A Importância da Lealdade com Relação à Self—Realization Fellowship (Trechos de “O Relacionamento Guru—Discípulo”, Conferência pronunciada pela Vice-Presidente de SRF, Mrinalini Mata.) A lealdade constitui o princípio fundamental sobre o qual a relação entre o guru e o chela (discípulo) se baseia, O ego, consciência do pequeno “eu” que procura auto afirmarse, é o único obstáculo que nos separa de Deus. No momento em que suprimos o ego, tomamos consciência de que somos, sempre fomos e sempre seremos um com Deus. O ego como uma nuvem de ilusão, envolve a alma e dilui sua consciência pura com infindáveis conceitos errôneos a respeito de sua própria natureza e a do mundo. A lealdade ao guru é um dos passos mais importantes ao discipulado. A maioria dos seres humanos ainda não aperfeiçoou esta qualidade nem mesmo com relação à própria família, ao esposo, à esposa ou amigos. E por esse motivo que o conceito de lealdade ao guru não é plena mente compreendido. Para ser um verdadeiro discípulo, o chela deve ser leal ao guru enviado por Deus, atendo-se totalmente fiel aos seus ensinamentos. Lealdade não significa estreiteza. O coração leal a Deus e a Seu representante é magnânimo, compreensivo e compassivo para com todos os seres. Oferecendo sua lealdade única e incondicional ao seu próprio guru e seus ensinamentos, torna-se possível ao devoto captar as demais manifestações da Verdade em sua correta perspectiva, conferindo lhes devida consideração e respeito. Paramahansaji falou várias vezes sobre este assunto. Ele disse: “Muitas pessoas temem tornar-se restritas mentalmente antes mesmo de terem aprendido a serem equilibradas. Os buscadores superficiais, no afã de ostentarem mente aberta, absorvem indiscriminadamente diferentes idéias sem antes destilar, através de sua própria realização, a essência de verdades nelas contidas. O resultado de semelhante atitude é uma consciência espiritualmente fraca, diluída. Mesmo estimando todos os verdadeiros caminhos religiosos e todos os verdadeiros instrutores espirituais, observem que sou totalmente fiel ao meu caminho e a meus mestres”. “Todas as verdadeiras religiões conduzem a Deus”, disse ele. “Procura até que encontres o ensinamento espiritual que atraia e satisfaça plenamente teu coração. E, ao encontrá-lo, não permita que nada altere tua fidelidade. Dedica a esse caminho toda tua atenção. Focaliza tua consciência totalmente nele e alcançarás os resultados que pro curas Referindo-se à lealdade, nosso Gurudeva (Mestre Divino) Paramahansaji fazia, às vezes, a seguinte comparação: “Suponhamos que alguém esteja doente e consulte um médico que lhe receita determinado remédio para curá-lo. Ao obter o remédio, o indivíduo o leva para casa e o usa de acordo com as instruções médicas. Mas quando seus amigos o visitam e tomam conhecimento de seu estado, é possível que cada um exclame: “Ah! Eu sei tudo a respeito desta doença! Você deve tentar isto e a quilo.” Se dez pessoas lhe oferecessem dez remédios diferentes e se o indivíduo tentasse toma-los todos, suas possibilidades de cura seriam muito duvidosas. O mesmo princípio se aplica a importância da Lealdade às instruções do guru. Não misture remédios espirituais”. Lealdade divina significa reunir a atenção, a afeição e o esforço dispersos, concentrando-os total e unicamente na meta espiritual. O discípulo fiel avança rapidamente no caminho que leva a Deus. Paramahansaji expressou o papel do guru da seguinte forma: “Eu posso ajudar-te mais se evitares diluir tuas forças. A sintonia com o guru é alcançada mediante total lealdade a ele, aos seus representantes e a sua obra; através da obediência voluntária aos seus conselhos (sejam estes verbais ou escritos) visualizando-o no olho espiritual; e mediante devoção incondicional... Nas almas daqueles que estão em sintonia com Ele, o guru pode construir um templo de Deus.” Somente através da lealdade que nos torna possível canalizar nossos esforços, concentrando—os efetivamente à busca de Deus. A consciência do discípulo fiel é magnetizada pelo amor divino, e é irresistivelmente atraída a Deus. O guru é onipresente. Sua ajuda, sua orientação e seus ensinamentos perduram não apenas durante os poucos anos em que ele habita nesta terra, mas para sempre. Quantas vezes nosso guru dizia: ”Muitos verdadeiros devotos vieram a mim durante minha vida atual. Eu os reconheço de vidas passadas, e muitos outros ainda estão por vir; eu os reconheço também. Eles virão depois que eu tiver abandonado este corpo”. A ajuda que o guru presta aos sinceros seguidores de seus ensinamentos não cessa quando ele abandona o corpo. Se assim fosse, ele não seria um verdadeiro guru, pois a consciência de um verdadeiro guru é eterna, sempre desperta e em constante sintonia; seu estado de consciência não é jamais alterado nem mesmo com o abrir e fechar das portas da vida e da morte. Sua percepção do discípulo e seu vínculo com ele são permanentes. O guru define claramente as condições que todo devoto deve cumprir para ser aceito como discípulo. A iniciação deve, portanto, ser recebida de forma que satisfaça tais condições, para que se estabeleça através delas um vínculo direto entre o discípulo e o guru. Somente então que a força espiritual inerente a este relacionamento começa a operar na vida do devoto.