UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
ESPECIALIZAÇÃO “LATO SENSU” EM HIGIENE E INSPEÇÃO DE PRODUTOS DE
ORIGEM ANIMAL
CONFORTO TÉRMICO EM SUÍNOS VISANDO MELHORIA NA
PRODUÇÃO E QUALIDADE DO PRODUTO FINAL
Alessandro Bueno de Mendonça
Campinas
2010
Alessandro Bueno de Mendonça
Aluno do curso de Especialização “lato sensu” em Higiene e Inspeção de Produtos de Origem
animal
CONFORTO TÉRMICO EM SUÍNOS VISANDO MELHORIA NA
PRODUÇÃO E QUALIDADE DO PRODUTO FINAL
Trabalho monográfico de conclusão do curso
de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Higiene
e Inspeção de Produtos de Origem Animal,
apresentado à UCB, como requisito parcial
para obtenção do título de Especialista em
Higiene e Inspeção de Produtos de Origem
Animal, sob orientação da MS. Carolina
Maroco Corneta.
Campinas
2010
1
CONFORTO TÉRMICO EM SUÍNOS VISANDO MELHORIA NA
PRODUÇÃO E QUALIDADE DO PRODUTO FINAL
Elaborado por: Alessandro Bueno de Mendonça e Rebeca Freire de Pontes
Alunos do Curso de Especialização “Lato Sensu” em Higiene e Inspeção de Produtos de
Origem Animal
Foi analisado e aprovado com grau:______________
Campinas, ____ de ______________ de ______
____________________________________
Membro
____________________________________
Membro
________________________________
Ms. Carolina Maroco Corneta
Orientadora
Campinas
2010
2
AGRADECIMENTOS
Meus agradecimentos àqueles que me proporcionaram a ajuda para conclusão deste
trabalho. Principalmente à Carolina Maroco Corneta, pela dedicação e ajuda na conclusão
deste trabalho.
Aos meus amigos e familiares pelo apoio
3
RESUMO
O ambiente do sistema de criação intensivo possui influência direta na condição de
conforto e bem-estar animal, promovendo dificuldade na manutenção do balanço térmico no
interior das instalações, na qualidade química do ar e na expressão de seus comportamentos
naturais, afetando o desempenho produtivo e reprodutivo dos suínos. A produção brasileira de
suínos tem crescido muito nos últimos anos, em todas as regiões do país. O rebanho nacional
hoje está estimado em 37,5 milhões de cabeça (SOUZA, 2002). No Brasil, a carne suína
representa apenas 15% do consumo total de carnes, isso mostra o grande potencial que o setor
tem (SOUZA, 2002). As técnicas de criação podem contribuir efetivamente para a conquista
de competitividade no mercado, bem como o controle sanitário e a eficiência de produção dos
animais. A preocupação em fornecer ao animal um ambiente de conforto requer conhecimento
dos fatores ambientais. Este trabalho tem por objetivo mostrar o impacto de algumas variáveis
climáticas sobre o desempenho produtivo e reprodutivo de suínos, bem como noções sobre o
mecanismo termorregulatório destes animais.
Palavras-chave: bem-estar-animal, conforto térmico, suinocultura
ABSTRACT
The environment of intensive production system has a direct influence in the animal
comfort and welfare, causing difficult in the maintenance of thermal balance in the
installations interior, in the air chemical quality and in the expression of natural behavior,
affecting the productive and reproductive performance of the swine. Brazilian swine
production has been growing a lot in the last few years, in all the regions of the country.
Today, the national herd is estimated in 37, 5 millions of heads (SOUZA, 2002). In Brazil, the
swine’s meat represents only 15% of total consumption of types of meat; this shows us the
big potential that this sector has (SOUZA, 2002). The creation techniques can contribute
effectively for competition in the business market, as well the sanitary control and the efficient
animal production. The worry about supplying the animal a comfortable environment
requires knowledge of the environmental factors. This work has the objective of showing the
impact of some climate changes on productive and reproductive performance of the swine, as
well as basic notions on the temperature regulator mechanism of these animals.
Key words: Animal welfare, thermal comfort, swine production
4
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS………………………………………………………………………...vi
LISTA DE FIGURAS………………………………………………………………………...vii
1.INTRODUÇÃO………………………………………………………………………….......8
2.REVISÃO DE LITERATURA……………………………………………………………..10
2.1 Mecanismo de termorregulação dos suínos.........................................................................10
2.1.1 Termogênese.....................................................................................................................12
2.1.2 Termólise..........................................................................................................................12
2.2 O ambiente térmico.............................................................................................................13
2.2.1 O ambiente térmico na maternidade.................................................................................14
2.2.2 O ambiente térmico na creche..........................................................................................16
2.2.3 O ambiente térmico nas fases de crescimento e terminação............................................16
2.3 Variáveis ambientais e seu(s) efeito(s) nos suínos..............................................................17
2.3.1 Temperatura......................................................................................................................17
2.3.1.1 Interação temperatura e nutrição...................................................................................21
2.3.2 Umidade relativa do ar.....................................................................................................22
2.3.3 Nebulização......................................................................................................................23
2.3.4 Ventilação.........................................................................................................................24
2.4 O microclima e a reprodução dos suínos.............................................................................26
3. CONCLUSÃO.......................................................................................................................29
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................30
5
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Temperatura de conforto, temperatura crítica inferior e superior...................................20
Tabela 2 – Condições ambientais ótimas propostas para o interior das edificações........................26
6
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Constituintes de uma maternidade...................................................................................15
Figura 2 – Abrigo escamoteador e posicionamento do sistema de aquecimento (1) e da
microcâmera (2)................................................................................................................................16
Figura 3 – Zona de termoneutralidade dos suínos............................................................................19
Figura 4 – Abertura lateral totalmente aberta...................................................................................25
Figura 5 – Abertura lateral semi-aberta............................................................................................25
Figura 6 – Abertura lateral totalmente fechada.................................................................................25
7
1.INTRODUÇÃO
A suinocultura pela sua capacidade de reprodução e facilidade de criação, é uma das
principais atividades, para fazer frente ao desafio de produzir proteína animal de alta qualidade,
e para atender à crescente necessidade da população mundial. No mundo, 44 % do consumo é
de carne suína; 29 %, carne bovina; 23 %, aves, e 4 %, demais carnes. Em 1998 o consumo
mundial de carne suína atingiu 14,52kg/habitante/ano. No Brasil, a carne bovina representa
52% do consumo total; a carne de frango, 34%, e a suína, apenas 15% (SOUZA, 2002).
Segundo Mendes (2005), o Brasil é o único país da América do Sul entre os dez maiores
produtores de carne suína. Sua posição é crescente, ano após ano, e até o final desta década,
deverá tornar-se membro do seleto grupo dos quatro maiores produtores mundiais.
O aumento da população humana acarreta a necessidade de maiores quantidades de
alimentos para satisfazer suas crescentes demandas alimentícias, particularmente as protéicas.
