INTRODUÇÃO Este trabalho sobre a “Física no Ensino Fundamental”, busca relatar como é o ensino de ciências no Ensino Fundamental, e o que pode ser feito para que este ensino possa melhorar e tornar-se mais satisfatório, onde as crianças possam entender o verdadeiro significado de “ciências”. No primeiro capítulo temos uma pequena introdução sobre a educação, que é a base para a formação de qualquer cidadão, também sobre o que as leis dizem sobre o ensino fundamental e sobre o ensino de ciências, como a LDB e os PCNs e, por fim, a situação que o ensino fundamental brasileiro se encontra. O Segundo capítulo traz duas grandes referências teóricas. Um deles é Jean Piaget, que possui suas teorias reconhecidas mundialmente e que ainda hoje são utilizadas; como o foco deste trabalho são as crianças, seu trabalho foi de grande ajuda. Ele estudou o desenvolvimento cognitivo, e através de observação de seus próprios filhos desenvolveu estágios de desenvolvimento cognitivo seqüenciais, pelos quais as crianças passam até chegar à idade adulta. Outro teórico estudado foi John Dewey que tem como conceito de seu pensamento central a “experiência”, o qual também é bastante citado neste trabalho como parte essencial para o aprendizado de ciências, como uma maneira de atrair alunos e estimulálos. O terceiro capítulo retrata um pouco da situação dos professores de ciências do ensino público, suas dificuldades com o ensino da disciplina e também sobre alguns métodos que podem ser usados para que o ensino de ciências saia da monotonia, e seja uma disciplina que os alunos gostem de estudar. Retrato também experiências de projetos que foram realizados aplicando-se a Física no Ensino Fundamental, quais foram os pontos positivos e negativos encontrados neles e como está sendo a formação dos professores que lecionam ciências no ensino fundamental. No quarto capítulo podemos ler sobre um projeto que começou na França iniciado por Georges Charpak com o ”La Main à La Patê”, e que vêm sendo influência desde 2001 no Brasil, onde cada vez mais escolas estão participando desde projeto denominado “ABC na Educação Científica – Mão na Massa” (Academia Brasileira de Ciências), projeto este de nível internacional, fruto de cooperação entre as Academias de Ciências francesa e brasileira, que visa a melhoria da educação científica no ensino fundamental, utilizando atividades experimentais, propiciando o desenvolvimento da linguagem oral e escrita, investindo na formação de docentes e na implementação da proposta em sala de aula. 10 No quinto capítulo temos o relato de uma experiência vivida por mim, “Física no Ensino Fundamental”, o qual foi realizado no ano de 2007, em uma escola estadual de Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul – MS. O projeto teve como objetivo incentivar os alunos do Ensino Fundamental a gostarem da disciplina de Física, passando assim a conhecê-la melhor notando que esta disciplina não serve apenas para se fazer contas, mas também para entender o mundo em nossa volta, através de aulas teóricas e práticas. OBJETIVO Nosso objetivo é mostrar que é possível se ensinar Física para alunos do Ensino Fundamental, no nosso caso o 9º ano, através de pesquisas e projetos já realizados, analisando assim seus pontos positivos e negativos. JUSTIFICATIVA O ensino das primeiras séries do Ensino Fundamental em nosso país, tem se concentrado apenas nos problemas referentes à alfabetização e a matemática elementar, deixando muitas vezes de lado a chamada “Alfabetização Científica”, que é tão importante quanto. Na maioria dos casos os professores que lecionam a disciplina de ciências no Ensino Fundamental não se sentem seguros para tratar de assuntos relacionados à disciplina, e assim a “ciência” acaba sendo esquecida; além disso, sabemos da sua grande importância no desenvolvimento de um individuo capaz de raciocinar e obter um pensamento critica, além do conhecimento do que acontece pelo mundo, pois as ciências explicam a maioria das fenômenos que ocorrem à nossa volta. Assim sendo, este tema foi escolhido para mostrar a importância da divulgação científica e do ensino de Física já nas séries iniciais do Ensino Fundamental. METODOLOGIA Este trabalho foi realizado através de Pesquisa Bibliográfica sobre o estudo da física no ensino fundamental, com propostas e projetos existentes no Brasil e no mundo como o “La Main à la Patê”; foi feita também uma pesquisa de campo através de um projeto denominado “Física no Ensino Fundamental”, realizado em 2007 / 2008, na Escola Estadual Fernando 11 Corrêa da Costa, da cidade de Rio Brilhante – MS, com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental. O projeto foi inspirado no trabalho de Georges Charpack, “La Main à la Patê, que tem como prioridade a melhoria da Educação Científica no Ensino Fundamental. O projeto foi realizado com cerca de 75 alunos, entre 14 e 17 anos, nos períodos matutino e vespertino,o qual foi desenvolvido em duas etapas, o projeto foi realizado durante as aulas de ciências, onde a professora lecionava a parte química e biológica e nós a parte física, a 1º etapa foi realizada em 2007, onde foi proposto atividades práticas e teóricas sobre conceitos de Física aos alunos, já na 2º etapa em 2008, foi realizado um debate e aplicado um questionário com alunos do 1º, que participaram do projeto no ano anterior, para sabermos se o projeto os ajudaram e também o que eles estavam achando da disciplina de Física, onde através desta pesquisa pude perceber que o projeto foi de grande auxílio para os alunos e que eles aproveitaram o que aprenderam e aplicaram em sala de aula já no 1º ano do Ensino Médio. Participaram do questionário 30 alunos e a mesa redonda foi realizada no mês de Outubro/2008 na própria escola durante período de aula com 10 alunos que participaram do projeto no ano anterior. Para o desenvolvimento deste projeto foi utilizado como referencial, Jean Piaget que estudou o desenvolvimento da inteligência humana, onde propôs a existência de quatro estágios: sensório-motor, pré-operacional, operatório-concreto e operatório-formal, e também John Dewey, filosófo que defende a utilização de atividades práticas que é bastante citada neste trabalho como um método de aprendizagem . 12 1) Educação. A educação é de extrema importância para o desenvolvimento humano, sendo assim neste primeiro capítulo será tratado alguns pontos importantes sobre a educação atual do Brasil e também quais são as leis que regem o Ensino Fundamental, principalmente na área de ciências que é a base deste estudo. “Educação” – Ato ou efeito de educar-se. Processo de desenvolvimento da capacidade física intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando a sua melhor integração individual e social – (Novo dicionário Aurélio da Língua Portuguesa). A educação é base fundamental na formação de qualquer indivíduo. Uma de suas funções é ajudar os alunos a construírem certa compreensão da realidade relativamente coerente. Segundo Aristóteles é “um caminho para a vida pública”. A educação ocorre principalmente dentro das escolas, mas também pode existir onde não há a escola e por toda parte onde houver redes e estruturas sociais de transferências de saber de uma geração a outra, onde ainda não foi sequer criado a sombra de algum modelo de ensino formal e centralizado. A educação atual passa por uma fase meio conturbada, pois a partir do século XXI, com as ditas “melhorias”, as quais proíbem a punição e praticamente obrigam a aprovação através da recuperação dita paralela (recuperação da recuperação), fazem com que muitas escolas percam o controle de seus alunos, professores não conseguem dar suas aulas de modo satisfatório sem contar no índice de violência dentro da escola que cresceu assustadoramente. As dificuldades encontradas por famílias de baixa renda fazem com que abandonem a escola para trabalhar e ajudar no sustento da família. Os alunos estão desmotivados e desinteressados por motivos diversos o que atrapalha e muito o seu aprendizado, e também o desrespeito para com os próprios professores que são muito mal remunerados e não recebem nem um tipo de incentivo, para se ter uma idéia em 1960 um professor ganhava um salário igual ao de um juiz, hoje ele ganha apenas 10% do salário de um magistrado. Com tudo isso o ambiente escolar está se tornando cada vez mais estressante e sua qualidade vêm decaindo cada dia mais. (OLIVEIRA, 2003). Em relação à educação, o Brasil deixa muito a desejar, a grande maioria de nossos jovens não tem acesso a um ensino de qualidade, podemos notar que em vários vestibulares do nosso país o tema das redações está quase que sempre voltado para a educação, visando à precariedade em que se encontra o nosso ensino público, sem contar que são temas de vários debates, mesas redondas, congressos, onde se busca sempre soluções para que a educação melhore e seja de qualidade atingindo a todos os brasileiros, mostrando sempre que ela é uma 13 ferramenta indispensável para a transformação de uma sociedade. O Brasil corre sérios riscos de não atingir parte das metas de educação que foram estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), entre os 121 países o Brasil encontra-se em 71º lugar. Apenas 85% das crianças chegam a 5º série do Ensino Fundamental, dados esses que constam no relatório global da Educação para todos, divulgado em 2006 pela Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura (UNESCO). Embora o governo brasileiro tenha conseguido aumentar a taxa de alunos dentro das escolas através de programas como a bolsa família, bolsa escola, fome zero entre outros, (Programas que beneficiam famílias de todo Brasil em “situação de pobreza”, para que elas possam mandar seus filhos para escola ao invés de trabalharem para ajudar no sustento da família), a qualidade do ensino ainda continua ruim, conseqüência do preparo insuficiente dos mestres, da falta de estrutura dos estabelecimentos de ensino e de uma série de outros fatores negativos, dentre os quais se sobressai a pobreza que assola mais de 10% das famílias brasileiras. Faltam bibliotecas, laboratórios de ciência e de informática em grande parte das escolas públicas do Brasil. Alguns números da Equipe Brasil Escola que retratam os problemas na educação brasileira: • No Brasil 97% dos estudantes de 7 a 14 anos de idade se encontram na escola, 3% ( aproximadamente 1,5 milhões) com idade escolar estão fora dela. • Para cada 100 alunos que entram na primeira série, somente 47 terminam o 9º ano com idade correspondente, 14 o ensino médio e apenas 11 chegam ao ensino superior. • 61% dos alunos do sexto ano não conseguem interpretar textos simples, 60% do nono ano não interpretam textos dissertativos. • 65% dos alunos do 5º ano não dominam cálculo, 60% do 9º ano não conseguem realizar cálculos de porcentagens. Medidas que poderão ajudar a combater os índices acima apresentados segundo a Equipe Brasil Escola: • Mobilização da sociedade para a importância que a Educação exerce. • Direcionamento de recursos financeiros para escolas e professores. • Valorização do profissional da educação. • Implantação de medidas políticas educacionais a longo prazo. 14 Em Setembro de 2006 um grupo formado por empresários e políticos, com a participação dos meios de comunicação firmaram um compromisso denominado ”Todos pela Educação”, onde denominaram algumas metas a serem atingidas até 7 de Setembro de 2012, que são as seguintes segundo a Equipe Brasil Escola: Todo indivíduo com idade entre 7 e 17 anos deverá estar na escola. Todo indivíduo com idade de 8 anos deverá dominar a leitura. Os alunos deverão ter acesso a todos os conteúdos correspondentes a sua série. Todos os alunos deverão concluir as etapas de estudo (fundamental e médio). Garantia de investimentos na Educação Básica. De acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), através do reflexo da percepção das famílias entrevistadas na Pnad de 2007, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, relata que 1,3 milhões de crianças entre 7 e 14 anos não sabem ler e nem escrever, apesar de 1,1 milhões freqüentarem estabelecimento de ensino, o que é um dado alarmante e preocupante. Outro fator importante que deve ser destacado aqui é o atraso escolar, crianças que estão ainda no Ensino Médio com idades já avançadas. Não podemos deixar que esses dados continuem aumentando, é necessário que pais, professores, comunidade e governo se unam numa única corrente e busquem novas estratégias para que nossa educação possa tornar-se melhor e mais satisfatória, não basta apenas falar é necessário que aja ação. Assim nada melhor do que começar uma nova etapa visando um Ensino Fundamental melhor, pois é nesta faixa de idade que começamos a formar o caráter do aluno e estaremos formando indivíduos capazes de pensar e raciocinar e não apenas máquinas decorativas (alunos que decoram toda a matéria apenas para a prova e logo mais não sabem nada). 1.1) LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais LDB. De acordo a LDB 9394/96, a Educação Escolar divide-se em educação básica e educação superior. O Ensino Fundamental, juntamente com a Educação Infantil e o Ensino Médio, compõe a Educação básica. Art. 32, LDB 9394/96: o Ensino Fundamental, com 15 duração mínima de oito anos, obrigatório e gratuito na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão. É obrigatório para todas as crianças na faixa etária entre 7 e 14 anos. A meta a ser atingida de cada escola de ensino fundamental é fornecer ao aluno acesso à base comum nacional e à parte diversificada, o que inclui as características regionais da sociedade, da cultura, da economia e do cotidiano do aluno. Objetivos do ensino fundamental (Seção III - Art. 32º. – LDB 9394/96 -). I - O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. A LDB foi formulada para expressar a política e também o planejamento educacional do país, os quais foram formulados com base na Constituição Federal, ela foi citada pela primeira vez no ano de 1934 e criada em 1961, sua ultima reformulação se deu no ano de 1996 e é aceita até os dias de hoje, foi sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e tem com base fundamental uma educação voltada para todos, que possa atingir a toda população brasileira de maneira igual, sem distinções, ela nos dá novas perspectivas a serem cumpridas e alcançadas pela nossa educação. 