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Quarta-feira
15 de julho de 2015
Jornal do Comércio - Porto Alegre
Economia
MERCADO DE CAPITAIS
Gerdau simplifica processos
e sua estrutura societária
Operações visam a uma maior sinergia no atendimento de mercados
LUCAS LACAZ RUIZ/FOLHAPRESS/JC
Negócios no Brasil, América do Sul e América do Norte integram estratégia da companhia gaúcha
A
Gerdau anunciou ontem a simplificação de
processos e da estrutura societária, como
parte, segundo fato relevante da
companhia, “das ações necessárias para adequação ao cenário
atual de grande competitividade”. Entre as iniciativas, a empresa redefiniu as operações de
negócios, com o objetivo de obter
maiores sinergias estratégicas e
operacionais no atendimento dos
mercados da América do Sul, da
América do Norte e do Brasil.
A Operação de Negócio
América do Norte será composta
também pelas operações no México e as joint ventures na República Dominicana, Guatemala e
México, além da unidade de aços
longos no Canadá e Estados Unidos. Foi criada ainda a Operação
de Negócios América do Sul, integrada pelas operações de aços
longos da Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Venezuela e Uruguai. Outra mudança ocorre na
Operação de Negócio Brasil, que
passará a integrar as áreas de
minério de ferro, além das atuais
unidades de aços longos e planos
no Brasil e de carvão e coque metalúrgico na Colômbia. Já a Operação de Negócio Aços Especiais
fica inalterada, com aços espe-
ciais do Brasil, Espanha, Estados
Unidos e Índia.
As mudanças serão apresentadas a partir da divulgação dosresultados do terceiro trimestre
de 2015. No que se refere às participações societárias em controladas, a Gerdau comunicou a compra de participações minoritárias,
no valor total de R$ 1,986 bilhão,
que permitirão à companhia deter mais de 99% do capital social.
Na Gerdau Aços Longos, a companhia adquiriu 4,77% (9.569.182
ações); na Gerdau Açominas, a
compra foi de 3,50% (8.805.460
ações); na Gerdau Aços Especiais,
adquiriu 2,39% (8.805.460 ações);
e na Gerdau América Latina Participações, a compra atingiu 4,90%
(8.805.460 ações).
As aquisições, segundo o documento enviado à Comissão de
Valores Mobiliários (CVM), visa
à possível transformação dessas
companhias, no futuro, em subsidiárias integrais e/ou sua incorporação; a consolidar o recebimento
de dividendos; e a proporcionar
a maior facilidade de acesso ao
mercado de capitais.
O valor, segundo o fato relevante, será pago com parcela
à vista de R$ 339 milhões, com
recursos imediatamente disponíveis, mais cessão e transferência
de 30 milhões de ações preferenciais, mantidas em tesouraria,
no valor de R$ 206 milhões.
O pagamento inclui ainda uma permuta de cota de um
Fundo de Investimento em Direitos Creditórios Não Padronizados
(FIDC NP Barzel), cuja carteira detém direitos creditórios decorrentes de ações judiciais devidas pela
Eletrobras, em razão do empréstimo compulsório recolhido entre
os anos de 1977 a 1993 dos consumidores industriais de energia elétrica, subscrita pela companhia e
integralizada, livre e desembaraçada de qualquer ônus ou gravame, pelo valor de R$ 802 milhões.
A cessão desses direitos creditórios do FIDC, assim como a
permuta da parcela, já foi aprovada pelo conselho de administração. Por último, haverá pagamentos parcelados, com vencimentos
em 2016, 2017, 2019, 2021 e 2022,
no valor total de R$ 639 milhões.
Também como etapa do processo de mudança da estrutura
societária, o conselho de administração da Gerdau e o da Seiva autorizaram suas diretorias a
avaliarem alternativas para a incorporação da Seiva Florestas e
Indústria, Gerdau América Latina
Participações e Itaguaí durante o
segundo semestre de 2015.