É por isso que, a partir da década de 1960, as antigas criações extensivas passaram a se
intensificar e ter como característica principal o alojamento de grande número de animais em
espaço reduzido. Essa mudança no sistema de criação tornou possível grande aumento na
produção de alimentos de origem animal para consumo humano. Por outro lado, trouxe
incremento no desconforto dos animais. O suíno é um exemplo de animal cujo conforto vem
sendo prejudicado pela intensificação da produção, caracterizada pela restrição do espaço,
movimentação e interação social (PUTTEN, 1989), o que traz consigo o detrimento de seu
conforto térmico, assim como da sua produtividade. A determinação das exigências de bemestar animal em relação à saúde e à economicidade da produção constitui grande desafio para a
simplificação do manejo, redução de custos e aumento da produtividade (ENGLISH &
EDWARDS, 1992).
O desempenho produtivo e reprodutivo dos animais depende do manejo utilizado, que
envolve o sistema de criação escolhido, a nutrição, a sanidade e instalações. As instalações,
maior volume de investimento inicial fixo, são construídas em função dos custos e facilidades
para o produtor, ficando negligenciado o conforto do animal. A instalação zootécnica,
condizente com cada espécie, deve visar o controle de elementos climáticos, como a
temperatura, umidade relativa, ventilação, insolação, além de higiene, alimentação e bem-estar
que possibilitam o conforto térmico, pois segundo a categoria animal, a produção será
favorecida numa determinada condição do ambiente. As variações ambientais podem e devem
ser controladas.
Quando se fala em ambiência, é esperado o entendimento do ambiente no qual o animal
vive. A preocupação em fornecer ao animal um ambiente de conforto requer o conhecimento
8
dos fatores que definem esta adequação ambiental. O efeito de um ambiente climático
adequado ao animal, não representa uma melhora significativa na produção, pois há fatores
como a genética, a nutrição e a sanidade do rebanho a serem considerados. A sinergia desses
fatores permite estudos muito interessantes, pois não se pode isolar facilmente os fatores que
atuam nesse dinamismo. Derrubando-se os limites que possam existir entre as áreas
envolvidas, certamente as respostas serão mais completas e possibilitarão outras descobertas,
tornando muito empreendedor esse conhecimento (SOUZA, 2002).
9
2. Revisão de Literatura
2.1 Mecanismo de termorregulação dos suínos
Os suínos, como animais homeotérmicos, possuem um sistema de controle da
homeostase, que é acionado quando o ambiente externo apresenta situações desfavoráveis
(FERREIRA, 2000). Esta espécie possui o aparelho termorregulador pouco desenvolvido, são
animais sensíveis ao frio quando pequenos e sensíveis ao calor quando adultos, dificultando sua
adaptação aos trópicos (CAVALCANTI, 1973). Quando são submetidos a um ambiente com
temperatura inferior à temperatura corporal, ocorre dissipação do calor de seu corpo para o
ambiente, processo normal quando tomadas como base as leis físicas de transferência de calor,
pelas quais se pode concluir que há tendência ao equilíbrio. Essas situações são percebidas
pelos termorreceptores periféricos (células localizadas na pele) e analisadas por mecanismos
neurais, que tomam a decisão adequada e ativam os agentes específicos (FERREIRA, 2000).
Durante a vida uterina, a temperatura corporal do leitão é bastante alta e constante, em
comparação com a vida extra-uterina. Ao nascer, o leitão está neurologicamente bem
desenvolvido, porém fisiologicamente ainda é considerado imaturo e sua capacidade de
controlar eficientemente a temperatura corporal está pouco desenvolvida, não podendo
compensar imediatamente a intensa perda de calor logo após o parto (SOBESTIANSKY et al.,
1998). A temperatura corporal do recém-nascido cai de 1,7 a 6,7º C (em média 2,2º C), logo
após o parto. O tempo que o leitão leva para alcançar novamente valores fisiológicos normais
de temperatura corporal depende diretamente da temperatura ambiente, de seu peso corporal e
do momento em que começa a mamar. A temperatura ambiente ideal é de 32 a 30°C para
leitões de zero a duas semanas de vida; de 28 a 25°C para leitões de três a quatro semanas; e 18
a 15 °C para leitões com mais de quatro semanas de vida (MENDES, 2005). Porém, a faixa de
conforto térmico pode variar de acordo com a linhagem genética.
O hipotálamo é o órgão responsável pelo controle da produção e dissipação de calor
através de diversos mecanismos como, por exemplo, o fluxo de sangue na pele (mecanismo
vasomotor), ereção de pêlos, modificações na freqüência respiratória e no metabolismo
(MULLER, 1982).
Segundo Ferreira (2000), os hormônios produzidos pela hipófise são agentes químicos
no processo de termorregulação da temperatura. A partir desses agentes, podem ser iniciadas as
respostas fisiológicas e também alteradas as taxas de ocorrência a determinadas reações. Os
hormônios são carreados pelo sangue para todo o corpo, o que facilita a termorregulação.
Resultados de pesquisas nos mostram que é alterada a atividade da tireóide quando os animais
são expostos a temperaturas acima e abaixo das recomendadas, o ambiente quente diminui o
10
metabolismo e as temperaturas frias aumentam, em várias espécies. Alguns estudos com
monogástricos têm mostrado que a motilidade do trato gastrointestinal é reduzida pelo
hipotiroidismo e aumentada pela administração de hormônios da tireóide. Tal fato evidencia
que a mudança na atividade da tireóide, por causa da exposição do animal às diferentes
temperaturas ambientais, pode estar associada à mudança da motilidade intestinal, o que
influencia a taxa de passagem da digesta e resulta em alteração na digestibilidade dos nutrientes
da ração.
De maneira geral, segundo o autor supracitado, existe uma relação inversa entre a
atividade da tireóide e a temperatura ambiente, em várias espécies. Dessa maneira, os
hormônios tireoideanos, entre outros, aumentam a produção de calor pelo metabolismo,
estando envolvidos no processo de adaptação dos suínos ao frio, por elevar a taxa metabólica.
Dentre outros fatores fisiológicos que afetam os suínos em baixas temperaturas, destacam-se o
aumento do estímulo da secreção de tiroxina, e a produção da epinefrina e norepinefrina, os
quais propiciam maior oxidação dos alimentos, com o conseqüente aumento da produção de
energia e incremento do metabolismo celular.
Os centros nervosos dos suínos são extremamente sensíveis a mudanças na temperatura
do sangue que passa através deles, e aos impulsos nervosos que chegam da superfície do corpo
em contato com o ar ou alguns objetos cuja temperatura seja capaz de influenciá-los (LEE &
PHILLIPS, 1948, citados por SOUZA, 2002). Entre os fatores ambientais responsáveis pelo
pior desempenho animal, estão aqueles relacionados com estresse ambiental e o esforço que os
animais fazem para se adaptarem a esta condição (CURTIS, 1983).
