da Lua feitos por Galileu Galilei,
recentemente descobertos e originalmente incluídos numa edição do "Sidereus
Nuncius", obra publicada em Veneza, em 1610.
2007 (abril) – São divulgados resultados de observações feitas pelo Akari,
destacando-se o estudo da evolução do material do meio interestelar através do
ciclo de vida das estrelas, a primeira detecção no infravermelho de um
remanescente de supernova na Pequena Nuvem de Magalhães, a confirmação de
uma taxa elevada de perda de massa em estrelas gigantes vermelhas jovens, o
estudo do material à volta de um buraco negro no centro do núcleo ativo de uma
galáxia distante e uma visão da formação de galáxias ao longo da história do
Universo.
2007 (10 de abril) – O astrônomo norte-americano Travis Barman anuncia a
detecção, pela primeira vez na história, de vestígios de água na atmosfera de um
planeta extrassolar, o HD209458b, a cerca de 150 anos-luz da Terra.
2007 (12 de abril) – Um boletim da Nasa comunica a primeira observação, feita
pelo Chandra, do eclipse de um grande buraco negro por uma nuvem de gás
incandescente. O fenômeno, ocorrido na galáxia NGC 1365, a cerca de 60 milhões
de anos-luz da Terra, permite aos astrônomos estudar com maior profundidade os
buracos negros super-massivos.
2007 (13 de abril) – Scott S. Sheppard, David C. Jewitt, Jan Kleyna e Brian G.
Marsden descobrem Tarqeq, 57º satélite conhecido de Saturno.
Diâmetro: 7 km; período orbital: 894,86 dias; distãncia média ao planeta: 17,9
milhões de km; massa: desconhecida; densidade: desconhecida.
2007 (23 de abril) – Liberadas as primeiras imagens tridimencionais do Sol,
obtidas pelas sondas Stereo.
2007 (24 de abril) – Cientistas suíços, franceses e portugueses, liderados por
Stephen Udry, do Observatório de Genebra, divulgam a descoberta do primeiro
planeta extrassolar com temperaturas similares às da Terra e capacidade de
armazenar água, potencialmente habitável, localizado na constelação de Libra e
girando em torno da anã vermelha Gliese 581, a 20,3 anos-luz da Terra. Com 1,5
raio terrestre de diâmetro e massa 5 vezes maior que a da Terra, é o menor
exoplaneta descoberto até o momento (recorde quebrado em abril de 2009) e
completa uma órbita ao redor de sua estrela em treze dias, tendo recebido o nome
de Gliese 581 C.
2007 (1º de maio) – São anunciadas mais duas luas de Saturno, cujo número sobe
para 59 As denominações provisórias são S/2007 S 1 e S/2007 S 2..
2007 (2 de maio) – Cientistas norte-americanos anunciam a descoberta do
exoplaneta mais maciço já encontrado, o HAT-P-2b. Distante 440 anos-luz da
Terra, o astro é ligeiramente maior que Júpiter, mas tem massa cerca de oito vezes
superior à joviana.
2007 (3 de maio) – É anunciada a detecção, feita pelo Spirit, de traços de uma
erupção vulcânica nas proximidades da planície Home Plate, em Marte. Segundo a
Nasa, é a primeira vez que se identifica naquele planeta, com alto grau de certeza,
um depósito de sedimentos provenientes de uma explosão vulcânica.
2007 (3 de maio) – O CNES anuncia a descoberta do primeiro exoplaneta feita pelo
Corot. Batizado de CoRoT-Exo-1b, o astro está a mais de 1.500 anos-luz da Terra e
orbita uma anã semelhante ao Sol. De temperatura elevada, tem diâmetro entre
200.000 e 250.000 km e massa 1,3 vez superior à de Júpiter.
2007 (7 de maio) – Uma equipe de cientistas liderada pelo norte-americano
Nathan Smith informa que 2006gy, descoberta em setembro de 2006 e localizada
na galáxia NGC 1260, na constelação de Perseu, a 240 milhões de anos-luz da
Terra, é a mais poderosa e brilhante supernova já observada.
2007 (9 de maio) – O JPL informa que, com base em dados fornecidos pelo Spitzer,
astrônomos norte-americanos conseguem estabelecer, de forma inédita, o clima
reinante em dois exoplanetas: o HD189733b, localizado a 60 anos-luz da Terra,
atingido por fortes ventos (9.600 km/h), e o HF149026b, distante 279 anos-luz, o
mais quente já encontrado (mais de 2.000°C).
2007 (30 de maio) – Imagens da sonda Cassini permitem a descoberta do
sexagésimo satélite de Saturno, chamado informalmente de “Frank”. A notícia é
divulgada pela Nasa em 19 de julho.
2007 (5 de junho) – Em sua viagem para Mercúrio, a sonda Messenger sobrevoa
Vênus, aproveitando a ocasião para testar instrumentos e efetuar medições das
nuvens do planeta.
2007 (7 de junho) – A Messenger e a Venus Express, trabalhando em conjunto,
obtêm fotografias com detalhes do relevo e da atmosfera de Vênus jamais vistos
anteriormente.
2007 (14 de junho) – Uma equipe de astrônomos norte-americanos, liderada por
Mike Brown, anuncia que Éris tem massa 27% superior à de Plutão. Isso faz de Éris
o maior objeto encontrado no Sistema Solar desde a descoberta de Netuno, em
1846.
2007 (16 de junho) – A norte-americana Sunita Williams torna-se a mulher com
mais tempo de permanência contínua no espaço. Ao iniciar a volta para a Terra a
bordo do Atlantis, três dias depois, completa 191 dias na ISS.
2007 (11 de julho) – Um estudo publicado na revista Nature afirma que uma equipe
internacional de astrônomos, utilizando imagens do Spitzer, detecta, pela primeira
vez, água (na forma de vapor, em grandes quantidades) na atmosfera de um
exoplaneta, o HD 189733b, localizado na constelação da Pequena Raposa e distante
63 anos-luz da Terra.
2007 (23 de julho) – Astrônomos norte-americanos anunciam a descoberta de uma
gigantesca estrela, com massa 25 vezes superior à do Sol e luminosidade 500.000
vezes maior, rica em oxigênio e em moléculas necessárias para o desenvolvimento
de vida como a que conhecemos na Terra. Batizada de VY Canis Majoris, a estrela
localiza-se a 5.000 anos-luz de distância, e ao seu redor há carbono, nitrogênio,
fósforo e cloreto de sódio.
2007 (2 de agosto) – Astrônomos trabalhando no Observatório Roque de los
Muchachos, localizado na ilha de La Palma, calculam o número de estrelas visíveis
a olho nu no céu noturno: 8.479. Levando em conta que as estrelas visíveis em cada
hemisfério são diferentes, variando também de acordo com a época do ano, um
observador situado num ponto específico do planeta pode ver, no máximo, cerca de
2.500 desses astros.
2007 (4 de agosto) – É lançada a sonda norte-americana Phoenix, destinada a
pousar no polo norte de Marte. O principal objetivo da missão é procurar por água,
supostamente existente naquela região da superfície marciana. A nave possui um
braço robótico capaz de escavar até uma profundidade de 50cm, estando
programada para extrair amostras do solo e analisá-las a fim de determinar sua
composição. A Phoenix carrega um DVD denominado "Visões de Marte", criado
pela Sociedade Planetária em Pasadena, Califórnia. Feito de vidro de sílica, para
dar durabilidade, o DVD traz os nomes de cerca de 250 mil pessoas de mais de
setenta países, bem como exemplos da literatura, arte e música da Terra.
2007 (6 de agosto) – A Nasa anuncia a detecção, feita pelo Spitzer, de uma das
maiores colisões cósmicas já registradas. Trata-se da fusão de quatro galáxias de
um grupo chamado CL 0958 4702, situado a quase 5 bilhões de anos luz da Terra.
O resultado previsto dessa colisão é a formação de uma única galáxia, com massa
10 vezes superior à da Via Láctea.
2007 (7 de agosto) – Uma equipe internacional de astrônomos anuncia a
descoberta de TrES-4, o maior exoplaneta já encontrado, com tamanho 70%
superior ao de Júpiter. O astro orbita a estrela GSC02620-00648, localizada a
1.435 anos-luz da Terra, na constelação de Hércules.
2007 (15 de agosto) – A Nasa divulga a descoberta, feita pelo Galex, de um longo
rastro, de 13 anos-luz de diâmetro, semelhante à cauda de um cometa, deixado pela
estrela Mira, da constelação de Cetus. É a primeira vez que se observa um rastro
desse tipo vinculado a uma estrela.
2007 (23 de agosto) – Os astrônomos Lawrence Rudnick, Shea Brown e Liliya R.
Williams, da Universidade de Minnesota, divulgam estudo no qual afirmam ter
encontrado um grande "buraco" no Universo, ou seja, uma região com 1 bilhão de
anos-luz de diâmetro, localizada nas proximidades da constelação de Erídano, em
que não há qualquer tipo de matéria. Embora as teorias cosmológicas prevejam a
existência desses "vazios", todos os modelos elaborados até o momento
estabeleciam em 100 milhões de anos-luz o limite de suas dimensões.
2007 (29 de agosto) – A Nasa divulga imagens, feitas pelo Spitzer, que registram o
surgimento do sistema estelar NGC 1333-IRAS 4B, localizado na constelação de
Perseu e distante 1.000 anos-luz da Terra, onde foi encontrado vapor de água
suficiente para encher cinco vezes os oceanos terrestres. Segundo a Agência
espacial norte-americana, trata-se da primeira visão direta da forma como a água,
elemento crucial na formação de vida, começa a fazer parte dos planetas, inclusive
os rochosos como a Terra.
2007 (31 de agosto) – Um grupo de astrônomos norte-americanos liderado por
Steven Tomczyk publica na revista Science um artigo no qual informa a detecção,
pela primeira vez, de um tipo de onda de plasma na coroa solar que pode atingir
temperaturas maiores do que as encontradas na superfície da estrela. Essas ondas,
previstas teoricamente pelo físico sueco Hannes Olof Gösta Alfvén (1908-1995) e
que levam seu nome, podem explicar, pelo menos parcialmente, a grande diferença
de temperatura existente entre a coroa (cerca de 1 milhão de °C) e a superfície do
Sol (pouco menos de 6.000°C). Graças a essa previsão teórica, Alfvén recebe o
Prêmio Nobel de Física em 1970.
2007 (4 de setembro) – Na data em que a missão da Venus Express completa
quinhentos dias, a ESA divulga imagens enviadas pela sonda, as quais permitem
concluir que a estrutura da atmosfera venusiana é inconstante e muda com rapidez,
de um dia para o outro. Além disso, a meteorologia do planeta é muito variável, e a
intensidade das turbulências muda significativamente em curtos períodos.
2007 (14 de setembro) – É lançada a primeira sonda lunar japonesa, denominada
Kaguya (ou Selene – Selenological Engineering Explorer, em inglês). O objetivo da
missão é recopilar informação sobre a origem e composição da Lua, além de
estudar a eventual possibilidade de uma base humana permanente. A nave carrega
14 instrumentos científicos destinados a colher informação sobre a superfície lunar,
como composição mineral, estrutura e geografia, além de obter dados sobre o
campo gravitacional e os vestígios do campo magnético. Programada para orbitar a
Lua a uma altitude de 100 km, a sonda transporta dois pequenos satélites, Relay e
VRAD, que têm por finalidade, uma vez separados da nave, observar a superfície
lunar de diferentes órbitas elípticas. O nome Kaguya refere-se a uma princesa
lunar, personagem de um conto infantil japonês.
2007 (15 de setembro) – Um meteorito cai no povoado de Carancas, na província
de Chucuito, cerca de 1.300 km ao sul de Lima, no Peru, abrindo uma cratera de
30m de diâmetro e 6m de profundidade.
2007 (18 de setembro) – O JPL informa a descoberta, feita por um grupo
internacional de astrônomos, de que o polo sul de Netuno é a região mais quente
do planeta. Devido ao longo período de translação de Netuno (165 anos terrestres),
as regiões polares recebem luz solar de modo contínuo durante 82 anos, sendo
possível que, dentro de aproximadamente oitenta anos, haja uma inversão térmica,
passando o polo norte à condição de zona mais quente.
2007 (21 de setembro) – A Nasa informa a descoberta, feita pela Mars Odyssey, de
evidências do que parecem ser sete cavernas, com diâmetros entre 100 e 250m, na
encosta do vulcão Arsia Mons, em Marte. Chamadas pelos cientistas de "sete
irmãs", essas estruturas constituem as primeiras entradas para regiões interiores
de outro corpo celeste encontradas até o momento.
