Organização Sri Sathya Sai Baba
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UM IMPERADOR CORRETO E SÚDITOS VIRTUOSOS
Data: 30/08/93 – Ocasião: Dia de Onam - Local: Prasanthi Nilayam
Anapekshah suchihi-dakshah
Udaseenah Gathavyathah
Sarvarambha Parithyagi
Yo madhaktah sa mey pryah
(Verso em Sânscrito)
A palavra anapeksha significa “aquele que é livre de qualquer tipo de desejo ou expectativa”. É possível,
neste vasto mundo, que um homem seja livre de apegos?
Algumas pessoas são atraídas por prazeres dos sentidos, conforto e coisas mundanas; outras sentem-se
atraídas por objetivos elevados pelo que é não-sensorial, não-material, que está além do mundano. Quase
todos os desejos recaem em uma dessas categorias. Então, é possível ser livre dos dois tipos de desejos?
Sim, isto é possível.
Na Bhagavad Gita, o Senhor declarou que está presente em todas as ações corretas. Aqueles que praticam
ações corretas podem desenvolver a ausência de desejo, pois quando um homem pratica as ações como
oferendas ao Senhor, elas se tornam ações desapegadas.
O Senhor é Aquele que, interiormente, faz uma pessoa agir, falar, escutar, ver e praticar ações. Ele é o
agente e o desfrutador de tais atos.
Se uma pessoa praticar todas as ações com a convicção de que o Senhor Interno é o verdadeiro agente,
então suas ações se tornam desapegadas. Por isso, todos devem efetuar suas ações como oferendas ao
Divino.
Pureza Interna e Externa
Suchihi significa pureza. Este termo não se refere somente a limpeza externa do corpo físico, mas à pureza
interna que os aspirantes espirituais também necessitam. Quais são as implicações da pureza interior?
As ações do homem brotam de impulsos internos e não de forças externas. Elas são um reflexo de seu Ser
Interior. Quando um homem tem sentimentos puros dentro de si, suas ações também são puras. Quando
ele está poluído interiormente, suas ações são impuras.
Como podem ser purificados os impulsos internos? Através da mente, da palavra e do corpo. Dos três, a
palavra é o elemento mais importante.
Como a pureza na palavra pode ser alcançada? Diz a Gita: “Nenhuma palavra proferida deve causar tensão
ou agitação, ela deve ser verdadeira e agradável” (Verso em Sânscrito).
Existem quatro fatores que causam a impureza da língua: o primeiro, é pronunciar falsidade; o segundo,
falar em excesso; o terceiro, falar mal dos outros; o quarto, ofender ou criticar os outros.
A língua é propensa a cometer esses quatro tipos de ofensas. Lamentavelmente, na Era de Kali, essas
quatro tendências estão desenfreadas: a mentira se tornou onipresente, as pessoas se permitem livremente
caluniar os outros, as fofocas crescem e a propensão à loquacidade está se espalhando.
Só quando estiver livre dessas quatro tendências ruins é que a palavra do homem se tornará pura e límpida.
Assim, a primeira tarefa é purificar a fala.
Logo depois vem a mente. Em geral ela está poluída por pensamentos errados e sentimentos ruins. Por
isso, o homem tem que lutar para manter afastados todos os maus pensamentos que invadem sua mente.
Quando se está incessantemente dominado por maus pensamentos, só se pode colher más conseqüências.
Para purificar a mente, os maus pensamentos têm que ser expelidos. Nenhum espaço deve ser dado a eles.
Só então a mente estará totalmente purificada.
A seguir, para obter a pureza do corpo, é preciso libertá-lo da mancha da violência e da maldade. Os
homens cometem muitos atos violentos e perversos com suas mãos. O corpo foi dado ao homem
primeiramente para praticar a retidão (Dharma). É uma dádiva sagrada que deve ser usada apenas para
prestar serviço aos outros e realizar ações divinas. Este é o caminho para a purificação do corpo.
Quando a palavra, a mente e o corpo estão purificados, tanto a pureza interior quanto a exterior são obtidas.
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Determinação na Ação
Dakshah: significa que o homem deve ter determinação firme ao agir. A determinação deve se restringir a
ações puras, úteis aos outros. Ações que elevem o homem. Nenhum homem pode se abster de agir nem
por um momento. Porém, em nenhuma circunstância ele deve se engajar num ato impuro. Este é o caminho
para se conseguir pureza através da firme determinação. Tal pessoa possuirá Daksha.