1.2) Dados do Ministério da Educação e do Desporto – PCNs Os PCNs são referências de qualidade para o ensino fundamental e médio do Brasil, elaborados pelo Governo Federal em 1996, sua função é orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema educacional, socializando discussões, pesquisas e recomendações, contando com a participação de técnicos e também professores brasileiros, principalmente aqueles que se encontram mais isolados, com menor contato com a produção pedagógica atual, tendo em vista um projeto pedagógico em função da cidadania do aluno e uma escola em que se aprende mais e melhor, buscando assim padronizar o ensino no país. No que diz 16 respeito ao aprendizado ele deve dar lugar a ações que levam as crianças a buscar seu próprio conhecimento. Mas o foco principal da tomada dessas medidas é tentar eliminar o grande número de repetência e abandono escolar. Dentro das escolas brasileiras, principalmente as do Norte e Nordeste notamos que o números de alunos na situação de repetência e abandono escolar é grande, muitas crianças não tem a possibilidade de saírem de suas casas e irem a escola devido ao difícil acesso a ela, outros param o estudo no meio do caminho para poderem trabalhar na roça com seus pais e ajudar no sustento da família, e esse é um ponto muito importante que deve ser mudado para que a educação do Brasil possa evoluir, conseguir manter as crianças e jovens dentro das salas de aula oferecendo um ensino de qualidade a todos eles. Os PCNs foram divididos em 6 áreas que são elas : Língua Portuguesa, Matemática, Ciências Naturais, História e Geografia, Arte e Educação Física, onde cada um trata de uma área específica do conhecimento e são apresentados em documentos separados por volumes. − Ensino Fundamental – Ciências Naturais O que dizem os PCNs. Até a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases no 4.024/1961, ministravam-se aulas de Ciências Naturais apenas nas duas últimas séries do antigo curso ginasial. Essa lei se estendeu a obrigatoriedade do ensino da disciplina a todas as séries ginasiais, apenas a partir de 1971, com a lei no 5.692, Ciências Naturais passa a ter caráter obrigatório nas oito séries do primeiro grau. O objetivo fundamental do ensino de Ciências passou a ser o de dar condições para o aluno identificar problemas a partir de observações sobre um fato, levantar hipóteses, testálas, refutá-las e abandoná-las quando fosse o caso, trabalhando de forma a tirar conclusões sozinhas. É com essa perspectiva que se buscava, naquela ocasião, a democratização do conhecimento científico, reconhecendo-se a importância da vivência científica não apenas para eventuais futuros cientistas, mas também para o cidadão comum. Mostrar a Ciência como um conhecimento que colabora para a compreensão do mundo e suas transformações, para reconhecer o homem como parte do universo e como indivíduo, é a meta que se propõe para o ensino da área na escola fundamental. A apropriação de seus conceitos e procedimentos pode contribuir para o questionamento do que se vê e ouve, para a ampliação das explicações acerca dos fenômenos da natureza, para a 17 compreensão e valoração dos modos de intervir na natureza e de utilizar seus recursos, para a compreensão dos recursos tecnológicos que realizam essas mediações, para a reflexão sobre questões éticas implícitas nas relações entre Ciência, Sociedade e Tecnologia. Os objetivos de Ciências Naturais no ensino fundamental são concebidos para que o aluno desenvolva competências que lhe permitam compreender o mundo e atuar como indivíduo e como cidadão, utilizando conhecimentos de natureza científica e tecnológica. Esses objetivos de área são coerentes com os objetivos gerais estabelecidos na Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais e também com aqueles distribuídos nos Temas Transversais. O ensino de Ciências Naturais deverá então se organizar de forma que, ao final do ensino fundamental, os alunos tenham as seguintes capacidades: Compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser humano parte integrante e agente de transformações do mundo em que vive. Identificar relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia e condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica. Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a partir de elementos das Ciências Naturais, colocando em prática conceitos, procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar. Saber utilizar conceitos científicos básicos, associados a energia, matéria, transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida. Saber combinar leituras, observações, experimentações, registros, etc., para coleta, organização, comunicação e discussão de fatos e informações. Valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e cooperativa para a construção coletiva do conhecimento. Compreender a saúde como bem individual e comum que deve ser promovido pela ação coletiva. Compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas, distinguindo usos corretos e necessários daqueles prejudiciais ao equilíbrio da natureza e ao homem. O ensino de ciências é muito importante assim como qualquer outra disciplina. Ela não trata apenas do estudo da saúde e do corpo humano, mas abrange uma outra parte fundamental que é “ciência em si”, a qual estuda o mundo e suas descobertas e proporciona 18 aos alunos aprenderem como funciona tudo ao seu redor e também a capacidade de construírem um conhecimento científico e crítico sobre determinado assunto, onde as crianças possam acompanhar a evolução do mundo atual entendendo o que se passa no mesmo, onde a ciência possa colaborar para a compreensão do mundo e de suas transformações. Os PCNs podem auxiliar os educadores entenderem como ensinar ciências, ele nos mostra como na verdade deveria ser o ensino de ciências, mas que na verdade não acontece. 1.3) Ensino Fundamental no Brasil. A partir de dados do Ministério da Educação (MEC – www.mec.gov.br) de 2003, cerca de 90% do atendimento escolar estava sendo feito pelo poder público, o que nos demonstra que o papel e dever do estado estavam sendo “cumpridos”, mas se analisarmos bem a desigualdade encontrada nas escolas volta aparecer, no sentido da permanência dos alunos na mesma, de um total de 5,7 milhões de alunos matriculados na 1º série do Ensino Fundamental, somente 4,19 milhões chegam a 4º série, assim essas crianças acabam por pararem no “meio do caminho”, sendo que nesse período não poderia haver interrupções e todos os alunos deveriam caminhar juntos. Esses dados são mais evidentes em regiões mais pobres como o Norte e Nordeste, onde a desistência dos alunos são maiores. Com a municipalização do ensino fundamental, a responsabilidade para com o ensino das primeiras séries do ensino fundamental passou para a responsabilidade do município. “O governo federal intensificou, a partir da década de 1990, o processo de municipalização do ensino fundamental, que compreende oito anos da vida do estudante. Tornar o ensino fundamental uma responsabilidade das prefeituras, e não mais do governo estadual, tem como objetivo aumentar a participação dos cidadãos na elaboração, implementação e avaliação do processo de ensinoaprendizagem.” (Diretrizes estabelecidas pela Lei n. 9.394, de dezembro de 1996). Considerando dados de 2003 temos que a distribuição da municipalização das séries iniciais do Ensino Fundamental no centro oeste era de 58,56%, que apresentava a taxa mais baixa no Brasil, fato que pode ser entendido pelo Distrito Federal ser considerada um estado e sua população escolar é de alunos estaduais. Cada estado ao recolher seus impostos repassa uma porcentagem daquilo que foi recolhido para os municípios, para a manutenção do ensino. Estados como São Paulo possui uma arrecadação maior, assim sucessivamente o dinheiro repassado aos municípios é maior do que, por exemplo, municípios do Norte e Nordeste que 19 detêm uma população mais pobre e também uma arrecadação menor, assim nessas regiões a dificuldade de se manter um ensino de qualidade é maior. Um outro fator importante a ser dito aqui é sobre a freqüência dos alunos no âmbito escolar, que pode ser analisado a partir da tabela seguinte: Tabela 1. - (% de alunos com idade escolar que frequentam a escola). -----4 a 17 anos Intervalo de Confiança* 2005 88,7% Indicador 2006 89,9% 2007 90,4% Metas 2007 2008 2009 2021 91,0%91,9%92,7%98,0% 88,4% - 89,0%89,6% - 90,2%90,1% - 90,6% ------ Fonte: “Todos pela Educação”- Elaboração própria com base nos dados da PNAD/IBGE. Analisando a Tabela 1, podemos observar que os índices de alunos com idade escolar que freqüentam a escola com o passar dos anos vêm aumentando gradativamente, o que pode ser muito comemorado, mas, no entanto gera uma segunda questão a ser analisada. O fato da desistência dos alunos que acabam por não concluírem os estudos desistindo do mesmo ou se estagnando na mesma série por mais de um ano, sem contar que ainda não conseguimos garantir o sucesso de nossas crianças nas escolas. Em 2000 o Pisa confirmou a baixa da nossa escola fundamental, em uma prova que é aplicada internacionalmente a adolescentes de 15 anos de idade em 32 países que demonstrou que estamos com um grande atraso escolar, que é provocado pela grande evasão, repetência e distorção idade-série -“era o maior problema educacional do Brasil”, informa a página do INEP na Internet, Sala de Imprensa em 01/03/02- , onde nosso país ficou em último lugar, na pesquisa , foi analisada a leitura e demonstrou que o nosso país “lê mal” e que nossos “alunos se contentam com uma compreensão superficial do texto”. (CASTRO, 06/03/2002: 20). Que é um fator importante e que deve ser urgentemente mudado, pois a leitura é primordial na vida de qualquer cidadão. Muitos professores estão desmotivados e estressados com essa situação, não sabem mais o que fazer e nem como lidar com a situação encontrada dentro das salas de aula. Eles têm que se virar nos trinta para dar conta do recado. As reclamações vindas por parte deles são muitas: a baixa remuneração, o não incentivo, a falta de materiais didáticos, a falta de apoio principalmente dos pais que se desobrigam de suas funções em relação à educação de seus filhos, atribuindo essa responsabilidade totalmente para os professores, enfim são muitos os fatos a serem discutidos e analisados para se entender um pouco a vida de um educador. 20 Como podemos ver esses são só alguns dos problemas enfrentados pelo nosso ensino atual. O Ensino Fundamental é a base da educação é nele que as crianças começam a se desenvolver. A disciplina de ciências deve ser conduzida de uma maneira que os alunos possam ter envolvimento com a matéria para que possam desenvolver um conhecimento intelectual. Mas o que encontramos dentro das salas de aula é um tanto diferente, pois a matéria gira quase que exclusivamente em torno da biologia que trata de animais, corpo humano entre outros assuntos, onde a parte física e química é vista com um pouco mais de tempo e aprofundamento do último ano do Ensino Fundamental que é o nono ano, ainda assim em muitas escolas de maneira superficial pelo fato de que os professores não têm tanta intimidade com os conteúdos e acabam por deixarem de lado ou mesmo para ser visto ao final do ano letivo. 21 2) Teóricos. 2.1) Jean Piaget (1986 - 1980). Com o passar dos anos vamos adquirindo e evoluindo cada vez mais nossos conhecimentos. Piaget estudou o desenvolvimento da inteligência da criança em estágios que são separados por idades os quais são seqüenciais, sendo assim com a introdução da física já no Ensino Fundamental, a cada estágio a criança de acordo com Piaget vai evoluindo seu pensamento e adquirindo novas habilidades, onde pode-se ao final do ultimo estágio que é o operatório-formal, ela ter desenvolvido raciocínio, linguagem e escrita científica, que foi adquirido durante o desenvolvimento de todos os estágios. Piaget foi simplesmente um garoto prodígio, suas teorias são hoje reconhecidas e utilizadas como referencial teórico por todo o mundo, elas tentam explicar como se desenvolve a inteligência nos seres humanos. Sua carreira começou aos 11 anos de idade com a publicação de seu primeiro trabalho sobre observações de um pardal albino. Estudou filosofia e biologia na Universidade de Neuchâtel, após formar se trabalhou como psicólogo o que influenciou em seu trabalho. Em 1919 iniciou seu estudo sobre a mente humana, em 1923 casou se com Vanlentine Châtenay com quem teve 3 filhos, Jacqueline, Lucienne e Laurent. A maioria de suas teorias foram formuladas através de observações de seus próprios filhos desde que nasceram. Em toda sua vida Piaget escreveu mais de 75 livros e diversos artigos científicos. No início do século XX o pensamento da época era de que as crianças e os adultos raciocinavam e pensavam da mesma maneira, imaginava-se que a diferença entre os processos cognitivos deles era, sobretudo de grau, por exemplo, os adultos eram superiores mentalmente as crianças do mesmo modo que eram maiores que eles fisicamente, mas os processos cognitivos eram os mesmos ao longo de suas vidas. Piaget com suas observações através das 22 observações de várias crianças concluiu que as crianças pensam diferentemente dos adultos em várias ocasiões, por faltarem certas habilidades, ou seja, a maneira de pensar é diferente tanto em grau como em classe. A construção do conhecimento segundo Piaget, assimilação, processo cognitivo pelo qual uma pessoa passa, quando a criança tem novas experiências, tenta adaptar-se esses novos estímulos a estruturas cognitivas que já possui. (Piaget, 1996, p13): “... uma integração à estruturas prévias, que podem permanecer invariáveis ou são mais ou menos modificadas por esta própria integração, mas sem descontinuidade com o estado precedente, isto é, sem serem destruídas, mas simplesmente acomodando-se à nova situação.” A acomodação ocorre quando a criança não consegue assimilar um novo estímulo, onde não há uma estrutura cognitiva que possa assimilar a nova informa, assim restando para a criança apenas duas hipóteses, ou ela cria um novo esquema ou modifica um sistema existente, senso que qualquer uma das duas modificará a estrutura cognitiva, (Piaget, 1996, p 18): “Chamaremos acomodação (por analogia com os "acomodatos" biológicos) toda modificação dos esquemas de assimilação sob a influência de situações exteriores (meio) ao quais se aplicam.” Piaget deixa claro que não há assimilação sem acomodação e vice-versa. A teria da equilibração trata de um ponto de equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, do tipo mecanismo regulador o qual é necessária para que a criança assegure sua interação com meio. (Piaget, 1975, p.14): “Primeiro Postulado: Todo esquema de assimilação tende a alimentar-se, isto é, a incorporar elementos que lhe são exteriores e compatíveis com a sua natureza”. Segundo Postulado: Todo esquema de assimilação é obrigado a se acomodar aos elementos que assimila, isto é, a se modificar em função de suas particularidades, mas, sem com isso, perder sua continuidade (portanto, seu fechamento enquanto ciclo de processos interdependentes), nem seus poderes anteriores de assimilação.”