2007 (27 de setembro) – É lançada a sonda norte-americana Dawn (Alvorada),
com destino ao asteroide Vesta e ao planeta anão Ceres. O principal objetivo da
missão é procurar por indícios acerca da origem do Sistema Solar, bem como
comparar os elementos constituintes de Vesta e de Ceres com os formadores dos
planetas terrestres. Primeira nave programada para viajar a dois corpos celestes
diferentes e orbitá-los, a Dawn usa um novo sistema de propulsão: Em vez de
foguetes propulsores que queimam combustíveis químicos, emprega um trio de
motores elétricos a energia solar, que ionizam e expelem gás xenônio, o que deixa
um rastro azul cintilante e proporciona grande economia de combustível. A Dawn
orbitará Vesta de setembro de 2011 a abril de 2012, seguindo então para Ceres, em
cuja órbita permanecerá de fevereiro a julho de 2015.
2007 (5 de outubro) – A sonda japonesa Selene entra com sucesso na órbita da
Lua.
2007 (10 de outubro) – São inaugurados, no norte da Califórnia, os primeiros 42
(de um total previsto de 350) radiotelescópios do projeto ATA (Allen Telescope
Array), cujo objetivo é procurar por vida extraterrestre inteligente. Esse projeto é
operado pelo Instituto SETI e pelo laboratório de radioastronomia da Universidade
da Califórnia.
2007 (17 de outubro) – Um artigo publicado pela revista Nature informa a
descoberta, feita por uma equipe internacional de astrônomos coordenada pelo
norte-americano Jerome Orosz, de um buraco negro com 15,7 massas solares,
localizado na galáxia do Triângulo (M33), a 3 milhões de anos-luz da Terra. O
achado é significativo, pois trata-se do maior buraco negro já observado junto a
uma estrela de grande massa e o primeiro conhecido num sistema binário
eclipsante.
2007 (18 de outubro) – É desativado, após oito anos de vida útil, o observatório
orbital FUSE (Far Ultraviolet Spectroscopic Explorer), lançado em junho de 1999.
2007 (19 de outubro) – A norte-americana Peggy Withson, de 47 anos, torna-se a
primeira mulher a assumir o comando da ISS.
2007 (23 e 24 de outubro) – Em apenas 42h, o brilho do cometa 17P/Holmes
(descoberto em 6 de novembro de 1892 pelo astrônomo inglês Edwin Holmes –
1842-1919) passa da magnitude 17 para a magnitude 2,8, o que representa um
aumento de quase 500.000 vezes. Trata-se do maior aumento de brilho já
registrado para um cometa, e os cientistas ainda não têm explicação para o
fenômeno.
2007 (24 de outubro) – É lançada a Chang’E 1, primeira sonda lunar da China, que
parte da base de Xichang, na província de Sichuan, no sudoeste do país. Os
objetivos da missão são analisar a poeira da Lua e a distribuição dos elementos na
superfície do satélite, além de tirar fotografias em três dimensões. Este é o primeiro
lançamento do programa espacial chinês aberto ao público, sendo presenciado por
mais de 2.000 espectadores. Chang’E é, na mitologia chinesa, uma deusa que
viajou à Lua e habita nela.
2007 (30 de outubro) – A Nasa divulga a descoberta, feita por uma equipe de
astrônomos liderada pela norte-americana Andrea Prestwich, do maior buraco
negro já observado, com massa entre 24 e 33 vezes a do Sol, localizado na galáxia
IC 10, a cerca de 1,8 milhão de anos-luz da Terra.
2007 (31 de outubro) – Um estudo publicado na revista Nature e dirigido por
Antonio Chrysostomou, da Universidade de Hertfordshire (Reino Unido),
demonstra que o campo magnético das estrelas que começam a se formar tem uma
estrutura helicoidal.
2007 (5 de novembro) – A sonda chinesa Chang’E 1 entra com sucesso na órbita da
Lua.
2007 (7 de novembro) – A Nasa anuncia a descoberta de um quinto planeta
orbitando a estrela 55 Cancri, o que configura o maior número de planetas
extrassolares num único sistema de que se tem notícia. Localizado na constelação
de Câncer e distante 41 anos-luz, este planeta tem cerca de 45 vezes amassa da
Terra e é o quarto a partir de sua estrela, a qual orbita, à distância de 116,7 milhões
de km, em 260 dias.
2007 (8 de novembro) – Um estudo realizado por 370 cientistas de 17 países (entre
eles o Brasil) e publicado na revista Science sustenta que os raios cósmicos,
partículas com grande concentração de energia e que se deslocam a velocidades
próximas à da luz, atingindo a Terra continuamente, são provavelmente originados
de buracos negros gigantes situados em galáxias vizinhas à Via Láctea. A origem
desses raios é alvo de investigação há décadas, e a compreensão de sua natureza,
bem como dos mecanismos que determinam sua aceleração, pode fornecer aos
cientistas pistas na busca de explicação para a origem do Universo.
2007 (13 de novembro) - A sonda Rosetta sobrevoa a Terra pela segunda vez. Cinco
dias antes, durante a aproximação, é confundida com um asteroide e chega a
receber a designação provisória 2007 VN84, cancelada assim que o equívoco é
constatado..
2007 (21 de novembro) – Um estudo coordenado por Patrick Dufour, do
departamento de Astronomia da Universidade do Arizona, e publicado na revista
Nature, informa a descoberta de várias anãs brancas com atmosfera de carbono,
algo nunca antes visto, o que pode implicar a existência de uma nova categoria de
estrelas.
2007 (7 de dezembro) – A revista Science publica, numa seção especial, dez artigos
contendo os primeiros resultados da missão da sonda japonesa Hinode. Destaca-se
a observação das ondas Alfvén, as quais, juntamente com a liberação de energia
que ocorre quando as linhas de campos magnéticos se cruzam e se reconectam,
fornecem explicação para as elevadas temperaturas da coroa solar relativamente à
superfície. Ademais, são observados diversos tipos de jatos de matéria em alta
velocidade, provenientes das erupções solares, que estão na origem do vento solar.
2007 (13 de dezembro) – Um estudo realizado por uma equipe internacional de
astrônomos liderada por Daniela Carollo, e publicado na revista Nature, conclui
que a Via Láctea não é composta por um único halo, mas por dois, que se
movimentam em sentidos contrários e têm velocidades, composições e histórias
diferentes.
2007 (20 de dezembro) – Acolhendo uma proposição da Itália, a ONU declara
2009 Ano Internacional da Astronomia, em comemoração aos 400 anos do
primeiro uso astronômico de um telescópio, por Galileu Galilei.
2008 (3 de janeiro) – De acordo com estudo publicado na revista Nature, uma
equipe de astrônomos do Instituto Max Planck de Astronomia, localizado em
Heidelberg, Alemanha, observa, pela primeira vez, a formação de um planeta no
interior do disco de poeira e de gás que envolve uma estrela jovem. Com massa 10
vezes superior à de Júpiter, o planeta dista 6 milhões de km da sua estrela, TW
Hydrae, localizada na constelação de Hidra, ao redor da qual gira em 3,56 dias.
Essa descoberta implica a necessidade de revisão das teorias sobre o tempo de
formação dos planetas.
2008 (14 de janeiro) – A sonda Messenger sobrevoa Mercúrio pela primeira vez, à
distância de 200 km, tornando-se a segunda espaçonave (depois da Mariner 10) a
passar por aquele planeta. São feitas as primeiras imagens do hemisfério "oculto"
de Mercúrio, ou seja, do lado do planeta não fotografado pela Mariner 10 na década
de 1970. As 1.213 imagens obtidas pela Messenger neste primeiro sobrevoo
permitem concluir que Mercúrio é menos parecido com a Lua do que se pensava.
Entre os acidentes geográficos descobertos, destaca-se uma estrutura batizada de
"Aranha", formada por mais de uma centena de saliências com uma cratera de 40
km de diâmetro no núcleo, diferente de qualquer forma de relevo jamais observada
em Mercúrio ou Na Lua. As imagens são liberadas pela Nasa em 30 de janeiro.
2008 (4 de fevereiro) – A Nasa transmite ao espaço, como parte das comemorações
do seu 50º aniversário, a canção "Across the Universe", dos Beatles, composta por
John Lennon (1940-1980) e Paul McCartney. Os sinais, viajando à velocidade da
luz, levarão 430 anos para chegar a seu destino, a Estrela Polar.
2008 (11 de fevereiro) – Astronautas a bordo do Atlantis (STS-122) instalam na ISS
o laboratório Columbus, primeira base permanente da Europa no espaço. Com isso,
a Europa passa a ser membro de pleno direito da ISS, juntamente com EUA e
Rússia.
A tripulação da missão é constituída por Stephen Frick - Comandante -, Alan
Poindexter - Piloto -, Leland Melvin, Rex Walheim, Hans Schlegel, Stanley Love,
Léopold Eyharts )que fica na ISS)e Daniel Tani )que volta da ISS).
2008 (13 de fevereiro) – A Nasa informa que observações da Cassini revelam a
existência, em Titã, de reservas de hidrocarbonetos superiores a todas as de
petróleo e gás natural conhecidas na Terra. Segundo cientistas do Laboratório de
Físicas Aplicadas da Universidade de Johns Hopkins, esses hidrocarbonetos caem
do céu e formam grandes depósitos em forma de lagos e dunas. A temperatura
média em Titã é de –179°C e, em vez de água, sua superfície está coberta por
hidrocarbonetos na forma de metano e etano. Além disso, suas dunas contêm um
volume de materiais orgânicos centenas de vezes maior que as reservas terrestres
de carvão.
2008 (14 de fevereiro) – Astrônomos do Observatório de Arecibo, em Porto Rico,
anunciam que o asteroide 2001 SN263 (descoberto em 2001) é, na verdade, um
sistema triplo, o mais próximo da Terra já encontrado, distante 11 milhões de km.
2008 (15 de fevereiro) – Uma equipe de 70 cientistas de 11 países, liderada por
Scott Gaudi, da Universidade do Estado de Ohio, publica na revista Science a
descoberta de um sistema planetário que, em escala reduzida, é semelhante ao
nosso. Trata-se de dois planetas parecidos com Júpiter e Saturno, orbitando uma
estrela distante cerca de 5.000 anos-luz. Esta é a primeira vez que um planeta com
massa similar à de Júpiter é detectado junto com planetas adicionais.
2008 (19 de fevereiro) – A Mars Reconnaissance Orbiter detecta, pela primeira vez,
avalanches de pó e gelo no polo norte de Marte. A informação é divulgada pela
Nasa em 3 de março.
2008 (21 de fevereiro) – A revista norte-americana Astronomy and Astrophysics
publica a informação de que uma equipe internacional composta por 19
astrônomos detecta, graças às imagens do telescópio CFHT (Canadá-FrançaHavaí), a maior estrutura de matéria escura já observada no Universo, com pelo
menos 270 milhões de anos-luz, superando amplamente o recorde anterior, de
aproximadamente 100 milhões de anos-luz.
2008 (29 de fevereiro) – Um estudo publicado na revista Geology e liderado por
Jon Pelletier, da Universidade do Arizona, afirma não estar correta a tese, surgida
em 2006 a partir de imagens feitas pela Mars Global Surveyor, de que Marte
poderia ter tido água líquida em sua superfície nos últimos dez anos. De acordo
com o estudo, novas imagens e simulações computadorizadas indicam fortemente
que um deslizamento de areia e cascalho é a explicação mais provável para os
depósitos brilhantes em valas, considerados ultimamente como provas da
existência de água nesses lugares.
2008 (7 de março) – A revista Science publica fotografias, tiradas em 2005 pela
Cassini, nas quais aparece um disco de escombros em torno de Reia, satélite de
Saturno, podendo tratar-se de anéis. Se essa hipótese for confirmada, Reia é a
primeira lua do Sistema Solar em torno da qual anéis são descobertos.
2008 (9 de março) – A ESA lança o Júlio Verne, primeiro cargueiro espacial
europeu, cuja tarefa é abastecer a ISS com alimentos, combustível e outras cargas.
Trata-se de um veículo automatizado e descartável: está concebido para, após
permanecer por seis meses acoplado à ISS, ser enviado de volta com lixo e carga já
inútil para a Estação, queimando em sua reentrada na atmosfera. A acoplagem
ocorre em 4 de abril.
2008 (12 de março) – A Cassini passa a 52 km de Encélado, o sobrevoo mais
próximo de um satélite já realizado, com o objetivo de estudar os jatos de gás e gelo
que saem do polo Sul do astro.
2008 (20 de março) – Um estudo liderado por Mark Swain e publicado na revista
Nature anuncia a detecção, feita pelo telescópio Hubble, da primeira molécula
orgânica (de metano) na atmosfera de um exoplaneta, o HD189733b, distante 63
anos-luz e situado na constelação da Pequena Raposa.
2008 (15 de abril) – A Nasa anuncia a prorrogação, por mais dois anos, da missão
da sonda Cassini, originalmente programada para terminar em 30 de junho de
2008.
2008 (16 de abril) – Peggy Whitson, comandante da ISS, marca um novo recorde
de permanência acumulada no espaço para um astronauta americano, com 374
dias. O recorde anterior pertencia a Michael Foale. O retorno à Terra ocorre no dia
19 de abril.
