I - 053 o 20 CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL ELIMINAÇÃO DE H2S (SULFETO) DOS ESGOTOS DE PEREIRA BARRETO - SP Antônio Dirceu Pigatto Azevedo(1) Tecnólogo em Saneamento - Universidade de Campinas (1978), Pós Graduado em Engenharia de Saneamento Básico - USP (1997), Gerente do Setor de Controle Sanitário do Litoral Norte - SABESP. João Carlos Simões Engenheiro Civil - Instituto politécnico de Ribeirão Preto (1975), Pós Graduado em Engenharia de Saneamento Básico - USP (1989)Superintendente da Unidade de Negócio Litoral Norte - SABESP. Roberto Ferreira Engenheiro Químico - Faculdade Santa Cecília (1975) Pós Graduado em Engenharia de Saneamento Básico - USP (1989), Departamento Técnico da Baixada Santista - SABESP. Danilo Lameu Técnico em Processamento de Dados, Licenciatura em Ciências - Faculdade Auxilium de Lins (1996), Gerente do Setor de Informática do Litoral Norte - SABESP. Waldemar Fernandes Elias Técnico em Saneamento Básico - Faculdade Brás Cubas (1978) Técnico de Manutenção Especialista II – Unidade de Negócio do Baixo Tietê e Grande - Lins - SABESP. Endereço(1): Av. Vereador Aristides Anísio dos Santos, 297 - Indaiá - Caraguatatuba - SP CEP: 11660-090 - Brasil - Tel: (012) 422-3605- e-mail: [email protected] RESUMO A presença de sulfetos (H2S) na rede coletora de esgotos no município de Pereira BarretoSP, ocorre em função de vários fatores entre os quais destacamos a elevada temperatura da água distribuída. Os odores geraram intensas e freqüentes reclamações da população e ações punitivas da procuradoria ambiental (multa), estipulando prazo para solução do problema. Diante da situação os responsáveis pelo sistema de coleta e tratamento de esgotos, iniciaram busca para solução do problema, receberam várias propostas, optaram pela técnica da aplicação de Nitrato de Amônia por agir nas causas eliminando o sulfeto, além disso, trouxe outros benefícios. A aplicação do Nitrato foi intensamente pesquisado pela Sabesp, para solução dos problemas semelhantes em Santos e São Vicente e Monte Aprazível, sua aplicação é simples, fácil de ser monitorado e tem custo relativamente baixo, não causa impacto ambiental é um produto totalmente absorvido pelos microorganismos presente no esgoto. PALAVRAS CHAVE: Sulfeto de Hidrogênio - H2S, Acepsia de Esgoto, Potencial Óxido Redução, Temperatura Alta Esgoto. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 182 I - 053 o 20 CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL INTRODUÇÃO O sistema de abastecimento de água de Pereira Barreto é composto por um poço profundo com 1.100 m de profundidade, com temperatura média na boca do poço é de 47 oC, passa por duas torres de resfriamento, sendo distribuída a temperatura que varia entre 25 e 35 oC, condicionando e acelerando a atividade microbiona dos esgotos, favorecendo a decomposição anaeróbica responsável pela geração dos sulfetos, outros fatores que acabam contribuindo para o agravamento do problema, sendo : • Trecho da rede coletora com declividade muito baixa, criando depósitos de matérias orgânicas, 7,5% da rede encontram-se nesta situação; • Trechos da rede apresentam obstruções parciais. Sabe-se que esse tipo de problema é agravado pelas ligações indevidas, ou construída de forma inadequada sem caixa de gordura, sem caixa de inspeção, com interligações das águas pluviais, que acabam carreando grandes quantidades de areia e terra para o sistema coletor de esgotos; Esse encadeamento de fatos explica em princípio, os problemas de mau cheiro provenientes no sistema, que precisam ser corrigidos pois acabam denegrindo a imagem da empresa e dos responsáveis pelo serviço de saneamento, culminado por gerar ações indenisatórias que dificilmente deixam de