. O desenvolvimento cognitivo está para Piaget em quatro estágios seqüenciais: − Sensório Motor: vai desde o nascimento do bebê até a aproximadamente dois anos de idade, este período é caracterizado por uma característica egocêntrica, onde há ausência de fala, e também falta de coordenação motora da criança. Ex: O bebê pega o que está em sua mão; "mama" o que é posto em sua boca; "vê" o que está diante de si. Aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um objeto, pegá-lo e levá-lo a boca. − Pré - Operatório: pode ser chamado de Inteligência Simbólica, vai de dois a sete anos de idade, crianças já com idade pré-escolar, neste período a criança não está mais centrada em seu ambiente sensorial, em virtude do desenvolvimento da 23 capacidade simbólica. Ex: Mostram-se para a criança, duas bolinhas de massa iguais e dá-se a uma delas a forma de salsicha. A criança nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas são diferentes. Não relaciona as situações. − Operatório-Concreto: se estende de sete a onze anos de idade, neste período a criança já consegue tirar conclusões através de observações. Começa a desenvolver noções de tempo, velocidade... Ex: Despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que a criança diga se as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que a criança já diferencia aspectos e é capaz de "refazer" a ação. − Operatório-Formal: compreende dos doze anos em diante, sua estrutura cognitiva alcança seu grau mais elevado de desenvolvimento, de acordo com Piaget a criança atinge a forma final de equilíbrio. Ex: Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de grão em grão, a galinha enche o papo", a criança trabalha com a lógica da idéia (metáfora) e não com a imagem de uma galinha comendo grãos. Esquema dos estágios sequencias do desenvolvimento cognitivo de Piaget. Figure 1. The Inspiration web above illustrates Piaget's four cognitive development stages; sensorimotor (birth2 years), preoperational (2 - 7 years), concrete operational (7 - 11 years), and formal operational (adolescence adulthood). By Tiffany Davis, Meghann Hummel, and Kay Sauers (2006). No primeiro estágio o sensório motor o universo que cerca a criança é conquistado mediante as percepções e os movimentos como sucção, movimento dos olhos. A busca visual é um comportamento sensório motor para o desenvolvimento mental da criança, à medida que 24 1 vai evoluindo a criança começa a compreender que quando um objeto sai sua visão ele ainda continua existindo, essa experiência de ver os objetos aparecer e desaparecer é importante para o desenvolvimento mental, e também faz com que a criança seja libertada de um incessante busca visual, pois ela sabe que o desaparecimento é temporário. No período a criança começa a descobrir o mundo que a cerca, através da interação com o meio, mas do seu jeito dentro do seu mundinho. No segundo estágio o pré-operatório, o que caracteriza a passagem do primeiro estágio para o segundo é o aparecimento da linguagem, ela fala sozinha, pois ainda não tem seu pensamento organizado, começa a evoluir sua habilidade de entender e usar palavras, de acordo com Piaget nesta fase surge algumas características do pensamento infantil como egocentrismo que é a incapacidade da criança se colocar no ponto de vista de outra pessoa, ou seja, não aceitam o ponto de vista de outras pessoas se não estão de acordo com o dela, surge também a centralização a qual a criança não consegue relacionar diferentes aspectos ou dimensões de uma situação, ou seja, ela se focaliza apenas em uma dimensão centralizando se nela e não leva em conta mais nenhuma, a classificação o qual a criança não possui um critério definido no desenvolvimento de tarefas. No estágio préoperacional é onde para Piaget se desenvolve e se reorganiza o pensamento, onde se começa a ver o mundo com mais realismo, ao longo deste período a criança vai conseguindo distinguir o mundo real da fantasia, nesta fase elas começas a gostar de sair com os amigos, onde surgem valores como a amizade, diferentemente do estágio anterior agora à criança já consegue se colocar no ponto de vista de outro, já se concentra em alguma coisa e pode ficar por algum tempo interessado e focado em alguma tarefa. No ultimo estágio o operatórioformal a criança desenvolve sua própria identidade, podendo muitas vezes haver neste período problemático de existência e dúvidas, já é capaz de realizar raciocínios abstratos, não recorrendo ao contato com a realidade. A adolescência é caracterizada por aspectos do egocentrismo cognitivo, pois eles são capazes de resolver os problemas que surgem a sua volta. 1 OBS: A maioria dos exemplos foi retirada da reportagem "Jean Piaget", escrita pela jornalista Josiane Lopes, da revista Nova Escola, ano XI, nº 95, de agosto de 1996. 25 2.2) John Dewey (1859-1952). A maioria dos projetos relacionados à física defende o uso de experiências para que os alunos possam aprender mais e melhor a disciplina, podendo assim se desenvolver em quanto grupo e também individualmente, sem contar que aprendem a manipular os equipamentos. Um dos primeiros teóricos a defenderem o uso da experiência foi John Dewey, que considera este método fundamental na aprendizagem dos alunos. Filosofo e pedagogo americano, nasceu em Burlington, pequena cidade agrícola do estado norte americano em 1859, teve uma educação desinteressante e desestimulante, o que foi compensado pela formação que recebeu em casa, sua mãe confiava a seus filhos responsabilidades para despertar o senso de responsabilidade, foi professor secundário por três anos antes de cursar a Universidade Johns Hopkins, graduou-se na Universidade de Vermont em 1879, tornou se um grande pedagogo americano, contribuindo para a divulgação dos princípios que se chamou “Escola nova” no Brasil liderado por Anísio Teixeira. Em 1887 publicou seu primeiro livro Psychology. Entre suas obras se destacam The School and Society (1899; "A Escola e a Sociedade") e Experience and Education (1938; "Experiência e Educação"). Dewey critica severamente a educação tradicional, é o nome mais célebre do pragmatismo, ou melhor, instrumentalismo como ele preferia dizer. O Pragmatismo de Dewey na educação pode ser sintetizado na forma de que o aluno deve “aprender fazendo”, levando em consideração o uso do conhecimento para que ocorra aprendizagem. Para ele “o conhecimento é uma obra dirigida que não tem um fim em si mesmo”, mas está dirigido para a experiência. Onde a educação tem por finalidade dar a criança condições para que ela possa resolver sozinha seus problemas e não as tradicionais idéias de formar a criança de acordo com modelos prévios. Ele tem como fator central de seus pressupostos o conceito de experiência o qual consiste em um lado experimentar e outro provar, estando assim vida, experiência e aprendizagem unidas, sobre o princípio de que os alunos aprendem mais e 26 melhor realizando tarefas associadas aos conteúdos que lhes foram ensinados, como por exemplo, atividades manuais e criativas que acabam por ganharem destaque e as crianças passam a ser estimuladas a experimentar e a pensar por si próprias. Para Dewey “O aprendizado se dá quando compartilhamos experiências, e isso só é possível num ambiente democrático, onde não haja barreiras ao intercâmbio de pensamento”. (DEWEY, sem data 1) Influenciado pelo empirismo criou uma escola laboratório, onde lecionava para testar métodos pedagógicos, onde insistia em estreitar a relação entre teoria e prática. Experiência educativa é para Dewey reflexiva resultando em novos conhecimentos, na sua visão é uma constante reconstrução da experiência, dando cada vez mais sentido e habilitando novas gerações a responder aos desafios da sociedade. Dewey defende o fato de que o professor tem que sempre mostrar o caminho para seus alunos os incentivando a pensar e nunca das respostas ou soluções prontas de antemão, onde o método de educar não está simplesmente em passar os conteúdos através de lições, onde os alunos na maioria das vezes apenas memorizam durante uma parte de sua vida, mas sim buscar a capacidade de raciocínio e obtenção de um pensamento crítico, tornando assim o educando um cidadão capaz de se deparar com qualquer tipo de situação, analisando e propondo soluções para resolvê-lo ou diminuindo sua forma de impacto. Para ele não existe hora para aprender, qualquer lugar é lugar para se encontrar novas situações que possuam elementos que podem despertar o interesse dos alunos, onde é possível tirar proveito disto para se aprender algo novo. Ghiraldelli (2006) expõe uma tendência de Prática pedagógica deweyana, constituída por cinco passos: o primeiro relata a atividade e pesquisa, onde os alunos quando encontram dificuldades e barreiras durante as atividades se interessam em resolvê-las, e o professor observando isto utiliza como elemento de partida para se iniciar o ensino, em seguida vêm a eleição de problemas onde Dewey propõe que ao identificar-se os interesses dos alunos, o professor deve estimular os alunos a desenvolverem e formularem perguntas ou apresentarem problemas sobre o assunto que está sendo estudado e selecionar alguns para dar continuidade ao trabalho pedagógico, o terceiro passo é a coleta de dados, onde se tem os problemas já formulados onde os alunos devem ser incentivados a buscarem soluções e hipóteses para soluciona-los, mas para isso dados devem ser coletados dados para servir de suporte as idéias que possivelmente surgiram, o quarto passo é a hipótese, o qual coletado os dados e analisados pelo grupo com a ajuda do professor é obtido argumentos para que os alunos possam formulas suas hipóteses, e por fim a experimentação e/ou julgamento onde é necessário se escolher as melhores hipóteses que foram propostas pelos grupos as quais se 27 adequaram melhor ao acontecimento estudado através de debates, argumentações e também contra-argumentações. Dewey acredita também que é necessário que haja trabalho em grupo para que as crianças possam desenvolver a capacidade de relacionarem-se uns com os outros, exercendo assim a democracia que permite maior desenvolvimento nos indivíduos, no sentido de decidirem em conjunto o destino do grupo a que pertence, discutindo, trocando idéias, sentimentos e experiências. O processo de ensino-aprendizado para Dewey estaria baseado em: -Uma compreensão de que o saber é constituído por conhecimentos e vivências que se entrelaçam de forma dinâmica, distante da previsibilidade das idéias anteriores; -Alunos e professor detentores de experiências próprias, que são aproveitadas no processo. O professor possui uma visão sintética dos conteúdos, os alunos uma visão sincrética, o que torna a experiência um ponto central na formação do conhecimento, mais do que os conteúdos formais; -Uma aprendizagem essencialmente coletiva, assim como é coletiva a produção do conhecimento. Fonte: Centro de Referência Educacional. (Setembro/2007). 28 3) Projetos de Ciências no Ensino Fundamental. Com o passar dos anos vários métodos alternativos para o ensino da Física vêm surgindo para o auxílio dos professores. Nos últimos anos projetos referentes ao estudo da Física no Ensino Fundamental estão sendo realizados e obtendo bons resultados, sendo assim destaco aqui alguns projetos já realizados. A formação acadêmica dos professores que lecionam ciências no Ensino Fundamental não é totalmente satisfatória, a maioria desses professores não têm total domínio sobre os conteúdos relacionados a Física e acabam passando de uma maneira superficial ou mesmo deixando de lado a disciplina, destaco aqui a situação desses professores no Brasil. Além de todos os obstáculos que o professor tem de passar até a sua formação acadêmica, há também uma enorme queixa por parte deles, devido ao fato de que com o passar do tempo eles estão perdendo cada vez mais a autoridade dentro da sala de aula, os alunos não os respeitam mais e eles acabam vivendo principalmente em cidade grandes com medo de exercerem sua profissão, ou seja, o que na verdade deveria lhes causar prazer hoje lhes causa pânico, um lugar que na verdade seria de paz e harmonia se transforma em guerra, além disso, o que se vê também é a falta de prestígio e reconhecimento por parte da sociedade e da escola. Por exemplo, do texto de Marcelo Barros (Reflexões sobre um curso de formação de professores de ciências das séries iniciais do ensino fundamental) os professores que foram entrevistados reclamam muito do fato de que a família está deixando de cumprir seu papel na educação de seu filho atribuindo toda a responsabilidade para os professores, sem contar que o próprio aluno se mostra desmotivado e sem interesse algum. Sabemos que é necessário que a escola e principalmente os educadores tenham o apóio dos pais para que a educação de seus filhos tenha um melhor desempenho, mas se encontramos uma família que se desobriga da educação de seus filhos, o papel do educador se torna mais difícil, pois além de ter que ser professor muitas vezes ele acaba tendo que se tornar pai e mãe no sentido de cobrar daquele aluno o que na verdade nem precisaria cobrar, e também sem contar que ao fazer isto eles podem ser vistos como pessoas desagradáveis e podem ganhar a antipatia de determinados alunos. Podemos observamos que este quadro não está presente somente no Ensino Médio, mas também infelizmente no Ensino Fundamental. Quando nos deparamos com os professores de ciências do Ensino Fundamental, o que podemos perceber em suas aulas é que dificilmente eles trabalham a Física e a química de uma maneira que busque incentivar e interessar seus alunos, mesmo por que em seus cursos de graduação o estudo de ciências não é o bastante para que tenham domínio total de 29 determinados assuntos, assim preferem ter uma postura mais segura onde decidem pelas aulas tradicionais temendo não corresponderem as expectativas, ou melhor, dizendo não dando conta da realização de uma aula mais prática. Sendo que seria esta a fase de introduzir o aluno no universo cientifico. Sem contar também que existem professores que se justificam dizendo que só não introduzem aulas práticas em sua disciplina pela falta de equipamento e também falta de ambiente físico para a realização do mesmo. Durante o desenvolvimento deste trabalho pude perceber que os cursos preparatórios de professores para o Ensino Fundamental, destinam uma carga horária muito pequena ou quase nenhuma para o desenvolvimento da disciplina de ciências, então o que acontece é que o futuro educador acaba saindo da universidade com base apenas nos conceitos aprendidos no segundo grau, e ao adentrarem nas salas de aula acabam por aplicarem aquilo mesmo que aprenderam quando alunos, sem buscar métodos inovadores. A realidade de formação de professores, carente de reflexão sobre a ciência e sobre o