Existem sensores de temperatura nos suínos designados como estruturas neurais
específicas para temperatura sensível, na pele, regiões da medula espinhal e em muitas áreas
localizadas no hipotálamo. Nessas regiões são encontrados sensores em alta concentração
comparado com outras partes do corpo. O efeito termoregulatório inclui processos de
comportamento específico nos animais e processos automáticos como produção ou perda de
calor. No caso de perda de calor, podendo ser evaporativas ou não evaporativas (mecanismos
de transferência de calor descritos posteriormente). No caso dos suínos, são animais que sofrem
com o calor, pois, são incapazes de transpirar quando a temperatura do ambiente se aproxima
da temperatura corporal, pois, sob essas condições o calor só pode ser perdido por evaporação
(YOUSEF, 1985). Devido ao fato dos suínos terem glândulas sudoríparas afuncionais, o maior
componente para aumentar a perda de calor ainda é aumentando a taxa respiratória visto que os
suínos são pouco adaptados a condições quentes, (LE DIVIDICH et al., 1998).
Os suínos, submetidos a altas temperaturas, apresentam mudanças de comportamento,
como, por exemplo, deitam-se de lado com o focinho em direção ao vento, para aumentar a
11
taxa de troca térmica por convecção através da respiração. Outra mudança de comportamento é
que, normalmente defecam em local mais isolado, porém, ocorrendo o calor excessivo, eles
deitam sobre seus excrementos para fugir dessas condições (MULLER, 1982).
2.1.1 Termogênese
Um dos fatores mais importantes na variação da termogênese (produção de calor ou
termogênese), no suíno é a temperatura ambiente (MENDES, 2005). O suíno por ser
homeotérmico mantém sua temperatura interna dentro dos limites estreitos de variações
significativas de temperatura ambiente (COSSINS & BOWLER, 1987). Esta manutenção da
temperatura corporal mais ou menos constante é permitida pela termorregulação a qual
assegura o equilíbrio dinâmico entre o calor produzido pelo organismo e cedido ao meio
ambiente (perdas de calor ou termólise) (MENDES, 2005).
Segundo Henken et al. (1993), as condições climáticas exercem uma grande influência
na produção de calor pelo animal, a qual é proveniente dos processos metabólicos associados à
manutenção, crescimento e reprodução dos animais. Conforme Holmes & Close (1977), a
produção de calor é expressa em relação à massa metabólica do animal. Mais recentemente,
Sallvik et al. (1995) desenvolveram equações que expressam a produção total de calor para
diferentes fases de criação de suínos, expressadas em relação à ingestão diária de energia
através dos alimentos (W), dissipação total de calor do animal na instalação (W), dissipação de
calor devido a mantença (W), peso do animal (kg) e coeficiente da eficiência do ganho de peso.
Nienaber & Hahn (1988), estimaram a relação entre a produção de calor em suínos com
peso vivo compreendido entre 40 e 90 kg e temperatura ambiente variando entre 5 e 30°C.
Conforme Mount (1979) a produção de calor de suínos em fase de crescimento deve ser
referida também à quantidade de alimento ingerido, sendo afetada pela ingestão de energia na
zona de termoneutralidade.
2.1.2 Termólise
A temperatura ambiental é o fator fundamental na determinação da taxa de perda de
calor pelo suíno. Dentro da zona de termoneutralidade o plano nutricional tem um efeito
importante, pois à medida que a ingestão alimentar aumenta, a produção de calor também
aumenta e conseqüentemente as necessidades de dissipação de calor. Abaixo da zona de
termoneutralidade, a temperatura ambiente é o fator primário, pois à medida que esta diminui,
aumentam as perdas de calor (termólise) (CLOSE et al., 1971).
As perdas de calor, por sua vez, processam-se por duas vias: via sensível e via latente.
Estas perdas podem também ser denominadas: não evaporativas (sensível) ou evaporativas
12
(latente). Os mecanismos de transferência de calor sensível ocorrem em três processos:
condução, convecção e radiação, que seguem as leis da física. Como o suíno não possui
glândulas sudoríparas funcionais, recorre a dois processos básicos para a liberação de calor
latente: a respiração ou passagem de água através da pele e a evaporação de água proveniente
dos dejetos líquidos ou existente sobre os pavimentos em que se deitam. Para outras espécies,
que não a suína, a sudação (transpiração) também é considerada como um mecanismo de
transferência de calor sensível (MENDES, 2005). Para Ingram (1965), o suíno é uma das
espécies que registram menores perdas de água através da pele, em situações de altas
temperaturas ambientais, motivo pelo qual o ofego torna-se dominante na liberação de calor
nestas condições de temperatura (MENESES, 1985).
Bruce & Clark (1979), encontraram que em condições de termoneutralidade as perdas
por radiação e por convecção são mais importantes. Quando a temperatura sobe acima da
temperatura crítica superior, as perdas de calor latente aumentam com o incremento da
temperatura ambiente, podendo, para valores baixos de temperatura ambiente, tornarem-se
constantes.
As perdas de calor sensível dependem fundamentalmente do gradiente de temperatura
entre a superfície do animal e o ambiente, a medida que estas temperaturas se aproximam por
aumento da temperatura ambiente, o fluxo de calor sensível vai diminuindo. O animal no
intuito de aumentar as suas perdas de calor, para manter sua temperatura corporal constante,
passa a utilizar as vias evaporativas de perda de calor.
2.2 O Ambiente térmico
É importante lembrar que o ambiente térmico envolve a interação de um complexo de
fatores para determinar a magnitude dos processos de troca de calor entre o animal e o
ambiente. O efeito que a temperatura exerce sobre os animais pode ser modificado por umidade
relativa, vento, precipitação, radiação térmica e superfícies de contato. Deste modo, o ideal
seria tentar descrever o impacto do ambiente térmico em termos de temperatura efetiva, que,
teoricamente, expressa o efeito total combinado dos elementos do clima e ambiente (como
temperatura, umidade, radiação e vento) sobre o balanço térmico animal (CURTIS, 1983).
Para cada espécie animal existe uma faixa de temperatura de conforto, conhecida como
zona termoneutra, que é definida como a faixa de temperatura ambiente efetiva, onde a
produção é ótima, sendo limitada inferiormente pela temperatura crítica inferior, onde o animal
necessita aumentar a taxa de produção de calor para manter a homeotermia. Superiormente é
limitada pela temperatura crítica superior, região onde o animal deve perder calor para manter a
temperatura corporal constante (SOUZA, 2002).
13
O ambiente térmico ótimo para o suíno, ou seja, a zona de conforto térmico dentro da
termoneutralidade, ocorre quando a produção de calor é transferida ao ambiente sem requerer
ajustes dos mecanismos homeotérmicos do próprio animal, (ASHRAE, 1985). O ambiente
térmico afeta as necessidades de ingestão e manutenção alterando a taxa de eficiência de ganho
de peso, bem como performance reprodutiva (SOUZA, 2002). Estudos têm demonstrado que o
desempenho térmico das instalações comumente utilizadas pelos produtores vem apresentando
um quadro de desconforto ambiental, associado a altas temperaturas, altas umidades relativas e
ventilação deficiente. Esse quadro torna-se responsável por uma queda na qualidade do ar,
culminando em um aumento na incidência de doenças do rebanho e conseqüente queda na
produtividade (PERDOMO, 1995).