2008 (maio) - A ESA anuncia a descoberta, feita pelo Corot, de um objeto celeste
ainda não classificado, que parece ser algo entre uma anã marrom e um planeta.
Denominado COROT-Exo-3b, o astro é ligeiramente menor que Júpiter e tem 20
vezes a massa daquele planeta, o que resulta em uma densidade duas vezes
superior à da platina. Leva quatro dias e seis horas para orbitar sua estrela, a qual é
um pouco maior do que o Sol. Cientistas acreditam que podem ter encontrado, com
a detecção do COROT-exo-3b, o elo que faltava entre estrelas e planetas.
2008 (21 de maio) – Um estudo publicado na revista Nature informa que cientistas
da Universidade de Princeton liderados por Alicia Soderberg, utilizando o
telescópio Swift, captam, pela primeira vez, o momento exato do nascimento de
uma supernova, localizada a 90 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de
Lince.
2008 (25 de maio) – A sonda Phoenix torna-se a primeira a pousar numa região
próxima ao polo norte de Marte, após uma viagem de aproximadamente 680
milhões de km. As primeiras 50 imagens são transmitidas duas horas depois do
pouso, revelando uma região inexplorada do planeta.
2008 (3 de junho) – Os astronautas Mike Fossum e Ronald Garan, a bordo do
Discovery (STS-124), dão início à instalação do o laboratório japonês Kibo
(Esperança), o maior da ISS, com 11m de comprimento, 14,5t de peso, duas janelas,
um braço robótico e seu próprio compartimento de pressurização. O Kibo conta
com 23 plataformas para pesquisas sobre medicina espacial, biologia, observações
da Terra, produção de materiais, biotecnologia e comunicações.
Os tripulantes da missão são Mark Kelly - Comandante -, Kenneth Ham - Piloto -,
Karen Nyberg, Ronald Garan Jr., Michael Fossum, Akihiko Hoshide, Gregory
Chamitoff )que fica na ISS) e Garrett Reisman (que volta da ISS).
A instalação é concluída pela STS-127, em julho de 2009.
2008 (3 de junho) – Robert Benjamin, astrônomo da Universidade de Wisconsin,
afirma em entrevista à imprensa que a Via Láctea tem apenas dois braços espirais,
e não quatro, como se pensava. Segundo ele, dados fornecidos pelo Spitzer
confirmam a existência de Norma e de Sagitário, ao passo que Scutum-Centauro e
Perseu são reclassificados como braços menores ou ramificações.
Essa teoria será contestada no início de 2009.
2008 (5 de junho) – Astrônomos britânicos e franceses, coordenados por Carl
Murray, publicam na revista Nature um artigo afirmando que colisões em grande
escala ocorrem quase que diariamente no anel F de Saturno, fenômeno sem
paralelo em todo o Sistema Solar. Ademais, são encontradas evidências de
pequenas luas no núcleo do anel.
2008 (8 de junho) - A New Horizons cruza a órbita de Saturno. A órbita de Urano
será alcançada em 18 de março de 2011, e a de Netuno, em 1º de agosto de 2014.
2008 (11 de junho) – É lançado pela Nasa o telescópio Glast (do inglês "GammaRay Large Area Space Telescope", ou "grande telescópio espacial de raios gama"),
cujo objetivo é buscar indícios que expliquem os mecanismos de aceleração nos
pulsares, os vestígios de supernovas e os núcleos ativos das galáxias. O Glast é o
sucessor do Observatório de Raios Gama Compton, lançado em 1991 e desativado
em 2000. Posteriormente (26 de agosto), este telescópio é renomeado para Fermi,
em homenagem ao italiano Enrico Fermi
(1901-1954), pioneiro no estudo da física de alta energia.
2008 (11 de junho) – A UAI anuncia a decisão, tomada por seu Comitê Executivo
reunido em Oslo (Noruega) de adotar o nome plutoide para os astros com
características semelhantes às de Plutão. Pela definição adotada, plutoides são
corpos celestes que orbitam o Sol além de Netuno, têm forma esférica e não
varreram objetos menores de suas órbitas. Plutoides são, portanto, planetas anões
transnetunianos. Plutão e Éris se encaixam nesta categoria, não acontecendo o
mesmo com Ceres.
2008 (20 de junho) – A Nasa anuncia a descoberta de gelo em Marte, feita pela
Phoenix.
2008 (24 de junho) – Marcelo Magnasco, chefe do Laboratório de Física
Matemática da Universidade Rockefeller, e Constantino Baikouzis, do Observatório
Astronômico de La Plata, na Argentina, publicam no site da revista Proceedings of
the National Academy of Sciences um estudo estabelecendo em 16 de abril de 1178
a.C. o eclipse total do Sol descrito por Homero na Odisseia ("O Sol pereceu do céu e
tudo foi envolvido por uma aura demoníaca"), visto por Ulisses no momento em
que chega de volta à ilha de Ítaca, após vinte anos de ausência.
2008 (26 de junho) – Três artigos publicados na Nature anunciam terem sido
encontradas evidências de que a grande planície lisa que cobre 40% da superfície
de Marte, localizada no hemisfério norte do planeta, é uma grande cratera, formada
por um impacto com a força de 10 bilhões de bombas de hidrogênio. Trata-se da
maior cratera do Sistema Solar, uma elipse com 10.500 km de comprimento e
8.500 km de largura (maior do que Ásia, Europa e Oceania juntas), formada a
partir da colisão de um objeto com diâmetro estimado de 2.000 km.
2008 (julho) – Pequenas quantidades de água são encontradas dentro de rochas
lunares de origem vulcânica trazidas pela Apollo 15.
2008 (1º de julho) – É divulgada a informação de que o SOHO (Solar and
Heliospheric Observatory) atinge uma marca histórica, com a descoberta de seu
cometa de número 1.500, o que representa quase a metade dos 3.300 cometas
observados até a presente data.
2008 (3 de julho) – Cientistas norte-americanos da Universidade de Michigan
publicam na revista Science um estudo no qual afirmam ter determinado, graças a
dados enviados pela Messenger, a composição da atmosfera e da superfície de
Mercúrio através da medição das partículas carregadas em seu campo magnético.
Segundo os autores do estudo, essa atmosfera contém silicatos, sódio, enxofre e até
vapor de água. Acredita-se que o vapor de água tenha sido formado a partir de
hidrogênio proveniente do vento solar e de oxigênio oriundo dos minerais da crosta
mercuriana.
Ainda em julho, é revelada a existência de uma série de vulcões inativos em
Mercúrio.
2008 (3 de julho) – Cientistas liderados por René Breton, da Universidade McGill,
de Montreal, no Canadá, publicam na revista Science um estudo que confirma,
mediante a observação de um pulsar binário distante da Terra 1.700 anos-luz, a
existência do efeito cósmico denominado precessão, previsto por Albert Einstein na
Teoria da Relatividade Geral, segundo o qual, em um sistema de dois objetos de
massas Muito grandes, como esses pulsares observados, a força gravitacional de
um, além de seu movimento de rotação, modifica o eixo de rotação do outro.
2008 (3 de julho) – A partir de dados enviados pela Voyager 2, cientistas liderados
por Linghua Wang, da Universidade da Califórnia, publicam na revista Nature um
artigo em que afirmam não ser a forma do Sistema Solar arredondada, como se
pensava, mas sim assimétrica, pois é amassado pelo campo magnético interestelar.
A heliosfera, bolha formada pelo vento solar e que se estende além de Plutão, é
empurrada de volta em direção ao Sol pelo campo magnético interestelar, o que faz
com que se deforme.
2008 (15 de julho) – Makemake torna-se oficialmente o quarto planeta anão do
Sistema Solar (depois de Ceres, Plutão e Éris). Descoberto em 31 de março de 2005
e conhecido como 2005 FY9 ou "Coelhinho da Páscoa", esse objeto localiza-se no
cinturão de Kuiper e não possui satélites conhecidos. Makemake é o nome do
criador mítico da humanidade segundo os rapanui, nativos da ilha de Páscoa.
Diâmetro estimado: entre 1.300 e 1.900 km; período orbital: 113.183 dias (309,88
anos); distância média ao Sol: 6,850 bilhões de km (varia entre 5,760 e 7,940
bilhões de km.
2008 (24 de julho) – A Nasa informa ter desvendado, graças a dados fornecidos
pela missão Themis, o mecanismo pelo qual se formam as auroras polares (boreais
e austrais). Segundo os cientistas da Agência, explosões de energia magnética, que
ocorrem a um terço da distância Terra-Lua, são responsáveis por esses fenômenos
luminosos, de cores vivas, com predominância do verde, e que se produzem nas
regiões próximas aos polos. Um processo de "reconexão" entre as cordas
magnéticas gigantes que unem a Terra ao Sol e que armazenam a energia dos
ventos solares provoca essas tempestades de luzes polares. "A reconexão magnética
permite liberar a energia armazenada nessas cordas, dispersando partículas
eletrificadas para a atmosfera terrestre".
2008 (30 de julho) – Cientistas da Nasa confirmam a existência de etano líquido
num dos lagos de Titã descobertos pela Cassini. Isso faz de Titã o primeiro corpo do
Sistema Solar, excluída a Terra, em que é encontrado líquido na superfície.
2008 (31 de julho) – A Nasa divulga a comprovação da existência de água em
Marte, obtida em testes de laboratório realizados pela sonda Phoenix.
2008 (11 de agosto) – O telescópio Hubble completa 100 mil órbitas em torno da
Terra.
2008 (11 de agosto) – A sonda Cassini localiza pontos dos quais surgem jatos de
gelo na superfície da lua Encélado de Saturno. Os gêiseres emanam de fendas com
300m de profundidade, e em suas encostas há grandes depósitos de um material
fino e blocos de gelo que podem ser de vários metros, até do tamanho de uma casa.
2008 (25 de agosto) A ESA anuncia a descoberta, feita pelo observatório
astronômico europeu XMM-Newton, do maior grupo de galáxias jamais visto, uma
descoberta que pode confirmar a existência da energia negra, supostamente
responsável pela aceleração da expansão do Universo. O grupo, batizado de 2XMM
J083026+524133, tem massa mil vezes superior à da Via Láctea e localiza-se a 7,7
bilhões de anos-luz da Terra.
2008 (27 de agosto) – Um estudo liderado por Louis Strigari, da Universidade da
Califórnia, e publicado na revista Nature, afirma que a massa mínima de uma
galáxia equivale a 10 milhões de massas solares.
2008 (5 de setembro) - A sonda Rosetta sobrevoa o asteroide 2867 Steins,
descoberto em 4 de novembro de 1969 por Nikolai Chernyk (1931-2004), à
distância de 800 km. As imagens transmitidas mostram que o astro, com diâmetro
de 2 x 5 km, é de cor cinza e tem conjuntos de até sete crateras.
2008 (10 de setembro) – Entra em funcionamento, para testes, o Grande Colisor de
Hádrons (LHC – Large Hadron Collider, na sigla em inglês), o maior acelerador de
partículas do mundo, localizado no CERN (Conseil Européen pour la Recherche
Nucléaire), na cidade suíça de Meyrin, na fronteira com a França. Com forma
circular e perímetro de 27 km, o LHC é o mais poderoso e complexo instrumento
científico já construído e tem como objetivo recriar, mediante colisões induzidas de
partículas, as condições que existiam no Universo imediatamente após o Big Bang.
Espera-se confirmar a existência do bóson de Higgs, única partícula elementar do
modelo padrão atualmente aceito pela Física ainda não observada, mas que
representa a chave para explicar a origem da massa das demais partículas
elementares, prevista (1964) pelo físico teórico britânico Peter Higgs.
2008 (15 de setembro) - Cientistas da Universidade de Toronto anunciam ter
fotografado, pela primeira vez, utilizando o telescópio Gemini Norte, um planeta
orbitando uma estrela semelhante ao Sol, denominada 1RXS J160929.1-210524 e
localizada a 500 anos-luz da Terra. O planeta tem massa oito vezes superior à de
Júpiter e está tão distante da estrela (cerca de 50 bilhões de km) que ainda é
necessário determinar se ambos os objetos pertencem, efetivamente, ao mesmo
sistema.
2008 (18 de setembro) – Haumea, membro do cinturão de Kuiper conhecido como
2003 EL61, torna-se oficialmente o quinto planeta anão do Sistema Solar.
Descoberto em dezembro de 2004, o astro tem dois satélites, Hi’iaka e Namaka, e
seu nome é uma homenagem à deusa havaiana do nascimento e da fertilidade.
Haumea – Diâmetro estimado: 1.960 x 1.518 x 996 km; período orbital: 104.234
dias (285,4 anos); distância média ao Sol: 6,484 bilhões de km (varia entre 5,260 e
7,708 bilhões de km.
Hi’iaka – Diâmetro: 310 km; período orbital: 49,12 dias; distância média a
Haumea: 49.500 km.