seu ensino, provoca uma grande insegurança quanto ao desenvolvimento do conhecimento científico em sala de aula; e resulta em um trabalho pouco ou nada inovador, limitado em muitos casos a leitura ou realização de exercícios propostos pelo livro didático que, por melhor que seja produzido, pouco contribui para um primeiro contato atraente da criança com o mundo dinâmico da Ciência. No artigo de Érika Zimmermann (2004) (Motivando Pedagogos a Ensinar Física nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental), ocorre o relato de uma experiência que foi realizada com uma turma de graduação em Pedagogia de Brasília, onde foi feito primeiramente um questionário com esses alunos, os resultados foram de que estes mesmos alunos resistem à idéia de se ensinar Física no Ensino Fundamental, e logo depois foi realizado um mini projeto que buscava desafiar as idéias, inseguranças e também as atitudes que esses alunos têm em relação ao ensino de Física no Ensino Fundamental. Com o desenrolar do projeto de acordo com os comentários dos próprios participantes pude notar que a concepção que eles tinham no início pode ser um pouco modifica, por exemplos ouve alguns comentários de que o projeto pode ensinar “receitas” para que eles pudessem ensinar ciências para as crianças, alguns simplesmente consideraram o projeto apenas mais uma exigência a ser cumprido por eles enquanto alunos, outros que não gostavam de ciências acabaram interessados pela disciplina no final. Enfim o que podemos tirar desta experiência é que qualquer que seja o tipo de projeto que relacione ciências ao Ensino Fundamental e que estimule o desenvolvimento da disciplina é válido, principalmente nos cursos de graduação que não disponibilizam uma disciplina específica para o ensino de ciências naturais. Sabemos que não conseguiremos abranger e agradar a todos, mas se conseguirmos modificar o pensamento de uma pequena 30 parcela desses futuros pedagogos já teremos um grande caminho andado e concerteza a educação do ensino de ciências mudará grandemente. Existem também cursos de capacitação (formação continuada), de professores os quais trabalham com ciências naturais os quais busca auxilia-los no desenvolvimento de sua disciplina no texto de Odete Pacubi (A Identidade do Professor das Séries Iniciais do Ensino Fundamental e o Ensino de Ciências: Uma Análise de Alguns Fatores que Influenciam a Atividade Docente), podemos perceber que os professores que participaram do curso não tiveram uma boa experiência enquanto aluno de física o que se torna um obstáculo na hora de lecionar, também foi apontado outro fator que é a do não apoio que elas encontram durante o exercício de sua docência. Alguns projetos foram realizados com crianças do Ensino Fundamental, onde os resultados obtidos foram de acordo com o texto de Cláudia Nascimento e Maria da Conceição (O Ensino de física nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental: Lendo e Escrevendo Histórias), onde o trabalho realizado com as crianças da terceira série foi muito agradável, onde as atividades que foram propostas incentivaram as crianças, estimulando suas curiosidades, o projeto foi tido como um grande sucesso. A sociedade atual tem presença cada vez maior da ciência e da tecnologia no dia-a-dia da população, presença essa motivada pelo grande avanço dos meios de comunicação e informação sem contar com a grande produção de conhecimento científico e inovações tecnológicas, isso faz com que se torne cada vez mais urgente a estruturação de processos que visem o conhecimento cientifico e tecnológico da sociedade, assim o ensino de ciências na escola se torna de extrema importância e pode obter melhores resultados se aplicado já nos primeiros anos do Ensino Fundamental. Enfim a cada dia que passa se torna mais evidente a importância de um ensino científico de maior qualidade, e com isso vêm surgindo também cursos de capacitação e projetos referentes ao tema, os quais visam o aperfeiçoamento tanto de quem começa a dar aula como também de quem já está dando aula há muito tempo, o que podemos perceber que é ainda existe um obstáculo referente ao ensino física no ensino Fundamental, mas com o passar do tempo esse obstáculo tente a cair e as escolas poderão fazer parte de algum tipo de projeto que auxilie, divulgue e desenvolva o ensino científico como nas grandes cidades e estados que já deram o primeiro passo como São Paulo e Rio de Janeiro com o projeto ABC – Mão na Massa – que vem dando certo e adquirindo cada vez mais adeptos, e a tendência é que esse projeto que começou na França se abranja não só em mais estados e cidades de nosso país, mas também mundialmente. Uma das sugestões que se aponta para um melhor ensino de ciências vai à direção a “reformulação dos cursos de formação de professores para o Ensino Fundamental para que na 31 constituição de seus currículos, sejam revistas às situações de trato com o ensino de ciências, permitindo que os futuros profissionais tenham contato com situações que lhes possibilitem trabalhar de forma mais instigante com seus alunos, temáticas voltadas para o mundo da ciência, onde a experimentação assume um dos palpites em destaque”. (MALACARNE; STRIEDER, 2009, p.79). “Mesmo atualmente os futuros pesquisadores continuam sendo muito mal preparados nesse particular devido a ensinamentos que visam à especialização e resultam, com efeito, na fragmentação, por não se compreender que todo aprofundamento especializado leva, pelo contrário ao encontro de múltiplas interconexões” (Piaget, 1998, p.21) 3.1) Desenvolvimento do conhecimento. Se os professores que lecionam ciências têm um bom conhecimento sobre a disciplina que leciona, ele é capaz de conduzir a criança para que ela descubra e adquira um conhecimento científico com o passar dos estágios que segundo Piaget é seqüencial, aonde a cada estágio elas vão amadurecendo e desenvolvendo seu conhecimento. Dewey (DEWEY, sem data2) afirma que: “O professor que desperta entusiasmo em seus alunos, conseguiu algo que nenhuma soma de métodos sistemáticos por mais corretos que sejam podem obter”. Piaget através de um método clínico analisou as crianças, num tipo de observação natural, no qual se propunha uma questão ou se cria uma situação e solicita a explicação do observador, no caso à criança, as respostas infantis possibilitam a identificação de operações lógicas ou estruturas mentais da criança em cada estágio, que são sensório-motor, préoperacional, operacional-concreto e operacional-formal, onde em cada estágio a criança tem uma maneira de compreender o mundo diferente, aonde ela vai amadurecendo seus pensamentos em cada estágio, no estágio pré-operatório, elas começam a ir para a creche, e se iniciam no período escolar (6-7 anos) começam a descobrir a linguagem e o mundo que as cerca, se inicia a fase dos “por que”, onde para tudo elas querem uma resposta ou uma justificação mesmo sem entender, podemos começar a introduzir alguns conceitos físicos nessas crianças através de demonstrações, conversas, mesmo que elas possam ainda não entender de uma maneira concreta ela vai assimilando algo que ouviu ou viu e vai amadurecendo aquilo que aprendeu com o passar dos estágios, pois as crianças desde cedo precisam conhecer e interpretar os fenômenos naturais, situando-se no universo em que estão 32 inseridas e interpretando a natureza O desenvolvimento do indivíduo inicia-se no período intra-uterino e vai até aos 15 ou 16 anos. Piaget diz que a embriologia humana evolui também após o nascimento, criando estruturas cada vez mais complexas. A construção da inteligência dá-se, portanto em etapas sucessivas, com complexidades crescentes, encadeadas umas às outras. A isto Piaget chamou de “construtivismo seqüencial”. Ao iniciar o estágio préconcreto, a criança começa a desenvolver noções de tempo, velocidade entre outros e começa a se concentrar por mais tempo em determinado assunto. O conhecimento não nasce com o indivíduo nem é dado pelo meio social. O “sujeito constrói seu conhecimento através da interação com o meio (físico e social).”, então podemos ir aplicando aos poucos conceitos físicos a essas crianças de acordo com o estágio que ela se encontra e ir a estimulando para que futuramente esta criança possa adquirir além de uma linguagem cientifica adequada, também conhecimento cientifico mais adequado. Os indivíduos segundo Piaget se desenvolvem intelectualmente a partir de exercícios e estímulos oferecidos pelo meio em que vivem. O comportamento de cada um de nós é construído numa interação entre o meio e o indivíduo. 3.2) Inovando dentro da sala de aula. Para que uma aula de física não seja monótona e desinteressante é necessário que os professores saibam inovar dentro da sala de aula fugindo um pouco do método tradicional, que não estimula os alunos, existem vários métodos de ensino inovadores, um método que está sendo bastante utilizado é o uso de experimentos através de projetos de Física para o Ensino Fundamental. Uma boa aula de ciências é a melhor oportunidade para desenvolver estudantes com espírito crítico e capacidade de se expressar claramente. Mas do que aprender conteúdos as aulas podem servir para o desenvolvimento de valores efetivos necessários para o aprendizado geral. “É importante que as crianças comecem a construir conceitos físicos desde cedo e consigam explorar aspectos mais formais no ensino médio” (CARLOS SCHROEDER, 2006, p.31). O que normalmente acontece é que ao adentrarem no Ensino Médio os alunos não tem qualquer conhecimento sobre a Física em si, e apresentam bastantes dificuldades durante o desenvolvimento da disciplina, agora se trabalhado esses conceitos no Ensino Fundamental, essas crianças adentram no ensino médio já com certa base e aperfeiçoam aquilo que já aprenderam além de aprenderem conceitos novos com mais facilidade. As crianças observam e interagem com o mundo ao seu redor demonstrando que ensinar física desde as séries 33 iniciais não é utopia, ou seja, não é fantasia, mas uma realidade necessária para que o conhecimento adquira um caráter de instrumento para a vida. A alfabetização científica preocupa-se com os conhecimentos científicos e se investido em um ensino de ciências mais adequado nas séries iniciais, os pequenos já se familiarizarão com conhecimentos e linguagem científica, possibilitando ao aluno ler e compreender o seu universo, onde o indivíduo pode ampliar seu universo de conhecimento como cidadão inserido na sociedade. As crianças são curiosas e os professores podem se utilizar disto para aplicar os conceitos referentes à Física. Existem várias formas de se trabalhar a Física de uma maneira que ela possa se tornar menos cansativa e mais atrativa e divertida, e cabe ao professor saber entender qual maneira é mais adequada a seus alunos. Através de aulas práticas, os alunos têm condições de articular o conhecimento cientifico, desenvolver habilidades e competências e também o domínio da língua falada e escrita. Estas aulas podem ser através de experimentos, histórias em quadrinhos, tirinhas, computador, entre outros, a cada dia que passa novas técnicas vêm surgindo para o auxílio do professor. Dewey defende a prática de aulas experimentais sobre o princípio de que os alunos aprendem mais realizando tarefas dos conteúdos ensinados. Atividades manuais e criativas ganharam destaque no currículo e as crianças passam a ser estimuladas a experimentar e pensar por si mesmas. Onde essas atividades podem se dar de maneira individual e coletiva. "O aprendizado se dá quando compartilhamos experiências, e isso só é possível num ambiente democrático, onde não haja barreiras ao intercâmbio de pensamento” (DEWEY, sem data3). Se o trabalho é feito em conjunto proporciona a criança aprender uns com outros, saber discutir e defender suas idéias de maneira coletiva, além do que esses tipos de atividade estimulam os alunos. Através das experiências os alunos aprendem muito mais sobre os conceitos e fenômenos, pois eles têm maior oportunidade de manipular idéias, adquirem algumas habilidades de raciocínio, aprendem que a ciência é feita por pessoas que pensam formulam palpites e tentam coisas que às vezes funcionam e às vezes falham. Sabemos que nem todos os alunos se identificam com aulas práticas cada um tem uma forma que melhor se adapta, mas se os professores buscarem formas inovadoras que diversifiquem suas aulas tornando a disciplina mais interessante à quantidade de alunos que irá atingir concerteza aumentara. Os alunos de hoje em dia não disponibilizam de quase nenhuma linguagem científica, com a introdução da Física no Ensino Fundamental essa linguagem pode ser trabalhada para que futuramente eles possam desfrutá-las, sem contar que a maioria dos alunos que terminam 34 o Ensino Fundamental por não terem tido uma experiências muito boa com a disciplina acabam tomando outros rumos que se distanciam da ciência, ou seja, uma minoria faz algum tipo de curso superior nesta área, fato este que podemos observar e comprovar na falta de professores formados principalmente em química e Física, lugar este ocupado por professores de outras áreas como biologia, matemática, turismo entre outros, o que torna ainda mais difícil se obter um ensino de Física de qualidade. Segundo Piaget (1998, p.12): “Uma das questões que mais preocupam as autoridades escolares e universitárias de diferentes países é o número muito baixo de vocações científicas em relação ao número proporcionalmente bastante grande avultado de colegiais e estudantes que se orientam para as carreiras literárias”. 35 4) “ABC na Educação Científica: Mão na Massa.” Existem vários tipos de projetos que estão sendo realizados em diversas escolas do Brasil, relacionados com o ensino de Física no Ensino Fundamental. Todos concordam da importância de se falar em Física, já nesse período escolar. De acordo com os dados estudados, os resultados obtidos por esses tipos de projetos são bastante satisfatórios. O ensino de Física no Ensino Médio ainda é visto como “bicho de sete cabeças”, as dificuldades encontradas pelos alunos são muitas. De acordo com relatos e também experiências vividas por mim em sala de aula, pude perceber que ainda existe um obstáculo entre o aluno e a disciplina, eles não conseguem entender, relacionar as fórmulas e seus conceitos. Comentário aluno I: “Há é muito difícil, já não entendo os conceitos e muito menos as fórmulas, é muita coisa para decorar, que acabo não dando conta”. Este aluno assim como muitos outros acham que a Física em si tem que ser decorada. Comentário aluno II: “Os conceitos até entendo, mas essas fórmulas são um saco”. Novamente podemos notar um mal estar referente às fórmulas usadas na disciplina de Física. Comentário aluno III: “As fórmulas é só decorar, o que temos que entender são os conceitos”. A palavra “decorar”, está presente em quase todas as falas dos alunos, que é um fato que temos que procurar modificar, pois para se aprender a Física é necessário entender os seus conceitos, e não simplesmente “decorar”, pensando assim que está aprendendo algo. Comentário aluno IV: “Eu gosto de física e até entendo seus conceitos, mas acho que existem muitas fórmulas, então acabo decorando também”.2 Com base nesses comentários feitos por alunos do 1º ano do ensino médio, podemos ver como eles encaram a Física, em nenhum comentário houve elogios ou mesmo demonstração alguma de satisfação total com a disciplina. Assim podemos concluir que possivelmente se eles tivessem tido algum tipo de ensino de Física antes do ingresso no Ensino Médio, eles poderiam enxergar a disciplina de uma outra forma, pois já estariam familiarizados com ela. 2 (Obs.: comentários retirados de um debate com alunos do 1º do ensino médio no ano de 2008). 