2.2.1 O ambiente térmico na maternidade
O leitão recém-nascido possui os sistemas de termorregulação e imunitário pouco
desenvolvidos, tornando-se sensível às temperaturas ambientais baixas. Nestas condições o
leitão reduz sua atividade motora e, conseqüentemente, diminui a ingestão de colostro,
acarretando maior incidência de doenças, maior número de leitões esmagados e alta taxa de
refugos na desmama, sendo necessário alguns cuidados especiais. A regra básica é fornecer aos
leitões um ambiente limpo, desinfetado, seco e aquecido (32°C). O que significa investir em
piso adequado e sistemas de aquecimento (PERDOMO et al., 1987).
O efeito das temperaturas baixas sobre o leitão recém-nascido resulta na redução da
ingestão de colostro que determinará uma baixa concentração de anticorpos sangüíneos,
concorrendo para uma maior susceptibilidade do leitão às doenças. Ao nascer, os leitões
sentem-se imediatamente atraídos por uma fonte de calor artificial, e, abaixo de 15,5°C de
temperatura ambiental, passam a praticar o chamado “calor de comunidade”, amontoando-se
numa tentativa de conservar e de evitar as perdas de calor corporal (SOBESTIANSKY et al.,
1998).
Segundo Mendes (2005) na maternidade o controle das condições ambientais é mais
complexo que nas demais instalações. O projeto deve atender a microambientes específicos
para as matrizes e para os leitões, além de protegê-los contra possível esmagamento. Para evitar
o esmagamento, normalmente, são projetadas gaiolas, com proteções e delimitações de áreas
destinadas aos leitões, que possibilitam pouco movimento à fêmea (Figura 1).
14
Figura 1- Constituintes de uma maternidade (Fonte: MENDES, 2005)
Pandorfi et al. (2005) avaliaram a eficiência dos diferentes sistemas de aquecimento em
abrigos escamoteadores para leitões, adotando-se 4 diferentes sistemas de aquecimento: piso
térmico, lâmpada incandescente, resistência elétrica e lâmpada infravermelho. As variáveis
ambientais (temperatura de bulbo seco, temperatura de globo negro e umidade relativa do ar)
apontaram que o uso de aquecimento para os leitões no período de inverno é indispensável. Em
virtude das baixas temperaturas registradas nessa etapa, os sistemas de aquecimento que se
mostraram mais adequados do ponto de vista térmico, foram lâmpada incandescente e
resistência elétrica. Em outro estudo, Pandorfi et al. (2004) observaram o comportamento de
leitões sob os diferentes sistemas de aquecimento acima citados por meio da análise de
imagem. A avaliação comportamental utilizando a análise de imagem (Figura 2), indicou o piso
térmico como o mais eficiente nas trocas de calor sensível por condução (contato), promovendo
melhor condição de conforto aos animais.
15
Figura 2 - Abrigo escamoteador e posicionamento do sistema de aquecimento (1) e da microcâmera (2).
(PANDORFI et al., 2005)
2.2.2 O ambiente térmico na creche
Creche é a edificação destinada aos leitões desmamados. Deve-se prever a instalação de
cortinas nas laterais para permitir o manejo adequado da ventilação.
É necessário dispor de um sistema de aquecimento, que pode ser elétrico, a gás ou a
lenha, para manter a temperatura ambiente ideal para os leitões, principalmente nas primeiras
semanas após o desmame. Em regiões frias é recomendado o uso de abafadores sobre as baias,
com o objetivo de criar um microclima confortável (FERREIRA, 2000).
Além do agrupamento correto dos leitões e da adequação de espaço para os animais, é
importante que nesta fase inicial de crescimento, o leitão tenha condições de temperatura e
renovação de ar compatíveis com as suas exigências. Sabe-se que um leitão desmamado
precocemente necessita de um ambiente protegido e que um número excessivo de animais em
pequenas salas causam problemas de concentração de gases nocivos e odores desagradáveis.
Recomenda-se a construção de baias para 4 a 5 leitegadas, respeitando-se a uniformidade dos
leitões nas baias, em salas com um sistema de renovação de ar, preferentemente com ventilação
natural (MENDES, 2005).
2.2.3 O ambiente térmico nas fases de crescimento e terminação
Essa edificação destina-se ao crescimento e terminação dos animais desde a fase que vai
da saída da creche até a comercialização.
16
As paredes laterais podem ser ripadas, em placas pré-fabricadas em cimento ou outro
material, para facilitar a ventilação natural.
As instalações nesta fase necessitam de pouca proteção contra o frio (exceto correntes
prejudiciais que podem ser controladas por meio de cortinas), e de grande proteção contra o
excessivo calor, razão pela qual devem ser ventiladas, levando em consideração a densidade e o
tamanho dos animais. Nesta fase há uma formação de grande quantidade de calor, gases e
dejeções que poderão prejudicar o ambiente (FIALHO et al., 1997).
Para o sistema de ventilação mecânica pode ser adotada a exaustão ou pressurização
(ventilação negativa ou positiva). O correto dimensionamento do equipamento de ventilação
deve atender à demanda máxima de renovação de ar nos períodos mais quentes. Pode-se
também adotar o sistema de resfriamento evaporativo por nebulização para evitar estresse
térmico em dias quentes (MENDES, 2005).
2.3 Variáveis ambientais e seu(s) efeito(s) nos suínos
Os efeitos de temperatura, umidade relativa, radiação solar e ventilação, atuando direta
ou indiretamente sobre o animal, podem levá-lo a uma situação de estresse climático, com
queda na produtividade. Segundo Sydenstricker (1993), Selye, em 1936, foi o primeiro
pesquisador a descrever algumas das reações envolvidas no estresse. Observou que diversos
agentes nocivos ao organismo, causam dilatação no córtex da adrenal como conseqüência da
“síndrome de estresse”. O suíno estressado apresenta um desequilíbrio hormonal decorrente da
excessiva atividade do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Esses hormônios servem para adaptar
o organismo a ação de estressores. Várias funções fisiológicas e metabólicas são alteradas por
causa deste desequilíbrio hormonal, como é o caso do crescimento, reprodução e produção. A
zona termoneutra varia segundo o estágio de desenvolvimento em que se encontra o animal.
Em condições de manutenção, pouco calor está envolvido no metabolismo, com isto, a
temperatura crítica alta, é mais elevada (SOUZA, 2002).
2.3.1 Temperatura
De acordo com Lee & Phillips (1948), os suínos são os mais sensíveis a altas
temperaturas dentre os animais domésticos. Isso se deve ao seu metabolismo elevado, à capa de
tecido adiposo que possuem, além de seu sistema termorregulatório pouco desenvolvido. Os
suínos não suam, quando sua temperatura retal atinge 44,4°C, eles morrem por hipertermia.