ser pagas, em outros casos a promotoria do meio ambiente aplica pesadas multas. SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO Figura 1: Croqui do Esquema Geral do Sistema de Esgotamento de Pereira ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 183 I - 053 o 20 CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL A construção da Barragem de Três Irmãos pela CESP, originou um grande lago, que inundou parte da área urbana, que precisou ser reconstruída, em troca a CESP dotou a cidade da infra estrutura de água e esgoto. O sistema de esgotamento é composto por 5 elevatórias: a EE-4 prevista para segunda fase , todo esgoto é concentrado na EE-5 de onde é recalcado por emissário de 4,4 quilômetros para o sistema de tratamento composto por sistema australiano, cujo efluente é lançado no lago da barragem. MEDIDAS CORRETIVAS PROPOSTAS Resfriamento da água a uma temperatura próxima de 20ºC seria o ideal, mas tem custo proibitivo, nessa temperatura o efluente gerado estaria entre 20ºC e 25ºC portanto não haveria o incômodo mal cheiro, uma vez que o tempo de detenção dos esgotos é inferior a três horas. Demais medidas necessárias para amenizar o problema são: • • • • • • • Eliminação das interligações de águas pluviais; Instalação de caixas de gordura; Instalação de tubos de ventilação e ralos sinfonados; Rebaixamento dos níveis das bóias das elevatórias; Redimensionamento das moto bombas super dimensionadas; Limpeza periódica dos trechos da rede onde a declividade é baixa ou até mesmo remanejamento destes trechos; Rotina de limpeza das elevatórias. Algumas das medidas propostas necessitam de parcerias com: Vigilância Sanitária da Secretaria Estadual da Saúde e Prefeituras Municipais, para que se possa corrigir as irregularidades detectadas, a maioria das medidas são procedimentos de operação que precisam ser realizados. PROJETO PROPOSTO PARA ELIMINAÇÃO DO SULETO A Sabesp realizou extensas pesquisas para solucionar problema semelhante nas cidades de Santos e São Vicente no Litoral Paulista e Monte Aprazível interior de São Paulo, no entanto foi proposto além da aplicação de Nitrato pela Sabesp, outras medidas para o controle da formação e redução dos sulfetos, por meio de empresas de consultoria do seguimento. A alternativa inibidora das causas, baseia-se principalmente no fornecimento de oxigênio para as bactérias, de forma a manter uma reserva mínima nos esgotos através da aplicação pura e simples de oxigênio por aeração, insuflação ou então através da dosagem de produtos químicos como Nitrato de Amônia, Nitrato de Sódio, Permanganato de Potássio evitando o uso do Oxigênio dos Sulfatos (SO4) pelas bactérias. Outros produtos químicos como o Cloro e o Peróxido de Hidrogênio, além de oxidar os sulfetos formados, agem sobre a matéria orgânica, reduzindo a atividade bacteriana, de forma a manter o Potencial de Oxido Redução num limite em que não ocorra a geração dos sulfetos. As alternativas para correção dos efeitos, baseia-se na eliminação dos gases que se desprendem dos esgotos, principalmente nas elevatórias. De alguma forma o ar precisa ser aspirado e filtrado para a remoção dos sulfetos em instalações como: ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 184 I - 053 o 20 CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL • • • • Os Biofiltros, unidade de filtração montada com um leito filtrante com tempos de detenção que variam de 60 a 90 segundos do ar no solo, necessitando de umidade constante no leito. Alguns detalhes devem ser observados durante a construção, principalmente a interferência das precipitações pluviométricas. Filtro lavador de gases ou "Bioscrubber", trata-se de uma instalação composta por torres com altura em 7 e 10 metros