36 De acordo com as pesquisas feitas por mim durante o desenvolvimento deste trabalho pode se destacar que os próprios alunos gostam da idéia de se desenvolver um projeto no Ensino Fundamental sobre Física. Todos aqueles que participaram de algum tipo de projeto referente a isto aprovaram a iniciativa. Existe um projeto que a cada dia que passa esta sendo incluído no plano de ensino de muitas escolas brasileiras e também em vários países. Esse projeto foi iniciado em Paris em 1996 pelo prêmio Nobel em física de 1992 pela invenção e desenvolvimento de detectores de partículas, em particular a câmara de múltiplas ligações proporcionais (multiwire proportional chamber) e membro da academia de ciências Georges Charpack, que nasceu na Polônia em 1 de Agosto de 1924, esse projeto foi inspirado no trabalho de seu colega Leon Lederman também prêmio Nobel em física. Georges Charpack. Georges Charpack em visita a uma escola no Canadá. O projeto tem o nome de “La Main à la Patê”. Em 1994 Charpack foi visitar algumas 37 escolas de localidades desfavorecidas na cidade de Chicago, onde ele conhecia um colega também físico e prêmio Nobel Leon Lederman que orientava o desenvolvimento do projeto Hands On (mãos em), que era aplicado a crianças de 5 a 12 anos de idade. Depois disso, Charpack reuniu alguns cientistas e pedagogos para elaborarem um projeto de ciências, com uma metodologia de renovação no ensino de ciências e tecnologia, que fornecesse o desenvolvimento da expressão tanto oral como escrita dos alunos. Este projeto desenvolvido foi implantado na França e foi muito bem sucedido, este fato levou a Inter Academy Panel (Organização das Academias de Ciências do Mundo) a recomendar esses tipos de projetos a todos os países. Esse projeto também chegou ao Brasil, a Acadêmica Brasileira de Letras, presidida por Eduardo M. Krieger, apóia o desenvolvimento desse projeto. Foi implantada a proposta em escala piloto inicialmente com uma parceria da USP (Universidade de São Paulo), e da FIOCRUZ (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio de Janeiro. Entre 2002 e 2004, alguns professores foram enviados para participarem de estágios na França, onde puderam conhecer um pouco da realidade francesa do projeto. Nesses estágios eram transmitidas a eles as experiências do projeto realizado na França, eles abordavam o histórico “La Main à La Patê” desde o inicio até os dias atuais, assim como os órgãos envolvidos e os recursos utilizados. Esses encontros se davam anualmente, mas de 40 professores do Rio de Janeiro, São Paulo e São Carlos já participaram desde estágio. A experiência brasileira em sete anos de implementação e desenvolvimento do projeto, adquiriu independência frente aos materiais utilizados e elaborados para a formação dos professores. As atividades são desenvolvidas entorno de experiências simples que desenvolvem atos de observação, discussão, avaliação e registro, elementos necessários à construção do conhecimento científico e a apropriação progressiva dos seus conceitos científicos, além de despertar a curiosidade e o interesse dos professores nos encontros de formação e dos alunos na aplicação em sala de aula. O projeto favorece a interação entre aluno e professor e também a inclusão nas 38 atividades de alunos com necessidades especiais e um desenvolvimento melhor nas expressões oral e escrita. O projeto embora exija mais preparo do professor no sentido de mais pesquisas e estudo para elaboração das aulas, por outro lado os problemas disciplinares diminuem consideravelmente, pois aumenta a participação e o entusiasmo dos alunos nas aulas de ciências e favorece o desenvolvimento de uma reflexão sobre a prática. Um dos pontos principais do programa é a busca de integração entre profissionais da área de ciências e da educação com professores do ensino fundamental. O projeto já conta com mais de 30 países envolvidos, na tabela a seguir temos algumas cidades e alguns países participantes: No Brasil. No Mundo. São Paulo – Estação Ciências; Colômbia - Portal latino – americanos para apoiar a educação científica baseada no inquérito; Rio de Janeiro – Fiocruz – Instituto Oswaldo Cruz; Argentina: Proyecto de Alfabetización Científica; Viçosa – Minas Gerais; Panamá: Hagamos Ciencias; Fonte: CDCC – Centro de Divulgação Científica e Cultural, (São Carlos). 4.1) Os 10 princípios do “Programa ABC na Educação Científica – Mão na Massa”. Desenvolvimento pedagógico; 1. As crianças observam um objeto ou um fenômeno do mundo real, próximo e perceptível e experimentam com ele. 2. Durante suas investigações as crianças argumentam, raciocinam e discutem suas idéias e resultados, constroem seu conhecimento - uma atividade puramente manual não é suficiente. 3. As atividades propostas aos alunos pelo professor são organizadas em seqüências de acordo com a progressão de sua aprendizagem. Realçam pontos do programa e deixam boa parte à autonomia dos alunos. 4. Um mesmo tema é desenvolvido durante ao menos duas horas semanais ao longo de várias semanas. Durante a escolaridade assegura-se uma continuidade de atividades e métodos pedagógicos. 5. Cada criança terá um caderno próprio com suas experiências e anotações próprias. 39 6. O objetivo maior é uma apropriação progressiva de conceitos científicos e de aptidões pelos alunos, além da consolidação da expressão escrita e oral. A parceria; 7. Solicitam-se as famílias e aos moradores do bairro a cooperação com o trabalho escolar. 8. Os parceiros científicos nas universidades acompanham o trabalho escolar e coloca sua competência a disposição. 9. Os educadores colocam sua experiência pedagógica e didática a disposição do professor. 10. O professor encontra na Internet módula a executar, idéias para atividades e respostas as suas perguntas. Ele pode também participar em trabalhos cooperativos, dialogando com colegas, formadores e cientistas. Fonte: CDCC – Centro de Divulgação Científica e Cultural, (São Carlos). 4.2) Histórico de Desenvolvimento do Projeto no Brasil. O projeto começou a ser desenvolvido no Brasil no ano de 2001 em escala piloto através da cooperação entre as academias de ciência da França e do Brasil. São Carlos: O projeto foi implantado em Julho de 2001. Durante Julho e Dezembro de 2001 foi realizado um curso de capacitação para os professores de 1º a 4º séries, com duração de 40h, para esse curso foram utilizados roteiros franceses traduzidos para português: Transporte da água – Educação Infantil, Flutua ou afunda – Educação Infantil de 1º a 4º séries e Estados Físicos da Água – 2º a 4º séries. Para a aplicação desses roteiros foram produzidos e distribuídos pequenos Kits às escolas. Em 2002 foi realizado um curso de Aperfeiçoamento chamado “O Universo da Ciência no Ambiente Local”, realizado em três fases (40h em Janeiro de 2002, 40h em Julho de 2002 e 24h em Janeiro de 2003). Os professores aplicavam as atividades em seus alunos, e por intermédio de exposição reflexiva, relatavam os pontos positivos e negativos no desenvolvimento de suas práticas. 40 Participantes do projeto “ABC na Educação Científica - Mão na Massa” em 2001, 2002 e 20043 em São Carlos. Ano 2001 2002 2003 Professores e Coordenadores 47 92 254 Escolas Alunos 08 44 73 1134 2950 6469 Multiplicadores/ Cidades 05/02 12/05 Fonte: Relatório Centro de Divulgação Científica e Cultural - USP São Carlos. Como podemos perceber na tabela a cada ano o número de pessoas envolvidas com o projeto foi aumentando. E essa é a tendência, pois como em todos os lugares onde o projeto foi executado colheu se pontos positivos, cada vez mais escolas querem que ele faça parte de seus planos de ensino. Em cada ano são oferecidos módulos diferentes, como por exemplo, em 2004 temos: Animais, Flutuação, solos e Estados Físicos da Água. Para o desenvolvimento desse projeto primeiramente os professores recebem um curso de capacitação sobre os temas que serão abordados futuramente com os alunos, depois é estudado uma problematização com os alunos sobre o tema escolhido, onde podem ser levantadas e testadas várias hipóteses, para em fim se chegar à conclusão. Rio de Janeiro: Em Agosto de 2001, começou se a realização que estimula o questionamento da realidade concreta, a elaboração e a verificação de hipóteses, procurando fornecer um ambiente propício a debates de idéias, possibilitando o confronto de opiniões entre os educandos e o desenvolvimento da capacidade oral e também escrita. Para os professores que participam é uma oportunidade de estar em contato direto com cientistas e também com especialistas em didática da ciência. Um dos resultados desse trabalho é o Kit “Caixa d' Água”, o qual trata se de uma caixa que contém um conjunto de materiais e atividades relacionadas ao tema Água, assunto este que o grupo do projeto brasileiro optou por trabalhar primeiro, o kit foi dividido em três módulos: Por que a água é tão especial para o fenômeno da vida?- onde trata das características que distingue a água de outros solventes-, Vida na água e água na vida e Água = Saúde? - onde busca trabalhar se com atividades experimentais, enfocando o papel fundamental da água-, e por fim Que fórmula é essa? - que enfatiza a relação entre a qualidade da água e a saúde, levando isso ao debate sobre a cidadania. O kit ainda é acompanhado por um manual, com sugestões de atividades, alem de textos técnicos de apoio e informações sobre os materiais necessários. Dados estes referentes ao Projeto Mão na Massa - Instituto Oswaldo Cruz (IOC/ Fiocruz). A metodologia do projeto “La Main à la Pâte”, vem sendo aplicada também na educação de jovens e adultos, buscando se assim 41 formar pessoas capazes de estabelecer relações causais, conseguir entender tabelas e gráficos a partir de leituras, ou seja, um cidadão pronto para enfrentar o mercado de trabalho ou dar continuidade a sua formação. Espírito Santo Resultado de uma parceria entre o Núcleo de Ciências, PROEX/UFES com o CDCC/USP – São Carlos – esse programa é justificado pela carência expressiva com relação à produção e confecção de materiais pedagógicos para atender tanto o ensino fundamental como o ensino médio, busca se com o projeto oferecer condições para que os alunos de 5 a 10 anos possam adquirir conhecimento científico, desenvolver habilidades e competências tanto do domínio oral ou escrito. O projeto foi implantado em cinco escolas envolvendo 17 professores e 500 alunos, onde o módulo escolhido pelos professores foi Água (Flutuação). Relatos sobre o projeto nas escolas feito pela professora Fabiola do Nascimento da Escola Pública Municipal da Serra - ES (EEF Antonio Vieira de Resende) mostram o seguinte: “A Vivência e o trabalho com o material experimental, propicia o desenvolvimento e amadurece as idéias, exercitando o pensamento e a busca de respostas. Observamos que tanto no grupo de professores, quanto no grupo de alunos, os competentes iam articulando suas respostas, à medida que experimentavam, aprofundando se nos fatores que interferem na flutuabilidade. Quando verificavam que a hipótese não se confirmava, começavam a analisar e a classificar os objetos, até verificarem quais os fatores que influenciavam, refinando mais suas hipóteses”. O projeto realizado no Espírito Santo exerceu uma grande melhoria na qualidade do ensino das ciências, facilitou a comunicação, o intercâmbio entre professores e alunos, o qual promoveu uma troca de experiências. (Fonte: Relatório da Universidade Federal do Espírito Santo). Viçosa: O centro de Referência do Professor da UFV, em parceria com as Superintendências Regionais do Ensino e apoio da Fundação VITAE, ofereceu oficinas sobre o módulo “Flutuação”, em 2004 ofereceu nove oficinas, que contou com a participação de 250 professores, provenientes de 120 escolas de 27 municípios, a avaliação feita das oficinas foram bastante positivas e os professores participantes se manifestaram no sentido de estar aplicando os roteiros aprendidos durante as oficinas em suas salas de aula. (Fonte: Relatório Universidade Federal de Viçosa). Juazeiro – BA- Projeto desenvolvido no período entre 12/05/2005 à 04/10/2007, ele atendeu 53 professores de quatro escolas da educação básica, o qual envolveu cerca de 2987 alunos e seis alunos bolsistas de Iniciação Científica. Foram desenvolvidas três etapas: água, ar e solo. A equipe UNIVASF realiza a formação de professores e faz o acompanhamento do projeto nas escolas, também produz o material didático escrito e experimental, o qual oferece 42 oficinas, divulga o projeto em congressos e eventos e realiza pesquisas sobre a aplicação do projeto. Houve bastante participação dos professores da rede pública, o projeto tem cumprido seu papel de popularizar a ciência e também promover a divulgação científica, além de mobilizar professores e jovens em torno de temas e atividades científicas. Alguns pontos altos foram destacados, sendo eles: • Fórum de discussão e intercâmbio em projetos de educação cientifica da região; • Realização de duas Mostras Cientifica nos anos de 2006 e 2007; • Participação de 15 professores no Seminário Nacional do Mão na Massa em Recife/PE; • Integração escola, universidade de centro e museu da ciência; • Adesão de professores do ensino fundamental e médio em projetos investigativos e de divulgação cientifica; • Participação efetiva de instituições públicas; • Disposição da Prefeitura de implementar em todas as escolas do município após dois anos de projeto piloto; Algumas dificuldades também foram apontadas: Cada escola tem suas particularidades como disponibilidade de horário para formação continuada; Execução e aplicação dos recursos provenientes da SECTI no valor de 20 mil para material permanente, no entanto os kits são materiais de consumo; Dificuldades com relação a crédito suplementar em função de a UNIVASF ser uma IFES nova; Fonte: Relatório Técnico Convênio 043/2005 SECTI/ UNIVASF Estrutura de uma aula experimental de Física para crianças. Após uma explanação oral que descreva rapidamente os materiais e o procedimento, os alunos organizam os materiais necessários e realizam a atividade. Antes de elaborar um relato individual, deve haver um tempo reservado para se discutir os resultados e dar espaço para que as crianças proponham teorias para explicar o que foi observado. Esquema. 