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RESPOSTA TERMORREGULATÓRIA DE OVINOS DESLANADOS RECEBENDO
DIFERENTES NÍVEIS DE SUPLEMENTAÇÃO CONCENTRADA NO PRÉ E PÓSPARTO
Weverton Lopes da Silva (bolsista do ICV/CNPq), Jacira Neves Torreão da Costa
(Orientador, Depto Zootecnia – UFPI)
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta termorregulatória de
ovinos deslanados recebendo diferentes níveis de suplementação concentrada no
pré e pós-parto. Foram utilizados 24 animais, sendo 12 da raça Santa Inês e 12
Morada Nova, a partir da metade da gestação até o final da lactação, aos 75 dias.
Todos os animais fazem parte do Módulo Didático Produtivo do Colégio Técnico de
Bom Jesus - PI. Durante o experimento, as ovelhas foram suplementadas à base de
farelo de soja, farelo de milho e sal mineral, onde receberam 0,5% e 1,5% do peso
vivo em concentrado. Os parâmetros fisiológicos frequência respiratória (FR),
frequência cardíaca (FC) e temperatura retal (TR). Foi utilizado um Delineamento
inteiramente casualizado em arranjo fatorial (2x2) em que: dois níveis de
suplementação concentrada (0,5 e 1,5% de MS do peso vivo) e duas raças (Santa
Inês e Morada Nova). Não houve efeito (P < 0,05) da raça para nenhum das
variáveis fisiológicas estudadas. Ovelhas da raça Morada Nova, são suscetíveis aos
efeitos do estresse térmico durante o pré-parto e o pós-parto levando-as a uma
condição de estresse por calor moderado durante a tarde e para aqueles que
receberam a suplementação de concentrado de 0,5% em sua dieta.
Palavras-chaves: Suplementação. Morada Nova. Santa Inês
Introdução: Mesmo com adversidades climáticas, o rebanho ovino do Nordeste
Brasileiro é de aproximadamente 9,85 milhões de cabeças, o que corresponde a
cerca de 56,72% do rebanho nacional (IBGE, 2010). Os animais homeotérmicos
trocam constantemente calor com o ambiente. Assim, a resistência de um animal às
altas temperaturas é definida pela sua capacidade em dissipar o calor corporal
excessivo, conseguindo manter a sua temperatura interna dentro dos limites da
homeotermia. Os ovinos nativos são naturalmente adaptados ao ambiente da região
semiárida e estão bem ajustados aos sistemas de exploração extensivo e
semiextensivo (SOUZA et al., 2010) e dependem de pastagens naturais como sua
principal fonte de nutrientes, as quais possuem a produção e a qualidade de sua
fitomassa sujeitas a fatores climáticos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a
resposta termorregulatória de ovinos deslanados recebendo diferentes níveis de
suplementação concentrada no pré e pós-parto.
Material e métodos: Foram utilizados 24 animais, sendo 12 da raça Santa Inês e 12
Morada Nova, a partir da metade da gestação até o final da lactação, aos 75 dias.
Todos os animais fazem parte do Módulo Didático Produtivo do Colégio Técnico de
Bom Jesus – PI. Durante o período experimental foram mantidos em uma área de
2,5 ha, num sistema de pastejo alternado com pastagem formada por capim
Andropogum gayanus e ao final do dia, recolhidos para receber suplementação
concentrada e água a vontade. Durante o experimento, as ovelhas foram
suplementadas à base de farelo de soja, farelo de milho e sal mineral, onde
receberam 0,5% e 1,5% do peso vivo em concentrado. Os parâmetros fisiológicos
frequência respiratória (FR), frequência cardíaca (FC) e temperatura retal (TR),
foram aferidos uma vez por semana. Quanto aos parâmetros ambientais, a
temperatura ambiente (TA) e umidade relativa (UR) foram medidas com auxílio de
termo-higrômetro e a temperatura de globo negro (TGN), instalados à altura de 55
cm do solo. Foi utilizado um Delineamento inteiramente casualizado em arranjo
fatorial (2x2) em que: dois níveis de suplementação concentrada (0,5 e 1,5% de MS
do peso vivo) e duas raças (Santa Inês e Morada Nova). As variáveis ambientais e
sanguíneas foram avaliadas pelo arranjo em parcelas subdivididas.
Resultados e discussão: Verifica-se que não houve efeito (P < 0,05) da raça para
nenhum das variáveis fisiológicas estudadas. Esses dados demonstram que, pelo
fato dos animais da raça Santa Inês e Morada Nova serem oriundos de regiões
semiáridas, onde foram submetidos a processos adaptativos semelhantes, a
exteriorização das variáveis fisiológicas também é semelhante. Observou-se um
aumento da frequência cardíaca no período da tarde em ambos os grupos, Morada
Nova e Santa Inês. Esse aumento nas médias, provavelmente deve-se as variações
na temperatura do ambiente, que tem influência significativa sobre as respostas
fisiológicas dos animais domésticos, especialmente sobre a temperatura retal,
temperatura da pele, frequência respiratória, frequência cardíaca (MEDEIROS &
VIEIRA, 1997). A freqüência de batimentos cardíacos registrada foi influenciada
significativamente (P<0,05) pelo turno, sendo a taxa cardíaca vespertina (111,48
mov/min) superior à taxa matutina (95,05 mov/min). Já a freqüência respiratória dos
animais alimentados com dietas com alto teor de ração concentrada foi superior à
frequência respiratória daqueles alimentados com dietas contendo baixo teor de
ração concentrada em ambos ambientes estudados, mas não houve diferença
estatística entre os grupos (P<0,05). A temperatura retal média dos ovinos esteve
dentro da normalidade como descrito por Ribeiro (2008) que cita TR média de
38,9°C. A frequência respiratória no período da tarde ficou acima da normal descrita
para a espécie, entre 16 e 34 mov/min.
Conclusão: Concluiu-se que ovelhas da raça Morada Nova, nativas do semi-árido
brasileiro são suscetíveis aos efeitos do estresse térmico durante o pré-parto e o
pós-parto levando-as a uma condição de estresse por calor moderado durante a
tarde e para aqueles que receberam a suplementação de concentrado de 0,5% em
sua dieta.
Referências Bibliográficas
NEVES, M.L.M.W., AZEVEDO, M., COSTA, L.A.B.,GUIM, A., LEITE, A.M.,CHAGAS,
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TORREÃO, J. N. C. Características termorreguladoras e ganho de peso de
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SOUSA, B. B.; ANDRADE, I. S.; PEREIRA FILHO, J. M.; SILVA, A. M. A. Efeito do
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