de 1,5 a 3 metros de diâmetro, dotado de sistema de recirculação para manter a colônia de bactérias sempre umidecidas. Filtro de óxido de ferro, trata-se de uma construção também na forma de torre por onde circula o ar, que passa por um leito constituído por uma limalha de ferro, o inconveniente é a recirculação de todo ar efluente das elevatórias. Filtro de Purafil, trata-se de uma Sílica ativada saturada de Permanganato de Potássio com alta eficácia na remoção dos sulfetos. Desenvolvida na América do Norte. Nitrato de Amônia, dentro das alternativas abordadas, foi considerado como a mais viável para a solução do problema de mal odor nos esgotos de Pereira Barreto, esta proposta tem baixo custo de manutenção, sua aplicação é simples, é produzido no mercado nacional, é eficiente na inibição da geração de sulfetos, é totalmente consumido pelos microorganismos dos esgotos, não ficando resíduo que possa trazer prejuízo ao meio ambiente. FUNDAMENTAÇÃO O processo de decomposição da matéria orgânica em meios anaeróbicos há muito é conhecido pelo homem, e adotado como forma de tratamento para os efluentes, mantém a eficiência superior a 60% de remoção das cargas, exige áreas reduzidas de construção e de fácil operação. Dentre as diversas fases do processo citamos a nitrificação, que em 1896 foi estudado por Adenay; e Kal Imohoff a mais de 50 anos propôs, a recirculação dos efluentes ricos em Nitratos como medida para amenizar os maus odores em E.T.E.'s. A.G.Boom em seu trabalho cita as causas e conseqüências da geração dos sulfetos, a maioria ocorrem na rede de Pereira Barreto, citados anteriormente neste trabalho, apresenta métodos de cálculos que permitem prever condições críticas em rede coletoras, estações elevatórias e outros assuntos sobre o comportamento dos esgotos quanto a geração dos sulfetos, no entanto, sem apresentar soluções práticas para o problema. As bactérias responsáveis pela formação do sulfeto de hidrogênio, tem sido chamadas de "redutoras de sulfatos", o processo de redução do sulfeto é análogo, a respiração por nitratos é associada com a denitrificação em ambiente anóxico, sabe-se que uma relação DQO/SO4<7 é favorável a formação de mal cheiro, principalmente em reatores anaeróbios. Os sulfetos nunca serão formados em água com oxigênios dissolvidos, experiências anteriores na Sabesp, mostram que Oxigênio entre 0,5 e 1 mg/l de O2 dissolvido nos esgotos é suficiente para inibir a geração de sulfetos, paralelamente tem POR. próximo de zero, tendendo para uma situação crítica. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 185 I - 053 o 20 CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL PONTOS DE APLICAÇÃO DE NITRATO E MONITORAMENTO Definimos desde o início do trabalho que as estações elevatórias e a lagoa seriam pontos de aplicação e monitoramento, pois próximo destes locais verificava-se o maior número de reclamações. Elencamos na primeira fase outros seis pontos na rede coletora, posteriormente ampliados para nove , permitindo medir a interferência dos pontos de aplicação nas suas áreas de atuação. Figura 2: Croqui de Aplicação de Nitrato e Monitoramento Tabela 1: Resumo do Volume de Nitrato Aplicado (ml/min) PONTO inic exp a partir de 06.09.95 A partir de 16.09.95 A partir de 03.10.95 24 horas 7:00 às 21:00 às 7:00 às 21:00 às 7:00 às 21:00 às 21:00 7:00 21:00 7:00 21:00 7:00 1 100 70 20 50 15 40 10 2 40 30 10 20 8 25 5 3 30 20 6 20 6 20 5 4 50 35 10 30 9 40 10 5 30 20 7 20 6 20 5 6 30 20 7 20 8 20 5 7 15 10 3 10 6 15 5 8 25 20 7 20 5 25 5 9 55 45 15 30 9 40 20 10 100 70 20 50 15 55 15 11 50 35 10 30 10 30 10 12 300 200 60 120 35 140 40 13 150 100 30 70 20 60 20 14 10 5 SUB. T. 975 675 205 490 149 540 160 TOTAL 1.727 689 l/dia 500 l/dia 