43 Explanação oral do professor explica o procedimento; ↓ Alunos providenciam materiais e realizam atividades; ↓ Alunos discutem resultados em grupo ou em classe; ↓ Elaborar relatório escrito ou em forma de desenho; ↓ Nova atividade; A principal função da realização de atividades com alunos de 7 e 8 anos que estão adentrando nos seus primeiros dois anos de escola é familiariza-los com o trabalho experimental e também com o trabalho em laboratório. Tabela: Unidades de exploração para alunos de 7 e 8 anos. Unidade Atividades Calor e temperatura; Condutores e Isolantes térmicos; Movimentos do ar quente; Construção de um coletor solar; Luz e calor; Luz, cores e sombra; Construção de filtros de cor; Construção de um periscópio; Somando cores e sombras coloridas; Ímãs; O que são ímãs; Quem é atraído por um ímã; Qual a intensidade e o alcance de um ímã? Água e ar; Água em uma garrafa; Balão em um freezer; Foguetes de papel; Fonte: Instituto de Física do Rio Grande do Sul. Os alunos de 9 e 10 anos já estão familiarizados com os procedimentos que são típicos da disciplina de ciências, os quais envolvem atividades de manipulação, onde já nesta fase elas podem explorar mais e melhor os fenômenos e propor teorias mais fundamentadas. Tabela: Unidades de exploração para alunos de 9 e 10 anos. 44 Unidades. Atividades. Eletricidade; Quantos Watts? O que é um circuito? Como funciona um lâmpada? Como ligar mais de uma lâmpada? Como funciona uma lanterna? Estados da matéria; Gás em um balão; Densidade de líquidos; Partículas de sólidos e líquidos; Pressão e empuxo; Afunda ou flutua? Construção de um submarino; foguetes d' água; Mudanças físicas e químicas; Como fazer chuva? Uma mistura que derrete – oobleck; Como fazer queijo; Forças e máquinas químicas; Como medir forças; Construção de catapultas; Máquinas a vapor; Unidades de instrumentos de medida; Podemos confiar em nossos sentidos? Qual a medida de cada coisa? A velocidade; Temperaturas negativas; Fonte: Instituto de Física do Rio Grande do Sul. Trabalhando essas unidades as crianças as crianças além de aprender a manipular equipamentos e formular hipóteses começam a se familiarizar com os conceitos científicos, assim sendo desenvolvem uma linguagem científica cada vez mais aprofundada, e com a passar do tempo vão passando por outras unidades onde aprendem cada vez mais. Neste estágio a criança segundo a teoria de Piaget começa a realizar operações mentalmente e não mais apenas através de ações típicas da inteligência sensório-motor, raciocina de forma mais coerente, já consegue raciocinar diferentes aspectos, reorganizar verdadeiramente seu pensamento, começam a ver o mundo com mais realismo, então neste estágio podemos introduzir vários conceitos físicos para essas crianças, com atividades adequadas a sua idade, pois elas já têm a capacidade de raciocinar sobre o conteúdo que está sendo aprendido, conseguindo já diferenciar o que é abstrato e o que é real, conseguindo ficar um tempo maior concentrado em algo que possa lhe ser proposto, consegue formular pequenas hipóteses, questionar e pensar sobre elas. 5) Projeto “Física para Séries Iniciais do Ensino Fundamental”. 45 Com o avanço do mundo moderno, um bom ensino de Física se torna mais necessário, para que possamos compreender o mundo a nossa volta, jornais e meios de comunicação sempre divulgam fenômenos que estão se tornando cada vez mais evidentes e várias novas tecnologias que estão surgindo e para que possamos entender o que se passa é necessário que saibamos pelo menos um pouco sobre a Física. Mas o que acontece é que as crianças estão crescendo sem praticamente nenhum conhecimento cientifico, o que dificulta seu aprendizado e entendimento. Neste sentido realizei este projeto para que as crianças no 9° possam ter um aprendizado mais aprofundado sobre a Física, onde possam começar a adquirir um conhecimento cientifico, já que no 1° ano começam a estudar a disciplina em si, e para que elas já tenham certo conhecimento sobre a disciplina facilitando o seu aprendizado posterior e também para que possam gostar da disciplina. Foi realizado por mim, Vanessa Micheli, sob orientação do Professor Sérgio Yamazaki, um projeto de extensão baseado na Física nas séries iniciais do ensino fundamental no ano de 2007 e 2008 na escola Estadual Fernando Corrêa da Costa na cidade de Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul, com cerca de 75 alunos, com faixa etária entre 14 e 17 anos, nos períodos matutino e vespertino, com três turmas do ensino fundamental: 9º ano A, B e C, no período de (10/08 a 28/09) no ano de 2007 e no período de (22/07 á 24/11) de 2008. Para a realização do projeto foi dividido as aulas de ciências com a professora da disciplina, assim ela continuava suas aulas normais e nós o projeto falando da física. O projeto teve como objetivo incentivar os alunos do Ensino Fundamental a gostarem de Física, deixando de rotular a disciplina como sendo um “Bicho de sete cabeças” e passando assim a conhecê-la melhor e a notarem que esta disciplina não serve apenas para se fazer contas, mas também para entender o mundo em nossa volta; a Física está em todo lugar e, ao adentrarem no Ensino Médio seria interessante que eles já pudessem estar familiarizados com a disciplina. O projeto foi realizado em duas etapas, a primeira foi realizada no ano de 2007 com as três turmas, sendo que nas primeiras aulas foi realizado um apanhado através de debate sobre as contribuições dos principais físicos para a disciplina; a sala foi dividida em grupos e os mesmos fizeram uma apresentação mais aprofundada sobre os físicos, levando em conta a importância que cada um teve na física, pois acredito que antes mesmo de estudarmos a física em si é necessário que conheçamos aqueles que a desenvolveram. Após essas apresentações foram realizadas aulas teóricas expositivas e dialógicas sobre temas de física, desde a mecânica até a física moderna; também foram realizadas experiências sempre depois das aulas dadas, com o objetivo inicial de preparar os alunos para o ensino médio, onde passarão a 46 ter uma matéria específica desses conteúdos. Como a escola possui um pequeno laboratório de física e química, os alunos foram convidados a realizarem um experimento com materiais de fácil acesso onde, divididos em grupos, fizeram à montagem de uma câmara escura. 5.1) Roteiro para Câmara Escura. Objetivos: Este experimento tem por objetivo a construção de uma câmara escura onde é possível observar a chama de uma vela sendo projetada em seu interior. Contexto: Segundo os princípios da óptica geométrica, os raios de luz se propagam em linha reta. Na câmara escura, todos os raios de luz que são emitidos pelo objeto a ser projetado, passam através de um pequeno orifício e atinge o aparato no interior dela. Assim sendo, a luz que sai do ponto mais alto do objeto atingirá o aparato no ponto mais baixo da imagem projetada, formando uma imagem invertida como na figura abaixo. Idéia do Experimento: Projeta-se a luz emitida pela chama de uma vela na parte interna da tampa de uma lata de chocolate em pó, apenas fazendo um furo em seu fundo. Etapa I: materiais necessários: 47 Item Lata de Nescau Comentário Será utilizada também a tampa de plástico translúcida. Pode ser qualquer lata desde que esteja com uma tampa de mesmo material da lata de Nescau. Vela Prego Será utilizado apenas para fazer um furo no fundo da lata, por isso, pode ser substituído por qualquer outro objeto de metal pontiagudo. Montagem: Faça um furo, o menor possível, no meio do fundo da lata e tape-a com a tampa de plástico. Acenda a vela e aproxime o fundo da lata até ver a imagem refletida na tampa. Obs: Para que o experimento seja realizado com sucesso a ambiente para realizá-lo deve permanecer o mais escuro possível. Projeto Experimentos de Física com Materiais do Dia-a-Dia – UNESP/Bauru Etapa II: Para transformar seu experimento em uma máquina fotográfica, você precisará além dos materiais já utilizados tinta fosca, fita isolante, papel fotográfico preto ou branco, solução reveladora, solução fixadora, 3 formas plásticas e lâmpada vermelha fraca. Vamos começar pintando o interior da lata com a tinta preta fosca. Depois da lata pintada e a tinta seca, faça um furo no centro do seu fundo utilizando o prego fino. O uso de furadeira manual e broca fina é mais recomendável, pois evita a formação de rebarbas. Agora a lata se tornou em uma câmara escura de orifício. A câmara escura de orifício é o princípio de todas as câmaras fotográficas existentes. Esse nome sugere uma cavidade preta com somente 48 um orifício em uma de suas faces, pelo qual entra a luz. A seguir ilustramos nossa câmara escura. Depois que isso estiver pronto, vamos preparar o laboratório de revelação. Pegue a lâmpada vermelha e coloque-a em um cômodo bem escuro. Deste ponto em diante é recomendável fazer todos os procedimento dentro deste quarto (escuro) iluminado exclusivamente pela lâmpada vermelha. Retire o papel fotográfico do envelope e recorte-o de modo que caiba na face interna da tampa da lata (7 cm x 7 cm). Fixe-o, com fita isolante, nessa face da tampa, de modo que a face brilhante do papel fique voltada para a tampa. É importante que o papel fique bem no centro da tampa da lata. Veja a ilustração a seguir: Agora tape com um pedaço de fita isolante o orifício no fundo da lata, verifique se a lata está bem vedada, de modo que nenhuma luz penetre em seu interior. Apague a luz vermelha e saia do quarto escuro. Pronto. Fixe sua lata fotográfica para a cena com boa iluminação que deseja fotografar. Se for tirar foto de uma pessoa peça para que ela fique imóvel. Quando estiver tudo posicionado, retire a fita isolante do furo na lata e deixe-o exposto por cerca de 1 minuto. Depois tampe novamente. O "retrato" esta tirado! Vamos ao 49 laboratório para revelá-lo. Revelação: Para revelar o papel fotográfico você precisará: a) colocar a solução reveladora em uma das formas plásticas, em quantidade suficiente para que cubra o papel fotográfico; b) colocar água na segunda forma e, c) colocar na terceira forma a solução fixadora. Tanto o revelador como o fixador pode ser obtido em lojas especializadas em material fotográfico. Tudo pronto, então é hora de revelar sua foto. Dentro do laboratório (quarto escuro), com a luz vermelha acesa, destampe a lata e dela retire o papel fotográfico. Coloque o papel fotográfico na solução reveladora, de modo ao lado mais brilhante fique voltado para cima. Mova o papel lentamente e observe o aparecimento da imagem. Não deixe muito tempo, pois senão a imagem ficará muito escura. Isso feio retire o papel fotográfico do revelador, agora com a imagem visível, e coloque-o na forma com água, somente para enxaguar. Retire da água e mergulhe-o na solução fixadora por alguns instantes. Depois basta lavar a foto em água corrente e está pronto a sua foto. O funcionamento deste aparelho é simples, trata-se da aplicação do princípio da propagação retilínea da luz. Quando ela está voltada para o objeto bem iluminado, a luz refletida do objeto entra através do orifício e forma a imagem dele na parede do fundo da câmara. Como nos meios homogêneos a luz caminha em linha reta, isso justifica a inversão entre objeto e imagem. Em nossa lata fotográfica a imagem se forma justamente sobre o papel fotográfico, que reage à incidência de luz, ficando assim impressa a imagem do objeto. A iluminação no ambiente de revelação deve ser vermelha e bem fraca, pois o papel de filme é pouco sensível à luz vermelha. Autor: Pedro Paulo Carboni Muniz Essa parte do projeto foi realizada no período noturno na própria escola, onde os alunos das 3 classes foram convidados a participarem juntos. Os alunos participantes foram divididos em dois grupos, onde cada grupo ficou responsável por adquirir os materiais necessários para o experimento. A primeira etapa foi realizada com total sucesso pelos alunos, já a segunda etapa não foi possível realiza-la com sucesso, não foi possível arrumar as 50 soluções necessárias para a revelação das fotos, pois além de ter um custo alto, não foi possível consegui-los com as lojas de fotografia, assim sendo, apenas conversamos e discutimos sobre a possibilidade de transformar nosso experimento em uma máquina de fotografia. A segunda etapa do projeto foi realizada no ano de 2008, com os mesmos alunos do ano de 2007, só que esses agora estavam no 1º ano do ensino médio; essa etapa contou com a realização de um questionário com os alunos que haviam participado do projeto no ano anterior sobre como eles estavam lidando com a física que encontraram no ensino médio; também foi feita uma mesa redonda onde podemos conversar e discutir os pontos positivos e negativos do projeto. 5.2) Apêndice A - Questionário 51 1) Qual a disciplina que você considera mais difícil no ensino médio? ( ) Matemática ( ) Física ( ) Química ( ) Outra. 2) Em se tratando da disciplina de física, que fator você considera mais difícil? ( ) Os conteúdos ( ) A grande quantidade de fórmulas ( ) O método ensinado ( ) Outra. Qual? 3) Você acha que se houvesse algum estudo mais aprofundado no ensino fundamental a disciplina de física não seria tão complicada e suas notas poderiam ser melhores? ( ) Sim. Por que? ( ) Não. Por que? 4) O projeto realizado no ano anterior sobre física ajudou você de alguma forma? ( ) Sim. Como? ( ) Não. Como? 5) Na sua opinião qual a importância da física? ( ) Vestibular ( ) Conhecimento ( ) Nenhuma3 5.3 Resultados e Discussões. 3 OBS: os dados coletados por este questionário serão representados em forma de gráficos. 