Namaka – Diâmetro estimado: 170 km; período orbital: 18 dias: distância média
estimada a Haumea: 39.300 km.
2008 (25 de setembro) – É lançada a Shenzhou 7, terceira missão tripulada da
China e a primeira com três astronautas a bordo: Zhai Zhigang (comandante), Liu
Boming e Jing Haipeng, todos com 42 anos e membros do Partido Comunista.
2008 (27 de setembro) – Zhai Zhigang torna-se o primeiro chinês a realizar uma
caminhada espacial. O passeio dura aproximadamente 15 minutos, e a China é o
terceiro país (depois de URSS e EUA) a realizar uma atividade extraveicular no
espaço.
2008 (28 de setembro) – A Shenzhou 7 pousa na região autônoma da Mongólia
Interior, no norte da China, após passar 68h em órbita.
2008 (29 de setembro) – A Nasa divulga a detecção, pela Phoenix, de neve nas
nuvens marcianas, a cerca de 4 km de altitude. Entretanto, os flocos evaporam
antes de chegar à superfície.
2008 (29 de setembro) - O cargueiro espacial Júlio Verne reingressa na atmosfera
terrestre e se desintegra, conforme previsto. O processo de desintegração é
completado a 75 km de altitude, e destroços do cargueiro caem no oceano Pacífico.
O êxito do Júlio Verne marca o início de uma nova etapa no transporte de carga
entre a Terra e a ISS.
2008 (6 de outubro) - A Messenger sobrevoa Mercúrio pela segunda vez, passa a
201 km do equador e fotografa regiões ainda inexploradas do planeta.
2008 (7 de outubro) - Um pequeno asteroide de forma alongada, denominado
2008 TC3, com diâmetro de 2m x 5m e massa estimada de 80t, passa pela alta
atmosfera da Terra, acima do Sudão, desintegra-se e provoca uma bola de fogo
visível no norte da África. Segundo a NASA, é a primeira vez que um fenômeno
assim é previsto e observado.
2008 (15 de outubro) - Em artigo publicado no site científico NewScientist.com,
cientistas britânicos e pesquisadores do Instituto Astrofísico das Canárias
anunciam a descoberta do planeta mais quente já encontrado. Denominado WASP12b, o astro apresenta temperatura de 2.250°C, quase a metade da temperatura
solar, além de ter o período de translação mais curto já identificado: leva um dia
para girar em torno de sua estrela.
2008 (19 de outubro) - É lançada a sonda norte-americana Ibex ("Interstellar
Boundary Explorer", ou "Explorador da Fronteira Interestelar"), cujo objetivo é
realizar, a partir de uma órbita terrestre e durante dois anos, a primeira cartografia
dos confins do Sistema Solar, onde começa, a mais de uma dezena de bilhões de km
da Terra, o espaço interestelar. Trata-se de uma zona de turbulências e campos
magnéticos mesclados, onde as partículas dos ventos solares quentes se chocam
com as partículas interestelares de outras estrelas da Via Láctea.
2008 (21 de outubro) - Apesar de estar temporariamente parado devido a uma
pane (ocorrida em 19 de setembro), o LHC é oficialmente inaugurado.
2008 (22 de outubro) - É lançada a Chandrayaan 1, primeira missão lunar da Índia,
com duração prevista de dois anos. Entre os objetivos da sonda estão: examinar a
distribuição mineral e química do satélite natural da Terra e criar um atlas
dimensional da superfície; procurar por gelo nos dois polos da Lua; detectar hélio3, bastante raro na Terra e que poderia ser usado como combustível para alimentar
reatores de fusão nuclear; mapear a abundância de elementos na crosta lunar para
ajudar a responder a questões importantes sobre a origem e a evolução do satélite.
Há onze instrumentos a bordo, entre os quais uma sonda de 30 quilos, programada
para chegar ao solo e examinar a superfície e a atmosfera lunares. Chandrayaan
significa "nave lunar" em sânscrito.
2008 (24 de outubro) - Um grupo internacional de cientistas liderados por Eric
Michel publica na Science importantes observações feitas a partir de dados
fornecidos pelo Corot. Pela primeira vez são detectados, em estrelas fora do
Sistema Solar, fenômenos de oscilação e granulação semelhantes aos que ocorrem
no Sol. As oscilações (sismos), produzidas pelo movimento do plasma que constitui
o interior estelar, geram e propagam ondas ressonantes, que provocam alterações
periódicas de diversas propriedades que caracterizam a estrela e refletem o que se
passa além da superfície.. As granulações são reflexos dos movimentos convectivos
no interior do plasma, que também fornecem pistas sobre a natureza do campo
magnético da estrela e sobre o comportamento de seu interior. A fotosfera solar
apresenta grânulos brilhantes rodeados por contornos mais escuros, com cerca de
700 km de diâmetro. As estrelas estudadas pelo Corot são HD49933, HD181420 e
HD181906.
2008 (7 de novembro) – Cientistas japoneses, liderados por Makiko Ohtake,
publicam na revista Science um artigo no qual sustentam ser a atividade vulcânica
na Lua bem mais recente do que se pensava. Baseados em imagens da sonda
Selene, eles afirmam haver evidência de vulcões lunares ativos entre 1,5 e 2 milhões
de anos atrás, enquanto os modelos selenológicos tradicionais situam o fim de
qualquer atividade vulcânica no satélite da Terra há 3 bilhões de anos.
2008 (8 de novembro) – A Chandrayaan 1 é inserida com sucesso na órbita da Lua,
a uma altitude aproximada de 100 km.
2008 (10 de novembro) - A NASA dá por encerrada a missão da Phoenix, após oito
dias sem comunicação com a nave.
2008 (13 de novembro) - É revelada a informação de que o americano Paul Kalas,
da Universidade de Berkeley, Califórnia, consegue captar, com uma câmera do
telescópio Hubble, as primeiras (duas) fotografias ópticas de um exoplaneta,
denominado Fomalhaut B. Com massa entre 5% e três vezes a de Júpiter, o
exoplaneta orbita, à distância de aproximadamente 17 bilhões de km e num período
de 821 anos, a estrela Fomalhaut, situada na constelação de Peixe Austral e distante
da Terra 25 anos-luz.
2008 (13 de novembro) – Uma equipe internacional de astrônomos, liderada por
Christian Marois, do Instituto Herzberg de Astrofísica do Conselho Nacional de
Pesquisas do Canadá, anuncia as primeiras imagens diretas (em infravermelho) de
um sistema múltiplo de exoplanetas. Trata-se de três planetas orbitando a estrela
HR 8799, distante 130 anos-luz e localizada na constelação de Pégaso.
2008 (14 de novembro) - Uma pequena sonda se desprende da Chandrayaan 1 e é
propositadamente levada a se chocar contra o polo sul da Lua. A sonda filma a
própria descida e envia imagens para a Terra. A Índia é o quarto país (depois de
URSS, EUA e Japão) a ter uma nave tocando o solo lunar.
2008 (16 de novembro) - O Endeavour, lançado no dia 14, acopla-se à ISS para dar
início a reformas destinadas a permitir, a partir de 2009, que a tripulação do
complexo passe de três para seis astronautas. O ônibus espacial transporta mais
dois dormitórios, novas instalações para exercícios físicos, a primeira geladeira da
estação, um segundo banheiro e um aparelho para reciclar urina e transformá-la
em água para consumo geral, inclusive para beber. O aparelho tem capacidade de
reciclar 6,8t de água potável por ano. O retorno ocorre em 30 de novembro.
2008 (24 de novembro) – A NASA anuncia o início da preparação da missão Juno,
destinada a estudar Júpiter. O lançamento deverá ocorrer em agosto de 2011, e a
chegada ao planeta, em 2016.
2008 (dezembro) – A NASA testa com sucesso a primeira rede de comunicação
espacial baseada na tecnologia da Internet. Por meio de um sistema chamado de
Rede Tolerante a Interrupções (DTN, na sigla em inglês), cientistas conseguem
receber imagens da sonda Epóxi (situada a 33 milhões de km da Terra) e enviar
arquivos de volta. É o início da Internet interplanetária.
2008 (2 de dezembro - É divulgada a informação de que uma equipe liderada por
Giovanna Tinetti, da University College London, no Reino Unido, descobre, pela
primeira vez, dióxido de carbono na atmosfera de um exoplaneta, o HD 189733b,
em cuja atmosfera já havia sido descoberto (2007) vapor de água em grande
quantidade.
2008 (18 de dezembro) – Cientistas liderados por Violette Impellizzeri, do Instituto
Max Planck de Radioastronomia, publicam na revista Nature um artigo relatando a
descoberta, feita com o auxílio do radiotelescópio Effelsberg, localizado na
Alemanha, de água no quasar MG J0414+0534, distante 11,1 bilhões de anos-luz da
Terra. Isso significa que já existia água mais de 6 bilhões de anos antes do
surgimento do Sistema Solar e 2,6 bilhões de anos depois do Big Bang.
2008 (27 de dezembro) – A China anuncia o início da construção de um dos
maiores radiotelescópios do mundo, denominado Fast (sigla em inglês para
Telescópio Esférico de 500m de Abertura). A inauguração está prevista para 2013,
e espera-se que o instrumento seja capaz de captar entre 7.000 e 10.000 pulsares
(os maiores radiotelescópios atuais captam 1.700 dessas estrelas).
2008 (30 de dezembro) – A NASA divulga um relatório (quatrocentas páginas)
afirmando que os sete tripulantes do Comumbia souberam que iriam morrer
quarenta segundos antes de o ônibus espacial explodir, em fevereiro de 2003.
2009 – Ano Internacional da Astronomia.
2009 (5 de janeiro) - Elizabeth Humphreys, do Centro Smithsonian-Harvard para
Astrofísica, anuncia, durante uma reunião da Sociedade Astronômica dos EUA, a
descoberta de três proto-estrelas a poucos anos-luz do buraco negro existente no
centro da Via Láctea, algo até então considerado impossível em virtude da enorme
força gravitacional predominante naquela região, a qual deveria, de acordo com o
modelo galáctico atualmente aceito, desagregar as moléculas envolvidas na
formação estelar. Segundo a cientista, estas descobertas indicam que o gás
molecular no centro da Galáxia deve ser mais denso do que o calculado até agora.
2009 (5 de janeiro) – Uma equipe de pesquisadores do Observatório Nacional de
Rádio e Astronomia dos EUA e do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian
apresenta na Sociedade Americana de Astronomia um estudo no qual afirma que a
Via Láctea tem 50% mais massa do que se pensava e que gira em órbita a 965.600
km/h, quase 161.000 km mais rápido que o valor tido como correto até então.
Consequentemente, por ser mais veloz e pesada, a Galáxia tem maior força
gravitacional, sendo também maiores as possibilidades de ocorrer a colisão prevista
com Andrômeda, além do risco de choque com galáxias menores. A equipe sugere
ainda que a Via Láctea tem quatro braços em espiral, e não dois, conforme
estabelecido em junho de 2008 por Robert Benjamin.
2009 (15 e 16 de janeiro) – Ocorre em Paris, na sede da UNESCO, a cerimônia de
abertura do Ano Internacional da Astronomia, com a presença de
aproximadamente novecentos convidados (cientistas e autoridades) de mais de
cem países. No Brasil, a cerimônia acontece dia 20, no Planetário do Rio de
Janeiro.
2009 (29 de janeiro) – Uma equipe de cientistas liderada por Gregory Laughlin, da
Universidade da Califórnia, emsSanta Cruz, publica na revista Nature a primeira
observação de mudança climática num planeta fora do Sistema Solar. O HD
80606b, localizado na constelação da Ursa Maior e distante 190 anos-luz, tem
massa quatro vezes superior à de Júpiter e gira em torno de sua estrela em 111 dias.
Quando atinge o periastro (ponto de maior aproximação da estrela), a temperatura
passa, em apenas 6h, de 525°c para 1.225°C, provocando ondas de choque na
superfície possíveis de ser detectadas pelos astrônomos.
2009 (3 de fevereiro) – O Irã coloca em órbita o seu primeiro satélite de fabricação
própria, denominado Omid (esperança). O evento marca o aniversário da
Revolução Islâmica de 1979.
2009 (3 de fevereiro) – A ESA anuncia a descoberta do menor planeta rochoso já
encontrado fora do Sistema Solar. O astro, denominado Corot-Exo-7b, tem
diâmetro pouco superior a 21.000 km (1,7 Terra) e orbita, em 20h e à distância
média de 2,5 milhões de km, uma estrela semelhante ao Sol, localizada na
constelação do Unicórnio e distante 390 anos-luz. A temperatura superficial é de
1.000 a 1.500°C.