A conversão alimentar e a taxa diária de ganho de peso para suínos em crescimento são
afetadas pela temperatura do ar. Temperaturas entre 15 e 21°C produzem as máximas taxas de
17
ganho de peso. A conversão alimentar de suínos declina a partir de temperaturas maiores que
15°C (ASHRAE , 1985).
Quando os suínos são mantidos em ambientes com temperaturas maiores ou menores
que 21°C há diminuição no ganho de peso, tanto para altas como para baixas temperaturas,
porém temperaturas altas são mais prejudiciais. Quando os suínos são submetidos a uma
temperatura de 43,2° C todos os suínos perdem peso e poucos são os que sobrevivem (SOUZA,
2005). Segundo Clark (1981), em condições de calor os suínos necessitam minimizar a
resistência à perdas de calor, e se for necessário, podem reduzir sua produção de calor,
diminuindo o consumo de alimentos o que não é tecnicamente desejável.
Como constataram Mangold et al. (1967), condições ambientes inadequadas afetam
negativamente a produção. Com temperatura ambiente muito baixa, abaixo das temperaturas de
conforto, o crescimento dos animais torna-se lento. Ocorre também nessa situação uma piora de
qualidade da carne com o acréscimo de gordura e aumento da espessura de toucinho.
Temperaturas muito altas, por outro lado, também causam redução na performance
produtiva, assim como na qualidade de carcaça de suínos. Em situações de estresse térmico, o
estado imunológico dos suínos fica deprimido, resultando numa menor resistência às infecções.
Doenças gastrintestinais são facilmente transmitidas e pode ser evitado com o simples controle
de temperatura e umidade nos galpões. Também a diarréia suína tem seu aparecimento no
rebanho quando este está sujeito a grandes variações de temperatura e umidade. Vários autores
apresentam o diferencial de temperatura máxima e mínima como um fator negativo para a
produção. Ainda doenças do aparelho respiratório surgem entre o rebanho, quando estes se
encontram em condições fora da região de termoneutralidade (SOUZA, 2002).
Grzegorzak et al. (1985) concluíram que condições térmicas durante o verão tropical
com temperatura do ar acima de 25°C e com intensiva radiação solar, produziu claramente
sintomas de hipertermia em porcas gestantes, durante as primeiras e últimas semanas de
gestação. Características das reações termorregulatórias em porcas submetidas a condições de
estresse térmico foram as seguintes: aumento da temperatura retal e temperatura da pele,
aceleração da freqüência respiratória, diminuição na emissão de calor sensível, aumento da
vasodilatação, diminuição dos tecidos e insolação externa. O mesmo autor constatou que de
todos os métodos utilizados para o resfriamento de porcas durante dias quentes, o mais efetivo
foi molhar os animais com água fria, enquanto apenas os ares provenientes dos ventiladores
não foram suficientes para resfriar o ambiente.
Segundo Fialho et al. (1997), os suínos possuem uma série de mecanismos para manter
a homeotermia. A zona de termoneutralidade é definida como sendo ao limite das condições do
ambiente sob o qual o metabolismo do animal e as perdas de calor por evaporação são
18
mínimos. Qualquer alteração nesse limite de temperatura causa mudanças no metabolismo e na
produção de calor dos animais. Se a temperatura do ambiente estiver abaixo da zona de
termoneutralidade o metabolismo aumenta com o objetivo de incrementar a produção de calor.
Mas se a temperatura subir acima da zona de termoneutralidade, a perda de calor por
evaporação aumenta, através de mudanças na taxa do sistema respiratório e evaporação da água
na pele. Existe também uma aceleração nas reações químicas devido à alta temperatura
corporal, que responde com o aumento no metabolismo.
A Figura 3 mostra a Zona de Termoneutralidade em suínos. Segundo FERREIRA
(2000) o conceito de conforto térmico tem sido definido como a faixa de temperatura ambiente,
dentro da qual a taxa metabólica está em seu nível mínimo. A zona de conforto térmico pode
ser considerada como a faixa de temperatura ambiente na qual o esforço termorregulatório é
mínimo. Nesta faixa de temperatura não há sensação de frio ou calor, e o desempenho do
animal é otimizado. Abaixo da Temperatura Crítica Inferior (TCI), o animal aciona seus
mecanismos termorregulatórios para incrementar a produção e retenção de calor corporal,
compensando a perda de calor para o ambiente, que se encontra frio. Acima da Temperatura
Crítica Superior (TCS), o animal aciona os seus mecanismos termorregulatórios para
dissipação do calor corporal para o ambiente. Nessa faixa mecanismos como a ofegação, a
vasodilatação periférica e a sudorese entram em ação, auxiliando o processo.
Figura 3 - Zona de termoneutralidade dos suínos (Fonte: SOUZA, 2002)
Chagnon et al. (1991), observaram um alto índice de mortalidade de matrizes durante os
meses de verão em granjas comerciais, uma vez que, matrizes em confinamento total são
19
altamente susceptíveis ao estresse pelo calor. De acordo com outros autores, dentre outros
fatores as altas temperaturas de verão contribuem para o aumento do batimento cardíaco e
conseqüente mortalidade dos animais. CLARK (1981), constataram que em caso de animais
mantidos confinados em altas temperaturas, os ventiladores e em alguns casos até, sistemas de
resfriamento evaporativo, gotejamento e jatos de água sobre os animais podem ser usados
como alternativas para reduzir o estresse pelo calor e conseqüentemente diminuir a mortalidade
dos animais.
Segundo FERREIRA (2000), é importante enfatizar que as temperaturas críticas
superior e inferior (Tabela 2) são influenciadas por vários fatores, como:
a) Nível de alimentação: quanto maior for o consumo de alimento, menor será a temperatura
crítica inferior em função do calor fornecido ao animal pelo alimento, possibilitando-o suportar
temperaturas efetivas ambientais mais baixas;
b) Manejo dos animais: O tipo de alojamento, individual ou em grupo, poderá influenciar a
dissipação de calor do animal para o ambiente;
c) Temperatura do alimento: A temperatura da ração e da água consumida pode ter efeito,
principalmente quando grande quantidade de água fria é consumida no período de inverno;
d) Temperatura e tipo de piso: A temperatura e o tipo de cama utilizada poderão influenciar a
troca de calor animal-ambiente, modificando conseqüentemente, as temperaturas críticas dos
leitões.
Tabela 1 - Temperatura de conforto, temperatura crítica inferior e superior
Temperatura de
Temperatura crítica
Temperatura crítica
conforto
inferior (ºC)
superior (ºC)
Recém-nascidos
32-34
-
-
Leitões até a desmama
29-31
21
36
Leitões desmamados
22-26
17
27
Leitões em crescimento
18-20
15
26
Suínos em terminação
12-21
12
26
Fêmeas gestantes
16-19
10
24
Fêmeas em lactação
12-16
7
23
Fêmeas vazias e machos
17-21
10
25
Categoria
Fonte: Perdomo et al. 1985
20
2.3.1.1 Interação temperatura e nutrição
A temperatura ambiente, o consumo alimentar e energético e o desempenho estão
intimamente interligados. Esta interação é de grande importância na formulação de dietas para
suínos, nas diferentes estações do ano e localização geográfica, ou ainda, para a combinação
econômica ótima entre nutrição e temperatura ambiente (SAKOMURA et al, 1993).