52 Foi feita a realização de um questionário em Março de 2008 com 30 alunos do 1º ano do Ensino Médio que participaram do Projeto o ano anterior. Figura 1: Disciplina mais difícil do Ensino médio. Disciplina mais difícil do ensino médio 13% 13% 44% 30% Fisica Matemática Química Outro A primeira questão foi feita para termos uma idéia de qual disciplina do ensino médio os alunos consideram mais difícil. Segundo Lafer (LAFER, 2008) “Se você tiver a sorte de ter alguém que o(a) conduza pelos caminhos da verdadeira Ciência, mostrando cada fenômeno, encadeando os conceitos, para só depois propor a modelagem matemática, você descobrirá que a Física é uma disciplina muito gostosa de aprender. Agora, se você tiver que resolver problemas matemáticos sem a mínima idéia do que eles representam, aí o troço pega!” . Esse fato pode ser analisado e observado do ponto de vista de que a maioria dos professores que lecionam a disciplina de física não são formados, assim sendo podem fazer com que em vez da disciplina ser interessante ela fica chata e monótona. Outro fator que é citado quando falamos de física é o fato de haver uma grande quantidade de fórmulas, Cleber Moreira de Souza (MOREIRA, 2008)“ A maioria dos conteúdos são apresentados de maneira repetitiva, com exercícios que em sua maioria utilizam um excesso de fórmulas matemáticas, 53 privilegiando a memorização e não o raciocínio do aluno” isso faz com que os alunos não se animem e nem se interessem em aprender física. Na concepção da maioria dos alunos a Física é vista de forma simplesmente matemática o que faz com que ela se torne mais difícil de entender, assim os estudantes acabam preferindo outras disciplinas. De acordo com o primeiro gráfico a Física é considerada a disciplina mais difícil seguida da Matemática, dentre os 30 alunos entrevistados a disciplina de física ficou na frente com 44%, a matemática com 30% e por último empatados química e outros com 13%. Figura 2: Ponto mais difícil da disciplina de Física. Fator que dificulta o ensino de Física 17% 33% 20% 30% Fórmulas Conteúdos Método Outro Essa pergunta foi feita para que possamos ter uma idéia de quais as dificuldades são encontradas pelos alunos na disciplina de física. A Universidade Federal do Pará em seu processo seletivo revelou que a disciplina de língua Portuguesa, Matemática e Químicos somados juntos não ultrapassam a quantidade de zeros que a Física somou dado este que surpreendeu os examinadores. O professor Vitor Façanha que coordenou a banca corretora da prova de Física detectou que os alunos não conseguiram interpretar as questões, mas ele afirmou que o conteúdo estava de acordo com aquilo que é ensinado no Ensino Médio. Esses 54 dados obtidos refletem a deficiência do ensino de Física. Vitor Façanha explica “que pelo fato de o conteúdo de Física ser muito extenso nas três fases, o professor dispõe de um tempo muito reduzido para desenvolver, de modo aprofundado, os assuntos relacionados a esta matéria, o que o obriga a usar livros de volume único em que vem condensado todo o conteúdo dos três anos, com modelos simples e que pouco estimulam o cognitivo do aluno” (FAÇANHA, 2009). Vitor propõe que haja uma valorização do professor de Física, no sentido de “haverem melhores recursos didáticos, recursos audio-visuais, laboratórios e uma boa biblioteca com acervo atualizado, tanto nas escolas públicas como nas particulares, para que o professor possa desenvolver a sua atividade de uma forma dinâmica e interessante”. De acordo com relatos de alunos a disciplina de física se torna cansativa pelo excesso de fórmulas e conteúdos que são transmitidos de forma tradicional, isso acaba fazendo com que eles percam o interesse pela disciplina e não se animem tanto com ela, dados estes que podemos perceber no gráfico 2, onde a maioria dos alunos acham que o que dificulta o ensino de física, são as fórmulas, alguns alunos acham que a disciplina envolve muitas fórmulas, o que acaba os confundindo, já outros relatam que não conseguem entender os conceitos relacionados as fórmulas representando 33%, em seguida com 30% os conteúdos, método ensinado 20%, e 17% dos alunos optaram por outros, sendo este destacado por todos como sendo a professora que lecionava a disciplina. Embora o método de como a disciplina é ensinada não tenha ficado em primeiro lugar na preferência dos entrevistados em muitas conversas paralelas e também com experiências vividas por mim dentro da sala de aula há uma grande reclamação por parte dos alunos de que os professores apenas transmitem as aulas de forma tradicional e não diversificam, que não há laboratório adequado entre outras coisas que faz com que eles não se interessem tanto pela disciplina, o que se traduz em baixas notas e desistências. Figura 3: Projeto para o Ensino Fundamental. 55 Projeto para o Ensino fundamental 27% 73% Sim Não “A importância do ensino de Ciências é reconhecida por pesquisadores da área em todo o mundo, havendo uma concordância relativa à inclusão de temas relacionados à Ciência e à Tecnologia nas Séries Iniciais. Apesar da convergência de opiniões e de sua incorporação pelas propostas curriculares e planejamentos escolares, ainda hoje em dia a criança sai da escola com conhecimentos científicos insuficientes para compreender o mundo que a cerca”. (Lorenzetti, 2008). “Compreender é inventar, ou reconstruir através da reinvenção, e será preciso curvar se ante tais necessidades se o que se pretende para o futuro é moldar indivíduos capazes de produzir ou de criar e não apenas repetir” (Piaget). “Para que as crianças não percam o interesse na disciplina é necessário incentivar os alunos a colocarem a mão na massa, transformando a curiosidade em algo produtivo” (Gleicer, 2005). Muitos autores defendem a iniciativa de se trabalhar ciências com as crianças para que desde cedo elas possam ter contato com um mundo cientifico, construam uma linguagem científica adequada e consigam desenvolver um pensamento crítico, sendo que muitos deles incentivam o uso de materiais diversificados, onde o mais requisitado e destacado é o uso de experimentos. Ao observarmos o gráfico 3, notamos que a grande maioria dos alunos com 73% acham que deveria haver algum tipo de projeto sobre física no ensino fundamental, para que eles possam ter um certo conhecimento sobre a disciplina antes de adentrarem no Ensino 56 Médio, já 27% dos alunos acham que não é necessário nenhum projeto ou mesmo estudo aprofundado Figura 4: Auxílio que o projeto concedeu aos alunos do 1º ano. Auxílio do projeto 17% 83% Sim Não Esta pergunta foi feita para que os alunos do 1º ano que participaram do projeto relatassem se o projeto os auxiliaram de alguma forma no estudo da física em si. De acordo com o gráfico acima, podemos perceber que 83% dos alunos acharam que o projeto do qual participaram no ano anterior, foi importante para que eles entendessem o conteúdo que estava sendo ministrado no 1º ano, pois eles já tinham uma base do que estava sendo passado, assim conseguiram entender um pouco melhor, outros 17% consideraram que o projeto não os ajudou em nada. Muitos autores defendem a iniciação de um ensino de física já no Ensino Fundamental, como por exemplo, “É importante que as crianças comecem a construir conceitos físicos desde cedo e consigam explorar aspectos mais formais no Ensino Médio (SCHROEDER, 2006)”. 57 Figura 5: Importância da Física. Impotância da Física 17% 50% 33% Vestibular Conhecimento Nenhuma “A Física permite-nos conhecer as leis gerais da Natureza que regulam o desenvolvimento dos processos que se verificam, tanto no Universo circundante como no Universo em geral. O objetivo da Física consiste em descobrir as leis gerais da Natureza e esclarecer, com base nelas, processos concretos”( Miakichev; Bukhovtsev, Tradução 2009). Passar de ano, conseguir o curso técnico desejado ou fazer vestibular, para tudo isso é necessário saber pelo menos um pouco de física para se conseguir uma boa nota, o que corresponde ser aprovado na escola, aprovado no vestibular ou mesmo conseguir o curso técnico desejado. Em se tratando da importância da Física, os alunos entrevistados relacionaram a importância da disciplina principalmente com o vestibular - 50 % deles acham que ela é necessária, pois cai também nesses tipos de provas; outros 33% relatam a importância de se estudar esta matéria para aumentarem seu conhecimento sobre o mundo que os cerca e por fim 17% acham que a disciplina não tem importância alguma. 58 5.4) Análise dos gráficos. O objetivo da aplicação desse questionário para os alunos no 1º ano do Ensino Médio, foi saber o que eles sentem em relação à disciplina de física, como eles estão lidando com ela e se o projeto realizado com eles no ano de 2007 os ajudou de alguma forma. Com base no gráfico 1, não houve surpresa nenhuma em relação a qual disciplina eles não se davam bem, podemos perceber que ainda hoje a Física seguida da Matemática ganha em disparada das demais disciplinas, fato este que os alunos justificam dizendo que existem muitas fórmulas nos conteúdos de Física, onde eles afirmam que não conseguem decorar todas as fórmulas e muitas vezes não conseguem conciliar as fórmulas aos conteúdos. Em relação ao gráfico 2, o fator que é considerado o mais difícil para se aprender Física e que é sempre lembrado e reclamado novamente pelos alunos é justamente a grande as fórmulas existentes e também o fato de os conteúdos serem muito complicados; relatam eles que se dão mal nas provas pelo fato de não conseguirem decorar todas as fórmulas de Física e quando decoram muitas vezes na hora da prova se esquecem devido ao nervosismo; alguns alunos também reclamaram do método de ensino adotado pela professora, sempre do mesmo jeito tradicional, giz e quadro e nunca diversificado. De acordo com alguns teóricos existem vários métodos alternativos que podem contribuir para a realização de aulas diversificadas e que fogem um pouco do tradicional que é o que mais predomina nas escolas brasileiras; é o que podemos observar nos trabalhos dos seguintes autores Luciano Denardim (Aprendendo física com o Homem aranha, 2006), Caruso (Uma proposta de ensino e divulgação de ciências através de quadrinhos, 2002), Renato Júdice (Física e teatro, 2001), Fábio Luís (Como trabalhar com tirinhas nas aulas de física, 2003), entre outros que buscam trazer inovações para sala de aula, visando a diversificar as aulas, despertando assim o interesse e a participação dos alunos. E por fim um último fator por eles considerado e de extrema importância é a formação dos professores que lecionam a disciplina; 17% relacionam a dificuldade de se aprender física com a professora, eles dizem que não entendem o que ela explica, eles têm consciência de que isso se justifica pelo fato de ela não ser formada em Física e sim em outro curso, isto é o que encontramos em muitas escolas brasileiras; soma-se a isso, o fato de que mesmo dentre os graduados na área, a defasagem com relação aos conteúdos e com as técnicas e teorias pedagógicas é grande. Mas, voltando aos não graduados em Física, as escolas acabam por colocarem para lecionar a matéria, professores formados em outras áreas, principalmente matemática; sabemos da importância de o professor que leciona qualquer tipo de matéria ser formado no mesmo, o texto de Ângela Mascarenhas (Os 59 conceitos Fundamentais das ciências humanas e a formação do professor), fala sobre a importância da formação do professor, principalmente em sua área de atuação, mas que ele também possa ser formado para ter consciência e saiba lidar com tudo em sua volta Podemos observar que as instituições acadêmicas têm dificuldades em formar o professor que consiga articular os fundamentos teórico metodológicos no cotidiano escolar com sua prática pedagógica. Nesse sentido é que acreditamos que o trabalho do professor não pode prescindir de uma significativa formação na área das Ciências Humanas (História, Sociologia, Antropologia, Ciência Política, Geografia) e Filosofia, tanto no exercício de sua prática pedagógica, atuando diretamente com os conceitos e conteúdos dessa área (sociedade, relações sociais, cultura, política, tempo, espaço) junto aos seus alunos, quanto para compreender o universo das relações sociais, econômicas, políticas, históricas e culturais que compõem o cotidiano da vida escolar e social. (MASCARENHAS, 2007, Pg. 107). A formação oportuniza o professor não só o saber em sala de aula, ele precisa conhecer as questões da educação, as diversas práticas analisadas na perspectiva histórica, sócio-cultural e ainda, precisa conhecer os desenvolvimento do seu aluno nos seus múltiplos aspectos: afetivo, cognitivo e social, bem como refletir criticamente sobre seu papel diante de seus alunos e da sociedade. Segundo o depoimento da professora “os professores até querem mudar, mas se não passam por cursos de capacitação não irão aprender como usar os recursos do computador e irão desanimar”. Então além de ser absolutamente necessário que os professores sejam formados em suas respectivas áreas, se torna necessário também que ele continue aprendendo com o passar dos anos para que possa acompanhar as várias tecnologias que surgem e possam aplicá-las em sala de aula. Em se tratando do gráfico 3, percebemos que a grande maioria dos alunos acha importante a realização de algum projeto ou mesmo algum estudo mais aprofundado sobre a Física, pois assim eles podem entrar mais preparados no Ensino Médio. Muitos alunos já entram no Ensino Médio imaginando a física como um bicho de sete cabeças e com o passar dos tempos muitos acabam se simpatizando ainda menos com a disciplina, fatos esses evidenciados no grande número de notas baixas e reprovações na disciplina, sem contar que muitos ao terminarem o Ensino Médio sequer pensam em seguir uma carreira cientifica. Já no gráfico 4, o que observamos é que os alunos consideraram que o projeto “Física para Séries Iniciais do Ensino Fundamental”, foi de grande auxílio para eles, 83% relataram que com o projeto puderam entender com mais facilidade os conteúdos passados pelo professor de Física no ensino médio, pois já estavam familiarizados com vários pressupostos da disciplina e devido a isso puderam se sair melhor em suas avaliações. De fato, praticamente todos os projetos relacionados ao Ensino de Física no Ensino Fundamental vêm 60 dando certo e colhendo bons resultados, e o mais importante e satisfatório de tudo isso é que os próprios alunos conseguem enxergar e entender isso. Por fim no gráfico 5, podemos ver qual a importância que os alunos atribuem ao Ensino de Física, 50% deles consideram apenas como uma matéria necessária para o ingresso em uma faculdade, ou seja, relacionam ela simplesmente ao vestibular, alguns ainda não conseguem ver nenhuma contribuição da física para suas vidas; este é um dado que com o passar do tempo com certeza podemos modificar, e 33% já conseguem relacionar a física com o conhecimento que podem ter para conseguirem entender melhor o mundo que os cerca, nesta fase, segundo a teoria de Piaget, eles se encontram no estágio operacional-formal, estágio este que vai dos 12 anos em diante, com essa idade as crianças já conseguem realizar raciocínios abstratos, não recorrendo ao contato com a realidade, começam a desenvolver sua identidade, pensam e formulam hipóteses, permitindo que determinem conceitos e valores. Já passam a ser capaz de fazer críticas, propor novos modelos e hipóteses. Nesta fase o préadolescente como é considerado, começa a desenvolver um pensamento mais crítico capaz de aprovar e refutar idéias, procurando soluções mais adequadas. Pudemos perceber que, como diz Piaget, eles já são capazes de entender conceitos abstratos os quais existem muito na Física e se não concordam com algo questionam até provar que estão certos ou se convencem e adquirirem um novo conhecimento, e já conseguem fazer uso de uma linguagem mais científica. Se a criança é inserida desde cedo no mundo científico, como os estágios de Piaget são seqüenciais ao chegar, no último estágio que abrange os 12 anos em diante ela é capaz de raciocinar, conversar e pensar cientificamente, pois já adquiriu e aperfeiçoou os conceitos aprendidos anteriormente e conseguem fazer uso deles, agora se eles apenas vêem a parte física no 9º ano superficialmente e somente no ensino médio, têm mais dificuldade que é o que podemos perceber através de suas notas. Um fato importante a ser destacado é que os alunos já começaram a ter consciência da importância da física em suas vidas, e já entendem que através dela podem adquirir conhecimentos capazes de entender o mundo a sua volta. Dewey foi um dos primeiros filósofos a chamar a atenção para a capacidade de pensar dos alunos. Para ele é importante que os educadores descubram os verdadeiros interesses das crianças, para poder apóiá-las, pois esforço e disciplina são produtos do interesse e somente com base nesses interesses a experiência poderia adquirir um verdadeiro calor educativo. Sendo assim se o professor é capaz disso a consciência do aluno se modificará. 