2009 (10 de fevereiro) – Nove instituições científicas (seis norte-americanas, duas
australianas e uma sul-coreana) assinam um acordo para a construção e a operação
do Telescópio Gigante Magalhães (GMT, na sigla em inglês), que terá espelho
principal de 24,5m (o maior atual, o Gran Telescopio Canarias, tem espelho de
10,4m), será localizado em Las Campanas, nos Andes Chilenos, e poderá fazer
observações em luz visível e infravermelho. A inauguração está prevista para 2019.
2009 (11 de fevereiro) – Um satélite da companhia norte-americana Iridium e um
satélite militar russo desativado colidem, no primeiro acidente do gênero da era
espacial. O choque ocorre 780 km acima da Sibéria e gera centenas de destroços, a
maior parte dos quais deve ser queimada pela atmosfera.
2009 (13 de fevereiro) – Uma equipe internacional de pesquisadores, liderada pelo
japonês Hiroshi Araki, do Observatório astronômico nacional do Japão, publica na
revista Science o mapa lunar mais detalhado já elaborado até hoje, com precisão de
15 km, obtido com o altímetro a laser a bordo da sonda Selene, o primeiro que vai
do polo norte ao polo sul do satélite, englobando tanto a face visível quanto o lado o
culto da Lua. O ponto mais alto fica a 11.000m de altitude, na bacia de Dririchlet-
Jackson, perto do equador, enquanto o ponto mais baixo fica no fundo da cratera
Antoniadi, perto do polo sul, a uma profundidade de 9 km. O mapa também revela
que a Lua tem pouca água e mostra crateras jamais detectadas nos polos.
2009 (15 de fevereiro) – Ocorre, no Vaticano, uma missa em homenagem a Galileu
Galilei, celebrada pelo arcebispo Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício
Conselho para a Cultura. Com isso, a Santa Sé torna pública a aceitação do legado
do cientista dentro da doutrina católica.
2009 (17 de fevereiro) – A sonda Dawn sobrevoa Marte para assistência
gravitacional, à distância mínima de 549 km, e fotografa uma região do noroeste do
planeta com 55 km de diâmetro, na qual podem ser vstas formações rochosas
repletas de crateras e cercadas de névoa.
2009 (17 de fevereiro) – Um estudo publicado na revista Science revela a detecção,
feita em 16 de setembro de 2008 pelo telescópio Fermi, da mais poderosa explosão
de raios gama jamais observada, com potência equivalente à de 9 mil supernovas
explodindo simultaneamente, batizada de GRB 080916C, localizada na constelação
de Carina e ocorrida a 12,2 bilhões de anos-luz da Terra.
2009 (março) – Dom Gianfranco Ravasi apresenta o livro Galileu e o Vaticano, que
oferece, segundo suas palavras, “um julgamento objetivo por parte dos
historiadores” para compreender a relação entre este astrônomo e a Igreja.
2009 (março) – Começa a operar o University of Tokyo Atacama Observatory
(TAO) localizado no Cerro Chajnantor, deserto de Atacama, Chile. Situado a uma
altitude de 5.640m, é o observatório mais elevado do mundo.
2009 (1º de março) – Termina, dezesseis meses depois da entrada em órbita, a
missão da sonda chinesa Chang’e 1, que é intencionalmente levada a se chocar
contra a superfície lunar.
2009 (2 de março) – É divulgado um estudo liderado por Emmanuel Lellouch, do
Observatório Europeu do Sul, segundo o qual há grandes quantidades de metano
na atmosfera de Plutão, fazendo com que esta seja pelo menos 40°C mais quente do
que a superfície planetária. Isso significa que, ao contrário do que ocorre na Terra,
em Plutão a temperatura sobe com a altitude.
2009 (3 de março) – A astrônoma norte-americana Carolyn Porco anuncia a
descoberta do sexagésimo primeiro satélite conhecido de Saturno, localizado no
anel G, denominado Aegaeon e com diâmetro estimado de 0,5 km. Orbita o planeta
em 0,808 dia, à distância média de 167.500 km.
2009 (4 de março) – Os americanos Todd Boroson e Tod Lauer, do Observatório
Nacional de Astronomia dos EUA, divulgam na revista Nature a descoberta de dois
buracos negros orbitando um em torno do outro dentro da mesma galáxia, algo que
jamais havia sido encontrado. Os buracos negros estão distantes entre si 3 trilhões
de km, possuem massa entre vinte e cinquenta vezes superior à do Sol, e o período
orbital é de aproximadamente cem anos.
2009 (7 de março) – É lançado o observatório espacial norte-americano Kepler,
cujo objetivo principal é procurar por planetas similares à Terra, potencialmente
capazes de abrigar vida. Durante a missão, programada para durar três anos e
meio, o Kepler deve monitorar mais de 100 mil estrelas das constelações de Lira e
do Cisne localizadas entre quinhentos e 3 mil anos-luz da Terra. Inserida numa
órbita que segue a terrestre, a sonda jamais apontará na direção em que está o Sol,
o que atrapalharia a observação das estrelas. O método de observação é o da
transição, ou seja, o estudo da oscilação na luz de uma estrela causada quando um
planeta passar entre esta e o Kepler. Depois da detecção, pelo observatório espacial,
de planetas semelhantes à Terra localizados na chamada “zona de habitabilidade”,
isto é, nem muito próximos nem muito distantes de sua estrela, que não sejam
quentes ou frios demais, os telescópios Hubble e Spitzer serão capazes de efetuar
observações mais meticulosas desses astros. A missão Kepler é a mais ambiciosa
tentativa até o momento de estabelecer, com base em critérios exclusivamente
científicos, se existe vida em planetas fora do Sistema Solar. O nome da missão é
uma homenagem a Johannes Kepler, astrônomo alemão que, no século XVII,
determinou serem elípticas, e não circulares, as órbitas dos planetas.
2009 (15 a 28 de março) – Missão do Discovery (STS-119), com o objetivo de
instalar o último conjunto de painéis solares da ISS. A capacidade da estação é
ampliada para seis ocupantes. Os tripulantes do Discovery são Lee Archambault Comandante -, Dominic Antonelli - Piloto -, John Phillips, Steven Swanson, Joseph
Acaba, Richard Arnold, Koichi Wakata (que fica na ISS) e Sandra Magnus (que
volta da ISS).
2009 (26 de março) – Um artigo publicado na revista Nature, cujo principal autor é
Peter Jenniskens, do Instituto Seti, na Califórnia, revela a recuperação de 47
fragmentos, do tamanho de punhos ou ainda menores, do 2008 TC3 (com massa
total de 4 kg, primeiro asteroide a ser identificado ainda no espaço, antes de se
desintegrar na atmosfera. A desintegração ocorreu em 7 de outubro de 2008, 37 km
acima do deserto da Núbia, no norte do Sudão. Posteriormente à publicação deste
artigo, novos fragmentos são encontrados, chegando-se a recolher 280 deles.
2009 (28 de março) – o americano de origem húngara Charles Simonyi chega à ISS
e se torna o primeiro homem a viajar duas vezes ao espaço na condição de turista )a
primeira vez havia sido em abril de 2007).
2009 (31 de março) – Seis voluntários, todos homens (quatro russos, um francês e
um alemão) dão início à parte prática do projeto Mars 500, da Roskosmos e da
ESA, cujo objetivo é trancá-los num contêiner de metal (em Moscou) por 105 dias,
numa primeira simulação de viagem a Marte. A experiência pretende analisar as
dificuldades psicológicas do isolamento prolongado. Os voluntários vão ficar com
sensores eletrônicos atrelados ao corpo todo o tempo, sem comunicação com o
mundo exterior e comendo comida de bebê congelada e barras de cereais. Além
disso, serão submetidos a simulações de emergências, incluindo o atraso de vinte
minutos nas comunicações com o Centro de Controle, conforme aconteceria se
estivessem em Marte. Cada um tem direito a levar uma pequena mala com objetos
pessoais, livros e DVDs, mas, de forma geral, os aposentos são extremamente
funcionais, sem janelas, apertados e pouco ventilados. Os poucos objetos de
conforto incluem uma TV, uma chaleira e uma geladeira. Os voluntários podem
deixar o experimento a qualquer momento em que desejem, mas vão ser
desestimulados a fazê-lo, já que uma desistência pode pôr em risco o projeto. Os
voluntários saem do isolamento em 14 de julho. Considerando que uma viagem de
ida e volta ao planeta vermelho tem duração prevista de, no mínimo, dois anos,
outra experiência similar, com confinamento por 520 dias, está programada para
2010.
2009 (21 de abril) – É anunciada a descoberta do menor exoplaneta já encontrado,
batizado de Gliese 581 E, com 1,9 massa terrestre, superfície rochosa, temperatura
elevada e aparentemente sem atmosfera. Localizado na constelação de Libra, a 20,3
anos-luz da Terra, orbita a estrela Gliese 581 em 3,15 dias, à distância média de 4,5
milhões de km. A descoberta deve-se à equipe liderada pelo suíço Michel Mayor,
tendo sido realizada por meio do instrumento Harps, do Observatório La Silla,
localizado no norte do Chile. É o quarto planeta encontrado em torno da estrela
Gliese 581.
2009 (27 de abril) – Uma equipe internacional de pesquisadores, liderada por
Gerta Keller, da Universidade Princeton, nos EUA, publica no Journal of the
Geological Society um artigo contestando a teoria, lançada em 1980, de que a
queda do asteroide que causou a cratera de Chicxulub, , no México, com 180 km de
diâmetro, tenha sido a responsável pela extinção massiva de animais e plantas,
incluindo os dinossauros, ocorrida há 65 milhões de anos. Segundo este artigo, o
asteroide teria caído trezentos mil anos antes da extinção, tendo esta sido causada
por um grande número de erupções vulcânicas ocorridas na atual Índia, as quais
teriam liberado na atmosfera grandes quantidades de gases e poeira, bloqueando a
luz solar e causando um forte efeito estufa.
2009 )12 de maio) – Termina a fase de ajustes dos instrumentos do Kepler, e o
telescópio dá início à busca por planetas.
2009 (13 de maio) – O ônibus espacial Atlantis (STS-125), lançado no dia 11,
aproxima-se do Hubble com o objetivo de dar início à quinta (e última) missão de
reparação e modernização do telescópio, para a qual estão previstas cinco
caminhadas espaciais. A tripulação é composta pelo comandante Scott Altman,
capitão aposentado da Marinha de Guerra americana, o piloto Gregory Johnson e
os especialistas Michael Good, John Grunsfeld, Andrew Feustel, Megan McArth e
Mike Massimino. O braço mecânico do Atlantis, operado pela astronauta Megan
McArth, captura o Hubble e o traz para dentro do ônibus espacial.
2009 (14 de maio) – A ESA lança, a bordo de um foguete Ariane-5 e a partir da
base de Kourou, na Guiana francesa, os telescópios espaciais Herschel e Planck,
destinados a investigar a origem do Universo. Ambos estão programados para
trabalhar numa órbita a 1,5 milhão de km da Terra, zona em que há equilíbrio entre
as forças gravitacionais solar e terrestre, onde devem chegar no final de junho. É o
primeiro lançamento simultâneo de dois observatórios espaciais.
O Herschel é o primeiro telescópio que cobre desde o infravermelho até a faixa
submicrométrica do espectro electromagnético e está dotado de um espelho de
3,5m, o maior já fabricado para um observatório espacial, desenvolvido para
coletar luz de objetos muito distantes e pouco conhecidos, tais como galáxias
recém-nascidas localizadas a centenas de milhões de anos-luz de distância, e jogar
esta luz sobre detectores que operam a temperaturas próximas do zero absoluto..
Seus objetivos são: Estudar a formação das galáxias no início do Universo e a sua
subsequente evolução; investigar a criação das estrelas e de sua interação com o
meio interestelar; observar a composição química da atmosfera e da superfície de
cometas, de planetas e de suas luas; examinar a química molecular do Universo.
Três instrumentos estão a bordo: PACS, uma câmera de média resolução e um
espectrômetro capaz de enxergar os comprimentos de ondas de 60 a 210
micrômetros; SPIRE, uma câmera e um espectrômetro sensível a comprimentos de
ondas de 200 a 670 micrômetros; HIFI, Um espectrômetro de alta resolução que
combina a leitura de ondas com frequência de 480 a 1250 e de 1410 a 1910GHz
(correspondendo ao comprimento de onda de 157 a 625 micrômetros). O nome é
uma homenagem a William Herschel (1738-1822), astrônomo britânico que, em
1800, descobriu os raios infravermelhos.