A quarta qualidade é Udaseenah: “Ser livre do apego a qualquer coisa”. Significa permanecer sereno e
tranqüilo diante da perda ou ganho, da fama ou censura, da aflição ou do prazer. Não se orgulhar com a
prosperidade, nem se deprimir com o fracasso. Não se enaltecer com a fama, nem sucumbir à calúnia.
A fama e a censura são como nuvens que passam. Deve-se observá-las como mera testemunha. Devem
ser tratadas com desapego. Levá-las a sério é dar lugar à agitação na mente, o que provoca tendências
maléficas.
Liberdade da Preocupação
Gathavyathah: “permanecer atento ao presente”. Ignorar esta prática é, atualmente, a maior fraqueza
humana. O homem ignora os deveres que tem de cumprir no presente, preocupando-se com o que
aconteceu no passado distante e permanentemente especulando sobre o que vai acontecer no futuro. O
que adianta se preocupar com o futuro ou com o passado que está morto? O passado está além da
possibilidade de retorno e não pode ser modificado. Esqueçam o passado.
O futuro é incerto. Ninguém pode saber o que vai acontecer no dia seguinte. Não pensem sobre o futuro, já
que não podem saber sobre ele. Concentrem-se no presente, que é o filho do passado e o pai do futuro.
Esta atitude é representada pelo termo Gathavyathah.
Ao preocupar-se com o passado e especular sobre o futuro o homem falha com seus deveres no presente.
Esta é a causa de sua infelicidade. Façam uso correto do presente e um bom futuro estará assegurado. O
aspirante espiritual deve manter esta verdade na mente e concentrar sua atenção no presente.
Preocupação mental com o passado ou futuro é uma qualidade rajásica que deve ser descartada.
Sarvarambha Parithyagi: essa qualidade requer a renúncia ao egoísmo sob qualquer forma. O ego está
enraizado no instinto de posse. Quando o egoísmo e a possessividade se juntam, o homem fica
absolutamente arruinado. É fundamental libertar-se do egoísmo e do apego.
As seis qualidades mencionadas acima são virtudes sagradas. Como é mencionado na Gita, um devoto
com essas seis qualidades é querido ao Senhor.
Além dessas seis qualidades o homem tem seis vícios: cobiça, raiva, ganância, gula, vaidade e inveja.
Estes seis inimigos do homem devem ser eliminados, enquanto as seis boas qualidades devem ser
cultivadas. Somente assim a vida humana pode ser significativa.
A Grandiosidade do Imperador Bali
O Imperador Bali é um dos que foram dotados de nobres qualidades. Por essa razão, o Senhor veio à Terra
e lhe deu um presente.
Existem muitos filantropos no mundo. Há pessoas que doam terra, gado, alimento, roupa e ouro, mas
poucos são aqueles que estão preparados para ofertar a si mesmos. O Imperador Bali era um que estava
pronto para se doar. Ele declarou “Ofereço a Ti, Ó Senhor, tudo o que possuo, minhas riquezas, minha
família. Somente o Atma permanece. Salve-me, busco refúgio em Ti. Dou minha palavra e dou meu reino.
Neste momento, ofereço meu corpo a Ti”. Com essa declaração Bali curvou-se diante de Vamana1.
Antigamente, existiam muitos governantes nobres e generosos. Bali era devotado à verdade. Cuidava
apenas do bem-estar de seu povo. Era um protetor da verdade. Praticava a retidão.
Ele recebeu todas as suas virtudes de seu avô, Prahlada, e reinava em Kerala naquele tempo. Entretanto,
seu pai, Virochana, enredava-se em pensamentos fracos seguindo o exemplo de seu avô, Hiranyakasipu,
pai de Prahlada.
Os três antepassados pertenciam ao mesmo clã. Virochana tentou fazer com que Bali seguisse caminhos
errados, porém bons e maus caminhos não podem ser impostos. As marcas do bom comportamento das
pessoas refletem sua bondade inerente.
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Uma das encarnações divinas (Avatares) que veio à Terra, segundo o hinduísmo.
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Prahlada Como Juiz
Certa vez, houve uma disputa entre Virochana, filho de Prahlada, e Sudhanya, filho do sábio Angirasa.
Ficou acertado que quem quer que perdesse a disputa deveria oferecer sua vida ao vencedor. Ambos
rogaram a Prahlada que atuasse como juiz, pois sabiam que ele seria totalmente imparcial e justo. Prahlada
aceitou porque estava empenhado em defender a verdade, sem qualquer outra consideração.