61 6) Mesa Redonda. (2008) Perguntas que foram debatidas. Vocês acham física chata/ difícil? O que vocês sentiram com o primeiro contato com a matéria? Se houvesse algum curso, projeto ou mesmo disciplina no ensino fundamental sobre a matéria, o pensamento e a visão de vocês seriam diferentes? O que vocês acharam do projeto? Ele teve algum ponto positivo, influenciou vocês no ensino médio? Vocês gostaram das aulas práticas? Gostaram da experiência de se aprender física através de experiências? Recomendam o projeto para o ensino fundamental? O que esperam da física nos próximos anos. 6.1) Análise da Mesa Redonda. O objetivo dessa mesa redonda foi saber dos alunos, o que o projeto realizado com eles no ano anterior significou, se os ajudaram e quais os pontos positivos e negativos. A mesa redonda contou com a participação de 10 alunos, os quais haviam participado do projeto no ano anterior, ocorreu no mês de Outubro de 2008 na Escola Estadual de Mato Grosso do Sul no período vespertino durante horário de aula. A maioria dos alunos entrevistados não acha a disciplina tão difícil, embora a maioria precise de nota para passar; consideram a disciplina mais fácil de entender dependendo do professor que irá aplicá-la, pois no início do ano eles acharam a disciplina um pouco complicada devido ao fato da professora não ser formada em Física, e não entender muito bem a matéria, então era tudo na base da memorização e as notas baixas apareciam, pois dizem eles que “ela apenas lia e fingia que explicava, não tinha muito do mínio do assunto”; assim contrariando a resposta obtida na figura 1 onde 44% consideraram a física a disciplina mais difícil do Ensino Médio, como participaram do questionário 30 alunos e do debate 10 esse dado pode ser contestado, pois os participantes podem estar inseridos nas outras porcentagens, outro fator que pode também explicar essa contradição é de que o questionário foi aplicado no mês de Março e o debate foi realizado em Outubro e como houve mudança de professora podem ter se identificado mais 62 com a disciplina passando assim a não considerarem tão difícil como no ínicio do ano. Todos concordaram que era uma maneira mais fácil de tirar nota, pois nas provas o que se mudava basicamente eram os números, mas mesmo assim iam mal. Já no meio do segundo bimestre a professora que é formada em física voltou e assumiu as aulas, de acordo com eles ficou um pouco mais difícil, pois ela cobrava mais, em compensação agora eles entendiam a matéria e as notas começaram a melhorar, pois entendiam o que estava sendo explicado; assim, de dez estudantes apenas um preferiu a primeira professora, pois diz ele que suas notas eram maiores com ela. Todos concordaram em dizer que é necessário e importante algum estudo mais aprofundado nas séries iniciais, pois assim ao adentrarem no Ensino Médio eles podem entender melhor o que está sendo explicado e consequentemente suas notas podem melhorar. Embora eu achasse que muitos consideravam o projeto perda de tempo, no sentido de que era uma forma de se matar aula ou não ficar em sala de aula, depois desta mesa redonda meu ponto de vista se modificou completamente, foi possível observar que os alunos acharam o projeto muito bom, alguns até disseram que graças a ele puderam entender melhor os conteúdos que foram passados pela primeira professora. Eles recordavam do que lhes foi passado e explicado no projeto no ano anterior, assim não foram tão mal nas provas; falaram que se o projeto não tivesse sido realizado as notas iriam ser muito piores, sendo assim concluíram que o projeto foi de grande importância para eles, e que essa importância se refletiu neste ano quando começaram a aprender à física e a realizarem as provas no ensino médio. Alguns até relataram que quando foi aplicada uma pequena avaliação para ver se eles estavam entendendo o que estava sendo ensinado no projeto eles nem estudaram e levaram na brincadeira, mas aprenderam o que havia sido explicado e pedido e colocaram em prática este ano. Assim confessam que com o projeto tiveram um pouco mais de facilidade com os conteúdos do 1º ano de física. Embora este ano não tenha havido nenhum trabalho com eles no laboratório e nem experiências em sala de aula eles concordam ao dizer que é necessário que além das aulas teóricas sejam feitas aulas práticas, assim como teve no projeto. Todos os alunos que participaram da mesa esperam que a física fique cada vez mais interessante e menos complicada. Em relação aos pontos negativos relatados por eles, gostariam que houvesse tido mais experiências porque era um método divertido e diferente de se aprender física, e também gostariam que o projeto envolvesse mais experiências onde eles pudessem colocar a “mão na massa”, como o realizado no período noturno da câmara escura, onde eles mesmos montaram o equipamento. Para mim os pontos negativos foi o pouco tempo que tive para aplicar o 63 projeto, já que tínhamos que dividir a aula com a professora para que ela também pudesse continuar com seu trabalho, e também que havia muitos feriados e dispensas dos alunos para jogos, feira de ciências o que acabava por cair bem no dia do projeto que era realizado praticamente em todas as sextas e quintas feiras, apenas em uma sala era realizada na terça. Um outro fator observado por mim negativo foi que também devido ao tempo, em algumas aulas não foi possível a realização de experimentos. Ao final do projeto foi realizada a entrega de certificados referentes ao projeto que todos os alunos receberam da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS –. Como se pode notar tanto nos projetos que foram citados neste trabalho como no projeto por nós realizado, todos eles contaram com a realização de experimentos, contemplando, Dewey, que defende a forma do “aprender fazendo”, através de experiências que consistem em orientar e em provar, apresentando situações-problema a serem resolvidos, permitindo ao aluno desenvolver em seus aspectos psicológicos, morais e sociais, e também o espírito de se trabalhar em equipe, pois através deste tipo trabalho pode-se estimular a cooperação e se desenvolver um espírito social que é extremamente importante nos dias atuais, onde as pessoas costumam pensar apenas em si próprio. Dewey considera que as aulas tradicionais, não são capazes de proporcionar um bom ensinamento e que os estudantes aprendem melhor quando realizam tarefas experimentais em que possam manipular os equipamentos colocando a mão na massa sobre os conteúdos que lhes são ensinados, estimulando assim o aluno para que ele possa pensar. Defende o uso de experiências práticas do dia-a-dia, pois argumenta ele que “Afinal, as crianças não estão, num dado momento, sendo preparadas para a vida e, em outro, vivendo” (Edição Especial Nova Escola, 2008), assim sendo defende que as crianças devem ser colocadas diante de problemas reais, onde através deste tipo de experiência elas possam adquirir novos conhecimentos. Em praticamente todos os projetos assim como na teoria de Dewey é defendido o uso da experimentação como papel fundamental para o aprendizado, onde os alunos interagem com o meio e podem pensar sobre aquilo que lhes é proposto. Em todos os trabalhos e projetos citados e estudados neste trabalho onde a Física é introduzida no Ensino Fundamental foi obtido grande sucesso, até mesmos os próprios alunos defendem o uso dos experimentos nas aulas de ciências, pois consideram eles que é uma forma que facilita o aprendizado e os estimulam a aprender. "O aprendizado se dá quando compartilhamos experiências, e isso só é possível num ambiente democrático, onde não haja barreiras ao intercâmbio de pensamento” (DEWEY, sem data4). 64 7. Apêndice B - Fotos do Projeto. Turmas Participantes. Seminários. 65 66 Experimento: Termômetro Caseiro Experimento: Vela no Copo Experimento: A Bexiga que não Explode 67 Experimento da água Quente e Fria Experimento da água Quente e Fria Mesa Redonda. 68 Entrega do Certificado. 69 CONSIDERAÇÕES FINAIS. Com o passar dos tempos o mundo se moderniza cada vez mais, as tecnologias evoluem rapidamente fazendo com que as exigências do mundo e do mercado de trabalho cresçam num piscar de olhos. Em se tratando da disciplina de ciências, o ensino que é destinado a ela é fraco e deixa muito a desejar, a Física ensinada no Ensino Médio não dá conta de suprir todas as necessidades do aluno e muitos conteúdos importantes são deixados de lado. Nesta disciplina o índice de reprovação e desistência infelizmente é altíssimo. Os estudantes estão cada vez mais curiosos e espertos e os métodos tradicionais já não satisfazem mais. Se as escolas adotassem a “introdução da física”, já nas séries iniciais do ensino fundamental, provavelmente estes índices iriam diminuir consideravelmente, pois os alunos já teriam uma base sobre os conteúdos e já estariam familiarizados com a linguagem científica ao adentrarem no Ensino Médio, o que tornaria a disciplina mais prazerosa. A importância de um Ensino de Física de maior qualidade é cada vez mais necessário para que possamos formar alunos capazes de raciocinar por conta própria e ter um pensamento crítico mais adequado à sociedade em que vivemos. Sabe-se que as escolas seguem um plano de ensino fixo e de como é complicado alterar esses planos, mas existem 70 vários projetos que são realizados pelas escolas, assim poderia se investir num projeto relacionado à ciência (física). Como vimos neste trabalho há várias maneiras de se aplicar a Física no Ensino Fundamental através de projetos ou mesmo nas próprias aulas de ciências, projetos estes que possam incentivar e estimular o racíocínio e as habilidades dos alunos sem contar que os inserem num mundo científico com desenvolvimento oral e escrito. Um método bastante utilizado e defendido por Dewey é o experimental, onde o aluno interage com o meio, através de experiências de seu dia-a-dia, podendo se desenvolver tanto fisicamente como mentalmente, assim o incentivando e animando a aprender Física, fazendo com que a disciplina perca o rótulo de “bicho de sete cabeças” como dizem os próprios alunos. Já é um fato que uma das melhores formas de se ensinar Física é experimentalmente, pois também é um método diversificado que foge do tradicional e vêm obtendo resultados bastante positivos, pois os próprios alunos gostam deste tipo de aula. Ainda há muitos obstáculos a serem enfrentados para que tudo isso se concretize e todas as escolas tenham inserido em seus planos de ensino a “Física no ensino fundamental”, um deles foi bastante citado neste trabalho que é o despreparo dos professores que lecionam a disciplina, os quais pela falta de conhecimento da mesma preferem adotar uma postura mais tradicional, pois os próprios cursos de formação deixam muito a desejar em relação às Ciências, mas para sanar pelo menos um pouco desta falta de conhecimento, já existem cursos de capacitação continuada para que esses professores possam ser melhores preparados para dar suas aulas, um exemplo disto é o POPCIÊNCIA da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS, que viabiliza a capacitação de professores principalmente de Física e Química, mas também é aberto para professores de outras áreas que trabalham na área científica (Física, Química, Biologia e Ciências). Enfim, de acordo com o que foi estudado e principalmente vivenciado, chegamos à conclusão de que todos os tipos de projetos ou mesmo aulas diversificadas voltadas para o ensino de Física nas séries iniciais do Ensino Fundamental são válidas e com certeza dão certo, respondendo assim ao nosso objetivo, como podemos ver no projeto “ABC na Educação Científica – Mão-na-Massa”, que é um projeto que por onde passa está dando certo e vem se expandindo e sendo copiado por muitos países em todo o mundo; também como no projeto realizado por nós “Física no Ensino Fundamental”, que em nossa concepção foi de grande valia para os alunos do 9° ano do Ensino Fundamental, onde eles puderam utilizar o que lhes foi ensinado já no 1° ano do Ensino Médio; com esse projeto verificamos o interesse e a participação dos alunos e pudemos notar que a cada aula havia interesse por parte dos educandos, é claro que sempre têm aqueles alunos que não se interessam e acabam preferindo 71 as aulas tradicionais, mas deste projeto a grande maioria dos alunos que participaram aprovaram a iniciativa o que nos deixou muito contentes e realizados. Sendo assim acreditamos que estes tipos de iniciativa que viabilizam uma maior valorização do ensino de Física é um grande trunfo para a desmistificação da ciência, para que crianças e adolescentes sejam instigados a estudá-la, onde a partir disto possam aumentar as estatísticas e interesses pela carreira científica se tornando quem sabe grandes professores ou mesmo cientistas, divulgando assim ainda mais a ciência. REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO. [1] A História e a Geografia dos PCNs – notas do Professor Elian Alabi Lucci, 2000 <<www.hottopos.com.br> acesso em 25/08/2009 [2] A construção do conhecimento segundo Piaget. Malcon Tafner Disponível em << http://www.cerebromente.org.br/n08/mente/construtivismo/construtivismo.htm > aceso em 25/08/2009 [3] AGOSTINIANO, Patrícia Marques Araújo Costa Magnum, PIRES, Sheila Alves de Almeida E. M. Aurélio. 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