A sonda Planck tem por objetivos estudar o nascimento do Universo por meio do
exame da radiação cósmica de fundo, constituída de microondas, proveniente do
Big Bang. A bordo está um telescópio com espelho de 1,5m, cuja missão é captar
radiação a ser examinada por dois instrumentos: O Low Frequency Instrument
(LFI), aparelho que consiste em 22 receptores que funcionam a -253 °C e devem
trabalhar agrupados em quatro canais de frequências, visando a captar frequências
entre 30 e 100GHz, sendo os sinais resultantes amplificados e convertidos em uma
voltagem (diferença de potencial), dados a serem enviados a um computador; e O
High Frequency Instrument (HFI), aparelho composto de 52 detectores, os quais
trabalham convertendo radiação em calor, cuja quantidade é medida por um
pequeno termômetro elétrico, e a temperatura anotada é convertida em dado de
computador. Ele deve operar a -272,9 °C e ser capaz de registrar variações de
temperatura da ordem de um milionésimo de grau. Este instrumento está
programado para observar duas vezes a totalidade da abóbada celeste e elaborar
um mapa preciso deste raio difuso.. O nome da sonda é uma homenagem a Max
Planck (1858-1947), astrônomo alemão que, em 1918, ganhou o Prêmio Nobel de
Física pela descoberta dos raios quânticos.
2009 (15 de maio) - John Grunsfeld e Drew Feustel substituem, no Hubble, uma
câmera (Wide Field Planetary Camera-2), que tem 16 anos, pela mais moderna
Wide Field Camera-3. A nova câmera é desenhada para observar o universo de
maneira mais profunda, em busca de sinais dos primeiros sistemas estelares e para
estudar os planetas mais próximos. Também trocam o computador científico, que
apresenta problemas.
2009 (15 de maio) - Michael Good e Mike Massimino substituem os seis
giroscópios do Hubble, equipamentos que coordenam os movimentos do telescópio
e fornecem dados que ajudam a apontá-lo de maneira precisa para os alvos
escolhidos. Efetuam igualmente a troca do primeiro dos dois módulos de baterias,
cada um dos quais pesa 205 kg e contém três baterias que fornecem energia elétrica
para as operações do Hubble durante a porção noturna de sua órbita, quando a
sombra da Terra impede que a luz do sol chegue a seus painéis solares.
2009 (16 de maio) - John Grunsfeld e Andrew Feustel instalam no Hubble um
Espectrógrafo de Origens Cósmicas, desenhado para detectar a luz de quasares
distantes. Com o instrumento, os cientistas esperam avançar no conhecimento de
como as galáxias se formaram ou como surgem e mudam os elementos químicos. O
espectrógrafo substitui o aparelho conhecido como Costar (sigla em inglês para
Substituição Axial de Correção Ótica), instalado em 1993 para corrigir um defeito
de um dos espelhos do Hubble, que o tornava míope. Também é reparada a Câmera
Avançada para a Prospecção, equipamento instalado em 2002, mas que sofreu um
curto-circuito em 2004, impedindo o Hubble de observar as galáxias mais
distantes.
2009 (17 de maio) - Michael Massimino e Michael Good consertam o Space
Telescope Imaging Spectrograph (STIS), instalado em 1997 (e inativo desde 2004),
utilizado pelo hubble para obter informações sobre composição química,
temperatura, pressão e velocidade de corpos celestes, bem como para identificar
buracos negros.
2009 (18 de maio) - John Grunsfeld e Andrew Feustel trocam o segundo módulo de
baterias e um dos três sensores rastreadores de estrelas do Hubble, que são usados
para fazer o telescópio mirar alvos celestes. Também instalam um novo sistema de
orientação FGS (“Fine Guidance System”)e dois escudos metálicos em torno dos
instrumentos do telescópio espacial, para ajudar a protegê-lo do ambiente inóspito
do espaço. Com isso, fica concluída a quinta (e última) missão de reparo e
modernização do Hubble.
2009 (19 de maio) – O Hubble é recolocado em órbita, e os astronautas do Atlantis
se preparam para o retorno à Terra. O pouso ocorre no dia 24, na Califórnia.
É o último vôo de um ônibus espacial que não está relacionado à montagem da ISS.
2009 (24 de maio) – O presidente norte-americano Barack Obama nomeia o
astronauta Charles Frank Bolden, Jr. Como administrador da NASA. A nomeação é
ratificada pelo Senado em 15 de julho. É o primeiro negro a ocupar o posto.
2009 (26 a 30 de maio) –É realizado, em Florença, o congresso internacional de
estudos “O Caso Galileu. Uma releitura histórica, filosófica e teológica", organizado
pelo Instituto Stensen dos Jesuítas. A cerimônia de inauguração é realizada na
Basílica da Santa Cruz, onde está o túmulo do cientista, e o evento de encerramento
tem lugar em Il Gioiello (A Joia), sua última residência.
2009 (29 de maio) – A tripulação permanente da ISS é duplicada, passando a ser
de seis pessoas. O canadense Bob Thirsk, o russo Roman Romanenko e o belga
Frank De Winne chegam, a bordo da Soyuz TMA-15, para dividir o espaço com o
russo Gennady Padalka, o
americano Michael Barratt e o japonês Koichi Wakata, que já ocupavam a base.
pela primeira vez, todos os parceiros da ISS (EUA, Rússia, Europa, Japão e
Canadá) estão representados simultaneamente na tripulação.
2009 (4 de junho) - Sébastien Rodriguez, da Universidade de Nantes, na França, e
colegas publicam na Nature um estudo demonstrando que as nuvens de Titã,
resultantes da condensação de etano e de metano, cobrem o satélite seguindo
modelos climáticos, como ocorre na Terra. Resultado dos dados obtidos pela
Cassini a partir de 39 sobrevoos de titã, ocorridos entre 2004 e 2007, o trabalho é
também o primeiro a descrever evidências observacionais de interação entre marés
em Saturno e a atmosfera do satélite.
2009 (9 de junho) – Charles Townes , ganhador do Prêmio Nobel de Física em
1964, e colegas apresentam, numa reunião da Sociedade Astronômica Americana,
em Pasadena, um estudo segundo o qual a supergigante vermelha Betelgeuse está
encolhendo. O trabalho, publicado também no The Astrophysical Journal Letters,
afirma que o diâmetro da estrela diminuiu aproximadamente 15% nos últimos
quinze anos, embora o brilho não tenha apresentado queda significativa. Até o
momento, não há explicação para o fenômeno.
2009 (10 de junho) – A sonda Selene é intencionalmente levada a se chocar contra
o polo sul da Lua, encerrando a missão, cuja duração foi de quase 20 meses.
2009 (18 de junho) – São lançadas, a bordo de um foguete Atlas V, as sondas norteamericanas Lunar Reconnaissance Orbiter, LRO (Orbitador de Reconhecimento
Lunar), e Lunar Crater Observation and Sensing Satellite, LCROSS (Satélite Sensor
e de Observação de Crateras Lunares), que constituem a primeira etapa do
programa “Vision for Space Exploration”, a preparação para a volta de astronautas
dos EUA à Lua e para missões tripuladas a Marte. A LRO tem como objetivos
principais cartografar a superfície lunar com um grau de precisão sem precedentes,
detectar possíveis locais de alunissagem (para a volta de astronautas ao satélite),
buscar a presença de gelo em crateras que permanecem sempre na escuridão e
obter outros dados precisos do solo e das radiações cósmicas. A tarefa da LCROSS é
chocar-se com uma cratera que está permanentemente na sombra (sem receber luz
do Sol há, pelo menos, 2 bilhões de anos) localizada próximo ao Polo Sul, onde
emissões de hidrogênio detectadas previamente podem assinalar a presença de
gelo, a partir do qual poderia ser obtida água para uma futura base habitada no
satélite.
2009 (18 de junho) – Uma pesquisa liderada por Gaetano Di Achille, da
universidade do Colorado, e publicada na revista virtual Geophysical Research
Letters, afirma terem sido encontradas as primeiras provas conclusivas da
existência, no passado, de um lago em Marte. De acordo com o estudo, o lago
existiu há 3,4 bilhões de anos, cobria uma superfície de 200 km2 e tinha
profundidade máxima de 450m, tendo a água escavado um cânion de quase 50 km
edepositado sedimentos que formaram um extenso delta.
2009 (19 de junho) – O Kepler transmite os primeiros dados científicos à Terra.
2009 (23 de junho) – A sonda Lunar Reconnaissance Orbiter é inserida com
sucesso na órbita da Lua.
2009 (24 de junho) - Jürgen Schmidt, da universidade alemã de Potsdam, e Nikolai
Brilliantov, da universidade britânica de Leicester, publicam na Nature um estudo
afirmando que á, sob a superfície do polo sul de encélado, a grande profundidade,
um oceano salgado, cuja concentração de cloreto de sódio pode ser tão elevada
quanto a dos oceanos terrestres. Encélado torna-se, assim, o quarto astro do
Sistema Solar (depois de Terra, Europa e Marte) em que a existência de água está
confirmada.
2009 (30 de junho) – Termina oficialmente a missão da sonda Ulysses, lançada em
outubro de 1990.
2009 (julho) – O Vaticano reedita as atas do processo contra Galileu Galilei, num
volume intitulado “I ducomenti vaticani del processo di Galileo Galilei” (“Os
documentos vaticanos do Processo de Galileu Galilei”). Um dos objetivos dessa
reedição é lembrar que o papa Urbano VIII (1568-1644) nunca assinou a sentença
de condenação de Galileu pela Inquisição.
2009 (3 de julho) – O observatório espacial Planck é inserido na sua órbita
definitiva, e a temperatura dos instrumentos é ajustada para -273,05ºC (um
décimo de grau acima do zero absoluto), tornando o telescópio plenamente
operacional.
2009 (4 de julho) O site científico Science Daily informa que pesquisadores da
Universidade de Michigan, liderados por Chris Ruf, anunciaram ter encontrado a
primeira prova direta da existência de descargas elétricas (raios) em Marte.
2009 (9 de julho) – A NASA e a ESA anunciam um acordo para realizar a
prospecção conjunta de Marte por meio da inclusão, nas futuras missões àquele
planeta, de módulos de aterrissagem e tecnologia para desenvolver “investigações
de astrobiologia, geologia e
geofísica, com o objetivo de trazer amostras de Marte à Terra em 2020”.
2009 (12 de julho) – A sonda Lunar Reconnaissance Orbiter sobrevoa o Mar da
Tranquilidade e faz imagens do módulo de pouso da Apollo 11.
2009 (14 de julho) – A ESA divulga a conclusão do primeiro mapa do hemisfério
sul de Vênus, elaborado a partir de mais de mil imagens obtidas pelas câmeras de
infravermelho da sonda Venus Express entre maio de 2006 e dezembro de 2007. O
mapa indica que, no passado, o planeta teve um oceano e um sistema de placas
tectônicas que deu lugar à formação de continentes. Os trabalhos cartográficos
foram dirigidos pelo cientista alemão Nils Müller.
2009 (15 a 31 de julho) – Missão do Endeavour, cujo objetivo é finalizar a
instalação do módulo japonês Kibo, iniciada durante a STS-124 (junho de 2008). A
tripulação é composta por Mark Polansky - Comandante -, Douglas Hurley - Piloto
-, Christopher Cassidy, Thomas Marshburn, David Wolf, Julie Payette, Timothy
Kopra (que fica na ISS) e Koichi Wakata (que volta da ISS).
2009 (16 de julho) – A NASA apresenta vídeos restaurados da missão Apollo 11,
feitos a partir de imagens televisivas da rede CBS. O engenheiro Richard Nafzger
admite que as fitas originais foram perdidas, tendo sido apagadas,
involuntariamente, para reutilização, por motivos econômicos. Os vídeos estão
disponíveis ao público, na Internet, desde setembro.
2009 (21 de julho) – O JPL, da NASA, revela que um corpo celeste, possivelmente
um cometa, atingiu a atmosfera de Júpiter, nas proximidades do polo sul do
planeta. A descoberta do fenômeno (19 de julho) cabe ao astrônomo amador
australiano Anthony Wesley. No dia 23, são divulgadas imagens de alta nitidez do
evento, feitas pelo telescópio Hubble.
2009 (21 de julho) – O observatório espacial Herschel entra em sua fase
operacional, após haver transmitido dados (tendo os primeiros sido divulgados
uma semana antes) com sucesso.
2009 (22 de julho) – Ocorre o mais longo eclipse total do Sol do século XXI, com
duração que chega a 6min39s. É visível num corredor de 200 km de largura e
15.000 km de comprimento, atravessando Índia, Nepal, Butão, Bangladesh,
Mianmar e China, alcançando também as ilhas meridionais japonesas de Ryukyu.
O próximo eclipse com duração semelhante ocorrerá em 2132.
2009 (22 de julho) Cientistas do Southwest Research Institute de San Antonio, nos
EUA, publicam na Nature um estudo apresentando novas evidências da existência
de água líquida em Encélado. De acordo com eles, existem no satélite de Saturno
amoníaco, vários componentes orgânicos e deutério, um isótopo estável do
hidrogênio abundante nos oceanos da Terra.
2009 (24 de julho) – É inaugurado, na ilha de La Palma (arquipélago das Canárias,
Espanha), o GTC (Gran Telescópio Canarias), cuja lente, formada por 36 espelhos,
tem uma superfície de 10,4m (com potência igual à visão de 4 milhões de pupilas),
o que faz dele o maior telescópio do mundo. A solenidade conta com a presença do
rei Juan Carlos, da rainha Sofia e de cientistas da Europa e dos EUA.