Depois de assistir a disputa, Prahlada declarou Sudhanya vencedor e, seu próprio filho, Virochana,
perdedor.
Incapaz de controlar sua alegria com o veredito, Sudhanya abraçou Prahlada e disse: “Prahlada, é por
causa de inabaláveis defensores da verdade como você que o mundo brilha em sua glória. Se não
houvesse pessoas de mérito sobre a terra, como haveria luz no mundo? Prahlada! Por causa de sua
fidelidade à verdade, você deu o resultado contra seu próprio filho.”
Prahlada sabia que quem perdesse a disputa deveria pagar com a vida, mas isso não o impediu de
pronunciar o veredito contra seu filho.
“Não existe Dharma mais elevado que a verdade” (Verso em Sânscrito). Prahlada não foi dominado por
nenhum apego de amor paternal. Não derramou lágrimas. Observou o resultado de seu julgamento com o
senso de cumprimento do dever. Reconhecendo sua total dedicação à verdade e à retidão, Sudhanya
declarou: “Prahlada! Sua devoção à verdade vai restaurar a vida de seu filho. Eu não vou exigir sua vida
(como prêmio pela vitória). Entrego de volta a você a vida de seu filho”.
“O Dharma destrói aquele que o fere. O Dharma protege seu protetor.” (Verso em Sânscrito). “Prahlada!
você defendeu o Dharma. Por isso, salvou seu filho”, Sudhanya exclamou, enaltecendo-lhe.
A Índia no Passado e Agora
Sua vida foi um exemplo de inúmeras virtudes e ideais. Devido aos governantes virtuosos, naquele tempo o
mundo foi abençoado com paz e prosperidade. Hoje em dia, por toda a parte, a desordem, o
descontentamento, a falsidade, a injustiça, a indiferença ao que é bom e a condescendência com o que é
ruim, o excesso de apego aos prazeres dos sentidos, o egoísmo e o egocentrismo abundam entre as
pessoas.
É lamentável que a Índia, que já foi famosa por sua moralidade e retidão, sua dedicação à verdade e ao
Dharma, tenha se degenerado aos níveis atuais. Isto é uma mácula não apenas para o país, mas também
uma vergonha para o povo da Índia.
Se atentarmos para o estado da sociedade, descobriremos que todas as suas atividades estão relacionadas
com o auto-enaltecimento, a crítica aos demais e a ambigüidade no discurso. Esse triplo vício é onipresente.
A sociedade da Índia, que um dia foi tão gloriosa, está agora mergulhada na escuridão, envolvida na
discórdia, agitação e poluição.
Poluição Generalizada
O homem percebe que o ar está poluído, a água impura e que os sons chegam a níveis intoleráveis. Mesmo
os alimentos estão poluídos. O próprio governo também considera o meio-ambiente poluído, gastando
grandes somas para purificar o ambiente. Mas não é só a poluição ambiental que deve nos interessar, e
sim, também, a poluição do coração.
A mente e o coração do homem estão poluídos. Todos os seus sentimentos estão poluídos. É por causa
desta poluição básica que todas as outras coisas poluem-se.
Portanto, a necessidade primordial dos tempos atuais é a erradicação da poluição da mente humana. De
que modo isso pode ser conseguido?
A mente de hoje está imersa nos desejos e prazeres mundanos. Como resultado o homem torna-se triste,
surgindo a insatisfação mental e uma amarga frustração.
A mente deve ser levada de volta à fonte de onde veio. Um peixe fora d’água tem que ser devolvido à água
para recuperar a vida. Poderá ele sobreviver se for colocado num sofá e alimentado com café? Só se
recuperará quando retornar ao seu lar de origem. Do mesmo modo, a mente do homem tem que ser
restituída ao seu lar original: ao Ser Interior. Sem isso, como conseguir a paz? A paz mental tem que vir do
Atma. Isso quer dizer fazer a mente voltar para o Atma por meio do uso da consciência.
Não ponham sua confiança no corpo, porque ele é uma bolha d’água. Não coloquem sua confiança na
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mente, que é como um macaco louco. Sigam a consciência. Quando a seguirem com total autoconfiança,
poderão realizar qualquer coisa.