Em razão da dificuldade em controlar a perda de calor, o animal modifica a produção de
calor metabólico. A resposta imediata dos suínos ao estresse por altas temperaturas consiste na
redução do consumo voluntário e atividade física (NIENABER et al., 1987), o que representa
um esforço do organismo para reduzir a produção de calor. A proporção de redução no
consumo voluntário varia entre estudos, o que pode ser associado a muitos fatores, incluindo
genótipo, variação de peso vivo, dieta e variação de temperatura. O menor consumo determina
ainda redução nas taxas de ganho de peso, o que pode resultar em grande impacto econômico
devido ao maior tempo necessário para atingir o peso de abate. O efeito prejudicial da
temperatura aumenta com o peso vivo. QUINIOU et al. (2000) observaram que existe uma
relação direta entre temperatura, consumo de ração e peso vivo. Suínos mais pesados são os
mais afetados pelas temperaturas altas. Isto ocorre pela maior dificuldade dos animais adultos
para perderem calor. Os autores também constaram que a redução do consumo se dá pelo
menor tempo total usado para ingestão, ou seja, o tempo individual de cada refeição diminui.
Outro aspecto importante relacionado com a menor ingestão de ração é a diminuição no
peso do trato gastrointestinal e das vísceras. Com isto há uma redução considerável da
produção de calor, uma vez que estes são responsáveis por uma parcela significativa do calor
produzido pelo animal (FIALHO, et al., 2001). Por outro lado, esta redução do peso dos
órgãos, acarreta um aumento no rendimento de carcaça, conforme observado por RINALDO et
al. (2000).
Animais submetidos a ambientes com altas temperaturas consomem menos energia o
que resulta em carcaças com menor teor de gordura. Contudo, estes resultados podem estar
relacionados com o efeito da temperatura por si só, pois nessas condições parece haver uma
redução na eficiência de utilização da energia ingerida. Da mesma forma, têm-se observado que
há uma redistribuição anatômica da gordura depositada pelos suínos quando são submetidos a
períodos prolongados de altas temperaturas. Há um maior acúmulo de gordura nos depósitos
internos (gordura interna e vísceras) em detrimento a gordura subcutânea (FIALHO et al.,
2001).
Por definição, Incremento Calórico (IC) é representado pelo aumento da produção de
calor após o consumo do alimento pelo animal. O IC é constituído basicamente do calor de
21
fermentação e a energia gasta no processo digestivo, assim como o calor de produção resultante
do metabolismo dos nutrientes. Como se sabe, o IC aumenta com a quantidade de alimento
consumido e é inversamente relacionado com a concentração energética da dieta sendo que o
aumento da fibra das dietas proporciona altos incrementos calóricos e dietas contendo óleos e
ou gorduras proporcionam baixo incremento calórico (HOLMES & CLOSE, 1977 citado por
FIALHO et al., 2001).
O IC varia dentre os diferentes nutrientes, desta forma os lipídios contém
aproximadamente 9%, os carboidratos 17%, as proteínas 26% e uma ração de 10 a 40%. Este
alto poder de incremento calórico das proteínas é devido principalmente às séries de complexas
reações metabólicas características do metabolismo dos aminoácidos. A utilização de níveis
crescentes de proteína para suínos submetidos a estresse calórico não tem propiciado bons
resultados, principalmente devido às proteínas serem nutrientes de alto incremento calórico. A
inclusão de gorduras às dietas de suínos em épocas de verão intenso (calor) tem demonstrado
redução na quantidade de produção de calor, principalmente pelo menor IC e aparentemente
devido à direta deposição de gordura corporal. É importante também enfatizar que as gorduras
apresentam uma alta densidade calórica, sendo que sua incorporação às dietas ajudam a
compensar a redução de consumo de energia durante altas temperaturas, propiciando desta
forma um melhor desempenho aos animais. Recentemente vem sendo pesquisada a utilização
de dietas formuladas à base de proteína ideal para suínos expostos ao estresse térmico a altas
temperaturas. Estas dietas possivelmente reduzem o excesso de aminoácidos que serão
catabolizados pelo organismo animal, possibilitando assim um adequado desempenho aos
mesmos (FIALHO et al., 2001).
2.3.2 Umidade Relativa do Ar
O limite de tolerância dos suínos à umidade está intimamente ligado à temperatura
ambiental já que as taxas elevadas de umidade relativa, diminuem a capacidade de dissipação
do calor corporal por meios evaporativos de suínos submetidos à altas temperaturas A umidade
relativa também está associada com a viabilidade de agentes infecciosos nas partículas
aerolizadas. (MENDES, 2005). A umidade do ar é um fator que aparentemente exerce pequeno
efeito sobre a eficiência de crescimento dos suínos, a não ser quando associado ao estresse e/ou
outros fatores (SOBESTIANSKY et al., 1998).
De acordo com Morrison et al (1969), a umidade do ar influenciando nas perdas
evaporativas de calor, particularmente pelos pulmões, afeta o ganho de peso dos animais
quando a temperatura ambiente se encontra acima das temperaturas recomendadas aos suínos.
A umidade afeta o consumo de alimentos em temperaturas altas, porém não afeta a eficiência
22
alimentar exceto em condições extremas. O fator umidade possui pouca influência também na
temperatura retal e na temperatura de pele em suínos. LE DIVIDICH (1982) observou que em
ambientes termoneutros, taxas de umidade relativa do ar de 50% a 85,5% exercem pouco efeito
sobre o metabolismo energético dos suínos. HEITMAN & HUGHES (1949) compararam
suínos de vários pesos num período de 7 dias com a temperatura ambiente variando de 15 a 40º
C com uma umidade relativa constante e encontraram que, quando a temperatura aumentava,
havia também um aumento na freqüência respiratória e na temperatura do corpo e uma redução
na pulsação dos animais. O aumentando da umidade relativa de 30 para 95% propiciou um
rápido aumento na freqüência respiratória e na temperatura corporal.
2.3.3 Nebulização
Dentre os sistemas de resfriamento os nebulizadores são os mais eficientes para o
resfriamento do ar. O resfriamento evaporativo reduz a temperatura por vaporização da água
causando um aumento na umidade relativa. O sistema de resfriamento com água, molha a pele
dos animais facilitando as trocas de calor por evaporação. O sistema de gotejamento sobre a
nuca é preferido em maternidade, neste caso os leitões permanecem secos, (BECKER et. al.,
1997).