2009 (26 de julho) – Uma equipe de cientistas sob a liderança da astrônoma norteamericana Carolyn Porco descobre o 62º satélite conhecido de Saturno,
denominado provisoriamente S/2009 S 1, que orbita o planeta à distância média de
117.000 km. O anúncio da descoberta é feito em 2 de novembro.
2009 (29 de julho) – Cientistas norte-americanos e britânicos calculam o tempo de
rotação de Saturno em 10h34min13s, mais de cinco minutos inferior ao
oficialmente aceito (10h39min24s).
2009 (29 de julho) – Fotografias divulgadas pelo Observatório de Paris indicam
que a estrela Betelgeuse tem uma cauda de gás do tamanho do Sistema Solar, bem
como uma gigantesca “bolha” que ferve em sua superfície.
2009 (3 a 14 de agosto) – Ocorre, no Rio de Janeiro, a 27ª assembleia geral da UAI,
com a participação de mais de 2.000 astrônomos de oitenta países. É a segunda vez
que esta reunião ocorre na América do Sul (a primeira foi em Buenos Ares, em
1991). A próxima assembleia terá lugar em Pequim, em 2012.
2009 (6 de agosto) – Durante uma conferência de imprensa, cientistas da NASA
revelam imagens, feitas pelo Kepler, do exoplaneta HAT-P-7b, descoberto em 6 de
março de 2008, localizado na constelação do Cisne, a pouco mais de 1.000 anos luz
da Terra, com massa 1,8 vez superior à de Júpiter, temperatura de
aproximadamente 2.300°C e período orbital de 2,204d. As imagens são de
qualidade surpreendente, e, de acordo com a NASA, o Kepler funciona
suficientemente bem para detectar planetas parecidos com a Terra.
2009 (11 de agosto) – Cientistas britânicos, da universidade de Keele, anunciam a
descoberta de WASP-17b, o primeiro exoplaneta de órbita retrógrada que se
conhece (ou seja, gira em sentido contrário ao da estrela-mãe). Localizado na
constelação de Escorpião, a cerca de 1.000 anos-luz da terra, orbita a sua estrela
em 3,75 dias. Com massa equivalente a menos da metade da de Júpiter (0,49) e
raio 1,75 vez superior, é um dos astros de menor densidade que se conhece (em
torno de 0,14g/cm3).
2009 (13 de agosto) – O telescópio Planck dá início à sua missão científica
propriamente dita e começa a realizar a primeira varredura completa do céu.
2009 (16 de agosto) – É anunciada, numa reunião da Sociedade Norte-Americana
de Química, em Washington, a descoberta de que nas amostras de material do
cometa Wild 2 coletadas em janeiro de 2004 pela Stardust há glicina, um dos 20
aminoácidos conhecidos que formam proteínas, as moléculas fundamentais da
vida. De acordo com Jamie Elsila, do Centro de Voo Espacial Goddard, da Nasa, “É
a primeira vez que um aminoácido é encontrado em um cometa. Esta descoberta
apoia a teoria de que alguns dos ingredientes básicos da vida se formaram no
espaço e chegaram à Terra há muito tempo por meio de impactos de meteoritos ou
de cometas”.
2009 (26 de agosto) - Astrônomos da Universidade de Keele, no Reino Unido,
publicam na revista Nature um artigo sobre o recentemente descoberto exoplaneta
WASP-18b, com massa 10 vezes superior à de Júpiter, localizado na constelação de
Fênix, a aproximadamente 325 anos-luz da terra, que está tão próximo de sua
estrela (3 milhões de km) que leva menos de um dia (22h35min) para completar
uma órbita. Segundo o estudo, o astro sofre tantas deformações gravitacionais que
descreve uma espiral para dentro, estando prestes a ser engolido pela estrela-mãe.
2009 (28 de agosto) – Termina, 14 meses antes do previsto, a missão da
Chandrayaan 1, depois de a sonda ter perdido o contato com o centro de controle.
Nos 312 dias de operação, são completadas cerca de 3.000 órbitas lunares e feitas
aproximadamente 70.000 imagens do satélite da terra. Segundo a Agência Espacial
Indiana, 95% dos objetivos propostos são atingidos.
2009 (14 de setembro) – Durante um Congresso Europeu de Ciência Planetária,
que ocorre em Potsdam, Alemanha, uma equipe dirigida por Katsuhito Ohtsuka
apresenta um estudo segundo o qual o cometa 147P/Kushida-Muramatsu foi
satélite de Júpiter de 1949 a 1961, tendo completado duas órbitas. David Asher, da
mesma equipe, assinala que os resultados desse estudo “sugerem que os impactos
sobre Júpiter e a captura de satélites temporários podem acontecer mais
assiduamente do que se pensava até agora".
2009 (18 de setembro) – São divulgados dados obtidos pelo “Diviner Lunar
Radiometer Experiment”, instrumento a bordo da Lunar Reconnaissance Orbiter
que está fazendo um mapeamento térmico da Lua, os quais indicam que regiões
onde a luz do Sol jamais chega, localizadas no interior do polo sul do satélite, estão
entre os lugares mais frios do Sistema Solar, com temperaturas que chegam a
-238°C.
2009 (24 de setembro) – De acordo com um artigo publicado na revista Science, a
análise de dados fornecidos por três missões espaciais (Deep Impact, Cassini e
Chandrayaan 1) revela a existência de moléculas de água nos polos da Lua. As
quantidades são pequenas, não sendo suficientes para formar oceanos, lagos ou
mesmo poças. Também são encontradas moléculas de hidroxila, substância
formada por um átomo de oxigênio e um átomo de hidrogênio.
2009 (25 de setembro) – O jornal espanhol El País publica a notícia, dada pelo
compatriota Josep Maria Bosch, de que o asteroide 2009 ST19, de quase 1 km de
diâmetro, descoberto por ele em 16 de setembro, chega a 600.000 km da Terra, a
menor distância já registrada para este tipo de corpo celeste, seguindo uma órbita
paralela à do nosso planeta.. De acordo com o astrônomo, uma aproximação ainda
maior está prevista para 2038.
2009 (29 de setembro) – A agência oficial chinesa Xinhua anuncia a conclusão do
mapa de mais alta resolução da Lua, cobrindo toda a superfície do satélite,
elaborado com as imagens feitas pela sonda Chang’e 1. . A equipe que elabora o
mapa é chefiada por Liu Xianlin.
2009 (29 de setembro) – A sonda Messenger sobrevoa Mercúrio pela terceira e
última vez, à distância de 229 km. Em 18 de março de 2011, ela entrará em órbita
em torno do planeta.
2009 (6 de outubro) – Cientistas da NASA anunciam a descoberta, feita com a
ajuda de uma câmera de infravermelho do telescópio Spitzer, do maior anel de
Saturno já encontrado, cuja parte mais densa está a 6 milhões de km do planeta,
estendendo-se por outros 12 milhões de km. Muito tênue, é formado por uma fina
camada de gelo e por partículas de poeira bastante difusas. O material que compõe
o anel colide constantemente com Jápeto, o que pode explicar o fato de um dos
hemisférios do satélite ser claro e o outro escuro, fato que sempre intrigou os
astrônomos.
2009 (9 de outubro) – Parte de um foguete (Centauro, segundo estágio do Atlas V),
pesando 2,2t, é lançada contra a cratera Cabeus A, localizada no pólo sul da Lua, na
face oculta do satélite. O interior da cratera jamais recebe luz solar, e a temperatura
está próxima dos -240°C. O objetivo do impacto é levantar uma nuvem de poeira e
rochas lunares, cuja composição é imediatamente estudada pela sonda Lunar
Crater Observation and Sensing Satellite, que entra na nuvem e envia grande
quantidade de dados à Terra. Quatro minutos depois do foguete, a sonda também
se espatifa contra a superfície lunar. Com esse duplo impacto, a NASA pretende
determinar se existe água congelada no interior da cratera Cabeus A.
2009 (11 de outubro) – o belga Frank De Winne torna-se o primeiro europeu a
comandar a ISS. Com a volta à Terra do russo Gennady Padalka, no comando desde
abril, ele passa a ser o primeiro não russo ou não norte-americano a assumir o
posto, liderando a expedição 21 à estação espacial.
2009 (19 de outubro) – A ESO anuncia, durante a Conferência sobre Exoplanetas
realizada na cidade do Porto, em Portugal, a descoberta de 32 planetas
extrassolares, feita pelo telescópio Harps, situado em La Silla, no Chile. Com isso,
passam a ser 403 os exoplanetas conhecidos, 75 dos quais encontrados pelo Harps.
2009 (13 de novembro) – A NASA confirma a existência de água gelada no interior
da cratera Cabeus A, localizada no polo sul da Lua. A quantidade de água
encontrada é suficiente para encher doze baldes. A descoberta é feita com base nos
dados enviados pela LCROS, após o impacto com a superfície lunar ocorrido em 9
de outubro.
2009 (13 de novembro) – A sonda Rosetta passa pela Terra, para assistência
gravitacional, em sua viagem rumo ao cometa 67/P Churyumov-Gerasimenko. A
distância mínima, 2.481 km, é atingida sobre o Oceano Índico, ao sul da ilha de
Java. O empurrão gravitacional da Terra aumenta a velocidade da sonda de 13,3
para 16,8 km/s.
2009 (20 de novembro) – O acelerador de partículas LHC volta a operar, após
catorze meses de inatividade.
2009 (22 de novembro) – Ocorrem as primeiras colisões de partículas no Grande
Colisor de Hádrons (LHC).
2009 (10 de dezembro) – É inaugurado o telescópio Vista (“Visible and Infrared
Survey Telescope for Astronomy”, ou "Telescópio de Pesquisa por Luz Visível e
Infravermelha para Astronomia", construído por um consórcio de universidades
britânicas e localizado no Observatório Paranal, no deserto de Atacama, Chile. Com
espelho de 4,1m de diâmetro, o Vista opera em comprimentos de onda
infravermelhos (com possibilidade de trabalhar também em luz visível) e é o maior
telescópio do mundo dedicado à cartografia do céu.
2009 (14 de dezembro) – É lançado o telescópio norte-americano Wise (“WideField Infrared Survey Explorer”, ou “Explorador de Levantamento Infravermelho
de Campo Amplo”), cujo objetivo é fazer um mapeamento do céu em infravermelho
ao longo de dez meses. Colocado numa órbita a 525 km de altitude, espera-se que o
Wise identifique asteroides e cometas nunca antes observados. No extremo oposto,
deve fotografar aglomerados galácticos distantes bilhões de anos-luz. Outro alvo de
estudo são as anãs marrons, objetos maiores e mais pesados do que planetas, mas
que não têm massa suficiente para dar início à transformação de hidrogênio em
hélio, reação termonuclear responsável pela luminosidade das estrelas nos estágios
iniciais da sua existência.
2009 (17 de dezembro) – Cientistas do Instituto de Estudos Planetários de Berlim
anunciam a descoberta, em Titã, de um mar de metano líquido cuja superfície pode
chegar a 400.000 km2 (superior à do Mar Cáspio, que é de 371.000 km2). Batizado
de "Krake Mare", está localizado no pólo norte do satélite, tendo a descoberta sido
feita por meio de imagens da sonda Cassini.
2010 (2 de janeiro) – Um estudo coordenado por Junichi Haruyama, da agência
espacial japonesa, e publicado na revista Geophysical Research Letters, informa a
descoberta, na Lua, de uma “tubulação de lava”, uma estrutura cilíndrica com 80m
de profundidade. Trata-se de algo como uma “caverna vertical”, onde poderia ser
montada uma base para futuros astronautas.
2010 (4 de janeiro) – São anunciados os cinco primeiros exoplanetas descobertos
pelo telescópio Kepler, batizados de Kepler 4b, 5b, 6b, 7b e 8b. Todos estão muito
próximos de suas estrelas (períodos orbitais entre 3,2 e 4,9 dias) e são muito
quentes (temperaturas entre 1.200 e 1.650°c). Kepler 7b é o mais incomum,
apresentando densidade de 0,18g/cm3, parecida com a do isopor.
2010 (5 de janeiro) – O astrônomo americano Jason Rowe anucia a descoberta,
feita a partir de dados do telescópio Kepler, de dois objetos que não pertencem a
nenhuma classe de corpos celestes já observados. São pequenos demais para serem
estrelas (dimensões parecidas com as de Júpiter) e quentes demais para serem
planetas (temperaturas da ordem de 14.400°C). Eles são mais quentes do que as
estrelas em torno das quais giram, característca jamais observada antes em um
objeto astronômico.
2010 (12 de janeiro) – O telescópio Wise descobre seu primeiro asteroide, batizado
de
2010 AB78. O astro tem cerca de 1 km de diâmetro e órbita elíptica. Segundo a
NASA, apesar de se aproximar do Sol tanto quanto a Terra, o asteroide não oferece
risco, pois não há nenhuma aproximação prevista para os próximos séculos.