A Promessa de Bali
O Imperador Bali era uma pessoa que tinha essa auto-confiança. Quando seu preceptor, Sukracharya, quis
dissuadi-lo de fazer a oferenda a Vamana, argumentando que este jovem não era um simples sacerdote,
mas a própria encarnação de Vishnu (a Divindade que a tudo permeia), Bali declarou: “Se o jovem rapaz é o
próprio Vishnu como diz, essa é a maior razão para que eu mantenha o oferecimento que fiz. Se o
suplicante é o Senhor Supremo, não é para mim uma grande fortuna estar na posição de ser um doador ao
Senhor? Todos os seres humanos buscam favores do Senhor. Quando o Divino se aproxima de mim
pedindo um pedaço de terra, quão afortunado sou eu! Esta oportunidade veio a mim por causa de minhas
boas ações em vidas passadas. Estou pronto para ir contra as recomendações de meu preceptor, mas não
transgredirei as ordens do Senhor. A palavra empenhada será mantida. Pode-se ver dois objetos com dois
olhos e ouvir duas coisas diferentes com dois ouvidos, mas a língua é uma só. A palavra dada deve ser
honrada. Não posso voltar atrás. O homem que não cumpre sua promessa é um pecador. Estou
determinado a manter meu compromisso. Deus é a pessoa suprema e Senhor de todos os seres.
Permanecerei fiel apenas às Suas palavras”.
Amor Por Seus Súditos
O Imperador Bali era um governante resoluto. Assim agindo, assegurou sua gloriosa oportunidade.
Entretanto, ele tinha uma ligação especial com seus súditos, que, por sua vez, também eram apegados ao
Imperador.
O povo era devotado ao governante, e este era apegado aos seus súditos. Essa relação mútua era
profunda e indivisível. Por causa disso, o país era feliz e próspero.
Relutante em desamparar seus súditos e, ao mesmo tempo, impossibilitado de voltar atrás na promessa
feita ao Senhor, Bali assumiu um compromisso com as pessoas, dizendo que as visitaria uma vez ao ano.
O dia de Onam é a data auspiciosa da visita anual de Bali à Terra. É o dia sagrado em que o Imperador Bali
retorna para abençoar seu povo. Isto acontece no mês de Sravana, quando a lua está mais próxima da
presente constelação.
Como disse Sri Eradi (em seu discurso anterior), este é o vigésimo-quinto Festival de Onam celebrado com
a presença de Bhagavan. Que lição podemos aprender com o jubileu de prata deste Festival?
Nos últimos vinte e cinco anos vocês estiveram ouvindo os discursos de Bhagavan, experimentando sua
presença e participando da celebração. Em que extensão vocês estão praticando os ensinamentos de
Swami? Cada ser humano tem um coração. Este coração está cheio de amor. Com quantos estão
compartilhando o amor que está em seus corações? Com ninguém.
Então, qual a utilidade desse amor se ele não está sendo compartilhado? Vocês devem compartilhar esse
amor, não somente com os seres humanos, mas com todos os seres na criação. O amor, que é uma dádiva
de Deus, tem que ser compartilhado com todos no mundo.
Compartilhem o Amor com Todos
Todos os problemas humanos nascem da falha de compartilhar esse amor, devido ao egoísmo. As pessoas
repetem a benção “Que todos os seres do mundo sejam felizes”. Mas a quantas pessoas vocês estão
dando felicidade?! Vocês repetem as palavras mecanicamente ou pedem do fundo de seus corações pelo
bem estar do mundo?
No fundo, estão preocupados apenas com interesses egoístas. Porém, no dia em que arrancarem o
egoísmo de dentro de vocês, a Divindade brotará em seus corações.
Fala-se sobre Sakshatkaram. O que é isso? Não é algo externo. É a contemplação do Divino. Durante todo
o tempo, em todos os estados internos do eu. “Pensar em Deus o tempo todo, em todos os lugares,
continuamente” (Verso em Sânscrito).
As pessoas recitam o nome de Rama incessantemente. Mas será que a liberação pode ser atingida
somente pela repetição do nome? Não. Para alcançar a liberação e ganhar a graça de Rama, não é
suficiente apenas repetir seu nome. Também é preciso agir de acordo com os seus princípios.
Rama sacrificou tudo em favor do Dharma. Vocês têm que fazer um sacrifício semelhante! Mantenham o
Dharma como seu ideal. Engajem-se em atividades corretas. Só assim Rama derramará sua graça. Se, ao
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contrário, agirem fora do Dharma enquanto repetem seu nome, o estarão insultando.
Da mesma forma, não há significado em apenas repetir o nome de Krishna. O que o devoto deve fazer é
experimentar o êxtase da consciência de Krishna. E não é só isso: vocês devem desenvolver a mesma
equanimidade mental de Krishna, que mantinha igual serenidade num campo de batalha, num cemitério ou
durante os momentos em que se encontrava concentrado. Ele estava sempre em estado de graça.