549 l/dia kg/dia 848 kg/dia 618 kg/dia 675 kg/dia ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 186 I - 053 o 20 CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL PARÂMETROS ACOMPANHADOS DURANTE O EXPERIMENTO • Temperatura Observa-se no gráfico de comportamento do crescimento bacteriano em função do aumento da temperatura um paralelo muito grande com situação real em Pereira Barreto, a temperatura dos efluentes no verão enquadra-se na faixa de máximo crescimento próximo de 35 ºC, matéria orgânica, sulfatos, anoxia e temperatura ideal são as condições perfeitas para a geração dos sulfetos, em todo esgoto produzido no município, encontram a presença de sulfetos que também indicam ausência de oxigênio livre nos esgotos. Gráfico 1: Variação de Temperatura EE5 Gráfico 2: Inicio da Digestão do Esgoto INÍCIO DA DIGESTÃO TEMPO (HORAS) 8 7 6 5 4 3 2 1 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 TEMPERATURA(ºC) Observa-se no gráfico acima o comportamento do início da digestão bem como o tempo da decomposição estão diretamente relacionados com a temperatura dos efluentes. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 187 I - 053 o 20 CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL Gráfico 3: Tempo da Digestão O crescimento e a atividade bacteriana chega a triplicar com temperaturas próximas de 35ºC. TEMPO DA DIGESTÃO TEMPO (DIAS) 140 120 100 80 60 40 20 0 0 5 10 15 20 25 30 35 TEMPERATURA(ºC) No local de estudo, as temperaturas máximas e mínimas tem pouca variação predominando as temperaturas elevadas na maior parte do ano. • pH O controle do pH é importante principalmente pela influência na dissociação do sulfeto, o gráfico padrão de comportamento do sulfeto em relação ao pH indica que para valores acima de 9 não teríamos a presença de sulfeto livre na massa líquida, no entanto, essa condição requer a aplicação de grande quantidade de alcalis que torna a prática muito dispendiosa principalmente pelo tamponamento forte dos esgotos. H2S ⇔ H+ +HS- equação (1) HS- ⇔ H+ + S2- equação (2) A amônia também tem sua dissociação influenciada pelo pH, é necessária ao desenvolvimento do processo biológico, mas em concentrações elevadas é prejudicial aos microorganismos, ver tabela de influencia sobre comportamento em processos anaeróbios. NH4 ⇔ NH3-+H+ equação (3) ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 188 I - 053 o 20 CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL Tabela 2: Efeitos da Amônia Livre Sobre os Processos Anaeróbicos Concentração, como N(mg/l) 50 – 200 200 – 1000 1500 – 3000 Acima de 3000 Efeito Benéfico Não tem efeito adverso Inibidor para pH > 7,4 – 7,6 Tóxico Fonte: MCCARTY P.L. (1964) OBS. Em Pereira Barreto é dosado aproximadamente 32 mg/l de nitrogênio amoniacal • Sulfeto Sulfeto é o principal parâmetro a ser analisado, sua ausência define o sucesso do trabalho, tem origem no sulfato e em outros compostos a base de enxofre que são utilizados como aceptores de elétrons durante a oxidação de compostos orgânicos presente nos esgotos durante a fase anóxica, dois gêneros de bactérias atuam nesse processo, primeiro as do gênero Desulfovibrio e Dosulfotomaculum e as do gêneros, Desulfobacter Desufococcus, Desulfobacterium e Desulfonema que terminam a oxidação dos substratos em gás carbônico, nos digestores anaeróbicos essas bactérias competem com as bactérias fermentativas, acetanogenicas e metanogenicas pelo substrato disponível. O sulfeto presente em atmosfera úmida e quente será oxidado pelos "Thiobacilos Autotróficos" para acido sulfúrico ocasionando a corrosão de concreto e peças metálicas etc. Gráfico 4: Resultado do Sulfeto EE5 • Redox (Potencial de Óxido Redução) O potencial de óxido redução, é a medida da resistência iônica, determina a maior ou menor capacidade de oxidação de um efluente ou lodo, os resultados de Pereira Barreto indicam formação intensa de sulfetos em potenciais abaixo de -154. Após a aplicação de nitrato observa-se que a formação de sulfeto ocorrendo em potencial de óxido de redução inferior a –90, portanto, observa-se que o nitrato elevou o potencial de óxido de redução dos esgotos e consequentemente interferiu na formação de sulfetos, desta forma o nitrato foi responsável pela alteração da microbiologia do meio em estudo. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 189 I - 053 o 20 CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL O P.O.R. é um parâmetro preciso e fácil de ser medido, através dessa medida conseguimos relacionar diretamente a formação dos sulfetos, é possível instalação de equipamento para monitoramento em tempo real, a automação da aplicação de nitrato, bem como, a avaliação da eficiência do trabalho. Gráfico 5 – Resultados de Redox EE5 Tabela 3: Resultados Redox das Primeiras Jornadas Dia 10/Dez 11/Dez 12/Dez 16/Dez 19/Jan 23/Jan 25/Jan Lagoa Anaeróbi ca -266 -180 -176 -257 -180 -180 -190 EE-1 EE-2 EE-3 EE-5 -196 -170 -165 -189 -171 -175 -154 -170 -169 -166 -198 -175 -170 -155 -202 -175 -170 -173 -180 -168 -161 -210 -174 -168 -173 -166 -165 -188 Av. Humberto Liedka -235 -176 -172 -207 -190 -174 -161 Rua Dermival Francheschi -159 -165 -167 -173 -171 -164 -155 TOXIDADE E CORROSÃO O sulfeto de hidrogênio é um gás inflamável e altamente venenoso, com odor de ovo podre, sua concentração limiar de odor é bastante baixa, entre 1 a 10 ng/l no ar é perigoso porque na medida que a concentração aumenta o cheiro é perdido pelo olfato, a inconsciência seguida de morte pode ocorrer em concentrações acima de 300 ppm. Seu cheiro torna-se pior pela presença de outros compostos mal cheiros como os mercaptanas ou thiol que também formam nos esgotos anaeróbicos. É tóxico aos organismos aquáticos em concentração bastantes reduzidas, menor que 1 mg/l. A presença de sulfetos ocasiona a corrosão do cobre, tal como latão, bronze, monel (cobre e níquel) e prata, tem efeito desastroso sobre equipamentos elétricos; corroe pórticos metálicos de sustentação de bombas, escadas de marinheiro, tampões de poços de inspeção, tubulações forjadas etc. Em Pereira Barreto o emissário de concreto teve de ser substituído em razão da corrosão, ocasionando grandes prejuízos, financeiros e ambientais. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 190 I - 053 o 20 CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL APLICAÇÃO DE NITRATO DE AMÔNIA (NH4NO3) O Nitrato aplicado na forma líquida, transportado a granel, adicionado nos esgotos através de dosadores de nível constante automatizados com solenóides para diferenciar a dosagem diurna da noturna. No início era aplicado em 10 pontos, ampliando-se para 14 pontos, a quantidade dosada, sofreu mudanças até observar o equilíbrio entre ausência de sulfeto e volume aplicado. Capacidade total de estocagem é de 55.500 litros, os reservatórios são todos construídos em fibra de vidro. Abaixo esquema de aplicação e reservação. REFERÊNCIAS BIBIOGRÁFICAS 1. 2. 3. 4. Chernicharo, Carlos Augusto de Lemos - Reatores Anaeróbios - Dep. Engenharia Sanitária e Ambiental UFMG 1997-246p (Princípios de Tratamentos Biológicos de Água Residuária;5) CESP, Relatório ECSI-NE-02/96, Implantação de sistema experimental de Adição de Nitrato de Amônio no Esgoto de Pereira Barreto, 1996. Sabesp, Relatório Monitoramento do Nitrato nos Esgotos de Santos, 1990 - Unidade Volante de Laboratório. Mccarty P.L. (1964), Anaerobic waste treatment fundamentals. Public Works, 1964 ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 191