2010 (15 de janeiro) – Ocorre o mais longo eclipse anular do Sol do terceiro
milênio, com duração de 11 minutos e 8 segundos. Evento semelhante só voltará a
acontecer em 23 de dezembro de 3043. O fenômeno tem início na República
Centro-Africana, passando depois por Camarões, República Democrática do Congo,
Uganda e Quênia. A seguir, é visível no Oceano Índico (ponto de máxima
escuridão) e então se dirige para as Ilhas Maldivas, Índia e Sri Lanka. Os últimos
países onde se pode observar o eclipse são Bangladesh, Myanmar e China.
.
Eclipse anular é um eclipse parcial em que a Lua, por estar próxima do apogeu
(ponto mais distante da Terra), não consegue cobrir todo o disco solar (como
acontece num eclipse total), deixando visível um anel nas bordas desse disco.
2010 (1º de fevereiro) – Barack Obama apresenta a proposta de orçamento federal
dos EUA para o ano 2011, excluindo todos os fundos necessários ao programa
Constellation. Isso implica o cancelamento do programa e o estabelecimento de
novas metas para a NASA.. Conforme anúncio feito posteriormente, a cápsula
Orion é mantida, embora com modificações em relação à proposta inicial.
2010 (8 a 22 de fevereiro) – Missão do ônibus espacial Endeavour (STS-130), que
instala na ISS o Tranquility, módulo europeu fabricado na Itália. O Tranquility
conta com um mirante panorâmico, constituído por uma cúpula com seis janelas
laterais e uma superior, a qual confere uma visão de 360° da ISS e permite avistar a
Terra a qualquer momento.
Os tripulantes do Endeavour são George Zamka – comandante -, Terry Virts –
piloto -, Nicholas Patrick, Robert Behnken, Stephen Robinson e Kathryn Hire.
2010 (11 de fevereiro) – É lançado o “Solar Dynamics Observatory” (“Observatório
da Dinâmica Solar”), missão da NASA programada para observar O Sol, a partir de
uma órbita geoestacionária, por um período de, no mínimo, cinco anos e três meses
(com possibilidade de extensão para dez anos ou mais). O objetivo do SDO, que
carrega três instrumentos, é entender a influência do Sol sobre a Terra e espaço
adjacente Por meio do estudo da atmosfera solar, em escalas reduzidas de espaço e
de tempo, e em vários comprimentos de onda simultaneamente. A sonda está
programada para investigar a origem e a estrutura do campo magnético solar,
como a energia magnética é convertida e liberada para a heliosfera e o geoespaço
(vento solar) e as variações da radiação do Sol.
O SDO é a primeira missão do programa Living With a Star (LWS) (Vivendo com
uma Estrela), gerenciado pela Divisão de Heliofísica da NASA, cujo propósito é
estudar os aspectos do sistema Sol-Terra que afetam diretamente a vida e a
sociedade.
2010 (15 de fevereiro) – É divulgada a notícia de que, utilizando o Colisor
Relativístico de Íons Pesados (RHIC), um acelerador de partículas com 3,8 km de
comprimento e que está a 4m abaixo do chão em Upton, pertencente ao
Laboratório Nacional de Brookhaven, do
Departamento de Energia dos EUA, em Nova York, criam a temperatura mais alta
já obtida em laboratório: 4 trilhões de graus Celsius. Segundo os pesquisadores,
essa temperatura é elevada o suficiente para desintegrar prótons e nêutrons e
transformá-los na matéria que existiu milionésimos de segundos depois do
nascimento do Universo. Esse estudo pode ter aplicações de ordem tecnológica,
como, por exemplo, no campo da "spintrônica", que tem por objetivo desenvolver
peças de computador menores, mais rápidas e mais potentes.
2010 (1º de março) – Durante uma conferência sobre ciência planetária realizada
no Texas, cientistas da NASA informam a descoberta, feita pelo Mini-Sar, radar
norte-americano lançado a bordo da sonda indiana Chandrayaan 1, de depósitos de
gelo em mais de 40 crateras do polo norte da Lua. Paul Spudis, do Instituto Lunar e
Planetário de Houston, calcula em pelo menos 600 milhões de toneladas a
quantidade de gelo existente nessas crateras.
2010 (2 de março) – Uma equipe de cientistas da NASA liderada por Richard Gross
anuncia que o terremoto de magnitude 8,8 ocorrido no Chile, no dia 27 de
fevereiro, deslocou o eixo da Terra em 8 cm e diminuiu em 1,26 milionésimo de
segundo o período de rotação do planeta.
2010 (3 de março) – A Mars Express sobrevoa Fobos a 67 km de distância. O
objetivo principal é fazer um mapa gravitacional do satélite e deduzir detalhes da
sua estrutura interna, a fim de investigar a hipótese, levantada em 2009, de que
partes da lua marciana são ocas.
2010 (17 de março) – São publicadas as primeiras fotografias feitas pelo telescópio
Planck, mostrando concentrações de poeira até uma distância de 500 anos-luz do
Sol.
2010 (30 de março) – Cientistas responsáveis pelo LHC anunciam ter obtido
colisões de prótons cuja energia gerada é de 7 trilhões de eletronvolts (TeV), valor
três vezes superior ao máximo obtido antes por qualquer acelerador de partículas.
2010 (5 a 20 de abril) – Missão do Discovery (STS-131), último voo dos ônibus
espaciais com sete astronautas a bordo. O objetivo é levar 8t de equipamentos e
provisões à ISS, entre os quais estão um congelador adicional para preservar
amostras das
experiências realizadas em microgravidade, uma reserva de amoníaco para o
sistema de refrigeração da estação e um mecanismo de exercícios que
permite medir a força muscular.
A tripulação é formada por Alan Poindexter - comandante -, James Dutton - piloto
-, Richard Mastracchio, Dorothy M. Metcalf-Lindenburger, Stephanie Wilson,
Naoko Yamazaki e Clayton Anderson.
É a missão mais longa do Discovery e, pela primeira vez, quatro mulheres se
encontram no espaço.
2010 (13 de abril) – Durante o Royal Astronomical Society National Astronomy
Meeting, realizado na universidade de Glasgow, na Escócia, é anunciada a
descoberta, feita por uma equipe internacional de cientistas, de dois exoplanetas
cujas órbitas se dão no sentido oposto ao da rotação das estrelas de seus sistemas.
Isso contraria a teoria vigente da formação planetária, segundo a qual os planetas
se originam em discos de gás e poeira que giram em torno de estrelas jovens.
Acreditava-se que os planetas formados nesse disco sempre orbitassem em planos
idênticos, girando na mesma direção da rotação da estrela, como acontece no
Sistema Solar.
2010 (15 de abril) – Durante uma visita ao Centro Espacial Kennedy, o presidente
norte-americano Barack Obama propõe novas metas para a NASA, depois do
cancelamento do programa Constellation, anunciado em fevereiro. Entre as
propostas estão o desenvolvimento de uma cápsula Orion menor do que a
inicialmente projetada, a ser lançada por foguetes de companhias privadas à ISS, e
o desenvolvimento de um lançador pesado, destinado a missões tripuladas para
além da órbita terrestre, capaz de levar, a partir de 2025, seres humanos a um
asteroide (antes de uma missão a Marte). O asteroide a ser visitado ainda não está
definido.
2010 (16 de abril) – Uma equipe de cientistas liderada por Suzanne Smrekar, do
Laboratório de Propulsão a Jato, na Califórnia, publica na revista Science um artigo
sugerindo que pode haver vulcões ativos em Vênus. Essa possibilidade é levantada
por dados coletados pelo Virtis, instrumento a bordo da Venus Express que analisa
emissões térmicas, segundo os quais há fluxos de lava jovem na superfície, cuja
composição é diferente daquela do material do entorno, o que pode ser sinal de
atividade vulcânica.
2010 (29 de abril) – Dois estudos publicados na Nature, um deles com participação
brasileira, anunciam a detecção de evidências de água e de compostos orgânicos no
asteroide 24 Themis, descoberto, em 5 de abril de 1853, pelo astrônomo italiano
Annibale de Gasparis (1819-1892). Segundo os cientistas, toda a superfície do
asteroide está coberta por uma fina camada de gelo, e o material orgânico
encontrado aparenta ser composto de cadeias extensas e complexas de moléculas.
De acordo com os pesquisadores, isso fortalece a teoria de que água e compostos
orgânicos originários de asteroides podem ter chegado à Terra há bilhões de anos,
tendo contribuído para o surgimento da vida no planeta.
Themis - Diâmetro: 198 km; período orbital: 2.022,524 dias (5,54 anos); distância
média ao Sol: 468.226.000 km.
2010 (14 a 26 de maio) – Última missão do ônibus espacial Atlantis (STS-132), cujo
objetivo é instalar na ISS um módulo científico russo, substituir as seis baterias que
armazenam a eletricidade gerada pelos painéis solares e transportar alimentos e
equipamentos, entre os quais estão uma antena de comunicação e peças para o
braço robótico. No dia 18, o módulo russo Rassvet ( Aurora ou Amanhecer) é ligado
ao topo do também módulo russo Zarya. No Rassvet há um ponto de acoplamento
para as naves Soyuz e Progress, encarregadas de todas as viagens à ISS depois da
retirada de circulação dos ônibus espaciais norte-americanos.
A tripulação do Atlantis é formada por Kenneth Ham - comandante -, Dominic A.
"Tony" Antonelli - piloto -, Garrett Reisman, Michael T. Good, Stephen G. Bowen e
Piers Sellers.
Estatísticas – tempo em atividade: 24 anos, sete meses e 23 dias; número de
missões: 32; tripulantes: 191; tempo no espaço: 293d18h29min37s; número de
órbitas: 4.648; distância percorrida: 194.168.813 km; satélites lançados: 14;
acoplagens à Mir: 7; acoplagens à ISS: 11.
2010 (20 de maio) – É lançada a sonda japonesa Akatsuki (Amanhecer), ou Planet
C, ou ainda Vênus Climate Orbiter (VCO), com destino a Vênus. Trata-se da
primeira sonda enviada pelo Japão a esse planeta e está programada para realizar
um mapa tridimensional da atmosfera daquele mundo (incluindo um estudo sobre
a incidência de raios e outros fenômenos elétricos), além de tentar confirmar a
existência de vulcanismo na superfície venusiana. Os dados recolhidos pela
Akatsuki deverão complementar os obtidos pela Venus Express, numa missão
prevista para durar, no mínimo, dois anos.
Fontes de consulta
1. Fontes impressas
1.1. Livros
– Astronomia (coleção originalmente publicada em 46 fascículos, depois
encadernados em 3 volumes). Rio de Janeiro: Riográfica, 1985-1986.
– Conhecer Universal (enciclopédia originalmente publicada em 145 fascículos,
depois encadernada em 13 volumes). São Paulo: Abril, 1981-1983.
– Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, de Ronaldo Rogério de
Freitas Mourão. 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995.
– La Revolución Científica de los Siglos XVI y XVII, de Antoni Baig e Montserrat
Agustench. Madri: Editorial Alhambra, 1987.
– Yo, Galileo, de Yves Chéraqui. Madri: Grupo Anaya, 1990.
1.2. Revistas
- Astronomy and Astrophysics
- Geology
- Icarus
– Nature
– Proceedings of the National Academy of Sciences
– Sciense
– Superinteressante.
– USA Weekend (EUA)
– Veja.
2. Fontes virtuais
– Acoruja (artigos de José Maria Filardo Bassalo sobre Astronomia na Idade
Antiga, na Idade Média e no Renascimento):
<http://www.acoruja.haaan.com/scientia>.
– Agência Fapesp: <http://www.agencia.fapesp.br/>.
– BBC Brasil: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/>.
New Scientist: <www.newscientist.com>
– Folha Online: <http://www.folha.uol.com.br/>.
– Observatório da Universidade Federal de Minas Gerais – Notícias diárias de
astronomia: <http://www.observatorio.ufmg.br/noticias_diarias.htm >.
– Observatório Nacional: <http://www.on.br>.
– Página contendo grande quantidade de datas astronômicas:
<rgregio.astrodatabase.net>.
– Sociedade Brasileira dos Amigos da Astronomia <
http://www.sbaa.com.br/cronologia.htm>.
– Supernovas – Boletim brasileiro de astronomia:
<http://www.supernovas.cjb.net>.
– Terra (espaço) – Notícias sobre ciência das agências Efe, France Press,
Associated Press e Reuters, bem como do The New York Times –
<http://noticias.terra.com.br/ultimas/0,,EI301,00.html>.
– Uranometria Nova: <http://www.uranometrianova.pro.br/>.
– Wikipédia, a enciclopédia livre – Portal de astronomia:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Portal:Astronomia>.
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Seis mil anos de história do céu Cronologia astronômica Gilberto