Ibovespa apaga perdas e tem alta de
0,23%; ações de siderúrgicas caem
A Bovespa apagou a realização de lucros vista pela manhã
e trabalhou em alta durante a
tarde, mirando o mercado norte-americano, mas com dinamismo
menor. Petrobras subiu e ajudou a
segurar o índice, enquanto o tombo de Gerdau e a queda de siderúrgicas e Vale pressionou do outro lado. O Ibovespa terminou em
alta de 0,23%, aos 53.239 pontos.
No mês, acumula ganho de 0,30%
e, no ano, de 6,46%. O giro financeiro totalizou R$ 5,15 bilhões.
Petrobras, que pela manhã
chegou a operar com 2% de queda, avançou, acompanhando as
oscilações do petróleo. A expectativa sobre o acordo nuclear fechado entre o Irã e seis potências
havia levado muitos investidores a apostar na queda do petróleo, uma vez que o Irã, importante produtor, voltaria a exportar. A
leitura, com o acordo enfim finalizado, entretanto, foi outra. A de
que o país deve demorar ainda a
retomar a produção e exportação
do produto e, por isso, o petróleo
voltou a subir.
Vale, prejudicada pelo recuo do
preço do minério de ferro na China,
por uma realização de lucros após
a forte alta de ontem e também por
uma leitura de que o corte de produção não é “tão bom assim”, ter-
minou em baixa de 3,68% na ON e
de 3,26% na PNA. Gerdau foi destaque de baixa, depois de ter anunciado uma reestruturação de suas
unidades e a compra de fatias em
controladas em uma transação de
R$ 1,986 bilhão. Metalúrgica Gerdau PN desabou 10,52% e Gerdau
ON caiu 7,25% - as duas principais
quedas do Ibovespa, seguidas por
BradesPar PN (-3,98%).
Após registrar queda por três
sessões, acumulando no período
desvalorização em torno de 3%,
o dólar fechou em ligeira alta. A
moeda norte-americana acabou
encerrando em alta leve, mas na
máxima, a R$ 3,1380 (+0,16%)
no balcão.
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Decretos autorizam aumento do capital
social das empresas CBTU e Trensurb
A presidente Dilma Rousseff assinou dois decretos que
autorizam aumento do capital social da Companhia Brasileira de
Trens Urbanos (CBTU) e da Empresa de Trens Urbanos de Porto
Alegre (Trensurb). As duas capitalizações ocorrerão “mediante
incorporação de créditos transferidos pela União”.
No caso da CBTU, foi auto-
rizado o aumento do capital social em R$ 155,261 milhões, passando de R$ 5,196 bilhões para
R$ 5,351 bilhões. Para a Trensurb
o aumento será de R$ 173,678 milhões. Com isso, o capital da empresa passará de R$ 1,454 bilhão
para R$ 1,628 bilhão. Os valores
serão atualizados pela taxa Selic até a efetiva transferência dos
recursos.
S&P afirma rating BBB- da Petrobras
e mantém a perspectiva negativa
A agência de classificação de
risco Standard & Poor’s afirmou o
rating BBB- da Petrobras e manteve a perspectiva negativa das notas da companhia. Com esse rating, a estatal mantém o grau de
investimento pela S&P. Segundo a
agência, a nota da Petrobras reflete a visão de que o governo pode
providenciar um oportuno e suficientemente extraordinário suporte à companhia em caso de algum problema com a sua dívida.
“A Petrobras tem um papel
muito importante como principal
produtor e distribuidor de combustíveis do Brasil. Consideramos também que o governo daria um suporte em um eventual
caso de default por ter a consciência de que haveria um impacto significativo à economia do
Brasil”, afirmou a agência.
Os analistas da S&P ponderam, no entanto, que a perspectiva negativa da companhia reflete os desafios que ela terá para
desalavancar seu balanço e as
incertezas geradas pelas investigações de corrupção.
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