Génese da Sociologia Origem histórica da Sociologia A Revolução Industrial traduziu-se num conjunto de transformações económicas e sociais que favoreceram o nascimento da Sociologia: • A indústria tornou-se a atividade económica fundamental; • A unidade familiar de produção deu lugar à empresa capitalista; • Formou-se uma nova estrutura de classes sociais – a burguesia que detém os meios de produção e o proletariado que, para poder sobreviver tem de vender a sua força de trabalho aos detentores dos meios de produção; • Surgimento de uma classe operária sobre-explorada, com condições de trabalho degradantes, jornadas de trabalho desumanas e recurso frequente ao trabalho infantil e feminino; Origem histórica da Sociologia • Nascimento dos movimentos operários que lutam por condições de vida dignas; • Embora gerador de fortes desigualdades sociais, o capitalismo tem, por outro lado, proporcionado um progresso tecnológico sem precedentes. • Formação de grandes aglomerados urbanos, em resultado do êxodo do campo para a cidade. Desemprego nas cidades, delinquência, miséria, prostituição, exclusão social, etc.; • Declínio dos valores, costumes e instituições tradicionais, que são substituídos por novos valores, costumes e instituições. Génese da Sociologia • A Sociologia surge no século XIX, no contexto das transformações económicas e sociais decorrentes da Revolução Francesa e da Revolução Industrial. • Comte, Durkheim, Karl Marx e Max Weber, que viveram neste século, foram os fundadores desta ciência. Émile Durkheim – os factos sociais “O QUE A SOCIEDADE FAZ DE NÓS” • Para Durkheim o objeto da Sociologia são os factos sociais, que define assim: – “Maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo e dotadas de poder coercivo, em virtude do qual se lhe impõem”. • O casamento, a língua, a utilização de moeda, o papel social da mulher, por exemplo, são factos sociais. Características dos factos sociais • Exterioridade • • – quando nascemos já existem determinadas formas de agir, de pensar e de sentir e somos educados para agirmos, pensarmos e sentirmos do mesmo modo. Por isso, os factos sociais existem “fora de nós” no sentido de que não contribuímos para a sua existência, mas nos comportamos de acordo com eles. Coercibilidade – os factos sociais são impostos aos indivíduos porque se estes não agirem de acordo com eles ou revelarem ideias que os contrariem estarão sujeitos a consequências desagradáveis, mais ou menos graves. Relatividade – os factos sociais alteram-se ao longo do tempo e variam de região para região. Max Weber – Ação Social “O QUE NÓS FAZEMOS POR NÓS” • Weber dá a seguinte definição de Sociologia: – “Chamamos Sociologia (…) à ciência cujo objeto é compreender pela interpretação a ação social para, em seguida, explicar causalmente o desenvolvimento e os efeitos dessa ação”. • Ao contrário de Durkheim, Weber não acreditava que as estruturas sociais existiam exteriormente aos indivíduos ou que eram independentes destes, isto é, defendia que os indivíduos têm capacidade de agir livremente e configurar o futuro. Max Weber – Ação Social • Para Weber a tarefa da Sociologia é compreender o significado da ação e interação dos membros da sociedade (ação social) e do papel que esta desempenha na formação das estruturas sociais. • A perspetiva sociológica de Weber é muitas vezes designada por “Sociologia compreensiva”. Para compreenderes melhor esta perspetiva sociológica, lê o artigo da revista “Análise Social” “Jovens arrumadores de carros– a sobrevivência nas teias da toxicodependência” de José Machado Pais Mulher interrompe discurso de Cavaco na cerimónia oficial do 5 de Outubro Uma mulher, de 57 anos, exigiu a entrada no Pátio da Galé para assistir às comemorações da Implantação da República e, apesar de algumas respostas negativas dos seguranças, a entrada foi autorizada. Já lá dentro, Luísa Trindade, gritou que estava “desesperada” e que se não fosse o seu filho estaria “na miséria”.