Vocês devem aspirar pela experiência de tal bem-aventurança, pois só então poderão dizer ter
experimentado a consciência de Krishna. Qualquer que seja a deidade cultuada, vocês devem experimentála dentro de vocês.
Amem as Verdades de Sai
O principal ensinamento de Swami é o Princípio do Amor. Todos vocês estão provando esse amor. Com
quantos o estão dividindo?
Por todo lado há ódio; o egoísmo está presente o tempo todo e a ostentação é mostrada. De que modo,
então, podem acreditar ter entrado em contacto com a verdade que Sai ensina? Quem absorveu a verdade
tem que estar cheio de amor. Esta é a verdadeira marca da devoção.
O Imperador Bali possuía senso de justiça, indulgência, compaixão, verdade, Dharma e devoção ao povo.
Vocês estão cultivando pelo menos uma dessas boas qualidades?
Bali prometeu aparecer a cada ano porque as pessoas no seu tempo possuíam todas essas qualidades.
Hoje as pessoas são diferentes. Como podem saber se o Imperador Bali aparece?
Todos celebram a visita de Bali com um Festival, porém Bali não vem. Por que? Porque as qualidades das
pessoas daquele tempo não estão presentes agora. Sem dúvida, Bali ama seu povo. Mas hoje em dia as
pessoas precisam ter o poder de persuadi-lo a visitá-las, assim como um poderoso magneto atrai um
pesado bloco de ferro. Só desta forma elas serão capazes de mover e derreter o coração do Divino.
Todos são imãs, sem dúvida nenhuma. Porém, têm que se purificar para aumentar seu poder magnético. A
purificação consiste na tripla pureza da mente, da palavra e do corpo.
A Fusão com o Senhor
Nada do que possam fazer pode diminuir o Divino. Tanto faz se O louvam ou O culpam, nada O afeta.
(Bhagavan contou o episódio do Mahabharata, no qual Dharmaraja assistiu angustiado às acusações de
Sisupala contra Krishna. Este as tolerou por algum tempo, mas, depois, arremessou uma lança contra
Sisupala, golpeando sua cabeça. Neste momento Dharmaraja viu o sangue do corpo de Sisupala fluindo na
direção de Krishna e a chama divina de seu corpo fundiu-se n’Ele. Dharmaraja perguntou a Narada como a
alma de uma pessoa ruim como Sisupala podia se fundir em Krishna. Narada explicou que a bondade ou a
maldade, a reputação ou a culpa só dizem respeito ao corpo e não ao Atma).
A fusão com o Divino para os devotos que louvam o Senhor em diversas formas acontece depois de um
longo período de dificuldades e aflições, mas dura eternamente. Já no caso do homem perverso que lembra
do Senhor constantemente com ódio, a fusão acontece rapidamente, mas permanece somente por curto
período de tempo.
A fusão no Divino acontece por diferentes razões. No caso de Kamsa, foi o medo de Krishna, que lhe fazia
se lembrar sempre d’Ele, que a ocasionou; em relação a Sisupala e Dantavakra, foi o ódio;
No caso de Yashoda, entretanto, que se fundiu em Krishna através do amor, foi o afeto maternal que gerou
a fusão. As gopikas, por sua vez, fundiram-se no Senhor através de uma devoção singular, e Radha a
conseguiu devido ao seu intenso senso de unidade espiritual. Todos alcançaram a fusão, mas cada caso
em um nível específico, com diferentes durações.
Não sigam o corpo; sigam a mente e o Atma. Aquele que segue o Atma é o verdadeiro aspirante espiritual.
A contemplação de Deus com todo o coração, o canto de Seu nome e a entrega a Ele redime suas vidas. O
nome e a glória de Deus não provêm do exterior. Não são criações de jornais e panfletos. Não se modificam
por causa de qualquer circunstância. O nome e a glória do Senhor provêm de Sua santidade e amor.
Portanto, não se preocupem com coisa alguma. Desenvolvam amor. Expressem sua natureza divina.
Cultivem seu espírito de sacrifício.
Bhagavan concluiu o Seu discurso com o Bhajan “Bhajana Bina Sukha Shanti Nahi...”
Publicação em Português: Divinas Mensagens - Vol. 3 - 6/2001
Publicação Original: Sanathana Sarathi - Vol. 36 - Número 10 - 10/1993
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