O sistema de nebulização, permite a formação de gotículas extremamente pequenas, que
aumentam a superfície de contato de uma gota d’água exposta ao ar, assegurando uma
evaporação mais rápida. A nebulização associada à movimentação de ar ocasionada pelos
ventiladores acelera a evaporação, e evita que a pulverização ocorra em um só local, e venha
molhar a cama do animal. Um nebulizador bem calibrado com água limpa é capaz de dividir
uma gota d’água em 611 gotículas de acordo com Perdomo (1995). O mesmo autor constatou
que ao passar do estado líquido para o gasoso, a água retira do ambiente cerca de 584 Kcal para
cada Kg de água evaporada, dependendo da temperatura do ambiente.
Os nebulizadores são normalmente ligados e desligados automaticamente para
promoverem molhar e secar intermitentemente. A duração de cada período de nebulização
depende da taxa de água e das condições climáticas do local. A nebulização com um ciclo de
30 minutos ligada, para 5 até 15 minutos desligada promove uma boa refrigeração com um
mínimo uso de água. O fluxo de ar deve ser na forma de ar fresco e seco vindo do exterior da
edificação, do que o ar reciclado que logo se tornará saturado. A distribuição de ar em áreas de
confinamento não será crítica se todo animal tiver acesso aos nebulizadores e a movimentação
de ar, (CURTIS, 1983).
23
2.3.4 Ventilação
A importância da ventilação resulta da intensidade com que afeta as perdas de calor,
dissipando o calor de radiação, condução e convecção, sendo de grande importância para o
conforto térmico e para higiene em geral. A renovação do ar permite não só a dissipação de
calor, como também a desconcentração de vapores, fumaça, poeira e gases poluentes. A
ventilação também se torna importante na remoção do vapor d’água proveniente da respiração
dos animais e fermentação dos dejetos, além de processos de lavagens das baias. (PANDORFI
et al., 2005).
A qualidade do ar no interior das instalações é influenciada pela ventilação podendo
contribuir de forma positiva, se bem planejada. Ventilação insuficiente é responsável por
aumentar os níveis de poluentes aéreos como a amônia (NH ) e o dióxido de carbono (CO ).
3
2
Estudos sobre a relação entre o conforto térmico e concentração de gases (TAKAI et al., 1998)
evidenciaram uma relação direta entre o ambiente externo e a formação de gases dentro da
instalação, sendo também uma função direta da ventilação e da temperatura dentro e fora da
instalação, geometria da construção, número de animais alojados, manejo entre outros.
A eficiência da ventilação pode ser avaliada pela velocidade do ar incidente sobre os
animais, pelo número de renovações por hora e pela concentração de gases (GORDON, 1962).
De maneira geral, a recomendação para velocidade incidente diretamente sobre os animais, é de
-1
-1
0,1 a 0,2 m.s para leitões lactentes e de 0,1 a 0,3 m.s para matrizes em lactação, com um
3 -1
-1
fluxo de ventilação adequado da ordem de 0,03 m .s . animal (LE DIVIDICH et al., 1998).
Na tabela 2 encontram-se as condições ambientais ótimas propostas para o interior das
edificações para suínos em diferentes fases de desenvolvimento.
MENDES (2005) em um estudo avaliou o efeito da ventilação natural no ambiente
interno de salas de maternidade para suínos, através de mudanças microclimáticas induzidas
por diferentes aberturas: totalmente aberta (figura 4), semi-aberta (figura 5) e totalmente
fechada (figura 6) para entrada de ar. Observou também o efeito da ventilação natural em
escamoteadores equipados por dois tipos de fontes de aquecimento: piso térmico e lâmpada
incandescente. A variação das temperaturas de pele de matrizes e leitões, em relação às
diferentes aberturas para entrada de ar também foi mensurada. O manejo das aberturas para a
entrada de ar em salas de maternidade para produção intensiva de suínos, influencia
significativamente o ambiente térmico resultante afetando a distribuição da temperatura,
umidade relativa e velocidade do vento no interior da sala de maternidade.
Como conclusão de seu trabalho, o autor supracitado verificou que o manejo da
ventilação natural afeta a distribuição da temperatura de superfície dos pisos dos
24
escamoteadores aquecidos por pisos térmicos e lâmpadas incandescentes. A magnitude deste
efeito é influenciada pela condição externa de temperatura, pela condição de manejo da cortina
e pelo tipo de aquecimento. Os escamoteadores aquecidos por pisos térmicos mostraram uma
distribuição de temperatura superficial mais homogênea independentemente do manejo da
cortina adotado. A temperatura de pele das matrizes foi afetada significativamente pela
condição de manejo da cortina adotada. Já para os leitões, esse efeito não foi observado. Os
sistemas de aquecimento para leitões na maternidade são altamente afetados pela ventilação
natural, proveniente dos diferentes manejos da cortina, sugerindo a necessidade de um controle
conjugado de ventilação natural com o sistema de aquecimento adotado.
Figura 4 - Abertura lateral totalmente aberta
Figura 5 - Abertura lateral semi-aberta
Figura 6 - Abertura lateral totalmente fechada (Fonte: MENDES, 2005)
25
Tabela 2 - Condições ambientais ótimas propostas para o interior das edificações
Fase
Temp. (°C)
Umidade
relativa %
Concentração
Ventilação
Vel. do ar
3
m/seg.
admissível (ppm)
Vazão (m /h suíno)
NH3
H2S
CO2
verão
inverno
350
50
12-18
70-80
10
20
3500
1 semana
28-32
70-80
10
20
3500
0,1-0,2
2 semanas
27-28
70-80
10
20
3500
0,1-0,2
3 semanas
26-27
60-70
10
20
3500
0,1-0,2
4 semanas
25-26
60-70
10
20
3500
0,1-0,2
5 semanas
24-25
60-70
10
20
3500
0,1-0,2
6 semanas
23-21
60-70
10
20
3500
0,1-0,2
10-20 kg
20-23
60-70
10
20
3500
50-70
10-15
0,1-0,2
20-35
18-20
60-70
10
20
3500
50-70
10-15
0,1-0,2
35-60
15-18
60-70
10
20
3500
50-70
10-15
0,2-0,3
mais de 60 kg
12-15
60-70
10
20
3500
80-150
20-30
0,2-0,5
Reprodução
10-16
60-70
10
20
3500
200
50
0,2-0,4
Maternidade
0,1-0,3
Leitões
Creche
Crescimentoterminação
* Os valores mais baixos são recomendados para o inverno e os mais altos para o verão. Se não houver incidência
direta sobre os animais, poderão ser aumentados.
Fonte: Benedi, 1986
2.4 O microclima e a reprodução dos suínos
Atualmente sabe-se que o estresse calórico pode comprometer as funções reprodutivas
como ocorrência e intervalo entre ovulações, demonstração de estro, viabilidade dos gametas,
sobrevivência dos embriões, e desenvolvimento fetal. Como conseqüência, o desempenho
reprodutivo, isto é, demonstração de cio, intervalo entre parto e concepção, e taxa de concepção
são afetados pela temperatura, bem como pela estação do ano (RAY et al., 1993). A função
reprodutiva é afetada negativamente pelas temperaturas acima das temperaturas críticas
máximas, isso é descrito por diversos autores. Em machos observam-se mudanças
comportamentais, como diminuição da libido sexual. A espermatogênese é afetada em
condições de altas temperaturas devido ao aquecimento local dos testículos e ao desequilíbrio
hormonal e metabólico decorrente do estresse, comprometendo a qualidade do sêmen, com
diminuição do volume espermático, diminuição na concentração e na mobilidade de
espermatozóides, bem como o aparecimento de células anormais (SYDENSTRICKER, 1993).
26
As fêmeas também têm sua função reprodutiva afetada sob condições de calor
excessivo. Segundo EDWARDS (1968), em várias espécies verificou-se a ocorrência de
mortalidade pré-natal na fase inicial da prenhez, em fêmeas expostas a elevadas temperaturas.
As temperaturas críticas inferior são de 7°C e superior de 20 a 23°C, para porcas prenhas são
citadas por PERDOMO et al. (1995). A temperatura ótima recomendada para as porcas em
gestação varia entre 12,8 e 18,3°C.
Elevadas temperaturas comprometem a duração do ciclo estral em porcas
(WETTEMAN & BAZER, 1985). A concentração de estradiol diminuiu e a de progesterona
aumentou quando as porcas em gestação foram expostas as altas temperaturas (35,10°C). Isto
sugere que o estresse térmico pode inibir o desenvolvimento folicular durante o começo do
ciclo estral, e conseqüentemente, estender o período de anestro. O crescimento dos fetos é
reduzido, quando as fêmeas são expostas a elevadas temperaturas, sendo o grau de redução
proporcional ao período de exposição da fêmea (HAFEZ, 1973). Ainda segundo o mesmo
autor, a ovulação é o que mais sofre com o calor. O calor provoca um maior número de
ovulações, porém com cios silenciosos, o que dificulta detectá-los, sendo inconveniente para a
produção industrial, principalmente quando se utiliza inseminação artificial. Outra
conseqüência do calor é a displasia placentária, propiciando o aborto nas fêmeas (MULLER,
1982).
Há evidências que a temperatura pode afetar a reprodução em várias fases, desde o
desenvolvimento da puberdade, à concepção. Particularmente, as temperaturas elevadas
atrasam o início da puberdade, diminuem a taxa de concepção e aumentam a mortalidade de
embriões. Alguns desses efeitos ocorrem diretamente nos órgãos reprodutivos, testículos e o
útero. Além disso, a temperatura pode agir via hormônios, atuando sobre o período estral, no
comportamento sexual, na concentração de progesterona e LH de fêmeas submetidas a altas
temperaturas, (CLARK, 1981). Em machos, o excesso de calor faz com que os testículos
percam peso e os túbulos seminíferos degenerem, fazendo com que o volume total do sêmen
seja reduzido, afetando negativamente sua concentração e motilidade (JOHNSON & GOMES,
1969).
A mortalidade embrionária em algumas espécies pode estar ligada à exposição da mãe a
temperaturas elevadas, principalmente nos países tropicais (DERIVAUX, 1989). Segundo o
mesmo autor, a ação da temperatura elevada pode aumentar a freqüência de ciclos estrais
prolongados, queda de porcentagem de partos e redução do número de leitões por leitegada,
assim como o aumento do índice de abortos e diminuição do peso dos leitões ao nascer. A taxa
de concepção de suínos decresce em até 30% do normal quando a temperatura do ar atinge
32°C. São notadas também dificuldades no nascimento e decréscimo no número de embriões
27
vivos em altas temperaturas. PRUNNIER et al. (1997) concluíram que elevada temperatura
ambiente induz a adaptações metabólicas e endócrinas de matrizes no qual possuem
conseqüências negativas no consumo de alimento, produção de leite e na performance
reprodutiva. Ocorre também modificação nas reservas corporais com o objetivo de limitar a
produção de calor. A redução do consumo de alimentos das fêmeas em lactação submetidas à
alta temperatura implica no atraso do retorno ao estro após o desmame.
Becker et al., (1997) constataram respostas endócrinas e termorregulatórias em suínos
expostos no verão (34° C) e no inverno (10° C). Registrou-se que concentrações de cortisol
aumentaram significativamente durante o calor e o frio, mostrando melhor resposta no calor do
que no frio. A resposta da prolactina ocorreu durante a exposição aguda de calor. A secreção de
hormônios de crescimento aumentou durante a exposição aguda ao frio. Os mesmos autores
compararam as duas rotinas de exposição de animais em diferentes temperaturas, e mostraram
que não houve nenhuma diferença na temperatura corporal entre as horas medidas. No entanto,
a amplitude do dia influenciou na temperatura corporal em apenas 0,5° C nos animais
submetidos a 27-32° C, comparado com 0,8° C para os animais submetidos a 21° C.
Einarsson et al. (1996), definiram as manifestações de estresse como distúrbios de
homeostase, que estão normalmente relacionados com o aumento da atividade do Hipotálamopituitary-adrenal (HPA) e com a ativação do sistema simpático adreno-medular (SA). A
ativação do sistema HPA resulta na secreção de peptídeos do hipotálamo, principalmente
liberação do hormônio corticotropina (CRH), no qual estimula a liberação de hormônios β endorfina e adrenocorticotropico (ACTH) do hipotálamo e pituitária. O ACTH induz a secreção
de corticoesteróides do córtex adrenal, no qual pode ser verificado em suínos quando estes são
submetidos a agudo estressores físicos e/ou fisiológicos. O estresse está relacionado com a
redução das funções reprodutivas e dentro outras causas, uma inadequada termorregulacão
contribui para um impacto negativo nas primeiras semanas de gestação em fêmeas suínas.
Os suínos são muito sensíveis a elevadas temperaturas ambientais, por sua inabilidade
em perder calor por evaporação. A ativação do sistema HPA é somente um de vários
mecanismos envolvidos, quando os suínos são submetidos a temperaturas extremas (SOUZA,
2002).
28
3. CONCLUSÃO
Os suínos são animais homeotérmicos e, portanto, mantém uma temperatura corporal
relativamente constante, ajustando o calor produzido no metabolismo com o calor ganho do
ambiente. Suínos em crescimento e terminação criados no Brasil estão mais sujeitos aos efeitos
do estresse térmico devido as elevadas temperaturas que ocorrem na maioria das regiões do
país durante os meses de verão. Altas temperaturas são associadas com redução no desempenho
devido a diminuição no consumo e ao custo energético associado a dissipação do calor.
Existem basicamente três fatores que devem ser considerados para solucionar ou
amenizar os problemas relacionados com o estresse ambiental (frio ou calor):
a) Controlar ou melhorar o ambiente térmico através do manejo dos animais
(aspecto físico ou fatores sociais);
b) Selecionar as raças que suportam melhor as condições de clima tropical;
c) Modificar tecnicamente a composição das dietas (suprimento de aminoácidos),
energia ou fibra) dos suínos visando amenizar os efeitos prejudiciais causados pelo estresse
calórico.
29
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